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SINDICALIZAÇÃO RURAL NO GOVERNO DE JOÃO GOULART ( ): AS DISCUSSÕES HISTORIOGRÁFICAS ACERCA DO CAMPO BRASILEIRO

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SINDICALIZAÇÃO RURAL NO GOVERNO DE JOÃO GOULART (1961-1964): AS DISCUSSÕES HISTORIOGRÁFICAS ACERCA DO CAMPO BRASILEIRO

Pedro Henrique Barbosa Balthazar Introdução

O tema do artigo é a sindicalização rural, durante o governo do presidente João Goulart (1961-1964), que envolveu inúmeros atores da sociedade brasileira em interação e disputa, dentre eles: o Estado, partidos políticos, instituições sociais e os próprios camponeses. Busca-se explorar duas linhas de discussão e investigação: a primeira delas refere-se às lacunas historiográficas acerca do campo brasileiro, enquanto a segunda objetiva compreender os projetos políticos para o mundo rural.

O artigo será subdividido em duas partes. A primeira fará um balanço historiográfico acerca das interpretações referentes ao campesinato, demonstrando a evolução na visão do camponês. A segunda analisará as perspectivas dos jornais da época frente ao processo de sindicalização rural acentuado no governo de Jango.

Os camponeses na perspectiva historiográfica

A maioria dos historiadores relega ao segundo plano a importância das lutas no campo para explicar as querelas da sociedade brasileira, inclusive àquelas referentes à Ditadura civil-militar (1964-1985). Todavia, esse abandono da historiografia possui uma explicação. O termo camponês é passível de reflexão. Com o significado de “homem do campo”, a palavra carrega em si uma conotação negativa - de rusticidade, ladrão, mendigo, entre outros significados – que foi forjada ao longo dos séculos.1

A historiografia tradicional, principalmente a do século XVIII e XIX, de tradição Iluminista, acreditava na impossibilidade do camponês participar da vida política, haja vista que não seriam capazes de formar opiniões próprias. Segundo Dezemone, Voltaire

1 OUTHWAITE, W; BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. p. 54.

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é o símbolo dessa corrente de pensamento. Para os Ilustrados as sociedades letradas eram superiores frente aos selvagens, bárbaros e atrasados camponeses. A Revolta da Vendéia, de acordo com o autor, simbolizaria, na tradição do século XVIII, a expressão do atraso do mundo rural através de um movimento contrarrevolucionário e a favor do Antigo Regime. Todavia, novos estudos apontam um caminho diferente, como o do historiador francês Paul Bois que observou na Vendéia uma luta pela autonomia camponesa e contrária a introdução de práticas capitalistas no campo2.

Os marxistas reforçaram a visão pejorativa frente ao campesinato. Influenciados pelas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, que viram no campesinato a força política que apoiou o Golpe do 18 Brumário, na França, os adeptos de Marx, em sua maioria, creditam ao camponês o conservadorismo. Sua própria forma de organização, pautada na economia familiar e de subsistência, tornaria essa classe conservadora, uma vez que não teriam condições para articular os interesses deles enquanto uma classe social coesa3.

A partir da década de 1940, e no decorrer de 1950/60, ocorreu uma mudança nas formas de percepção acerca do camponês. O campo ainda se mantinha na perspectiva de muitos pesquisadores como uma região atrasada frente às demais. Contudo, esse atraso não se explicava mais por questões geográficas ou físicas, mas sim por motivações econômicas e sociais. Com essa nova interpretação, se tornou “consensual”, na sociedade brasileira, que o latifúndio era um dos grandes entraves para o desenvolvimento do país e que esse deveria ser eliminado – o latifúndio era um empecilho tanto por manter no poder uma elite agrária que determinava os rumos da nação, quanto porque impedia o desenvolvimento do mercado interno nacional4.

Todavia, a mudança na perspectiva durante a década de 1950 e 1960 não pode ser explicada somente pela crítica ao latifúndio. Apoiados na obra de Marcus

2DEZEMONE, Marus. Revoluções Camponesas no século XX. In: TEIXEIRA DA SILVA, Francisco Carlos (org.) O Século Sombrio. Rio de Janeiro: Campus/ Elsevier, 2004. pp. 73-74.

