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DETERMINANTES DO CRESCIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO ENTRE 2003 E 2009

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

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DETERMINANTES DO CRESCIMENTO

ECONÔMICO BRASILEIRO ENTRE 2003 E

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ORIENTADOR: PROF. MARCELO DE ALBUQUERQUE MELLO

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DETERMINANTES DO CRESCIMENTO ECONOMICO BRASILEIRO ENTRE 2003 E 2009

IZIS JANOTE FERREIRA

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Economia como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Economia.

Área de Concentração: Economia Empresarial

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DETERMINANTES DO CRESCIMENTO ECONOMICO BRASILEIRO ENTRE 2003 E 2009

IZIS JANOTE FERREIRA

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Economia como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Economia.

Área de Concentração: Economia Empresarial

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________ Professor Marcelo de Albuquerque Mello (Orientador)

Instituição: IBMEC - RJ

_____________________________________________________ Professor Christiano Arrigoni Coelho

Instituição: IBMEC - RJ

_____________________________________________________ Professor Arilton Teixeira

(4)

Prezado aluno (a),

Por favor, envie os dados abaixo assim que estiver com a versão definitiva, ou seja, quando não faltar mais nenhuma alteração a ser feita para o e-mail biblioteca.rj@ibmecrj.br, colocando no assunto: FICHA CATALOGRÁFICA - MESTRADO.

Enviaremos a ficha catalográfica o mais breve possível para o seu e-mail (se possível em até 72 horas). 1) Nome completo;

2) Título e subtítulo (se houver e separados);

3) Ano da defesa; 4) Área de concentração:

5) Assunto principal (contextualizado); 6) Assuntos secundários;

7) Palavras-chave, e 8) Resumo (se possível)

9) Curso (Mestrado profissionalizante em ...)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe, e à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, empresa onde trabalho, que confiou em mim ao conceder-me a possibilidade de realização deste curso.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu pai, meu irmão e meu noivo, por compartilharem comigo os momentos de ansiedade e angústia vividos durante esta etapa da minha vida. Agradeço muito a minha mãe, que apesar de estar no plano espiritual, sempre foi uma grande companheira, amiga, e conselheira. Meu “muito obrigada” especial à Confederação Nacional do Comercio de Bens, Serviços e Turismo, empresa na qual trabalho, que me proporcionou a oportunidade de realizar este curso. Obrigada ao professor Marcelo Mello, meu orientador, pela paciência diante de tantos questionamentos. A todos aqueles que me apoiaram direta ou indiretamente, aos colegas Sabrina e Luiz Fernando, meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

O objetivo desta dissertação é verificar os determinantes do crescimento econômico brasileiro entre os anos de 2003 e 2009. Para tanto, construímos um modelo com dados organizados em painel, para uma amostra de 41 países selecionados, considerando dados de 1970 a 2009. Utilizamos a taxa de crescimento da renda per capita como variável dependente e como variáveis de controle: renda inicial, grau de abertura da economia, taxa de câmbio efetiva real, escolaridade da população com 15 ou mais anos, crédito/PIB, consumo do governo/PIB, taxa de inflação, e investimento/PIB. Consideramos ainda uma subamostra de países selecionados da amostra total, denominados países em desenvolvimento de acordo com a classificação do FMI. Os resultados indicam que entre 2003 e 2009 a renda inicial, a escolaridade da população acima de 15 anos, e a razão investimento/PIB possuem o maior impacto no crescimento do PIB brasileiro.

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ABSTRACT

The aim of this study is to verify the determinants of economic growth in Brazil to 2003 till 2009. We built a panel data model for a sample of forty one countries, considering values from 1970 to 2009. We use the income per capita growth as the dependent variable and as explanatory variables: initial income, economic degree of openness, real effective exchange rate, average years of schooling for population with fifteen years or more, credit/GDP, government expenditure/GDP, inflation rate, and investment/GDP. We consider yet another country sample selected of the total sample, that was named by developing countries as International Monetary Fund classification. The results indicate that between 2003 and 2009 the initial income, the years of schooling and the investment/GDP have the greatest impact on brazilian GDP growth.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 –Estatisticas Descritivas – amostra integral ... 16

Tabela 2 –Estimativas Econométricas 1996 - 2002... 18

Tabela 3 –Estimativas Econométricas 2003 - 2009... 20

Tabela 4 –Estimativas Econométricas Países em Desenvolvimento 1996 - 2002 ... 24

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LISTA DE ABREVIATURAS

FMI Fundo Monetário Internacional PWT Penn World Table

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO………...…….1

2 REVISÃO DA LITERATURA………..….4

2.1 EASTERLY, LOYAZA E MONTIEL (1997)………...………5

2.2 VELOSO, VILELLA E GIAMBIAGI (2008)………...…………7

3 METODOLOGIA………...………11

4 DESCRIÇÃO DOS DADOS………...….12

4.1 VARIÁVEIS DE CONTROLE: Zi,t………...…13

5 RESULTADOS...17

5.1 ESTIMATIVAS PARA O TOTAL DA AMOSTRA...………...…..17

5.2 ESTIMATIVAS PARA O SUBGRUPO DE PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO...…....…..…..24

6 CONCLUSÃO...29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……….………32

APÊNDICE A……….33

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1 INTRODUÇÃO

Durante os sete anos compreendidos entre 2003 e 2009, pode-se observar que a média do crescimento do produto interno bruto (PIB) brasileiro foi amplamente superior ao auferido no período anterior, entre 1996 e 2002. Enquanto a taxa média de crescimento do PIB no primeiro período foi de 4,01%, entre 1996 e 2002 a média foi 2,31%.

A presente dissertação tem como objetivo identificar os determinantes do crescimento econômico brasileiro entre os anos 2003 e 2009. Pretende-se, através do trabalho empírico, identificar o impacto das variáveis listadas no modelo para o crescimento da renda per capita brasileira no intervalo de tempo descrito.

