Análise do conto A aia Análise do conto A aia
Ação
Ação
Momento inicial Momento inicial
O momento inicial (da linha 1
O momento inicial (da linha 1 até à linha 69) encerra até à linha 69) encerra os seguintes acontecimentos:os seguintes acontecimentos:
morte do reimorte do rei numa batalha;numa batalha;
a rainha fica sóa rainha fica só a governar, com oa governar, com o príncipe ainda bebépríncipe ainda bebé, sem ninguém que os defenda dos, sem ninguém que os defenda dos usuradores do oder;
usuradores do oder;
umauma aiaaia, escrava, cuida do r!ncie e , escrava, cuida do r!ncie e do seu r"rio filho da mesma do seu r"rio filho da mesma idade;idade;
temor elotemor elo irmão bastardo do reiirmão bastardo do rei, uma amea#a , uma amea#a cada ve$ maior, cada ve$ maior, orque estava r"%imoorque estava r"%imo da cidade&
da cidade&
Desenvolvimento Desenvolvimento
O desenvolvimento (da linha ' até à linha 1) encerra
O desenvolvimento (da linha ' até à linha 1) encerra as eriécias e o ontoas eriécias e o onto
culminante: culminante:
a situa#*o inicial sofre uma altera#*o dr+stica, a situa#*o inicial sofre uma altera#*o dr+stica, devido à introdu#*o de acontecimentosdevido à introdu#*o de acontecimentos erturbadores;
erturbadores;
Ora uma noite- Ora uma noite- a .ia, quandoa .ia, quando presente rumores estranhospresente rumores estranhos no al+cio efectuano al+cio efectua
imediatamente a troca
imediatamente a troca das crian#as;das crian#as;
o agressor assassina a criançao agressor assassina a criança, que suunha ser o futuro , que suunha ser o futuro herdeiro do trono;herdeiro do trono;
o irmão bastardo do rei é mortoo irmão bastardo do rei é morto elos guardas do /a#o;elos guardas do /a#o;
a rainha constata quea rainha constata que o seu filho está vivoo seu filho está vivo, gra#as à troca das crian#as;, gra#as à troca das crian#as;
decidem oferecerdecidem oferecer uma recompensa à Aiauma recompensa à Aia&&
Desenlace ou conclusão Desenlace ou conclusão
O desenlace (da linha 11 até ao fim
O desenlace (da linha 11 até ao fim) encerra os seguintes acontecimentos:) encerra os seguintes acontecimentos:
todos se dirigem à 0ala do esouro e, a!, onde a .ia oderiatodos se dirigem à 0ala do esouro e, a!, onde a .ia oderia escolher o que quisesse,
escolher o que quisesse, suicida-se para se untar ao filhosuicida-se para se untar ao filho&&
0equ2ncias narrativas organi$adas or encadeamento 0equ2ncias narrativas organi$adas or encadeamento 3arrativa fechada: a hist"ria da aia
3arrativa fechada: a hist"ria da aia aresenta um desenlace irrevers!velaresenta um desenlace irrevers!vel
emo
emo
O conto come#a comO conto come#a com uma e%ress*o de intemoralidadeuma e%ress*o de intemoralidade 4ra uma ve$5
4ra uma ve$5
3*o h+ refer2ncias a datas ou locais que ermitam locali$ar a ac#*o no temo, o que nos 3*o h+ refer2ncias a datas ou locais que ermitam locali$ar a ac#*o no temo, o que nos
dificulta a locali$a#*o no temo ist"rico& dificulta a locali$a#*o no temo ist"rico& .esar de haver uma refer2ncia às
.esar de haver uma refer2ncia às rique$as,rique$as, !!maiores tesouros da "ndiamaiores tesouros da "ndia- 7 3a c8mara dos- 7 3a c8mara dos tesouros, o que nos ode levar ara o
tesouros, o que nos ode levar ara o temo das descobertas&temo das descobertas& + também refer2ncia aos
+ também refer2ncia aos cavaleiros# paens# vassaloscavaleiros# paens# vassalos 7 que nos remete ara os ideais de 7 que nos remete ara os ideais de cavalaria 7 dade édia
cavalaria 7 dade édia
+ aenas algumas e%ress<es referentes à assagem do temo: + aenas algumas e%ress<es referentes à assagem do temo:
$ lua cheia %# $começava a minguar%#
$noite de &erão%# $noite de sil'ncio%# $lu( da madrugada%)
= à noite que acontecem os rinciais acontecimentos desta hist"ria como:
a morte do rei#
o nascimento do príncipe e do escravo# o ata*ue ao palácio#
a troca das crianças# as mortes do escravo# o tio e da sua horda)
+o entanto# a acção fecha com a morte da aia# de madrugada) , ncleo central da acção resume-se a uma só numa noite)
. condensa#*o de um temo da hist"ria t*o longo, numa narrativa curta (conto) imlica: a utili$a#*o de sumários ou resumos (rocesso elo qual o temo do discurso é menor do
que o temo da hist"ria)&
. lua cheia que o vira marchar(5) quando um dos seus cavaleiros aareceu5-de elipses (elimina#*o, do discurso, de er!odos mais ou menos longos da hist"ria)& Ora, uma noite, noite de sil2ncio e de escurid*o, indo ela a adormecer, >+ desida, no seu
catre,
e5-emos, no entanto, uma equena analepse quando a aia recorda o seu rei: 3enhum ranto correra mais sentidamente do que o seu elo rei morto à beira do grande
rio&-.
