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X CONTROLE DE CHEIAS NO CÓRREGO DO MONJOLINHO - IGARAÇU DO TIETÊ - SP

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X008 CONTROLE DE CHEIAS NO CÓRREGO DO MONJOLINHO

-IGARAÇU DO TIETÊ - SP

João Sergio Cordeiro(1)

Engenheiro Civil e Doutor em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Diretor da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia. Coordenador do Comitê de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento da ABES. Professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos. Professor Convidado do Programa de Pós-Graduação em Hidráulica e Saneamento da EESC/USP. Paulo Vaz Filho

Engenheiro Civil e Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Federal de São Carlos. Professor dos Cursos de Especialização em Engenharia Sanitária promovidos pela

Universidade Federal de São Carlos. Professor Substituto na Área de Hidráulica e Saneamento do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos, entre setembro/96 e maio/97. Sócio Proprietário da Ville Projetos de Engenharia S/C Ltda.

José Luiz Ricci

Engenheiro Civil pela Faculdade de Engenharia Civil de Araraquara. Secretário de Obras da Prefeitura da Estância Turística de Igaraçu do Tietê/S.P.

Endereço(1): Av. Araraquara, 830 - Nova Estância - São Carlos - SP - CEP:13566-770 - Brasil - Tel: (16) 261-4002 - Fax: (16) 260-8259 - e-mail: cordeiro@power.ufscar.br

RESUMO

O processo de urbanização acelerado ocorrido no Brasil, à partir da segunda metade do século 20 tem provocado diversos impactos, entre os quais, o que acomete os sistemas de infra-estrutura urbana, quando eles não são coerentemente planejados e projetados. Um dos sistemas mais afetados pelo fenômeno da urbanização é o de drenagem de águas superficiais, uma vez que ele tem relação direta com o fenômeno, em virtude da urbanização do solo. Exemplo disso são os problemas de enchentes e inundações divulgados anualmente pela imprensa e que acometem municípios em praticamente todo o país, quando da estação chuvosa. Dentro desse contexto, os problemas enfrentados pela Estância Turística de Igaraçu do Tietê, município situado na região central do Estado de São Paulo, não se configuram em exceção à regra, já que em decorrência do violentíssimo processo de urbanização ocorrido principalmente na década de 70, sofre hoje com problemas de inundação, tal como a ocorrida no dia 05 de janeiro de 1999, quando a chuva ocorrida no final da tarde trouxe transtornos para a população que reside às margens do córrego que atravessa a região central da cidade. Sendo assim, o presente trabalho relata os estudos realizados com o objetivo de diagnosticar os problemas enfrentados pelo município e propor soluções a serem implementadas, visando a solução destes.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Drenagem, Urbanização, Enchentes, Precipitação, Canal.

INTRODUÇÃO

O crescimento acelerado dos núcleos urbanos, à partir da segunda metade do século 20, tem provocado impactos sociais, físicos, econômicos e nos sistemas de infra-estrutura urbana. Dentre esses, historicamente, o abastecimento de água tratada obteve maior destaque em função das prioridades, relegando os demais a um grau de importância inferior. Isto pode ser demonstrado à partir do percentual da população que dispõe de água tratada, da mesma população servida com coleta e tratamento esgoto sanitário, da quantidade de municípios que possuem tratamento e destino final adequados aos resíduos sólidos e pelas catástrofes cada vez mais freqüentes provocadas pelas enchentes.

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dispõem de redes de abastecimento de água e 39,09% são atendidas por rede de esgotamento sanitário, e não apresenta nenhum tipo de dado sobre o sistema de drenagem de águas superficiais.

Dentre os sistemas de infra-estrutura urbana, os sistema de drenagem de águas superficiais, além de serem alvo de pouca atenção, tem sido um dos mais impactados, uma vez que o crescimento desordenado das cidades leva à impermeabilização excessiva do solo, que por conseqüência provoca aumento considerável no volume do escoamento superficial, por ocorrência das chuvas, que ao longo dos anos tem se tornado mais intensas, bem como os intervalos de tempo entre os eventos de grande magnitude mostra-se cada vez mais curtos.

Todos os anos, no período do verão, o que se observa, quando da ocorrência de chuvas de elevadas intensidades, são grandes prejuízos, que vão desde simples alagamento das calhas das ruas até enchentes, que podem colocar em risco a vida da população e provocar perdas materiais e financeiras para todos.

