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Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar LISBOA

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Academic year: 2021

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Agrupamento de Escolas

do Alto do Lumiar

L

ISBOA

Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE

Avaliação Externa das Escolas

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I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do

Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar – Lisboa, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada nos dias 11, 14 e 15 de Dezembro de 2009.

Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoa-mento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa indi-viduais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE –Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. O texto integral deste relatório está disponível

no sítio da IGE na área

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar foi criado em 2004 e integrou em 2007 mais uma escola básica com jardim-de-infância. Recebe crianças e alunos das freguesias de Charneca, Lumiar e Ameixoeira, pertencentes ao concelho de Lisboa. É constituído, para além da escola-sede, pela Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos D. José I, pelas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico Maria da Luz de Deus Ramos com Jardim-de-Infância da Charneca n.º 2, pela Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico n.º 34 com Jardim-de-Jardim-de-Infância da Musgueira Norte e pela Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico n.º 91 com Jardim-de-Infância do Bairro da Cruz Vermelha. O Agrupamento integra o Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II. Encontra-se inserido num meio com características sociais muito diversas (famílias com fraco nível económico e cultural, pouco estruturadas e famílias de estratos socioeconómicos mais elevados) e em franco crescimento, fruto da implementação do Projecto Urbanístico do Alto do Lumiar e de outras infra-estruturas consequentes da expansão residencial (realojamentos e urbanizações).

Frequentam o Agrupamento 162 crianças na educação pré-escolar, 755 alunos no 1.º ciclo, 320 no 2.º ciclo, 220 no 3.º ciclo, 53 alunos em Percurso Curricular Alternativo de 1.º e 2.º ciclos, 92 formandos em Cursos de Educação e Formação (CEF) tipos 2 e 3, 27 formandas no Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) num total de 1629. O número de alunos que beneficia de auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar, é de 1079 (73,5%), distribuindo-se 797 pelo escalão A, 282 pelo escalão B. Quanto à formação académica dos pais e encarregados de educação, 1,9% têm formação superior; 10,4%, o ensino secundário; 85% têm a escolaridade básica (destes 40,9% correspondem ao 1.º ciclo) e 2,8% não têm habilitações. A oferta formativa contempla ainda modalidades de Educação e Formação de Adultos, nomeadamente Cursos de Educação Extra-Escolar, estando em funcionamento cinco grupos de Alfabetização e uma turma do Curso de Português para Estrangeiros.

Exercem funções no Agrupamento 178 docentes, dos quais 135 (76%) pertencem ao quadro e 43 (24%) são contratados. Quanto ao pessoal não docente, assistentes operacionais e assistentes técnicos, num total de 41 trabalhadores, 15 (36,6%) pertencem ao quadro e 26 (63,4%) são contratados. No Agrupamento desenvolvem ainda a sua actividade profissional uma psicóloga e uma assistente social a tempo inteiro. Na Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico nº 34 funciona uma Unidade de Apoio a Alunos com Multideficiência com seis alunos.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. Resultados

SUFICIENTE

O Agrupamento tem vindo a recolher e a analisar os resultados escolares dos alunos, procedendo à sua comparação com os resultados de anos anteriores. Foram identificadas causas para o insucesso escolar e desenvolvidas algumas iniciativas para as superar, de que é exemplo, o trabalho realizado com os alunos dos Cursos de Educação e Formação. No triénio 2006-2009, a análise dos resultados para os três ciclos mostra que as taxas de sucesso apresentam flutuação e, com excepção do 1.º ciclo em 2006-2007, as taxas de sucesso global situam-se abaixo da média nacional. As regras de funcionamento do Agrupamento são apresentadas aos alunos no início do ano lectivo. Estes participam nos conselhos de turma, apresentam algumas propostas e debatem temáticas diversas na Área de Formação Cívica, ainda que não sejam envolvidos na programação das actividades e na construção de regras. As medidas aplicadas e as diferentes iniciativas para conter a indisciplina não se têm revelado eficazes, dado que não foi adoptada uma estratégia concertada e partilhada por todos para promover eficazmente a disciplina, ao nível da escola-sede. O Agrupamento tem em conta as características da comunidade integrando na sua oferta formativa cursos de alfabetização e português para estrangeiros, destinados às famílias dos alunos, tal como cursos no âmbito do Programa Integrado de Educação e Formação.

2. Prestação do serviço educativo

SUFICIENTE

É fraca a articulação curricular entre os três ciclos do ensino básico, sobretudo entre os 1.º e 2.º ciclos, tal como entre os técnicos das actividades de enriquecimento curricular do 1.º ciclo e os docentes das áreas correspondentes dos 2.º e 3.º ciclos. O Projecto Curricular de Agrupamento está pouco fundamentado, no que

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respeita às opções tomadas e à reflexão sobre as competências gerais e específicas, para uma melhor e mais contextualizada gestão do Currículo Nacional. É desenvolvido algum trabalho de acompanhamento e monitorização da prática lectiva, que se traduz na elaboração do planeamento e dos pontos de situação dos conteúdos leccionados, realizados nas reuniões mensais, mas não é evidente um grande impacto na diversificação de metodologias a desenvolver em sala de aula, como é exemplo, a fraca utilização das tecnologias da informação e comunicação. As práticas de diferenciação pedagógica, em sala de aula, não são uma prática generalizada, no âmbito das estratégias de ensino e de aprendizagem. É de realçar o funcionamento da Unidade de Apoio a Alunos com Multideficiência, criada para dar uma resposta de qualidade a crianças/alunos, com necessidades educativas especiais de carácter permanente. O Agrupamento diversificou a sua oferta formativa como resposta para alunos com insucesso e em situação de potencial abandono escolar, destacando-se o trabalho realizado ao nível dos Cursos de Educação e Formação. As aprendizagens experienciadas pelas crianças e alunos resultam de diferentes componentes, como as dimensões artística e desportiva e a componente experimental das ciências, que tem pouca expressão, sobretudo nos 2.º e 3.º ciclos, condicionando o desenvolvimento do espírito científico.

