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Poluição atmosférica e internações por doenças respiratórias em Niterói: uma aplicação com modelos de regressão de Poisson

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Larissa dos Santos Lima

Polui¸

ao atmosf´

erica e interna¸

oes por

doen¸

cas respirat´

orias em Niter´

oi: uma

aplica¸

ao com Modelos de Regress˜

ao de

Poisson

Niter´oi - RJ, Brasil 12 de Dezembro de 2017

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Universidade Federal Fluminense

Larissa dos Santos Lima

Polui¸

ao atmosf´

erica e interna¸

oes

por doen¸

cas respirat´

orias em Niter´

oi:

uma aplica¸

ao com Modelos de

Regress˜

ao de Poisson

Trabalho de Conclus˜ao de Curso

Monografia apresentada para obten¸c˜ao do grau de Bacharel em Estat´ıstica pela Universidade Federal Fluminense.

Orientador: Prof. Ludmilla da Silva Viana Jacobson

Niter´oi - RJ, Brasil 12 de Dezembro de 2017

(3)

Universidade Federal Fluminense

Larissa dos Santos Lima

Polui¸

ao atmosf´

erica e interna¸

oes por

doen¸

cas respirat´

orias em Niter´

oi: uma

aplica¸

ao com Modelos de Regress˜

ao de

Poisson

Monografia de Projeto Final de Gradua¸c˜ao sob o t´ıtulo “Po-lui¸c˜ao atmosf´erica e interna¸c˜oes por doen¸cas respirat´orias em Niter´oi: uma aplica¸c˜ao com Modelos de Regress˜ao de Poisson ”, defendida por Larissa dos Santos Lima e aprovada em 12 de Dezembro de 2017, na cidade de Niter´oi, no Estado do Rio de Janeiro, pela banca examinadora constitu´ıda pelos professores:

Profa. Dra. Ludmilla da Silva Viana Jacobson Departamento de Estat´ıstica – UFF

Profa. Dra. Ana Maria Lima de Farias Departamento de Estat´ıstica – UFF

Profa. Dra. Mariana Albi de Oliveira Souza Departamento de Estat´ıstica – UFF

(4)
(5)

Resumo

Diversos estudos mostram que a sa´ude humana ´e afetada pela exposi¸c˜ao a poluentes atmosf´ericos. Nesse ˆambito, devido a ausˆencia de estudos recentes para a cidade de Ni-ter´oi, decidiu-se investigar esse tema. Este trabalho tem por objetivo avaliar os fatores de risco associados `as interna¸c˜oes hospitalares por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas com at´e 4 anos completos e idosos com 60 anos ou mais de idade, no munic´ıpio de Niter´oi, RJ. Na an´alise dos dados utilizou-se Modelos Lineares Generalizados, aplicados ao Mo-delo de Regress˜ao de Poisson. Na an´alise dos dados foi utilizado o software R. Os dados foram obtidos em diversas plataformas como DATASUS, DETRAN-RJ, INEA e INMET. Considerando os resultados dessa an´alise, pode-se observar que no grupo de crian¸cas, a exposi¸c˜ao ao PM10 em diferentes n´ıveis est´a associado `as interna¸c˜oes por doen¸cas res-pirat´orias. J´a no grupo de idosos essa vari´avel mostrou-se significativa ao analis´a-la no modelo simples. Por´em ao ajustar o modelo, essa vari´avel n˜ao apresentou associa¸c˜ao com as interna¸c˜oes por doen¸cas respirat´orias.

Palavras-chaves: polui¸c˜ao do ar, doen¸cas respirat´orias, crian¸cas, idosos, interna¸c˜ao hospi-talar.

(6)

Agradecimentos

Agrade¸co primeiramente a Deus pelo dom da vida e por me fazer forte e perseverante nos momentos de dificuldade.

Ao meu pai, Jaime, por me apoiar ao longo desses anos; por todo esfor¸co para que eu chegasse at´e aqui; por vir muitas vezes a Niter´oi me visitar quando a distˆancia come¸cava a falar mais alto.

`

A minha m˜ae, Ana L´ucia, por ser exemplo e me mostrar que apesar das dificuldades ´e poss´ıvel alcan¸car nossos objetivos; por se esfor¸car para que eu tivesse sempre o melhor; Ao meu irm˜ao, Victor Hugo, por me ajudar a cada dia ser uma pessoa melhor; por ser firme na busca dos seus objetivos; pela amizade e cumplicidade adquiridas conforme fomos crescendo.

`

A minha av´o e tia, Lourdes e Camila, pelo carinho e preocupa¸c˜ao; pelas ora¸c˜oes que certamente me sustentaram nos momentos em que pensei que n˜ao seria capaz; pelas comidas maravilhosas que fizeram, garantindo a economia da semana.

Ao meu namorado, Bruno Lucian, por me ajudar ao longo da faculdade e de modo especial na realiza¸c˜ao desse trabalho; por me incentivar a todo momento a realizar meus sonhos e alcan¸car meus objetivos; por ter ficado no meu p´e nos momentos de decis˜ao; por me mostrar a cada dia, por sentimentos e a¸c˜oes, o quanto ´e bom tˆe-lo ao meu lado para dividir momentos t˜ao importantes quanto esse.

Aos amigos que fiz ao longo da gradua¸c˜ao: Ranah Duarte, Thalita Costa, Gabrielle Fernandes, Fernanda Tavares, Raphael Paes, Denise Oliveira, Igor Sales, Natan Borges, Juliana Freitas. Obrigada pelas conversas, risadas, pela companhia nos estudos. Espero lev´a-los pra vida, ainda que cada um siga seu caminho.

`

As minhas roomates, Lary Almeida, Carol Penha, Vanessa Santos , Gabi Colombo e Marina Zarate. Agrade¸co as risadas, os “Gordice’s day”, as conversas, pela ´otima recep¸c˜ao ao chegar `a rep´ublica, as sa´ıdas. Enfim, agrade¸co por todos os momentos juntas.

(7)

Diego Abreu, Erika Corrˆea, Brayan Ricardo, Pedro Ivo, N´aiade Andrade, Ra´ıra Andrade, Thatiane Abreu, que contribu´ıram muito no que sou hoje e que apesar da distˆancia os levo sempre em meu cora¸c˜ao.

A cada professor que tive na gradua¸c˜ao, de modo especial `a Ludmilla Viana da S. Jacobson, por ter aceitado meu convite para ser minha orientadora; por todo trabalho desenvolvido; por sempre tentar me acalmar dizendo: ”Calma! Vai dar tudo certo!”; por todos os ensinamentos.

Por fim, mas n˜ao menos importantes, `as professoras Ana Maria Farias e Mariana Albi, por terem aceitado o convite para participar da banca, por todos os ensinamentos e por todas as sugest˜oes para este trabalho.

(8)

Sum´

ario

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

1 Introdu¸c˜ao p. 11

1.1 Revis˜ao Bibliogr´afica . . . p. 12

2 Objetivos p. 14 2.1 Geral . . . p. 14 2.2 Espec´ıficos . . . p. 14 3 Materiais e M´etodos p. 15 3.1 Local de Estudo . . . p. 15 3.2 Banco/Base de Dados . . . p. 16 3.3 Modelos Lineares Generalizados . . . p. 17 3.3.1 Defini¸c˜ao . . . p. 17 3.3.2 Modelo de Regress˜ao de Poisson . . . p. 18 3.3.3 Superdispers˜ao . . . p. 20 3.3.4 An´alise dos res´ıduos . . . p. 22

4 Resultados p. 25

4.1 Constru¸c˜ao do banco de dados . . . p. 25 4.2 An´alise explorat´oria dos dados . . . p. 26 4.3 Resultados para crian¸cas . . . p. 30

(9)

4.4 Resultados para idosos . . . p. 38

5 Conclus˜ao p. 45

(10)

Lista de Figuras

1 Interna¸c˜ao de crian¸cas e idosos por mˆes. . . p. 27 2 Frota de Ve´ıculos por mˆes. . . p. 28 3 Gr´afico de dispers˜ao entre a concentra¸c˜ao de poluente (PM10) e frota de

ve´ıculos. . . p. 29 4 N´umero de Interna¸c˜oes de crian¸cas por mˆes. . . p. 30 5 An´alise dos Res´ıduos . . . p. 34 6 An´alise dos Res´ıduos . . . p. 35 7 Gr´afico dos res´ıduos ap´os retirar os outliers . . . p. 37 8 N´umero de Interna¸c˜oes em idosos por mˆes . . . p. 38 9 An´alise dos Res´ıduos . . . p. 41 10 An´alise dos Res´ıduos . . . p. 42 11 Gr´afico dos res´ıduos ap´os retirar os outliers. . . p. 44

(11)

Lista de Tabelas

1 Medidas Resumo das Vari´aveis Quantitativas . . . p. 26 2 Matriz de Correla¸c˜ao entre as vari´aveis quantitativas . . . p. 27 3 Medidas Resumo da vari´avel resposta . . . p. 28 4 Estimativas dos Riscos Relativos (RR), Intervalos de Confian¸ca (IC95%)

e P-valor para o modelo simples . . . p. 32 5 Estimativas dos Riscos Relativos (RR), Intervalos de Confian¸ca (IC95%)

e P-valor para o modelo ajustado . . . p. 33 6 Estimativas dos Riscos Relativos (RR), Intervalos de Confian¸ca (IC95%)

e P-valor para o modelo ajustado ap´os retirada dos outliers . . . p. 36 7 Estimativas dos Riscos Relativos (RR), Intervalos de Confian¸ca (IC95%)

e P-valor para o modelo simples . . . p. 39 8 Estimativas dos Riscos Relativos (RR), Intervalos de Confian¸ca (IC95%)

e P-valor para o modelo ajustado . . . p. 40 9 Estimativas dos Riscos Relativos (RR), Intervalos de Confian¸ca (IC95%)

(12)

11

1

Introdu¸

ao

Diversos estudos mostram que a sa´ude humana ´e afetada pela exposi¸c˜ao a poluentes ambientais. Segundo defini¸c˜ao da Organiza¸c˜ao Mundial de Sa´ude (OMS), “sa´ude ´e um estado de completo bem-estar f´ısico, mental e social, e n˜ao somente ausˆencia de afec¸c˜oes e enfermidades” (OMS, 2017) [1]. A exposi¸c˜ao a poluentes atmosf´ericos ´e um risco `a sa´ude humana, podendo levar o indiv´ıduo a ter problemas respirat´orios e cardiovasculares, principalmente em crian¸cas e idosos (Revista Abril, 2016) [5]. Essa exposi¸c˜ao ´e medida a partir das concentra¸c˜oes de poluentes prim´arios e secund´arios na atmosfera.

