MANUEL FARINHA DOS SANTOS
Artefactos
do Paleolítico superior
da Gruta
do Escoural
MONTEMOR-O-NOVO 1990
Artefactos do Paleolítico
superior
da Gruta do Escoural
(Montemor-o-Novo, Évora)
1. INTRODUÇÃO
Mário Varela
Gomes·,
João Luís Cardoso**
e Manuel Farinha dos Santos***
A Gruta do Escoural, descoberta em 1963, e oouteiro onde esta se insere, constituem
um dos mais
significativos
arqueossítios da
Península Ibérica (fig.
1). De facto, esta
cavidade subterrânea foi frequentada
desde o Paleolítico médio ao Calcolítico, sendo,
sobretudo, utilizada como santuário durante o Paleolítico superior, do Solutrense antigo
ao
Magdalenense
final, e como extensa
necrópole no
Neolítico
médio.
No exterior,
identificou
-se, ainda
recentemenlC, um importante santuário rupestre
com arte esquemática,
do Neolítico final (Gomes, Gomes c Santos, 1983),
contendorepresentaçõcs de bucrânios,
de um
carro, de
um
arado, serpentiformes, covinhas, etc
.
..
, claramente anteriores
às
estruturas c níveis de ocupação de um povoado fortificado Calcolftico, com muralhas e
torres semicirculares
, que o sobrepõe e, cm parte, o destrói.
A arte paleolítica da Gruta do Escoural, constitui um santuário pluritemáticoque tem
como centro a sua única grande sala.
As
suas
pinturas e gravuras puderam, através da
análise estilístico-morfológica, de algumas sobreposições e do estudo da estratégia da
sua localizaçao ou
topologia, serem atribuídas a três momentos distintos.
As mais antigas (Solutrense) mostram cavalos c outros
quadrúpedes, ou apenas os
seus prótomos, assim como pontuações c diferentes signos geométricos, pintados de cor
* Director dos museus de Montemor-o-:\'ovo e Silves
•• Universidade Nova de Lisboa ••• Universidade Luís de Camües
negra, as mais recuadas, vemlelha ou gravadas com lfaço profundo e em locais bem visíveis.
Posteriormen te, surgem apenas gravuras, representando pequenas cabeças de equídeos e de capríneos, com a característica do interior ser preenchido por incisões múltiplas, muito finas. A este mesmo período, quedatamos do Magdalenense, pertencem abundan-tes figuras geoméu·icas. Por fim, durante o Magdalenense final e possivelmente já alcançando tempos holocénicos, gravaram-se, com lfaço finíssimo, reticulados, e scalari-formes, e outras composições de carácter geométrico, ocupando, em geral, locais dissimulados (Glory, Vaultier e Sam os, 1965; Gomes, 1983; 1985; 1990; Santos, 1964;
1967; 1972; Santos, Gomes e Monteiro, 1980).
Os artefactos agora dados a conhecer, e que se encontravam inéditos, integram-se, pelas características tipológicas, no Paleol ítico superior e são, portanto, contemporãoeos da realização das principais manifestações artísticas referidas (fig. 2).
2. INVENTÁRiO
2.1 Fragmento, contcndo porção dos volumcs mcsial c proximal, de ponta do tipo "folha de salgueiro". Foi fabricada sobre lasca de sílcx, de cor creme, oferece forma simélfica, alongada, teria base convexa e apresenta talhe cobridor bifacial, com retoques abruptos, mas delicados, sobre os bordos e de aspecto denticulado (figs. 3 e 5A). A variedade de sílex utilizada sugere ter origem em anoramentos mesozóicos da orla ocidental, particulannente nos calcários da região de Lisboa. Mede 43.8 mm de altura, 22.0 mm na maior largura, e 4.5 mm de espessura máxima.
Foi encontrado, duramc as escavações dirigidas por um de nós (M .F.S,), no di vertículo I da galeria I, sob cstrato ncolítico. Pcrtence
à
colecção do Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia (G. ESC. 984-110) e enconlfa-se depositado no Museu de Arqueologia de Montemor-o-Novo.Trata-se de um artefacto tipologicamente característico do Solutrense superior com paralclos cm oulfas cstações portugucsas, aproximando-se da forma das "folhas de loureiro" de talhe bifacial do sub-tipo L da classificação morfológica de Philip Smith (1966, 53), diferindo da descrição feita por este, dado apresentar ambos bordos denticulados.
