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MORFOFISIOLOGIA DE MUDAS DE Moringa oleifera SOB ESTRESSE SALINO

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Academic year: 2021

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MORFOFISIOLOGIA DE MUDAS DE Moringa oleifera SOB ESTRESSE SALINO

Rosane Angélica Reis dos Anjos1 (PG)*; Wesley Costa Silva1 (IC), Aparecido Alves Serafim

Ferreira1 (IC), Alainy Carla de Souza Nascente1 (IC), Ademilson Coneglian1 (PQ). E-mail:

rosaneranjos@gmail.com

1Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri, Rodovia GO-330, Km 241, Anel Viário, 75780000, Ipameri – GO.

Resumo: A moringa (Moringa oleifera Lam) é uma espécie com ampla adaptação edafoclimática, as regiões de maior ocorrência dessa espécie apresentam solos altamente salinos. O objetivo deste trabalho foi avaliar as características morfofisiológicas de mudas de moringa irrigadas com diferentes níveis de salinidade da água de irrigação. O trabalho foi realizado na Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, em casa de vegetação. O experimento foi montado em vasos de três litros, contendo latossolo, areia lavada e esterco bovino na proporção de 3:1:1, respectivamente. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e dez repetições cada, a parcela experimental correspondeu a uma planta útil. Os tratamentos consistiram em cinco níveis de salinidade diferentes para a água de irrigação, obtidas com a adição de NaCl (0,3 dS/cm-1;2,5 dS/cm1; 5 dS/cm-1; 7,5 dS/cm-1; 10 dS/cm-1). As plantas foram submetidas aos tratamentos durante 30 dias a partir do 41º dia após a germinação, posteriormente a esse período realizou-se as análises. O aumento do nível de salinidade da água de irrigação afetou negativamente a morfofisiologia das mudas de moringa. As variáveis mais afetadas foram área foliar e razão massa parte aérea.

Palavras-chave: Moringa. Salinidade. Irrigação. Crescimento. Estresse abiótico.

Introdução

A moringa (Moringa oleifera Lam) é originária da Índia e distribuída em áreas tropicais e subtropicais de todo o mundo. A planta possui diversas possibilidades de utilização, destacando-se o seu uso na ornamentação, na complementação alimentar humana e animal em razão do elevado valor nutricional de suas folhas e frutos, e na medicina devido as variadas propriedades terapêuticas (NASCIMENTO et al., 2015; VIEIRA et al., 2008).

Na década de 50 a moringa foi introduzida no Brasil como planta ornamental (AZEVEDO et al., 2014), adaptando-se bem as regiões de Cerrado e Semiárido. É

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uma espécie com ampla adaptação edafoclimática, halófita e tolerante a seca, consegue se desenvolver em solos menos férteis, o que possibilita a sua sobrevivência em regiões áridas e semiáridas (WAKIL et al., 2014).

Nas áreas de maior ocorrência da moringa os solos são altamente salinos. O processo de salinização é decorrente das condições climáticas e da agricultura irrigada, no qual, o manejo incorreto da adição de fertilizantes via água de irrigação contribui com intenso acúmulo de sais ao perfil do solo (LIMA JUNIOR e SILVA, 2010), dificultando o crescimento das plantas e consequentemente afetando a produção. O estresse salino interfere no crescimento e metabolismo vegetal através de três efeitos: i) redução da absorção de água do solo em função do baixo potencial osmótico da solução, ii) efeito tóxico do sal nos tecidos celulares e iii) desbalanço nutricional (DÍAZ-LÓPEZ et al., 2012).

O presente trabalho teve como objetivo avaliar as características morfofisiológicas de mudas de moringa irrigadas com diferentes níveis de salinidade da água de irrigação.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido em casa de vegetação na Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, Ipameri, Goiás. O experimento foi montado em vasos de três litros contendo Latossolo Vermelho-Amarelo, areia lavada média e húmus na proporção de 3:1:1, respectivamente, seguindo o delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e dez repetições cada, a parcela experimental correspondeu a uma planta útil. A partir de 41 dias após a germinação as plantas foram submetidas aos tratamentos com cinco níveis de salinidade diferentes para a água de irrigação, obtidas com a adição de NaCl (0,3 dS/cm-1; 2,5 dS/cm-1; 5 dS/cm -1; 7,5 dS/cm-1; 10 dS/cm-1). As regas com 135 mL foram realizadas diariamente

durante 30 dias, passado esse período realizou-se as seguintes análises: teor relativo de água; teor relativo de clorofila; área foliar; relação altura/diâmetro; razão massa parte aérea; razão massa sistema radicular; relação parte aérea/sistema radicular. Os resultados obtidos foram submetidos a análises de variância utilizando-se o software SISVAR 5.6 (FERREIRA, 2014).

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Resultados e Discussão

A aplicação de diferentes níveis de salinidade na água de irrigação ocasionou alterações na maior parte das variáveis morfofisiológicas apresentadas tabela 1. Todas as variáveis, exceto relação altura/diâmetro, apresentaram resultados estatísticos significativos (tabela 2). O aumento da concentração de sal na irrigação levou a redução gradativa dos dados de razão massa parte aérea, relação parte aérea/sistema radicular, área foliar e teor relativo de clorofila. Porém, razão de massa sistema radicular e teor relativo de água tiveram seus valores levemente aumentados de acordo com o aumento do nível salino.

Tabela 1. Resumo da análise de variância e teste de média das variáveis

morfofisiológicas de M. oleifera sob diferentes níveis de salinidade.

Fonte de

variação GL

Quadrado Médio

RMPA RMSR A/D PA/SR AF TRC TRA

Tratamento 5 0,0049* 0,0049* 0,099ns 0,0086* 9613,23* 611,00* 476,15*

Resíduo 44 0,0008 0,0008 0,29 0,0014 1238,86 105,77 143,367 CV (%) 23,04 13,22 20,98 26,51 27,54 25,92 13,96 * significativo a 5 % e ns não significativo pelo teste F. Os valores representam a média aritmética.

