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Todos os direitos reservados Letras e Conceitos Lda. Título O Exercício do Direito à Dedução em IVA Uma Análise dos Requisitos Fundamentais

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Título

O Exercício do Direito à Dedução em IVA – Uma Análise dos Requisitos Fundamentais Autora

Joana de Azevedo e Castro Celorico Palma Edição

Letras e Conceitos Lda.

geral.letraseconceitos@gmail.com Paginação

Letras e Conceitos Lda. Impressão

Letras e Conceitos Lda. 1.ª Edição Janeiro 2021 ISBN 978-989-565-019-4 Depósito Legal 000-000/20

Todos os direitos reservados © Letras e Conceitos Lda.

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O EXERCÍCIO DO DIREITO

À DEDUÇÃO EM IVA

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Dedico este livro,

À minha querida Avó Mimi, a minha eterna melhor amiga e companheira, cuja memória está sempre presente na minha YLGDSRUTXHPQXWURXPDPRULPHQVXUiYHOHVLQWRLQÀQGiYHLV saudades que transbordam no meu coração…

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PREFÁCIO

NO CORAÇÃO DO IVA

O direito à dedução é o coração do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), um imposto hoje largamente dominante no plano mundial, sendo global-mente considerado como a experiência mais avançada da tributação do consumo.

É o direito à dedução que permite distinguir o IVA dos impostos em cascata abandonados nos idos de 1967 pela então Comunidade Económica Europeia, ao acolher o modelo francês de tributação geral do consumo e ao adequá-lo à união aduaneira e ao mercado comum em construção na Europa. É ele que DVVHJXUDTXHHVWHLPSRVWRLQFLGDHVVHQFLDOPHQWHVREUHRFRQVXPLGRU¿QDO com exclusão dos consumos intermédios, pondo o investimento a salvo deste WLSRGHWULEXWDomR(Q¿PpQHOHTXHVHIXQGDPHQWDRSULQFtSLRGDQHXWUDOLGDGH GR,9$SULQFtSLRQXFOHDUQDHVWUXWXUDGHVWHLPSRVWRLQYRFDGRHPP~OWLSORV DUHVWRVQDFLRQDLVHHXURSHXV'DtDVXDHQRUPHLPSRUWkQFLDQDYLGDSUiWLFD no quotidiano dos operadores económicos, dos contabilistas, dos juristas, dos funcionários das administrações tributárias, das instituições de ação penal e dos tribunais.

Não espanta assim que o direito à dedução seja objeto de particular atenção SRUSDUWHGDGRXWULQDHGDLQYHVWLJDomR¿VFDOQRPHDGDPHQWHDTXHODTXHVHYDL ID]HQGRHQWUHQyVFRPGL¿FXOGDGHVYiULDVQRSODQRGDVXQLYHUVLGDGHVHGRV institutos politécnicos.

É à sua análise que, dentro dos limites inerentes a uma dissertação de mestrado, Joana Celorico Palma se propôs fazer, relevando uma sensibilidade MXUtGLFDQmRPXLWRKDELWXDOHPSHVVRDVGHRXWUDVIRUPDo}HV(SURS{VVHID]rOD sobretudo a partir de uma extensa pesquisa e análise da jurisprudência nacional, LQFOXLQGRD¿UPDGDHPGHFLV}HVGRVWULEXQDLVDUELWUDLVFRQVWLWXtGRVQRkPELWR do Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD), e da que decorre de acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia, proferidos, em regra, ao abrigo do PHFDQLVPRGRUHHQYLRDWtWXORSUHMXGLFLDOSUHYLVWRQRVDUWLJRVžHžGR Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE).

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8

OEXERCÍCIODODIREITOÀDEDUÇÃOEMIVA – UMAANÁLISEDOSREQUISITOSFUNDAMENTAIS

$$XWRUDpXPDMRYHP¿VFDOLVWDDWXDOPHQWHFRQVXOWRUDQD¿UPD( <TXH começou agora a trilhar um caminho que se adivinha de largo futuro. Licenciada em Contabilidade e Administração (ramo Fiscalidade) pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa, concluiu, nesta mesma instituição, o Mestrado em FiscalidadeFRPGHIHVDS~EOLFDGDVXDGLVVHUWDomRLQWLWXODGD

“O exercício do direito à dedução em IVA – uma análise jurisprudencial dos requisitos fundamentais”, que tive o gosto de ser orientador e que, com pequenas

alterações, vê felizmente a luz do dia.

1RHQWDQWRDVXDFDPLQKDGDFRPR¿VFDOLVWDQmRFRPHoDQHVWHPRPHQWR $LQGDHVWXGDQWHKDYLDVLGRFRDXWRUDHPGRDUWLJR³2QRYR5HJLPH IRUIHWiULRGR,9$GRVSURGXWRUHVDJUtFRODV´SXEOLFDGRQDSUHVWLJLDGD5HYLVWD GH)LQDQoDV3~EOLFDVH'LUHLWR)LVFDO $QR9,,,QžQ~PHURGHRXWRQR GR Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal (IDEFF) da Faculdade de Direito de Lisboa. No ano em curso foi igualmente coautora de um livro FRP ¿QDOLGDGHV HVVHQFLDOPHQWH SHGDJyJLFDV 'LUHLWR7ULEXWiULR HP$omR Casos práticos resolvidos), com reedição à vista, onde colaborou sobretudo QRVH[HUFtFLRVUHODWLYRVDR,PSRVWRVREUHR9DORU$FUHVFHQWDGRHHPPHQRU grau, no que toca ao Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Coletivas. Na FDOKDHVWiDLQGDDSXEOLFDomRQDUHIHULGDUHYLVWDGR,'())GHXP³&RPHQ-WiULRDR3URF7GR&$$'´GHFXMRGHVFULWLYRp³,5&H IVA – despesas de representação; dedutibilidade de custos; eventos; direito à GHGXomRHP,9$´3DUDDOpPGLVVRSDUWLFLSRXFRPRLQYHVWLJDGRUDHRUDGRUD na Conferência sobre Cidadania e Educação Fiscal, realizada em Cáceres em QRFRQWH[WRGR3URMHWR,EpULFRGH/LWHUDFLD)LQDQFHLUDH)LVFDOXP projeto do ISCAL realizado em parceria com a Universidade da Extremadura.

