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Centro Social Paroquial da Borralha PROJETO CURRICULAR

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Academic year: 2021

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PROJETO CURRICULAR

Resposta social: Pré-escolar II

O Responsável pela Elaboração: Florbela Oliveira Tema do Projeto: “Sentindo as Emoções!”

Período de vigência: outubro 2020 a junho 2021

Introdução

A cada início de um ano letivo, nós, Profissionais de Educação, deparamo-nos com um grupo de crianças com belos rostos expectantes e cheios de vontade de brincar, descobrir, explorar, sentir e aprender. Para alguns tudo é novidade: novo espaço, diferentes rotinas, novas colaboradoras e novos amiguinhos com quem vão poder brincar e passar os dias, lado a lado neste caminho de aprendizagem e de vida. Para outros, apesar de já conhecerem o espaço, as rotinas, os colaboradores, etc., também se deparam com novos amiguinhos, a quem terão de apoiar e com quem terão de colaborar na adaptação a todo este novo Mundo. E esta relação é tão bela, tão importante e essencial para que todos se adaptem favoravelmente e, assim, consigam ser crianças felizes nesta nova etapa de suas vidas - é tempo de

criar novos laços… é tempo de Crescer com Amor e com Emoção no Coração!

Este ano é, em especial, um ano de novos desafios e que exigirá muitos cuidados e rotinas para que possamos promover o desenvolvimento das nossas crianças, em segurança física e psicológica, isto porque o Mundo está a ser assolado por uma pandemia que a todos nos deixa receosos e amedrontados! Contudo, nós, Profissionais de Educação, com o apoio incondicional das Famílias e da Direção do Centro Social e Paroquial da Borralha iremos, certamente, encontrar a melhor forma e as melhores técnicas lúdico-pedagógicas para que, num clima de segurança e confiança, possamos desenvolver integralmente cada uma das nossas crianças.

Assim, após um tempo de reflexão, de observação e de acompanhamento ao lado de cada criança que compõe o meu grupo de Pré-escolar, estão reunidas as condições para definir objetivos coerentes e adequados para o projeto curricular deste ano, integrado num espaço físico, este ano adaptado à nova realidade que impõe as regras de limpeza e higienização dos espaços, tal como num contexto social específico, sempre orientado pelos normativos oficiais que regulam a educação pré-escolar.

Este projeto curricular é um programa orientativo inserido no Projeto Educativo da Instituição “Emoções, Cidadania e Desenvolvimento”, mais especificamente integrado no sub-tema “Emoções”. Abrange essencialmente a área curricular da Formação Pessoal e Social e pretende que as crianças do grupo reconheçam, identifiquem e aprendam a lidar com as diferentes Emoções que vão surgindo no nosso dia-a-dia, sejam elas agradáveis ou desagradáveis.

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Em suma, sendo a etapa do pré-escolar uma fase da vida repleta de descobertas e conquistas, é uma ótima idade para começar a desenvolver as competências socio emocionais. A promoção do desenvolvimento emocional e social em idade pré-escolar contribui para o desenvolvimento integral de crianças saudáveis, de crianças que olham para o Mundo e para a Vida com olhos de Amor!

“Só se vê com o coração… …o essencial é invisível aos olhos!”

(Antoine de Saint-Exupéry)

Caracterização do Grupo e Espaço

Caracterização do grupo de crianças

O grupo do Pré-escolar II é constituído por vinte e cinco crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos:

Idade Sexo

3 anos 4 anos 5 anos Total

Masculino 2 5 3 10

Feminino 4 5 6 15

Total 6 10 9 25

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A turma do Pré-escolar II é formada por crianças dos 3 aos 6 anos, sendo que em termos de género é um grupo maioritariamente feminino. Morfologicamente, o grupo conta com 9 crianças de 5/6 anos, 10 de 4/5 anos e 6 de 3/4 anos, conforme se pode verificar pelo gráfico abaixo apresentado.

0 5 10 15 20 25

3 anos 4 anos 5 anos Total

Masculino Feminino Total

Gráfico 1: Estrutura do grupo de crianças do Pré-escolar II

Esta heterogeneidade que se vislumbra enriquece todo o processo de ensino-aprendizagem, pois cada criança é única, com interesses e capacidades diferentes que irão partilhar e complementar-se mutuamente facilitando assim, a multiplicidade de aprendizagens e saberes.

No que concerne às crianças de 3/4 anos, é de salientar que todas elas proveem diretamente da Creche da nossa Instituição, o que facilitou a adaptação pois já visitavam, por vezes, as salas do pré-escolar e brincavam um pouco com as crianças da pré, no âmbito do projeto de articulação vertical entre Creche e Pré-escolar, que favorece bastante a futura adaptação das crianças à nova resposta. Contudo, este projeto infelizmente foi interrompido pelo confinamento a que todos nos vimos obrigados em março de 2020. Apesar dessa constrangedora realidade, as crianças adaptaram-se muito favoravelmente ao novo espaço do pré-escolar e interiorizaram regras e rotinas sem constrangimentos, apesar de uma delas ainda chorar um pouco pela mãe, custando-lhe um pouco o momento de separação. O afeto dos adultos e a promoção do seu envolvimento nas tarefas em cooperação com os adultos acalmam-na e ela fica bem e mais calma, passando o resto do dia com alegria e satisfação.

O registo da integração de todas as crianças e, consequente avaliação da mesma, é realizado tendo como base o Plano de Acolhimento Inicial, em concertação com a família. Este Plano de Acolhimento é elaborado pela responsável de sala, em articulação com a auxiliar de educação e partilhado com os encarregados de educação.

Todas as crianças do grupo são ativas e curiosas, demonstrando muito interesse em aprender. São autónomas nas suas escolhas e relativamente ordenadas nas suas brincadeiras quando em ambiente

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de sala, apesar de, por vezes entrarem em conflitos mútuos, que são incentivados a resolver pela negociação democrática. De uma forma geral, interagem positivamente entre pares e com os adultos.

