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Software defined Data Center: uma proposta de entrega ágil para os serviços de negócio

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SOFTWARE DEFINED DATACENTER – UMA PROPOSTA DE ENTREGA ÁGIL PARA OS SERVIÇOS DE NEGÓCIO1

Leonardo da Silveira Webster

Resumo: O presente artigo aborda a visão de uma infraestrutura de TI tradicional que

vivencia um momento de mudança na forma pelo qual os serviços deste setor são solicitados e consumidos perante uma tendência de entrega ágil. Através de um estudo realizado com as equipes que compõem os setores de Infraestrutura de TI, foram obtidos resultados visando identificar entre estas equipes, os níveis de padronização dos processos relacionados à agilidade com que uma demanda é atendida, a complexidade no fator de decisão das demandas por elas tratadas, entre outros fatores que impactam na criação de processos consumíveis de forma automatizada e orquestrada, propondo uma forma de integração e abstração destes ambientes de infraestrutura de TI para obter agilidade na produção de resultados.

Palavras-chave: Entrega Ágil. Abstração de Datacenter. Mudança de Paradigmas.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta uma análise investigativa sobre a percepção dos analistas de TI frente a uma estrutura de Software Defined Datacenter (doravante SDDC) aplicado em um ambiente de infraestrutura de TI tradicional. A motivação para a análise deste modelo está relacionada ao interesse em captar informações dos analistas em relação à aplicabilidade desta proposta e a oportunidade de desenvolver um trabalho associado a um estudo de caso real que permitisse a utilização dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

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Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Datacenter: projeto, operação e serviços, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Data Center, sob orientação do Prof. Luiz Otávio Botelho Lento.

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O aporte teórico para o desenvolvimento da análise proposta utiliza conceitos relacionados à Software Defined Computing, Software Defined Storage, Software

Defined Network e por fim, Software Defined Datacenter. O trabalho desenvolvido

caracteriza-se como estudo de caso em uma empresa do setor financeiro situada na cidade de Porto Alegre/RS, onde através da análise de documentação, observação dos processos existentes e entrevista com funcionários foi possível organizar um norteador que identificou as premissas necessárias e também as principais dificuldades encontradas, assim como as vantagens e desvantagens da adesão de uma estrutura

Software Defined.

Para fins de validação desta análise, foram obtidas informações a respeito de quão ágeis, padronizados e complexos são as demandas de cada área de infraestrutura de TI e o potencial que cada segmento observa no que diz respeito à aplicabilidade do modelo. Os resultados desta análise da entrevista apontaram que a estrutura de SDDC proposta possui potencial para resolver os problemas identificados na empresa. Foi possível mapear pontos que sinalizam quando uma empresa deve começar a se preocupar em avaliar o modelo e também fatores importantes de como delimitar e direcionar a escolha das soluções de mercado que melhor atendem as necessidades da empresa.

2 ENTREGA ÁGIL PARA SERVIÇOS DE NEGÓCIO ATRAVÉS DE SDDC: ENFOQUE TEÓRICO-ANALÍTICO

Neste capítulo serão apresentados os conceitos referentes aos modelos de soluções disponíveis da arquitetura de uma solução de SDDC que serviram de base para a elaboração do trabalho, bem como conceitos referentes à Software-Defined Computing - SDC, Software-Defined Network - SDN, Software-Defined Storage - SDS, e por último, Software-Defined Data Center - SDDC. Ao final, apresenta-se uma análise que relaciona os conceitos pesquisados com as necessidades da empresa alvo deste estudo de caso.

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2.3 SOFTWARE-DEFINED COMPUTING – SDC

O software-defined computing – SDC é uma das principais características deste formato de Datacenter. Para que o conceito de TI entregue como serviço seja possível, todo o consumo da camada de hardware, responsável pelo recurso computacional, é comoditizado e abstraído para as aplicações e usuários. Tal abstração oferece uma oportunidade para os administradores de sistema construir e gerir sistemas mais facilmente, através de camadas de software flexíveis. Uma Solução definida por

software é um guarda-chuva para diferentes subsistemas definidos por software (Open Datacenter Alliance, 2017).

