ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ÁREA:
SUBÁREA: Administração SUBÁREA:
INSTITUIÇÃO(ÕES): FACULDADE ENIAC - ENIAC INSTITUIÇÃO(ÕES):
AUTOR(ES): PAMELLA FERREIRA DE MELLO OLIVEIRA AUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): MARIA HELENA VELOSO SALGADO, IVAN CARDOSO SÁ ORIENTADOR(ES):
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1. RESUMO
A quarta revolução industrial está gradualmente sendo adotada, transformando os processos indústrias e sendo inserida num contexto organizacional. De modo geral, o homem já passou por diversas revoluções que resultaram em muitos progressos para a sociedade, entretanto, nenhuma comparada a tal avanço tecnológico. A partir disso, surge uma preocupação quanto à formação dos profissionais para a indústria 4.0 bem como o papel da organização na formação dos mesmos. O artigo tem como principal foco incentivar a pesquisa e a disseminação do assunto entre os profissionais na área de gestão de recursos humanos, a fim de desenvolver novos métodos e tecnologias no que tange o processo de treinamento e desenvolvimento dos profissionais para a indústria 4.0.
Palavras chaves: Indústria 4.0, tecnologia, treinamento, recursos humanos.
2. INTRODUÇÃO
Com a nova revolução industrial, também conhecida como indústria 4.0, em que as linhas de produção, cada vez mais robotizadas, tornarão o processo produtivo cada vez mais eficiente. Os profissionais para trabalharem, nessa indústria, precisarão ter um perfil multidisciplinar. O artigo a seguir irá abordar o papel da organização na formação de profissionais para a indústria 4.0.
Não é uma tarefa fácil formar profissionais frente à rapidez incrível de transformações, e é fundamental investigar qual o papel da organização na formação de profissionais para a gestão dessa indústria.
Em virtude do problema, as hipóteses levantadas nesta pesquisa são:
● H1: o papel da organização é favorecer a formação dos profissionais por meio de programas de treinamento e desenvolvimento.
● H2: A organização deve se ausentar dessa responsabilidade de formação dos profissionais.
Uma vez que a revolução tecnológica terá grande impacto industrial, o principal capital das organizações será reformulado e irá afetar toda a hierarquia
2 finalidade de explorar esse universo chamado indústria 4.0, ou, 4ª revolução industrial, a fim de incentivar a pesquisa e disseminação do assunto entre os profissionais na área de gestão de recursos humanos.
A partir desse novo cenário o modelo tradicional de gestão e desenvolvimento de pessoas irá mudar drasticamente. Portanto, os profissionais de gestão têm por missão desenvolver novas metodologias para a integração do homem com o novo modelo smart factory (indústria inteligente). Além disso, deverão repensar os padrões conservadores de gestão para empresas mais abertas e flexíveis, com o intuito de proporcionar um ambiente de inovação.
Em virtude dos fatos mencionados, este estudo irá contribuir para o surgimento de novas pesquisas que irão desenvolver ferramentas para a capacitação dos futuros profissionais da indústria 4.0.
3. OBJETIVOS
Esta pesquisa tem como objetivo geral, explorar o novo conceito de indústria e a importância das organizações no preparo e desenvolvimento dos seus profissionais para atuarem de forma eficaz e significativa no âmbito organizacional.
Os objetivos específicos, portanto, são:
● Descrever e analisar o papel das organizações na formação de profissionais para a indústria 4.0
● Investigar algumas das indústrias 4.0 que contribuem na formação de profissionais.
4. METODOLOGIA
Lakatos & Marconi (2001) consideram três tipos de pesquisa quanto aos objetivos são: pesquisa exploratória, descritiva e experimental.
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5. DESENVOLVIMENTO
Desde a primeira revolução industrial, o mundo todo passou por diversas mudanças. Segundo Schwab (2016), as revoluções acontecem quando novas tecnologias e formas de perceber o mundo causam uma alteração radical nas estruturas sociais e nos sistemas econômicos. Ao fim do século XVIII, a primeira revolução industrial resultou na criação da máquina a vapor e o uso do carvão como combustível. A segunda revolução, décadas depois, resultou em mais avanços para a sociedade, tais como eletricidade, petróleo, química e o aço. E a mais recente, iniciada nas últimas décadas do século XX, originou a criação de computadores, telecomunicações e a microeletrônica. Com esses progressos, a era da internet se inicia e a partir da mesma é que a indústria 4.0 ou quarta revolução industrial terá sua base.