Assim, os sistemas de drenagem de águas superficiais, devem sempre ser alvos de investimentos por parte dos poderes públicos, a fim de estarem adequados para a finalidade a que se destinam, ou seja, de captar e conduzir os escoamentos aos córregos de maneira segura, e estes direcionar e encaminhar esses caudais para fora da zona urbana de maneira eficiente, evitando todo e qualquer tipo de transtorno para a população e conferindo a ela melhor condição de vida.

No entanto, quando tais sistemas não funcionam de maneira eficiente, o que se observa são terríveis transtornos, como os ocorridos em Igaraçu do Tietê em Janeiro de 1999.

A Estância Turística de Igaraçu do Tietê está localizada a 275 Km da capital do Estado de São Paulo, na região central, à margem direita do Rio Tietê, na Bacia do Médio Tietê Superior, às margens do mais importante rio do Estado de São Paulo, o Tietê, que após atravessá-lo todo deságua no Rio Paraná, constituindo-se hoje num importante elo de ligação com outros estados e também com o Mercosul, através da Hidrovia Tietê-Paraná.

O município se destaca pelo turismo, uma vez que estando situado às margens do Rio Tietê, oferece grandes alternativas de lazer e entretenimento à população que para lá se dirige todos os finais de semana, uma vez que possui uma praia fluvial e principalmente uma eclusa, um dos motivos que fez com que a cidade fosse transformada em Estância Turística.

O trabalho foi executado em duas etapas. Na primeira, realizou-se o diagnóstico dos problemas de drenagem no município. Na segunda etapa, baseando-se nos resultados obtidos na primeira, foram propostas as soluções, levando-se em conta, além dos parâmetros hidráulicos e hidrológicos, os aspectos sócio-econômicos.

Nesse trabalho, primeiramente são apresentadas a dinâmica do processo de urbanização ocorrido e a caracterização do problema das enchentes em Igaraçu do Tietê a Bonita. Posteriormente, é mostrado diagnóstico da situação e finalmente são discutidas as causas do problema e apontadas possíveis soluções.

A OCUPAÇÃO URBANA EM IGARAÇU DO TIETÊ

A exemplo da grande maioria dos municípios brasileiros, que apresentam processo de urbanização acelerado, o município de Igaraçu do Tietê também possui as mesmas características, com a grande migração de pessoas da zona rural para a urbana ocorrida à partir da década de 70, período que coincide com o avanço da agroindústria canavieira. No gráfico da Figura1, pode-se observar com clareza a inversão de ocupação entre as populações urbana e rural. Esse fato passou a exigir ocupação cada vez maior da área urbana, com a utilização de áreas localizadas na bacia do Córrego do Monjolinho.

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0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 1960 1970 1980 1991 1996 Anos População População Urbana População Rural População Total

Figura 1: Evolução das Populações Urbana, Rural e Total de Igaraçu do Tietê.

Através da análise da Figura 1, contata-se que entre 1960 e 1996 a população urbana passou de cerca de 3.500 para 22.000, crescendo mais de 600 %.

À partir de 1960, realizou-se análise da ocupação urbana em Igaraçu do Tietê com base em levantamento de todos os loteamentos aprovados no município até o final da década de 90, o que permitiu constatar que o crescimento populacional verificado, veio refletir diretamente na expansão física do espaço urbano, com o aumento muito grande no número de lotes. Os loteamentos aprovados nesse período foram agrupados a cada 10 anos, de forma que se obteve quatro períodos, correspondentes às décadas de 60, 70, 80 e 90. Para exemplificar, é mostrado o crescimento do espaço urbano (Figura 2), ocorrido entre o início da década de setenta e o final da década de noventa.

Figura 2: Expansão urbana de Igaraçu do Tietê.

A Estância Turística de Igaraçu do Tietê possui área total de 104 Km², dos quais até 1970, 1,0 Km² (o equivalente a 0,96 % da área total) se constituíam em área já ocupada ou em fase de ocupação.

A área urbanizada, no início da década de 80 passou a ser de 1,5 Km², ou seja, ocorreu um aumento de 50 % em relação ao início dos anos 70. Tinha-se portanto, um total de 1,46 % da área total do município já ocupado ou em fase de ocupação.

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Na década 90, o crescimento da área urbanizada se mantém praticamente igual ao da década de 80. No entanto, em termos percentuais, nos anos 90 a área urbanizada aumentou cerca de 29 %, contra mais de 42 % na década anterior.