São crianças muito participativas nas dinâmicas e atividades propostas, verificando-se que as mais crescidas assumem o papel de protetores e orientadores das crianças mais novas, com muito carinho e responsabilidade.

De registar também que são crianças bastante comunicativas e com uma veia enorme para a música e para a Dança. Gostam de cooperar na resolução de problemas em prol do grupo. Como já referi, identificam as regras da sala e da Instituição; no entanto, por vezes “esquecem-se” de as cumprir, o que é normal, pelo que o adulto deve sempre adotar uma postura de coerência e firmeza no sentido de lhes mostrar a importância da existência e cumprimento de regras, de respeito pelos pares e pelos adultos, para que todos possam ser Felizes. Todas as crianças sabem os cuidados a ter para a prevenção da transmissão do COVID-19, identificando-o como um “bicho” que nos põe doentes e que se transmite de uns para os outros, pelo que devemos lavar muito bem as mãos, espirrar e tossir para o cotovelo, assim como manter todos os espaços e materiais limpos e desinfetados.

São autónomas na satisfação das suas necessidades básicas, quer em termos de alimentação, quer no que respeita à higiene, apesar de duas das crianças que transitaram da Creche, ainda se encontrarem em processo de controle esfincteriano. Estão ambas a evoluir favoravelmente nesta aquisição e as famílias colaboram imenso connosco, pelo que o sucesso será, certamente, garantido. Registo também que algumas dessas crianças ainda sentem alguma necessidade de fazer uma pequena sesta depois do almoço, durante o tempo da Componente de Apoio à Família. Este momento de repouso favorece a sua predisposição para a aprendizagem no período da tarde.

Apresentam um elevado autoconhecimento com capacidades de se autoidentificar e de se autocaracterizar. Não existe neste grupo grandes diferenças culturais, o respeito é constante entre todos e todas as Famílias se relacionam de uma forma harmoniosa, sendo que respeitamos cada Família como única e com as suas características próprias que devem ser valorizadas pela sua essência e individualidade.

Tendo em conta os padrões de desenvolvimento motor, ao nível da motricidade global, cada criança do grupo apresenta as competências consideradas basilares de acordo com a sua faixa etária. Em relação à motricidade fina, urge promover atividades como a dobragem, recorte, pintura, desenho, modelagem, de forma a consolidar competências nesta área e a incrementar as diversas possibilidades de exploração plástica/gráfica numa clara valorização das múltiplas linguagens das crianças. Todas gostam imenso de pintar, desenhar, rasgar, recortar, colar e modelar.

Cognitivamente, é de registar que o grupo demonstra muito interesse pelo faz-de-conta, por jogos de grande grupo, atividades de mímica, representações teatrais, música, dança, etc. O jogo

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lúdico, o jogo simbólico e a exploração de diferentes materiais e da natureza, constituem também focos de interesse das crianças do grupo e serão certamente estratégias a explorar ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem.

Em termos do domínio da linguagem oral, existem pequenas oscilações, uma vez que algumas crianças apresentam dificuldades na articulação correta de determinadas palavras. Há uma criança da faixa etária de 3/4 anos, que apresenta dificuldades significativas na linguagem expressiva. Estaremos atentos à sua evolução e serão tomadas as devidas diligências, caso seja necessário, com a concordância da família. Temos ainda duas crianças das mais crescidas, a frequentar a Terapia da Fala desde o ano anterior. Todas constroem frases com sentido, relatam acontecimentos, expressam sentimentos, emoções, ideias e vontades, tal como apresentam um vocabulário lexical alargado, de acordo com a sua faixa etária. Ao nível da compreensão, todas apresentam capacidades a esse nível, o que facilita todo o processo de desenvolvimento e de aprendizagem.

Relativamente à leitura, escrita e domínio da matemática, as crianças mostram interesse por letras e números, pelo seu agrupamento e significado, bem como por puzzles, jogos didáticos e livros. Mostram interesse pela leitura/escrita de números e letras e identificam pictogramas e símbolos com facilidade

A área do Conhecimento do Mundo/ciências é uma das áreas pela qual as crianças demonstram muito interesse, pois adoram explorar o meio social, o meio natural, os materiais e perceber como o Mundo funciona em todas as suas dimensões. São crianças curiosas e muito interessadas na descoberta de novos saberes e conhecimentos.

Revelam também interesse pelas novas tecnologias, apresentando capacidades de autonomia na sua utilização, principalmente os da faixa etária de 4/5 e 5/6 anos. Nomeiam muitos dos equipamentos que existem na sala e em sua casa, no âmbito dos audiovisuais e das tecnologias, conhecendo a que fins se destinam. As crianças mais novas adoram o computador para ouvir música e dançar, contagiando todo o grupo com uma alegria enorme!

Caracterização da Equipa

A equipa de colaboradores, responsável pelo grupo do Pré-escolar II contempla três elementos: - Florbela Oliveira – Educadora de Infância;

- Carla Simões – Ajudante de ação educativa; - Fátima Gaspar – Ajudante de ação educativa.

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De salientar, que esta equipa se prevê um grupo onde prevalece o empenho, o respeito, a dedicação, o espírito de entreajuda e a amabilidade necessárias para a promoção do desenvolvimento integral de cada uma das crianças que compõem a nossa turma, apoiando as suas famílias e nunca descurando a sua individualidade.

Características das crianças dos 3 aos 5 anos

As crianças em idade pré-escolar são autónomas, decididas, curiosas e sabem do que gostam e o que querem fazer. Descobrem o mundo através das suas brincadeiras e experiências, ao seu ritmo. Assim, através destas vivências as crianças crescem e desenvolvem competências e capacidades, conhecendo o mundo e as suas especificidades.