3 ibid. p. 74.

4 GRYNZSPAN, Mario e DEZEMONE, Marcus. As esquerdas e a descoberta do campo brasileiro: Ligas

Camponesas, comunistas e católicos (1945-1964). In: FERREIRA, Jorge e REIS, Daniel Aarão.

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Dezemone, entendemos que essa “demonização” do latifúndio é proveniente das inúmeras mobilizações de classe lideradas pelas populações campesinas no mundo inteiro. No pós Segunda Guerra Mundial, organizações de camponeses foram formadas para lutar pela descolonização, além da vitória de movimentos de guerrilha rural, como no caso da China, em 1949 e, posteriormente, Cuba, em 19595.

Devido a essa nova visão, a partir da década de 1940, partidos de esquerda deslocaram quadros políticos para organizar os camponeses. Esse fato gerou medo nos setores conservadores e na Igreja Católica, que viam na desestruturação do mundo rural um campo fértil de proliferação comunista. Além disso, o exemplo de vitórias revolucionárias – na China e em Cuba – demonstrava que as teses clássicas da revolução poderiam estar equivocadas e que a luta poderia emergir de outro ambiente.

As Ligas Camponesas e o Partido Comunista Brasileiro são exemplos desse movimento. Criadas em 1955, por Francisco Julião, as Ligas Camponesas tiveram grande atuação no nordeste, principalmente em Pernambuco. Eram entidades civis, registradas em cartório, diferentemente dos sindicatos rurais e não necessitavam de reconhecimento oficial. Sendo assim, mantinham certa autonomia em relação ao Estado. Com o decorrer dos anos, as Ligas se radicalizaram e associaram o seu nome ao lema: “reforma agrária na lei ou na marra”, ou seja, com ou sem o apoio do Estado e pela ação direta dos camponeses. Com a mudança na estratégia revolucionária, o PCB distanciou-se, em meados de 1950, das Ligas Camponesas, ao defender um projeto reformista de luta através da sindicalização rural, em oposição à proposta mais radical de Julião que defendia uma autonomia desses grupos frente ao Estado.

No entanto, as querelas que envolveram diversos grupos políticos em interação e disputa pelo apoio da população rural não se restringem às Ligas Camponesas e ao PCB. A Igreja será um ator importantíssimo para compreendermos a complexidade da questão. A presença da Igreja no campo é antiga, contudo, sempre relacionada com as classes dominantes. A partir de 1950, a Igreja passa a atuar mais perto dos camponeses e a rivalizar com os grupos de esquerda, atuando na sindicalização do trabalhador rural e na sua (des) mobilização.

5DEZEMONE, Marcus. op. cit. p. 76-77.

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A partir de 1962, as Ligas foram perdendo espaço na representação dos camponeses, uma vez que a opção pela sindicalização ganhou força. Nesse contexto que emerge mais um ator político: o Estado - agente interessado na sindicalização rural.

Para facilitar esse objetivo diversos mecanismos foram criados pelo governo, com maior destaque para o Estatuto do Trabalhador Rural – que criava uma única categoria para os trabalhadores do campo, facilitando a sua sindicalização, haja vista que agora todos eram “trabalhadores rurais” – e a Supra (Superintendência Política de Reforma Agrária). Com tais medidas, ocorreu uma proliferação no número de sindicatos rurais por todo o país.

O Estatuto do Trabalhador Rural, de março de 1963, é central para compreensão da política agrária do governo. De acordo com Stein, ele seria importante para flexibilizar o processo de criação de sindicatos, auxiliar na formação de uma estrutura de lutas nacionais, além de regulamentar as normas para contratação e gerar defesas efetivas para os trabalhadores.