O Material Particulado (MP) ´e considerado um poluente prim´ario composto por part´ıculas s´olidas ou l´ıquidas presentes no ar. Em geral, o tamanho da part´ıcula ´e me-dido em unidades de micrˆometros (µm). Pode apresentar-se na forma de poeira, fuli-gem, fuma¸ca, neblina entre outras. Tais part´ıculas apresentam diferentes tamanhos, com diˆametro entre 10−3 e 100µm (Hinds, 1982) [13]. O material particulado inal´avel (MP10) ´e aquele que possui um diˆametro de at´e 10µm e geralmente ´e composto por part´ıculas prim´arias que foram formadas a partir de processos mecˆanicos, como cinzas de combust˜ao. O material particulado fino (MP2.5) possui diˆametro inferior a 2,5 µm, enquanto que o material particulado grosso ´e formado por part´ıculas que possuem diˆametro entre 2,5 µm e 10 µm (MP2.5 - 10). O MP10 possui, portanto, duas fra¸c˜oes: fina e grossa. O MP2.5 ´e composto por part´ıculas qu´ımicas que oferecem risco `a sa´ude e ao meio ambiente, como metais pesados, ´acidos e hidrocarbonetos (Castanho, 1999) [10].

Os poluentes secund´arios se originam das part´ıculas finas, por meio de rea¸c˜oes qu´ımicas na atmosfera dos poluentes em contato com a radia¸c˜ao solar ou com o vapor de ´agua. Por exemplo, o ozˆonio (O3) ´e um poluente secund´ario que ´e naturalmente produzido na

estratosfera pela a¸c˜ao dos raios ultravioleta com as mol´eculas de oxigˆenio (O2) atrav´es da

a¸c˜ao fotoqu´ımica (Unesp, 2017) [4].

Estat´ısticas revelam que, com o passar dos anos, o n´umero de ve´ıculos em circula¸c˜ao vem aumentando. Os ve´ıculos s˜ao considerados fontes de polui¸c˜ao m´oveis e o aumento

(13)

1.1 Revis˜ao Bibliogr´afica 12

dessas fontes pode elevar os n´ıveis de poluentes na atmosfera e, portanto, aumentar o risco `a sa´ude humana. Por outro lado, houve um avan¸co das tecnologias envolvidas no funcionamento dos autom´oveis, as quais provavelmente fizeram reduzir a emiss˜ao de poluentes de tais fontes m´oveis para a atmosfera.

Este projeto final prop˜oem-se a avaliar os efeitos de poluentes atmosf´ericos sobre a sa´ude humana no munic´ıpio de Niter´oi devido `a ausˆencia de estudos sobre este tema nos ´ultimos anos. Mas especificamente, o objetivo principal ´e o de investigar o efeito da polui¸c˜ao atmosf´erica, mensurada pelo MP e pela frota de ve´ıculos circulando numa cidade, na sa´ude respirat´oria de crian¸cas e idosos. O trabalho est´a organizado em cap´ıtulos da seguinte forma: o cap´ıtulo 1 se refere a esta introdu¸c˜ao e a descri¸c˜ao da revis˜ao da literatura; o cap´ıtulo 2 inclui os objetivos geral e espec´ıficos do estudo; j´a no cap´ıtulo 3, encontram-se os materiais e m´etodos escolhidos para este trabalho. No cap´ıtulo 4 ser˜ao apresentados os resultados e no cap´ıtulo 5 as conclus˜oes do estudo.

1.1

Revis˜

ao Bibliogr´

afica

Para a revis˜ao da literatura foram escolhidos 4 artigos cujos temas est˜ao ligados `

a tem´atica Polui¸c˜ao Atmosf´erica e Doen¸cas Respirat´orias. Nesta busca foram usadas as palavras-chave “air pollution”, “respiratory disease”, “children”, “elderly”, “hospital admission”, nas bases de dados Pubmed e Google Acadˆemico.

Segundo estudo realizado por Carmo et al. (2010) [9], no Munic´ıpio de Alta Floresta, regi˜ao sul amazˆonica, pode-se concluir que houve um aumento de 2, 9% e 2, 6% nos atendi-mentos ambulatoriais por doen¸cas respirat´orias por conta de um incremento de 10 µg/m3 nos n´ıveis de exposi¸c˜ao ao material particulado em crian¸cas no 6o e 7o dias subsequentes `

a exposi¸c˜ao, respectivamente. Observou-se que n˜ao foram encontradas associa¸c˜oes signifi-cativas nos atendimentos de idosos. Para esse estudo foi utilizado o Modelo de Regress˜ao de Poisson, via Modelos Aditivos Generalizados, a fim de investigar os efeitos de curto prazo da exposi¸c˜ao ao material particulado de queimadas da Amazˆonia em rela¸c˜ao aos atendimentos ambulatoriais di´arios por doen¸cas respirat´orias de crian¸cas e idosos.

No estudo de Braga e colaboradores (2007) [8] na cidade de Itabira, Minas Gerais, so-bre atendimento hospitalar por doen¸ca respirat´oria, observou-se um claro padr˜ao sazonal com picos nos per´ıodos de inverno e com uma tendˆencia de aumento no n´umero de eventos entre o primeiro e o segundo ano do estudo. Nos dois primeiros dias ap´os a exposi¸c˜ao ao MP10, foi poss´ıvel observar um aumento de 4% no n´umero de atendimentos por doen¸cas

(14)

1.1 Revis˜ao Bibliogr´afica 13

respirat´orias entre menores de 13 anos. Nesse estudo, foram utilizados Modelos Aditivos Generalizados de Regress˜ao de Poisson, a fim de verificar a existˆencia de associa¸c˜ao entre as varia¸c˜oes di´arias na concentra¸c˜ao de poluentes e os totais de atendimentos di´arios por doen¸cas respirat´orias.

Um estudo feito na cidade de Curitiba (Bakonyi et al., 2004) [6], mostrou que todos os poluentes investigados apresentaram efeitos sobre as doen¸cas respirat´orias em crian¸cas. Um aumento de 40, 4µg/m3 na m´edia m´ovel, considerando trˆes dias de fuma¸ca, esteve associado a um aumento de 4, 5% nas consultas pedi´atricas por doen¸cas respirat´orias. Neste estudo os autores usaram o Modelo Aditivo Generalizado de Poisson, tendo como vari´avel dependente o n´umero di´ario de atendimento por doen¸cas respirat´orias e como vari´avel independente as concentra¸c˜oes m´edias di´arias dos poluentes atmosf´ericos.

J´a no estudo de Martins e colaboradores (2001) [14] realizado na cidade de S˜ao Paulo, pode-se observar que os poluentes atmosf´ericos O3 e SO2 est˜ao diretamente associados `as

doen¸cas respirat´orias, como gripe e pneumonia, independente das vari´aveis de controle. Na an´alise incluindo os dois poluentes no mesmo modelo, observou-se que o aumento de 38, 80µg/m3 para o O3 e 15, 05µg/m3 para o SO2, levou a um acr´escimo de 8, 07%

e 14, 51%, respectivamente, nos atendimentos por gripe e pneumonia em idosos. Para este estudo foi utilizado o Modelo Aditivo Generalizado de Poisson, tendo como vari´avel dependente o n´umero di´ario de atendimentos por pneumonia e gripe, e como vari´avel independente as concentra¸c˜oes m´edias di´arias dos poluentes atmosf´ericos.

(15)

14

2

Objetivos

2.1

Geral

Avaliar o efeito da polui¸c˜ao atmosf´erica na interna¸c˜ao hospitalar de crian¸cas e idosos residentes na cidade de Niter´oi, Rio de Janeiro, no per´ıodo de 2002 a 2015.

2.2

Espec´ıficos

1. Avaliar a correla¸c˜ao entre a frota de ve´ıculos e o n´ıvel de poluente na atmosfera, medido pelo material particulado;

2. Estimar um Modelo de Regress˜ao de Poisson para avaliar o efeito da exposi¸c˜ao `a polui¸c˜ao do ar sobre o n´umero de interna¸c˜oes mensais por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas com at´e 4 anos de idade completos;

3. Estimar um Modelo de Regress˜ao de Poisson para avaliar o efeito da exposi¸c˜ao `a polui¸c˜ao do ar sobre o n´umero de interna¸c˜oes mensais por doen¸cas respirat´orias em idosos com 60 anos ou mais de idade.

(16)

15

3

Materiais e M´

etodos

Este trabalho se refere a um estudo ecol´ogico de s´eries temporais, sobre o munic´ıpio de Niter´oi. As pr´oximas se¸c˜oes est˜ao divididas em Local de Estudo, Banco de dados e Modelos Lineares Generalizados.

3.1

Local de Estudo

Niter´oi ´e um munic´ıpio do estado do Rio de Janeiro, que comp˜oe a regi˜ao metropoli-tana. Sua popula¸c˜ao estimada, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat´ıstica (IBGE), no censo de 2010 foi de 487.562 habitantes aumentando para 497.883 habitantes no ano de 2016. A densidade demogr´afica era de 3.640,8 hab/km2 no ano de 2010.