4 ela um dia, or seu turno, remontaria num raio de lu$ a habitar o al+cio do seu senhor, e a fiar de novo o linho das suas t@nicas, e a acender de novo a ca#oleta dos seus erfumes; seria no céu como fora na terra, e feli$ na sua
servid*o&-Auanto à ordena#*o dos acontecimentos, redomina o reseito ela sequ2ncia cronol"gica:
encadeamento.
4sa#o
. ac#*o locali$ase num reino grande e rico $ abundante em cidades e searas%) , e decorre num palácio)
oda a ac#*o decorre no al+cio&
.spaço interior
alguns recantos do palácio s*o sobrevalori$ados
a c/mara onde o r!ncie e o filho da escrava dormiam
e a c/mara dos tesouros&
3o entanto, alguns espaços e0teriores adquirem alguma imort8ncia como or e%emlo: o rimeiro esa#o é onde o rei é derrotado e consequentemente morto o que vai dei%ar a rainha vi@va, o filho "rf*o e o ovo sem rei;
o segundo acaba or ser um elemento caracteri$ador do vil*o do conto: Bvivia num castelo, à maneira de um lobo, que entre a sua alcateia, esera a resaC&
, espaço é descrito do geral para o particular# do e0terior para o interior)
Bum reino abundante em cidades e searasC,DD onde se situa um al+cio, habitado or um r!ncie fr+gil que é rotegido no seu ber#o ela sua ama c8mara
afunilamento do espaço o esa#o vaise concentrando cada ve$ mais, acabando a .ia or se suicidar na c8mara dos tesouros&
3o e%terior, no alto# encontramos um Bcastelo sobre os montesC,
B o cimo das serrasC E+ em bai0o,
Bna lan!cie, às ortas da cidadeC e%iste um al+cio, onde a oula#*o e o r!ncie est*o desrotegidos e s*o resa f+cil&
+o interior
Bcasa realC Dh+ uma c8mara com um ber#o, um +tio,
a galeria de m+rmore,
a c8mara dos tesouros, onde est*o a rainha, a aia, o r!ncie e o escravo&
.spaço social
Auanto ao esa#o social temos a descri#*o de um ambiente da corte 7 al+cio, rei, rainha, aias, guardas&
.spaço psicológico
.spaço 1nterior da Aia 2 pensamentos e refle03es da Aia *uando embala as crianças e *uando pressente o perigo
4ersonagens
4ersonagens 5aracteri(ação 6ísica
5aracteri(ação 4sicológica 7ei o#o, formoso Falente, alegre, rico, oderoso,
sonhador, ambicioso
7ainha 5&& Gesventurosa, chorosa, solit+ria, triste, angustiada, grata
surreendida,
8io Hace escura, homem
enorme au, terr!vel, cruel, ambicioso,selvagem
Aia Iela, robusta,
olhos brilhantes Jeal, nobre, vener+vel, sofredora,dedicada, terna, ersica$, decidida, cora>osa
4ríncipe Eabelo louro e fino,
olhos relu$entes Hr+gil, inseguro
.scravo Eabelo negro e creso olhos relu$entes
0imles, seguro e livre
.o longo do te%to est+ resente o rocesso de caracterização directa, visto que
A Aia - ulher de uma dedicação desmesurada ao filho, ao r!ncie e aos reis rova, com o gesto da troca das crian#as, uma grande$a de alma que n*o ode ser comreendida or nenhum humano e que, or consequ2ncia, n*o tem nenhuma recomensa ou agamento material&
A crença espiritual que alimenta o seu gesto demonstra uma linearidade e uma simlicidade de ensamento que coloca o dever acima de tudo: o dever de escrava e o dever de m*e&
O dese>o da aia de rovar que a cobi#a e a ambi#*o odem estar arredadas de um cora#*o leal, fe$ com que ela escolhesse um unhal ara Kr termo à sua vida& ratase de um ob>ecto equeno, certeiro, que remete ara o carácter decidido da ersonagem e que era o maior tesouro que aquela mulher ambicionava, ois, esse ob>ecto lhe abriria caminho ara o encontro com o seu filho, ara cumrir o seu dever de m*e, dandolhe de mamar&
O rei, a rainha, o tio, o príncipe e o escravo
0*o
personagens secundárias e planas&
3*o s*o identificadas or um nome r"rio uma ve$ que remetem ara a intemoralidade da hist"ria&