3. Organização e gestão escolar

SUFICIENTE

No Projecto Educativo constam objectivos, indicadores e metas mensuráveis para as actividades a desenvolver. O Plano Anual de Actividades, enquanto documento integrador, elenca as diferentes actividades previstas, numa tentativa de fomentar a interdisciplinaridade. Os documentos orientadores não evidenciam articulação nem coerência entre si. A inexistência de uma estratégia global de partilha de boas práticas e de experiências, tendo em conta os problemas identificados, não proporciona um melhor desempenho, integração e apoio de todos os docentes, nomeadamente dos mais novos. Nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico Maria da Luz de Deus Ramos e n.º 91, há falta de espaços físicos adequados ao desenvolvimento das diferentes actividades, nomeadamente da prática da Educação Física, tal como na escola-sede, que não tem pavilhão gimnodesportivo. O reduzido investimento na humanização das salas de aula e de outros espaços comuns, de forma a motivar os alunos e a incutir neles um sentimento de pertença e de identificação com o Agrupamento, é mais evidente na escola-sede. A existência de uma casa abandonada e de uma vedação, que permite entradas e saídas irregulares, põe em causa a segurança da escola-sede. A Associação de Pais e Encarregados de Educação tem-se mostrado conhecedora da realidade, motivada e empenhada na procura de soluções para os problemas identificados. A este nível, o Agrupamento pretende assumir uma maior abertura à comunidade, no sentido de promover a participação dos pais na vida escolar dos seus educandos. A falta de um plano de apoio concertado de intervenção social por parte das entidades públicas competentes, não permite potenciar o trabalho do Agrupamento de aproximação às famílias e contribuir para o combate à indisciplina e ao absentismo dos alunos. O Agrupamento pauta a sua actuação por princípios de equidade e de justiça, tendo em conta os princípios da escola inclusiva.

4. Liderança

BOM

A visão estratégica e o desenvolvimento futuro do Agrupamento passam por dar uma resposta de qualidade aos problemas identificados no sentido de ser reconhecido como de sucesso. As diferentes lideranças são participativas e fundam-se na motivação, na abertura e na confiança existindo um clima e relações interpessoais positivos entre os diferentes elementos da comunidade educativa, a par do empenho e dedicação do pessoal docente e não docente alicerçados nestes últimos, no conhecimento e assunção da dimensão educativa das funções que desempenham. É de referir o contributo positivo, a disponibilidade e o empenho do Conselho Geral para a consolidação do Agrupamento como unidade de gestão, significativa e com identidade própria. No domínio das tecnologias da informação e comunicação, a inexistência da plataforma Moodle e da página Web têm contribuído para uma deficiente circulação da comunicação ao nível interno e externo. O Agrupamento revela pouca inovação, nomeadamente, na exploração das potencialidades de uma freguesia com uma elevada população jovem e multicultural. As parcerias e projectos existentes constituem-se como uma mais-valia para a prossecução das metas educativas enunciadas no Projecto Educativo. Existem contudo, outras possibilidades como o incremento de novas parcerias com o tecido empresarial e económico e o reforço de conexões com entidades externas, nomeadamente, associações desportivas. A celebração de protocolos com outros serviços locais de outros ministérios para uma maior articulação, a fim de encontrarem soluções conjuntas, poderá constituir-se também como um contributo válido para uma resposta mais eficaz.

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5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

SUFICIENTE

Os procedimentos de auto-avaliação têm incidido nas várias áreas-chave e revelam intencionalidade, apesar da inexistência de um projecto de auto-avaliação focalizado nas áreas de prioridade educativa e utilizado como elemento orientador dos vários documentos de planeamento e na operacionalização e monitorização das diferentes estratégias e acções de intervenção. O autoquestionamento realizado nos fóruns representativos da comunidade educativa, para o levantamento de pontos fortes e fracos e para a definição de estratégias, contribuiu para a elaboração do projecto apresentado no âmbito do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II. A auto-regulação pelos resultados educativos e pelo estabelecimento de conexões fortes com redes locais, conjugada com as lideranças participativas, a vontade em melhorar e o empenho do pessoal docente e não docente e do Conselho Geral, poderão ser considerados como indicadores de que a auto--avaliação será orientada para o desenvolvimento, de modo a permitir uma maior sustentabilidade da acção e do progresso.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