Assim, toda dinâmica do processo de urbanização na Estância Turística, fez com que a área urbanizada atingisse 2,8 Km² no ano 2000, o que representa 2,67 % da área do município.

Toda essa dinâmica ocorrida no processo de urbanização em Igaraçu do Tietê, pode ser melhor visualizada ao se observar o gráfico a seguir (Figuras 3).

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 anos Área urbanizada (% )

Figura 3: Percentagem de área urbana em Igaraçu entre 1970 e 2000.

Essa população que migrou para a cidade, estabeleceu-se em região de contribuição efetiva para o incremento de vazão da Bacia do Córrego do Monjolinho, em virtude da impermeabilização ocorrida e, que deverá continuar a ocorrer, em virtude da busca de solução para o problema de habitação da população.

CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DAS ENCHENTES

Devido ao processo de urbanização que vem ocorrendo ao longo dos anos, principalmente nas três últimas décadas, a Estância Turística de Igaraçu do Tietê sofre com os problemas das fortes chuvas, principalmente, em virtude do transbordamento do Córrego do Monjolinho, que vêm causando alagamentos nas imediações do terminal rodoviário (Figura 4).

Figura 4: Inundação das plataformas do terminal rodoviário.

No entanto, nos últimos anos, o pior momento vivido pelos igaraçuenses se verificou no final da tarde de 5 de janeiro de 1999. Nesse dia, uma fortíssima chuva trouxe inúmeros prejuízos para os moradores que residem

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muita lama e barro (Figura 6), confirmam os problemas ocorridos em virtude da intensa precipitação que atingiu a cidade.

Figura 5: Moradores limpando padaria inundada.

Figura 6:Lama e barro em residência nas proximidades do terminal rodoviário.

As figuras mostradas apontam para o terrível problema que aflige as pessoas que moram ou possuem estabelecimentos comerciais nas proximidades do terminal rodoviário e por conseqüência do Córrego do Monjolinho, que durante a maior parte do ano passa desapercebido pela população, em virtude da pequena vazão que apresenta.

METODOLOGIA ADOTADA

Para se analisar o problema, foi realizado diagnóstico do sistema de escoamento superficial na área urbana, com o cadastramento do escoamento das águas superficiais, bem como das estruturas instaladas (bocas-de-lobo, sarjetões, poços de visita, etc). Aliado a isso realizou-se detalhado levantamento plani-altimétrico ao longo de toda a extensão do Córrego do Monjolinho.

Tal cadastramento, acompanhado do levantamento em planta, na escala 1:10.000, de praticamente toda a área da cidade, permitiu a delimitação das bacias de contribuição.

Após isso, procedeu-se a determinação dos índices físicos da Bacia Hidrográfica do Córrego do Monjolinho, que determinaram e justificaram a escolha dos coeficientes empregados no decorrer do presente trabalho, para a determinação das vazões de verificação das estruturas hidráulicas (canal, bueiros, etc).

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as vazões de projeto para todas as seções do Córrego do Monjolinho e assim avaliar a capacidade de escoamento de cada seção, nas quais o ele foi subdividido.

Para o cálculo das vazões foi utilizado o Método I-Pai-Wu, que constitui-se num aprimoramento do Método Racional, podendo ser aplicado para bacias com áreas de drenagem de até 200 Km².

A fim de se ter a chuva de projeto, primeiramente definiu-se a intensidade das precipitações máximas, que foi feita, adotando-se critério conservador, à partir da Equação de Chuvas da Cidade de Bauru.

Após isso, realizou-se a verificação da capacidade de vazão do canal, nos diversos trechos em que ele se encontra canalizado, bem como das diversas travessias existentes ao longo do canal do Córrego do Monjolinho.

Com isso foi realizada análise completa do sistema de escoamento superficial existente na área urbana, permitindo apontar possíveis soluções para o problema.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO CÓRREGO DO MONJOLINHO

A Bacia de Drenagem do Córrego do Monjolinho possui perímetro de 11,20 Km e encerra uma superfície de 6,17 Km². Até o ano de até o ano de 1970, 0,9 Km² (o equivalente a cerca de 15 % da área total) se constituíam em área já ocupada ou em fase de ocupação.

