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Bacia Do Piraponema: desafios para efetivação e cumprimento do Plano de Bacia

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Academic year: 2021

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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-06-6

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EIXO TEMÁTICO:

( ) Biogeografia e a Paisagem

( ) Biogeografia e as Mudanças Climáticas ( X ) Biogeografia e a Educação Ambiental ( ) Biogeografia e Saúde ( ) Biogeografia Histórica ( ) Biogeografia e Conservação ( ) Biogeografia e Agronegócio ( ) Biogeografia e Agroecologia ( ) Biogeografia e SAFs

( ) Biogeografia e a Educação Ambiental

Bacia Do Piraponema: desafios para efetivação e cumprimento do Plano

de Bacia

Danielle Cristina Granado Romero Tania Regina Blonski Carnelosi Viviane Segantin

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RESUMO

O presente estudo trata do processo de implementação da gestão de recursos hídricos por comitês de bacias hidrográficas e os desafios para efetivação e cumprimento dos planos de bacia, identificando fatores que interferem nesse processo. Para apuração dos resultados almejados utilizou-se a Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, bem como os princípios de gestão integradora, descentralizadora e participativa. Como o plano de recursos hídricos é tema de grande extensão, sendo instrumento estudado e regulamentado dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos, o presente estudo se dedicará a trazer considerações sobre a bacia do Piraponema, trazendo a necessidade de planejamento, sua importância, objetivos, necessidade de gerenciamento e de traçar educação ambiental. Também será abordada a importância de disseminação de conhecimento dos recursos hídricos para sensibilização e tomadas de decisões pautadas no interesse coletivo, considerando aspectos ambientais e sociais e não apenas econômico, em direção a um modelo de desenvolvimento sustentável através da educação.

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INTRODUÇÃO

O presente estudo trata do processo de implementação da gestão de recursos hídricos por comitês de bacias hidrográficas e os desafios para efetivação e cumprimento dos planos de bacia, identificando fatores que interferem nesse processo.

Para apuração dos resultados almejados utilizou-se a Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, bem como os princípios de gestão integradora, descentralizadora e participativa.

Como o plano de recursos hídricos é tema de grande extensão, sendo instrumento estudado e regulamentado dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos, o presente estudo se dedicará a trazer considerações sobre a bacia do Piraponema, trazendo a necessidade de planejamento, sua importância, objetivos, necessidade de gerenciamento e de traçar educação ambiental. Também será abordada a importância de disseminação de conhecimento dos recursos hídricos para sensibilização e tomadas de decisões pautadas no interesse coletivo, considerando aspectos ambientais e sociais e não apenas econômico, em direção a um modelo de desenvolvimento sustentável através da educação.

DESENVOLVIMENTO

Em 8 de janeiro de 1997 foi editada a Lei 9.433, conhecida como Lei das Águas que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, conhecido pela sigla PNRH e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, também conhecido pela sigla Singreh.

A Lei das águas foi um fator condicionante na criação de um sistema nacional que integra todas as esferas de Poder (União, Estados e Municípios), pois trouxe em seu texto normativa um caráter inovador e de cunho participativo, descentralizado, com princípios e diretrizes.

É descentralizado porque deve o Estado compartilhar com os diversos segmentos da sociedade a proteção da água, além de ser a primeira lei, após a promulgação da Constituição Federal de 1988 a trazer elemento água como um bem, que merece proteção dentro da estrutura global ambiental.

A lei supra, em seu artigo 1º, traz os principais fundamentos que disciplina a Política Nacional de Recursos Hídricos, identificando a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, priorizando seu consumo aos seres humanos e animais, sendo necessária a criação de uma gestão adequada, através da participação de usuários, sociedade e governo.

A Política Nacional de Recursos Hídricos possui os seguintes objetivos: obter verba para a recuperação das bacias hidrográficas brasileiras, estimular investimento em despoluição, dar ao usuário uma sugestão real do valor da água e incentivar a utilização de tecnologia limpa e poupadora de recursos hídricos.

Entretanto, cabe à União e aos Estados, em suas respectivas esferas, implementar o Singreh, que irá legislar sobre as águas e organizar, a partir das bacias hidrográficas, um sistema de administração dos recursos hídricos. É através dessa administração que também será possível

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identificar os conflitos pelo uso da água e disciplinar os processos administrativos que serão realizados.

Integram o Singreh: o Comitê de Bacias Hidrográficas (CBH) que atuam, em conjunto com o Poder Público, sociedade e usuários da água, para aprovar as políticas acerca dos recursos hídricos de cada bacia hidrográfica. Como também o Conselho Nacional de Recursos Hídricos que irá auxiliar na gestão dos recursos hídricos.