Apresentada a autora, passemos à apresentação deste seu trabalho. Após XPDEUHYHLQWURGXomRVREUHDVFDUDWHUtVWLFDVGR,9$FRPGHVWDTXHSDUDDLP-SRUWkQFLDGRSULQFtSLRGDQHXWUDOLGDGHSDUDDQDWXUH]DHDPSOLWXGHGRGLUHLWR jGHGXomRHSDUDRVPpWRGRVGRVHXH[HUFtFLR VXEWUDWLYRLQGLUHWRGRUHSRUWHH do reembolso), consagrados na legislação europeia (em especial a Diretiva de &RQVROLGDomRGR,9$'LUHWLYD&(GR&RQVHOKRGH H nacional, o presente trabalho analisa essencialmente três temas.

São eles:

i) a questão dos requisitos de cuja observação depende, na prática, o H[HUFtFLRGRGLUHLWRjGHGXomRrequisitos objetivos (formais), com SDUWLFXODUGHVWDTXHSDUDDLPSRUWkQFLDGDIDWXUDsubjetivos, centrando DDWHQomRQDTXDOLGDGHGHVXMHLWRSDVVLYRHQRH[HUFtFLRSRUSDUWH deste, de uma atividade económica; e temporais, analisando a relação entre facto gerador e exigibilidade do imposto para, em seguida,

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se debruçar sobre a importante questão do prazo de caducidade do direito à dedução;

ii) as situações de exclusão do direito à dedução, quer as decorrentes de LVHQo}HVLQFRPSOHWDVTXHUDVGHUURJDo}HVHVSHFL¿FDPHQWHSUHYLVWDV QDMiUHIHULGD'LUHWLYDGH&RQVROLGDomRGR,9$HQRDUWLJRžGR Código do IVA; e

LLL  RSUREOHPDGRH[HUFtFLRGRGLUHLWRjGHGXomRSRUVXMHLWRVSDVVLYRV mistos (aqueles que tanto realizam operações com direito à dedução como operações sem direito à dedução), e o dos recursos de utiliza-ção mista, aos quais são aplicados os métodos da percentagem de dedução (método do pro rata) e da afetação real.

8PGHVWDTXHHVSHFLDOpGDGRSRU¿PDRSUREOHPDGDIUDXGHDR,9$ (nobody is perfect), em especial da fraude intracomunitária conhecida por "fraude carrossel".

O crescente recurso a este tipo de fraude é, de facto, facilitada pelo desfasa-mento temporal existente entre a formação do direito à dedução nas transações intraeuropeias (os bens saem sem IVA do Estado membro de origem, ou seja, a WD[D]HUR HRPRPHQWRHPTXHRVHXDGTXLUHQWH XPRSHUDGRU¿FWtFLR YHQGH o bem a um terceiro e liquida o IVA nacional no Estado membro de destino. Esse GHVIDVDPHQWRSHUPLWHTXHRRSHUDGRU¿FWtFLRGHVDSDUHoDVHPHQWUHJDUR,9$j DGPLQLVWUDomR¿VFDOGHVWH(VWDGR$OHL HXURSHLDHQDFLRQDO HDMXULVSUXGrQFLD têm tentado combater este tipo de fraude e a Autora dá conta desses esforços e GRVYiULRVLQVWUXPHQWRVXWLOL]DGRVSDUDHVVH¿P0DVRUHFXUVRDPHFDQLVPRV de limitação desse direito não resolve o problema de fundo e suscita outras questões nem sempre de fácil resolução.

'DtVHUFRPSUHHQVtYHOHVWDUPRVSHUDQWHXPDTXHVWmRLQVFULWDQDRUGHPGR GLDSRLVDODUJDGLVVHPLQDomRGHVWHWLSRGHIUDXGHIHUHGHPRUWHRSULQFtSLR da neutralidade do imposto e o seu principal instrumento, o direito à dedução. É esta, aliás, a principal razão que subjaz à recente aprovação do chamado HQ¿P UHJLPHGH¿QLWLYRGR,9$FHQWUDGRMiQmRQXPXWySLFRSULQFtSLRGD RULJHPPDVQXPUHDOLVWDSULQFtSLRGRGHVWLQR

/LVERD

ANTÓNIO CARLOSDOS SANTOS

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ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

AT – Administração Tributária e Aduaneira

CAAD – Centro de Arbitragem Admnistrativo

CC – Código Civil

CEE – Comunidade Económica Europeia

Cfr. – Cifrando

cit. – citado

cits. – citados

CIVA – Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado

coord. – coordenador

coords. – coordenadores

',9$ ± 'LUHWLYD&(GR&RQVHOKRGHGHQRYHPEURGH UHODWLYDDRVLVWHPDFRPXPGRLPSRVWRVREUHRYDORU DFUHVFHQWDGR'LUHWLYD,9$

EFTA – European Free Trade Association GATT – General Agreement on Tariffs and Trade

IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

LGT – Lei Geral Tributária

Qž ± Q~PHUR

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econó-mico

op. cit. – obra citada

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OEXERCÍCIODODIREITOÀDEDUÇÃOEMIVA – UMAANÁLISEDOSREQUISITOSFUNDAMENTAIS

pp. – páginas p. – página 3ULPHLUD',9$ ± 'LUHWLYD&((GR&RQVHOKRGHGHDEULOGH Proc. – Processo Procs. – Processos Prof. – Professor

RITI – Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias

6HJXQGD',9$ ± 'LUHWLYD&((GR&RQVHOKRGHGHDEULOGH 6H[WD',9$ ± 'LUHWLYD&((GR&RQVHOKRGHGHPDLRGH

ss. – seguintes

STA – Supremo Tribunal Administrativo

TCAS – Tribunal Central Administrativo do Sul TCAN – Tribunal Central Administrativo do Norte

TFUE – Tribunal sobre o Funcionamento da União Europeia TJUE – Tribunal de Justiça da União Europeia