Distintos fatores contribuíram para a melhora do desempenho do crescimento econômico a partir de 2003. A manutenção e o aprofundamento das politicas econômicas praticadas desde a instituição do Plano Real foram significativas para a estabilidade macroeconômica alcançada no Brasil, a partir da segunda metade da década de noventa. Nesse sentido, destacaram-se as ações de desregulamentação e de privatização implementadas desde então.

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Tal estabilidade dificilmente seria possível em caso de descontinuidade do tripé macroeconômico: regime de metas de inflação, superávit primário e regime de taxas de câmbio flutuante.

Segundo Easterly et alli (1997), os programas de estabilização econômica e as reformas estruturais praticadas na América Latina no fim dos anos oitenta e princípio dos anos noventa foram os principais responsáveis pela retomada da histórica taxa de crescimento da renda per capita da região, em torno de 2%, entre 1991 e 1993. De acordo com os autores, os países da América Latina que efetuaram reformas macroeconômicas passaram a crescer mais rapidamente do que as economias não reformistas.

Veloso et alli (2008) estimam que as mudanças nas políticas econômicas brasileiras, assim como o ambiente externo favorável, e os efeitos desasados das reformas do Plano de Ação Econômica do Governo Castello Branco (PAEG), entre 1964 e 1967, impactaram positivamente o crescimento brasileiro no período do Milagre Econômico, entre 1968 e 1973.

O efeito defasado das reformas institucionais (como reforma fiscal, tributária, do sistema financeiro, entre outras) do PAEG foram os principais aceleradores do crescimento, e as variáveis relacionadas ao ambiente externo, e a politica econômica explicam uma parcela relativamente pequena da aceleração do crescimento econômico entre 1968 e 1973.

Nesta dissertação efetuamos regressões com dados organizados em painel, entre 1970 e 2009, para duas amostras de países: a primeira considerando 41 países selecionados,

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e a segunda contendo um subgrupo de países da amostra integral denominados países em desenvolvimento, assim classificados pelo FMI.

Os resultados das estimativas indicam que para a amostra integral, entre 2003 e 2009, a renda inicial, a escolaridade da população acima de 15 anos, bem como a razão investimento/PIB, possuem o maior impacto no crescimento do PIB brasileiro. Para o intervalo 1996 e 2002, a inflação e a taxa de investimento tiveram o maior impacto no crescimento. Ao reunirmos países que possuem características semelhantes às da economia brasileira, verificamos que os resultados são pouco conclusivos.

É importante destacar que a análise efetuada nesta dissertação considera um período relativamente curto de tempo. No entanto, seguindo a metodologia empregada na literatura relacionada, utilizamos o modelo neoclássico que considera o crescimento da renda per capita no longo prazo. Ressaltamos, então, que estamos tratando o crescimento econômico no curto prazo utilizando um modelo essencialmente de longo prazo, sem prejuízo de eficiência do modelo descrito nesse trabalho.

Esta dissertação está organizada em seis seções, além desta introdução. Na seção 2 é apresentada a revisão da literatura relacionada. Na seção 3 efetuamos a descrição da metodologia utilizada. A seção 4 contempla a descrição dos dados. Na seção 5 discutimos os resultados obtidos, e na seção 6 reunimos as principais conclusões.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A avaliação dos determinantes do crescimento econômico dos países motivou distintos trabalhos que tiveram como base estimações econométricas baseadas no modelo neoclássico de crescimento da renda per capita.

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2.1 EASTERLY, LOYAZA E MONTIEL (1997)

Easterly et alli (1997) analisam que os programas de estabilização macroeconômica e as reformas estruturais, instituídos nas países da América Latina no fim da década de 1980 e inicio na década de 1990, foram os principais responsáveis pela aceleração do crescimento. Identificam, quantitativamente, como mudanças das politicas econômicas alteram as taxas de crescimento dos países da região.

Os autores verificam que, de forma geral, os países que praticaram reformas econômicas passaram a crescer mais rapidamente do que antes das referidas reformas, como também mais rápido dos que as economias não reformistas.

Mostram ainda que as mudanças nas políticas econômicas fizeram com que os países da América Latina alcançassem novamente a taxa de crescimento média histórica de 2%, entre o período de 1991-1993. Nesse período o crescimento do PIB das 16 economias da região superou a média de crescimento dos demais países do mundo.

Eles estimam a equação básica do modelo neoclássico de crescimento econômico, em painéis de cinco anos, para uma amostra que considera 70 países para o período de 1960 a 1993. Adicionam à equação variáveis de controle relacionadas às politicas macroeconômicas, como a taxa de inflação e o consumo do governo em relação do PIB. Para capturar os choques externos, utilizam a razão entre o volume de comércio exterior e o PIB. Para medir a participação do sistema financeiro na economia usa a relação M2/PIB. Como outras variáveis de controle, utilizam a escolaridade da população dos países, os

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Os autores fazem uso do método MQO, com e sem a presença de efeitos fixos de tempo e de países. O controle para o efeito fixo relacionado aos países é feito através do método de primeiras diferenças da equação de crescimento, em que a variável dependente, a taxa de crescimento da renda per capita, está em diferenciação de primeira ordem.

Além disso, eles estimam o modelo utilizando também o estimador em painel dinâmico, Método dos Momentos Generalizados segundo Chaberlain (1984), Rosen et alli (1988) e Arellano e Bond (1991).

Após estimar o modelo para os 70 países, os autores separam estes países em grupos, dentre os quais estão as 16 economias latino-americanas, os tigres asiáticos, e demais economias. De acordo com as taxas de crescimentos auferidas no modelo, eles identificam que a partir de 1990 a taxa de crescimento média dos países da América Latina, no intervalo dos cinco anos de cada período de estimação, passou a superar a média do crescimento dos demais países do mundo, ficando atrás apenas do crescimento do produto nos países tigres asiáticos.

Os autores concluem que os efeitos das reformas no crescimento têm impacto positivo na média da taxa de crescimento dos países. Independente das experiências individuais de cada país quanto às reformas (grau de alcance, período de tempo, etc) essa média é maior do que a esperada para os países da região. Portanto, a estabilidade econômica promovida efetivamente refletiu no incremento da renda per capita, e tal aumento não foi insignificante.