O Agrupamento tem vindo a recolher e a preparar os resultados escolares dos alunos por ciclo, ano e turma, procedendo à sua análise e comparação com os resultados de anos anteriores no Conselho Pedagógico e nos departamentos. No decurso desta análise foram identificadas algumas causas para o insucesso escolar, tais como as dificuldades no domínio da Língua Portuguesa (11,4% dos alunos são oriundos de países estrangeiros), as carências socioeconómicas e culturais e os ambientes familiares muito pouco propiciadores do acompanhamento escolar dos alunos, que têm conduzido a situações de falta de pré-requisitos e a ausência de hábitos de estudo. Algumas das estratégias implementadas com vista ao sucesso escolar, têm sido, por exemplo, o apoio pedagógico e o educativo, os Clubes de Leitura e Escrita, os Percursos Curriculares Alternativos e os Cursos de Educação e Formação. De salientar nestes últimos o trabalho desenvolvido pelos professores, sobretudo nos cursos de Acompanhante de Crianças e de Informática, tanto directamente com os alunos, como em contexto dos respectivos conselhos de turma. Face ao facto da análise dos resultados não ser uma prática sistemática, verifica-se alguma dificuldade, por parte do Agrupamento, na identificação dos elementos determinantes dos casos de sucesso e insucesso. É disto exemplo o que aconteceu, no ano lectivo 2008-2009, com os resultados internos na disciplina de Língua Portuguesa, que correspondem, nos 5.º, 6.º e 7.º anos, a taxas de sucesso entre 61,5% e 62,1%, e nos 8.º e 9.º anos de, respectivamente, 47,4% e 41,4%. O Agrupamento não tem recolhido dados qualitativos relativos ao desenvolvimento das crianças que frequentam a educação pré-escolar, tendo em conta as diferentes áreas de conteúdo das Orientações Curriculares. A análise dos resultados disponibilizados pelo Agrupamento, no triénio 2006-2009, mostra que as taxas de sucesso (transição/conclusão) apresentam flutuação nos três ciclos do ensino básico (1.º ciclo: 98,3%; 84,6%; 87,3%. 2.º ciclo: 54,1%; 76,1%; 69,2%. 3.º ciclo: 55,9%; 64,6%; 50,2%). Esta constatação pode indiciar a existência de factores determinantes dos resultados que ainda não são controlados.

A análise dos resultados escolares mostra que, com excepção do 1.º ciclo em 2006-2007, as taxas de sucesso global se situam, nos três ciclos, abaixo da média nacional. Nas Provas de Aferição do 4.º ano as classificações obtidas, no último triénio, em Língua Portuguesa e em Matemática, sofreram um decréscimo e encontram-se abaixo da média nacional. Nas Provas de Aferição para as mesmas disciplinas, os resultados dos alunos do 6.º ano apresentam flutuação no triénio em análise, encontrando-se, também, abaixo da média nacional. Nos Exames Nacionais do 9.º ano, em Língua Portuguesa e em Matemática, os resultados obtidos situam-se abaixo da média nacional. Nos referidos anos lectivos, os resultados em Língua Portuguesa sofreram uma descida, apresentando flutuação em Matemática. A diferença entre as médias das classificações internas e as de exame, nestas disciplinas e no triénio 2006-2009, em termos de variação, ocorreu entre (-1,4) e (+0,2). A análise destes valores conjugada com a não existência de práticas intencionais e sistemáticas de aferição de critérios internos de avaliação mostra que estes poderão não oferecer, globalmente, confiança, o que constitui um ponto de preocupação, particularmente em Matemática. De salientar, os baixos valores de abandono, no biénio

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2006-2008 nos 1.º e 2.º ciclos (1.º ciclo: 0%; 0%; 0,12%. 2.º ciclo: 0%; 0,8%; 1,3%). As taxas de abandono, no triénio 2006-2009 para o 3.º ciclo, apresentam-se flutuantes, com um aumento significativo no último ano lectivo (3,5%; 1,7%; 4,3%). Esta é uma questão não resolvida, que tem merecido atenção e esforço, por parte do Agrupamento, com o recurso ao serviço de psicologia em articulação com a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e de outras instituições, nomeadamente da Santa Casa da Misericórdia.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

No início do ano lectivo as regras de funcionamento do Agrupamento são dadas a conhecer aos alunos. Os delegados de turma participam nos conselhos de turma e, em cada turma, têm a possibilidade de apresentar propostas aos directores de turma e debater temáticas diversas na Área de Formação Cívica. Na verdade, os alunos têm oportunidade de participar e de se envolver na acção cívica escolar, ainda que não sejam envolvidos na programação das actividades e na construção das regras que constituem o Regulamento Interno, de forma a promover a interiorização das regras e o aprofundamento das implicações do seu não cumprimento nas práticas diárias. O Agrupamento salienta, como ponto fraco, a dificuldade em definir estratégias que promovam o desenvolvimento cívico dos alunos, o que tem tido consequências nos seus comportamentos e nos resultados escolares. Neste sentido, o projecto apresentado no âmbito do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II apresenta actividades, já em desenvolvimento, como a intervenção de mediadores e de animadores e a constituição de uma equipa multidisciplinar que possa funcionar nos diferentes espaços das escolas. A realização de actividades como o desfile de Personagens da Literatura, no âmbito do Plano Nacional de Leitura, torneios desportivos, as visitas de estudo ao teatro e a museus da cidade têm promovido nos alunos a responsabilidade pelo bem-estar dos outros e a identificação com a escola. De salientar a participação dos alunos em campanhas de solidariedade associadas ao Centro de Saúde do Lumiar ou da iniciativa do Agrupamento, como tem acontecido com a doação de roupas e de cabazes de Natal e a recolha de livros para Timor, contribuindo para desenvolver o espírito de solidariedade e o respeito pelos outros.