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CAPÍTULO I

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1. Principais características do IVA

Como é sabido, o IVA1

FODVVL¿FDVHHPWHUPRVJHUDLVFRPRXPLPSRVWRLQGL-UHWRGHPDWUL]FRPXQLWiULDQHXWURSOXULIiVLFRGHREULJDomR~QLFDQmRFXPXODWLYR que atinge tendencialmente todo o ato de consumo (imposto geral), materializando-VHFRPRXPDHVSpFLHGH³DQHVWHVLD¿VFDO´DVVHQWDQGRQRGHVLJQDGRPpWRGRGR crédito de imposto, que resultou de um aperfeiçoamento dos impostos cumulativos, XOWUDSDVVDQGRDVVXDVLQVX¿FLrQFLDVQLVVRFRQVWLWXLQGRDVXDSULQFLSDOYLUWXGH

(PSDUDOHOLVPRFRPRHVWLSXODGRQRDUWLJRžGD',9$, “(o)princípio do

sistema comum do IVA consiste em aplicar um imposto geral sobre o consumo exatamente proporcional ao preço dos bens e serviços, seja qual for o número de operações ocorridas no processo de produção e de distribuição anterior ao está-dio de tributação. Em cada operação, o IVA, calculado sobre o preço do bem ou serviço à taxa aplicável ao referido bem ou serviço, é exigível, com prévia dedução do montante do imposto que tenha incidido diretamente sobre o custo dos diversos

1 6REUHDVFDUDFWHUtVWLFDVGR,9$YHMDPVHQRPHDGDPHQWH;DYLHUGH%DVWRA tributação

GRFRQVXPRHDVXDFRRUGHQDomRDQtYHOLQWHUQDFLRQDO/Lo}HVVREUHDKDUPRQL]DomR¿VFDOQD Comunidade Económica Europeia,&&7)Qž/LVERD$QWyQLR&DUORVGRV6DQWRV

³7KH(XURSHDQFRPPRQ9$7V\VWHPPHULWVGLI¿FXOWLHVDQGSHUVSHFWLYHVRIHYROXWLRQ´Revista

de Finanças Públicas e Direito Fiscal$OPHGLQDQž$QR,&ORWLOGH&HORULFR3DOPD Introdução ao Imposto sobre o Valor Acrescentado&DGHUQRV,'())Qž$OPHGLQDHGLomR

MXOKRGH&LGiOLD/DQoD³2,PSRVWRVREUHR9DORU$FUHVFHQWDGR´Lições de Fiscalidade FRRUG-RmR5LFDUGR&DWDULQRH9DVFR%UDQFR*XLPDUmHV $OPHGLQD&RLPEUDH%HQ Terra e Julie Kajus, A Guide to the European VAT Directives (vol.1):Introduction to European

VAT$PVWHUGDP,%)'

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eQD3ULPHLUD',9$&((GR&RQVHOKRGHGHDEULOGHTXHVXUJHDFDUDFWH-14

OEXERCÍCIODODIREITOÀDEDUÇÃOEMIVA – UMAANÁLISEDOSREQUISITOSFUNDAMENTAIS

elementos constitutivos do preço. O sistema comum do IVA é aplicável até ao estádio do comércio a retalho, inclusive”.

$H¿FiFLDGR,9$DVVHQWDQDPHFkQLFDGRVHXmodus operandi: a tributação do valor acrescentado proporcionado por cada agente económico ao longo da cadeia operativa, sendo, por isso, um imposto cuja base conceptual advém da economia.

1.1. Matriz comunitária

Na génese do processo de harmonização comunitária da tributação do consumo encontramos o Tratado de Roma.

Em conformidade com Clotilde Celorico Palma4, as razões subjacentes ao

processo de harmonização do IVA compreendem “…o objectivo de prenevir que,

através da tributação indirecta interna, os Estados membros introduzissem medidas ¿VFDLVTXHSXVHVVHPHPFKHTXHRREMHFWLYRGD8QLmRDGXDQHLUD « DQHFHVVLGDGH de serem evitadas distorções de concorrência entre mercados nacionais e entre HPSUHVDVTXHRSHUDPQHVVHVPHUFDGRVHSRU¿PDLQVWLWXLomRGRFKDPDGRUHJLPH de receitas próprias do Orçamento comunitário”.

A primeira etapa do processo de harmonização coincidiu com a imposição de adesão ao modelo comum do IVA, relativamente aos Estados-membros da anterior &RPXQLGDGH(FRQyPLFD(XURSHLD &(( SHOD'LUHWLYD&((GR&RQVHOKR GHGHDEULOGH 3ULPHLUD',9$ HDVVXDVFDUDFWHUtVWLFDVIRUDPHVWDEHOHFLGDV DQtYHOFRPXQLWiULRQD'LUHWLYD&((GR&RQVHOKRGHGHDEULOGH (Segunda DIVA), a qual veio aprovar o denominado primeiro sistema comum do IVA.

Na segunda etapa registou-se a aprovação de um segundo modelo comum do ,9$QD'LUHWLYD&((GR&RQVHOKRGHGHPDLRGH 6H[WD',9$  a qual foi revogada pela Diretiva IVA (DIVA).

$WHUFHLUDHWDSDFDUDFWHUL]RXVHSHODDSURYDomRGR/LYUR%UDQFRSDUDDUHD-OL]DomRGRPHUFDGRLQWHUQRHPMXQKRGHHDHQWUDGDHPYLJRUGR$WRÒQLFR (XURSHXHPFRPSRVWHULRUDSURYDomRGD'LUHWLYD&((GHGH dezembro de 1991, a qual instituiu um regime transitório de tributação no destino para as transações intracomunitárias.



