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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE BRAQUETES DA TÉCNICA LINGUAL COLADOS SOBRE A SUPERFÍCIE DE CERÂMICA MICHELE BALESTRIN IMAKAMI

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE

BRAQUETES DA TÉCNICA LINGUAL COLADOS SOBRE

A SUPERFÍCIE DE CERÂMICA

MICHELE BALESTRIN IMAKAMI

Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ortodontia.

São Paulo 2007

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE

BRAQUETES DA TÉCNICA LINGUAL COLADOS SOBRE

A SUPERFÍCIE DE CERÂMICA

MICHELE BALESTRIN IMAKAMI

Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ortodontia.

Orientadora:

Profª.Drª. Karyna Martins do Valle-Corotti

São Paulo 2007

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Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza . UNICID I31a

Imakami, Michele Balestrin.

Avaliação da resistência ao cisalhamento de braquetes da técnica lingual colados sobre a superfície de cerâmica / Michele Balestrin Imakami --- São Paulo, 2007.

82 p.; anexos.

Bibliografia

Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientadora: Profª Dra. Karyna Martins do Valle-Corotti

1.Braquetes Ortodônticos - colagem. 2.Colagem dentária. 3.Ortodontia. I. Valle-Corotti, Karyna Martins do II. Título.

BLACK. 4

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.

São Paulo, ____ / ____/ _____

Assinatura: _____________________________ e-mail:

(4)

FOLHA DE APROVAÇÃO

Balestrin-Imakami, M. Avaliação da resistência ao cisalhamento de braquetes da técnica lingual colados sobre a superfície de cerâmica [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2007.

São Paulo, ____/____/_______

Banca Examinadora

1) ... Julgamento: ... Assinatura: ... 2) ... Julgamento:... Assinatura: ... 3) ... Julgamento:... Assinatura: ... Resultado: ...

(5)

Agradeço a Deus, que me protege e

guarda, enchendo-me de forças e paciência a cada

dificuldade encontrada, por ter me contemplando

com a graça desta nova experiência de vida, o

enriquecimento profissional com o Curso de

Mestrado em Ortodontia, depois de tantas

maravilhas que já me concedeu...

(6)

Aos meus amados pais:

A minha querida mãe Terezinha, pela sua vida inteira de

doação,

pelo exemplo de luta de vida inteira para proporcionar o

melhor para os filhos e de mãe dedicada, cujas palavras e gestos

sempre foram para nos trilhar ao caminho do bem e da

integridade, e pelo seu nobre e infinito sentimento de amor,

carinho, otimismo...

Ao meu querido pai Angelo, pela pessoa sábia que foi, por

tudo que me ensinou com suas frases certeiras sobre a vida e as

pessoas, pelo exemplo de homem sério e vencedor, pelo carinho e

pelas palavras de elogio que pronunciava a meu respeito a todos

e a qualquer tempo, durante toda a sua vida, que são

inesquecíveis, assim como ele, pela eterna relação de amor, por ter

partido e vindo morar definitivamente dentro do meu coração.

(7)

Ao amor da minha vida:

Meu querido esposo Ricardo, por todo incentivo e

compreensão, especialmente durante o curso de mestrado. Pelas

palavras de estímulo, pelo ombro amigo que sempre me oferece,

pelo apoio que me deu no momento mais difícil e triste da minha

vida, que atravessei durante o curso não me deixando esmorecer,

e por todo auxílio em diversas etapas de elaboração deste

trabalho, para mais esta conquista, por tudo que vivemos juntos,

pela nossa bela história de cumplicidade respeito, carinho e amor

infinito... AMO-TE...

A você dedico este trabalho.

(8)

AGRADECIMENTO ESPECIAl

À Professora Dra. Karyna Martins do Valle-Corotti, pelo

valioso enriquecimento e orientação deste trabalho, pelo carinho

com que me recebeu, pelas horas dedicadas às leituras, pela

compreensão e confiança que em mim depositou e pela

tranqüilidade que sempre me transmitiu durante todas as etapas

da elaboração desta pesquisa.

(9)

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Aos meus grandes mestres, Karyna Martins do Valle-Corotti, Paulo Eduardo

Guedes Carvalho , Flávio Augusto Cotrim-Ferreira, Ana Carla Raphaelli Nahás,

Daniela Gambá Garib Carreira, Rívea Inês Ferreira e Hélio Scavone Junior pelos

valiosos conhecimentos transmitidos, pela preocupação sempre constante na obtenção

da excelência e formação de mestre,

Ao Professor Dr. Flavio Vellini-Ferreira, ilustre coordenador deste curso, pela

confiança e oportunidade que me concedeu,

Ao Professor Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho e a professora Dra. Ana

Claudia de Castro Ferreira Conti, pela valiosa orientação deste trabalho, pelo carinho

com que me receberam, pelas horas dedicadas às leituras, correções e sugestões que

enriqueceram esta pesquisa,

Ao Professor Dr. Alexander Macedo e professora Dra. Rita de Cássia S.

Baratela Thurler pela leitura do trabalho e as valiosas sugestões feitas por ocasião da

pré- defesa, de forma prestativa e tão amável,

À querida Professora Dra. Rívea, por seu jeito doce de ser e de ensinar, seu bom

humor e excelente convivência, além da presteza com que sempre respondeu às minhas

dúvidas,

À querida e amiga Simone Scarinhena, pela sua essencial ajuda e proteção em

me acolher em seu lar, sempre com tanto carinho, pela sua generosidade e fidelidade a

(10)

toda prova, por todos os momentos que passamos juntas, por sua mão sempre estendida

e pelo seu grande coração.

Ao precioso amigo Dr. Antônio A. Celória, pelo tempo e dedicação as fotos da

qualificação, participando de maneira especial deste momento,

CARINHO ESPECIAL

A família HERBALIFE, que foi minha inspiração de incentivo no momento de

desânimo, em especial aos meus patrocinadores Ana Cristina e Paulo Henrique, aos

mentores Francisco e Regina, a inspiração do Valdecir e Sueli. Aos meus “filhos”

Rafael e Larissa, Jordana, Sumirê e Oscar, Tatiane e Elder, Andréia e Halisson;

“netos” Sergio e Letícia, Josias, muito obrigado!

(11)

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Dr. Accásio Lins do Valle

pela permissão e pela carinhosa

acolhida no Departamento de prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru, da

Universidade de São Paulo, por permitir a utilização da Máquina Universal de teste

(KRATOS), possibilitando assim, a execução deste trabalho,

Ao protético Marcelo Giatti, pelo auxílio, habilidade e capricho na confecção

dos corpos de prova de cerâmica,

Ao prestativo técnico Reivanildo, pela orientação quanto ao monitoramento da

Máquina Universal de teste (KRATOS),

Ao Professor Dr. José Lauris, pelo auxílio nos testes estatísticos e pela

paciência e atenção em todos os momentos de orientação quanto aos resultados,

Aos colegas de turma Marcos, Sidney, Henri, Auro, Wander, Flavio,

Handerson, Daniela, Vivian, Camila, pela convivência agradável, momentos felizes,

especialmente pela companhia e amizade durante o curso,

À funcionária Linda, da clínica da UNICID, pela pessoa sensível, dedicada,

bem humorada e amiga que é,

Ao pacientes, que foram essenciais para ampliar o conhecimento formação

clínica,

Aos professores de computação Francélio e César, pela paciência e dedicação

para ensinar, prestar serviços perante as minhas dificuldades,

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Ao prestativo Ueskley, pela assistência técnica em meu computador,

A sabedoria da professora Cidinha, pela paciência em corrigir erros de

português,

A querida professora de inglês Maria Helena, pela sua doce maneira de ensinar,

Ao querido e prestativo professor Antonio Carlos Correia pela tradução e

auxílio na publicação do artigo,

As minhas secretárias Elizete, Ednéia e Ana Paula, pelo incentivo, competência

e colaboração, quando foram solicitados seus preciosos serviços,

Ao meu sogro Dr. Ioshio, pelo exemplo vivo de experiência, dedicação e trabalho

de 50 anos de exercício a odontologia, a minha sogra Cidália, pela sua integridade,

confiança e, principalmente pelas suas orações, que têm nos guardado e protegido a

mim e ao Ricardo,

E a todos que colaboraram direta ou indiretamente para este trabalho fosse

concluído com sucesso o meu reconhecimento e agradecimento.

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Balestrin-Imakami, M. Avaliação da resistência ao cisalhamento de braquetes da técnica lingual colados sobre a superfície de cerâmica [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2007.