1.3 Comportamento e disciplina

Em geral, considerando os três ciclos do ensino básico e as diferentes unidades educativas, os alunos têm um comportamento disciplinado. Porém, na escola-sede, registam-se actos graves de indisciplina que afectam as aprendizagens e, por isso, os resultados escolares. As situações mais problemáticas mostram que não são cumpridas as regras de funcionamento do Agrupamento. Da análise estatística relativa aos 2.º e 3.º ciclos, no último triénio, constata-se que o número de alunos alvo de medidas correctivas (tarefas escolares e de integração na comunidade) aumentou de 60 em 2006-2007 e 64 em 2007-2008 para 68 em 2008-2009. Por outro lado, a análise do número de dias de suspensão aplicados, no triénio 2006-2009, mostra que as medidas utilizadas, por si próprias, não se têm revelado eficazes (70 dias; 158 dias; 143 dias).

Apesar das diferentes iniciativas, nomeadamente a acção do Gabinete de Apoio Prioritário e a tentativa de uniformização de regras a cumprir, os alunos que são expulsos da sala de aula vão, a maior parte das vezes, para o recreio, sem qualquer acompanhamento. Na verdade, o Agrupamento não conseguiu, ainda, adoptar uma estratégia concertada e partilhada por todos que promova eficazmente a disciplina, ao nível da escola-sede, propiciando maior segurança e um ambiente calmo e respeitador.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

O trabalho desenvolvido pelos docentes, desde a educação pré-escolar ao 3.º ciclo, tem sido no sentido das aprendizagens serem privilegiadas nas práticas do Agrupamento, como um serviço a prestar aos alunos e restantes elementos da comunidade. O baixo índice de escolaridade dos pais, associado a carências sócio – económicas e à dificuldade no acompanhamento dos seus educandos, faz com que muitas famílias e alunos tenham expectativas baixas relativamente à escola e não valorizem as aprendizagens. Outros factores, como a dificuldade de integração social, dado que a quase totalidade dos alunos que frequentam o Agrupamento provém de bairros de realojamento, tem provocado grande desmotivação em relação à vida escolar, com consequências nos resultados. De salientar a oferta formativa que integra cursos de alfabetização e de português para estrangeiros, tal como cursos no âmbito do Programa Integrado de Educação e Formação, tendo em conta as características da comunidade.

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Para as famílias cujas expectativas são que os filhos estudem e saiam da escola com uma habilitação que lhes permita trabalhar, foram criados os Cursos de Educação e Formação. Estes têm proporcionado alguma articulação com o tecido empresarial local e concelhio, e permitido a interacção com o meio envolvente, por exemplo, na procura de estágios profissionais. A valorização do conhecimento e da aprendizagem contínua nos alunos é realizada com a atribuição anual de prémios de mérito, com o apoio da Junta de Freguesia.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

A articulação intradepartamental é consubstanciada ao nível do grupo disciplinar pelo trabalho de planificação do ano, de definição de critérios de avaliação específicos por disciplina e na elaboração de testes de avaliação diagnóstica e de alguns materiais conjuntos. A ausência de práticas de articulação curricular inter-departamental revela um entendimento do currículo que não tem conduzido a um trabalho conjunto das competências essenciais e transversais. O trabalho desenvolvido, fruto de um incipiente Projecto Curricular no que concerne à sua organização e estrutura, não evidencia práticas correntes de análise e reflexão sobre os aspectos didácticos e científicos com vista a uma melhor e mais contextualizada gestão do currículo nacional. A articulação curricular entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo é débil, verificando-se apenas alguma participação conjunta em actividades, potenciada pelo facto de partilharem o mesmo edifício. Da mesma forma, é fraca a articulação curricular entre ciclos dificultando a sequencialidade das aprendizagens, sobretudo entre os 1.º e 2.º ciclos. A reunião de início do ano entre os professores titulares de turma e os directores de turma não tem potenciado um trabalho de articulação curricular que permita a melhor preparação dos alunos em termos de pré-requisitos e de competências com vista ao sucesso no 2.º ciclo. A planificação das actividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo é da responsabilidade dos técnicos, acontecendo sempre que necessário reuniões entre estes e os professores titulares de turma, sobretudo, para programação de actividades, mas é inexistente a articulação daqueles com os professores dos 2.º e 3.º ciclos das áreas disciplinares correspondentes. O trabalho desenvolvido nos conselhos de turma, no âmbito dos projectos curriculares de turma, evidencia situações pontuais de interdisciplinaridade, não constituindo contudo uma prática interiorizada e generalizada. A escola-sede dispõe de uma técnica em orientação vocacional que presta apoio aos alunos e suas famílias no que respeita às opções a tomar, nomeadamente na transição para o ensino secundário.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

Nos conselhos de ano e nos departamentos/grupos disciplinares é desenvolvido algum trabalho de acompanhamento e de monitorização da prática lectiva com a elaboração do planeamento e dos pontos de situação dos conteúdos leccionados e, sobretudo, aquando da análise dos resultados. No entanto, estas práticas não evidenciam um grande impacto na diversificação de metodologias a desenvolver em sala de aula, de que é exemplo a fraca utilização das tecnologias da informação e comunicação como recurso motivador dos alunos. Face aos resultados obtidos nas disciplinas de Matemática, Português e Inglês e no âmbito do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II está planeado o projecto Turma Mais, para ser posto em prática no próximo ano lectivo.

Não existe supervisão da prática lectiva de forma a oferecer mais garantias da qualidade do desempenho profissional dos docentes. Embora exista já algum trabalho cooperativo, o objectivo de estabelecer coerência entre as práticas de ensino e a avaliação, designadamente, com a elaboração de matrizes, de testes comuns e de procedimentos de calibragem destes, não é prática corrente no Agrupamento.