2.2 Fragmento, contendo porção do volume distal, de zaga ia (figs. 4B e 5B). Foi talhada num osso longo indetenninado, oferece secção oval e as superffcies, de cor castanha acinzentada, mOSlfam finíssimas cslfias longitudinais. Mede 26.7 nun de comprimento, 7.7 mm na sua maior largura e 4.4 mm de espessura máxima.
(talhão 7, nfvel
60no
cms, 1966), e foi identificada aquando do estudo da fauna desta jazida (LL.C.). Pertenceà colecção do M
useu de Arqueologia de Montemor-o-Novo.Embora a Gruta do Escoural possua extensa necrópole neolftica, onde se descobriram artefactos de osso, a peça agora dada a conhecer não se confunde com a extremidade de um furador neolítico, pois mostra maior robustez, secção oval e pátina com cor própria dos materiais os teológicos dos níveis paleolíLicos desta jazida, assim como as carac-terfsticas estrias que encontramos em peças congéneres, tanto solutrenses como
magdale-nenscs.
2.3 Fragmento, contendo o volume distal e porção do mesial, de zagaia (figs 4A e 5C). Foi talhada num osso longo indcterminado, oferece secção oval na extremidade e côncava~convcxa na p
ane
mcsial. onde mOS
lra
r
eS
lO
S
de uma ranhura cCnLral.
As superfícies, bem polidas e de cor castanha acinzentada, exibem finíssimas estrias longitudinais c,tanto no topo como na metade média da face ventral, observam-se séries de curtos Lraços transversais paralelos. A extremidade distal tem ligeiro biselamcnto e nela detecta-se um pequeno levantamento, por certo result<u1\e da acção de um impacto.
Mede 98.5mm de comprimento, 10.0 mm na sua maior largurae 5.9 mm de espessura média.
Provém da escavação realizada por um de nÓs na galeria 2 (M.F.S.), pertence
à
colecção do M.N.A.E. (GR. ESC. 984.114) e foi identificada aquando do seu depósito no Museu de Arqueologia de Montemor-o-Novo (M.V.G.).Pelo facto deste fragmento de zagaia não possuir a extremidade proximal, toma-se difícil fazer a sua inclusão em (jualqucr cios morfotipos definidos por H. DClpone ct alii ( 1988).
2.4 Primeira falange antcrior direita de Cervus claphus, com duas perfuraçõcs subcirculares, medindo cerca de 4mm de diâmetro; ambas localizadas na face anterior e nas extremidades da diáfise. Estes orifícios, ligeiramente inclinados no sentido do interior do corpo ósseo, comunicam entre si (fig. 4C e 5D).
A peça oferece pátina de cor castanha, com manchas de cor cinzenta a negra, resultante da impregnação de óxidos. provavelmenle de manganés. c apresenta uma dissoluçãO da parede óssea na metade antcrior da facc postcrior.
Mede 58.1 mm de comprimento, 21.2mmdediâmetrotr<Ulsversal proximal, 14.6mm de diâmetro transversal na diáfise e 18.1 mm de diâmetro transversal na extremidade articular distal. O diâmeLro ameroposterior proximal apresenta 25.3 mm e o diâmetro anteropostcrior distal é de 15.7 mm.
Provém da escavação realizada sob a direcção de um de nós (M.F.S.), na galeria I (talhão 10, nível 230/240 cms, 2-B-329, 1966), e foi identificada aqu<Uldo do estudo da
fauna desta jazida (J.L.c.). Pertence
à
colecção do Museu de Arqueologia de MOnlemor-o-Novo.
Atendendo ao seu aspecto e possível função como pendente, objecto de adorno ou
amuleto, e, ainda,
à
profundidade em que foi recolhida na galeria onde se encontrava, julgamos tratar-se de artefacto do Paleolílico superior. ESla hipólese fica reforçada pelofaclo de peças oSleológicas de espécies exlinlas, de inqueslionável idade plislocénica
(Crocuta crocula spelaea, Dicerorhinlls hemitoechus), da mesma jazida, apr esen-tarem aspecto superficial c grau de mineralização idênticos.