Niter´oi, em 2010, apresentou ´Indice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)[2] de 0,837, colocando a cidade em primeiro lugar entre os munic´ıpios do estado do Rio de Ja-neiro e o s´etimo maior IDH do pa´ıs. Tal pontua¸c˜ao deixou a cidade entre os 44 munic´ıpios do pa´ıs com IDHM considerado muito alto (IDHM entre 0,800 e 1) [2]. Desmembrando o IDHM entre os indicadores que o comp˜oem, a renda do munic´ıpio teve pontua¸c˜ao de 0,887; seguido pela longevidade (expectativa de vida) com pontua¸c˜ao de 0,854; e pela educa¸c˜ao com pontua¸c˜ao de 0,773. Segundo dados dos censos de 2000 e 2010, o IDH pas-sou de 0,771 para 0,837 mostrando um crescimento ao longo de 10 anos. ´E um munic´ıpio com baixa desigualdade de renda, segundo o ´ındice de Gini (0,46). A principal atividade econˆomica ´e o comercio, por´em muitos moradores trabalham na cidade do Rio de Janeiro [3]. Quanto ao n´umero de estabelecimentos de sa´ude, o munic´ıpio de Niter´oi teve, em m´edia 1.726,92 estabelecimentos p´ublicos e privados, no ano de 2016. Em rela¸c˜ao `a frota de ve´ıculos, segundo dados do DETRAN – RJ, em 2010 o munic´ıpio tinha um total de 208.986 ve´ıculos registrados no munic´ıpio e este n´umero aumentou para 261.748 em 2016, o que equivale a um aumento de 20, 16%.

(17)

3.2 Banco/Base de Dados 16

3.2

Banco/Base de Dados

Os dados de sa´ude utilizados neste trabalho foram obtidos no site do DATASUS (http://www2.datasus.gov.br), no Sistema de Informa¸c˜ao Hospitalar do SUS (SIH/SUS). Para este trabalho, utilizou-se os dados mensais de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸ca respirat´oria (CID10 – Cap´ıtulo X) e por local de residˆencia no per´ıodo de 2002 a 2015. As crian¸cas menores que 28 dias de vida foram retiradas do banco, pois os problemas de interna¸c˜ao por doen¸cas respirat´orias notificados nesse per´ıodo de vida podem estar relacionados a diversos problemas desenvolvidos durante a gesta¸c˜ao ou no parto, e n˜ao necessariamente ap´os o nascimento.

As informa¸c˜oes sobre frota de ve´ıculos foram obtidas no site do DETRAN-RJ

(http://detran.rj.gov.br/estatisticas.veiculos/index.asp), em “Estat´ısticas”. Utilizou-se os dados mensais de frota por tipo de ve´ıculo no per´ıodo de 2002 a 2015. Os ve´ıculos considerados foram: autom´ovel, motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo, quadriciclo, ˆ

onibus, microˆonibus, caminhonete, caminhoneta, trator misto, reboque, semirreboque, “side car”, utilit´ario, caminh˜ao, caminh˜ao trator, trator de rodas, trator de esteiras.

Quanto aos dados de qualidade do ar (Material Particulado Inal´avel e Ozˆonio), a fonte foi o INEA (http://Portal/MegaDropDown/Monitoramento/Monitoramentodoar-EmiQualidade/Qualidoar/index.htm & lang=) e os dados de temperatura e umidade fo-ram obtidos no site do INMET (http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep /bdmep). Os n´ıveis de poluentes s˜ao coletados por monitores fixos de qualidade do ar, que ficam localizados em alguns pontos da cidade.

(18)

3.3 Modelos Lineares Generalizados 17

3.3

Modelos Lineares Generalizados

3.3.1

Defini¸

ao

Os Modelos Lineares Generalizados (MLG) representam a uni˜ao de modelos lineares e n˜ao-lineares com uma distribui¸c˜ao da fam´ılia exponencial, que ´e formada pela distribui¸c˜ao Normal, Poisson, Binomial, Gama, Normal Inversa, como tamb´em modelos log´ısticos [18]. Segundo Dobson (2008) [12], os MLG’s s˜ao definidos por uma distribui¸c˜ao de proba-bilidade, membro da fam´ılia exponencial e s˜ao formados pelas seguintes componentes:

1. Componente aleat´oria: as vari´aveis respostas Y1, ..., Yn assumir˜ao a mesma

dis-tribui¸c˜ao oriunda da fam´ılia exponencial com valor esperado E(Yi) = µ;

2. Componente sistem´atica: composta por um conjunto de parˆametros a ser esti-mado (~β) e vari´aveis explicativas (i-´esima linha da matriz X),

X =     X1T .. . XT n     n×1 =     x11 · · · x1p .. . ... xn1 · · · xnp     n×p

que produzem um preditor linear ηi, dado por:

ηi = xTi β =~ h xi1 xi2 · · · xip i ·        β0 β2 .. . βp        = p X j=0 βjxij, (3.1)

3. Fun¸c˜ao de Liga¸c˜ao: ´e uma fun¸c˜ao de liga¸c˜ao monotˆonica e diferenci´avel g(µi)

capaz de relacionar as componentes aleat´orias e sistem´aticas. Ou seja,

g(µi) = ηi = xTi β,~ ∀i = 1, 2, · · · , n. (3.2)

Cada distribui¸c˜ao tem uma fun¸c˜ao de liga¸c˜ao especial, chamada de fun¸c˜ao de liga¸c˜ao canˆonica que ocorre quando η = θi, onde θi ´e o chamado parˆametro de loca¸c˜ao.

(19)

3.3 Modelos Lineares Generalizados 18

3.3.2

Modelo de Regress˜

ao de Poisson

Neste trabalho a vari´avel Yi (vari´avel resposta) ´e o n´umero de interna¸c˜oes por doen¸cas

respirat´orias, portanto ´e um dado de contagem que ser´a modelado por Yi ∼ P oisson(λi),

onde λi ´e o parˆametro da distribui¸c˜ao, com fun¸c˜ao de probabilidade dada por:

P (Yi = yi) =

e−λiλyi

i

yi!

, yi = 0, 1, 2, · · · e λi > 0. (3.3)

A fun¸c˜ao de liga¸c˜ao para uma componente aleat´oria com distribui¸c˜ao de Poisson ´e a fun¸c˜ao de liga¸c˜ao logaritmica ln(µ). A fun¸c˜ao de liga¸c˜ao logar´ıtmica permite obter valores positivos do parˆametro λi, satisfazendo o dom´ınio da distribui¸c˜ao de Poisson.

O modelo que inclui a fun¸c˜ao de liga¸c˜ao ´e denominado de Modelo Log-Linear. Logo, tal modelo pode ser escrito da seguinte maneira:

ln(λi) = ln(ni) + xTi β.~ (3.4)

O termo adicionado ln(ni) ´e chamado de offset, que ´e uma constante conhecida

adi-cionada ao modelo, a fim de padronizar a vari´avel resposta. Neste estudo o offset ser´a a estimativa de popula¸c˜ao (total de crian¸cas at´e 4 anos completos ou idosos com 60 anos ou mais de idade).

No Modelo de Regress˜ao de Poisson, a interpreta¸c˜ao para uma vari´avel xk ´e a de que

quando h´a o aumento em uma unidade, resulta em um efeito multiplicativo de eβk na

medida µ. O exponencial da estimativa do parˆametro ´e uma estimativa direta do risco relativo (RR). Em epidemiologia, o risco relativo representa uma medida de associa¸c˜ao que avalia o efeito do fator de risco no desfecho de sa´ude. Neste trabalho, o fator de risco ´e a polui¸c˜ao atmosf´erica e o desfecho ´e a interna¸c˜ao hospitalar. Neste contexto, o RR mede “quantas vezes ´e maior o risco de desenvolver a doen¸ca entre os indiv´ıduos expostos `

a polui¸c˜ao atmosf´erica em rela¸c˜ao aos n˜ao expostos” [16].

Suponha que os dados a serem analisados sejam representados por

Y =        y1 y2 .. . yn        n×1

(20)

3.3 Modelos Lineares Generalizados 19

Estimando os parˆametros β pelo m´etodo de M´axima Verossimilhan¸ca, temos:

L(λ|Y) = n Y i=1 e−λiλ yi i yi! = e −Pn i=1λi n Y i=1 (λyi i ) n Y i=1  1 yi!  . (3.5)

Aplicando o Logaritmo Neperiano, temos:

ln(L(λ|Y)) = − n X i=1 λi+ n X i=1 (yiln(λi)) + n X i=1 ln 1 yi!  . (3.6) Fazendo a substitui¸c˜ao de λi = ex T i~β, temos: ln(L(~β|Y)) = − n X i=1 exTiβ~ + n X i=1 (yixTi β) +~ n X i=1 1 yi! . (3.7)

Para obter o estimador de m´axima verossimilhan¸ca, aplica-se a derivada a seguir com o objetivo de encontrar a estat´ıstica de escore U :

U = ∂ ln(L(~β|Y)) ∂ ~β = − n X i=1 xTi exTiβ~+ n X i=1 (yixTi ) = n X i=1 h xTi (yi− ex T iβ~) i . (3.8)

Ao igualar a estat´ıstica escore a zero, obt´em-se um sistema com p equa¸c˜oes n˜ao lineares que s˜ao resolvidas usando m´etodos num´ericos iterativos, como o m´etodo de Aproxima¸c˜ao de Newton Raphson. Essa aproxima¸c˜ao consiste em obter a partir de um valor inicial para ~

β, sucessivas aproxima¸c˜oes at´e a convergˆencia do processo iterativo, atrav´es da f´ormula abaixo: ~ β(m+1) = ~β(m)− U (m−1) U0(m−1). (3.9) ´

E comum na an´alise e sele¸c˜ao de MLG considerar modelos com diferentes especi-fica¸c˜oes. Dessa forma a compara¸c˜ao dos ajustes pode fundamentar a escolha do modelo mais adequado para os dados em estudo.

Uma maneira de avaliar a qualidade do ajuste ´e a partir da verifica¸c˜ao de significˆancia individual de cada parˆametro do modelo, com o objetivo de testar as hip´oteses de que o parˆametro βj ´e igual ou diferente de zero. Para isso, pode ser aplicado o Teste de Wald.