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2.2 VELOSO, VILLELA e GIAMBIAGI (2008)

Veloso et alli (2008) investigam os determinantes do crescimento da economia brasileira no período do “Milagre Econômico”, ocorrido entre 1968 e 1973. Quantificam, também por meio de regressões com dados em painel, as possíveis variáveis determinantes do “Milagre”. Nesse intervalo a taxa de crescimento do PIB alcançou 11, 1% ao ano acompanhada de queda da inflação e saldos positivos no balanço de pagamentos do país, enquanto que entre 1964-1967, o crescimento foi de 4,2%.

Os autores mencionam que de acordo com o trabalho de Gomes et alli (2003) e Bacha e Bonelli (2004), o “Milagre Brasileiro” foi, na verdade, um milagre de produtividade. Gomes et alli (2003) mostram que o crescimento econômico entre 1967 e 1976 esteve calçado no aumento da produtividade total dos fatores, com a queda da relação capital-produto. Por outro lado, Bacha e Bonelli (2004) evidenciam que houve queda na relação entre produto e uma medida do estoque de capital, entre 1946 e 2002, mas que entre 1968 e 1973, ocorreu um aumento da relação produto-capital, condizente com a constatação de Gomes et alli (2003).

Ainda assim, para verificar os determinantes da aceleração do produto no período do “Milagre”, Veloso et alli (2008) utilizam regressões de crescimento da renda per capita.

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primeira delas, diz respeito à importância da politica monetária expansionista, com ampliação do credito, e o incentivo às exportações.

Na segunda linha de interpretação, relacionados ao ambiente externo favorável, estão, a melhora dos termos de troca no período, o crescimento da economia internacional, além da liquidez internacional traduzida em crédito externo farto e barato.

A terceira vertente é relativa aos efeitos defasados das reformas institucionais (fiscais, tributarias e financeiras) introduzidas com o Plano de Ação Econômica do Governo Castello Branco (PAEG), entre 1964 e 1967, na aceleração do crescimento no período seguinte, do Milagre Brasileiro.

Indicam que de acordo com trabalho de Simonsen e Campos (1974) entre 1964 e 1967, o modelo de desenvolvimento econômico no Brasil foi alterado, com abertura da economia ao exterior, e instituído um “esforço de restauração” em função da escalada inflacionária, dos elevados déficits no balanço de pagamentos, e da redução dos investimentos. As novas orientações de política macroeconômica, assim como as reformas do PAEG refletiram em maiores taxas de crescimento do produto.

Os autores estimam regressões com dados organizados em painéis de 6 e 10 anos para uma amostra de 62 países, durante o período entre 1962 e 1997, tendo como base o modelo neoclássico de crescimento da renda per capita. Quantificam o crescimento econômico previsto pelo modelo para o período entre 1968 – 1973 e avaliam em que medida o modelo explica a aceleração do crescimento neste período, em comparação ao anterior, 1962-1967. Posteriormente, os autores utilizam os coeficientes estimados e os valores das

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variáveis entre 68 e 73 para prever o crescimento econômico, e comparam com o valor observado da taxa de crescimento do produto.

O modelo considera a taxa de crescimento da renda per capita como variável dependente, e variáveis de política econômica (taxa de inflação, consumo do governo/PIB, M2/PIB), variáveis relacionadas ao ambiente externo (volume de comércio/PIB, variável de Sachs1), e outras variáveis de controle (escolaridade da população acima de 15 anos, taxa de crescimento dos termos de troca, e log da renda per capita e a razão investimento/PIB).

A metodologia de quantificação das variáveis que influenciam o crescimento econômico foi inspirada na mesma metodologia usada por Easterly el all (1997).

Veloso et alli (2008) verificam que para painéis de 6 anos, as variáveis de política econômica e aquelas relativas ao setor externo explicam parcela pequena do crescimento econômico. Além disso, o modelo estimado no intervalo de seis anos subestima o crescimento econômico no período e superestima o crescimento no período anterior ao “Milagre”, entre 62 e 67.

Para os painéis de 10 anos, dentre os quais está o intervalo 1964-1973, a taxa de crescimento da renda prevista pelo modelo aproxima-se daquela observada. Associados, os dois resultados indicam que de fato a aceleração do crescimento entre 68 e 73 esteve baseada principalmente nos efeitos defasados das reformas do PAEG. Isso por que entre 64 e 67, foram ajustados os desequilíbrios macroeconômicos e efetuadas reformas institucionais que demonstraram seus efeitos apenas nos anos seguintes, no período do “Milagre”.

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Os autores concluem que com a evidência de que as reformas estão associadas a defasagens importantes no crescimento, principalmente quando a economia passa por crise econômica, pode predominar o desincentivo quanto à adoção das mudanças estruturais na economia, como reforma do sistema tributário, por exemplo. Como os efeitos positivos das medidas são verificados apenas parcialmente na gestão responsável pela adoção das mesmas, forma-se um dilema na economia política.

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3 METODOLOGIA:

O trabalho empírico concentra-se em estimar equações baseadas no modelo neoclássico de crescimento da renda per capita. Utilizamos nas regressões dados organizados em painel, para uma amostra de 41 países selecionados.

O painel foi estimado para o período 1970 – 2009, utilizando os estimadores Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), Efeitos Fixos, e Método dos Momentos Generalizados (GMM), com base em Arellano e Bond (1991). No entanto, o objetivo do trabalho é determinar a contribuição de cada uma das variáveis de controle para o crescimento do produto, para os sete anos compreendidos entre 2003 e 2009. Os resultados das estimativas foram comparados com aqueles obtidos no período imediatamente anterior, 1996 – 2002.

Estimamos também o modelo com as mesmas especificações, para o subgrupo de 26 países em desenvolvimento, selecionados da amostra total. A definição dos países em desenvolvimento foi tomada com base na classificação quanto ao nível de desenvolvimento econômico do FMI.

Portanto, estimamos o modelo para a amostra completa dos 41 países, e para a amostra do subgrupo dos países em desenvolvimento, conforme a equação representada a seguir. Posteriormente comparamos os resultados obtidos pelas estimações efetuadas nos dois intervalos de tempo.