Seguem algumas das características específicas que as caracterizam nesta fase da sua Infância:  Reconstrói conceitualmente tudo o que constitui como ação;

 Possui a capacidade de representação verbal e de pensamento;

 Interage com os objetos, mesmo que ausentes, criando significantes que o representam, como os desenhos, os gestos, as palavras ou outros objetos;

 Manifesta as suas capacidades de representação de diferentes formas: imitação, brincadeira de faz-de-conta, imagem mental…;

 A linguagem escrita começa a fazer parte do seu sistema de representação e começa a ser um objeto de interesse para si;

 Aumenta a sua capacidade linguística, utilizando mais verbos, mais adjetivos e advérbios de tempo e de lugar;

 Apresenta uma maior e melhor coordenação motora, grossa e fina;  Amplia a duração da sua capacidade de concentração;

 Tem uma imaginação muito fértil;  Mostra espírito de iniciativa;  É curiosa, afetuosa e autocrítica.

Organização do Espaço

A organização do espaço de uma sala do Pré-escolar assenta em áreas de interesse, com espaços e materiais diversificados e atraentes, que estão ao alcance da criança, proporcionando-lhe diversas oportunidades de brincadeiras, aprendizagens, descobertas e conquistas.

Como o espaço da sala parte da opinião das crianças, que manifestam os seus interesses, é em grupo que planificamos e organizamos esse mesmo espaço. No entanto, este ano, devido à pandemia

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COVID-19, surgiu a necessidade de reformular o espaço da sala para que possamos estar confortáveis, mas com a distância social necessária à segurança de todos nós. Assim sendo, em Assembleia de Grupo, organizámos o espaço de uma forma simples, mas clara e concisa, onde as áreas de interesse estão registadas, mas poderão ser exploradas no espaço amplo da sala. As áreas encontram-se identificadas, com o nome do espaço escrito e a quantidade de crianças que pode estar em cada um desses espaços. A quantidade está registada com algarismo e quantidade.

A sala do Pré-escolar II tem as seguintes áreas de interesse:

- Área do acolhimento – esta área é alargada a toda a sala, uma vez que as crianças, atualmente, se

sentam em cadeiras agrupadas por mesas. As crianças têm opção diária de escolha da mesa, mas são incentivados a não trocar de cadeira por questões de higiene. Utilizamos esta dinâmica: no momento do acolhimento diário, nos momentos de diálogo em grande grupo, no conto de histórias, na exploração de canções, em jogos de grande grupo e em momentos de motivação/explicação para a aprendizagem. No momento do acolhimento da manhã, cantamos os bons-dias, marcamos a presença no mapa das presenças, assinalamos o estado do tempo do dia e ainda podemos vislumbrar o calendário de aniversários e o quadro das estações do ano, que permitem às crianças a aquisição e consolidação de noções de sequência temporal. Todos estes instrumentos de trabalho surgem no âmbito da temática das “Emoções”;

- Área da casinha – é o lugar onde surge o jogo simbólico espontâneo e onde as crianças assomam

muitas brincadeiras de faz-de-conta, num espaço de representação por excelência. As crianças adoram esta área e a sua imaginação ganha asas, levando-as a recriar universos de vida à semelhança da vida adulta;

- Área da Leitura – este cantinho é composto por uma estante onde estão expostos alguns livros e

outros materiais escritos. As crianças exploram estes materiais nas mesas da sala. É um dos espaços que permite despertar o interesse pela leitura e pela emergência da escrita;

- Área dos Jogos – espaço composto por mesas, com acesso a estantes com jogos didácticos e

instrumentos musicais que desenvolvem diferentes competências cognitivas e artísticas;

- Área das atividades pedagógicas e das expressões artísticas – espaço composto por mesas, com

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plásticas de modelagem, desenho, pintura, recorte, colagem, etc. Nesta área também se desenvolvem os processos de sistematização de conhecimentos na área da iniciação à matemática, à leitura/escrita e ao conhecimento do mundo/ciência. A exploração de materiais naturais, de materiais de desperdício, a realização de experiências entre outras atividades de caráter científico serão otimizadas em momentos específicos para que tudo funcione em harmonia;

- Área da Informática – cantinho que contempla uma mesa, com um computador ligado à internet e

uma coluna, para que, em pequenos grupos, se possam explorar as novas tecnologias de informação. Usamos também o computador para dinamizar diferentes atividades pedagógicas e artísticas para o grande grupo.

A sala, os seus espaços e materiais utilizados nas diversas atividades são devidamente desinfetados e higienizados ao longo do dia, de acordo com o tipo de material de que são feitos, segundo as orientações da Direção Geral de Saúde (DGS); a organização do espaço foi definida conforme as mesmas diretrizes.

Organização do Tempo

A organização e gestão do tempo na resposta social do pré-escolar é de extrema importância para o desenvolvimento da autonomia e independência de cada criança, pelo que se prevê flexível e assente numa disposição que deixe o educando tranquilo e confiante.

As rotinas diárias surgem em contextos específicos, em locais apropriados e oferecem-lhes um enquadramento social de conhecimentos, normas e regras essenciais ao seu crescimento enquanto cidadão proativo na sociedade. As rotinas específicas da sala e da Instituição permitem a cada criança, o interiorizar de noções de ordem e tempo, através da sequência de acontecimentos que se repetem no seu dia-a-dia.

Rotinas do Pré-escolar II:

 7h15m – Acolhimento das crianças;  9h00m - Atividades;

 10h10m - Distribuição do suplemento;  12h00m – Higiene;

 12h30 – Almoço;  13h20m – Higiene;

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 13h30m – Componente de Apoio à Família;  14h30m - Atividades;

 16h30m – Higiene;  16h40m - Lanche;

 17h00m - Higiene e preparação das crianças;  17h10m - Componente de Apoio à Família.

Contextualização/fundamentação do tema

Objetivos Comuns ao Projeto Educativo da Instituição:

O tema de projeto “Sentindo as Emoções” surge como potenciador de diversas competências para a identificação e expressão de emoções, sentimentos e estados de alma. Posto isto, este projeto pretende também munir as crianças de capacidades para lidar com emoções agradáveis e desagradáveis com as quais se irão confrontar no dia-a-dia, construindo assim uma Personalidade sadia e harmoniosa.