A área urbanizada, no início da década de 80 passou a ser de 1,51 Km², ou seja, ocorreu um aumento de 68 % em relação ao início dos anos 70. Tinha-se portanto, um total de 24,5 % da área total da bacia, já ocupado ou em fase de ocupação.

No próximo período, que compreende a década de 80, foram aprovados dezenove loteamentos no município (muitos deles na bacia), o que fez com que a área urbanizada na Bacia do Córrego do Monjolinho, no início da década de 90 atingisse 4,05 Km², o que corresponde a cerca de 65,6 % da mesma.

À partir da década de 90, há uma desaceleração nos empreendimentos imobiliários, ou seja, nessa década a área urbanizada aumenta apenas 10%, contra quase 170% na década anterior. Com isso a área urbanizada na Bacia Hidrográfica do Córrego Do Monjolinho, chega a cerca de 72%.

Todo esse processo de evolução da Bacia do Córrego do Monjolinho, comentado anteriormente, em termos de área urbanizada, à partir de 1970, é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1: Evolução da Área Urbanizada na Bacia do Córrego do Monjolinho entre 1970 e 2000.

Ano Área Urbanizada

Km² % do Total

1970 0,91 14,8

1980 1,51 24,5

1990 4,05 65,6

2000 4,47 72,5

Com base no levantamento na escala 1:10.000, delimitou-se a bacia de drenagem do Córrego do Monjolinho e procedeu-se a determinação dos seus índices físicos.

O estudo das características físicas da bacia determinou e justificou a escolha dos coeficientes empregados no decorrer do presente trabalho, para a determinação das vazões de verificação das estruturas hidráulicas (canal, bueiros, etc).

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As declividades longitudinais do curso d’água que serviram de base aos cálculos, foram as médias. Para a determinação de tais, considerou-se o que é dado pela linha de declividade equivalente constante do álveo, o qual é o índice idealizado para se poder representar o tempo de translação da água ao longo do curso d’água. A seguir (Tabela 2), são apresentados os valores de declividade, índices de conformação e de compacidade para a Bacia Hidrográfica do Córrego do Monjolinho.

Tabela 2: Principais características Físicas do Córrego Do Monjolinho e seus afluentes na Área Urbana do Município. Declividade Longitudinal (i) Índice de Conformação (Ic) Índice de Compacidade (Kc) 0,91 0,248 1,26

Tais índices são importantes no estudo comparativo das bacias e permitem, em alguns casos, tirar algumas conclusões sobre as vazões.

Desconsiderando a existência de outros fatores e analisando-se somente os índices de conformação e de compacidade de dada bacia hidrográfica, valores maiores do primeiro, aumentam a potencialidade de ocorrência de picos de enchentes elevados; bem como valores menores do segundo.

Analisando-se os valores apresentados anteriormente, percebe-se claramente que a Bacia do Córrego do Monjolinho possui baixa potencialidade de ocorrer picos de enchentes elevados, uma vez que apresenta valor de índice de conformação baixo e compacidade elevado.

PRINCIPAIS PROBLEMAS

Para se apontar os principais problemas do Córrego do Monjolinho, primeiramente torna-se necessário a descrição da situação atual dele. Para facilitar o entendimento, o esquema da Figura 7, dá um panorama geral de como estão as condições atuais dos vários segmentos do córrego, os quais apresentam características completamente diferenciadas.

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Figura 8: Córrego do Monjolinho à montante da Rua Joaquim Medeiros. Após esse ponto, o córrego possui canal em concreto, em boas condições (Figura 9), percorrendo cerca de 200 metros, até chegar ao cruzamento com a Rua Souza Aranha, onde passa a ter seção fechada em tubo circular de concreto, atravessando região densamente ocupada até desaguar no Rio Tietê, na Represa de Bariri. Tal ocupação, ocorrida de maneira desordenada chegou até às margens do Córrego e em alguns locais até sobre o mesmo.

Figura 9: Canal do Córrego do Monjolinho – imediações do terminal rodoviário.

Após a descrição da situação atual do Córrego do Monjolinho, torna-se possível apresentar as causas dos problemas de inundação, que estão ligados a uma série de fatores:

• Urbanização acelerada e descontrolada

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• Construção de obras sem levar em consideração aspectos técnicos de engenharia (Figura 11)

Figura 11: Passagem do canal de seção aberta à fechada.