.s crianças est*o, no conto, marcadas ela sua osi#*o social: L uma dorme em ber#o de ouro entre brocados,
L a outra, num ber#o obre e de verga&
L M hora da morte é or essa marca que o inimigo vai identificar o futuro rei&
L O r!ncie n*o intervém directamente na ac#*o, mas é o centro das aten#<es de todas as ersonagens&
L . ersonagem escravo e%iste ara salvar a vida do r!ncie&
, capitão dos guardas# o velho de casta nobre# os cavaleiros# horda de rebeldes#
a legião de ar*ueiros são
personagens colectivas e figurantes 2 servem os obectivos do narrador# dão realismo à acção sem ter *ual*uer relevo na mesma)
9inguagem e estilo
N 6rases• 6rases curtas 2 permitem maior obectividade
• ,rdem directa das frases 2 permite mais realismo# sem artifícios
• 4ontuação e0pressiva 2 marca as pausas da respiração# hesitaç3es# elevação de
• ;so e0pressivo do adectivo# verbo# advérbio de modo# nome
.0emplos<
• &erbo 2 !atirando para trás os cabelos=
• ;sa o discurso indirecto livre - .vita o verbo declarativo >e0< disse# declarou#
perguntou# retor*uiu:? mantém o discurso vivo 2 !@uem o salvara @uem )))= !, bastardo morreraB=
• Advérbio de modo 2 !serva sublimemente leal=C 7ainha chorou e chora
!magnificamente=# !desoladamente=# !ansiosamente=:
• +ome - uso e0pressivo diminutivo !corpinho=# !principe(inho=: •
• 7ecursos estilísticos •
• N Eipálage 2 !seguiam num respeito comovido:= • N Finédo*ue 2 !palácio surpreendido=
• N Eipérbole 2 !:todos seguiam# sem respirar# a*uele lento mover:=#= clamor
>))?abalou a galeria de mármore=:
• N4ersonificação 2 !A lua cheia *ue o vira marchar:=# G Heios desesperadosG
Dupla adectivação 2 rei !moço e valente=# rainha !solitária e triste=# aia Gbela e robustaG# bastardo Gdepravado e bravioG!# passos !pesados e rudes=# madrugada !clara e rósea=# !maravilhoso e faiscante inc'ndio=#= olhos# brilhantes e secos= :
.numeração 2 -!senhores# aias# homens de armas :=
5omparação 2!:como se os braços em *ue estreitava Io príncipeJ >:? fossem muralhas:=
Aliteração 2 Gfaca flameanteG= !f orte pela forçaG#!passos pesadosG# Gserva sublimemente lealG)
Asson/ncia - !sublimemente leal=# !faca flameante=:
•
• 6iguras de estilo
+ome da figura de .stilo .0emplo
reciosas-Gula .d>ectiva#*o 5Eorriam assos esados e rudes5-4numera#*o
4 além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clar*o de lanternas, brilhos de
armas&&-et+fora ?ma roca n*o governa como uma esada-/ersonifica#*o Geois houve um sil2ncio,
ansioso-/oliss!ndeto
&&e >+ o sol se erguia, e era tarde, e o seu menino chorava decerto, e
rocurava5-Aspectos simbólicos
.scuridão 7 acentua o car+cter tr+gico da ac#*o (cabelos negros do escravo; escurid*o da face e do cora#*o do tio; noite)
5laridade 7 remete ara o céu, ara a a salva#*o, marca o in!cio de um novo dia e de uma nova forma de vida mais feli$ (céu da madrugada)
4unhal 7 ob>ecto equeno, certeiro, remete ara o car+cter decidido da .ia e abre caminho ara o reencontro com o seu filho no céu&
,uro 7 simboli$a a rique$a e a erfei#*o (cabelos louros e o gui$o de ouro do r!ncietesouro real&
&ida K Morte 7 Fida vida terrenaantecedente da vida eterna& orte 7 assagem ara a eternidade&
Hem K Mal 7 Iem .ia: terna, dedicada e leal al 7 tio: ambicioso, inve>oso e cruel
+arrador
Auanto à presença, o narrador é não participante ouheterodiegético, uma ve$ que narra os acontecimentos na PQ essoa&
Auanto à
posição, o narrador é subectivo, na medida que dei%a transarecer a sua ersectiva em rela#*o às ersonagens e aos acontecimentos (AiB . resa agora era aquela
criancinha (5)-, leal escrava-)& Auanto à
ci'ncia, o narrador é omnisciente, ois revela um conhecimento total da hist"ria e das ersonagens&