Deste modo, este projeto interliga-se com o projeto educativo da instituição “Emoções,

Cidadania e Desenvolvimento”. Para que tal aconteça, o CSPB, no decorrer deste ano letivo,

promoverá atividades educativas relacionadas com o tema Emoções. São objetivos do Projeto Educativo para este ano letivo:

1- Identificar e explorar as principais emoções e o seu impacto no desenvolvimento pessoal e social.

2- Apelar à co-responsabilização dos familiares, implicando-os nas diversas atividades desenvolvidas sobre a temática.

3- Sensibilizar para a importância da gestão e educação emocional e dotar os vários intervenientes de estratégias de ação.

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Fundamentação Teórica

“Sem qualquer exceção, homens e mulheres de todas as idades, de todas as culturas, de todos os graus de instrução e de todos os níveis económicos têm emoções, estão atentos às emoções dos outros, cultivam passatempos que manipulam as suas próprias emoções, e governam as suas vidas, em grande parte, pela procura de uma emoção, a felicidade, e pelo evitar das emoções desagradáveis”

(Damásio cit. por Reverendo, 2011)

As emoções fazem parte das nossas vidas e orientam-nos para a sobrevivência. As emoções podem ter diferentes papéis: de autorregulação, de comunicação, ou até de motivação e ação. Por exemplo, as emoções desagradáveis podem proteger-nos do perigo e orientar-nos para objetivos específicos, como é o caso do medo, que nos alerta para os perigos. As emoções agradáveis motivam-nos e ajudam a recuperar o equilíbrio depois de passarmos por experiências desagradáveis. As crianças dependem de um número de competências emocionais que funcionam para fazer com que compreendam quem são e quem são os outros.

As emoções que expressamos mostram aos outros como nos sentimos, o que irá influenciar a forma como vão reagir também. As emoções têm influência na nossa experiência, comportamento, a forma como nos vemos a nós próprios e a forma como agimos com os outros. A propensão para criar laços emocionais fortes com indivíduos particulares é um componente básico da natureza humana (Bowlby, s.d., cit. por MacIntyre, 2007), daí a importância da regulação emocional na relação com os outros e consequentemente no desenvolvimento da criança, pois segundo McCartney e Philips (2008) a natureza e qualidade das interações sociais das crianças têm um impacto significativo no seu desenvolvimento. Além disso, as nossas emoções influenciam automaticamente o significado que atribuímos às situações, determinando as nossas respostas emocionais e cognitivas conscientes.

A regulação emocional não é uma tarefa fácil, sendo que “muitas abordagens teóricas defendem que a aptidão na regulação emocional é a maior tarefa desenvolvimental” (Cole, Michel & Teti, cit. por Reverendo, 2011). A regulação emocional implica não só a capacidade de reconhecer as nossas emoções, mas também saber lidar com eles. Goleman fala-nos ainda do conceito de inteligência emocional, que define como a "...capacidade de reconhecer os nossos sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerirmos bem as emoções dentro de nós e nas nossas relações." (Goleman, 1999). Com a definição de inteligência emocional, Goleman fala-nos ainda da importância do desenvolvimento da mesma para o sucesso em vários aspetos da nossa vida.

Com base no que foi referido anteriormente, podemos afirmar que a capacidade de regulação das emoções é realmente importante, mas também uma tarefa difícil para a maioria dos indivíduos, independentemente da idade. É difícil capturar a essência da regulação emocional porque é realmente

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inseparável da experiência e expressão das emoções, estando também relacionada com a sua compreensão. A compreensão conceptual das emoções da criança desenvolve-se cedo porque as experiências emocionais têm um papel saliente, forte e central no seu dia-a-dia e nas suas relações.

António Damásio (2000, cit. por Costa, 2016) refere que o cérebro emocional está tão envolvido no raciocínio como o cérebro racional. Além disso, emoção e cognição trabalham em conjunto na criação da experiência emocional; as emoções são reguladoras de comportamento consigo mesmo e nas interações com os outros (Denham, 1998). Já Goleman (s.d., cit. por Denham, 1998) afirma que por vezes a emoção precede a cognição, por vezes é precedida pela cognição. O desenvolvimento emocional da criança está ligado ao seu desenvolvimento social, segundo Vale (2012) “saber quando mostrar ou não uma emoção, está intimamente ligado com o desenvolvimento da interação social. Assim, as crianças em idade pré-escolar que já desenvolveram esta competência, são vistas como mais adaptadas socialmente.

Objetivos Gerais do Pré-escolar:

Segundo o princípio geral da Lei-Quadro da Educação Pré-escolar, a educação de infância deve assentar nos seguintes objetivos gerais pedagógicos:

a) Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança, com base em experiências de vida democrática numa perspetiva de educação para a cidadania;

b) Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência como membro da sociedade;

c) Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem;

d) Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diferenciadas;

e) Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo;

f) Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;

g) Proporcionar à criança ocasiões de bem-estar e de segurança, nomeadamente no âmbito da saúde individual e coletiva;

h) Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança;

i) Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efetiva colaboração com a comunidade.

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Objetivos Operacionais

Áreas de Conteúdo

Objetivos Gerais Objetivos

Específicos

Objetivos Operacionais Metas / Indicadores Instrumentos

Área da Formação Pessoal e Social Área da Expressão e Comunicação: - Domínio da expressão dramática - Domínio da abordagem à linguagem oral e escrita - Domínio da Matemática 1. Promover o conhecimento de diferentes estados emocionais 1.1 Ser capaz de identificar emoções e de associá-las a expressões faciais 1.2 Ser capaz de identificar o seu estado emocional 1.1.1Exploração da história “O Monstro das Cores”, utilizando dedoches, na sala de atividades do Pré II, no 1º período. 1.2.1 Construção de um Emocionómetro, baseado na história do Monstro das Cores, para medir o estado emocional em que cada criança se encontra diariamente, na sala de atividades, no 1º período.

As crianças que participem nesta atividade devem ser capazes de identificar as emoções

mencionadas na história e de reproduzi-las através de expressões faciais.

As metas acima mencionadas serão medidas através da observação direta e de registos fotográficos.