(21)

3.3 Modelos Lineares Generalizados 20

Considerando as hip´oteses:

(

H0 : βj = 0

H1 : βj 6= 0

a estat´ıstica de teste ´e dada por:

Wi = ˆ βi ˆ DP ( ˆβi) ∼ χ2 1, (3.10)

onde ˆDP ( ˆβi) ´e o desvio padr˜ao estimado de ˆβi.

Caso n˜ao ocorra a rejei¸c˜ao da hip´otese nula, temos que a vari´avel Xi n˜ao explica a

vari´avel resposta.

3.3.3

Superdispers˜

ao

A distribui¸c˜ao de Poisson segue as seguintes caracter´ısticas:

E(Y ) = V ar(Y ) = λ. (3.11)

Por´em, alguns dados de contagem violam esta suposi¸c˜ao. Ent˜ao a superdispers˜ao ocorre quando a variˆancia da vari´avel aleat´oria ´e maior do que sua m´edia, ou seja,

V ar(Y ) > E(Y ). (3.12)

A superdispers˜ao pode ocorrer devido a uma variabilidade m´edia, excesso de zeros, correla¸c˜ao entre indiv´ıduos e/ou omiss˜ao de vari´aveis n˜ao observadas [7].

Por ser um fenˆomeno muito comum, j´a foram desenvolvidos diversos modelos para es-ses dados, incluindo os modelos Quasi-Poisson, Binomial Negativa, Poisson Generalizada e com Zeros Inflacionados. Apesar de existirem todos esses modelos, o Quasi-Poisson e a Binomial Negativa s˜ao usados com mais frequˆencia, principalmente por causa do seu f´acil acesso em softwares e por sua generaliza¸c˜ao para regress˜oes. Neste trabalho a su-perdispers˜ao ser´a corrigida atrav´es do modelo Quasi-Poisson, que foi analisado com mais detalhes por McCullagh (1983) [15].

(22)

3.3 Modelos Lineares Generalizados 21

O modelo Quasi-Poisson pode ser definido por uma vari´avel aleat´oria Y tal que:

E(Y ) = λ V ar(Y ) = φλ, (3.13)

onde E(Y ) corresponde a esperan¸ca de Y , V ar(Y ) a variˆancia de Y , φ o parˆametro de dispers˜ao e λ o parˆametro da distribui¸c˜ao que deve ser maior que 0. A rela¸c˜ao pr´oxima dos valores da esperan¸ca e variˆancia com os da distribui¸c˜ao de Poisson e o uso de uma fun¸c˜ao de liga¸c˜ao logar´ıtimica justificam o porque do modelo se chamar Quasi-Poisson, denotado por Y ∼ P oi(λ, φ).

Assim como no Modelo de Regress˜ao de Poisson, no modelo Quasi-Poisson a m´edia ´e um parˆametro que varia como uma fun¸c˜ao das covari´aveis. Ou seja, assumindo que Yi ∼ P oi(λi; φ), a m´edia λi varia como uma fun¸c˜ao das covari´aveis do modelo. Neste

trabalho essa fun¸c˜ao de liga¸c˜ao ser´a ln, onde:

ln(λi) = ln(ni) + β0+ β1x1,i+ · · · + βpxp,i = xTi β (3.14)

Uma das mudan¸cas que ocorre utilizando o modelo Quasi-Poisson na estima¸c˜ao dos parˆametros do modelo ~β, ´e na matriz dos pesos W , que fica em fun¸c˜ao das m´edias e do parˆametro de dispers˜ao da seguinte forma:

W = diag(w1, · · · , wn) = diag  λ1 φ , λ2 φ , · · · , λn φ  . (3.15)

O parˆametro de superdisers˜ao φ deve ser estimado atrav´es da estat´ıstica do χ2 de Pearson, definida por:

χ2p = n X i=1 (yi− λi)2 var(yi) = n X i=1 (yi− λi)2 φλi . (3.16)

Sendo assim, a estima¸c˜ao de φ ´e dada por:

ˆ

φ = χ

2 p

n − p, (3.17)

onde p ´e o n´umero de parˆametros e n o n´umero de observa¸c˜oes.

Segundo Burnham et al. (2002), outras mudan¸cas ocorrem ao utilizar um modelo Quasi-Poisson que podem ser:

(23)

3.3 Modelos Lineares Generalizados 22

• Com a superdispers˜ao, a log-verossimilhan¸ca do parˆametro β ´e dada por: ln L(β|Y )

ˆ

φ ;

• O n´umero de parˆametros K passa a ser agora o n´umero de parˆametros do modelo p + 1 adicionando 1 que indica o parˆametro de dispers˜ao. Ou seja:

K = (p + 1) + 1

• As estimativas do P-valor passam a ser baseadas na estat´ıstica t ao inv´es da es-tat´ıstica z, que ´e utilizada no Modelo de Regress˜ao de Poisson.

3.3.4

An´

alise dos res´ıduos

Segundo Dobson (2008) [12], considerando um modelo Normal para a vari´avel res-posta Yi, tal vari´avel ´e modelada por:

Yi = µi+ ei, (3.18)

onde os erros (ei) s˜ao independente e tˆem distribui¸c˜ao N (0, σ2), e o valor esperado (µi)

´e uma fun¸c˜ao monotˆonica de combina¸c˜oes lineares dos elementos do vetor de parˆametros ~

β. Para esse modelo

(Yi− µi)

σ ∼ N (0, 1). (3.19)

O res´ıduo que corresponde a Yi ´e definido como (yi− ˆµi), onde ˆµi ´e o valor ajustado

pelo modelo.

O res´ıduo padronizado ´e definido como

ri =

(yi− ˆµi)

ˆ

σ , (3.20)

onde ˆσ ´e a estimativa de σ. Ent˜ao o res´ıduo padronizado tem distribui¸c˜ao aproximada-mente N (0, 1),

Para os Modelos Lineares Generalizados, os res´ıduos s˜ao definidos analogamente ao modelo Normal, ri = (yiS− ˆµi)

(24)

3.3 Modelos Lineares Generalizados 23

De forma mais geral, pode-se definir o res´ıduo de Pearson generalizado (Dem´etrio, 2001) [11] por: ri = yi− ˆµi q \ V (Yi) = qyi− ˆµi ˆ φ wiV ( ˆµi) (3.21)

onde ˆφ ´e uma estimativa consistente do parˆametro φ e wi um peso a priori (na maior

parte dos casos igual a 1).

Para avaliar a qualidade do modelo e presen¸ca de observa¸c˜oes discrepantes (outliers), os res´ıduos padronizados foram avaliados graficamente: (i) res´ıduo padronizado versus valores ajustados; (ii) QQ-Norm, quantis te´oricos da distribui¸c˜ao Normal versus quantis dos res´ıduos; (iii) distˆancia de Cook; (iv) fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao.

Quanto aos outliers, foi avaliado se essas observa¸c˜oes tˆem grandes efeitos no ajuste do modelo e podem ser classificadas como:

• Pontos Influentes: observa¸c˜oes que exercem uma influˆencia desproporcional nas estimativas dos coeficientes do modelo.

• Pontos de Alavanca: observa¸c˜oes posicionadas em regi˜oes remotas com alta infuˆencia no pr´oprio valor ajustado. O Ponto de Alavanca verifica a influˆencia de yi sobre o valor ajustado ˆyi.

• Pontos Aberrantes: observa¸c˜oes mal ajustadas, com res´ıduos altos.

Influˆencia ´e uma t´ecnica de diagn´ostico de modelos, que visa verificar a influˆencia que uma determinada observa¸c˜ao tem nos parˆametros estimadosβ. Os pontos influentes~ˆ s˜ao aqueles que, quando retirados do modelo, mudam significativamente as estimativas ou at´e a significˆancia dos coeficientes do modelo. O m´etodo para detectar esses pontos consiste em retirar um ponto e verificar se houve alguma mudan¸ca nas estimativas. Uma medida de influˆencia ´e o afastamento da verossimilhan¸ca. Ou seja, quando retiramos uma observa¸c˜ao i o afastamento ´e denotado da seguinte forma:

LDi = 2{L(β) − L(~ˆ β~ˆ(i))}, (3.22)

(25)

3.3 Modelos Lineares Generalizados 24

chega-se na express˜ao da Distˆancia de Cook apresentada em Paula (2004) [17].

LDi = ˆ hii 1 − ˆhii ! t2S i, (3.23)

onde, ˆhii ´e o i-´esimo elemento da diagonal da matriz H = X(XTX)−1XT denominada

matriz de proje¸c˜ao e t2

Si ´e o res´ıduo de Pearson padronizado.

Ap´os detectar os pontos Influentes, de Alavanca e Aberrantes ´e necess´ario realizar uma an´alise confirmat´oria. Essa an´alise consiste em retirar cada ponto, reajustar o modelo e verificar o efeito que ´e exercido sobre as estimativas.