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Onde gi,t é a taxa de crescimento da renda per capita do país i, no período t, e o log

yi,t-5 é o valor logarítmico da renda per capita inicial do país i com defasagem de cinco anos.

O grupo Zi,t representa o conjunto de variáveis de controle dentre as quais, em pelo mesmo

uma das especificações, está a variável investimento/PIB.

O termo Œi,t representa o erro da regressão, enquanto que ηt representa a variável

dummy a qual captura os efeitos fixos de tempo, que são não observáveis, comuns a todas as

economias e associados a cada período. O termo µi captura os efeitos fixos específicos de

cada país, os quais estão presentes na regressão, mas não variam no longo do tempo.

Em todas as especificações utilizamos a Matriz Covariância de White para a correção da heterocedasticidade (erro padrão).

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4 DESCRIÇÃO DOS DADOS:

A base de dados utilizada nesta dissertação é constituída de dados anuais, para um grupo de 41 países selecionados, no período entre 1970 e 2009. Também selecionamos um subgrupo de 26 países da amostra, composto por países em desenvolvimento, classificados dessa forma pelo FMI de acordo com o nível de desenvolvimento. As amostras tanto do grupo, quanto do subgrupo de países estão descritas nos apêndices A e B, respectivamente.

No modelo estimado, a taxa de crescimento da renda per capita é a variável dependente. O logaritmo da renda per capita defasado em cinco períodos representa a renda per capita inicial dos países, e é uma variável de controle, em virtude da predominância da hipótese de convergência condicional2. Utilizamos o logaritmo da renda com mais defasagens em função do log defasado em apenas um período (t-1) ser potencialmente endógeno ao crescimento da renda no período imediatamente posterior (t).

Adicionalmente, seguindo a literatura padrão, definimos as variáveis de controle no grupo Zi,t, que compõem o conjunto de variáveis independentes, também explicativas do

crescimento da renda per capita.

As informações da taxa de crescimento da renda per capita anual dos países foram calculadas a partir dos valores do PIB per capita, disponíveis na Penn World Table, versão 7.0. Também através dos valores do PIB per capita obtivemos o log da renda per capita dos países.

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4.1 VARIÁVEIS DE CONTROLES: Zi,t

A taxa de inflação, medida pela variação anual no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no fim do período, foi adicionada ao modelo para capturar os efeitos relacionados à estabilidade econômica, especialmente a partir da década de noventa, através de reformas nas políticas econômicas. É uma medida de distorção da política monetária. Os dados de inflação foram obtidos no World Economic Outlook (WEO), do FMI, edição de abril de 2010. Espera-se que a relação entre inflação e crescimento econômico seja negativa.

Utilizamos também uma variável de política fiscal, a razão entre o consumo do governo em relação ao PIB. Essa variável, gastos do governo, representa o grau de intervenção/participação do governo na economia, e foi obtida na PWT, versão 7.0. O consumo do governo em relação ao PIB pode representar um bom indicador de credibilidade e estabilidade quanto à permanência dos ajustes fiscais. Por outro lado, o aumento dos gastos do governo pode impactar no aumento das expectativas de inflação, e contribuiria, assim, negativamente para o crescimento do produto. Por isso, o efeito dos gastos governamentais no crescimento da renda pode ter sentido dúbio.

Para mensurar a participação do sistema financeiro na economia, utilizamos da razão entre crédito e o PIB. O crédito é representado pelo crédito total do sistema financeiro ao setor privado e ao setor publico. A variável foi obtida do website do Bank of International

Settlements (BIS). Esperamos uma relação positiva entre o crescimento do crédito e o

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Com vistas a denotar o grau de abertura da economia adicionamos a medida da razão entre o volume de comércio exterior (ou corrente de comércio, que é a soma das exportações com as importações) e o PIB. Essa é uma das variáveis representativas do setor externo, que captura choques externos. Os dados foram verificados na PWT, versão 7.0;

Outra variável inserida no modelo, através da qual é possível controlar para choques externos, é o índice da taxa de cambio efetiva real. Ela é utilizada também como

proxy dos termos de troca (razão entre os preços dos bens e serviços exportados e

importados). Os dados do câmbio efetivo também foram levantados no website do Bank of

International Seetlements (BIS). Esperamos que quanto maior a taxa de cambio efetiva, ou

seja, quanto mais desvalorizado o cambio, maior o crescimento da renda, via incremento da receita com exportações.

Para controlar o impacto do capital humano no crescimento econômico inserimos a variável de escolaridade, obtida em Barro-Lee (2011). Ela indica a média de anos de estudo da população do país com idade igual ou superior a 15 anos. Esperamos que o crescimento econômico seja tanto maior quanto mais anos de escolaridade tiver a população.

Em pelo menos uma especificação do modelo, utilizamos a variável taxa de investimento em relação ao PIB, obtida na PWT versão 7.0, em função dela representar o impacto das variáveis sobre o crescimento econômico através da elevação da taxa de crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF)3.

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Essas variáveis foram usadas no modelo basicamente em razão de serem amplamente utilizadas na literatura relacionada, como em Veloso et alli (2008). Além disso, como o objetivo deste trabalho é verificar os determinantes do crescimento brasileiro, elas capturam aspectos importantes da política econômica praticada no Brasil, a partir da adoção do Plano Real em 1994, e da estabilização econômica progressivamente consolidada nos anos posteriores a adoção do Plano.

Na tabela 1 são apresentadas as estatísticas descritivas das variáveis do modelo, considerando a amostra integral de países.