A necessidade de gestão de recursos hídricos é importante por integrar uma série de iniciativas com objetivo de atender as normas legislativas vigentes, eis que a água é recurso natural fundamental para a manutenção da vida no planeta.

Do ponto de vista político, a água também é um bem público que, embora possa ser explorado economicamente, deve ser acessado em formato potável à todos os seres vivos.

Além dos entes mencionados, também temos a ANA (Agência Nacional de Águas), criada no ano de 2000 pela Lei 9.984, que é agência reguladora que elabora planos de recursos hídricos para bacias hidrográficas de domínio da União, que serão àquelas que passam por mais de um Estado ou país. Porém, quando se trata de bacia de domínio estadual, a ANA só atua como apoiadora técnica na elaboração de planos, bem como no planejamento como enquadramento dos corpos d’água.

Além dos órgãos que vão se relacionar e se auxiliar mutuamente para a promoção de uma gestão das águas, a Lei 9.433/1997 previu os Planos de Recursos Hídricos que são documentos que tem por objetivo definir a agenda dos recursos hídricos de uma região, incluindo informações sobre ações de gestão, projetos, obras e investimentos, além de fornecer dados atualizados que contribuem para o enriquecimento da base de dados da Agência Nacional de Águas (ANA). A elaboração dos planos também consta com órgãos governamentais, da sociedade civil, dos usuários e de diversas instituições que participam do gerenciamento dos recursos hídricos. Os planos de recursos hídricos, enquanto instrumento da Política Nacional de Recurso Hídrico, busca envolver a sociedade civil no planejamento e tomada de decisões.

Assim, a elaboração de um estudo que compreende os Planos de Recursos Hídricos é de extrema importância, como instrumento participativo para a Gestão dos Recursos Hídricos.

Em decorrência das diferentes formas de uso das águas, os planos são elaborados em três níveis: bacia hidrográfica, nacional e estadual.

No que tange aos ambientes que formam as bacias hidrográficas, em especial a Bacia do Piraponema, também será necessário obter um processo de gestão, observando as encostas, matas ciliares, controle populacional, controle da erosão nas margens dos rios, dentre outros. Ainda, se faz necessário uma cobrança pelo uso de recursos hídricos, porém quando não há um órgão que fiscalize, a estruturação de apoio do CBH é realizada através de termo de parceria (regulamentado pela Lei 9.790/99) ou termo de colaboração (Lei 13.019/2014).

A bacia do Piraponema é unidade hidrográfica que drena a vertente esquerda do rio Paranapanema, juntamente com mais três unidades do estado de São Paulo, formando a bacia do Paranapanema, que drena o norte do Paraná e o Sul do de São Paulo, integrando a bacia do rio Paraná.

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Como não possui um órgão de cobrança pelo uso, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema, possui termo de colaboração nº 001/2017, com uma entidade delegatária ou de apoio denominada ABHA Gestão de Águas.

Através da elaboração do plano das bacias: Pirapó e Paranapanema 3 e 4 – Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos Piraponema, realizado pelo Engecorps em 2016, cuja responsabilidade era da ÁguaParaná foi definido como meta: a) aumento da disponibilidade hídrica em bacias críticas; b) redução de perdas nas redes de abastecimento público de água projetando medidas até 2018 e até 2030, para que haja uma redução de perdas nas redes de abastecimento de águas urbanas superiores a 30%; c) redução de cargas de poluentes, com reenquadramento dos cursos d’água e previsão de obras para tratamento de esgotos domésticos e industriais, além de redução de cargas orgânicas; d) redução de consumo de irrigação; e) conservação ambiental: objetivando a recuperação de 50% da áreas de nascentes e degradadas, priorizando as unidades de conservação; f) gerenciamento e controle de ocupação em áreas inundáveis elaborando um zoneamento e remoção de residências localizadas em áreas de inundação, com projeções de 2018, 2022 e 2030; g) complementação da rede de monitoramento hidroclimatológico e da qualidade das águas superficiais; h) monitoramento quanti-qualitativo das águas subterrâneas; i) programa de educação ambiental e comunicação social, com a colocação de 50% de professores na rede de ensino fundamental para a aplicação da educação ambiental no ano de 2018, aumentando para 80% para o ano de 2022 e 100% para o ano de 2030.

Essas ações são realizadas com objetivo de conservação da qualidade da água através de um programa de redução de poluentes e monitoramento da qualidade das águas, como também ações de conservação ambiental destinada à preservação de áreas permanentes e recuperação das áreas que foram degradadas, além do controle de erosões e assoreamento.