(26)

25

4

Resultados

4.1

Constru¸

ao do banco de dados

Para a constru¸c˜ao do banco de dados foi necess´ario filtrar do banco prim´ario as in-forma¸c˜oes que seriam utilizadas nas an´alises, utilizando-se o software R - vers˜ao 3.4.1. Ent˜ao, foram adotados os seguintes passos:

1. Buscar os dados sobre o n´umero de interna¸c˜oes por doen¸cas respirat´orias, qualidade do ar, frota de ve´ıculos, temperatura e umidade;

2. O banco prim´ario do SIH cont´em registros de cada Autoriza¸c˜ao de Interna¸c˜ao Hos-pitalar (AIH). Portanto, foi necess´ario: (i) criar fun¸c˜oes para filtar as informa¸c˜oes para o munic´ıpio de Niter´oi e Cap´ıtulo X da CID-10; (ii) criar fun¸c˜oes para filtrar os grupos de crian¸cas (> 28 dias at´e < 5 anos) e idosos (> 60 anos);

3. Criar uma fun¸c˜ao para consolidar todas as informa¸c˜oes para o grupo de crian¸cas separadamente das de idosos;

Ap´os a realiza¸c˜ao dos procedimentos acima, para a elabora¸c˜ao dos bancos mensais os seguintes passos foram adotados:

1. Foi lido o banco consolidado de crian¸cas (ou idosos); 2. Foi lido o banco de qualidade do ar;

3. Criou-se nesse “novo”banco, a partir de vari´aveis existentes, novas vari´aveis como: “ANO”, “M ˆES” e “ANO M ˆES”;

4. Foi calculado o n´umero de interna¸c˜oes por mˆes (a partir da data de interna¸c˜ao) e esta vari´avel foi guardada no banco e nomeada por “Interna¸c˜ao”;

(27)

4.2 An´alise explorat´oria dos dados 26

5. Ap´os acrescentar o n´umero de interna¸c˜oes por mˆes ao banco, juntou-se essas in-forma¸c˜oes com o banco de temperatura e umidade. Para isso foi usada a fun¸c˜ao “left join”;

6. Os dados de polui¸c˜ao di´arios foram agrupados em mensal. Calculou-se a m´edia de poluente e essa informa¸c˜ao foi acrescentada ao banco de dados;

7. A partir da fun¸c˜ao “left join”, os bancos de polui¸c˜ao e interna¸c˜ao foram agrupados; 8. A esse novo banco foram inclu´ıdas as informa¸c˜oes de frota de ve´ıculos por ano e

mˆes;

9. Criou-se a vari´avel “esta¸c˜oes” do ano (Esta¸c˜ao: 1 – Primavera; 2 – Ver˜ao; 3 – Outono; 4 - Inverno, para avaliar a sazonalidade;

10. A popula¸c˜ao foi adicionada ao banco de dados;

11. Criou-se a vari´avel para ajuste de tendˆencia: vari´avel “tempo” (sequˆencia de 1 a 163) centrada e padronizada no ponto m´edio;

12. Criou-se a v´ariavel “Exposi¸c˜ao” de acordo com as categorias dos n´ıveis de PM10.

O banco de dados final ficou composto por 14 vari´aveis com 163 observa¸c˜oes.

4.2

An´

alise explorat´

oria dos dados

Nesta se¸c˜ao, ser´a apresentada uma an´alise descritiva dos dados, com o objetivo de organiz´a-los e sintetiz´a-los. Primeiro observou-se as vari´aveis quantitativas por meio da m´edia, desvio padr˜ao, m´ınimo, m´aximo e quartis (1o Q, 2o Q e 3o Q). Estes resultados

s˜ao apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Medidas Resumo das Vari´aveis Quantitativas

Vari´aveis M´edia DP M´ın. M´ax. 1o Q 2o Q 3o Q

PM10 69 37 7 132,7 23,8 82,8 95,2 Interna¸c˜ao Crian¸cas 36,58 17,82 8 100 25 33 45 Interna¸c˜ao Idosos 34,04 19,22 7 89 19,5 27 49 Temperatura 26,1 2,30 22,0 31,7 24,3 25,9 27,9 Umidade 72,1 3,4 60,6 79 70,1 72,7 74,4 Frota 222.871 36.407,7 169.744 284.736 188.430 217.360 256.642

(28)

4.2 An´alise explorat´oria dos dados 27

Pode-se observar que a m´edia mensal de interna¸c˜oes em crian¸cas por doen¸cas respi-rat´orias foi de 36,58 enquanto para o grupo de idosos foi de 34,04; a m´edia de temperatura ´e de 26,1oC e a umidade m´edia em torno de 72%.

(a) Boxplot - Interna¸c˜ao de crian¸cas (b) Boxplot - Interna¸c˜ao de idosos

Figura 1: Interna¸c˜ao de crian¸cas e idosos por mˆes.

Na Figura 1, pode-se observar que a mediana das interna¸c˜oes mensais de crian¸cas e idosos se aproxima de 40. Com base no Boxplot de interna¸c˜oes de crian¸cas, observa-se a presen¸ca de valores afastados da grande maioria dos dados; o m´ınimo observado foram 8 interna¸c˜oes e o m´aximo 100. No Boxplot de interna¸c˜oes dos idosos, a variabilidade dos dados mostra-se maior quando comparado ao Boxplot de interna¸c˜oes das crian¸cas; o m´ınimo observado foi 7 interna¸c˜oes por doen¸cas respirat´orias, equanto o m´aximo foi aproximadamente 90 interna¸c˜oes.

Tabela 2: Matriz de Correla¸c˜ao entre as vari´aveis quantitativas

PM10 Intern. Crian¸cas Temp. Umidade Frota Intern. Idosos

PM10 1 - - - - -Intern. Crian¸cas 0,397 1 - - - -Temp. -0,038 -0,208 1 - - -Umidade -0,079 0,214 -0,366 1 - -Frota -0,735 -0,389 -0,039 0,024 1 -Intern. Idosos 0,362 0,351 -0,081 0,012 -0,752 1

Em geral, a correla¸c˜ao entre as vari´aveis indica baixa rela¸c˜ao linear com a vari´avel resposta Y (n´umero de interna¸c˜oes) e que a rela¸c˜ao entre o PM10 (concentra¸c˜ao de ma-terial particulado inal´avel) e as demais vari´aveis ´e inversa, ou seja, apresenta correla¸c˜ao negativa. Ao analisar a correla¸c˜ao entre o n´umero da frota de ve´ıculos e o n´umero de interna¸c˜oes, observa-se uma rela¸c˜ao alta e negativa. Ao analisar a rela¸c˜ao entre a frota e o PM10, pode-se perceber uma forte rela¸c˜ao linear negativa entre as vari´aveis.

(29)

4.2 An´alise explorat´oria dos dados 28

A fim de avaliar a superdispers˜ao dos dados, verificou-se que a m´edia da vari´avel resposta (n´umero de interna¸c˜oes) ´e menor do que a variˆancia, nos dois grupos em an´alise (crian¸cas e idosos), confirmando assim a suposi¸c˜ao de superdispers˜ao como segue na Ta-bela 3 abaixo.

Tabela 3: Medidas Resumo da vari´avel resposta

Banco Min 1oQ 2oQ 3oQ ax edia Var

Crian¸cas 8 25 33 45 100 36,58 317,7

Idosos 7 19,5 27 49 89 34,04 369,5

Na Figura 2, ´e poss´ıvel observar um aumento da frota de ve´ıculos ao longo dos anos de estudo. Esta evolu¸c˜ao temporal pode ser explicada pela permanˆencia de ve´ıculos antigos circulando, somado ao incremento dos ve´ıculos novos. Vale ressaltar que nesta vari´avel s˜ao inclu´ıdos os ve´ıculos registrados em Niter´oi, mas n˜ao necessariamente estavam circulando na cidade neste per´ıodo.

(30)

4.2 An´alise explorat´oria dos dados 29

A partir do gr´afico de dispers˜ao (Figura 3), ´e poss´ıvel perceber que as vari´aveis polu-entes e frota n˜ao s˜ao associadas, apresentando uma rela¸c˜ao inversa entre elas.

Figura 3: Gr´afico de dispers˜ao entre a concentra¸c˜ao de poluente (PM10) e frota de ve´ıculos.

(31)

4.3 Resultados para crian¸cas 30

4.3

Resultados para crian¸

cas

Nesta se¸c˜ao s˜ao apresentados os resultados para o grupo de crian¸cas entre 28 dias de vida at´e 4 anos completos. A Figura 4 mostra a distribui¸c˜ao mensal das interna¸c˜oes por doen¸cas respirat´orias, onde verifica-se uma tendˆencia de decrescimento ao longo do tempo e presen¸ca de sazonalidade ao longo do per´ıodo de estudo.

Figura 4: N´umero de Interna¸c˜oes de crian¸cas por mˆes.

Para encontrar o melhor modelo ajustado, foi utilizada a fun¸c˜ao glm do software R vers˜ao 3.4.1. Neste trabalho os modelos foram ajustados pela fam´ılia Quasi-Poisson, com fun¸c˜ao de liga¸c˜ao ln e com offset definido pelo tamanho da popula¸c˜ao no mˆes. Os valores dos Riscos Relativos estimados s˜ao definidos da seguinte forma:

d

RRXi= exp( ˆβi). (4.1)

Para a escolha do modelo estimado foram adotados os seguintes passos:

1. Decidiu-se estimar modelos simples da vari´avel resposta com cada vari´avel do banco de dados e, assim, atrav´es do P-valor e do Risco Relativo, selecionar aquelas vari´aveis que foram significativas;

2. Estimou-se um modelo incluindo todas as vari´aveis e as n˜ao significativas foram descartadas (Esta¸c˜oes e Frota);

3. Estimou-se um novo modelo e devido a presen¸ca de outliers, decidiu-se retir´a-los; 4. Estimou-se um novo modelo sem essas informa¸c˜oes discrepantes.

(32)

4.3 Resultados para crian¸cas 31

Baseando-se nas estimativas dos modelos, o modelo selecionado foi:

ln( ˆλi) = ln(ni) + ˆβ0+ ˆβ1X1i+ 12 X k=2 ˆ β2kX2ik+ ˆβ3X3i+ ˆβ4X4i+ 4 X j=2 ˆ β5jX5ij (4.2) Onde:

• X1i: indica a tendˆencia linear;

• X2ik: vari´avel categ´orica que indica o k-´esimo mˆes que a interna¸c˜ao ocorreu;

• X3i: indica a temperatura m´edia;

• X4i: indica a umidade relativa m´edia;

• X5ik: indica a k-´esima categoria de exposi¸c˜ao ao PM10;

Vale ressaltar que de acordo com a literatura, ´e comum apresentar o resultado de temperatura e umidade ainda que um deles n˜ao seja significativo. Como acontece neste trabalho com a viari´avel umidade.

A Tabela 4 abaixo apresenta os resultados do modelo simples para o grupo das crian¸cas.