2.3 Diferenciação e apoios

O Agrupamento dispõe de uma equipa multidisciplinar composta por três técnicos e quatro docentes da Educação Especial que articulam com o Centro de Saúde do Lumiar e com o Hospital de Santa Maria.

A referenciação, a avaliação e o apoio aos alunos com necessidades educativas especiais resultam de um trabalho conjunto da equipa, em parceria com os serviços de saúde, com os directores de turma/professores titulares de turma e com os encarregados de educação. Relativamente a estes alunos as taxas de sucesso no triénio 2006-2009 apresentaram alguma flutuação tendo sido de 95,3%, 73,7% e 85,0%. É de realçar o

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funcionamento de uma Unidade de Apoio a Alunos com Multideficiência, criada em consequência da necessidade sentida por todos para dar uma resposta de qualidade a crianças/alunos do Agrupamento. A resposta às dificuldades de aprendizagem, identificadas pelos professores, é dada no 1.º ciclo, através das medidas de apoio educativo e de projectos como os clubes de leitura e de escrita, destinado a alunos do 1.º ano que revelem potenciais limitações nestas áreas. Nos 2.º e 3.º ciclos passa por apoios pedagógicos e acções implementadas no âmbito do Plano da Matemática, como, a Clínica da Matemática onde os alunos dispõem de diferentes recursos didácticos. O trabalho desenvolvido mostra, por um lado, uma utilização pouco generalizada de práticas de diferenciação pedagógica, em sala de aula, no âmbito das estratégias de ensino e de aprendizagem e, por outro, a inexistência no Agrupamento de uma prática de monitorização da eficácia dos apoios.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

O Agrupamento diversificou a sua oferta formativa como resposta para alunos com insucesso e em situação de potencial abandono escolar, proporcionando a possibilidade de formação em contexto real de actividade laboral. Oferece ainda cursos destinados às famílias dos alunos numa aposta na valorização dos saberes de forma mais abrangente. A dimensão artística é explorada na disciplina de Educação Musical no 2.º ciclo e nas actividades desenvolvidas neste âmbito, sobretudo, na comemoração de dias festivos e no 3.º ciclo na disciplina de oferta de escola de Artes Plásticas. Nos 2.º e 3.º ciclos a oferta de actividades de enriquecimento curricular não é muito diversificada sendo de destacar a valorização da dimensão desportiva, no Desporto Escolar, nomeadamente, o voleibol e a organização de um torneio interturmas de basquetebol.

O ensino experimental tem alguma expressão no 1.º ciclo no âmbito do ensino das ciências, promovendo o espírito científico, contudo na escola-sede é fraca a utilização dos equipamentos disponíveis, comprometendo uma maior relevância da actividade experimental. A valorização da aprendizagem contínua é mais conseguida na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, onde a divulgação dos trabalhos das crianças/alunos assume algum relevo. Na escola-sede existem situações pontuais, de exposições, nomeadamente no âmbito de comemorações e de trabalhos realizados pelos alunos do Curso de Educação e Formação, como valorização do conhecimento.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Projecto Educativo, para o quadriénio 2009-2013 foi elaborado tendo em conta as sugestões dos departamentos, dos conselhos de docentes e o projecto de intervenção da Directora. Neste documento constam objectivos, indicadores e metas mensuráveis para as actividades a desenvolver, bem como estratégias de actuação. A integração no Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II é oportuna e, de acordo com o Agrupamento, permitirá intervir no sentido de minimizar o absentismo e o abandono escolar, a indisciplina e a violência. Os Projectos Curriculares de Turma apresentam um modelo comum e são elaborados tendo em conta as características específicas de cada grupo/turma, não articulando com o Projecto Curricular nem com o Projecto Educativo. O Plano Anual de Actividades elenca as diferentes actividades a desenvolver numa tentativa, enquanto documento integrador, de fomentar a interdisciplinaridade, rentabilizando recursos e um efectivo desenvolvimento de competências. Não é pois evidente uma articulação e coerência entre os documentos orientadores. A dificuldade de circulação da informação tem impedido uma maior participação nas actividades do Agrupamento. O planeamento das actividades e a gestão do tempo escolar decorrem desses documentos e obedecem, nomeadamente, aos critérios definidos pela Directora e pelo Conselho Pedagógico. As actividades de apoio à família e de enriquecimento curricular asseguram a escola a tempo inteiro no 1.º ciclo. Em relação aos 2.º e 3.º ciclos o plano de ocupação dos tempos escolares não abrange todos os tempos lectivos, verificando-se ainda que os espaços afectos ao mesmo, nem sempre se encontram disponíveis. Em Área de Projecto são desenvolvidas competências no âmbito da promoção para a saúde e, em Estudo Acompanhado, reforçadas as aprendizagens ao nível da Matemática e da Língua Portuguesa.

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3.2 Gestão dos recursos humanos

A Directora procede à distribuição de serviço, tendo em conta, sempre que possível, a continuidade pedagógica, com vista a um desempenho adequado às características das turmas e às competências pessoais, relativamente ao pessoal docente e não docente. A recepção aos novos professores é feita pela Directora e através de um momento de convívio entre o pessoal docente e não docente. O apoio aos docentes que possam apresentar dificuldades no exercício das suas funções é efectuado pelos coordenadores de ciclo ou de departamento. Contudo, a inexistência de uma estratégia global de partilha de boas práticas e de experiências, tendo em conta os problemas identificados, não tem proporcionado um melhor enquadramento de todos os docentes, nomeadamente uma melhor integração e apoio aos mais novos.