Uma arquitetura de SDC atinge níveis de agilidade na entrega através da elasticidade e auto-escalonamento de instâncias com base em características de desempenho observadas, por exemplo, a implantação automatizada de mais servidores

web devido a identificação da quantidade de acessos simultâneos. No momento que esta

quantidade de acessos diminui, as regras definidas realizam o desprovisionamento de servidores liberando o recurso computacional para atender outros workloads ou mesmo para gerar economia. Para que seja possível obter elasticidade, é importante ressaltar que as aplicações precisam estar preparadas para suportar escalabilidade conforme a demanda. Já o auto-escalonamento parte da premissa do conjunto de regras e os gatilhos que irão ser gerados conforme as parametrizações realizadas. Cabe à orquestração desenvolvida demandar automaticamente as quantidades necessárias de instâncias para suprir a demanda pontual gerada (IBM – Guru Rao, 2014).

2.4 SOFTWARE-DEFINED STORAGE – SDS

Software-Defined Storage propõem que a área de storage também seja definida

pelo software de armazenamento e não mais diretamente pelo hardware onde ele é executado, ou seja, ocorre um desacoplamento entre o software e o hardware tornando possível a abstração da camada e possibilitando aos clientes adquirirem hardware e

software de maneira totalmente independente. O modelo quando administrado por software, opera de forma semelhante ao SDC, com escalabilidade entre os nós que irão

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aumentar ou diminuir a capacidade de armazenamento conforme a demanda, aumentando assim o desempenho do servidor (EMC, 2015).

O objetivo do SDS é permitir controle e gerenciamento unificados entre

hardwares distintos de armazenamento por meio de software, sendo capaz de realizar

funções importantes para um storage. Desta forma, é possível obter uma infraestrutura de armazenamento em pool que as aplicações dos administradores poderão acessar através de uma API. Uma característica importante dessas APIs é que elas permitem que os aplicativos especifiquem os requisitos de provisionamento para o desempenho, proteção de dados e outras características, de modo que a infraestrutura de SDS possa fornecer a combinação adequada de hardware de armazenamento para cada tarefa (Jeferry e Kousiouris, 2015).

Conforme observado por Buyya e Calheiros (2014), existem algumas características que diferem uma infraestrutura de SDS da de um modelo de Storage tradicional. Como exemplo podemos destacar:

Dirigida a Políticas: capacidade de controlar e gerir todas as políticas do

sistema. O controle é dividido entre duas camadas: a de usuário, onde são controladas a disponibilidade, confiabilidade, latência e outras questões que permitem ser especificadas, e a de armazenamento, onde ocorrerá o controle das questões ligadas a manutenção do nível de QoS (Quality of Service), a migração de recursos e também a recuperação de falhas por exemplo; Abstração: de maneira diferente de como é tratada no modelo de armazenamento tradicional, onde existe um controle descentralizado, o SDS realiza o controle de todo o hardware de forma centralizada; Hardware Comum: o SDS utiliza hardwares comuns para a modelagem de sua infraestrutura, não sendo necessária a aquisição de um hardware específico; Pool de recursos: como SDS se beneficia das características de virtualização, acaba por reduz complexidade aos administradores nos momentos de alocação de recursos, uma vez que a atribuição ou de repartição destes são feitos de forma dinâmica e conforme a necessidade. Isto é possível devido ao fato de que todos os recursos do sistema estão organizados em um único lugar lógico e agrupados em múltiplos grupos, chamados pool, que são controlados pela unidade de controle centralizada; Arquitetura Dimensionada: os recursos em um SDS

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podem ser inseridos ou removidos de forma dinâmica, evitando a ociosidade de recursos, evitando assim o desperdício das áreas de storage; Automação: As operações em um SDS operam de forma automatizada em resposta às solicitações dos usuários. Esse recurso também é responsável por controlar e monitorar o sistema em busca de alguma necessidade de reconfiguração como balanceamento de área; Programação: várias APIs estão disponíveis para ampliar as capacidades de controle de recursos, assim como elaborar a integração entre vários componentes do sistema permitindo a automação dos mesmos.

O conceito de um SDS visa fazer com que o storage possua conhecimento sobre a aplicação e permita que os usuários do sistema, sejam eles administradores de serviços ou mesmo analistas desenvolvedores de aplicações, interajam diretamente com a plataforma solicitando e provisionando recursos de armazenamento necessários em um modelo definido como autosserviço baseado em políticas com o objetivo de abstrair toda a complexidade existente das funcionalidades de gerenciamento e controles de recursos do sistema para os usuários finais. (Buyya e Calheiros, 2014).