Média Mediana Máximo Mínimo Desvio Padrão Observações

CRESCIMENTO PIB % 2,369 2,363 18,444 -14,521 4,022 493 LOG PIB 4,519 4,429 5,820 2,378 0,826 493 INVESTIMENTO/PIB 24,001 22,540 51,930 8,810 7,263 493 TAXA DE INFLAÇÃO 27,953 3,226 8999,000 -4,999 407,291 493 CONSUMO GOVERNO/PIB 8,192 8,120 16,600 2,859 3,112 493 ESCOLARIDADE 8,918 8,725 13,211 3,582 2,100 493 CRÉDITO/PIB 93,638 83,781 328,408 -12,623 65,116 493 VOLUME COMÉRCIO/PIB 69,791 52,790 443,180 16,220 75,822 493 CÂMBIO EFETIVO 103,078 100,001 230,066 58,872 19,536 493

Tabela 1. Estatísticas Descritivas - amostra integral

Dentre as variáveis listadas no modelo, a inflação tem o maior desvio padrão. A corrente de comércio e o câmbio efetivo real, variáveis que absorvem choques externos, assim como a relação crédito/PIB, também possuem desvio padrão elevado para o período da amostra. A diferença entre os valores máximos e mínimos destas variáveis é significativa.

No caso da inflação, podemos associar o elevado desvio padrão, à instabilidade macroeconômica vivenciada na maior parte dos países da amostra, especialmente no início

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inflacionário instituídos por meio dos planos de estabilização. Já no fim dos anos noventa e nos primeiros anos do século XXI, diversos países passaram a adotar o Regime de Metas para controlar a inflação.

Para o volume de comércio, uma provável explicação diz respeito ao fato de a maior parte das economias listadas na amostra instituírem programas de liberalização comercial também no início dos anos 90, como componente de programas de reforma econômica. Algumas economias emergentes, por exemplo, passaram por crises de dívida externa e ajustes em seus balanços de pagamentos, o que em parte pode ser capturado por esta variável. Por sua vez, a taxa de câmbio, variável que possui alta volatilidade, também pode capturar os efeitos desses ajustes.

5 RESULTADOS

5.1 ESTIMATIVAS PARA O TOTAL DA AMOSTRA

Na tabela 2 estão descritas as estimativas econométricas obtidas para o período 1996 – 2002.

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De acordo com a tabela, em quase todas as estimativas e especificações a inflação possui o sinal negativo, como esperado e é estatisticamente significativa, ao nível de 5%. Nas especificações que consideram a razão entre investimento e o PIB, predomina a correlação positiva entre essa variável e o crescimento do produto e ela continua com significância estatística.

O grau de abertura medido pela corrente de comércio possui correlação negativa com o crescimento, confrontando a teoria, em que quanto maior o volume de comércio externo, quanto maior o grau de abertura do país, maior será o crescimento econômico. Apenas no estimador GMM a correlação é positiva, e o coeficiente é significativo. Da mesma forma, quanto mais desvalorizado o câmbio, maior o impacto no crescimento, dado que estimula as exportações. Portanto, o sinal negativo é contrário ao esperado.

1 2 3 4 5 6 0,092 0,147 4,826* 4,292* -0,663* -0,631* (0,447) (0,376) (5,382) (5,165) (0,057) (0,035) -0,039* -0,044* -0,065* -0,074* -0,000* -0,000* (0,013) (0,015) (0,017) (0,014) (0,000) (0,000) 0,000 -0,011* -0,009 0,020 0,000* 0,002** (0,002) (0,003) (0,055) (0,051) (0,000) (0,001) -0,006 -0,009* -0,056* -0,057* -0,001** -0,000* (0,003) (0,004) (0,021) (0,023) (0,805) (0,000) -0,046 0,021 -0,923 -1,315 0,003 0,015** (0,122) (0,004) (1,136) (1,159) (0,011) (0,010) 0,079 -0,010 -0,149 0,224 -0,050* -0.018* (0,084) (0,063) (0,755) (0,644) (0,007) (0,006) -0,051* -0,033* -0,066* -0,062* -0,000* -0,001* (0,019) (0,014) (0,026) (0,025) (0,806) (0,000) - 0,195* - 0,224** - 0,009* - (0,048) - (0,122) - (0,001) R2 0,082 0,172 0,600 0,608 - -R2 ajustado 0,050 0,139 0,497 0,506 - -Observações 212 212 212 212 210 210

* Estatísticamente significativo ao nível de 5%; ** Estatísticamente significativo ao nível de 10%;

OBS: Em parenteses estão representados os valores dos erros padrões;

Tabela 2. Estimativas econométricas - 1996 - 2002

Variável dependente: taxa de crescimento (%) PIB per capita

GMM

Investimento/PIB

MQO agrupado Efeito fixo

Log do PIB per capita (renda inicial) Câmbio Efetivo Volume de Comércio/PIB Crédito/PIB Escolaridade Consumo do Governo/PIB Taxa de Inflação

(32)

O impacto da escolaridade da população só é estatisticamente significante no estimador GMM com o investimento/PIB, ao nível de 10%. Nas demais equações, a escolaridade não é estatisticamente significativa. Uma possível explicação, neste caso, é que o período de sete anos seja relativamente curto para que o efeito da educação no crescimento seja capturado.

A relação entre o crédito e o PIB apresentou correlação negativa com o crescimento da renda, também diferentemente do esperado, em todas as estimativas. O consumo do governo, igualmente com sinal negativo em praticamente todas as estimativas, pode indicar que neste caso, o aumento dos gastos tem impacto na expectativa de inflação, o que reduz o crescimento no período.

A tabela 3 contém as estimativas para o intervalo entre 2003 e 2009, também para amostra integral de países.

(33)

A renda per capita inicial apresentou sinal negativo, corroborando a existência da convergência condicional, em que quanto mais distante do estado estacionário estiver o país, ou quanto menor a renda inicial maior será a taxa de crescimento da renda, do produto. Assim, para esse período confirma-se a hipótese de convergência condicional. Além disso, a variável defasada da renda per capita é altamente significativa, e no estimador dinâmico GMM, o erro padrão diminuiu significativamente.