A identificação de necessidades de formação do pessoal docente é feita com alguma regularidade, mas não está formalizado um Plano de Formação, que permita a consolidação científica e a renovação de práticas metodológicas dos docentes. No entanto, os docentes e não docentes têm feito formação por sua iniciativa e o Agrupamento tem proporcionado, em colaboração com entidades locais, algumas acções em áreas, como por exemplo, a cultura cigana e a educação sexual. A dimensão educativa dos conteúdos funcionais dos assistentes operacionais é valorizada, revelando estes profissionais terem conhecimento de situações específicas dos alunos, nomeadamente dos mais carenciados. Os serviços de administração escolar estão organizados por áreas funcionais, respondem às necessidades do Agrupamento, estando previstas algumas alterações de organização, ao nível da rotatividade, que visam uma resposta mais rápida e eficiente.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

Em geral, os recursos, os espaços e equipamentos estão acessíveis e organizados. No entanto, existem vários problemas com as instalações, como acontece na Escola Básica n.º 91 e na Escola Básica Maria da Luz de Deus Ramos que não têm espaços físicos adequados para o desenvolvimento das diferentes actividades, nomeadamente para a prática da educação física. A Escola Básica n.º 91 apresenta-se bastante degradada e a Escola Básica Maria da Luz Ramos, está sobrelotada pelo que funciona em regime duplo, levando a que as actividades de enriquecimento curricular se realizem em instalações provisórias. Estas ocupam uma parte do único espaço desportivo, o que limita a sua utilização pelos alunos, nos tempos de lazer. As escolas possuem condições para as actividades curriculares, tendo todas elas bibliotecas organizadas e com o equipamento necessário para o apoio às actividades lectivas. De referir, o reduzido investimento na humanização das salas de aula e de outros espaços comuns, o que é mais evidente na escola-sede, de forma a motivar os alunos e a incutir neles um sentimento de pertença e de identificação com o Agrupamento. A existência de uma casa abandonada em terreno contíguo à escola-sede, propiciadora de comportamentos inadequados, tal como a vedação que permite entradas e saídas irregulares, põem em causa a segurança. A prática desportiva tem estado muito condicionada pela inexistência de um pavilhão gimnodesportivo. Esta infra-estrutura tem sido objecto de diferentes procedimentos por parte do Agrupamento, no sentido da sua construção.

A Biblioteca Escolar, integrada na Rede de Bibliotecas, não é muito utilizada, nomeadamente, quando os alunos não têm aulas. Os laboratórios não mostram uma organização que indicie uma utilização frequente. Na escola--sede, apesar das diligências efectuadas pela Directora, continuam a verificar-se alguns problemas resultantes da instalação da rede informática, no âmbito do Plano Tecnológico da Educação, com impacto na vida do Agrupamento, nomeadamente na utilização da Internet. A partilha de recursos materiais entre as diferentes unidades educativas tem escassa expressão. O Agrupamento revela pouca iniciativa para angariação de receitas próprias.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

A Associação de Pais e Encarregados de Educação, legalmente constituída em Março de 2009, tem-se mostrado conhecedora da realidade, motivada e empenhada na procura de soluções para os problemas identificados e tem um bom relacionamento com os órgãos do Agrupamento. É disso exemplo o assumir da responsabilidade da dinamização de actividades de enriquecimento curricular, em colaboração com a K’Cidade, em duas das três escolas básicas com jardim-de-infância, e o apoio no controlo e vigilância dos espaços interiores na Escola Básica n.º 34. Os níveis de participação e interesse pela vida escolar dos seus educandos, por parte dos pais e encarregados de educação, vão decrescendo à medida que se avança nos ciclos de ensino. O Agrupamento tem

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tentado inverter esta situação com estratégias de mobilização dos pais, como acções de formação. A este nível, é pretensão do Agrupamento assumir uma maior abertura à comunidade, no sentido de promover a participação dos pais no acompanhamento da vida escolar dos seus educandos. De referir a boa articulação com as instituições locais, nomeadamente com a Junta de Freguesia do Lumiar, na procura de soluções conjuntas para a resolução de alguns problemas. No entanto, a falta de um plano concertado de intervenção social por parte das entidades públicas competentes, tem dificultado o trabalho do Agrupamento no sentido de uma maior aproximação às famílias e de combate à indisciplina e ao absentismo dos alunos.

3.5 Equidade e justiça

O Agrupamento pauta a sua actuação por princípios de equidade e de justiça, tendo em conta os princípios da escola inclusiva. São disso exemplo, a constituição de uma Unidade de Apoio a Alunos com Multideficiência, a preocupação e a persistência na identificação e no apoio aos alunos carenciados e sua integração, de que é exemplo o Programa Integrado de Educação e Formação. Salienta-se o trabalho efectuado, no âmbito do Grupo Comunitário da Alta, que envolve várias instituições para apoio social às famílias e ainda o apoio do pessoal docente e não docente aos alunos, particularmente os mais carenciados. As estratégias implementadas no âmbito do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II permitem desenvolver um trabalho mais efectivo de acompanhamento e integração de todos os alunos.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

A Directora tem bem presente as características socioeconómicas e culturais da comunidade e a diversidade sociocultural que caracteriza o Agrupamento, sendo este conhecimento afirmado por todos. Os problemas mais pertinentes encontram-se identificados no Projecto Educativo e no projecto apresentado no âmbito do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II. Assim, foram definidos objectivos e estratégias (sobretudo no segundo, ainda que sem indicação de prioridades), em consonância com a missão definida para o Agrupamento. A visão da Directora é ter um Agrupamento referenciado como de sucesso, que permita a conclusão de um percurso escolar básico aos alunos e que proporcione uma entrada directa no mundo do trabalho. O trabalho realizado aponta para uma estratégia de estabilidade, motivação e perseverança face aos constrangimentos, pelo desenvolvimento de uma liderança de proximidade e confiança, compatível com uma visão de Agrupamento ao serviço dos alunos e da comunidade.