RESUMO

O presente estudo avaliou a resistência ao cisalhamento de 40 braquetes metálicos da técnica lingual (American Orthodontics), preparados com base de resina com carga pesada (Z-250), colados em facetas de cerâmica. O teste de cisalhamento foi realizado pela máquina de ensaios KRATOS, após a colagem direta dos braquetes com dois compósitos: fotoativado (Transbond XT) e quimicamente ativado (Sondhi Rapid-Set). O método de colagem avaliou o tratamento da superfície da cerâmica, considerando o uso do ácido Fluorídrico a 10% ou jato de óxido de alumínio. Após o preparo da superfície todas as facetas de cerâmica receberam aplicação de silano. Os resultados foram submetidos ao teste de Tukey (p<0.05) e demonstraram diferença estatisticamente significante entre o grupo IV: óxido de alumínio e resina Transbond XT (6,00 MPa) e o grupo I: ácido Fluorídrico e resina Sondhi Rapid-Set (2,77 MPa), também houve diferença entre o grupo IV e o grupo III: ácido Fluorídrico e resina Transbond XT (3,33 MPa). Concluiu-se que a colagem em superfície cerâmica, com braquetes da técnica lingual, foi mais resistente ao cisalhamento quando utilizou o óxido de alumínio e a resina Transbond XT.

Palavras-chave: Colagem braquetes; superfície de cerâmica; ortodontia; colagem braquetes lingual.

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Balestrin-Imakami, M. Evolution of the shear bond strength of composite of the lingual technique on ceramic surface [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2007.

ABSTRACT

The present study assessed the shearing strength of 40 metal brackets used in the lingual technique (American Orthodontics), prepared with a heavy load resin base (Z-250), bonded to ceramic veneers. The shearing test was carried out by a KRATOS assay machine after direct bonding of the brackets with two composites: one photo-activated (Transbond XT), and the other chemically activated (Sondhi Rapid-Set). The bonding technique assessed the ceramic surface treatment, considering the use hydrofluoric acid at 10%, and aluminum oxide blast. After the surface treatment, all ceramic veneers received the application of sylane. The results were submitted to Tukey’s test (p<0.05) and demonstrated a statistically significant difference between group IV: aluminum oxide and with Transbond XT resin (6,00 MPa) and group I: acid hydrofluoric and chemically activated Sondhi Rapid-Set (2,77 MPa). Also showed difference between group IV e o group III: acid hydrofluoric e Transbond XT resin (3,33 MPa), It has been concluded that bonding of lingual technique brackets on ceramic surfaces was more resistant to shearing when aluminum oxide and Transbond XT resin was used.

(15)

LISTA DE TABELAS

p.

Tabela 5.1 - Média e desvio padrão da resistência ao teste de cisalhamento, em MPa, dos quatro grupos avaliados. ... 43 Tabela 5.2 - Análise de variância a um critério para comparação entre os

quatro grupos avaliados. ... 44 Tabela 5.3 - Teste de Tukey para comparações múltiplas entre os quatro

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LISTA DE FIGURAS

p. Figura 4.1 - Modelo em gesso com braquetes da técnica lingual (STEALTH),

colados com a resina Z-250. ... 31 Figura 4.2 - Modelo, com o braquete colado na face lingual do 1º molar superior

e braquete do 1º pré-molar superior... 31 Figura 4.3 - Modelo com o braquete e braquete respectivamente colado, e

adaptação do fio de secção retangular 0.017”x 0.025” de aço com a resina acrílica. ... 32 Figura 4.4 - Modelo com o apoio de resina acrílica em uma vista oclusal... 32 Figura 4.5 - Modelo com o braquete (STEALTH) posicionado no 2º pré-molar e

fixo com fio de secção retangular 0.017”x 0.025” de aço e estabilizado com a resina acrílica. ... 33 Figura 4.6 - Modelo com o braquete posicionado no 2º pré-molar e estabilizado

com o ponto de apoio oclusal, durante a confecção da base de resina Z-250. ... 33 Figura 4.7 - Modelo com o braquete posicionado no 2º pré-molar e estabilizado

com o ponto de apoio oclusal, durante a confecção da base de resina Z-250, vista oclusal... 33 Figura 4.8 - Alicate modelo pistola, utilizado para remoção do braquete do 2º

pré-molar após a confecção da base de resina Z-250 ... 34 Figura 4.9 - Modelo em gesso com acréscimo de cera na metade do 2º

pré-molar ... 35 Figura 4.10 - Modelo em gesso com acréscimo de cera na metade do 2º

pré-molar (vista lingual). ... 35 Figura 4.11 - Cilindro acrílico com o corpo de prova em cerâmica, adaptado com

resina acrílica. ... 36 Figura 4.12 - Cilindro acrílico com o corpo de prova em cerâmica e o braquete

(17)

Figura 4.13 - Corpo de prova fixo ao cilindro de resina acrílica, com a base do braquete paralela a superfície do cilindro (vista lateral distal do braquete)... 37 Figura 4.14 - Máquina KRATOS do Departamento de Prótese da Faculdade de

Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. ... 39 Figura 4.15 - Corpo de prova sendo submetido ao teste de cisalhamento... 39 Figura 4.16 - Corpo de prova durante o teste de cisalhamento... 40 Figura 5.1 - Gráfico com média e desvio padrão da resistência, em MPa, dos

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LISTA DE ABREVIATURAS

GL Graus de liberdade. QM Quadrado médio.

F Estatística utilizada na análise de variância. P Probabilidade. Mpa Megapascal. N Newton. cm Centímetro. mm Milímetro. Kg Kilograma. °C Graus Celsius. µm Microns.

(19)

SUMÁRIO

p.

1 INTRODUÇÃO... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 5

2.1 Colagem e preparo em superfície de cerâmica... 6

2.2 Método de colagem da técnica lingual ... 20

3 PROPOSIÇÃO... 26

4 MATERIAL E MÉTODOS ... 28

4.1 Material ... 29

4.2 Métodos ... 30

4.2.1 Teste piloto... 30

4.2.2 Preparo da base de resina do braquete... 31

4.2.3 Confecção do corpo de prova em cerâmica... 35

4.2.4 Confecção do cilindro de acrílico. ... 36

4.2.5 Preparo da cerâmica e material de colagem do braquete... 37

4.2.6 Armazenamento dos corpos, para o teste de cisalhamento... 38

4.2.7 Teste de cisalhamento. ... 38

4.3 Análise estatística ... 40

5 RESULTADOS ... 42

6 DISCUSSÃO... 45

6.1 Discussão da metodologia. ... 46

6.2 Discussão dos resultados ... 49

6.3 Considerações finais... 53

6.4 Projetos futuros ... 54

7 CONCLUSÕES... 55

REFERÊNCIAS... 57

(20)
(21)

2

1 INTRODUÇÃO

Há poucos anos, a ortodontia era vista como um tratamento exclusivamente direcionado para crianças ou adolescentes. A redução do ritmo dos nascimentos e o aumento referente à expectativa de vida, causaram um aumento da busca do tratamento ortodôntico pelo paciente adulto. Neste sentido, a indústria ortodôntica procurou na década de 70, melhor aspecto estético dos aparelhos, introduzindo braquetes menores e transparentes colados sobre a superfície vestibular (KURZ , ROMANO 1998).

Na Europa, na década de 80, iniciaram se os estudos da ortodontia lingual, representando uma solução que não afeta o paciente no ponto de vista estético. A técnica lingual está indicada para aqueles pacientes que dão grande importância para sua aparência, seja no ambiente social ou no trabalho, e que por vezes recusam o tratamento ortodôntico tradicional (KURZ, ROMANO 1998).

Atualmente, a porcentagem de adultos iniciando o tratamento ortodôntico aumentou e a presença comum de coroas de cerâmica nestes pacientes, levou à necessidade de estudos relacionados à colagem de braquetes sobre a superfície de cerâmica (Vieira et al 2002).

Importante salientar que a colagem da técnica lingual é indireta com fases laboratoriais, que requerem a habilidade e conhecimento do profissional. Os braquetes apresentam características diferentes em

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Introdução 3

relação a outras técnicas como tamanho, forma e superfície da base (CHUMAK et al. 1998).

As superfícies linguais dos dentes apresentam características distintas em relação à superfície vestibular como: a superfície lingual dos dentes posteriores é mais estreita no sentido mésio-distal em dentes superiores, curta no sentido ocluso-cervical e com curvatura acentuada em relação à face vestibular; os incisivos superiores apresentam superfícies côncavas com difícil visibilidade; e os incisivos inferiores são prejudicados pela posição da língua onde se requer maior habilidade do profissional (ECHARRI, 1998).

