PODERÁ A ESCOLA MUDAR OS
DESTINOS ESCOLARES?
Conferência
Almada, 17 Setembro de 2015
SUCESSO EDUCATIVO
conhecer, debater e intervir
Teresa Seabra (teresa.seabra@iscte.pt)
Susana da Cruz Martins
(susana.martins@iscte.pt)
Desempenho dos sistemas educativos:
uma visão comparativa
Desempenho do sistema educativo
português
DESEMPENHO DOS SISTEMAS
EDUCATIVOS
DESEMPENHO A MATEMÁTICA NO PISA2012, OCDE
(SCORES
MÉDIOS)
388 413 423 448 453 466 477 478 479 481 482 484 485 487 489 490 491 493 494 494 495 499 500 500 501 501 504 506 514 515 518 518 519 521 523 531 536 554 A rg enti na Mé xi co C hi le Tu rq uia G ré cia Is ra el H ung ri a Suéci a Li tuâ ni a EU A Eslov á q ui a Esp a nh a Itá lia Po rt uga l No rue g a Lux em b urg o Le tón ia Is lâ ndi a R. U nid o OC DE Fra nça Re p . C he ca N. Z el â ndi a D inam a rc a Eslov énia Ir la nda A us trália Á us tria A le ma nh a Bé lg ica Po ló ni a C a na d a Finl â nd ia Estó nia H ol a nd a Suíça Japã o C ore iaDIFERENÇA NOS
RESULTADOS (
SCORES
)
MÉDIOS A
MATEMÁTICA ENTRE O
PISA 2003 E O PISA
2012 (Δ=2012-2003)
-31
-26
-24
-22
-20
-17
-17
-16
-15
-15
-14
-14
-13
-6
-3
-3
-2
-1
-1
0
2
4
7
8
11
12
20
21
25
27
28
Suécia Finlândia N. Zelândia Islândia Austrália Rep. Checa Eslováquia França Holanda Bélgica Canada Dinamarca Hungria Noruega OCDE Luxemburgo EUA Irlanda Espanha Áustria Japão Suíça Letónia Grécia Alemanha Coreia Itália Portugal Turquia Polónia MéxicoFonte: OCDE (2014), Dados
do PISA2012 (Vol.I)
DESEMPENHO A MATEMÁTICA NO PISA2012 DOS ALUNOS CUJOS
PAIS TÊM BAIXA ESCOLARIDADE
(NO MÁXIMO ENS.BASICO/ISCED 2)
,
OCDE
(SCORES
MÉDIOS)
345 377 377 395 397 403 406 424 428 429 429 431 439 440 440 441 443 443 449 450 450 450 453 456 458 458 461 461 466 475 478 478 481 484 509
R. Es
lo
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ola
nda
A
le
ma
nh
a
Japã
o
C
or
ei
a
Maior
equidade
Fonte: OCDE (2014), Dados do PISA2012 (Vol.II)
DESEMPENHO DO SISTEMA
EDUCATIVO PORTUGUÊS
Mobilização, percursos e
destinos escolares
DESEMPENHO DO SISTEMA EDUCATIVO PORTUGUÊS
TAXA REAL DE ESCOLARIZAÇÃO EM PORTUGAL
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 1 9 7 4 1 9 7 5 1 9 7 6 1 9 7 7 1 9 7 8 1 9 7 9 1 9 8 0 1 9 8 1 1 9 8 2 1 9 8 3 1 9 8 4 1 9 8 5 1 98 6 1 9 8 7 1 9 8 8 1 9 8 9 1 9 9 0 1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 99 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 00 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3
Educação Pré-Escolar Ensino Básico 1º Ciclo Ensino Básico 2º Ciclo Ensino Básico 3º Ciclo Ensino Secundário
ABANDONO ESCOLAR
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO ENTRE 18 E 24 ANOS COM O ENSINO BÁSICO QUE
NÃO ESTÁ NO SISTEMA DE ENSINO NEM NOUTRA FORMAÇÃO (%)
Nota: Portugal: quebra de série em 1998 e 2004; e dados provisórios em 2006 e 2007. Fonte: Eurostat, Inquérito ao Emprego (consultado em 2014).
17,6 17,2 17,0 16,5 16,1 15,715,314,914,614,2 13,9 13,4 12,611,9 11,1 50,0 46,7 44,3 41,4 40,1 40,6 46,6 44,943,6 44,2 45,0 41,2 39,4 38,8 39,1 36,9 35,4 31,2 28,7 23,0 20,5 18,917,4 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 00 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 UE Portugal
PERCURSOS ESCOLARES
GRAU DE SUCESSO ESCOLAR ANTERIOR À ENTRADA NO ENSINO SUPERIOR
DOS ESTUDANTES DO 1.º CICLO (DO E.S.)
Com sucesso
67%
Insucesso
pontual
30%
Insucesso
reincidente
3%
n= 2824
Fonte: CIES-ISCTE, Inquérito às Condições Socioeconómicas dos Estudantes do Ensino Superior, 2006 , em Martins, S.C., H. Carvalho, e P. Ávila (2008), “Análise estrutural: factores explicativos a partir de um inquérito aos estudantes do ensino superior” em AF. Costa, e J. T. Lopes (orgs.), Os Estudantes e os Seus Trajectos No Ensino Superior: Sucesso e Insucesso, Factores e Processos, Promoção de
COMO FAZEM AS ESCOLAS?