(33)

4.3 Resultados para crian¸cas 32

Tabela 4: Estimativas dos Riscos Relativos (RR), Intervalos de Confian¸ca (IC95%) e P-valor para o modelo simples

Vari´avel dRR (IC95%) P-valor

Fevereiro 0.88 (0.63 ; 1.23) 0.458 Mar¸co 1.53 (1.14 ; 2.07) 0.006 Abril 2.19 (1.66 ; 2.92) 0.000 Maio 2.64 (2.01 ; 3.50) 0.000 Junho 2.13 (1.61 ; 2.86) 0.000 Julho 1.63 (1.22 ; 2.21) 0.001 Agosto 1.30 (0.96 ; 1.78) 0.098 Setembro 1.27 (0.92 ; 1.75) 0.154 Outubro 1.35 (1.00 ; 1.84) 0.057 Novembro 1.21 (0.88 ; 1.66) 0.242 Dezembro 1.02 (0.74 ; 1.42) 0.893 Frota 1.00 (1.00 ; 1.00) 0.000 Esta¸c˜oes 1.17 (1.10 ; 1.25) 0.000 Temperatura M´edia 0.96 (0.92 ; 0.99) 0.009 Umidade Relativa M´edia 1.03 (1.01 ; 1.06) 0.006 M´edia Poluente 1.01 (0.98 ; 1.03) 0.000 Exposi¸c˜ao 1 23,8 < PM10 ≤ 82,8 1.11 (-0.16 ; 0.37) 0.000 82,8 < PM10 ≤ 95,2 1.08 (-0.17 ; 0.31) 0.000 PM10 > 95,2 1.03 (-0.23 ; 0.27) 0.000 Exposi¸c˜ao 2 PM10 > 23,75 1.75 (1.42 ; 2.19) 0.000 Exposi¸c˜ao 3 PM10 > 50 1.63 (1.35 ; 1.96) 0.000 ´

E poss´ıvel observar que os meses de Abril a Julho foram os mais significativos, com risco de interna¸c˜ao aproximadamente 2 vezes maior do que em Janeiro; o risco relativo para a m´edia de poluente indica que o aumento de 1 unidade no n´ıvel de PM10 eleva em 1% o n´umero de interna¸c˜oes de crian¸cas residentes em Niter´oi; ao analisar o n´ıvel de poluente por categoria (segundo quartis da distribui¸c˜ao e segundo limites para efeito na sa´ude definido pela OMS), pˆode-se perceber que os n´ıveis de exposi¸c˜ao foram todos significativos. Por exemplo, o risco de interna¸c˜ao hospitalar em cria¸cas por doen¸cas respirat´orias ´e 63% maior quando os n´ıveis de poluentes est˜ao acima de 50mg/m3.

Foram propostos trˆes modelos m´ultiplos, de acordo com as diferentes categorias de exposi¸c˜ao ao PM10. No ajuste da tendˆencia foram testadas tendˆencia liner, quadr´atica e c´ubica (ajuste de tendˆencia polinomial). Para a sazonalidade testou-se a vari´avel mˆes e a vari´avel esta¸c˜ao. Por fim, os modelos m´ultiplos foram ajustados pela tendˆencia linear, vari´avel indicadora do mˆes, temperatura, umidade e exposi¸c˜ao.

(34)

4.3 Resultados para crian¸cas 33 T ab ela 5: Estimativ a s dos Riscos Relativ os (RR), In terv alos de Confian¸ ca (IC95%) e P-v alor p ara o mo delo a justado Mo delo 1 Mo delo 2 Mo delo 3 V ari´ av eis d R R (IC95%) P-v alor d R R (IC95%) P-v alor d R R (IC95%) P-v alor F ev ereiro 0.84 (0.62 ; 1.14) 0.2682 0.82 (0.61 ; 1.12) 0.2164 0.79 (0.58 ; 1.07) 0.1418 Mar¸ co 1.63 (1.25 ; 2.14) 0.0005 1.61 (1.23 ; 2.11) 0.0006 1.54 (1.17 ; 2.02) 0.0020 Abril 2.29 (1.74 ; 3.03) 0.0000 2.22 (1.70 ; 2.92) 0.0000 2.11 (1.61 ; 2.78) 0.0000 Maio 3.40 (2.41 ; 4.81) 0.0000 3.23 (2.34 ; 4.48) 0.0000 3.08 (2.23 ; 4.29) 0.0000 Junho 3.17 (2.17 ; 4.65) 0.0000 2.90 (2.05 ; 4.12) 0.0000 2.73 (1.92 ; 3.88) 0.0000 Julho 2.42 (1.57 ; 3.71) 0.0001 2.21 (1.48 ; 3.30) 0.0001 2.07 (1.39 ; 3.11) 0.0005 Agosto 1.86 (1.24 ; 2.78) 0.0032 1.72 (1.17 ; 2.51) 0.0059 1.62 (1.10 ; 2.38) 0.0144 Setem bro 1.73 (1.18 ; 2.52) 0.0057 1.65 (1.14 ; 2.40) 0.0089 1.56 (1.07 ; 2.27) 0.0210 Outubro 1.63 (1.19 ; 2.25) 0.0032 1.59 (1.16 ; 2.18) 0.0044 1.51 (1.10 ; 2.08) 0.0122 No v em bro 1.38 (1.02 ; 1.87) 0.0373 1.35 (1.00 ; 1.81) 0.0487 1.30 (0.96 ; 1.75) 0.0841 Dezem bro 1.04 (0.76 ; 1.43) 0.8114 1.02 (0.74 ; 1.39) 0.8889 0.97 (0.70 ; 1.33) 0.8814 T emp eratura 1.09 (1.03 ; 1.15) 0.0038 1.08 (1.02 ; 1.14) 0.0062 1.07 (1.01 ; 1.13) 0.0086 Umidade 1.00 (0.98 ; 1.02) 0.9393 1.00 (0.98 ; 1.02) 0.8708 1.00 (0.98 ; 1.02) 0.8332 Exp osi¸ c ˜ao 1 PM10 ≤ 23,8 1.00 1.0000 -23,8 < PM10 ≤ 82,8 1.30 (1.05 ; 1.61) 0.0193 -82,8 < PM10 ≤ 95,2 1.23 (1.00 ; 1.51) 0.0476 -PM10 > 95,2 1.18 (0.96 ; 1.45) 0.1222 -Exp osi¸ c ˜ao 2 PM10 ≤ 23,75 -1.00 1.0000 -PM10 > 23,75 -1.22 (1.01 ; 1.48) 0.0340 -Exp osi¸ c ˜ao 3 PM10 ≤ 50 -1.00 1.0000 PM10 > 50 -1.20 (1.01 ; 1.43) 0.0359

(35)

4.3 Resultados para crian¸cas 34

Com base no P-valor, para os trˆes modelos os meses de Abril a Julho foram os mais significativos; a vari´avel umidade n˜ao apresentou significˆancia.

No Modelo 1, a partir do dRR ´e poss´ıvel perceber que o aumento da temperatura em uma unidade aumenta o risco de interna¸c˜ao de crian¸cas em 9%. J´a quando comparado ao modelo 3 esse risco diminui para 7%.

Tamb´em ´e poss´ıvel concluir que o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respi-rat´orias em crian¸cas quando as concentra¸c˜oes de PM10 est˜ao entre 23, 8mg/m3e 82, 8mg/m3

´e 30% maior do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3. E o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em criancas quando as concentra¸c˜oes de PM10 est˜ao entre 82, 8mg/m3 e 95, 2mg/m3´e 23% maior do que quando as concentra¸c˜oes

est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

A partir do Modelo 2, pode-se concluir que o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas quando as concentra¸c˜oes de PM10 s˜ao maiores que 23, 8mg/m3

´e 22% maior do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

J´a no Modelo 3, o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas quando as concentra¸c˜oes de PM10 s˜ao maiores que 50mg/m3´e 20% maior do que quando

as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 50mg/m3.

O passo seguinte foi verificar o diagn´ostico do modelo e a qualidade de ajuste.

(a) Gr´afico dos Res´ıduos (b) Gr´afico da Distˆancia de Cook

(c) QQ-Plot

(36)

4.3 Resultados para crian¸cas 35

(a) Gr´afico de Autocorrela¸c˜ao (b) Gr´afico de Autocorrela¸c˜ao Parcial

Figura 6: An´alise dos Res´ıduos

Com base no gr´afico apresentado na Figura 5, dos valores ajustados versus res´ıduos padronizados e no gr´afico de Distˆancia de Cook, ´e poss´ıvel observar a presen¸ca de outliers e informa¸c˜oes influentes, respectivamente. J´a no gr´afico de Autocorrela¸c˜ao, Figura 6, observa-se que o lag 1 ultrapassa o limite (linha tracejada) indicando autocorrela¸c˜ao entre os res´ıduos. O QQ-Plot indica que os res´ıduos seguem distribui¸c˜ao Normal.

Os “outliers”foram retirados e o modelo reajustado. Os resultados encontram-se na Tabela 6 abaixo, onde verifica-se que a retirada desses outliers modificou as estimativas pontuais e intervalares dos dRR.