As crianças que participem nesta atividade devem ser capazes de identificar o seu estado emocional.

A meta acima mencionada será medida através da observação direta e do registo fotográfico.

- Livro - Dedoches - Observação direta - Plano mensal - Folhas de presenças - Máquina fotográfica - Folhas de presenças - Plano mensal - Observação direta - Máquina fotográfica - Emocionómetro

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Áreas de Conteúdo

Objetivos Gerais Objetivos

Específicos

Objetivos Operacionais Metas / Indicadores Instrumentos

Área da Formação Pessoal e Social Área da Expressão e Comunicação: - Domínio das artes visuais - Domínio da abordagem à linguagem oral e escrita 2. Adquirir estratégias para lidar com emoções menos positivas 2.1. Ser capaz de expressar os seus medos 2.2. Ser capaz de se expressar sobre o que lhe provoca tristeza e o que faz quando se sente triste

2.1.1 Exploração da história “Estou com medo – do Gastão das Emoções”, no 2º período, na sala de atividades. 2.2.1 Exploração da história “Quando me sinto triste”, no 2º período, na sala de atividades.

As crianças que participem nesta atividade devem ser capazes de expressar/registar os seus medos. A meta acima mencionada será medida através da observação direta e dos registos escritos.

As crianças que participem nesta visita devem ser capazes de se expressar sobre o que as deixa tristes e sobre como lidam com essa tristeza.

A meta acima mencionada será medida através da observação direta e dos comentários verbalizados.

- Pote das emoções - Folhas de presenças - Plano mensal - Observação direta - Registos gráficos - Folhas de presenças - Plano mensal - Observação direta - Livro - Registos escritos - Pote das emoções

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Áreas de Conteúdo

Objetivos Gerais Objetivos

Específicos

Objetivos Operacionais Metas / Indicadores Instrumentos

Área da Formação Pessoal e Social Área da Expressão e Comunicação: - Domínio da abordagem à linguagem oral e escrita - Domínio das artes visuais Área do Conhecimento do Mundo 2. Adquirir estratégias para lidar com emoções menos positivas 3. Promover momentos de vivência com emoções positivas 2.3 Ser capaz de se manifestar acerca do que lhe causa Repulsa/Nojo 2.4 Ser capaz de se expressar sobre o que o deixa zangado/com raiva. 3.1 Ser capaz de se expressar sobre o que os deixa alegres/contentes/fe lizes

2.3.1 Exploração das Caixas das Sensações, com

diferentes materiais/objetos utilizando apenas o sentido do tato, no exterior, no 2º período. 2.4.1 Exploração da história “Quando me sinto zangado”, no 2º período, na sala de atividades. 3.1.1 Dinamização do jogo “Caça aos corações felizes”, no exterior, no 3º período.

As crianças que participem nesta atividade devem manifestar-se sobre o que sentem quando tocam diferentes materiais/objetos. A meta acima mencionada será medida através da observação direta, do registo fotográfico e do registo escrito.

As crianças que participem nesta atividade devem ser capazes de se expressar sobre o que os deixa zangados/com raiva e sobre a forma como lidam com esta emoção.

A meta acima mencionada será medida através da observação direta, do registo escrito e do registo fotográfico.

As crianças que participem nesta atividade devem ser capazes de se expressar sobre o que os deixa alegres/felizes/contentes e associar esse estado a um movimento corporal ou gesto. A meta acima mencionada será medida através da observação direta, do registo escrito e do registo fotográfico.

- Folhas de presenças - Plano mensal - Observação direta - Máquina fotográfica - Caixas das sensações - Pote das emoções - Registos escritos

- Folhas de presenças - Plano mensal - Observação direta - Pote das emoções - Registos escritos

- Folhas de presenças - Plano mensal - Observação direta - Pote das emoções - Corações com registos escritos

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Áreas de Conteúdo

Objetivos Gerais Objetivos

Específicos

Objetivos Operacionais

Metas / Indicadores Instrumentos

Área da Formação Pessoal e Social Área da Expressão e Comunicação: - Domínio da expressão musical Área do Conhecimento do Mundo 3. Promover momentos de vivência com emoções positivas 3.1 Ser capaz de se expressar sobre o que o que os acalma 3.1.1 Dinamização do Atelier da Calma, no salão polivalente, no 3º período.

As crianças que participem nesta atividade devem ser capazes de identificar imagens da Natureza e de ações saudáveis, que lhes transmitem calma.

A meta acima mencionada será medida através da observação direta e do registo fotográfico.

- Folhas de presenças - Plano mensal - Observação direta - Pote das emoções - Registo fotográfico - Imagens

Nesta tabela, estão expostas as dinâmicas inerentes a este Projeto Curricular e os respetivos objetivos que considero exequíveis e alcançáveis. As atividades propostas assentam nos interesses do grupo e em dinâmicas que lhes despertam muito interesse.

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Estratégias e Métodos

A programação e planificação deste projeto surgiu, como já referi anteriormente, no âmbito do Projeto Educativo da Instituição. Temo-nos deparado com uma realidade em que se denota alguma incapacidade por parte das crianças em lidar com as emoções, especialmente com as emoções mais negativas como a Raiva, o Medo, a Repulsa/Nojo e a Tristeza. Apresentam dificuldades em lidar com a frustração, em enfrentar os seus medos e limites, tendendo a evitar pedidos de ajuda e adotando posturas incorretas perante si própria e perante os outros.

Assim sendo, partindo dos interesses do grupo, iremos partir numa viagem que nos levará à descoberta das Emoções, que irá permitir falar sobre elas com naturalidade, aprendendo uns com os outros a adotar estratégias que irão aumentar a nossa Inteligência Emocional. Essa forma de Inteligência irá transformar-nos em Seres Humanos mais completos, mais saudáveis, mais altruístas e, consequentemente mais felizes.

Como tal, as metodologias de trabalho e as estratégias que serão adotadas no decorrer da implementação deste projeto, pretendem favorecer a motivação e o interesse de cada criança, sendo aliciantes e promotoras do seu desenvolvimento e aprendizagem.