A taxa de câmbio efetiva também é estatisticamente significativa, mas apenas quando consideramos MQO sem efeito fixo e o estimador GMM. O sinal positivo indica a

1 2 3 4 5 6 -1,821* -2,091* -2,019* -2,285* -0,608* -0,677* (0,914) (0,6668) (0,487) (0,642) (0,042) (0,043) 0,049** 0,057** 0,0295 0,039 0,000** 0,000* (0,027) (0,031) (0,020) (0,027) (0,000) (0,000) 0,008* 0,006* 0,009* 0,007* -0,001 -0,001 (0,002) (0,002) (0,003) (0,002) (0,000) (0,000) -0,006 -0,006 -0,005** -0,004 0,001* -0,000* (0,005) (0,005) (0,005) (0,005) (0,000) (0,000) 0,080 0,222 0,152 0,308** 0,005* 0,013** (0,217) (0,179) (0,224) (0,180) (0,005) (0,007) 0,072 -0,005 0,107 0,022 -0,049* -0,046* (0,161) (0,127) (0,675) (0,124) (0,007) (0,007) 0,000* 0,000* 0,000 -0,095 -2,310* -1,430* (0,960) (0,849) (0,744) (0,077) (3,691) (4,420) - 0,138* - 0,147* - 0,004* - 0,052 - (0,051) - (0,000) R2 0,192 0,237 0,527 0,575 - -R2 ajustado 0,165 0,207 0,497 0,546 - -Observações 215 215 215 215 215 215

* Estatísticamente significativo ao nível de 5%; ** Estatísticamente significativo ao nível de 10%;

OBS: Em parenteses estão representados os valores dos erros padrões;

GMM

Variável dependente: taxa de crescimento (%) PIB per capita Tabela 3. Estimativas econométricas - 2003 - 2009

Investimento/PIB

MQO agrupado Efeito fixo

Log do PIB per capita (renda inicial) Câmbio Efetivo Volume de Comércio/PIB Crédito/PIB Escolaridade Consumo do Governo/PIB Taxa de Inflação

(34)

negativa entre o câmbio efetivo e o crescimento do PIB. A maior taxa de câmbio, ou seja, a desvalorização da moeda nacional estimula as vendas ao exterior, já que aumenta a receita de exportações, aumentando o crescimento da renda. Verificamos que sem efeitos fixos, a estimativa para a taxa de câmbio efetiva real é maior do que com a presença desses efeitos.

O grau de abertura ao mercado externo também se mostra altamente significante, nas estimativas de MQO com e sem efeito fixo. Além disso, a correlação positiva com o crescimento revela-se como esperado. Porém, quando consideramos o estimador GMM, além da variável perder significância, a correlação torna-se negativa.

A estimativa da participação do sistema financeiro na economia apresentou correlação negativa com o crescimento da renda, já que o valor estimado da participação dessa variável no crescimento tem sinal negativo. Também não possui significância estatística, à exceção de quando estimamos por GMM. Já no período anterior, as estimativas para o crédito/PIB mostraram estatisticamente significativas em todas as especificações.

A escolaridade da população é significativa apenas quando controlamos para efeito fixo e investimento/PIB, e também no estimador GMM. Porém, neste caso, o coeficiente reduz razoavelmente. No entanto, se considerarmos os dois primeiros estimadores, os valores estimados para a escolaridade da população indicam que esta variável tem participação maior no incremento da renda. Quando controlamos para efeitos fixos e para a taxa de investimentos, cada anos a mais de escolaridade da população representa aumento de aproximadamente 0,31 no crescimento da renda per capita.

(35)

em que as estimativas do impacto dos gastos do governo no crescimento do produto aumentam, e passam a correlacionar-se negativamente com tal aumento. Também apenas em GMM são estatisticamente significativas, e nesse caso, o erro padrão reduz-se significativamente.

O impacto negativo do aumento dos gastos no crescimento do produto pode ser parcialmente dedicado ao fato de que a política fiscal expansionista pode acelerar a inflação, por meio do incremento da demanda agregada, o que pode ser observado, na prática. O ambiente inflacionário reduz a perspectiva de crescimento do produto.

Diferentemente das estimativas para o intervalo anterior, em que a taxa de inflação é significativa em todas as estimativas e especificações, a inflação mostrou-se significativa em MQO, mas com sinal diferente do esperado. Quando controlamos para efeitos fixo e para a taxa de investimento, predomina a correlação negativa com o crescimento, além do coeficiente aumentar, mas a variável perde a significância estatística. Apenas quando consideramos GMM o coeficiente é maior, com significância estatística ao nível de 5% e com a correlação negativa com o crescimento da renda per capita.

Além disso, também entre 1996 e 2002, os coeficientes da taxa de inflação são maiores do que os coeficientes estimados para o período 2003-2009, indicando que o impacto da inflação no crescimento é maior no período anterior.

Finalmente, a taxa de inversões como proporção do PIB também possui correlação positiva com o crescimento, além de ser altamente significativa. Os coeficientes estimados indicam que o impacto do aumento na taxa de investimento sobre o crescimento da renda é

(36)

Conforme se observa e de acordo com Veloso et alli (2008), quando a variável de investimento é inserida nas regressões, a magnitude do impacto das variáveis de política econômica (consumo do governo, inflação e crédito) no crescimento, em geral, é menor e menos significativa. Tal fato ocorre por que parte do efeito dessas variáveis no crescimento pode se dá via elevação da taxa de investimento.

Adicionalmente verificamos que através do estimador GMM os coeficientes também são reduzidos, porém no geral, a correlação com a variável dependente mostra-se de acordo com a teoria, além das variáveis ganharem significância estatística.

Ainda que não represente uma medida de eficiência do modelo, o R2 ajustado

referente ao período 2003-2009 é próximo ao verificado entre 1996-2002, em especial quando a estimativa considera efeitos fixos. Na especificação mais ampla, com a variável de investimento, o indicador é 0,55 em 2003-2009 e 0,51 em 1996-2002.

(37)

5.2 ESTIMATIVAS PARA OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

Efetuamos as mesmas regressões da amostra total para o subgrupo dos 26 países em desenvolvimento. A seguir, a tabela 4 contém os resultados dos coeficientes estimados das variáveis listadas no modelo, para o intervalo 1996-2002.

Identificamos que a renda per capita inicial tem sinal negativo confirmando a hipótese da convergência condicional apenas no estimador GMM, entretanto possui significância estatística somente quando controlamos para efeitos fixos.