Outra medida muito importante que impulsionou a multiplicação no número de sindicatos por todo o país foi a criação do Consir (Comissão Nacional de Sindicalização Rural). “Resultante de um convênio entre a Supra e o MTPS (Ministério do Trabalho e da Previdência Social), essa comissão teria, também, competência legal para promover a formação de lideranças rurais e sindicatos”6. Na prática, o Consir flexibilizaria os trâmites legais para a criação de um sindicato, diminuindo as exigências e acelerando o processo. No ano de 1963 o número de sindicatos saltou de 50 para mais 700.

Acreditamos que a opção de João Goulart em estimular a sindicalização rural faz parte de um projeto político trabalhista para o campo. Sendo assim, Jango tentaria reviver aquilo que Getúlio fizera com os trabalhadores urbanos, criando uma lógica de reciprocidade entre Estado e o campesinato. A obra de Leila Stein7 discute com maior afinco as intenções do governo e dos demais agentes envolvidos nas disputas políticas

6 ibid. p. 130.

7 STEIN, Leila.

Trabalhismo, círculos operários e política: a construção do Sindicato de Trabalhadores Agrícolas no Brasil (1954-1964). São Paulo: Annablume, 2008.

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pelos camponeses durante o período da redemocratização e, mais especificamente, a década de 1960.

De acordo com Stein, a busca pelo apoio do campesinato mostrava-se como a última maneira de garantir a continuidade do governo. Sendo assim, Jango buscou essa base política através das mobilizações “massivas e extremas”. Esse fato, segundo ela, justificaria o enorme esforço feito pelo governo para enfrentar disputas seculares que envolvem a posse da terra no Brasil.

O que os jornais mostram acerca da sindicalização rural

A primeira notícia que maior atenção despertou foi a da criação de um sindicato rural – sem especificação pelo jornal sobre a região – organizado nos moldes das Ligas Camponesas. Como foi colocado ao longo do texto, a opção pela sindicalização rural ocorreu através do esforço de múltiplos agentes, dentre eles o Estado, o PCB e a Igreja, sendo essa uma das causas para a desmobilização da organização liderada por Francisco Julião. Todavia, observamos através do periódico como as noções na prática se fazem mais complexas. A opção das Ligas, na maioria das vezes, foi por se organizar em entidades civis, contudo, isso não significa uma anulação da participação desses grupos nos sindicatos.

Contrariando o Correio da Manhã, o veículo afirma aquilo que se tornou consenso entre os historiadores que estudam o tema: a sindicalização teria servido como forma de desmobilizar as Ligas. Se referindo a um discurso do deputado Saldanha da Gama, o periódico nos informa que:

Adiantou o orador que o nôvo sistema virá pôr fim as Ligas Camponesas, pois os sindicatos terão assistência médica e fiscalização do Ministério do Trabalho, não se esquecendo a legislação das cautelas naturais, de forma que os dirigentes dos sindicatos sejam autênticos homens do campo8.

8 DEPUTADO faz discurso sobre o sindicato rural. Diário Carioca, Rio de Janeiro. 23 nov. 1962. Caderno A1, p. 2.

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Outra questão importante levantada pelas fontes e discutida ao longo de todo o texto foi às disputas pela liderança no processo de sindicalização rural. De acordo com Stein, Juscelino e Jânio Quadros empreenderam políticas sociais para o campo brasileiro, fortalecendo a atuação da Igreja Católica nesses projetos. Segundo a autora, essa opção seria uma forma de enfraquecer o trabalhismo varguista9.

Sendo assim, no governo de Goulart, a Igreja teria uma forte representação no campo. De acordo com Marcus Dezemone e Mario Grynzspan, a sindicalização rural foi alvo de disputa entre inúmeros agentes, dentre eles os católicos, os partidos de esquerda e o Estado. Esse contexto de rivalidades políticas está presente nos jornais, com muitos cobrindo a criação de sindicatos rurais e as suas lideranças. O Diário Carioca, por exemplo, em 20 de março de 1962, noticiou a organização de um Congresso com cerca de mil camponeses, que iriam estudar o anteprojeto de reforma agrária e reivindicar a sindicalização dos trabalhadores rurais. Atenta-se para o fato de que a principal liderança do encontro era o padre Antônio de Melo.