Assim sendo, pretendo recorrer à exploração de histórias, de imagens, de jogos e de dinâmicas que motivem e possibilitem a assimilação de conhecimentos e de potencialidades acerca das Emoções que vivenciamos diariamente.

Em termos de metodologias de trabalho, a otimização deste Projeto Curricular e as dinâmicas desenvolvidas em contexto de sala, serão baseadas nos seguintes modelos/metodologias:

* Movimento da Escola Moderna (MEM); * Métodos de Aprendizagem Cooperativa; * Modelo Highscope.

A organização do ambiente educativo foi pensada de acordo com o MEM - Modelo da Escola

Moderna, onde toda a ação pressupõe uma negociação e partilha entre todos.

O Método de Aprendizagem Cooperativa assenta principalmente no facto de, neste grupo, existirem crianças de diferentes idades e vários níveis de desenvolvimento, assim, acredito que através da cooperação entre pares, o desenvolvimento e a aprendizagem de cada criança será certamente muito mais positivo e enriquecedor para cada uma delas. Este tipo de aprendizagem pode levar também, à diminuição dos conflitos entre as crianças e consequentemente a uma maior responsabilização de cada um pela forma de ser e de estar do outro.

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Esta é uma excelente forma de dotar as crianças de competências sociais como: o saber esperar a sua vez, o partilhar, o ajudar o outro, o ouvir atentamente, o olhar nos olhos, o expressar educadamente o seu desagrado, o encorajar, o negociar e o felicitar.

Em relação ao Modelo de Highscope, este é um método no qual se dá privilégio à

aprendizagem ativa, ou seja, “a criança vai construindo o seu conhecimento à medida que vai fazendo as suas explorações e tendo as suas experiências” (in http://www.highscope-portugal.org/pt-pt/).

Plano de atividades

Segue-se uma breve descrição das atividades previstas para implementação deste Projeto curricular. Ao longo do ano, iremos desenvolver também as atividades apresentadas no Plano Anual de Atividades, que já integra as ações propostas no âmbito do Projeto Educativo da Instituição, para este ano letivo.

 Exploração da história “O Monstro das Cores” – este conto será apresentado ao grupo através de fantoches de dedo (dedoches), utilizando também o Livro de histórias como suporte da imagem. Posteriormente, faremos a interpretação do conto, relembrando as emoções referenciadas e as cores a elas associadas. No momento da interpretação, iremos explorar as expressões faciais associadas a cada uma delas. No final, irei convidar as crianças a construir os seus fantoches do Monstro das cores, colorindo-os com as cores corretas.

 Construção de um Emocionómetro baseado na história do Monstro das Cores – iremos elaborar um medidor de estados emocionais, onde cada Emoção está representada com Monstrinhos de cores associados à história que ouvimos. No momento diário de acolhimento, as crianças serão convidadas a colocar a molinha com o seu nome/símbolo junto ao estado emocional com o qual se identificam no momento. Iremos conversar sobre estes estados emocionais diariamente e o adulto será um importante mediador para ajudar cada criança a gerir as suas emoções de uma forma natural e sem constrangimentos.

 Exploração da história “Estou com medo – do Gastão das Emoções” – iremos explorar esta história, promovendo momentos de leitura e, em Assembleia de Grupo, as crianças irão partilhar os seus medos. Posteriormente, serão convidadas a registar graficamente os seus medos e a colocá-los no Pote das Emoções. Este Pote será um objeto que ficará connosco ao longo deste projeto e será lá que iremos guardar as nossas emoções, que ficarão registadas em

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corações relacionadas com cada cor da Emoção que vamos explorando (as cores serão baseadas no conto inicial do Monstro das Cores).

 Exploração da história “Quando me sinto triste” - iremos explorar este conto, promovendo momentos de leitura e, em Assembleia de Grupo, iremos expressar-nos sobre o que nos deixa tristes e sobre a forma como podemos/devemos lidar com este estado emocional. Os vários comentários serão registados para ser colocados no Pote das Emoções, no coração da cor da tristeza. Estes corações serão picotados pelas crianças.

 Exploração das Caixas das Sensações, com diferentes materiais/objetos utilizando apenas o sentido do tato – no espaço exterior, as crianças terão acesso a diferentes caixas que só poderão explorar pelo tato, pois estarão devidamente fechadas. Relembro que teremos os devidos cuidados de higienização das mãos antes e depois da exploração das Caixas das Sensações. À medida que vão contactando com as diferentes caixas, as crianças serão convidadas a expressar-se sobre o que sentem quando tocam em determinados materiais: sensação de nojo/repulsa ou sensação agradável. Posteriormente faremos o registo escrito do que lhes causou repulsa no coração da cor do Nojo/Repulsa para colocarmos no Pote das Emoções.  Exploração da história “Quando me sinto zangado” - iremos explorar esta história,

promovendo momentos de leitura e em Assembleia de Grupo iremos expressar-nos sobre o que nos deixa zangados/com raiva e sobre a forma como podemos/devemos lidar com este estado emocional. O que reconhecem como situação que lhes provoca raiva/estar zangado irão registar graficamente para ser colocados no Pote das Emoções, no coração da cor da raiva. No final iremos registar, num Painel de Grupo o que devemos ou não fazer quando nos sentimos muito zangados ou com raiva.

 Dinamização do jogo “Caça aos corações felizes” – esta dinâmica será uma Caça ao Tesouro, onde cada criança deve recolher pelo menos um Coração Feliz. Logo que todos os corações tenham sido encontrados, as crianças irão expressar-se sobre o que as deixa felizes/contentes/alegres e, de seguida, faremos uma dinâmica que implica que cada criança associe um gesto ou movimento corporal ao seu estado emocional, recordando a canção “Se eu estou contente eu bato as palmas, etc”. Posto isto, iremos colocar no Pote das Emoções o nosso coração alegre onde o adulto irá registar o que a criança verbalizou acerca do que a deixa alegre. Estes corações serão coloridos pelas crianças.