Portanto, a colagem lingual se difere da colagem vestibular em diferentes aspectos, tornando-a uma técnica minuciosa, tanto na fase laboratorial como clínica.

Além da estética, outro fator importante a ser considerado no paciente adulto é a presença de coroas protéticas de cerâmica. Embora a literatura apresente diferentes pesquisas sobre colagem na superfície de cerâmica, seus resultados foram baseados na técnica de colagem direta em superfície vestibular (EUSTAQUIO 1988; KAO 1991; SANT’ANNA et al 2002). Devido à ausência de trabalhos científicos realizadas com a colagem de braquetes da técnica lingual em superfície de cerâmica, é necessário destacar que a colagem vestibular e lingual difere em algumas características.

Na técnica lingual a superfície de cerâmica terá adesão entre material de colagem e a resina fotoativada de carga pesada na base do

(23)

Introdução 4

braquete (colagem indireta), já na técnica vestibular a adesão em superfície de cerâmica, ocorre entre o material de colagem e a base de metal do braquete (técnica direta).

Deste modo, a técnica lingual requer estudos científicos para avaliar e diminuir os índices de descolagem dos braquetes, assim como associar os melhores materiais de colagem e técnicas de preparo da cerâmica, principalmente porque esta superfície apresenta menor adesão Comparada ao esmalte.

Com esta pesquisa, pretende-se testar o material de colagem e preparo da cerâmica com resultado de melhor adesão, assim diminuir o tempo clínico das consultas e conclusão do tratamento em tempo previsto, evitando possíveis problemas para o profissional e paciente.

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6

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Colagem e preparo em superfície de cerâmica

Newman, Dressler e Grenadier (1984) avaliaram a colagem direta de braquetes em cerâmica e resina composta ativada quimicamente em Comparação com esmalte. Os testes foram realizados em quatro experimentais com 10 corpos de prova em cada um, que receberam aplicação de ácido fosfórico durante 60 segundos e colados com Concise (3M). Os grupos de cerâmica e resina foram divididos em outros dois grupos cada, para os testes com e sem silano. O grupo controle foi formado por 10 dentes extraídos e esterelizados com álcool. Os testes foram realizados na máquina universal Instron com movimento de 0,2 libras/min. Os resultados foram submetidos à análise de variância de Newman-Keuls, ao nível de confiança de 99%. O procedimento com ataque ácido no esmalte serviu como Comparação entre as amostras. Concluíram que não houve diferença significante entre colagem em esmalte quando Comparado à resina com ou sem Silano. No entanto, a resistência à descolagem foi significantemente maior nos grupos controle e de resina em relação à cerâmica. Observaram ainda, que o silano aumentou a colagem em cerâmica, porém não foi efetiva para aplicação clínica.

Em 1988, Eustaquio, Garner, Moore, avaliaram a técnica de colagem em cerâmica em um estudo in vitro, com braquete colado em superfície de cerâmica com e sem “glaze”. Entre os cinco sistemas

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Revisão de literatura 7

adesivos estudados (Sistems1+, Enamelite 500, Ultrabond, Isopast/Silanit e Concise/Scotchprime) apresentaram resultados clinicamente aceitáveis. Contudo os autores observaram que a resina Ultra-bond produziu resistência significativamente menor, quando Comparada aos outros quatro sistemas. Não encontraram diferença significante na colagem de cerâmicas com e sem “glaze”. Analisaram ainda o sistema de reparo em cerâmica, onde havia pasta de polimento diamantada, foi melhor para restabelecer o polimento da superfície da cerâmica em Comparação com as pedras de polimentos.

Kao e Johnston, em 1991, testaram à força de colagem e a incidência de fraturas na cerâmica em 256 corpos de prova, durante a remoção de braquetes ortodônticos colados à facetas laminadas de cerâmica, depois de um ciclo térmico. A analise de variância (ANOVA) foi utilizada para testar as diferenças na força de descolagem entre os seguintes fatores: (1) tipo da cerâmica (feldspática [cerâmica CE] ou alumina alta [cerâmica VI]), (2) tratamento da superfície (com ou sem “glaze”), (3) o primer (silano ou álcool), (4) resina de colagem (Concise-3M ou Quartz-filled), e (5) tempo de descolagem (30 minutos ou 24 horas). Foi demonstrado que o tratamento da superfície, aplicação do primer, o tipo de resina, e o tempo de descolagem contribuíram significativamente para força de descolagem. O teste de (Tukey), usado para Comparar os subgrupos, constatou que a probabilidade de fratura depende do tipo de cerâmica e da força aplicada, sendo que a cerâmica VI exibiu uma probabilidade de fratura significativamente mais alta que a cerâmica CE com a mesma força. A

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Revisão de literatura 8

descolagem do braquete em superfície de cerâmica sem “glaze”, requer maior média de força de descolagem independente do tipo de resina, primer ou do tempo de descolagem. Para resistir à fratura de facetas laminadas de cerâmica com “glaze”, durante a descolagem de braquetes ortodônticos, o sucesso depende tanto da resina utilizada como do tipo de cerâmica.

Winchester em 1991 avaliou a força de resistência ao cisalhamento e tração de braquetes ortodônticos da ‘A’ Company colados à cerâmica utilizando resina composta (Concise, 3M) e quatro silanos (Scotchprime, Command, Fusion, Lee). A máquina utilizada foi a Instron e todos os testes foram desenvolvidos em um manequim com velocidade de 0,2 cm/min e o momento da fratura registrado em Newtons. Foram registrados os locais de falha, os métodos de descolagem e de restauração da superfície da cerâmica. Os quatro silanos testados, produziram uma resistência de colagem adequada para uso clínico (6 a 8 MPa, força mínima para resistir às forças ortodônticas normais). O silano (Fusion) produziu valores de força significativamente mais altos para falhas na resistência ao cisalhamento e não houve diferença significante nos testes de tração. A descolagem por cisalhamento causou mais fraturas da cerâmica. Neste teste, das 15 amostras quase a metade fraturou a superfície da cerâmica. Já no teste de tração somente duas amostras fraturaram. Recomendou-se o uso de um alicate de remoção de braquetes (Lift-Off plier), para a descolagem de braquete da cerâmica onde o silano foi utilizado. A pasta de polimento diamantada foi melhor para restabelecer a superfície da cerâmica à sua aparência original quando Comparado às pedras de polimento Shofu.

(28)

Revisão de literatura 9

Zelos, Bevis, Keenan, em 1994, investigaram a resistência de colagem ás forças de tração e cisalhamento de braquetes ortodônticos de cerâmica colados em cerâmica dental. Os seguintes fatores foram testados: dois tipos de braquetes cerâmicos (Transcend 2000 Unitek e American 20/20), duas marcas de cerâmica (Self glazed ceramco e Vita VMK-68) e dois sistemas adesivos (Concise-Ormco e Scotchprime-Transbond). Duzentos corpos de prova foram utilizados semelhantes à superfície vestibular de um incisivo central superior direito. Três métodos de descolagem foram utilizados: cisalhamento, tração pela máquina (Instron) e tração pelo instrumento Transcend séries 2000 (Unitek). Os resultados demonstraram que os métodos de descolagem por tração são os menos prováveis de danificar a superfície da cerâmica, pois a força de cisalhamento é 2 ou 3 vezes maior que a força de tração. O braquete Transcend obteve maior força de descolagem (F= 113.6, p≤ 0.0001), o American (F= 52.7, p≤ 0.0001). O sistema com primer-concise da Ormco foi significantemente mais resistente, obtendo força de (F=7.1, p = 0.0087) Comparado ao Scotchprime-Transbond (F=11.7, p ≤ 0.0010). A remoção dos compósitos por uso cuidadoso de uma broca carbide, seguida pelo uso do Kit de ajuste de cerâmica Shofu e o polimento da cerâmica com “glaze”, reestabeleceu o acabamento da superfície da cerâmica após a descolagem. O estudo demonstrou que forças de descolagem por cisalhamento e tração para cerâmicas com “glaze” com o uso do primer de silano, foi Comparável com aqueles relatados na literatura para o esmalte, portanto, clinicamente suficientes. A preservação do “glaze”

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Revisão de literatura 10

permitiu um polimento quase ideal da superfície de cerâmica após a descolagem.