O balanço hídrico realizado apontou existência de bacias em situação preocupante, crítica e muito crítica, exigindo um investimento voltado para o aumento da disponibilidade hídrica. As situações mais críticas foram localizadas em rios e córregos que são mais próximos das nascentes decorrentes de esgoto sanitário, dejeto das atividades industriais, além do porte orgânico elevado.

Em contrapartida, a UGRHI Piraponema apresenta condições favoráveis de balanço hídrico dos aquíferos e grande potencial para expansão do uso de recursos hídricos subterrâneos.

No entanto, para obtenção de um resultado favorável se faz necessário uma efetiva mudança na cultura agrícola na região, conscientizando os agricultores de que necessitam fazer uso da água de acordo com cada espécie de cultivo e para cada estágio de crescimento, não gastando de modo exorbitante o elemento mais importante que temos que é a água.

Por isso que, se faz imprescindível a implantação de programas de educação ambiental que terão como objetivo a conservação dos recursos hídricos, conscientizando da necessidade de se combater o desperdício e incentivar o reusam da água quando possível.

Além da conscientização e da postura ativa da população e dos governantes na preservação da água e do seu uso de modo adequado, o objetivo maior visa o fornecimento e a disponibilidade

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de água para as gerações futuras com padrões de qualidade e não uma água com resíduos de esgoto.

No ano de 2019, foram realizados dois comitês no Estado do Paraná, uma em Maringá e outra em Londrina, para que fossem traçados medidas de atuação e criação do plano da bacia, que juntado com o estado paulista, tentam promover a proteção das águas.

Entretanto, necessário registrar que, todo plano de gestão necessita de orçamento elevado para que os resultados sejam alcançados, motivo que valores são cobrados pelo uso da água, justamente para que os valores angariados sejam destinados a proteção do rio, onde 92,5% são utilizados para ações e obras previstas nos planos de bacia e 7,5% para o custeio administrativo do SEGRH. Isso porque, para se concretizar o processo de proteção, conservação, recuperação e tratamento há a necessidade de utilização de diversos meios tecnológicos.

CONCLUSÃO

Concluímos no presente trabalho que a destruição das águas pode ocorrer não só da conduta humana, através de dejetos ou lixos, mas também de erosão, crescimento populacional exacerbado, sendo necessária uma gestão dos recursos hídricos que protejam as bacias. Isso porque, através de uma gestão e um plano de bacia hidrográfica, formados com a participação do Estado e de toda a sociedade, a água, que é bem indispensável a sobrevivência humana, animal e vegetal, vai se extinguir.

A conscientização de todos pela necessidade do uso sem excesso, a utilização de mecanismos alternativos para agricultura ou para descarte de dejetos domésticos e industriais, além de adoção de medidas de preservação é imprescindível para que no futuro seja garantida, sem indício de escassez a água para potável.

No entanto, para que seja colhido resultados positivos de preservação e fornecimento de água, há necessidade de se traçar métodos eficazes de implementação e viabilização de políticas públicas, demarcando as áreas que podem ser destinadas a uso e ocupação de terra, agricultura, pesca, conservação, recreação, indústria, dentre outros.

Precisa-se para proteger a água, preservar as fontes de abastecimento superficial e/ou subterrâneo, além da conservação dos mananciais, otimizando o reflorestamento e protegendo a vegetação, diminuindo a incidência de áreas degradadas.

No entanto, toda a gestão ou plano só surtirá resultados positivos há longo prazo, se houver a colaboração direta de instituições, poder público e da sociedade em geral, concretizando a descentralização trazida pela Lei 9.433/97.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Artigo: Lei das águas do Brasil completa 20 anos. Disponível:

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BRASIL. Lei 13.019, de 31 de julho de 2014. Estabelece o regime jurídico de parceria entre a

administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua colaboração, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordo de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as Leis nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999.

BRASIL. Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm. Acesso em 31 de maio de 2020.

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9790.htm.

CAZULA, Leandro Pansonato. MIRANDOLA, Patrícia Helena. Bacia hidrográfica – conceito e importância como unidade de planejamento: um exemplo aplicado na bacia hidrográfica do Ribeirão Lajeado/SP. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Três Lagoas/MS – nº 12 – Ano 7, Novembro 2010.

SALLES, Carolina. O que é a Lei das águas. Disponível:

https://carollinasalle.jusbrasil.com.br/artigos/154075380/o-que-e-a-lei-das-aguas. Acesso em 31 de maio de 2020.

INSTITUTO DAS ÁGUAS DO PARANÁ. Elaboração do Plano das Bacias: Pirapó e Paranapanema 3 e 4 – Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos Piraponema. Engecorps Engenharia S.A. Dezembro/2016. Acesso em 01 de junho de 2020.

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