Tabela 2. Teste de média das variáveis morfofisiológicas de M. oleifera sob

diferentes níveis de salinidade.

Variável 0,3 dS/cm-1 2,5 dS/cm-1 Tratamentos 5,0 dS/cm-1 7,5 dS/cm-1 10,0 dS/cm-1

RMPA 0,1588a 0,1229ab 0,1189b 0,1143b 0,0989b

RMSR 0,8412a 0,8771ab 0,8811b 0,8857b 0,9011b

A/D 2,61a 2,5a 2,56a 2,75a 2,52a

PA/SR 0,1903a 0,1412b 0,1355b 0.1300b 0,1111b

AF 169,26a 134,51ab 132,93ab 118,99bc 93,33c

TRC 44,28a 43,97a 41,76a 42,58a 25,82b

TRA 77,97a 85,57ab 90,19ab 80,39ab 94,78b

Médias seguidas pela mesma letra dentro de cada linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a significância de 5% de probabilidade.

RMA – razão massa parte aérea; RMSR – razão massa sistema radícula; A/D relação altura/diâmetro; PA/SR – relação parte aérea/sistema radicular; AF – área foliar (cm²); TRC – teor relativo de clorofila (índice SPAD); TRA – teor relativo de água da folha (%).

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Os resultados demonstram que a relação parte aérea/sistema radicular foi influenciada pela salinidade, no qual, o acúmulo de massa da parte área foi fortemente prejudicado. A entrada excessiva de sal provoca efeitos como alteração do potencial osmótico, semelhante aos sintomas de déficit hídrico, e desbalanço nutricional às plantas, a exemplo é o bloqueio da entrada de cálcio pelos canais iônicos de influxo, sendo este, importante nutriente como mensageiro secundário e sinalizador de estresse salino (DÍAZ-LÓPEZ et al., 2012). Essas condições induzem a redução do acúmulo de massa seca, em que, a parte aérea é a variável mais afetada pela salinidade neste trabalho, com redução de 62,28% da massa seca no tratamento com maior nível salino.

A redução da área foliar é um mecanismo de tolerância ao estresse salino, a fim de reduzir a superfície transpirante. As folhas são órgãos responsáveis pela maior transpiração de água pelas plantas, assim, a redução da área foliar é um recurso adotado pelas plantas para reduzir a perda de água por transpiração (OLIVEIRA et al., 2013), o que justifica a manutenção do teor relativo de água diante dos diferentes níveis de sal aplicados na água de irrigação no presente trabalho. Além disso, o teor relativo de clorofila também se reduz na presença de sal, em virtude do decréscimo de fixação líquida de CO2 com a diminuição da área foliar

(FREIRE e MIRANDA, 2012).

Considerações Finais

O aumento do nível de salinidade da água de irrigação afeta negativamente a morfofisiologia de mudas de moringa. As variáveis mais afetadas são área foliar e razão massa parte aérea, a partir de 2,5 dS/cm-1.

Agradecimentos

A Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, pelo amparo ao desenvolvimento do presente trabalho.

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Referências Bibliográficas

AZEVEDO, R.; SILVA, B.S.; PASIN, L.A.A.P. Influência do peso das sementes de moringa (Moringa oleífera) na porcentagem de germinação. Revista Científica da FEPI. 2014.

DÍAZ-LÓPEZ, L.; GIMENO, V.; LIDÓN, V.; SIMÓN, I.; MARTÍNEZ, V.; GARCÍA-SÁNCHEZ, F. The tolerance of Jatropha curcas seedlings to NaCl: an ecophysiological analysis. Plant Physiology and Biochemistry, v. 54, n. 1, p. 34-42. 2012.

FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e

Agrotecnologia, v. 35, n. 6, p. 1039-1042. 2011.

FREIRE, A.L.O.; MIRANDA, J.R.P. Crescimento e acúmulo cátions de em plantas de moringa mantidas em solos salinos. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 32, n. 69, p. 45-51. 2012.

LIMA JUNIOR, J.A.; SILVA, A.L.P. Estudo do processo de salinização para indicar medidas de prevenção de solos salinos. Enciclopédia Biosfera, v. 6, n. 11, p. 1-21. 2010.

NASCIMENTO, V.R.; BIAGI, J.D.; OLIVEIRA, R.D. Modelagem matemática da secagem convectiva com radiação infravermelha de grãos de Moringa oleifera. Revista Brasileira Engenharia Agrícola Ambiental, v. 19, n. 7, p. 686-692. 2015. OLIVEIRA, F.D.A.D.; OLIVEIRA, M.K.T.D.; SILVA, R.C.P.D.; SILVA, O.M.D.P.D.; MAIA, P.D.M.E.; CÂNDIDO, W.D.S. Crescimento de mudas de moringa em função da salinidade da água e da posição das sementes nos frutos. Revista Árvore, v. 37, n. 1, p. 79-87. 2013.

VIEIRA, H.; CHAVES, L.H.G.; VIÉGAS, R.A. Acumulação de nutrientes em mudas de moringa (Moringa oleifera Lam) sob omissão de macronutrientes. Revista Ciência

Agronômica, v. 39, n. 1, p. 130-136. 2008.

WAKIL, M.A.; KALAM, M.A.; MASJUKI, H.H.; FATTAH, I.R.; MASUM, B.M. Evaluation of rice bran, sesame and moringa oils as feasible sources of biodiesel and the effect of blending on their physicochemical properties. RSC Advances, v. 4, n. 100, p. 56984-56991. 2014.

Referências

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