Em 1996, Jost-Brinkmann, Can e Drost, investigaram 32 combinações de adesivo/condicionador em cerâmica Cerec-ceramic e em resina composta Charisma através do teste de resistência ao cisalhamento. Para este objetivo, botões linguais de aço inoxidável foram colados com diferentes adesivos e condicionadores (Kurasper, Panavia, MCP, Concise, Optibond, Reliance Porcelain Conditioner, Reliance Porcelain Etch, Porcelain conditioner, Reliance Plastic Conditioner, Excel, Scotchprime, Scotchbond MP, Ecxel, Transbond). Todos os corpos de prova foram tratados com jato de óxido de alumínio 50 µm por 2 a 4 segundos. A falha ocorreu principalmente na interface cerâmica e resina e a descolagem entre braquete e adesivo ocorreu mais vezes com combinação de adesivo Concise ou Excel associado a condicionadores da Reliance e Transbond. Os resultados demonstraram, na cerâmica e na resina composta, que vários materiais produziram forças de colagem semelhantes ou maiores do que aquelas alcançadas com técnica de ataque ácido convencional em esmalte. Uma resistência adesiva máxima nem sempre é desejável para a colagem de braquete em cerâmica, uma vez que podem ocorrer riscos de danificar a superfície. O tipo de fratura da descolagem e o risco de dano irreversível na cerâmica também devem ser levados em consideração.

(30)

Revisão de literatura 11

Em 1996, Nebbe e Stein, avaliaram braquetes ortodônticos edgewise colados com resina composta fotoativada Transbond em 100 blocos de cerâmica feldspática com “glaze” e em 100 blocos sem “glaze”. A resistência da colagem ao cisalhamento in vitro, foi avaliada através da análise de variância (ANOVA). As variáveis independentes estudadas foram: a preparação da superfície da cerâmica (ácido ortofosfórico 37% e silano primer-Reliance) e o intervalo de tempo entre ativação da resina composta e o procedimento de descolagem. A resistência ao cisalhamento inicial alcançada na adesão de braquetes em cerâmicas sem “glaze” foi estatisticamente maior que em cerâmicas com “glaze”. No entanto, após o intervalo de 10 minutos a resistência à colagem em cerâmica com “glaze” foi maior que na amostra sem “glaze”. Ocorreram mais fraturas em cerâmicas sem “glaze” (71%) do que em cerâmicas com “glaze” (36%). Uma resistência à colagem adequada, acima de 6 MPa, foi alcançada quando a colagem ocorreu em cerâmicas com “glaze”. Este estudo indicou que a ausência de “glaze” pode não ser necessária para a colagem de braquetes ortodônticos em superfícies de cerâmica. A colagem com a resina Transbond associada ao silano, se Compara ás forças de colagem ao esmalte.

Cochran et al. (1997) prepararam a superfície de cerâmica com “Glaze” (Ceramco) para colagem de braquetes utilizando cinco protocologos: óxido de alumínio, óxido de alumínio e silano, ácido Fluorídrico9,6%, ácido Fluorídrico9,6% e silano, polimento abrasivo e silano. Dois agentes de união foram utilizados Optibont-Kerr e

(31)

Revisão de literatura 12

Scotchbond MP-3M para a colagem dos braquetes de incisivo central superior (Mini-Diamond Twin) e a resistência à tração foi Comparada in vitro com amostras as quais nenhum agente de união foi utilizado. A máquina utilizada foi a Instron com o movimento do manequim de 0,05 cm/min. A força no momento de descolagem foi entre 22 a 41 MPa, com exceção de quando a superfície da cerâmica foi preparada com silano 13.5 MPa. Porém, o uso do silano aumentou a ocorrência de fraturas na cerâmica durante a descolagem. A Aplicação de óxido de alumínio sem uso de silano mostrou menor força de colagem (4.0 a 6.5 MPa) com ou sem agente de união, Comparado entre todas as amostras. As amostras preparadas com ácido Fluorídrico apresentaram valores intermediários de força de colagem (10.2 a 17.8 MPa). O uso da resina sem o agente de união e sem o silano em cerâmica preparada com jato de óxido de alumínio e aplicação de ácido Fluorídrico apresentou resistência de colagem de 6.5 MPa e 17.2 MPa, respectivamente, ambos com falhas de colagem na interface do braquete/compósito. Este estudo demonstrou que o uso de agentes de união multifuncionais e de silanos podem não ser necessários para colagem direta ortodôntica, por causar fraturas da cerâmica.

Gillis e Redlich (1998) analisaram o efeito de diferentes técnicas de condicionamento em cerâmica e a resistência ao cisalhamento da colagem de braquetes de aço inoxidável. Neste estudo, 94 facetas de cerâmica com “glaze” foram divididas em três grupos de acordo com diferentes técnicas de condicionamento: (1) desgaste com ponta diamantada, (2) ácido Fluorídrico a 8% e (3) jato de óxido de alumínio

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Revisão de literatura 13

50µ. Estes métodos foram associados à colagem dos braquetes com três adesivos diferentes: (1) silano+Right-On; (2) silano+Concise; (3) High-Q-Bond sem silano. A resistência ao cisalhamento da colagem foi medida com uma máquina de teste universal Instron e após a descolagem foi realizado um exame macroscópico das superfícies da cerâmica. Os valores de adesão dos grupos com High-Q-Bond foram significativamente menos resistentes que os grupos silano+Right-On e silano+Concise, no entanto, foram suficientes para manter o braquete em posição durante o tratamento ortodôntico. Uma análise com microscopia eletrônica de varredura revelou que o desgaste com ponta diamantada e com óxido de alumínio produziu apenas um padrão de desgaste superficial, enquanto o condicionamento com ácido Fluorídrico produziu um padrão de desgaste profundo. O condicionamento com ácido Fluorídrico produziu maior resistência ao cisalhamento que o desgaste com ponta diamantada ou jato de óxido de alumínio. A porcentagem de fratura nas superfícies da cerâmica nos grupos com silano + Concise foi significativamente mais alto que os grupos com silano + Right-On e High-Q-Bond.

Major, Koehler e Manning, em 1998, avaliaram as forças de resistência por cisalhamento com braquete ortodôntico de metal, colados à cerâmica utilizando três adesivos: Primer de Cerâmica Ormco (OR), All Bond 2(AB2) e Primer Cerâmico Scotchprime (SP) associado a duas resinas: Phase II (Reliance) e Rely-a-Bond (Reliance). As 80 amostras foram divididas em 2 grupos sendo, 40 coladas com Phase II (Reliace) e 40 coladas com Rely-a-bond (Reliance). As amostras cerâmico-metal foram condicionadas com ácido Fluorídrico 2,5% por 90 segundos e

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enxaguadas. Braquetes ortodônticos de incisivo central superior esquerdo mini diamond (Ormco), foram colados à cerâmica com cada adesivo e após 24hs eles foram descolados por cisalhamento em uma máquina MTS, a uma média de 0,5mm/min. Á média de força de resistência por cisalhamento foi transmitida em (MPa). As amostras com a resina Phase II obtiveram os seguintes valores: AB2 8.40 MPa, OR 13.31 MPa, SP 13.53 MPa e com Rely-a-Bond AB2 4.34 MPa, OR = 9.73 MPa e SP 12.40 MPa. Houve uma diferença estatisticamente significante entre as resinas quando aplicado os primer-adesivos, exceto pelo primer Scotchprime que apresentou resultados semelhantes nas duas amostras.

Zachrisson em 2000 concluiu algumas considerações em relação às descobertas clínicas e laboratoriais na colagem ortodôntica em superfície de dente artificial. Colagem à cerâmica, descobertas laboratoriais: Os resultados in vitro demonstraram que as duas técnicas foram igualmente eficientes para colagem de braquetes à cerâmica seja com jato de óxido alumínio e aplicação de silano ou cerâmica condicionada com ácido Fluorídrico 9,6 % . Em ambos os casos, quando utilizou Concise para colagem em cerâmica feldspática, não obtiveram diferenças estatisticamente significativas, comparadas ao esmalte com aplicação de àcido fosfórico. Os resultados também demonstraram que o termo-ciclo foi necessário para aplicação de silano duplo em cerâmica, pois sem ele as forças de colagem e as incidências de fratura coesiva foram excessivamente altas. Descobertas clínicas: Surpreendentemente, apenas uma das duas técnicas foi clinicamente bem sucedida, quando aplicado àcido Fluorídrico. Cento e oitenta e três acessórios colados à superfície da coroa de cerâmica ou a veneer laminado em 95 pacientes num período de tratamento ortodôntico, 17 se perderam durante o curso da terapia (9,3%). A maioria dos acessórios perdidos encontrava–se nos pré-molares mandibulares e nas

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regiões molares. A taxa de falha, com ou sem aplicação de silano adicional não foi estatisticamente diferente. Ao contrário do que seria esperado das descobertas laboratoriais, apenas uma das duas técnicas in vitro foi bem sucedida e funcionou em situação clínica. A aplicação do jato de óxido de alumínio intra oral em seguida aplicação do ácido Fluorídrico 9,6% por dois minutos preparou a coroa de cerâmica de forma excelente para colagem de braquete com resina Concise. A aplicação de silano à cerâmica com jato de óxido de alumínio não gerou força de colagem clinicamente aceitável, ou seja, o preparo com silano é opcional.