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 Dinamização do “Atelier da Calma” – o adulto irá espalhar pelo salão polivalente várias imagens da Natureza e de ações saudáveis (ex: uma pessoa a dormir) e, ao som de uma música relaxante, as crianças terão que recolher a imagem que entendem representar algo que lhes transmita calma, à ordem do adulto. Terminada a dinâmica, iremos colar essas imagens nos corações da cor da Calma para colocar no Pote das Emoções.

Recursos

Recursos

Físicos Humanos Materiais Logísticos

- Espaço interior - Espaço exterior - Crianças, Educadora, Auxiliares, Encarregados de Educação, Famílias, Comunidade Educativa e Parceiros - Material didático, material de desgaste, materiais diversos, máquina fotográfica, computador, colunas ____________

Caracterização das Áreas de Desenvolvimento descritas nas Orientações Curriculares:

As Orientações Curriculares previstas para a Educação Pré-Escolar (OCEPE), constituem um conjunto de princípios que orientam a Educadora de Infância na sua prática pedagógica e intencionalidade educativa, conduzindo assim, de uma forma fundamentada, todo o processo educativo a desenvolver com as crianças.

As diferentes áreas de conteúdo são consideradas como referências a ter em conta na sua planificação e na avaliação de experiências e oportunidades educativas, não sendo compartimentos estanques a serem abordados separadamente.

Como tal, enquanto Profissional de Educação, é minha pretensão articular corretamente a abordagem das diferentes áreas de conteúdo, de modo a que se integrem num processo flexível de aprendizagem que corresponda às minhas intenções e objetivos educativos, respeitando cada criança como ser único e individual que comporta necessidades físicas, cognitivas, afetivas e relacionais distintas e singulares. Passo a uma breve apresentação das novas orientações curriculares:

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 Área da Formação Pessoal e Social:

- Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural; - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural;

- Cuidar de si e responsabilizar-se pela sua segurança e bem-estar;

- Ir adquirindo a capacidade de fazer escolhas, tomar decisões e assumir responsabilidades; - Ensaiar diferentes estratégias para resolver dificuldades e problemas;

- Participar nas decisões sobre o seu processo de aprendizagem; - Cooperar com os outros no processo de aprendizagem;

- Desenvolver o respeito pelo outro e pelas suas opiniões; - Respeitar a diversidade e ser solidário;

- Desenvolver uma atitude crítica e interventiva relativamente ao mundo que o rodeia; - Conhecer, valorizar e preservar o património natural e cultural.

 Área de Expressão e Comunicação:  Domínio da Educação Motora:

- Cooperar em situações de jogo, seguindo orientações e regras; - Dominar movimentos que impliquem deslocamentos equilíbrios; - Controlar movimentos de perícia e manipulação.

 Domínio das Expressões Artísticas:  Artes Visuais

- Desenvolver capacidades expressivas e criativas;

- Reconhecer e mobilizar elementos de comunicação visual; - Apreciar diferentes manifestações de artes visuais.

 Dramatização

- Utilizar e recriar o espaço e os objetos, atribuindo-lhes múltiplos significados em atividades de faz-de-conta;

- Inventar e experimentar personagens e situações de dramatização; - Apreciar diferentes manifestações de arte dramática.

 Música

- Identificar e descrever os sons que ouve;

- Interpretar com intencionalidade expressiva-musical cantos rítmicos, jogos prosódicos e canções;

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- Valorizar a música como fator de identidade social e cultural.  Dança

- Desenvolver o sentido rítmico e de relação com o corpo, com o espaço e com os outros; - Expressar pela Dança, sentimentos e emoções;

- Refletir sobre os movimentos rítmicos e coreografias que experimenta e/ou observa; - Apreciar diferentes manifestações coreográficas.

 Domínio da Linguagem oral e abordagem à Escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas;

- Usar a linguagem oral em contexto, conseguindo comunicar de modo adequado à situação; - Tomar consciência gradual sobre diferentes segmentos orais que formam as palavras; - Identificar palavras numa frase;

- Identificar se uma frase está correta ou incorreta e corrigi-la se necessário; - Identificar funções no uso da leitura e da escrita;

- Usar a leitura e a escrita com diferentes funcionalidades no dia-a-dia; - Reconhecer letras e aperceber-se da sua organização em palavras; - Aperceber-se do sentido direcional da escrita;

- Estabelecer relação entre a escrita e a mensagem oral;

- Compreender que a leitura e a escrita são atividades de prazer e satisfação;

- Estabelecer razões pessoais para se envolver com a leitura e a escrita, percebendo a sua importância;

- Sentir-se competente e capaz de usar a leitura e a escrita, em formas iniciais e não convencionais.

 Domínio da Matemática:

- Identificar quantidades através de diferentes formas de representação;

- Resolver problemas do quotidiano que envolvam pequenas quantidades, recorrendo à adição e à subtração;

- Recolher informação pertinente para dar resposta a questões colocadas, usando metodologias adequadas;

- Utilizar e interpretar gráficos e tabelas simples para organizar informação; - Localizar objetos utilizando conceitos de orientação;

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- Tomar o ponto de vista dos outros e o que pode ou não ser visto de uma determinada posição; - Reconhecer e operar com formas geométricas e figuras, descobrindo e identificando padrões, simetrias e projeções;

- Compreender que os objetos têm atributos que permitem compará-los e ordená-los; - Escolher e usar unidades de medida de acordo com o contexto;

- Mostrar interesse e curiosidade pela matemática, compreendendo a sua utilidade; - Sentir-se competente para lidar com noções matemáticas e resolver problemas.