6REUHDWHPiWLFDYHMDPVH0iULR$OH[DQGUH³$+DUPRQL]DomRGR,9$REMHWLYRVHHVWUD-WpJLDV´Ciência e Técnica FiscalDEULOMXQKR$ntónio Carlos dos Santos, ³2,9$ FRPXQLWiULRQDHQFUX]LOKDGD5XPRDXPQRYRVLVWHPDFRPXP"´ HPFRODERUDomRFRP0iULR Alexandre), Ciência e Técnica FiscalQžSSH&ORWLOGH&HORULFR3DOPD³$

harmonização comunitária do imposto sobre o valor acrescentado: Quo vadis"´Revista de

Ciências Empresariais e JurídicasQžVHWHPEUR

4 Cfr. Clotilde Celorico Palma, As Entidades Públicas e o Imposto sobre o Valor Acrescentado

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ENQUADRAMENTOTEÓRICO

Na verdade, este imposto possui uma matriz comunitária, fazendo parte in-WHJUDQWHGR³acquis communitaire³XPDYH]TXHDDSOLFDomRGRVLVWHPDFRPXP do IVA, por parte dos Estados-membros da União Europeia (UE), é obrigatória a ¿PGHVHDWLQJLUDKDUPRQL]DomRQDWULEXWDomRGRFRQVXPRQD8(6, estando, por

FRQVHJXLQWHRVPHVPRVDGVWULWRVjVUHJUDVGH¿QLGDVQDVGLUHWLYDVUHJXODPHQWRV HGHFLV}HVQRVWHUPRVGRDUWLJRžGR7UDWDGRGH)XQFLRQDPHQWRGD8QLmR Europeia (TFUE).

1.2. Imposto indireto

O IVA consiste num imposto indireto7, uma vez que, em conformidade com

a teoria económica clássica, assenta no fenómeno da repercussão económica, HQFRQWUDQGRVHUHÀHWLGRQRSUHoRGRVEHQVHVHUYLoRVHFRUUHVSRQGHQGRDXPD tributação, efetuada de uma só vez, na fase retalhista.

Este imposto incide sobre o consumo e não sobre o rendimento, sendo que, quando um consumidor adquire algo, tem de pagar não só o respetivo valor do bem mas também a soma correspondente ao IVA.

&RPRQRWD$QWyQLR&DUORVGRV6DQWRV³6REUHRLPSRVWRHXURSHX´AV, Reformar o Orçamento,

0XGDUD(XURSD/LVERD,6(*&RPLVVmR(XURSHLDSS WDPEpPSXEOLFDGR in TOC,

5HYLVWDGD&kPDUDGRV7pFQLFRV2¿FLDLVGH&RQWDVQžSS R,9$p“ …um imposto nacional, mas que segue uma matriz comunitária estabelecida por meio de directivas, FRQVWLWXLQGRRFDVRPDLVWtSLFRHPDLVDYDQoDGRGHKDUPRQL]DomR¿VFDO´. Sobre esta questão

FRQFOXLRPHVPRDXWRUTXH³(e)mbora a criação do IVA seja peça essencial da construção

HXURSHLDHWHQKDVLGRYLVWDFRPRHPEULmRGHIXWXURLPSRVWRHXURSHXQmRpSRVVtYHOTXDOL¿FDU o IVA como um imposto comunitário. A criação do IVA deu-se por razões internas de mercado´

6Tal como nota António Carlos dos Santos em Auxílios de Estado e Fiscalidade, Almedina,

QRWRFDQWHj¿VFDOLGDGHLQGLUHWDYHUL¿FDVHXPSURFHVVRGHKDUPRQL]DomRPDLVDFHQWXDGR sendo que, no que concerne ao IVA, ainda que seja de forma inacabada, existe um modelo co-munitário de imposto. Sobre esta temática veja-se ainda do mesmo autor, ³3ROtWLFDVRUoDPHQWDO H¿VFDODQRVGHSRLV´ em Romão, A. (org.), A Economia Portuguesa 20 Anos Após a Adesão, $OPHGLQDSS. 7 (PFRQIRUPLGDGHFRPD'HFLVmRDUELWUDOGHGHQRYHPEURGHSURIHULGDQR3URF 7GR&$$'R³,9$SRGHGH¿QLUVHFRPRXPLPSRVWRLQGLUHWRWDQWRGHXPSRQWRGH YLVWDMXUtGLFR FRPRWDOpFODVVL¿FDGRQR2UoDPHQWR*HUDOGR(VWDGR FRPRGHXPSRQWRGH YLVWDHFRQyPLFRGDGRTXHUHFDLVREUHDGHVSHVDVHQGRUHSHUFXWtYHO RHQFDUJR¿VFDOpWUDQV-IHUtYHOSDUDRFRQVXPLGRU¿QDO HRUHVSHWLYRIDFWRWULEXWiULRDSUHVHQWDXPFDUiFWHUWUDQVLWyULR ou acidental”.  $UHSHUFXVVmR¿VFDOQR,9$pXPDVVXQWRTXHWHPVLGRSRXFRDQDOLVDGRSHODGRXWULQDSRUWX-JXHVD6LWXDVHQXPD]RQDGHIURQWHLUDHQWUHDWHRULDHFRQyPLFDHR'LUHLWR+iTXHPDTXDOL¿TXH como um fenómeno meramente económico de transferência da carga económica do imposto, HQTXDQWRTXHRVMXULVWDVWHQGHPDQHJDUOKHRLQWHUHVVHSDUDDWHRULD¿VFDO6REUHHVWDTXHVWmR YHMDVH%UXQR%RWHOKR$QWXQHVA Repercussão Fiscal no IVA$OPHGLQD&RLPEUDRXWXEUR

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16

OEXERCÍCIODODIREITOÀDEDUÇÃOEMIVA – UMAANÁLISEDOSREQUISITOSFUNDAMENTAIS

Com efeito, tal como explica Juan Calvo Vérgez9, “…el Impuesto sobre el Valor

Anãdido se presenta como un impuesto sobre las ventas repercutido por el vendedor al comprador y que el primero (el vendedor) ha de ingressar en el Tesouro”.

7DOFRPRGHWHUPLQDRDUWLJRžGR&,9$DLPSRUWkQFLDGRLPSRVWROLTXLGDGR deve ser adicionada ao valor da fatura, para efeitos da sua exigência aos adquirentes GRVEHQVRXGHVWLQDWiULRVGRVVHUYLoRVRTXHUHÀHWHDLGHLDGDREULJDWRULHGDGHGD repercussão do imposto.