As características principais que diferem um storage tradicional de um SDS podem ser observadas na figura 1. No storage tradicional, podemos observar a camada do usuário que contém os serviços de aplicação e sistema de arquivos. A camada do

storage que contém o gerenciador e as mídias físicas. Além de uma interface que

interliga essas duas camadas. Já o modelo de SDS também conta com a camada do usuário que contempla os serviços de aplicação, sistema de arquivos, e de gerenciamento do usuário. A camada de storage contém os serviços de controle que consistem em gerenciamento, as políticas, e um pool de storage virtualizado. Essas duas camadas são interligadas por meio de APIs, que permitem a programação, automação e a customização do storage.

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FIGURA 1: Comparação entre modelos de storage tradicional e SDS (Fonte: JARARWEH & AYYOUB, 2015)

O SDS assume a responsabilidade de gerir os dados do sistema de armazenamento, realizando isolamento entre a camada de controle de dados e a camada de armazenamento de dados. Esse isolamento é realizado com o objetivo de reduzir a complexidade do gerenciamento.

2.5 SOFTWARE-DEFINED NETWORK – SDN

Segundo Hovartha e Nedbala (2015), SDN auxilia na resolução de problemas de rede, oportunizando novas funcionalidades para toda a sua topologia. Com SDN, os administradores conseguem abstrair a infraestrutura de rede física para aplicações e serviços de rede. Conforme explanado por Duan (2015), SDN se tornou um dos conceitos recentes mais revolucionários na área de redes. Tal tecnologia segmenta a função de transporte de dados, da função de controle de rede, permitindo assim que o gerenciamento de rede possa ser programável através da abstração das aplicações com a parte física da rede. O modelo de SDN conta com a alta interoperabilidade e técnicas eficientes para prover controle de usuários e desenvolvimento de rede (programação). Conta ainda com gerenciamento centralizado através de um controlador dedicado que interage com switches de rede utilizando como forma de comunicação, o protocolo

OpenFlow, capaz de fornecer o modelo para infraestrutura SDN (Hovartha e Nedbala,

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SDN foi idealizado e desenvolvido para proporcionar a criação de redes programáveis e que pudessem ser facilmente particionadas e virtualizadas. Esses recursos são imprescindíveis para a aplicabilidade de computação em nuvem, em que a infraestrutura de rede é compartilhada por uma série de entidades concorrentes. Torna-se uma característica comum na camada de software, abranger técnicas de programação possibilitando que os dispositivos possam ser programados de forma simultânea, podendo assim, orquestrar uma ou mais redes, independente de serem providas localmente ou de forma remota (JIANLI et al, 2011).

2.6 SOFTWARE-DEFINED DATACENTER – SDDC

O SDDC é um Datacenter no qual toda a infraestrutura (recursos computacionais, de armazenamento, de rede e segurança) é virtualizada e entregue como um serviço. Isso permite o aumento dos níveis de automação e flexibilidade para sustentar a agilidade dos negócios por meio da adoção crescente de serviços em nuvem. (Gartner, 2015). A Figura 2 representa a estrutura de um modelo SDDC e seus componentes onde é possível observar as camadas de infraestrutura abstraídas por uma camada de software.

FIGURA 2: Estrutura de um SDDC (Fonte: TechTarget, 2017)

Várias organizações estão interessadas em adotar esta estratégia, aprofundando seus estudos em SDDC e experimentando estas tecnologias em seus ambientes

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estendendo os conceitos de virtualização também para as camadas de rede e storage, conseguindo assim uma camada de abstração para proporcionar uma forma de inteligência centralizada e desta forma, uma gestão também inteligente da infraestrutura do Datacenter. As organizações têm expectativas de realizar uma transformação em

seus Datacenters de operações, (principalmente nas camadas onde os

serviços/aplicações mais frágeis e profundamente dependentes de componentes de

hardware operam) para um ambiente com alta capacidade de virtualização e automação,

composto por recursos orquestrados por software e menos dependente da inteligência do

hardware (Jeferry e Kousiouris, 2015).

A evolução da infraestrutura e arquitetura de TI representa uma mudança de paradigma nos procedimentos operacionais que acabaram por se tornar um padrão. Uma representação da evolução do SDDC pode ser observada conforme a figura 3, em que o hardware, constituído de recursos como rede, servidores e storage, difundiram-se para o conceito virtualizado separadamente. Na sequência, observa-se, que tais recursos são integrados, centralizados, e orquestrados pelo SDDC, promovendo um ambiente flexível, escalável e automatizado, com base em requisitos de carga de trabalho.