(37)

4.3 Resultados para crian¸cas 36 T ab ela 6: Estimativ as dos Riscos Relativ o s (RR), In terv alos de Confian¸ ca (IC95%) e P-v alor para o mo delo a justado ap´ os retirada dos outliers Mo delo 1 Mo delo 2 Mo delo 3 V ari´ av eis d R R (IC95%) P-v alor d R R (IC95%) P-v alor d R R (IC95%) P-v alor F ev ereiro 0.85 (0.65 ; 1.13) 0.2789 0.83 (0.63 ; 1.10) 0.19 0.81 (0.61 ; 1.06) 0.1300 Mar¸ co 1.60 (1.24 ; 2.07) 0.0005 1.57 (1.22 ; 2.03) 0.0000 1.51 (1.17 ; 1.96) 0.0000 Abril 2.18 (1.70 ; 2.81) 0.0000 2.22 (1.75 ; 2.85) 0.0000 2.13 (1.67 ; 2.74) 0.0000 Maio 2.99 (2.19 ; 4.12) 0.0000 3.10 (2.31 ; 4.19) 0.0000 2.99 (2.22 ; 4.04) 0.0000 Junho 3.30 (2.35 ; 4.65) 0.0000 3.11 (2.27 ; 4.27) 0.0000 2.95 (2.15 ; 4.06) 0.0000 Julho 2.51 (1.70 ; 3.70) 0.0000 2.43 (1.68 ; 3.51) 0.0000 2.31 (1.59 ; 3.34) 0.0000 Agosto 1.85 (1.28 ; 2.66) 0.0000 1.79 (1.26 ; 2.53) 0.0000 1.70 (1.19 ; 2.42) 0.0000 Setem bro 1.72 (1.22 ; 2.42) 0.0025 1.71 (1.22 ; 2.41) 0.0000 1.63 (1.16 ; 2.30) 0.0100 Outubro 1.62 (1.22 ; 2.16) 0.0013 1.63 (1.22 ; 2.18) 0.0000 1.56 (1.17 ; 2.09) 0.0000 No v em bro 1.34 (1.03 ; 1.77) 0.0321 1.37 (1.05 ; 1.79) 0.0200 1.33 (1.01 ; 1.74) 0.0400 Dezem bro 1.03 (0.77 ; 1.36) 0.8388 1.03 (0.77 ; 1.37) 0.8500 0.99 (0.74 ; 1.320 0.9400 T emp eratura 1.08 (1.03 ; 1.14) 0.0017 1.09 (1.04 ; 1.15) 0.0000 1.09 (1.03 ; 1.14) 0.0000 Umidade 1.00 (0.98 ; 1.02) 0.5155 1.01 (0.99 ; 1.02) 0.5800 1.01 (0.99 ; 1.03) 0.5600 Exp osi¸ c ˜ao 1 PM10 ≤ 23,8 1.00 1.0000 -23,8 < PM10 ≤ 82,8 1.19 (0.97 ; 1.45) 0.0838 82,8 < PM10 ≤ 95,2 1.26 (1.05 ; 1.52) 0.0137 PM10 > 95,2 1.09 (0.90 ; 1.33) 0.3334 Exp osi¸ c ˜ao 2 PM10 ≤ 23,8 -1.00 1.0000 -PM10 > 23,8 -1.19 (1.00 ; 1.41) 0.0500 -Exp osi¸ c ˜ao 3 PM10 ≤ 50 -1.00 1.0000 PM10 > 50 -1.16 (0.99 ; 1.37) 0.0600

(38)

4.3 Resultados para crian¸cas 37

A partir do Modelo 1, ´e poss´ıvel concluir que o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas quando as concentra¸c˜oes de PM10 est˜ao entre 23, 8mg/m3 e 82, 8mg/m3 ´e 19% maior do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

E o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em criancas quando as con-centra¸c˜oes de PM10 est˜ao entre 82, 8mg/m3 e 95, 2mg/m3 ´e 26% maior do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

A partir do Modelo 2, pode-se concluir que o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas quando as concentra¸c˜oes de PM10 s˜ao maiores que 23, 8mg/m3

´e 19% maior do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

J´a no Modelo 3, o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas quando as concentra¸c˜oes de PM10 s˜ao maiores que 50mg/m3´e 16% maior do que quando

as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 50mg/m3. No entanto, este resultado n˜ao ´e significativo a 10%.

Ap´os o reajuste do modelo houve uma pequena diminui¸c˜ao no risco relativo.

A partir da Figura 7 dos valores ajustados versus res´ıduos padronizados, ´e poss´ıvel observar o comportamento dos dados ap´os a retirada das informa¸c˜oes discrepantes.

(39)

4.4 Resultados para idosos 38

4.4

Resultados para idosos

Figura 8: N´umero de Interna¸c˜oes em idosos por mˆes

Para o grupo de idosos, toda a an´alise realizada no grupo das crian¸cas foi aplicada para esse grupo.

Observa-se uma queda no n´umero de interna¸c˜oes entre 2002 e 2008, atrav´es da Figura 8; a partir desse ano o n´umero fica constante.

(40)

4.4 Resultados para idosos 39

Tabela 7: Estimativas dos Riscos Relativos (RR), Intervalos de Confian¸ca (IC95%) e P-valor para o modelo simples

Vari´avel dRR (IC95%) P-valor Fevereiro 0.83 (0.53 ; 1.30) 0.414 Mar¸co 0.87 (0.56 ; 1.36) 0.548 Abril 0.90 (0.58 ; 1.40) 0.642 Maio 0.94 (0.61 ; 1.47) 0.795 Junho 1.05 (0.68 ; 1.61) 0.828 Julho 1.01 (0.66 ; 1.55) 0.959 Agosto 1.04 (0.68 ; 1.59) 0.849 Setembro 0.94 (0.60 ; 1.48) 0.797 Outubro 0.92 (0.59 ; 1.42) 0.702 Novembro 0.84 (0.54 ; 1.31) 0.440 Dezembro 0.89 (0.58 ; 1.38) 0.613 Frota 1.00 (1.00 ; 1.00) 0.000 Esta¸c˜oes 1.04 (0.97 ; 1.13) 0.275 Temperatura M´edia 0.98 (0.94 ; 1.02) 0.009 Umidade Relativa M´edia 1.00 (0.98 ; 1.03) 0.885 Media Poluente (Dia) 1.01 (1.00 ; 1.01) 0.000

Exposi¸c˜ao 1 23,8 < PM10 ≤ 82,8 2.10 (1.64 ; 2.71) 0.000 82,8 < PM10 ≤ 95,2 1.75 (1.35 ; 2.28) 0.000 PM10 > 95,2 1.95 (1.52 ; 2.52) 0.000 Exposi¸c˜ao 2 PM10 ≤ 23,8 1.93 (1.56 ; 2.43) 0.000 Exposi¸c˜ao 3 PM10 < 50 1.75 (1.42 ; 2.19) 0.000 ´

E poss´ıvel observar que a vari´avel temperatura obteve resultado mais significativo, por´em inverso. Quando a temperatura diminui, as interna¸c˜oes aumentam em 2%; o risco relativo para a m´edia de poluente indica que o aumento de 1 unidade no n´ıvel de PM10 eleva em 1% o n´umero de interna¸c˜oes de idosos residentes em Niter´oi; ao analisar o n´ıvel de poluente por categoria, pˆode-se perceber que os n´ıveis de exposi¸c˜ao foram todos significativos.

O pr´oximo passo foi ajustar o modelo de acordo com os n´ıveis de exposi¸c˜ao, estimando-se trˆes modelos de acordo com a Tabela 8 abaixo.

(41)

4.4 Resultados para idosos 40 T ab ela 8: Estimativ a s dos Riscos Relativ os (RR), In terv alos de Confian¸ ca (IC95%) e P-v alor p ara o mo delo a justado Mo delo 1 Mo delo 2 Mo delo 3 V ari´ av eis d R R (IC95%) P-v alor d R R (IC95%) P-v alor d R R (IC95%) P-v alor F ev ereiro 0.84 (0.66 ; 1.09) 0.19 0.83 (0.65 ; 1.07) 0.15 0.98 (0.74 ; 1.29) 0.89 Mar¸ co 0.87 (0.68 ; 1.11) 0.26 0.86 (0.67 ; 1.09) 0.22 1.04 (0.80 ; 1.37) 0.76 Abril 0.98 (0.76 ; 1.28) 0.91 0.94 (0.73 ; 1.20) 0.61 1.15 (0.88 ; 1.52) 0.31 Maio 0.98 (0.71 ; 1.37) 0.92 0.90 (0.67 ; 1.21) 0.50 1.11 (0.80 ; 1.54) 0.53 Junho 1.11 (0.78 ; 1.59) 0.57 0.99 (0.73 ; 1.35) 0.96 1.26 (0.89 ; 1.76) 0.19 Julho 1.06 (0.71 ; 1.60) 0.77 0.94 (0.66 ; 1.35) 0.74 1.20 (0.81 ; 1.77) 0.37 Agosto 1.12 (0.77 ; 1.62) 0.55 1.02 (0.73 ; 1.42) 0.93 1.27 (0.88 ; 1.83) 0.20 Setem bro 0.96 (0.68 ; 1.35) 0.82 0.90 (0.65 ; 1.26) 0.55 1.13 (0.79 ; 1.63) 0.49 Outubro 0.95 (0.72 ; 1.26) 0.73 0.91 (0.70 ; 1.20) 0.51 1.12 (0.83 ; 1.52) 0.47 No v em bro 0.90 (0.69 ; 1.17) 0.43 0.87 (0.67 ; 1.12) 0.27 1.02 (0.77 ; 1.35) 0.90 Dezem bro 1.00 (0.77 ; 1.29) 0.99 0.97 (0.75 ; 1.24) 0.79 1.16 (0.88 ; 1.55) 0.29 T emp eratura 1.00 (0.94 ; 1.05) 0.88 0.99 (0.94 ; 1.04) 0.58 0.99 (0.94 ; 1.05) 0.83 Umidade 0.99 (0.97 ; 1.01) 0.41 0.99 (0.97 ; 1.01) 0.51 0.99 (0.97 ; 1.01) 0.39 Exp osi¸ c ˜ao 1 PM10 ≤ 23,8 1.00 1.00 -23,8 < PM10 ≤ 82,8 0.54 (0.43 ; 0.68) 0.00 -82,8 < PM10 ≤ 95,2 0.51 (0.41 ; 0.63) 0.00 -PM10 > 95,2 0.49 (0.39 ; 0.61) 0.00 -Exp osi¸ c ˜ao 2 PM10 ≤ 23,8 -1.00 1.00 -PM10 > 23,8 -0.51 (0.41 ; 0.63) 0.00 -Exp osi¸ c ˜ao 3 PM10 ≤ 50 -1.00 1.00 PM10 > 50 -0.63 (0.53 ; 0.76) 0.00

(42)

4.4 Resultados para idosos 41

De acordo com a Tabela 8, observou-se que o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em idosos quando as concentra¸c˜oes de PM10 est˜ao entre 23, 8mg/m3 e 82, 8mg/m3 ´e 46% menor do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

E o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em idosos quando as concen-tra¸c˜oes de PM10 est˜ao entre 82, 8mg/m3 e 95, 2mg/m3 ´e 49% menor do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

A partir do Modelo 2, verificou-se que o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas quando as concentra¸c˜oes de PM10 s˜ao maiores que 23, 8mg/m3

´e 49% menor do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

J´a no Modelo 3, o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em idosos quando as concentra¸c˜oes de PM10 s˜ao maiores que 50mg/m3 ´e 37% menor do que quando

as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 50mg/m3.