Assim, o devedor do imposto procede à sua repercussão (repercute o encargo) SDUDRFRQVXPLGRU¿QDORTXDOVXSRUWDHFRQRPLFDPHQWHRLPSRVWRGHYLGR

1.3. Imposto neutro

1RWHVHTXHXPDGDVSULQFLSDLVFDUDFWHUtVWLFDVGHVWHWULEXWRpDUHVSHWLYDQHX-tralidade, cujo desenvolvimento temático irá ser efetuado a posteriori.

O IVA, ao operar com base no método subtrativo indireto, é um modelo de imposto sobre as transações que observa, tendencialmente, este requisito.

1.4. Imposto geral sobre o consumo

Como nota Sérgio Vasques11R,9$³… constitui o mais importante imposto

geral sobre o consumo da modernidade, encontrando-se espalhado pelos quatro cantos do mundo´

(VWHLPSRVWRFRQ¿JXUDVHFRPRXPLPSRVWRJHUDOVREUHRFRQVXPRGHYLGR à sua base de incidência, uma vez que recai sobre a generalidade das transações HFRQyPLFDVHIHWXDGDVDWtWXORRQHURVRLQFLGLQGRVREUHDVWUDQVPLVV}HVGHEHQVDV prestações de serviços, as operações intracomunitárias e as importações, incluindo as operações assimiladas, e abrangendo todas as fases do circuito económico.

(VWHVFRQFHLWRVHVWmRGH¿QLGRVQR&,9$HQR5HJLPHGR,9$QDV7UDQVDo}HV Intracomunitárias (RITI) pela positiva, com exceção do conceito de prestação de serviços, que se encontra delimitado de forma residual ou negativa, abarcando

9 Cfr. Juan Calvo Vérgez, El derecho de deducción en el IVA/$/(<HGLFLyQMXQLR

p. 17.



11 Cfr. Sérgio Vasques, O Imposto Sobre o Valor Acrescentado$OPHGLQDVHWHPEURS

6REUHHVWDWHPiWLFDYHMDVHGRPHVPRDXWRU³2,9$HQTXDQWR,PSRVWR*HUDOGH&RQVXPR´

Cadernos IVA&DWyOLFD7D[&RLPEUD(GLo}HV$OPHGLQDSS

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ENQUADRAMENTOTEÓRICO

qualquer operação que não constitua uma transmissão, aquisição intracomunitária ou importação de bens.

(VWHLPSRVWRYLVDWULEXWDURFRQVXPRHQmRRH[HUFtFLRGHDWLYLGDGHVHFRQy-micas, sendo que o critério que delimita a base de incidência do IVA é o conceito de atividade económica.

6HJXQGR%UXQR%RWHOKR$QWXQHV14³(t)oda a construção do IVA tem em vista a

tributação do consumo, ou seja, a tributação da riqueza manifestada em cada acto de consumo´LGHLDTXHUHÀHWHRSULQFtSLRGDFDSDFLGDGHFRQWULEXWLYD

$DSOLFDomRGRSULQFtSLRGDFDSDFLGDGHFRQWULEXWLYDQDVHGHGHVWHLPSRVWRp OLPLWDGDXPDYH]TXHRREMHWLYRGHVWHWULEXWRpWULEXWDURFRQVXPR¿QDORXVHMDD capacidade económica evidenciada no ato de consumo, em detrimento da atividade económica efetuada pelos sujeitos passivos.

1.5. Imposto plurifásico

1RTXHUHVSHLWDjVXDWD[LRORJLDR,9$FODVVL¿FD-se como um imposto pluri-fásico pois a sua liquidação processa-se em todas as fases do processo produtivo, incluindo os produtores, grossistas, retalhistas e consumidores, o que permite al-FDQoDUPDLRUHVQtYHLVGHVLPSOLFLGDGHHQHXWUDOLGDGHXPDYH]TXHSRVVLELOLWDTXH RLPSRVWRVHMDFREUDGRGDIRUPDPDLVJHUDOSRVVtYHOVHQGRRPHVPRIUDFLRQDGR por todos os operadores que participam no circuito económico.

O IVA é um imposto sem efeitos cumulativos, visto incidir apenas sobre o valor acrescentado do produto ou serviço. Diversamente dos impostos cumulativos ou em cascata, que incidem sobre o montante bruto de cada operação, incluindo impostos pagos nas fases antecedentes da cadeia produtiva, o IVA incide sobre o montante OtTXLGRHDSHQDVVREUHRYDORUDFUHVFHQWDGRVHQGRVXEWUDtGRRYDORUVXSRUWDGR pelos sujeitos passivos no estádio anterior.



2FRQFHLWRGHWUDQVPLVVmRGHEHQVHQFRQWUDVHGLVSRVWRQRDUWLJRžGR&,9$ HDVRSHUD-o}HVDVVLPLODGDVDRPHVPRQRDUWLJRžGR5,7, RFRQFHLWRGHDTXLVLo}HVLQWUDFRPXQLWiULDVp GHWHUPLQDGRQRDUWLJRžGR5,7, HDVRSHUDo}HVDVVLPLODGDVjVPHVPDVQRDUWLJRžGR5,7,  HRFRQFHLWRGHLPSRUWDomRHVWiHVWLSXODGRQRDUWLJRžGR&,9$

14 &IU%UXQR%RWHOKR$QWXQHVDa Repercussão Fiscal no IVARSFLWS

Neste sentido veja-se Clotilde Celorico Palma, As Entidades Públicas e o Imposto sobre o

9DORU$FUHVFHQWDGR±8PD5XSWXUDQR3ULQFtSLRGD1HXWUDOLGDGHRSFLWS1RWHVHTXH

KiTXHPHQWHQGDTXHRSULQFtSLRGDFDSDFLGDGHFRQWULEXWLYDpDSOLFiYHODWRGRVRVLPSRVWRV LQFOXLQGRDRVLPSRVWRVVREUHRFRQVXPR6REUHHVWDTXHVWmRYHMDVH%UXQR%RWHOKR$QWXQHVDa

Repercussao Fiscal no IVARSFLWSS6REUHDHYROXomRGRSULQFtSLRGDFDSDFLGDGH

FRQWULEXWLYDYHMDVH&ORWLOGH&HORULFR3DOPD³$HYROXomRMXUtGLFDGRSULQFtSLRGDFDSDFLGDGH FRQWULEXWLYD´Boletim de Ciência e Técnica FiscalQžSS

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OEXERCÍCIODODIREITOÀDEDUÇÃOEMIVA – UMAANÁLISEDOSREQUISITOSFUNDAMENTAIS

A este propósito Rui Laires16 refere que ”… (a) não ocorrência de tal efeito

cumulativo resulta da possibilidade de os operadores económicos disporem, por via de regra, do direito à dedução ou ao reembolso do IVA que lhes foi repercutido na fase precedente pelos seus fornecedores”.