O objetivo de Kocadereli, Canay e Akça, em 2001, foi comparar vários métodos de tratamento da superfície de cerâmica para definir o procedimento que produz força de colagem adequada entre braquetes cerâmicos em sessenta corpos de prova de cerâmica produzidos através da duplicação da face vestibular do primeiro pré-molar superior. Seis diferentes procedimentos de preparação foram testados: (1) jato de óxido de alumínio 50 µm, (2) silano (Scotchbond 3M) na cerâmica e na base do braquete, (3) jato de óxido de alumínio 50 µm e de silano, (4) condicionamento com ácido Fluorídrico 9,6% (5) condicionamento com ácido Fluorídrico 9,6% seguido por aplicação do silano, e (6) jato de óxido de alumínio 50 µm seguido por aplicação de adesivo (4-Meta; Super-Bond). Os braquetes cerâmicos foram colados com um material de colagem ortodôntico de pasta única (Ortho-Loc; GAC). Os resultados demonstraram que o preparo da superfície com ataque ácido seguido da aplicação de um silano resultou em uma resistência de colagem à tração estatisticamente maior (96.2 N). O

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preparo com ácido ou óxido de alumínio, sem aplicação de silano, não influenciou estatisticamente o resultado.

Em 2001, Huang e Kao testaram à efetividade da colagem de acessórios ortodônticos em cerâmica. Os braquetes de acrílico (Spirit MB) foram colados em 64 dentes de cerâmica por meio de um sistema de resina fotopolimerizável (Unite). De acordo com o preparo da superfície da cerâmica a amostra foi dividida em oito grupos de acordo com: 1- ácido Fluorídrico 9,6%, silano e ciclo térmico, 2- ácido Fluorídrico 9,6% e silano, 3- ácido Fluorídrico 9,6%, 4- sem tratamento de superfície e sem ciclo térmico, 5- silano e ciclo térmico, 6- ciclo térmico, 7- ácido Fluorídrico 9,6% e ciclo térmico, 8- silano. A metade dos dentes passou 500 vezes por um ciclo térmico entre 4° e 60°C por 30 segundos antes que todos os braquete fossem removidos em um teste de cisalhamento. Os dados do cisalhamento foram analisados pela análise de variância e pelo teste de Student-Newman-Keul. Os resultados demonstraram que a resistência de colagem mais alta ocorreu no grupo condicionado com o ácido Fluorídrico 9,6% por 2 minutos seguidos da aplicação do silano, mas que não passou pelo ciclo térmico (182 kg/cm²-6.3 MPa). Os grupos 1, 2, 3 e 7 exibiram maior força de cisalhamento (107.5 a 182 kg/cm²) que os grupos 4, 5, 6 e 8 (10.9 a 47.2 kg/cm²). Os fatores que afetaram a resistência da colagem, começando pelo mais significante foram o ataque ácido, aplicação do silano e o ciclo térmico.

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Em 2001, Moreira et al. avaliaram a resistência à tração de braquetes metálicos unidos ao esmalte dental e à cerâmica. Foram utilizados 20 pré-molares humanos hígidos recém extraídos, os quais foram conservados em água deionizada sob refrigeração (4ºC) e 20 discos cerâmicos (Duceram) ambos condicionados com ácido fosfórico 35%. Para o procedimento de colagem as amostras de esmalte e cerâmica foram divididas em quatro grupos de dez: (1) esmalte colado com (Concise, 3M), (2) esmalte e (Transbond XT, 3M), (3) cerâmica e (Concise, 3M) e (4) cerâmica e (Transbond XT, 3M). Os corpos-de-prova foram armazenados em água a 37º C por 24 horas e em seguida testados em uma máquina de testes Instron com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey em nível de 5%. Estatisticamente não houve diferença entre as resinas utilizadas. No geral, a resistência à tração em esmalte foi estatisticamente superior em relação à resistência em cerâmica. Em esmalte a falha adesiva ocorreu, em 100% dos casos, entre braquete e compósito de fixação. Em cerâmica, observou-se divisão entre falha adesiva na região braquete-compósito em (50%) e falha adesiva na região compósito-cerâmica em (50%).

Vieira et al (2002) com base na literatura consultada realizaram uma revisão dos materiais e técnicas mais recentes para a colagem de acessórios ortodônticos, em superfícies artificiais, como amálgama, ouro e cerâmica. Chegou-se às seguintes conclusões: 1- É possível realizar colagens ortodônticas eficientes em restaurações de amálgama e em superfície de cerâmica; 2- Há necessidade de mais estudos para

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que se possa obter colagem em ouro clinicamente aceitável; 3- O preparo de superfície metálica ou de cerâmica pelo jateamento apresenta características retentivas superiores às realizadas com ponta diamantada; 4- Em relação à colagem em cerâmica, o silano aumentou a resistência de colagem independentemente do preparo da superfície de cerâmica; 5- O ácido Fluorídrico é mais efetivo comparado ao jato de óxido de alumínio para o preparo da cerâmica, porém apresenta riscos quanto à sua utilização devido ao seu grande potencial corrosivo; 6- A utilização do ácido Fluorídrico e a remoção do glaze aumentaram o índice de fraturas da superfície da cerâmica.

Sant’Anna et al (2002) analisaram vários tratamentos de superfície da cerâmica (Feldspática) na força de cisalhamento de braquetes ortodônticos colados à cerâmica e o modo de fratura após a descolagem. Oitenta e oito amostras de cerâmica sobre metal foram divididas em quatro grupos de 22 amostras, com superfície preparada da seguinte maneira: (GI) cerâmica sem preparo, (GII) desgaste com brocas diamantada, (GIII) condicionadas com ácido de Fluorídrico a 10% por 4 minutos, (GIV) jato com óxido de alumínio. Os corpos de prova receberam aplicação de três camadas de silano (Scotchprimer). Os braquetes (Mini Standart Edgewise, American Orthodontics - incisivo central superior) foram colados com Consise. Em cada amostra foi aplicada uma carga de cisalhamento a uma velocidade de 1 mm/min. A resistência à colagem mínima de 6 a 8 MPa adequada para suportar a aplicação de forças ortodônticas, foi alcançada em todos os grupos. O teste estatístico de Kruskal-Wallis não demonstrou diferenças

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significantes quanto à resistência à colagem entre os grupos. Mais fraturas ocorreu em cerâmica com o preparo da superfície, Comparado a superfície sem preparo. Este estudo indicou que a aplicação do silano é adequada para colagem, independente do preparo da cerâmica.

Pannes et al (2003) compararam a resistência à descolagem de diferentes sistemas adesivos, quando o braquete ortodôntico era colado em superfície de cerâmica fundida ao metal. Cinqüenta cerâmicas naturais feldspática com “glaze” fundidas a discos de metais nobres de 6 mm diâmetro e 3 mm de altura (1 mm de metal e 2 mm de cerâmica) foram divididas em 5 grupos de 10. Os sistemas adesivos utilizados foram: GC América Fuji LC, American Ortho Spectrum, 3M Transbond, TP Orthodontics Python e Kerr Herculite e 50 braquetes ortodônticos (“A” company) foram colados com os sistemas acima mencionados. Cada sistema, exceto TP Orthodontics Python, foi condicionado com ácido fosfórico e todos os sistemas preparados com silano antes da colagem. As amostras foram submetidas a forças de cisalhamento graduais de até 123 N em uma máquina Instron até a fratura. Os sistemas adesivos da 3M Transbond, American Orthodontics, e da GC America Fuji Ortho LC, apresentaram-se dentro da média clinicamente aceitável (6 a 8 MPa), enquanto os sistemas adesivos da Kerr Herculite e da TP Orthodontics Python não estiveram dentro da média (2 a 4 MPa). A resistência de colagem da GC America Fuji Ortho LC, 3M Transbond, American Orthodontics Spectrum foram significativamente maiores (média = 2.3 vezes) que os sistemas adesivos TP Orthodontics Python ou Kerr Herculite. Neste estudo, os resultados demonstraram que o uso do ácido fosfórico com silano antes

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da colagem do braquete ortodôntico na cerâmica feldspática fundida a um metal nobre apresentou melhor adesividade.