• A intensidade da precipitação ocorrida em 5 de janeiro de 1999

Os problemas ocorridos no município em 5 de janeiro, sem sombra de dúvida, além de outros motivos, se devem a precipitação ocorrida que foi puntual, e de elevadíssima intensidade. Segundo registros de quantidade precipitada, nesse dia choveu no município um total de 123 mm. Tal valor apresenta tempo de recorrência de 100 ano e é absurdamente maior que qualquer precipitação ocorrida nos outros dias do mês, até mesmo ao realizar comparação com o Município de Botucatu, onde no próprio dia 5 a precipitação não chegou a atingir 40% (Figura 12);

J ane iro de 1 9 9 9 0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 3 5 7 9 1 1 1 3 1 5 1 7 1 9 2 1 2 3 2 5 2 7 2 9 3 1 d i a s precipitação (mm) Ba rra Bo n it a Bo tu c a t u

Figura 12: Precipitação em Botucatu e Igaraçu do Tietê – Janeiro/99.

Fonte: Estação Agrometeorológica do Departamento de Ciências Ambientais – FCA – UNESP/Botucatu

Usina Açucareira da BARRA S/A

• A insuficiência do Canal do Córrego do Monjolinho

Ao se analisar as vazões de projeto e a capacidade da vazão nos diversos trechos do Córrego do Monjolinho, percebe-se claramente a insuficiência dele, pois em nenhum trecho o mesmo comporta vazão de projeto, para tempo de recorrência de 100 anos, valor recomendado para canais urbanos em áreas centrais e em praticamente todos os trechos o canal somente resiste a tormentas de período de retorno de 5 anos.

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POSSÍVEIS SOLUÇÕES

Como soluções não estruturais, pode-se citar:

• Elaboração imediata do Plano Diretor de Drenagem Urbana;

• Criação de Legislação Específica de Uso e Ocupação do solo;

• Implantação de atividade de limpeza periódica das bocas-de-lobo implantadas no município;

• Priorização da varrição pública e limpeza de bocas-de-lobo na Bacia do Córrego do Monjolinho;

• Implantação de Fórum Municipal permanente para discutir os problemas relacionados à drenagem de águas superficiais.

As possíveis soluções estruturais são:

• Construção de galerias de águas pluviais, nas avenidas marginais situadas dos dois lados do Córrego do Monjolinho;

• Ampliação da capacidade do canal existente em vários trechos;

• Construção de Resevatórios para amortecimento da onda de cheia

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresenta os resultados obtidos, além de discutir aspectos de ocupação de margens de cursos d’água e as soluções propostas, que sairão de análise criteriosa de todos os parâmetros e condições envolvidas.

A ampliação da capacidade do canal aumentaria significativamente a capacidade de veiculação dele, amenizando, mas não resolveria, já que para se reduzir a vazão drasticamente como se necessita no trecho, a única solução seria a construção de reservatórios à montante.

No entanto, o problema deve ser encarado sempre de maneira ampla e mais racionalmente possível, abordando-se todas as variáveis que interferem e discutindo-se amplamente com todos os segmentos da população.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AZEVEDO NETTO, J. M. “Manual de Hidráulica”. v.2, 5ª ed. São Paulo, 1970.

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5. DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA - DAEE - Plano Estadual de Recursos Hídrico. “Manual de Cálculo das Vazões Máximas, Médias e Mínimas nas Bacias Hidrográficas do

Estado de São Paulo”, Secretaria de Recursos Hídricos Saneamento e Obras - São Paulo, 1994.

6. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA em convênio com a Secretaria Estadual de Agricultura e com o Instituto Agronômico: “Levantamento Pedológico

Semi-detalhado do Estado de São Paulo”. São Paulo, 1981.

7. FENDRICH, R. et al. “Drenagem e Controle da Erosão Urbana”. EDUCA, 2ª ed. Curitiba, 1988, 422 p.

8. GENOVEZ, A. M. “Métodos de Estimação de Vazões de Enchentes para Pequenas Bacias”. 1ª ed. Campinas. Departamento de Hidráulica e Saneamento - Universidade Estadual de Campinas - UNCAMP (apostila), Campinas, 1993

9. LINSLEY, R. K. Et al. “Engenharia de Recursos Hídricos”. EDUSP e EDITORA McGRAW-HILL DO BRASIL, Recife, 1978, 798 p.

10. TUCCI, E. M. et al. “Drenagem Urbana”. Editora da Universidade/UFRGS, 1ª ed. Porto Alegre, 1995, 428 p.

Referências

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