1.6. Obrigação única

5H¿UD-VHDLQGDTXHR,9$pXPLPSRVWRGHREULJDomR~QLFD17, pois baseia-se

QXPIDFWRWULEXWiULRLQVWDQWkQHRHLVRODGR

Como refere Saldanha SanchesQHVWHWLSRGHLPSRVWRDGtYLGD¿VFDOUHVXOWD GDYHUL¿FDomRGHXPFHUWRIDFWRWULEXWiULRSUHYLVWRQDOHL

1.7. Método subtrativo indireto

O IVA é um imposto que opera através do denominado método subtrativo in-direto, das faturas, do crédito de imposto ou sistema dos pagamentos fracionados. (VWHPpWRGRFRPRUHIHUH;DYLHUGH%DVWR19FRQVWLWXL³… o processo típico

do IVA para evitar a geração de efeitos cumulativos

´PDWHULDOL]DQGRVHQDFKDYH--mestra do sistema comum do IVA.

Este mecanismo prende-se com a possibilidade conferida aos sujeitos passivos GHEHQH¿FLDUHPGRGLUHLWRjGHGXomRGRLPSRVWRTXHOKHVIRLFREUDGRex ante sobre os seus inputs.

O método em análise consiste na técnica de liquidação e dedução do imposto aplicada em cada uma das fases do circuito económico, relativamente aos sujeitos passivos do imposto com direito à dedução, uma vez que os particulares e os sujeitos SDVVLYRVTXHEHQH¿FLDPGHLVHQo}HVLQFRPSOHWDVVmRWLGRVFRPR³FRQVXPLGRUHV ¿QDLV´SDUDHIHLWRVGH,9$VHQGROKHVRXWRUJDGRRPHVPR

16 Cfr. Rui Laires, O IVA nas Actividades Culturais, Educativas, Recreativas, Desportivas e de

Assistência Médica ou Social$OPHGLQD&DGHUQRV,'())QžMXOKRS

17 6REUHLPSRVWRVSHULyGLFRVHLPSRVWRVGHREULJDomR~QLFDYHMDVH-RUJH/RSHVGH6RXVD

Código de Procedimento e de Processo Tributário – Anotado e Comentado – 9ROXPH,,

HGLomRSSH

Cfr. Saldanha Sanches, Manual de Direito FiscalHGLomR&RLPEUD(GLWRUDS 19 Cfr. Xavier de Basto, A tributação do consumo e a sua coordenação a nível internacional,

(19)

ENQUADRAMENTOTEÓRICO

7ULEXWRFRPHIHLWRGH³DQHVWHVLD¿VFDO´

(VWHLPSRVWRSURGX]WHFQLFDPHQWHXPHIHLWRGHDQHVWHVLD¿VFDOGDGRTXHDR incorporar o valor do imposto no preço de aquisição do bem ou serviço, o pagamento do imposto equivale ao pagamento do preço do produto fornecido ou do serviço SUHVWDGRWRUQDQGRDVVLPPHQRVSHUFHWtYHORPRQWDQWHGHFDUJD¿VFDODVXSRUWDU pelo contribuinte, o que, consequentemente, provoca uma menor consciência da TXDQWLDTXHGHVSHQGHDHVVHQtYHO

Este apenas se sente se houver um aumento das taxas de IVA, de reduzida ou LQWHUPpGLDSDUDQRUPDOXPDYH]TXHWDOIDFWRDXPHQWDVLJQL¿FDWLYDPHQWHRSUHoR do bem ou serviço e vice-versa.

2. O princípio nuclear do IVA: a neutralidade

2.1. Neutralidade numa perspetiva geral

1DVXDIRUPXODomRFOiVVLFDOLEHUDORSULQFtSLRGDQHXWUDOLGDGHHUDHQWHQGLGR em conformidade com a denominada regra de Edimburgo, ³OHDYHWKHPDV\RX¿QG

them´DTXDOSRVWXODYDXPDQHXWUDOLGDGHWRWDOGRLPSRVWRVHQGRTXHSDUDWDOD

tributação não deveria alterar a situação relativa anterior dos contribuintes para não causar distorções no mercado.

Atualmente e de acordo com Pitta e Cunha, “… o imposto é “neutro” quando

RSHUDPRGL¿FDo}HVKRPRWpWLFDVLJXDLVSDUDWRGRVRVHOHPHQWRVGHPHLRHFRQy-mico”. Não obstante, a neutralidade não é total, possuindo diversas limitações.

1HVWHVHQWLGRYHMDVH5XL'XDUWH0RUDLVImputação de lucros de sociedades não residentes

VXMHLWDVDXPUHJLPH¿VFDOSULYLOHJLDGR&RQWUROOHGIRUHLJQFRPSDQLHV2DUWžžGR&,5&

&ROHFomR7HVHV3XEOLFDo}HV8QLYHUVLGDGH&DWyOLFD3RUWRSSH6REUHHVWD temática, António Carlos dos Santos, Auxílios de Estado e FiscalidadeRSFLWSUHIHUH que a neutralidade compreende a análise da “escolha dos impostos (e técnicas tributárias) que

menos distorções provoquem”.