Vale ressaltar que essa perspectiva de diversos atores no campo brasileiro também foi ressaltada por outros jornais. O Jornal do Brasil, de 29 de dezembro de 1963, sinalizou que “A Igreja e o Partido Comunista estão juntos doutrinando os camponeses”. O que a notícia busca retratar é a disputa entre ambas as organizações pelo apoio do campesinato10.

Os periódicos também se referem à proliferação de sindicatos rurais por todo o país. Segundo o Jornal do Brasil, em 19 de outubro de 1963, Minas Gerais já contava com 16 sindicatos rurais dentre os 90 previstos11. Já o Correio da Manhã, por sua vez, noticiou que o então diretor da Divisão de Organização e Assistência Sindical (DOAS) defendeu a multiplicação dos sindicatos rurais – desde que dentro do “espírito sindicalista” – assim como defendeu a criação de mecanismos para facilitar tal intento.

9 STEIN, Leila. op. cit. p. 49-50.

10 IGREJA e Partido Comunista estão juntos doutrinando os camponeses. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 29 dez. 1963. Caderno A1, p. 9.

11 SINDICALIZAÇÃO rural já instalou 16 do total de 90 sindicatos em Minas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 19 out. 1963. Caderno A1, p. 13.

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Em outro exemplar do jornal, argumenta-se que a criação de novos sindicatos seria facilitada através da Comissão de Sindicalização Rural (Consir)12.

O medo que os setores mais conservadores tinham do processo de sindicalização rural também se manteve ao longo desse momento e apareceu nos jornais. Intitulada de “Sindicato Rural dá guerrilheiro”, a notícia do Jornal do Brasil deixa bem clara a visão do autor da frase, o deputado Bezerra Leite, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB – Pernambuco). Segundo o político, os sindicatos estariam se desvirtuando de seus principais objetivos e, sendo assim, haviam se tornado “focos de agitação social e centro de formações de guerrilheiros”13.

De uma maneira geral os jornais abordam o aumento significativo no número de sindicatos, as disputas provenientes dessa multiplicação e o medo que esse movimento de organização das populações campesinas gerava nos setores mais conservadores da sociedade brasileira.

Conclusão

Acredita-se que parte das causas para a proliferação dos sindicatos rurais explica-se pelo esforço do governo Goulart em levar adiante essa plataforma política. Sendo assim, criaram-se medidas extremamente eficazes para cumprir tal intento, como a Supra, o Estatuto do Trabalhador Rural e o Consir. De uma maneira geral, todos desburocratizaram o processo de criação e legitimação de um Sindicato Rural. Mais do que isso, o Estatuto unificou todas as categorias que existiam no campo em uma só: trabalhador rural.

Entretanto, não é possível atribuir somente ao Estado as causas para a proliferação dos sindicatos. Outros agentes atuaram claramente nessa proposta, como a Igreja Católica e o Partido Comunista Brasileiro, que chegaram a rivalizar no mundo rural pelo apoio do campesinato. Os próprios camponeses, buscando se organizar e reivindicar os seus direitos, são a peça principal para explicar as causas desse crescimento estrondoso no número de sindicatos rurais.

12 DOAS apoia criação de sindicato rural. Correio da Manhã, Rio de Janeiro. 26 jan. 1964. Caderno A1, p. 7.

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O interesse do governo na sindicalização perpassa pela tentativa de Goulart de estabelecer um vínculo de reciprocidade entre o Estado e os trabalhadores rurais. Buscava-se, portanto, (re)construir uma relação parecida com aquela que Getúlio Vargas teve com os trabalhadores urbanos e muito bem definida por Angela de Castro Gomes como “A invenção do Trabalhismo”.