1 2 3 4 5 6 0,511 -0,329 56,522* 52,497* -0,794 -0,121 (0,845) (0,961) (8,468) (7,225) (1,083) (0,884) -0,037* -0,059* -0,064* -0,068* -0,002 -0,004 (0,017) (0,023) (0,022) (0,023) (0,007) (0,006) -0,015 -0,002 -0,264* -0,245* 0,029 0,007 (0,026) (0,015) (0,108) (0,101) (0,127) (0,057) -0,005 -0,023 -0,005 -0,006 0,004 0,005 (0,011) (0,019) (0,040) (0,041) (0,011) (0,010) -0,038 0,401** 1,768 1,557 -1,582 -0,135 (0,151) (0,264) (1,500) (1,471) (1,566) (4,205) 0,202* -0,008 0,573 0,618 -0,292 -0,081 (0,093) (0,146) (1,258) (1,282) (1,646) (0,461) -0,048* -0,024 -0,082* -0,072* -0,002 -0,003 (0,023) (0,019) (0,030) (0,031) (0,002) (0,081) - 0,312* - 0,198 - 0,035 - (0,111) - (0,207) - (0,081) R2 0,103 0,221 0,684 0,689 - -R2 ajustado 0,040 0,158 0,572 0,574 - -Observações 108 108 108 108 107 107

* Estatísticamente significativo ao nível de 5%; ** Estatísticamente significativo ao nível de 10%;

OBS: Em parenteses estão representados os valores dos erros padrões;

Investimento/PIB Câmbio Efetivo Volume de Comércio/PIB Crédito/PIB Escolaridade Consumo do Governo/PIB Taxa de Inflação

Log do PIB per capita (renda inicial)

Tabela 4. Estimativas econométricas - 1996 - 2002 - Países em Desenvolvimento

Variável dependente: taxa de crescimento (%) PIB per capita

(38)

No caso da taxa de câmbio, a correlação negativa com o crescimento é diferente do esperado, mesmo quando estimamos GMM. Apesar disso, o coeficiente do câmbio é estatisticamente significativo tanto em MQO, quando controlamos para efeitos fixos.

O grau de abertura da economia também possui correlação negativa com o crescimento da renda nos dois primeiros estimadores, o que não ocorre quando estimamos por GMM. Neste caso, o coeficiente estimado perde a significância estatística.

O mesmo ocorre com o crédito/PIB: a correlação negativa com o crescimento é diferente do que esperamos, porém quando estimamos por GMM, além do erro padrão ser menor, a correlação torna-se positiva.

Nesse intervalo, assim como para observado para o total da amostra, o impacto da escolaridade da população não é estatisticamente significante, apesar do coeficiente elevado.

Também como ocorreu com a amostra integral no período em questão, o crédito possui correlação negativa com o crescimento nos estimadores MQO e efeito fixo, mas essa correlação é positiva em GMM. Quando consideramos o grupo de países com características semelhantes, os coeficientes dessa variável não possuem significância estatística, assim como ocorre com consumo do governo, que apresenta correlação positiva com o crescimento quando controlamos para efeitos fixos, e negativa em GMM.

A inflação é negativamente correlacionada com o crescimento, entretanto possui significância estatística quando consideramos efeitos fixos. Neste caso, a taxa de

(39)

Na tabela 5 estão descritos os resultados das regressões dos países em desenvolvimento para o período entre 2003 e 2009.

No período entre 2003 e 2009, considerando os estimadores MQO e GMM, o coeficiente negativo da renda inicial indica que há convergência condicional da renda, igualmente como ocorreu com as estimativas que consideram a amostra total dos países. Além disso, a variável é significativa com efeitos fixos, e GMM controlando para a taxa de investimento. 1 2 3 4 5 6 -0,475 -1,323 23,442* 24,170* -0,627 -0,729** (0,909) (0,000) (9,506) (7,491) (0,456) (0,415) 0,048 0,060** -0,041** -0,041** -0,005 -0,007 (0,033) (0,036) (0,025) (0,027) (0,005) (0,006) 0,11 -0,013 -0,174 -0,215** -0,014 -0,018 (0,024) (0,024) (0,140) (0,138) (0.019) (0,014) 0,003 0,000 0,005 0,036 -0,004 -0,004 (0,009) (0,009) (0,038) (0,040) (0,006) (0,007) -0,035 0,178 4,495* 5,211* 0,099 0,072 (0,274) (0,314) (1,804) (1,813) (0,301) (0,323) 0,204 0,043) -0,291 0,176 0,027 0,022 (0,149) (0,167) (0,886) (0,907) (0,095) (0,110) 0,000 0,000 8,000 -2,640 -0,000 -0,000 (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) (0,000) - 0,152** - 0,358* - 0,014 - (0,094) - (0,162) - (0,022) R2 0,062 0,103 0,676 0,719 - -R2 ajustado 0,012 0,003 0,565 0,619 - -Observações 111 111 111 111 111 111

* Estatísticamente significativo ao nível de 5%; ** Estatísticamente significativo ao nível de 10%;

OBS: Em parenteses estão representados os valores dos erros padrões;

Investimento/PIB Câmbio Efetivo Volume de Comércio/PIB Crédito/PIB Escolaridade Consumo do Governo/PIB Taxa de Inflação

Log do PIB per capita (renda inicial)

Tabela 5. Estimativas econométricas - 2003 2009 - Países em Desenvolvimento

Variável dependente: taxa de crescimento (%) PIB per capita

(40)

Assim como o coeficiente estimado no período anterior, neste intervalo, o câmbio efetivo real também se correlaciona negativamente com o crescimento da renda em efeito fixo e GMM, diferentemente do esperado.

O câmbio efetivo real pode, inclusive, influenciar o grau de abertura da economia, que para este grupo de países também apresentou correlação negativa com o crescimento, apesar do coeficiente elevado, mas sem significância estatística.

A relação crédito/PIB, como medida da participação do sistema financeiro na economia mostrou-se com impacto positivo no crescimento nos dois primeiros estimadores, diferentemente do observado no período anterior. Os coeficientes também não possuem significância estatística.