 Área do Conhecimento do Mundo

- Apropriar-se do processo de desenvolvimento da metodologia científica: questionar; prever; experimentar; recolher, organizar e analisar informação; concluir e comunicar os resultados; - Tomar consciência da sua identidade e pertença a diferentes grupos;

- Reconhecer unidades básicas de tempo diário, semanal, mensal e anual; - Conhecer elementos centrais da sua comunidade;

- Estabelecer relações entre o presente e o passado; - Conhecer e respeitar a diversidade cultural;

- Compreender e identificar as características dos seres vivos e comparar e distinguir animais e plantas;

- Compreender e identificar diferenças e semelhanças entre diversos materiais;

- Identificar, descrever e procurar explicações para os fenómenos e transformações que surgem no meio físico e natural;

- Demonstrar cuidados com o seu corpo e de segurança;

- Manifestar comportamentos de preocupação com a conservação da Natureza e respeito pelo Ambiente;

- Reconhecer os recursos tecnológicos do seu ambiente e suas vantagens e desvantagens; - Utilizar diferentes suportes tecnológicos nas atividades do dia-a-dia;

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Plano de formação/informação

Mês Tema Responsável Destinatários

Janeiro 2021 “Inteligência

Emocional”

Professor de Atividade Físico-Motora José Silva

Grupo do Pré-escolar II

Aspetos inovadores do projeto e mais-valias para o grupo de clientes

Em termos de aspetos inovadores, registo que este projeto contempla por si só uma temática que reflete uma mais valia para o desenvolvimento global da criança, isto porque através dele pretendemos que as crianças conheçam e aprendam a expressar-se sobre o que sentem, sem constrangimentos. Esta abertura pessoal irá facilitar a aquisição de estratégias, atitudes e posturas que permitirão a cada criança o gerir todas as suas emoções de uma forma positiva em busca da Felicidade.

As crianças serão convidadas a explorar Emoções, a dar-lhes um nome e a reconhecê-las no seu dia-a-dia, favorecendo o aumento da sua Inteligência Emocional.

Também irão conhecer melhor o “outro” e o seu “interior”, aprendendo a respeitar as diferenças e as particularidades de cada um, o que irá favorecer um maior entendimento e compreensão entre todos.

Este projeto assume-se como um potencial promotor das relações sociais e do aumento da autorregulação, da motivação e da comunicação.

Metodologia de divulgação do projeto

A relação de confiança e proximidade que se constrói com as Famílias e com toda a comunidade educativa e envolvente, assenta numa comunicação aberta e objetiva. A divulgação do presente Projeto Curricular às Famílias será por correio eletrónico, uma vez que não o poderei apresentar em reuniões presenciais, como seria normal. A comunicação com os pais é algo que continuo a privilegiar e que pretendo que seja permanente, quer por contactos pessoais, no momento de receção e entrega da criança, quer por contactos telefónicos e por correio eletrónico.

A divulgação da implementação do respetivo Projeto irá materializar-se, ao longo do ano letivo, na planificação mensal das atividades de sala e respetivas avaliações, nos registos escritos por email, nos registos fotográficos, pelo Facebook e pelo site da Instituição.

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Metodologia de avaliação do projeto

A avaliação de um projeto implica um acompanhamento permanente das ações implementadas, no sentido de se detetar eventuais constrangimentos que necessitem de reestruturação e para que se registem também, todos os efeitos positivos que advêm da otimização do mesmo.

O quadro avaliativo deste Projeto Curricular será operacionalizado através de diferentes instrumentos, tais como: os registos escritos e fotográficos das atividades desenvolvidas pelas crianças que irão constar dos portfolios; na avaliação pelos Perfis de Desenvolvimento e nas avaliações descritivas trimestrais. Registo que a avaliação individual da criança assume um carácter qualitativo, assumindo-se como um meio descrição da sua aprendizagem, de forma a valorizar as suas formas de aprender e os seus progressos.

Essa avaliação contínua integra também a avaliação dos Planos Mensais e os relatórios de avaliação do projeto, realizados no final de cada período.

De referir ainda que os momentos de planificação e avaliação, realizados com as crianças e com as auxiliares, relativamente ao desenrolar das atividades e das aprendizagens, constituem sempre a base de uma apreciação fidedigna para o educador e um excelente suporte para a sua planificação futura.

Conclusão

Este projeto curricular assenta numa abordagem ao tema das “Emoções” e pretende-se que seja um instrumento de enriquecimento pessoal onde, como tenho vindo a referir, cada criança possa explorar diferentes Emoções (mais ou menos agradáveis), exprimindo-se sobre as mesmas com facilidade e de diferentes formas. Pretende-se também que se assuma como um instrumento de enriquecimento social, onde cada criança do grupo possa contribuir para a vivência de experiências socio emocionais de extrema riqueza.

Em suma, este projeto encontra-se inserido no âmbito da Área da Formação Pessoal e Social que “tem a ver com a forma como as crianças se relacionam consigo próprias, com os outros e com o mundo, num processo de desenvolvimento de atitudes, valores e disposições que constituem as bases de uma aprendizagem bem sucedida ao longo da vida e de uma cidadania autónoma, consciente e solidária” (OCEP, 2016).

Posto isto, é expectável que este projeto constitua para cada uma das crianças do grupo, uma oportunidade de excelência para continuar a progredir favoravelmente no seu processo diário de desenvolvimento e aprendizagem, bem como irá favorecer de uma forma inequívoca para a construção da sua personalidade, que se pretende única, firme e harmoniosa!

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Bibliografia

 Ministério da Educação (2016). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação/Departamento da Educação Básica;

 Ministério da Educação (1998). Qualidade e Projecto na Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação/Departamento da Educação Básica;

 Projeto Educativo do Centro Social e Paroquial da Borralha (2017/2020);

 “O Principezinho”, disponível em

https://www.livros-digitais.com/autor/antoine-saint-exupery Webgrafia  http://www.highscope-portugal.org/pt-pt/;  https://eg.uc.pt/bitstream/10316/83924/1/Relat%C3%B3rio%20de%20est%C3%A1gio%20 In%C3%AAs%20Almeida.pdf Anexos:

 Plano anual de atividades Data: 14 de outubro de 2020

O Responsável pela Elaboração: Florbela Oliveira

Pelas Parcerias: ______________________________________ Pela Instituição: ______________________________________ Os clientes/utentes:

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