OBJETIVOS DO PROJETO
Escolas que fazem melhor: o sucesso escolar dos descendentes de imigrantes na escola pública ( F C T : PT D C / C S - SO C / 1 1 9 7 9 7 / 2 0 1 0 )
Teresa Seabra (Coord.), Maria Manuel Vieira, Patrícia Ávila, Sandra Mateus, Inês Baptista e Leonor Castro
Comparar os resultados obtidos pelas escolas, considerando o perfil
social dos alunos que prestaram as provas nacionais
Identificar escolas que “fazem melhor”
Apreender as especificidades escolares que potenciam o poder da
escola de promover a igualdade de oportunidades
Medir a intensidade da influência da escola em relação às divergentes
influências externas, i.e., o poder dos recursos escolares produzirem
resultados (Coleman, 1968)
“valor acrescentado”
“produção de mais valia”
METODOLOGIA DO PROJETO
Escolas que fazem melhor
Componente extensiva: análise dos resultados nas Provas de Aferição
do 4º e 6º ano da AML, entre 2008/09 e 2010/11.
4º ano: 615 escolas – 27124 alunos
6º ano: 163 escolas – 27468 alunos
Componente intensiva: explorar o “efeito escola” na produção do
sucesso escolar.
estudo comparativo de 4 escolas: 2 do 1º ciclo e 2 do 2º ciclo
Organização e funcionamento de cada escola:
Constituição das turmas; Interacções intraescolares e relações com a comunidade; Clima
organizacional; Práticas e representações dos docentes, funcionários, alunos e pais.
RESULTADOS: COMPONENTE EXTENSIVA
média estandardizada dos resultados das PA (2008/09 a 2010/11), segundo a percentagem de
pais até 2º ciclo
RESULTADOS: COMPONENTE EXTENSIVA
média estandardizada dos resultados das PA (2008/09 a 2010/11), segundo a percentagem de
pais até 2º ciclo
RESULTADOS: COMPONENTE EXTENSIVA
Poder explicativo destas variáveis nos resultados das PA (regressão linear múltipla)
2009-10
Língua Portuguesa
Matemática
Variáveis
independentes
Beta
R
2semi-parcial
Beta
R
2semi-parcial
Escolaridade dos pais
(baixa)
-0,333
(1)
7,20%
-0,197
(1)
2,50%
Classe social (PTE)
0,179
(3)
2,10%
0,189
(2)
3,60%
Desc. Imigrantes
- 0,191
(
2)
3,50%
-0,181
(3)
3,20%
R
227%
17%
Língua Portuguesa
Matemática
Variáveis
independentes
Beta
R
2semi-parcial
Beta
R
2semi-parcial
Escolaridade dos
pais (baixa)
-0,437
(1)
7,30%
-0,303
(2)
3,51%
Classe social (PTE)
0,309
(2)
3,50%
0,416
(1)
6,37%
Desc. Imigrantes
-0,265
(3)
5,55%
-0,243
(3)
5,10%
R
273%
67%
RESULTADOS: COMPONENTE EXTENSIVA
Poder explicativo destas variáveis nos resultados das PA (regressão linear múltipla)
RESULTADOS: ESTUDOS DE CASO
4º E 6ºANO
Escolas que “fazem melhor” (B)
Escolas de controlo (A)
Interação permanente entre os docentes
“(...) porque nós estamos muito unidos, e há uma situação “olha, preciso duma ficha, preciso de um material, preciso...”, há muita troca de ideias, de materiais, de opiniões, nisso nós funcionamos muito bem enquanto escola e enquanto grupo de professores (Professora Escola B, D3)
Isolamento dos professores
A escola mesmo pela maneira de...pela construção, estamos muito isolados uns dos outros, está a ver, as salas são por núcleo e são distantes... às vezes há semanas que eu não vejo as colegas daqui...e vice–versa, a não ser na sala dos
professores, que agora é menos utilizada
(Professora Escola A, D2)
Ação centrada no apoio aos que têm
dificuldades
Um dos grandes problemas (e nisso tiro o chapéu aos meus colegas) ..esta é uma escola com uma “audiência” difícil. São famílias muito complicadas e o nosso trabalho muitas vezes é muito desgastante nesse sentido. Muitas vezes somos só nós e o aluno, não há ninguém “atrás” (...) e nós temos que fazer um trabalho a nível afectivo, mais do que qualquer outra coisa. E isso é complicado. Não temos alguém que nos ajude a responsabilizar o aluno ou que seja responsável por ele, e isso é (...) mais
desgastante, mas nesse sentido eu acho que esta escola faz um bom trabalho e gosto da escola por causa disso.
(Professor Escola B, D1)
Trabalho pedagógico concebido de forma
relativamente indistinta
Nós neste momento, aquilo que solicitamos e reclamamos mais é que não conseguimos dar resposta a tanto projecto. Porque é importante também trabalhar dentro da sala de aula e os meninos do 4º ano têm exames e nós temos...um programa para cumprir (Professora Escola A, D1)