O diagn´ostico do modelo e a qualidade de ajuste apresentaram os seguintes resultados:

(a) Gr´afico dos Res´ıduos (b) Gr´afico da Distˆancia de Cook

(c) QQ-Plot

(43)

4.4 Resultados para idosos 42

(a) Gr´afico de Autocorrela¸c˜ao (b) Gr´afico de Autocorrela¸c˜ao Parcial

Figura 10: An´alise dos Res´ıduos

Com base nos gr´aficos apresentados na Figura 9, dos valores ajustados versus res´ıduos padronizados e no gr´afico de Distˆancia de Cook, ´e poss´ıvel observar a presen¸ca de outliers e informa¸c˜oes influentes, respectivamente. J´a no gr´afico de Autocorrela¸c˜ao apresentado na Figura 10, alguns Lags ultrapassam o limite da linha tracejada, indicando autocorrela¸c˜ao entre os res´ıduos. O QQ-Plot indica que os res´ıduos seguem distribui¸c˜ao Normal.

Os “outliers”foram retirados e o modelo reajustado. Os resultados encontram-se na Tabela 9 abaixo, onde verifica-se que a retirada desses “outliers”n˜ao modificou as estima-tivas pontuais e intervalares dos dRR, o que indica que as informa¸c˜oes retiradas n˜ao eram observa¸c˜oes influentes.

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4.4 Resultados para idosos 43 T ab ela 9: Estimativ a s dos Riscos Relativ os (RR), In terv alos de Co nfian¸ ca (IC95%) e P-v alor para o mo delo a justado ap´ os retirada do outlier Mo delo 1 Mo delo 2 Mo delo 3 V ari´ av eis d R R (IC95%) P-v alor d R R (IC95%) P-v alor d R R (IC95%) P-v alor F ev ereiro 0.88 (0.70 ; 1.10) 0.27 0.87 (0.69 ; 1.09) 0.22 1.01 (0.79 ; 1.30) 0.93 Mar¸ co 0.91 (0.74 ; 1.13) 0.40 0.89 (0.72 ; 1.11) 0.31 1.07 (0.84 ; 1.36) 0.60 Abril 0.99 (0.79 ; 1.25) 0.95 0.93 (0.75 ; 1.16) 0.53 1.13 (0.88 ; 1.44) 0.33 Maio 0.92 (0.68 ; 1.24) 0.58 0.82 (0.63 ; 1.08) 0.15 0.99 (0.74 ; 1.33) 0.96 Junho 1.13 (0.82 ; 1.56) 0.45 0.96 (0.73 ; 1.26) 0.78 1.19 (0.88 ; 1.61) 0.25 Julho 1.07 (0.74 ; 1.55) 0.70 0.90 (0.65 ; 1.24) 0.52 1.12 (0.79 ; 1.59) 0.52 Agosto 1.12 (0.80 ; 1.55) 0.51 0.97 (0.72 ; 1.31) 0.85 1.19 (0.86 ; 1.65) 0.29 Setem bro 0.95 (0.70 ; 1.28) 0.73 0.87 (0.65 ; 1.17) 0.35 1.07 (0.78 ; 1.47) 0.68 Outubro 0.98 (0.76 ; 1.26) 0.88 0.92 (0.72 ; 1.17) 0.51 1.11 (0.85 ; 1.46) 0.44 No v em bro 0.89 (0.71 ; 1.13) 0.34 0.85 (0.68 ; 1.07) 0.16 0.99 (0.77 ; 1.26) 0.91 Dezem bro 0.88 (0.69 ; 1.13) 0.32 0.86 (0.67 ; 1.10) 0.24 1.02 (0.77 ; 1.34) 0.91 T emp eratura 0.99 (0.94 ; 1.04) 0.75 0.98 (0.93 ; 1.02) 0.33 0.98 (0.94 ; 1.03) 0.53 Umidade 0.99 (0.97 ; 1.01) 0.17 0.99 (0.97 ; 1.01) 0.28 0.99 (0.97 ; 1.01) 0.20 Exp osi¸ c ˜ao 1 PM10 ≤ 23,8 1.00 1.00 -23,8 < PM10 ≤ 82,8 0.58 (0.47 ; 0.71) 0.00 82,8 < PM10 ≤ 95,2 0.54 (0.44 ; 0.65) 0.00 PM10 > 95,2 0.50 (0.41 ; 0.61) 0.00 Exp osi¸ c ˜ao 2 PM10 ≤ 23,8 -1.00 1.00 -PM10 > 23,8 -0.53 (0.44 ; 0.64) 0.00 -Exp osi¸ c ˜ao 3 PM10 ≤ 50 -1.00 1.00 PM10 > 50 -0.66 ( 0.56 ; 0.77) 0.00

(45)

4.4 Resultados para idosos 44

A partir do Modelo 1 ´e poss´ıvel observar que o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em idosos quando as concentra¸c˜oes de PM10 est˜ao entre 23, 8mg/m3 e 82, 8mg/m3 ´e 42% menor do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

E o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em idosos quando as concen-tra¸c˜oes de PM10 est˜ao entre 82, 8mg/m3 e 95, 2mg/m3 ´e 46% menor do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

A partir do Modelo 2, verifica-se que o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em idosos quando as concentra¸c˜oes de PM10 s˜ao maiores que 23, 8mg/m3 ´e

47% menor do que quando as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 23, 8mg/m3.

J´a no Modelo 3, o risco de interna¸c˜ao hospitalar por doen¸cas respirat´orias em crian¸cas quando as concentra¸c˜oes de PM10 s˜ao maiores que 50mg/m3 ´e 34% menor do que quando

as concentra¸c˜oes est˜ao abaixo de 50mg/m3.

A partir da Figura 11, dos valores ajustados versus res´ıduos padronizados, ´e poss´ıvel observar o comportamento dos dados ap´os a retirada das inforna¸c˜oes discrepantes.

Figura 11: Gr´afico dos res´ıduos ap´os retirar os outliers.

Estes resultados inversos dos efeitos do PM10 s˜ao inconsistentes com a literatura. A an´alise dos res´ıduos mostra que os modelos n˜ao est˜ao bem ajustados e, portanto, n˜ao ´e poss´ıvel concluir que o aumento de poluente na atmosfera diminui o risco de interna¸c˜ao nos idosos, quando o modelo est´a ajustado por temperatura, umidade, sazonalidade e tendencia.

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45

5

Conclus˜

ao

A partir do modelo final selecionado, definido pela equa¸c˜ao 4.2, pode-se perceber que de maneira geral os n´ıveis de poluentes est˜ao associados `as interna¸c˜oes hospitaleres por doen¸cas respirat´orias.

A frota n˜ao ´e uma boa vari´avel “proxy”da polui¸c˜ao, uma vez que na an´alise de cor-rela¸c˜ao observou-se que elas tˆem rela¸c˜ao linear negativa forte.

A partir do modelo estimado, no grupo de crian¸cas a exposi¸c˜ao ao PM10 em diferentes n´ıveis est´a associado `as interna¸c˜oes por doen¸cas respirat´orias.

J´a no grupo de idosos essa vari´avel mostrou-se significativa ao analis´a-la no modelo simples. Por´em ao ajustar o modelo, de acordo com a Tabela 8, a vari´avel exposi¸c˜ao apresentou resultados como um fator de prote¸c˜ao e n˜ao de risco. No entanto, a an´alise dos res´ıduos mostrou que o modelo n˜ao est´a bem ajustado e, portanto, n˜ao pode-se afirmar que a polui¸c˜ao tem efeito protetor nos idosos.

A partir do dRR ´e poss´ıvel perceber que o aumento da temperatura em uma unidade n˜ao aumenta o risco de interna¸c˜ao de idosos. J´a em crian¸cas o risco aumenta em 9%.

Esses resultados se assemelham com o que foi encontrado no estudo de Carmo et al. (2010) [9], uma vez que foram encontrados resultados significativos para o grupo de crian¸cas, por´em n˜ao significativo para os idosos.

Ao observar o modelo simples para cada grupo pode-se perceber que o impacto dos n´ıveis de exposi¸c˜ao ´e duas vezes maior nos idosos do que nas crian¸cas.

Vale destacar que a presen¸ca de autocorrela¸c˜ao dos res´ıduos pode ter acarretado o efeito de prote¸c˜ao para os idosos ao inv´es de apresentar risco ao ajustar o modelo. Sendo assim, o que poderia ser feito para melhorar as an´alises desse grupo seria adotar um outro tipo de modelo, como por exemplo os Modelos Aditivos Generalizados, para explicar melhor os dados.

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Referˆ

encias

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conceito-de-saude-segundo-oms-who/. Accessed: 2017-04-25. [2] Idh. http://www.atlasbrasil.org.br/2013/. Accessed: 2017-05-17.

[3] Maior polo de atividade econˆomica da regi˜ao. https://oglobo.globo.com/rio/

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http://wwwp.fc.unesp.br/~lavarda/procie/dez14/angelina/index.htm.

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[5] Polui¸c˜ao, a doen¸ca est´a no ar. http://saude.abril.com.br/bem-estar/ poluicao-a-doenca-esta-no-ar/. Accessed: 2017-06-30.

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Referˆencias 47

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Referências

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