&IU3LWWDH&XQKD³$WULEXWDomRGRYDORUDFUHVFHQWDGR´Vinte Anos de Imposto Sobre o

Valor Acrescentado em Portugal: Jornadas Fiscais em Homenagem ao Professor José Guilherme Xavier de Basto, $OPHGLQD&RLPEUDQRYHPEURS

Como conclui António Carlos dos Santos, Auxílios de Estado e FiscalidadeRSFLWS

a neutralidade é um conceito relativo mas não absoluto, dado que, no seu ponto de vista, um imposto totalmente neutro não existe, mas é um facto que um imposto pode manifestar-se mais neutro que outro no contexto de uma determinada escolha, e, porventura, menos neutro que um terceiro no contexto diverso de outra escolha.

(20)



OEXERCÍCIODODIREITOÀDEDUÇÃOEMIVA – UMAANÁLISEDOSREQUISITOSFUNDAMENTAIS

2.2. Neutralidade a nível comunitário

Como nota Francisco Javier de la Riva Garcia³el objectivo prioritário de la

SROtWLFD¿VFDOFRPXQLWiULDSRGUtDUHVXPLUVHFRPODSDODYUDQHXWUDOLGDG´

'HXPSRQWRGHYLVWDLQWHUQDFLRQDOHVWHLPSRVWRDVVHJXUDGHIRUPDH¿FD] RVDMXVWDPHQWRV¿VFDLVQDVIURQWHLUDVDWUDYpVGDQHXWUDOL]DomRGDVGLIHUHQoDVGH WULEXWDomRXPDYH]TXHRVEHQVVmRWULEXWDGRVjWD[DGRSDtVHPTXHVmRFRQVX-PLGRV GHYLGRDRSULQFtSLRGHWULEXWDomRQRSDtVGHGHVWLQR), independentemente

da taxa aplicada na origem, o que permite garantir a sua neutralidade dado que as restituições à exportação e as compensações na importação são efetuadas de forma VLPSOHVHULJRURVDSRUVHUSRVVtYHOSURFHGHUDRDSXUDPHQWRGDFRPSRQHQWH¿VFDO do valor dos bens (com exatidão) em qualquer fase do circuito económico. Neste contexto, o mecanismo da dedução apresenta-se como um elemento chave do sis-tema comum do IVA.

2.2.1. Neutralidade em relação ao consumo e produção

Em conformidade com António Carlos dos Santos³(o) grande desígnio que

UHJHDLQWHUYHQomRHXURSHLDQD¿VFDOLGDGHGRV(0pRSULQFtSLRGDQHXWUDOLGDGH neutralidade no consumo e na produção como no IVA(…)”.

Como nota o mesmo autor, no que tange à implantação do IVA na Comunidade (XURSHLDGHXPSRQWRGHYLVWDHFRQyPLFR³… the main objective of VAT was the

deepening of the economic integration process in the European community(… ´H

QXPSRQWRGHYLVWDWpFQLFR³… the objective was the introduction of neutrality in

consumption taxation and in the organisation of the enterprises in comparison with the existente turnover taxes having comulative effects´

&IU)UDQFLVFR-DYLHUGHOD5LYD*DUFLD³/DSROtWLFD¿VFDOFRPXQLWiULD\VXLQFLGrQFLDSDUD

España´Documentación AdministrativaQžS

(VWHPDWHULDOL]DVHHPWHUPRVJHQpULFRVQRIDFWRGRVEHQVVHUHPWULEXWDGRVDSHQDVQRSDtV

RQGHRFRUUHRDWRGHFRQVXPRQmRVHFRQVLGHUDQGRRSDtVGDUHVSHWLYDRULJHPVHQGRLQFOXVLYH adotado ou permitido pelas organizações de comércio ou de cooperação económica internacional, nomeadamente pelo GATT, pela EFTA, pela OCDE e, até à data, pela UE. Sobre o tema, veja-se &ORWLOGH&HORULFR3DOPD³2,9$HRPHUFDGRLQWHUQRUHÀH[}HVVREUHR5HJLPH7UDQVLWyULR”,

CCTFQžH$QWyQLR&DUORVGRV6DQWRV“Integração Europeia e Abolição das Fronteiras

)LVFDLV'R3ULQFtSLRGR'HVWLQRDR3ULQFtSLRGD2ULJHP"´Ciência e Técnica Fiscal,Qž 6HSDUDWDRXWXEURGH]HPEURSSHVV

Cfr. António Carlos dos Santos,³&LGDGDQLD(XURSHLD&RQWULEXLQWH(XURSHX8PD5HODomR

FRP)XWXUR"´LQ+RUYDWK( &RQWL0 6FDII))Direito Financeiro, Económico e

Tribu-tário. Homenagem a Regis Fernandes de Oliveira6mR3DXOR4XDUWLHU/DWLQSS

&IU$QWyQLR&DUORVGRV6DQWRV³7KH(XURSHDQFRPPRQ9$76\VWHPPHULWVGLI¿FXOWLHVDQG

(21)

ÍNDICE

CAPÍTULO I

ENQUADRAMENTO TEÓRICO ...

1. Principais características do IVA ... 1.1. 0DWUL]FRPXQLWiULD ... 14 1.2. Imposto indireto ... 1.3. Imposto neutro ... 16 1.4. Imposto geral sobre o consumo ... 16 1.5. Imposto plurifásico ... 17 1.6.2EULJDomR~QLFD ...  1.7.0pWRGRVXEWUDWLYRLQGLUHWR...  1.8.7ULEXWRFRPHIHLWRGH³DQHVWHVLD¿VFDO´ ... 19 2. O princípio nuclear do IVA: a neutralidade... 19 2.1. Neutralidade numa perspetiva geral ... 19 2.2.1HXWUDOLGDGHDQtYHOFRPXQLWiULR ...  2.2.1. Neutralidade em relação ao consumo e produção ... 2.3. Neutralidade no IVA ... 2.3.1. Neutralidade interna e externa ... 2.4.1HXWUDOLGDGHFRPRSULQFtSLRIXQGDPHQWDOGRGLUHLWRjGHGXomR ... 

(22)

174

OEXERCÍCIODODIREITOÀDEDUÇÃOEMIVA – UMAANÁLISEDOSREQUISITOSFUNDAMENTAIS

CAPÍTULO II

NATUREZA E AMPLITUDE DO DIREITO À DEDUÇÃO ...