2.2 Método de colagem da técnica lingual

Sandham em 1984 descreveu a fase laboratorial e clínica de um tratamento com aparelho colado na superfície lingual. A resina utilizada na base do braquete foi um adesivo da Unitek, o braquete foi posicionado no modelo de gesso por 5 minutos para polimerização química. Foi aplicada a silicona de adição leve (Xantopren plus) sobre a superfície do braquete, e em seguida a silicona pesada (Optosil plus). Para remoção da impressão com silicona, o modelo foi colocado em água quente por 10 minutos. A face lingual dos braquetes foi limpa com uma solução de “sabão” com escova dental e enxaguada com água quente. Assim a moldagem de transferência estava preparada para colocação intra-oral, o dente foi polido com pedra pomes em seguida enxaguado com água, seco à ar e isolado com rolete de algodão. A resina utilizada para colagem foi a Concise e após a total colagem foi adaptado o fio inicial para dar seqüência ao tratamento.

Gorman em 1988 descreveu alguns detalhes da fase laboratorial e clínica utilizada na ortodontia lingual. O posicionamento dos braquetes no setup individual foi através do instrumento de alinhamento de braquete T.A.R.G.. Os modelos em gesso foram montados em articulador semi-ajustável primeiramente com a ma oclusão e depois feito um modelo de setup com a oclusão ideal. Os braquetes foram posicionados no modelo com oclusão ideal com um fio e posteriormente colados. Em seguida foram transferidos através de uma moldeira de

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transferência de bioplast (Great Lakes Laboratory, NY) para o modelo de má oclusão, onde receberam a resina em pasta (Advance, Ormco) para a confecção da resina da base do braquete. Durante a fase clínica aplicou-se o adesivo na resina da base do braquete 10 minutos antes da colagem, preparou-se o dente com pedra pomes, ácido fosfórico a 50% por 1 minuto e adesivo Concise. Em seguida, os braquetes foram levados em posição com o auxílio da moldeira de transferência. Em casos de recolagem indicou-se a limpeza da resina da base do braquete com acetona. Na colagem, em coroa de cerâmica, aplicou-se o ácido Fluorídrico seguido por primer de silano. Neste artigo, o autor relatou que no primeiro caso clínico de ortodontia lingual, no seu consultório, não foi utilizada a fase laboratorial, e na colagem dos braquetes foi utilizada a resina de obturação Endure (Ormco).

Chumak e colaboradores em 1998 realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a colagem de aparelhos ortodônticos em superfícies linguais, com o esse intuito: 1 – comparar força de colagem vestibular e lingual em pré-molares superiores e inferiores e incisivos inferiores, 2 – determinar o efeito de adaptação da base do braquete lingual na força de colagem, 3 – comparar o efeito de descolagem em superfície de esmalte vestibulares e linguais em relação ao local da fratura. Foram utilizados para a pesquisa 53 molares superiores (grupo I), 37 pré-molares inferiores (grupo II), e 37 incisivos inferiores (grupo III). Os dentes foram preparados com profilaxia e aplicação de ácido fosfórico 43%. Os braquetes ortodônticos linguais Siamese foram colados às superfícies vestibular e lingual por meio de um sistema de resina quimicamente polimerizada e armazenados em água em temperatura ambiente por 24 horas. Foi utilizada a máquina de teste universal

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Instron, a uma velocidade de 0,2 mm/min. Os resultados demonstraram que as forças de colagem lingual in vitro foram compatíveis às forças de colagem vestibulares. O acréscimo de resina na base do braquete lingual durante a fase laboratorial foi recomendado pelas seguintes razões: (a) facilidade de colocação do braquete; (b) menor espessura de resina não-polimerizada sob as bases de braquete (c) aumento na força de colagem.

Echarri em 1998 descreveu o procedimento laboratorial para posicionar os braquetes linguais no modelo com a máquina Slot. Para a confecção da moldeira de transferência, inicialmente aplicou-se o isolante no modelo de gesso, em seguida, a base de resina do braquete foi preparada com jato de óxido de alumínio para aumentar a retenção mecânica, os braquetes foram adaptados no modelo com o compósito Sure-Set com as pastas A e B. Após a adaptação de todos os braquetes no modelo confeccionou-se a moldeira de silicona ou termoplástica. A resina da base do braquete foi levemente arredondada para aumentar a adesão.

Wang, Tarng e Chen (1998) compararam a força de colagem entre a superfície lingual e vestibular de molares jovens. Braquetes vestibulares de pré-molares foram adaptados e colados com sistema Concise na superfície vestibular ou lingual de coroas, após polimento com pedra pomes e condicionamento com ácido fosfórico 37% por 15 segundos. Vinte pré-molares foram extraídos de adolescentes (9 a 16 anos de idade) por motivos ortodônticos. Os 20 dentes foram divididos aleatoriamente em 2 grupos de 10 dentes cada. A força de colagem por tração foi testada com uma máquina Instron à velocidade de 2 mm/min. Não houve diferença

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estatística entre a força de colagem e interfaces quebradas entre a superfície lingual e vestibular, portanto, não era necessário pré-tratar a superfície lingual para aumento da força de colagem. As forças de colagem foram 7.2 MPa para superfície lingual e 7.0 MPa para superfície vestibular.

Echarri, em 1999, descreveu o procedimento clínico de cimentação indireta dos braquetes linguais, em superfície de esmalte, metais preciosos, cerâmica e compósito de resina. Após a confecção da moldeira de transferência, aplicou-se suavemente jato de óxido de alumínio na base de resina do braquete para aumentar a adesão, em seguida, foi aplicado sobre esta resina um primer. Para colagem em superfície de esmalte o autor recomenda, jato de óxido de alumínio durante 3 segundos a uma distância de 5 a 10 mm, lavagem abundante dos dentes, secar e aplicar ácido ortofosfórico a 40% por 30 segundos. As superfícies de metais preciosos devem ser tratadas com jato de óxido de alumínio durante 10 segundos a uma distância de 5 a 10 mm seguindo a seqüência descrita anteriormente. Superfície de compósito em resina é aplicado jato de óxido de alumínio durante 10 segundos a uma distância de 5 a 10 mm, associado a 2 ou 3 camadas de acondicionador plástico e secar durante 30 segundos. Para o preparo da superfície de cerâmica, o primeiro passo consiste na aplicação do jato de óxido de alumínio durante 10 segundos, á uma distancia entre 5 e 10 mm, para secar utilizou secadores elétricos (ar quente e completamente seco). É imprescindível manter os dentes completamente isolados de saliva para a aplicação de 2 ou 3 camadas de silano. O autor sugeriu o uso de resina fluída para facilitar a remoção dos excessos, difíceis de eliminar na técnica da colagem lingual.

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Wiechmann (2000) descreveu a influência do jato de óxido de alumínio intraoral antes do condicionamento com ácido fosfórico. A força de colagem por cisalhamento de 20 cilindros feitos de compósito Phase II- Reliance, foi medida 24 horas após estes cilindros terem sido colados ao esmalte de dentes bovinos com a resina Maximum Cure (Reliance). A superfície do cilindro foi inicialmente condicionada usando acetona com a finalidade de remover resíduos. Vinte dentes sofreram jateamento de óxido de alumínio por 3 segundos a uma distância de 5 mm, usando o (Microetcher, 50 µm), seguida por 30 segundos de condicionamento com ácido fosfórico 37%. No grupo controle, vinte amostras foram testadas sem jato de óxido de alumínio no dente. Os resultados demonstraram que a média de carga requerida para remover o cilindro dos dentes que sofreram a aplicação de óxido de alumínio antes da colagem foi 32.5 N/mm² e no grupo controle foi 24.2 N/mm². O teste Mann-Whitney demonstrou uma adesão significante maior, no grupo que recebeu jato de óxido de alumínio. O autor concluiu que a força adesiva entre esmalte e material de colagem pode ser significantemente aumentada com jato de óxido de alumínio anterior ao condicionamento e para colagem em dentes artificiais, após a aplicação de óxido de alumínio, as superfícies cerâmicas são condicionadas com ácido Fluorídrico seguido de aplicação do primer.