2.5 Fragmelllo de tíbia esquerda de Equlls caballus, cOlllendo pane da diáfise e a eXlremidade articular dislal.
Talllo na porção proximal conservada da diáfise, como sobre o bordoesqllerdo da facc
poslerior, oferece marcas de dentes de carnívoros indeterminados mas de grande pone
(figs. 6 e 7). Na área mesial, sobre a face poslerior, evidencia-se uma superfície polida,
com brilho, que desgaslou a lábua óssea e atinge os bordos lalerais. ESle polimenlo,
claramel1le anificial, sobrepõe, no bordo esquerdo, os Iraços, deixados por dellles de camfvoro, já referidos. Sobre a área polida, anles mencionada, deleclaram-se dois
conjul1los de pequenas e finas incisões sub-paralelas, de bordos por vezes irregulares, oblíquas cm relação ao eixo da peça óssea. ESla, mostra pálina de cor castanha, amarelada, com manchas de COf cinzellta, idênticas às dos restal1les artefactos ósseos
referidos.
Mede 260.0 mm decomprimel1lo máximo, 74.0 mm de largura articular distal e 37.0
mm no diâmetro transversal da diáfisc.
Provém da escavação realizada sob a direcção de um de nós (M.F.S.), na galeria 7 (lalhão 2, C I) e foi idelllificada aquando do eSludo da fauna plislocénica desta jazida
(J.L.c.). Pertence
à
colecção do Museu de Arqueologia de MOl1lemor-o-Novo.A área polida, e as marcas de cones que esta peça apresenla, sugerem que leria sido
utilizada C0l110 suporte, por CCrlO no lCalamento c seccionamento de tecidos animais ou
vegetais.
2.6 COl1la, fabricada a panir de valva de Liltorina obtusata (fig. 5E). Oferece perfuração na face vemral, oblida por abrasão e COrle, assim como fraclurada zona apical.
Mostra pátina homogénea, de COf cinzenta escura, sClllclhaTllc à detectada nas peças anteriormente descri las.
Mede 17.0 n1l11 decol11pril11enlo, I 1.0111111 de largurae I 1.5 ml11deespessura máxima. ESle anefaclo, cOIllIariamenle ao que acolllecia com os restamcs agora dados a
conhecer, não provém do imerior da Grula do Escoural, mas do enchimelllo de uma fissura abena nos calcários aOoranles do oUleiro onde aquela se inscreve. Foi recolhido,
e identificado, em 1981, durante a escavação que dois de nós ali dirigimos (M.V.G. e M.F.S.), de colaboração com Rosa Varela Gomes, em local (QCI/C2) situado sob potentes estratos e restos de estruturas pertencentes
à
ocupação calcolítica do sítio (Gomes, Gomes e Santos, 1983; 1983-84). Pertence àcolecçãodo Museu de Arqueologia de Montemor-a-Novo.Embora encontrado isolado, tanto a pátina que apresema como o seu elevado grau de mineralização e a própria tipologia, evidenciam tralar-se de adorno, ou amuleto, do Paleolítico superior.
3.
PARALELOS E INTEGRAÇÃO CULTURALO fragmento de "folha de salgueiro" foi o primeiro artefacto, descoberto na Gruta do Escoural, a que se atribuiu cronologia paleolflica, sendo, portanto, contemporâneo de algumas manifestaçélcs artísticas. É possível que nos espólios das escavaçélcs ali
realizadas (M.F.S.) surjam outros objectos líticos com datação idêntica, como a análise ao acervo osteológico já demonstrou.