1. Regras gerais do exercício do direito à dedução ... 1.1. Enquadramento na DIVA ... 1.2. Enquadramento no CIVA ... 1.3.7LSRVGHVXMHLWRVSDVVLYRVQRH[HUFtFLRGRGLUHLWRjGHGXomR ...  2. Métodos de exercício do direito à dedução ... 2.1.0pWRGRVXEWUDWLYRLQGLUHWR...  2.2.0pWRGRGRUHSRUWHHGHUHHPEROVR ... 

CAPÍTULO III

REQUISITOS DO DIREITO À DEDUÇÃO ...

1. Requisitos objetivos ou formais ... 1.1. Enquadramento na DIVA ... 1.2. Enquadramento no CIVA ... 1.3.$LPSRUWkQFLDGDIDWXUDSDUDRH[HUFtFLRGRGLUHLWRjGHGXomR ... 41 1.4. $IDWXUDFRPRPHLRGHSURYDQRH[HUFtFLRGRGLUHLWRjGHGXomR ...  1.5. Direito à dedução do IVA indevidamente mencionado

ou liquidado na fatura ... 1.6. Direito à dedução em caso de violação de obrigações formais,

¿VFDLVHFRQWDELOtVWLFDV ... 47 1.7. $QiOLVHMXULVSUXGHQFLDOUHODWLYDDRFRQWH~GRQHFHVViULRGDIDWXUD

SDUDHIHLWRVGRH[HUFtFLRGRGLUHLWRjGHGXomR ...  1.7.1. $UWLJRžQžHGD',9$Q~PHURGHLGHQWL¿FDomR

para efeitos de IVA ...

1.7.2. $UWLJRžQžGD',9$QRPHHPRUDGDFRPSOHWD

do sujeito passivo ... 1.7.3.$UWLJRžQžGD',9$TXDQWLGDGHHQDWXUH]DGRVEHQV

ou extensão e natureza dos serviços prestados ... 1.7.4.$UWLJRžQžGD',9$GDWDHPTXHIRLHIHWXDGD

RXFRQFOXtGDDHQWUHJDGHEHQVRXDSUHVWDomRGHVHUYLoRV ...  2. Requisitos subjetivos ...

2.1. O conceito de sujeito passivo como condição fundamental

(23)

ÍNDICE

2.2. O conceito de atividade económica como condição fundamental

SDUDRH[HUFtFLRGRGLUHLWRjGHGXomR ...  2.2.1. Natureza ampla e objetiva ...

2.2.2. Onerosidade da atividade económica ... 67

2.3. Direito à dedução nos atos preparatórios ... 67

2.4. Análise da relação direta e imediata ... 3. Requisitos temporais ... 3.1.'H¿QLomRGRVFRQFHLWRVGHIDFWRJHUDGRUHH[LJLELOLGDGH previstos na DIVA ... 3.2. O facto gerador e a exigibilidade nas operações tributáveis internas ... 3.2.1. Enquadramento na DIVA ... 3.2.2. Enquadramento no CIVA ... 3.3.2SUD]RGHFDGXFLGDGHFRPROLPLWHWHPSRUDOGRH[HUFtFLRGRGLUHLWR à dedução ... CAPÍTULO IV ISENÇÕES E EXCLUSÕES NO DIREITO À DEDUÇÃO EM SEDE DE IVA ... 1. As isenções em sede de IVA ... 1.1. As modalidades das isenções relativamente ao direito à dedução ... 1.1.1. Isenções completas ... 96

1.1.2. Isenções incompletas ... 97

2. Exclusões do direito à dedução ... 99

2.1.([FOXV}HVGRGLUHLWRjGHGXomRSUHYLVWDVQRDUWLJRžGD',9$ ... 99 2.2.([FOXV}HVSRUUD]}HVFRQMXQWXUDLVSUHYLVWDVQRDUWLJRžGD',9$ ...  2.3. ([FOXV}HVFRQVWDQWHVGRDUWLJRžGD',9$ ...  2.4. ([FOXV}HVFRQVWDQWHVGRDUWLJRžGR&,9$ ... 

CAPÍTULO VI

O EXERCÍCIO DO DIREITO À DEDUÇÃO

PELOS SUJEITOS PASSIVOS MISTOS ...

(24)

176

OEXERCÍCIODODIREITOÀDEDUÇÃOEMIVA – UMAANÁLISEDOSREQUISITOSFUNDAMENTAIS

2. Métodos de exercício ...111 2.1. 0pWRGRGDpro rata ...  2.2. 0pWRGRGDDIHWDomRUHDO ... 114

CAPÍTULO VI

A FRAUDE NO IVA ...117

1. A fraude a nível intracomunitário ... 117 2. Fraude carrossel ... 119 3. Direito à dedução em caso de fraude ... 4. A aplicação de sanções por parte dos Estados-Membros ... 5. Mecanismos previstos no ordenamento jurídico interno de luta

contra a fraude ... 5.1. $QiOLVHGRDUWLJRžQosHGR&,9$ ... 

5.2. O mecanismo da responsabilidade solidária previsto

QRVDUWLJRVžHžGR&,9$ ...  5.3. O mecanismo do reverse charge e o direito à dedução ... 5.3.1. Enquadramento na DIVA ... 5.3.2. Enquadramento no CIVA ... 5.3.3. Consequências gerais no direito à dedução resultantes

da sua aplicação ... 5.3.4. Requisitos gerais do direito à dedução em caso de autoliquidação .... 5.3.5. O mecanismo do reverse charge como medida de combate

à fraude ... 141 CAPÍTULO VII SÍNTESE CONCLUSIVA ... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... Doutrina ... /LYURVPRQRJUD¿DVHWHVHV ...  Artigos e estudos ...

(25)

ÍNDICE

Jurisprudência ... Jurisprudência do TJUE ... Jurisprudência do CAAD ... Jurisprudência dos Tribunais Judiciais ... Legislação ... 171 Orientações administrativas ...

(26)

Referências

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