Prieto, Ishikawa, Maia, Gandini Jr. (2005) abordaram uma modificação para a transferência de braquetes do modelo de setup para o modelo inicial na montagem do aparelho. A descrição do Sistema de Transferência por Canaletas (STC) seguiu as seguintes etapas: A) Confecção dos modelos de setup e montagem em articulador semi-ajustavel; B) Confecção do arco ideal; C) Posicionamento dos braquetes no modelo de setup; D) Transferência dos braquetes no

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modelo de setup para o modelo inicial; E) Confecção e preparo da moldeira de transferência para colagem indireta; F) preparo do dente para colagem indireta. A resina aplicada na base do braquete foi preparada com: 1) Aplicação do jato de óxido de alumínio nas bases do compósito; 2) Aplicação de 50% éter e acetona; 3) Aplicação do adesivo Sondhi Rapid-Set Resina B (3M-Unitek). O preparo do dente para a colagem foi realizado com: 1) Profilaxia (pasta sem óleo); 2) Jato de óxido de alumínio por 3 segundos; 3) ácido fosfórico 37% por 30 segundos; 4) lavagem e secagem de preferência com secador elétrico de ar quente; 5) Aplicação do adesivo Sondhi Rapid-Set Resina A (3M-Unitek). Manteve-se a moldeira de transferência sob pressão por 30 segundos e foi removida após 2 minutos de espera.

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3 PROPOSIÇÃO

Com base na literatura consultada esta pesquisa se propôs a determinar, em braquetes da técnica lingual, colados sobre a superfície de cerâmica:

1) O material de colagem com maior resistência a força de cisalhamento entre as resinas de polimerização química Sondhi Rapid-Set AeB (3M-Unitek) e a resina fotoativada Transbond XT (3M-Unitek).

2) O material para preparo da superfície cerâmica com maior resistência ao cisalhamento entre o ácido Fluorídrico e óxido de alumínio.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Material

Os materiais e componentes utilizados na pesquisa estarão descritos a seguir.

ƒ Quarenta braquetes metálicos da técnica lingual: modelo-STEALTH de segundo pré-molar superior (American Orthodontics, Lote: 395-0023B).

ƒ Um braquete de 1º molar superior e um braquete de 1º pré-molar superior.

ƒ Modelo de gesso pedra. ƒ Isolante Cel-lac.

ƒ Pincel para o isolante.

ƒ O fio de secção retangular 0.017”x 0.025” de aço (American Orthodontics).

ƒ Fio de calibre 0.6 mm.

ƒ Resina acrílica auto-polimerizavel (ORTO CRIL, amarela, dental vip). ƒ Broca (Max-cut).

ƒ Espátula n° 7.

ƒ Espátula para restaurações estéticas de resina. ƒ Alicate modelo “Pistola” para remoção de braquetes.

ƒ Resina de carga pesada fotoativada Z-250 (3M, lote: 5BX). ƒ Óxido de alumínio 50µ (bio-art, lote: 156957).

ƒ Solução de 50% éter (Removex- vendido em farmácias). ƒ Solução de acetona (5 cinco, Lutex AP 58%, lote: 11256208). ƒ Pincel para solução de éter e acetona.

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Material e Métodos 30

ƒ Cerâmica feldspática com “glaze” (EX 3, Noritake). ƒ Cera utilizada para escultura.

ƒ Silicone de condensação pesada (Zetalabor).

ƒ Ácido Fluorídrico a 10 % (DENTSPLY, lote: 579861). ƒ Óxido de alumínio 50µ (bio-art, lote: 156957).

ƒ Jateador microjato (bio-art).

ƒ Silano (DENTSPLY, lote: 209071).

ƒ Resina de polimerização química Sondhi Rapid-Set AeB (3M-Unitek, A- lote: 051219, B-lote: 051114).

ƒ Resina fotoativada Transbond XT (3M-Unitek, lote:6 CP) .

ƒ Quatro recipientes de plástico com tampa 15 x 15 cm de largura e 10 cm de altura.

ƒ Máquina KRATOS do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, modelo: K 2000 MP; série: M 970201.

4.2 Métodos

4.2.1 Teste piloto

Devido à escassez de pesquisas na técnica de Ortodontia Lingual, foi realizado teste piloto para determinar a metodologia desta pesquisa. Para tal, foram utilizados cinco braquetes de pré-molar superior da técnica de Alexander, com base de resina Z-250, limpa com solução de acetona e éter 50%.

Foi confeccionado o cilindro de acrílico e incluído os corpos de prova de cerâmica da mesma maneira citada anteriormente na pesquisa.

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Material e Métodos 31

O preparo da superfície de cerâmica foi somente com ácido Fluorídrico a 10%, por 4 minutos e aplicação do silano. Os braquetes foram colados com a resina Concise, comumente utilizadas nas pesquisas presentes na literatura.

4.2.2 Preparo da base de resina do braquete.

Esta base é confeccionada para regularizar a anatomia da face lingual e a distância vestíbulo-lingual dos dentes; evita que o fio tenha dobras in-set e off-set durante o tratamento ortodôntico. Para proceder à pesquisa foi selecionado um modelo em oclusão ideal da clinica de ortodontia da faculdade Universidade Cidade São Paulo, este modelo foi duplicado com gesso pedra, colou-se os braquetes da técnica lingual com a resina Z- 250 no primeiro molar e primeiro pré-molar superior direito (Figuras 4.1 e 4.2).

Figura 4.1 - Modelo em gesso com braquetes da técnica lingual (STEALTH), colados com a resina Z-250.

Figura 4.2 - Modelo, com o braquete colado na face lingual do 1º molar superior e braquete do 1º pré-molar superior.

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Material e Métodos 32

Para o correto posicionamento dos braquetes, do segundo pré-molar superior, foi adaptado um fio de secção retangular 0.017”x 0.025” de aço na canaleta dos braquetes colados, contornando a distal do 2º molar junto à face oclusal dos molares. O fio permaneceu estabilizado com resina acrílica auto-polimerizavel (ORTO CRIL, amarela, dental vip) preparado no pote dappen e misturado com a espátula 7, em seguida aplicado sobre a superfície oclusal como ponto de apoio (Figura 4.3 e 4.4). Este apoio em acrílico, junto com o fio determinou a posição exata, dos quarenta braquetes para a confecção da base de resina, definindo a posição vertical a posição horizontal foi determinada através da demarcação com caneta vermelha de retro projetor, na haleta mesial do braquete, mantendo sempre a mesma distância entre braquete e dente, padronizando desta forma a espessura da base de resina.

Figura 4.3 - Modelo com o braquete e braquete respectivamente colado, e adaptação do fio de secção retangular 0.017”x 0.025” de aço com a resina acrílica.

Figura 4.4 - Modelo com o apoio de resina acrílica em uma vista oclusal.

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Material e Métodos 33

A superfície do segundo pré-molar recebeu uma camada de isolante (Cel-lac) com auxílio de um pincel, antes do posicionamento dos braquetes da pesquisa, com objetivo de diminuir a adesão entre a resina Z-250 e o gesso, consequentemente causar irregularidades na superfície lingual do 2º pré-molar. Foi aplicado adesivo Single Bond 2 (3M) na base do braquete para proporcionar melhor adesividade entre a resina Z-250 e o braquete. A resina foi aplicada e pressionada contra as retenções da base do braquete com auxílio da espátula 1.

Em seguida, o braquete foi posicionado sobre o segundo pré-molar superior e posteriormente o fio retangular 0.017”x 0.025” com o apoio de acrílico foi adaptado na canaleta dos braquetes (Figura 4.5, 4.6 e 4.7).

Figura 4.5 - Modelo com o braquete (STEALTH) posicionado no 2º pré-molar e fixo com fio de secção retangular 0.017”x 0.025” de aço e estabilizado com a resina acrílica.

Figura 4.6 - Modelo com o braquete posicionado no 2º pré-molar e estabilizado com o ponto de apoio oclusal, durante a confecção da base de resina Z-250.

Figura 4.7 - Modelo com o braquete posicionado no 2º pré-molar e estabilizado com o ponto de apoio oclusal, durante a confecção da base de resina Z-250, vista oclusal.

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Material e Métodos 34

Os excessos de resina foram removidos com a sonda exploradora, e após 20 segundos de fotopolimerização na oclusal e 20 segundos na cervical, o braquete foi removido com alicate modelo pistola específico para remoção de braquetes (Figura 4.8 e 4.9).

Figura 4.8 - Alicate modelo pistola, utilizado para remoção do braquete do 2º pré-molar após a confecção da base de resina Z-250.