FIGURA 3: Transcrição da TI para um modelo SDDC (Fonte: Dell, 2017)

SDDC pode ser definido como uma plataforma unificada que fornece automação, flexibilidade e eficiência sem precedentes e que transforma a maneira de prover serviços de TI nas empresas. Estes serviços são de certa forma, agrupados e entregues no formato de software, sendo gerido por uma camada de aplicação provida

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de inteligência e gerenciada por políticas. Recursos como provisionamento automatizado, autosserviço e gerenciamento de aplicações de infraestrutura e de negócios completam as funcionalidades (VMware, 2012).

Conforme pode ser observado na figura 4, um SDDC faz uma abstração das camadas de infraestrutura física, que passam a ser virtualizadas e entregues no formato de um software para uma camada de controle. Estes recursos passam a ser integrados e transformam-se dinamicamente em serviços que por sua vez, serão provisionados, configurados e orquestrados na camada de serviço, onde ocorre a atuação do SDDC. O acesso da unidade central de controle do SDDC e as aplicações hospedadas nesse

Datacenter estão situados na camada de aplicação.

FIGURA 4: Arquitetura de um SDDC (Fonte: DUAN. 2015, p. 183).

Os benefícios em aplicar uma solução de SDDC são atrativos, devido às características relatadas anteriormente, podemos inferir como destaque a redução da necessidade de componentes especializados de hardware devido ao agrupamento da infraestrutura base (compute, network e storage) através de software facilitando potencialmente a manutenibilidade e complexidade do ambiente. O grande destaque desta solução é a capacidade de proporcionar o provisionamento automatizado baseado em políticas e gestão dos recursos do Datacenter. (Jeferry e Kousiouris, 2015).

Volk e Frey (2014), contribuem ainda afirmando que um modelo de SDDC conduz os responsáveis por gerir tal ambiente a uma mudança cultural, de processos, de

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estrutura organizacional e também de tecnologia. Essa quebra de paradigma leva o ser humano, de um modo geral, ao desconforto e muitas vezes produz uma resistência às mudanças. Pelo prisma de tecnologia, pode ocorrer uma resistência no sentido de que as entregas e mudanças tornam-se muito mais ágeis e em constante evolução buscando sempre a maneira mais eficiente e eficaz de realizar a entrega. Uma vez que os serviços começam a serem provisionados através destas plataformas, as capacidades de orquestração e automação são necessárias para prover os recursos computacionais como serviço e a aplicação necessária de uma maneira segura e consistente, minimizando ao máximo as falhas. Ocorre uma inversão no fator de decisão quando uma infraestrutura de SDDC se torna uma opção, por exemplo, as decisões de alocação de aplicações passam a ser baseadas na lógica de negócios, ao invés de decisões baseadas no

hardware disponível. Os executivos de TI estimam que a aderência entre as frentes de

TI e as camadas de negócio só podem atingir níveis de sinergia e tempo de reações ideais quando os ambientes de aplicação forem definidos e geridos através de um conjunto cada vez mais centralizado de ferramentas de software. As soluções pagas mais conhecidas disponíveis no mercado que contam com produtos para implantar um SDDC são oferecidas pelas empresas: VMware, IBM, Cisco, Oracle, Microsoft e HPE. Entre as soluções open source, destaca-se o Openstack.

3 SDDC EM UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA: ANÁLISE DOS DADOS

A empresa alvo deste projeto atua no ramo financeiro e conta com dois

Datacenters constituídos de equipamentos que formam uma estrutura considerada

tradicional. Possui uma equipe de infraestrutura de TI especializada e que está basicamente dividia em cinco setores, sendo eles: Administração de Redes, Segurança de Redes, Storage, Sistemas Operacionais e Servidores. Dentre as equipes citadas, a de Servidores já atua com virtualização, sendo 98% do ambiente da empresa virtualizado, de um escopo de aproximadamente cinco mil máquinas virtuais. A empresa conta ainda com uma estrutura de nuvem privada onde oferece um Iaas às equipes de aplicações e negócios que demandam recursos dos Datacenters de forma automatizada e avança para uma estrutura de nuvem híbrida. Por conta disto, podemos considerar que a equipe de

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Servidores, naturalmente já conta com um ambiente favorável ao SDDC, porém as demais equipes ainda estão em fase de estudos sobre os modelos convergentes para seus ambientes.