4.2 Motivação e empenho

A Directora e respectiva equipa têm conhecimento da sua área de acção, praticando uma gestão partilhada que promove tanto quanto possível a subsidiariedade e a complementaridade das funções e responsabilidades. A visão e a missão expressas no Projecto Educativo manifestam-se, também, nas diferentes estruturas de gestão intermédia, nomeadamente no trabalho desenvolvido pelas coordenadoras de estabelecimento. As diferentes lideranças são participativas e fundam-se na motivação, na abertura e na confiança para a melhoria do serviço prestado.

O Conselho Geral, no desenvolvimento das suas competências, tem dado um contributo positivo e mostra-se disponível e empenhado para a consolidação do Agrupamento como unidade de gestão, significativa e com identidade própria. O pessoal docente, da educação pré-escolar ao 3.º ciclo, participa nessa concepção de empenho e pretende apropriar-se da cultura do Agrupamento, manifestando dedicação no exercício das suas funções estabelecendo-se, cada vez mais, um clima de proximidade e afectividade entre estes e os alunos. O Agrupamento vive momentos difíceis, mas espelha um clima e relações interpessoais positivos entre os diferentes elementos da comunidade educativa. Os docentes e não docentes sabem que os alunos precisam deles e que o trabalho será exigente. Neste sentido, a actuação dos assistentes técnicos e dos assistentes operacionais, sobretudo da sua coordenadora, tem tido impacto na prevenção e na resolução das diferentes situações que se lhes apresentam. Estes profissionais fazem-no com conhecimento e assunção da dimensão educativa das suas funções e com empenho no seu desenvolvimento.

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4.3 Abertura à inovação

A abertura à inovação tem consistido mais num esforço interno de adaptação e de encontrar respostas para os problemas identificados, de acordo com as características da comunidade, do que tem sido resultado de procura proactiva de novas linhas de desenvolvimento. No domínio das tecnologias da informação e comunicação, a inexistência de recursos como a plataforma Moodle e a página Web revela pouca inovação no aproveitamento das suas potencialidades e tem contribuído para uma deficiente circulação da comunicação ao nível interno e externo. O Agrupamento tem desenvolvido projectos como o Under Constrution que levou à Holanda alunos com problemas de comportamento e o Navaleu, no âmbito do Comenius, mas não o faz de uma forma continuada e interiorizada, demonstrando uma atitude pouco inovadora. O projecto integrado no Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II e a exploração das potencialidades de uma freguesia com uma elevada população jovem e multicultural poderão constituir-se como oportunidades para o desenvolvimento de dinâmicas mais inovadoras.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

O Agrupamento estabelece parcerias com entidades do poder local, nomeadamente com a Junta de Freguesia do Lumiar para a resolução de muitas situações decorrentes da degradação de algumas instalações. São ainda estabelecidas parcerias com diferentes instituições presentes no Conselho Geral, como a K’Cidade - Programa de Desenvolvimento Comunitário Urbano, a Associação de Residentes do Alto do Lumiar e a Associação Raízes, com o objectivo de abertura à comunidade e promoção de uma educação mais integradora e abrangente. São exemplos do trabalho de parceria os Clubes da Leitura e da Escrita e o projecto “O Judo na Escola”, que têm sido reconhecidos interna e externamente. Porém, tendo presente que a freguesia apresenta uma grande concentração de tecido associativo, nomeadamente, associações desportivas, um possível reforço das conexões com entidades externas apresenta-se como uma oportunidade de desenvolvimento de novos projectos.

De salientar, a colaboração com a Escola Superior de Educação de Lisboa no projecto “A PAR”, com a Associação de Educação e Inserção de Jovens no projecto “Questão de Equilíbrio” e com a Associação Equipa Móvel de Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce na terapia da fala. Contudo, as situações mais graves de natureza social e de integração escolar estão dependentes da articulação com os serviços locais de outros ministérios. No quadro de projectos e programas nacionais, o Agrupamento tem participado, por exemplo no Plano da Matemática e no Plano Nacional de Leitura. Ao nível internacional, houve nos últimos anos o envolvimento no Programa Comenius. A articulação com outras escolas ou agrupamentos semelhantes não é explorada, no sentido de adopção de outras práticas para melhorar as condições de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal e social dos alunos.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

5.1 Auto-avaliação

O Agrupamento, desde que foi constituído em 2004 e reestruturado em 2007, foi adoptando procedimentos de auto-avaliação, muitas vezes resultantes das dificuldades com que se tem vindo a deparar. Estes procedimentos têm incidido nas várias áreas-chave, como os resultados, o processo de ensino e de aprendizagem, a gestão e os factores contextuais, revelando intencionalidade, apesar da inexistência de um projecto de auto-avaliação. De realçar o trabalho desenvolvido nos diferentes fóruns representativos da comunidade educativa para o levantamento de pontos fortes e fracos e para a definição de estratégias, nomeadamente de combate ao absentismo dos alunos e aos seus fracos resultados académicos, o que contribuiu para a elaboração do projecto apresentado no âmbito do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II.