A escolaridade da população é altamente significativa e com coeficiente elevado, especialmente quando controlamos para efeitos fixos. O coeficiente da escolaridade da população dos países emergentes aumentou nesse intervalo, comparativamente com o anterior. Podemos dizer que nesse período, os anos de estudo tiveram maior contribuição para o crescimento. No entanto, a variável é estatisticamente significativa apenas quando controlamos para efeitos fixos.

A intervenção do governo na economia tem sinal positivo, mas não possui significância estatística, como a taxa de inflação. Esta somente correlaciona-se negativamente com o crescimento quando estimamos por GMM.

(41)

estimador GMM, o coeficiente não é significativo, mas correlaciona-se positivamente com o crescimento. Considerando o estimador de efeitos fixos, podemos dizer que o aumento de um ponto percentual na taxa de investimento, impactou no incremento de 0,35 ponto percentual na renda per capita entre 2003 e 2009, para o grupo de países em desenvolvimento.

Apesar do R2 ajustado de aproximadamente 0,62 no período 2003 e 2009, e 0,57

entre 1996 e 2002, indicar que as variáveis incluídas no modelo respondem por cerca de 60% do comportamento da renda desse grupo de países, em termos de correlação entre as variáveis e significância estatística, o resultado é pouco conclusivo.

Como em Veloso et alli (2008), salientamos que embora o objetivo seja mensurar a contribuição individual de cada variável para o crescimento, é recomendável tanto do ponto de vista econômico quanto do de significância estatística considerar a contribuição conjunta das variáveis de politica econômica (inflação, consumo do governo e crédito). O consumo do governo, por exemplo, pode ter coeficiente maior do que o estimado, na medida em que pode afetar o crescimento indiretamente por meio da inflação. O mesmo acontece para as variáveis do setor externo, que são diretamente correlacionadas.

(42)

6 CONCLUSÃO

Esta dissertação tem como objetivo identificar os determinantes do crescimento econômico brasileiro entre 2003 e 2009. Para verificá-los, estimamos equações baseadas no modelo neoclássico de crescimento da renda per capita com dados organizados em painel, para uma amostra de 41 países, entre o período de 1970 a 2009. Consideramos a taxa de crescimento da renda per capita como variável dependente e variáveis de controle como taxa de inflação, relação crédito/PIB, razão consumo do governo/PIB, taxa de câmbio efetiva real, volume de comércio, escolaridade e investimento/PIB.

Além disso, em virtude de distintos níveis de desenvolvimento dos países, também estimamos o modelo para um subgrupo de economias denominadas países em desenvolvimento, de acordo com a classificação do FMI.

O modelo constitui-se de três estimadores, MQO, efeitos fixos, e Método dos Momentos Generalizados (GMM).

Comparamos as estimativas obtidas no intervalo 2003 – 2009, com aquelas auferidas entre 1996 e 2002.

Os resultados para a amostra integral demonstram que os principais determinantes do crescimento da renda per capita entre 2003 e 2009 foram a renda inicial, a escolaridade da população com idade igual ou superior a 15 anos, e a taxa de investimento em relação ao PIB. Essas variáveis apresentaram-se significativas estatisticamente, além da correlação

(43)

Destacamos que apesar de no geral as variáveis relacionadas ao setor externo, bem como as associadas à politica econômica explicarem parcela relativamente pequena do crescimento econômico brasileiro no período, quando consideramos o estimador mais abrangente, a taxa de câmbio efetiva real mostra significância estatística, assim como a taxa de inflação e o consumo do governo.

A maior importância relativa do controle inflacionário para o crescimento econômico entre 2003 e 2009 pode estar relacionada ao êxito do Plano Real, quanto à promoção da estabilidade macroeconômica. Apesar de instituído na segunda metade da década de noventa, o modelo estimado indica que provavelmente o impacto da inflação, como variável de política econômica, no crescimento do produto foi defasado. Essa conclusão segue o resultado encontrado por Veloso et alli (2008), em relação aos efeitos defasados das reformas do PAEG no crescimento da economia brasileira entre 1968 e 1973.

Essa é uma evidência de que o efeito de reformas no crescimento econômico pode estar associado a defasagens significativas, em especial quando essas reformas são implementadas em períodos de crise econômica, como frequentemente ocorre e a literatura registra.

Diferentemente do esperado, dado o aumento dos fluxos do comércio internacional, o maior peso de economias emergentes no comércio, e o ganho de importância de outras moedas fora do eixo Dólar-Euro, as variáveis do setor externo impactaram pouco no crescimento econômico. Esperávamos que essas variáveis obtivessem uma participação maior no crescimento do PIB brasileiro nesse período.

(44)

Entre 1996 e 2002, a inflação e a taxa de investimento tiveram o maior impacto no crescimento, e o modelo indica que as variáveis explicam aproximadamente 58% do comportamento do crescimento da economia brasileira.

Quando avaliamos o modelo que considera apenas os países em desenvolvimento, os resultados também são pouco conclusivos, em ambos os intervalos de estimação, em termos de significância estatística e correlação entre as variáveis.

(45)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BANK FOR INTERNATIONAL SETTLEMENTS; “Statistics”, acesso em outubro de 2011.

(46)

APÊNDICE A:

Países da amostra integral: África do Sul, Angola, Alemanha, Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Catar, Cingapura, Chile, China, Colômbia, Coréia do Sul, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, Equador, França, Hong Kong, Índia, Itália, Irã, Iraque, Japão, Kuait, Líbia, México, Nigéria, Nova Zelândia, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido, Rússia, Taiwan, Turquia, Uruguai, e Venezuela.

APÊNDICE B:

Subgrupo da amostra - Países em Desenvolvimento: Argélia, Argentina, África do Sul, Angola, Arábia Saudita, Bolívia, Brasil, Catar, China, Chile, Colômbia, Emirados Árabes, Equador, Índia, Irã, Iraque, Kuait, Líbia, México, Nigéria, Paraguai, Peru, Rússia, Turquia, Uruguai e Venezuela.

Referências

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