As avaliações foram realizadas com os analistas da área de Infraestrutura de TI, logo a amostra é de cinco pessoas, cada um referente a uma área de Infraestrutura de TI conforme descrito neste projeto de pesquisa e engloba 100% das áreas que teriam interação direta com a implantação de um SDDC. São elas: área de redes, segurança de redes, armazenamento, servidores e sistemas operacionais. O questionário foi aplicado entre os dias 12/06/2017 a 23/06/2017 e as questões foram classificadas como abertas. Conforme análise dos elementos contidos no questionário e com base nas respostas da amostra, obteve-se informações que foram segmentadas em categorias as quais estão relacionadas na tabela 1.

Tabela 1 – Análise das Áreas de Infraestrutura

As respostas do questionário buscaram capturar a percepção dos analistas sobre os pontos focais: agilidade, padronização, complexidade e expectativas. As questões 1, 2, 5, 6 e 8 buscam obter informações sobre agilidade nos processos atuais da área; as

0 20 40 60 80 100 Redes Seg. Redes Servidores Armazenamento Sist. Ops.

Análise das Áreas de Infraestrutura

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questões 3 e 4 visam obter informações quanto à padronização adotada nos processos e equipe; As questões 7, 9 e 10 abordam sobre a complexidade dos processos que estão em prática e por fim, as questões 11, 12 e 13 tem o objetivo de coletar informações sobre as expectativas quanto ao posicionamento do analista de Infraestrutura de TI perante às mudanças na forma de trabalho e também culturais que o modelo SDDC proporcionaria.

Observa-se como vantagens uma maior sinergia entre as equipes que demandam recursos e os tempos de entrega para um ambiente, redução de tarefas operacionais, maior capacidade de gerenciamento e exploração de novas maneiras e formatos de entrega de ambientes. Já como desvantagens, foi possível identificar a dificuldade de estruturação de processos definidos para algumas configurações de ambiente, geralmente as que envolvem maior interpretação e questões de segurança. A desmotivação das equipes em relação a ter de dedicar foco e esforço para expandir maiores conhecimentos nas frentes de SDDC como em estruturação de workflows, desenvolvimento de código e integração entre as soluções com o foco no resultado final e também o desconforto em definir quais soluções de mercado atendem as necessidades da empresa se os objetivos não são repassados claramente.

Desta forma, o questionário e seus registros permitiram validar entre as áreas de infraestrutura um grande potencial a adotar uma estrutura de SDDC, pois apesar de saberem do esforço e mudanças culturais necessárias para atingir um nível aceitável de padronização e automação, que são premissas para um modelo software-defined, o reconhecimento e expectativas, de modo geral, é favorável ao modelo, pois já é percebido pelas equipes a necessidade de entrega ágil também para as camadas de infraestrutura de TI.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A competitividade impulsionada pela abrangência do conhecimento na área de tecnologia alinhada às ferramentas que dinamizam e simplificam a maneira como a informação é trabalhada e processada para gerar resultados, compõem um grande ecossistema que precisa ser criado, testado, processado e entregue no menor tempo

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possível. Com isso, estratégias que buscam cada vez mais agilidade, muito comuns hoje em dia na área de desenvolvimento de software, começam a expandir esta metodologia de operação também para as áreas de infraestrutura de TI. Esta necessidade por agilidade na entrega de ambientes que, tradicionalmente, precisam ser consumidos pelas áreas que fornecem serviços para as áreas de negócio, faz com que os modelos tradicionais de disponibilização de Infraestrutura de TI sejam repensados.

Percebeu-se também que um dos motivadores a começar a pensar em um ambiente de SDDC se dá a partir do ponto em que as equipes responsáveis pelo desenvolvimento e aplicações começam a adotar e praticar metodologias ágeis, pois as solicitações de recursos de infraestrutura começam a ficar mais recorrentes e os anseios por entregas mais segmentadas e num menor tempo se potencializa. Este movimento ágil oportuniza às equipes de Infraestrutura de TI a buscarem soluções que desafiam os conceitos tradicionais de entrega de serviço e enfrentam paradigmas como soluções de serviços que não estão mais sendo executados em um Datacenter próprio ou mesmo o desafio de pensar em fluxos de orquestração e automação que envolve codificação e planejamento de desenvolvimento de código em linguagens de programação para que seja possível a entrega de um ambiente de forma organizada e automatizada, buscando sempre assertividade e menores tempos de entrega.