A base de resina dos 40 braquetes recebeu jato de óxido de alumínio durante 5 a 10 segundos sem alteração da base e ausência de remoção da resina, a uma distância de 10 mm até apresentar-se branco opaco. Posteriormente, as soluções de éter e acetona foram colocadas separadas em pote dapen, em seguida, as bases de resina foram limpas com auxílio de um pincel e solução de éter 50%, seguida de solução de acetona, para remoção da possível camada oleosa da resina da base do braquete.

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Material e Métodos 35

4.2.3 Confecção do corpo de prova em cerâmica.

Foi duplicado com gesso pedra, o mesmo modelo utilizado para confecção da base de resina do braquete. O 2º pré-molar superior do modelo recebeu uma camada de cera para enceramento (Figuras 4.9 e 4.10), com a finalidade de compensar a contração da cerâmica causada pelo aquecimento do forno.

Figura 4.9 - Modelo em gesso com acréscimo de cera na metade do 2º pré-molar.

Figura 4.10 - Modelo em gesso com acréscimo de cera na metade do 2º pré-molar (vista lingual).

Em seguida, este modelo foi moldado com silicone de condensação pesada (Zetalabor). Sobre este novo molde a massa de cerâmica foi aplicada na face lingual ate a metade da face oclusal e posteriormente foi secada com secador elétrico, para eliminar a umidade da cerâmica.

Esta massa de cerâmica foi levada ao forno com vácuo, à temperatura de 925°C durante 1 minuto. Para o acabamento, foi utilizada a pedra diamantada de granulação fina e o polimento foi concluído com borracha específica para este procedimento. O “glaze” em consistência fluída foi aplicado para vitrificar a peça e corrigir imperfeições da superfície, em seguida, foi ao forno sem vácuo, à temperatura de 880°C, durante 1 minuto.

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Material e Métodos 36

4.2.4 Confecção do cilindro de acrílico.

Para a inclusão dos corpos de prova foi confeccionado um cilindro de resina acrílica incolor Jet, em uma moldeira de silicone, com diâmetro de 11,0 mm e espessura de 8,0 mm, de acordo com o tamanho do apoio em metal da máquina de teste KRATOS.

Com uma broca (Max-cut) para desgaste de resina acrílica, foi realizado um orifício no centro do cilindro, em seguida acrescentou uma pequena porção de acrílico, previamente antes da sua polimerização química foi adaptado o corpo de prova de cerâmica com anatomia do 2º pré-molar. Outra pequena porção de resina acrílica foi utilizada para recobrir as bordas da superfície de cerâmica e fixá-la com maior precisão (Figura 4.11) e posteriormente foi colado o braquete, sem prejudicar a adesividade da resina utilizada. (Figura 4.12).

Figura 4.11 - Cilindro acrílico com o corpo de prova em cerâmica, adaptado com resina acrílica.

Figura 4.12 - Cilindro acrílico com o corpo de prova em cerâmica e o braquete (STEALTH) colado com a resina utilizada na pesquisa.

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Material e Métodos 37

Com a resina ainda maleável foi possível posicionar o corpo de prova de cerâmica de maneira que após o seu preparo e colagem do braquete, a base de metal do braquete estivesse paralela à superfície do acrílico (Figura 4.13).

Figura 4.13 - Corpo de prova fixo ao cilindro de resina acrílica, com a base do braquete paralela a superfície do cilindro (vista lateral distal do braquete).

4.2.5 Preparo da cerâmica e material de colagem do braquete.

Os vinte corpos de prova, já inseridos no acrílico, foram preparados com jato de óxido de alumínio 50µ durante 5 segundos, a uma distância de 5 a 10 mm para verificar a característica opaca e uniforme da superfície, foram lavadas abundantemente e secas com ar. A outra parte da amostra consiste de vinte cerâmicas preparadas com ácido Fluorídrico10% por 4 minutos, em seguida, lavou-se e lavou-secou-lavou-se por 15 lavou-segundos como descreve o fabricante.

Todas as facetas de cerâmica receberam a aplicação de silano Dentsply, proporção 1:1, misturadas durante 10 segundos com descanso de 5 minutos, aplicou-se uma camada fina e secou, aplicou a segunda camada e secou com ar.

A amostra foi dividida quanto à resina de colagem da seguinte maneira: Em vinte corpos de prova foi aplicada a resina Sondhi Rapid-Set A - sobre a superfície da cerâmica, 2 a 5 segundos de secagem e a resina Sondhi Rapid-Set B - sobre a base de resina do braquete. Após a aplicação das resinas, o braquete foi

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Material e Métodos 38

posicionado sobre a superfície da cerâmica e mantido sobre pressão durante 30 segundos.

Os outros vinte corpos de prova receberam o adesivo da Transbond XT, aplicado sobre a superfície da cerâmica e polimerizada por 10 segundos como descreve o fabricante. A resina Transbond XT foi aplicada no braquete que após posicionado na superfície cerâmica, foi polimerizada 40 segundos na oclusal do braquete e 40 segundos na cervical. Estes grupos foram subdivididos segundo o preparo da cerâmica, resultando em quatro grupos como descrito a seguir:

Grupo I – Resina Sondhi e ácido Fluorídrico Grupo II – Resina Sondhi e óxido de alumínio

Grupo III – Resina Transbond XT e ácido Fluorídrico Grupo IV - Resina Transbond XT e óxido de alumínio

4.2.6 Armazenamento dos corpos, para o teste de cisalhamento.

Os grupos foram armazenados em quatro recipientes de plástico com tampa, conforme o material de colagem e preparo da superfície. Foi colocada água em temperatura ambiente e os recipientes mantidos em uma bolsa térmica para a manutenção da temperatura. O material da pesquisa foi mantido nestas características acima citadas por sete dias, antes do teste de cisalhamento.

4.2.7 Teste de cisalhamento.

Os testes de tração por cisalhamento, nos quatro protocolos de colagem em cerâmica, foram realizados pela Máquina Universal de teste KRATOS do

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Material e Métodos 39

Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo (Figuras 4.14 e 4.15).

Figura 4.14 – Máquina KRATOS do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.

Figura 4.15 - Corpo de prova sendo submetido ao teste de cisalhamento.

O fio ortodôntico de aço com calibre 0.6 mm da máquina, foi apoiado na aleta oclusal do braquete (Figura 4.16). A máquina foi acionada até que o fio ficasse estendido sem folga. Em seguida, o teste teve início com a aplicação de força de 50 KgF, a 0,5 mm/min. Considerou-se a força transmitida no momento de ruptura do braquete, aferida por sistema computadorizado acoplado à máquina de testes.

Os valores obtidos inicialmente em KgF foram convertidos em MPa, essa conversão foi calculada porque KgF é uma medida que corresponde à força e MPa é uma medida de pressão. A medida em MPa foi padronizada na literatura como

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Material e Métodos 40

momento de ruptura do braquete colado a uma superfície na qual foi exercida uma pressão e não uma força.

Figura 4.16 - Corpo de prova durante o teste de cisalhamento.

Para converter KgF em MPa foi multiplicada base (4,5mm²) x altura (3,0mm²) resultando um valor de 13,5 mm², que posteriormente foi aplicado na formula abaixo:

KgF x 9.8 N= ? ÷ 13,5= Valor em MPa

4.3 Análise estatística

Após o teste de resistência ao cisalhamento, os resultados foram submetidos a analise estatística.

Para verificar se os dados possuem distribuição normal, utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov, e para testar se há homogeneidade de variâncias entre os grupos, utilizou-se o teste de Bartlett (Zar, 1996).

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Para comparar as diferenças entre os grupos utilizou-se Análise de Variância (ANOVA) a um critério. Quando a ANOVA mostrou diferença estatisticamente significante, foi utilizado o Teste de Tukey para as comparações múltiplas. Em todos os testes adotou-se nível de significância de 5% (Zar, 1996).

Os testes foram executados no programa Statistica for Windows v. 5.1 (StatSoft Inc., USA).

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5 RESULTADOS

Com base na metodologia utilizada obtiveram-se os resultados comparativos dos quatro grupos desta pesquisa.

A tabela 5.1 e a figura 5.1 demonstram os resultados de média e desvio-padrão dos quatro grupos avaliados.

Tabela 5.1 – Média e desvio padrão da resistência ao teste de cisalhamento, em MPa, dos quatro grupos avaliados.

Grupo Resistência Média dp I 2,77 0,93 II 4,30 1,74 III 3,33 1,35 IV 6,00 2,17

Figura 5.1 – Gráfico com média e desvio padrão da resistência, em MPa, dos quatro grupos avaliados.

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 I II III IV Grupo R e si st ê n ci a ( M P a )

Referências

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