A equipa de auto-avaliação, recentemente constituída, começou por investir na sua autoformação, passando depois à adaptação de questionários cuja aplicação a toda a comunidade educativa explica o atraso no seu tratamento, correndo o risco de desactualização dos resultados. Tal procedimento compromete a necessidade de dar uma resposta rápida e adequada ao trabalho a desenvolver e às mudanças que ocorrem no Agrupamento. Este considera que poderá focalizar o projecto de auto-avaliação nas áreas de prioridade educativa, como ponto de partida da melhoria e utilizá-lo como elemento orientador dos vários documentos de planeamento e na operacionalização e monitorização das diferentes estratégias e acções de intervenção.

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5.2 Sustentabilidade do progresso

O processo de auto-avaliação que tem sido desenvolvido, tanto ao nível da análise e reflexão dos resultados escolares, como do recente diagnóstico realizado no âmbito da candidatura ao Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II, já produziu informação muito útil. Na verdade, o Agrupamento tem desenvolvido estratégias de melhoria apoiando-se nos seus pontos fracos e fortes. No sentido de alcançar os seus objectivos procedeu à identificação de oportunidades e de constrangimentos, o que tem permitido trabalhar em conjunto com várias organizações e com as pessoas que constituem a comunidade. A auto-regulação pelos resultados educativos e pelo estabelecimento de conexões fortes com redes locais, conjugada com as lideranças participativas, a vontade em melhorar e o empenho do pessoal docente e não docente e do Conselho Geral, poderão ser considerados como indicadores de que a auto-avaliação será orientada para o desenvolvimento, de modo a permitir uma maior sustentabilidade da acção e do progresso.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por:

• Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;

• Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;

• Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos;

• Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

Unidade de Apoio à Multideficiência, na Escola Básica do 1.º Ciclo do Ensino Básico n.º 34, criada em consequência da necessidade sentida por todos de dar uma resposta de qualidade a alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente (problemáticas mais complexas);

Associação de Pais do Agrupamento conhecedora da realidade, motivada e empenhada na procura de soluções para os problemas identificados;

Clima e relações interpessoais positivos entre os diferentes elementos da comunidade educativa;

Empenho e dedicação do pessoal docente no exercício das suas funções;

Conhecimento e assunção da dimensão educativa das funções que desempenham, por parte dos assistentes operacionais e dos assistentes técnicos e o empenho que colocam no seu desenvolvimento;

Contributo positivo, disponibilidade e empenho do Conselho Geral para a consolidação do Agrupamento como unidade de gestão, significativa e com identidade própria.

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Pontos fracos

Reduzido impacto das medidas destinadas a combater a indisciplina ao nível da escola-sede pela inexistência de uma estratégia concertada e partilhada por todos;

Fraca articulação curricular entre os três ciclos do ensino básico (sobretudo entre os 1.º e 2.º ciclos), tal como entre os técnicos das actividades de enriquecimento curricular do 1.º ciclo e os 2.º e 3.º ciclos nas áreas disciplinares correspondentes;

Incipiente Projecto Curricular no que concerne à sua organização e estrutura com vista a uma melhor e mais contextualizada gestão do currículo nacional;

Fraca utilização das tecnologias da informação e comunicação de uma forma geral e em particular em contexto de sala de aula, como recurso motivador dos alunos e facilitador do processo de ensino e de aprendizagem;

Fraca utilização dos equipamentos disponíveis na escola-sede para uma maior relevância da actividade experimental nas ciências;

Inexistência de uma estratégia global de partilha de boas práticas e de experiências que proporcione um melhor enquadramento de alguns docentes e em particular uma melhor integração e apoio aos novos;

Reduzido investimento na humanização das salas de aula e de outros espaços comuns, sobretudo na escola-sede, de forma a motivar os alunos e a incutir neles um sentimento de pertença e de identificação com o Agrupamento;

Reduzida abertura das escolas do Agrupamento à comunidade com implicações na participação dos pais e encarregados de educação no acompanhamento da vida escolar dos seus educandos;

Deficiente circulação da comunicação ao nível interno e externo para o que contribui a inexistência de recursos como a plataforma Moodle e a página Web do Agrupamento.

Oportunidades

Exploração das potencialidades de uma freguesia com uma elevada população jovem e multicultural;

Reforço de conexões com entidades externas, nomeadamente, associações desportivas, de forma a favorecer o desenvolvimento de projectos motivadores para os alunos, tendo presente que a freguesia apresenta uma grande concentração de tecido associativo;

Celebração de protocolos com os serviços locais de outros ministérios para uma maior articulação, a fim de encontrarem soluções conjuntas para algumas situações graves de natureza social e de integração escolar.

Constrangimentos

Inexistência de um pavilhão gimnodesportivo na Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, infra-estrutura de desenvolvimento e de valorização da dimensão desportiva e factor apelativo e de motivação dos alunos para a escola, beneficiando ainda a comunidade educativa;

Existência de uma casa abandonada em terreno contíguo à escola-sede propiciadora de comportamentos inadequados, tal como a vedação desta escola que permite entradas e saídas irregulares, pondo em causa a segurança da comunidade educativa e dos espaços escolares;

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Falta de espaços físicos adequados na escola-sede e nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico Maria da Luz de Deus Ramos e nº 91, para o desenvolvimento das diferentes actividades, nomeadamente da prática da Educação Física;

Inexistência de um plano concertado de intervenção social, por parte das entidades públicas competentes, que apoie a população com graves problemas socioeconómicos e socioculturais, e que potencie o trabalho do Agrupamento na aproximação às famílias e no combate à indisciplina e ao absentismo dos alunos.

Referências

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