Os principais problemas que inibem essa transformação foram identificados como os estruturais e os culturais. O mercado de tecnologia da informação está em constante inovação, surgem ferramentas a todo o momento que prometem soluções ágeis, escalonáveis e que se integram com outras soluções para proporcionar resultados surpreendentes e de grande valor.

Não obterá grande adesão de suas equipes de TI e sucesso em suas investidas ao propor um modelo de SDDC a empresa que visa solucionar seus problemas apenas implementando em seus ambientes as ferramentas de mercado que são mais utilizadas e comentadas tanto em workshops quanto por empresas startups que não possuem um ambiente complexo ou mesmo um ambiente legado a ser considerado. Torna-se evidente que o grande desafio é o foco na melhoria dos processos e ter de forma clara os objetivos da empresa. As soluções de mercado que serão escolhidas para

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desenvolvimento das entregas almejadas dependem de uma definição do que se busca realmente atingir e como estas soluções escolhidas vão ser de fato consumidas pelas equipes responsáveis por gerar estes resultados, ou seja, o foco não está na escolha das melhores soluções e o posterior enforcement das gerências para que seja adotado pelas equipes e sim na discussão do que realmente agrega e faz sentido, principalmente para que estas equipes despertem o sentido de pertencimento e passem a considerar a integração destas soluções como parte do processo de desenvolvimento de suas aplicações.

O modelo de Software Defined Datacenter, embora seja bem recente, já enfrenta uma reformulção na maneira como é feita a entrega de um ambiente, pois conceitos como DevOps e pipelines de entrega contínua (criação, desenvolvimento e aprimoramento de código) confrontam o modelo tradicional no que diz respeito à necessidade da entrega de um ambiente para proporcionar este mesmo cenário (criação, desenvolvimento e aprimoramento de código), mesmo que estes possam ser disponibilizados de maneira mais ágil com SDDC. Para trabalhos futuros, fica uma sugestão de explorar os conceito de DevOps e pipelines de desenvolvimento e entrega contínua com a utilização de microserviços.

REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS

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APÊNDICE 1

Questionário para levantamento da percepção dos analistas de ti em relação ao conceito de uma infraestrutura de software-defined datacenter

Entrevistado: Cargo: Área:

Data da entrevista:

1) Como é feito atualmente o gerenciamento do ambiente de infraestrutura de sua responsabilidade? Qual a frequência com que estes ambientes são atualizados?

2) Qual o tempo médio para uma atualização de equipamentos desde o planejamento até a execução considerando a alta disponibilidade dos serviços?

3) Os processos aplicados para conduzir o atendimento de uma demanda é realizado de forma automatizada?

4) Existem demandas que dependam do envolvimento de 1 ou mais equipes de infraestrutura de TI para serem entregues? Qual o tempo estimado ou SLA para demandas desta natureza? 5) Se tratando de uma solicitação por parte do usuário, qual o nível de precisão em relação ao que é solicitado e o que é necessário para o atendimento da demanda? Qual é o percentual de devoluções para o solicitante questionando maiores detalhes ou esclarecimentos sobre o que foi solicitado?

6) Qual o nível de padronização em relação aos procedimentos adotados para executar/solucionar as solicitações que são tratadas pela sua equipe?

7) Existe algum fluxo de procedimentos ou normas para a definição de padrões a serem adotados para atendimento das solicitações que cabem ao seu time atender? Elas são praticadas por todos os analistas que compõem a equipe?

8) A topologia do ambiente como um todo é clara? Em sua opinião, poderia haver alguma melhoria ou simplificação na topologia atual?

09) Existem falhas no processo atual do fluxo das informações?

10) Você acredita que poderão ser implementadas melhorias no atual processo? O que seria mais importante no momento?

11) Que benefícios você acredita que terá se for implantado uma estrutura de SDDC?

12) Você sente que seu cargo ou função esteja ameaçado de ser extinto ou absorvido pelos processos automatizados que uma estrutura de SDDC proporciona?

13) Como você enxerga uma estrutura de Datacenter futuramente? E os profissionais que a gerenciam?

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