Schwab (2016) definiu a indústria 4.0 como uma revolução digital, “É caracterizada por uma internet mais ubíqua e móvel, por sensores menores e mais poderosos que se tornaram mais baratos e pela inteligência artificial e aprendizagem automática (ou aprendizado de máquina).” (SCHWAB, Klaus, 2016, p. 19 e 20). Essa nova revolução traz um padrão totalmente tecnológico em todos os aspectos sociais e econômicos. No que compete ao âmbito empresarial, existem quatro pilares que tem por principal objetivo melhorar e tornar eficaz os processos organizacionais de modo geral.
Internet das coisas: É um conceito criado por Kevin Ashton, pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 1999, que escreveu um artigo chamado “a coisa da internet das coisas” em 2009. Esse conceito refere-se à internet conectada a todos os objetos da vida de forma inteligente. Schwab (2016) a descreve como a relação entre as coisas e as pessoas que se dá pelas plataformas e tecnologias conectadas.
Big Data: Segundo Schwab (2016), trata-se do armazenamento de grande quantidade de dados, tornando essas informações muito mais compreensíveis e fáceis de gerenciar. Para ele, o aproveitamento do big data pode substituir funções manuais que demandam tempo para serem realizadas e ainda são manuais, como por exemplo, o censo.
4 para muitas pessoas quando se trata da robotização de processos que serão interligados através da internet. A esse respeito, Schwab diz que “empresas precisarão investir pesadamente em sistemas cibernéticos e de segurança de dados para evitar a interrupção direta, causada por criminosos, ativistas ou falhas não intencionais da infraestrutura digital.” (SCHWAB, Klaus, p.63, 2016). Com o domínio da tecnologia, certamente a segurança será um aspecto que exigirá das organizações uma grande atenção.
Sistema Físico-Cibernético: Para Lee et al. (2008) são sistemas computacionais e colaborativos os quais as operações são monitoradas, coordenadas em tempo real, sendo possível prever erros antes mesmo de acontecer e corrigi-los, evitando a perda de recursos e otimizando tempo e atendendo da melhor maneira possível a necessidade dos clientes e fornecedores.
De acordo com Schwab (2016) as novas tecnologias mudarão drasticamente a natureza do trabalho em todos os setores e ocupações. Com o avanço tecnológico, a proposta de uma indústria completamente automatizada pode causar espantos para os profissionais, principalmente aqueles que ainda não ouviram falar sobre a chamada indústria 4.0 e sua finalidade. O que pouco se sabe é que a ideia principal não é trocar a mão de obra humana por máquinas, mais empregar a capacidade humana para desenvolver aquilo que uma máquina nunca poderá fazer. Com base nos fatos mencionados, pode-se observar que é de suma importância o preparo e a capacitação dos funcionários para que essa transição ocorra de maneira equilibrada.
Schwab afirma que “os líderes precisam preparar a força de trabalho e desenvolver modelos de formação acadêmica para trabalhar com (e em colaboração) máquinas cada vez mais capazes, conectadas e inteligentes” (SCHWAB, Klaus, 2016,p.46). Uma vez que as pessoas são o único recurso de uma organização capaz de autodirecionamento e desenvolvimento (VOLPE, 2009), será necessário desenvolver métodos que permitam o aperfeiçoamento de habilidades e competências indispensáveis para esse novo cenário. Na era do conhecimento, a base da excelência organizacional passou a ser o elemento humano (CHIAVENATO. 2016). Com o desenvolvimento tecnológico a necessidade de manter a competitividade e a excelência organizacional passou a ser uma questão
5 de sobrevivência e investir forte e diretamente nas habilidades e competências das pessoas que nela atuam é considerado um grande diferencial.
Chiavenato (2016) destaca que em um mundo de negócios caracterizado por intensa mudança, as organizações precisam rápida e decisivamente reorientar seus rumos, mudar processos, modificar produtos e serviços, alterar estratégias, utilizar novas tecnologias, conhecer as aspirações dos clientes, compreenderem as armadilhas estratégicas dos concorrentes e saber surfar nas ondas de um mercado dinâmico, mutável e altamente competitivo. Certamente não haverá escassez de emprego, uma vez que inteligência, imaginação, criatividade e inovação são características do capital intelectual da organização, que não pode ser superado por tecnologia, porém pode ser desenvolvido.