A lógica era aquela que permeava a noção de “dar, receber e retribuir”, ou seja, o Estado seria o responsável por estender a legislação trabalhista para o campo via sindicato rural, como se elas fossem presentes e dádivas (dar), os camponeses seriam aqueles que receberiam tais benefícios (receber) e, em troca, viria a retribuição e a gratidão para com o presidente da República (retribuir), transformada em apoio político e admiração – tal qual ocorreu com Vargas, denominado de “pai dos pobres”. Em todo ato de dar / doar vêm implícita a ideia de retorno, haja vista que aquele que doa se coloca em uma posição ascendente frente ao que recebe14. Esse seria o interesse de João Goulart na sindicalização rural, muito parecido com aquele de Getúlio frente aos trabalhadores urbanos.

Além disso, acredita-se que o governo via na sindicalização rural um caminho eficiente para promover a Reforma Agrária, uma das principais reformas de base. Tendo a bancada ruralista uma importante influência dentro do Congresso Nacional, a única opção vista por Jango para superar esse entrave foi apostar nas mobilizações e passeatas de rua.

Através dessa perspectiva, entra uma próxima questão: porque o camponês? Como vimos ao longo do texto, a década de 1960 demonstra uma nova percepção social, uma vez que o latifúndio torna-se o alvo central das críticas referentes ao atraso campo. Como falado anteriormente, essa nova visão não vêm por acaso, mas sim como decorrência das inúmeras mobilizações camponesas ocorridas por todo o mundo, a exemplo das Revoluções cubana e chinesa. Sendo assim, o principal caminho para o governo enfrentar o problema do latifúndio de terras era organizar e gerar a mobilização das populações rurais para lutar contra esse empecilho ao desenvolvimento do país.

14

GOMES, Angela de Castro. A invenção do Trabalhismo. 2°ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará,1994. p. 226-233.

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Por fim, é possível crer que a política trabalhista voltada para o campo foi um dos grandes motivos para o Golpe Civil-Militar de 1964. Normalmente, a historiografia brasileira não atribui às lutas no mundo rural um papel de protagonismo nessa questão, atribuindo à divisão nas Forças Armadas, ao fortalecimento do golpismo depois da aparição do presidente no Comício do Automóvel Club, ou até mesmo aos interesses norte-americanos a grande responsabilidade pelo fim do regime democrático. Como foi visto nos documentos, o acirramento das lutas no campo demonstra um clima de tensão e um medo muito grande dos setores conversadores de uma revolução ou guerrilha rural no país, fato esse que referenda a importância das lutas no campo para o Golpe.

A noção de que as organizações de esquerda que se instalaram no campo brasileiro não tinham realmente força para levar adiante um processo revolucionário é consenso entre os historiadores. Nem por isso as lutas no mundo rural perdem sua importância para o desfecho do governo Goulart. No mínimo, as querelas envolvendo patrões e empregados, as ocupações de terras e as greves que se desenrolaram com muito mais força a partir de 1963, serviram para construir um imaginário na sociedade que contribuiu e muito para legitimar a ação dos militares golpistas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Alzira Alves et al (orgs.). Dicionário histórico-bibliográfico brasileiro

pós-1930. Rio de Janeiro: FGV, 2001. 5 v.

DEZEMONE, Marcus. Revoluções Camponesas no século XX. In TEIXEIDA DA SILVA, Francisco Carlos (org.) O Século Sombrio. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2004.

FERREIRA, Jorge. João Goulart: uma biografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

GOMES, Angela de Castro. A invenção do Trabalhismo. 2 ed. Rio de janeiro: Relume Dumará, 1994.

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GRYNZSPAN, Mario. Da barbárie à terra prometida: o campo e as lutas sociais na história da República. In: GOMES, Angela de Castro; PANDOLFI, Dulce Chaves e GRYNZSPAN, Mario e DEZEMONE, Marcus. As esquerdas e a descoberta do campo brasileiro: Ligas Camponesas, comunistas e católicos (1945-1964). In: FERREIRA, Jorge e REIS, Daniel Aarão. Nacionalismo e reformismo radical (1945-1964). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

OUTHWAITE, W e BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

STEIN, Leila de Menezes. Trabalhismo, círculos operários e política: a construção do

Sindicato de Trabalhadores Agrícolas no Brasil (1954-1964). São Paulo: Annablume,

2008.

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