O segredo das organizações bem sucedidas é saber consolidar e reciclar o conhecimento entre seus funcionários, treinar, preparar e desenvolver aqueles que tenham condições permanentes de lidar com a mudança e a Inovação, de proporcionar valor à organização e ao cliente e, sobretudo, de mantê-la sempre eficaz e competitiva (CHIAVENATO, 2016, p.3). Para que as organizações consigam treinar e preparar esses profissionais, é necessário que saibam que competências desenvolver nos mesmos.
6. RESULTADOS
Esse artigo, por meio de uma revisão sistemática de artigos científicos na base de dados do Google acadêmico e estudos publicados por renomadas instituições que estudam o tema indústria 4.0, detectou-se a escassez de estudos relacionados ao tema e a falta de preparo da indústria.
Uma análise feita pelo SEBRAE pôde identificar que ainda há um gap entre a indústria 4.0 e o preparo dos profissionais para a mesma. “Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério da Indústria e Comércio (MDIC)” Hoje, menos de 2% das empresas está inserida neste conceito, a expectativa é que, em dez anos, 15% das indústrias atuem no conceito da indústria 4.0. Com base no estudo, pode-se observar que é um conceito a ser desenvolvido através de pesquisas e métodos científicos, que, quando bem elaborado e aplicado,
6 preparar os profissionais para o novo cenário do mercado de trabalho.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse artigo trás uma preocupação para com o treinamento e capacitação dos profissionais quando se trata de uma drástica mudança industrial, social e econômica. Nesse aspecto o desenvolvimento do capital intelectual é o principal meio de melhorar e acrescentar conhecimentos, habilidades e competências as pessoas e transformá-las em verdadeiros talentos humanos capazes de formar o cérebro, a inteligência e o sistema nervoso da organização moderna. (CHIAVENATO, 2016). Quando analisados todos os pontos levantados baseados nos autores que se anteciparam a próxima revolução industrial, vê-se a necessidade de aumentar o número de pesquisas e idéias para futuramente os profissionais estarem preparados para as mudanças que certamente acontecerão.
Vale ressaltar que os achados neste artigo não são finalísticos e a exploração do tema em relação ao papel das organizações no desenvolvimento dos profissionais para a indústria 4.0 ainda é algo relativamente novo. Embora encontrado poucos estudos relacionados ao tema, conforme foi apontado na pesquisa pode-se concluir que é de responsabilidade da organização preparar os profissionais para o novo cenário, não devendo se ausentar dessa responsabilidade já que o capital humano é que traz a Inovação e mantém a competitividade organizacional. São os profissionais que agem dentro da empresa, tomas as decisões, lidam com clientes, por isso é importante explorar o intelecto dos mesmos.
8. FONTES CONSULTADAS
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SELLTIZ, Claire et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. 3 a . ed. São Paulo: E.P.U. 1974.
SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. 1. Ed. São Paulo. Edipro. 2016.
7 LEE, E. A. (2008). Cyber Physical Systems: Design Challenges. 1th IEEE Symposium on Object Oriented Real-Time Distributed Computing (ISORC), (p. 363-369).
ASHTON, Kevin. A história secreta da criatividade. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2016
CHEN, G. & Zhang, J. Study on training system and continuous improving mechanism for mechanical engineering. The Open Mechanical Engineering Journal, 9, 7-14. . 2015.
SORKO, S.R. & IRSA, W. Engineering education – Status quo in Austria in comparison with the academic field of business education. Turkish online Journal of Educational Technology, 890-894. 2016.
CHIAVENATO, Idalberto. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos, como incrementar talentos na empresa. 8. ed, SP, editora manole. VOLPE, Renata. A importância do treinamento para o desenvolvimento do trabalho. Artigo para o portal dos psicólogos. 2009.
RIZZO, José. O que é a indústria 4.0 e as oportunidades que ela gera. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-
40-e-descubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD. Acesso em: 28 de agosto de 2018. Fonte: SEBRAE Nacional. 2016.