Actuela peça, conta com significativos paralelos proveniemes de estações do Maciço Calcário Estremenho, assim como da jazida do Monte da Faínha (Évora-Monte, Estremoz) (fig. I). Trata-se de níveis soluu'enses de que o mais característico é o da Gruta das Salemas (Loures), integrando pontas pedunculadas, com aletas, e pontas
"à
cran" relacionáveis com O Soluu'enseda área levantina da Península que, segundo Jordá (1963, 80), "demonstram a penetração no ocidente peninsular das pontas parpalhonenses". O mesmo horizonte cultural estaria, para aquele autor, presente na Casa da Moura (Peniche) c as pontas pedunculadas que se encontram no Solutrense médio do Parpalló seriam estranhas ao Solutrense médio francês (Jordá, 1963, 83, 86).Também E. Ripoll (1964-65) comparou o espólio das Salemas com o Solutrense superior e Solutrense - Aurinhacense final de Parpalló, tal como com o Solutrense superior da Cueva Ambrosio, reafirmando a singularidade do "Solutrense Ibérico" e as suas relaçoes com aquela jazida portuguesa. Da Gruta do Poço Velho (Cascais) provém
uma
ponta
II àc
ran"
c
u
lll
a
folha dcsalgucirodccaráclcrti
p
i
ca
m
e
nt
e
Icvantino(Ferreira. 1962; Ferreira e Roche, 1980, 9).Contudo, a indústria do Mame da Faínha, a geográficameme mais próxima da Gruta do Escoural, não mostra pontas pedunculadas de aletas, nem "folhas de loureiro" clássicas e oferece tendência para formas assimétricas, sendo, para 1. Roche (1974, 91) correlacionável com o Solutfense camábrico. Ali está presente a "folha de salgueiro", com retoques bifaciais (sub-tipo L) com bordos denticulados, semelhame à peça do Escoural (Rache, Ribeiro e Vaullier, 1968, es!. TI-3; Rache, 1972). Esta, com retoque
mais fino, ofereceria forma alongada e simétrica, pelo que pode ser situada nos finais do Solutrense. Encontra outros paralclos no Sudoeste da França (Lc Placard, Foumcau-du-Diable) (Smitb, 1966,251,261,265), ena região cantábrica, nomeadarnenteem Altamira e La Pasiega (SmiLh, 1966, 53, 54). Por outro lado, conhecem-se folhas de salgueiro bifaciais, com reLoques abruplOS, e portanto dissemelhantes da do Escoural, nos níveis superiores do Solutrensede Parpalló (Valência) (Pericot, 1952,51,53; Zilhão, 1984,50). Conforme fez notar]. Zilhão(1984, 51) aquele tipo de técnica seria "uma das característi-cas mais importantes do Solutrense superior levantino". As duas folhas de salgueiro de Vale Almoinha (Torres Vedras), por possuirem secção plano-convexa são, de igual modo, diferentes da do Escoural, aproximando-se do Solutrense superior de fácies cantábrico, embora esteja presente a ponta "à cran". No entanto, ali parece observar-se peças com bordos denticulados, aspecto que também se detecLou na GruLa do Caldeirão (Tomar) e, como referimos, na peça do Escoural (Zilhão, 1984, 41; 1987, 53). Vale Almoinha ofereceu uma datação de radiocarbono de 20.380±150 B.P. (ICEN-71), enquanto que as cronologias absolutas da Gruta do Caldeirão são bem mais recentes, entre 15.170±740 B.P. (ICEN-69) e 1O.700±380 B.P. (ICEN-72), apontando para época já Magdalenense e a existência de perturbações estratigráficas (Zilhão, 1987,20,21;
1988; 1988a).
Os dois fragmentos dc zagaia, provcniellles da Gruta do Escoural não contêm o volumc proximal, ondc melhor se definem as características tipológicas destas armas de arremesso, maioritariamente talhadas sobre haste de rena. Todavia, ambos oferecem as características eSLrias e o fragmelllo maior mostra nocorpo mesial, além de conjunLos de pequenos Lraços transversais, uma ranhura lateral. Este aspecto morfológico, sem poder ser considerado particular é mais comum no Magdalenense, onde surgem peças com bordos sub-paralelos e secção trapezoidal, ou sub-rectangular, como o exemplar do Escoural. Alguns paralelos do Fourneau-du-Diable e de Laugerie-Basse (Dordonha), de Le Placard (Charente), ou do Abrigo Grande da Gruta Blanchard (lndre), ofereceram cronologias dos finais do SoluLrense ou Magdalenense (Dei porte et alii, 1988; Smith,
1966, 251 , 261, 265).
No Fourneau-du-Diable e em Le Placard, zagaias com base em bisei simples acompanhavam "folhas de salgueiro", tal como em Isturitz (SmiLh, 1966, 330).
Do nível IV, da Gruta de EI Pendo, provém uma zagaia com base monobisclada conLendo uma ranhura ao longo da superfície ventral, assim como outras com idênticas ranhuras longitudinais, por vezes com pequenas marcas transversais no volume distal, semelhantes
à do
Escoural, com secção quadrangular, rectangular ou plano-convexa, mas tendo sido consideradas como características do Magdalenensem
cantábrico(Echegaray
etalii, 1980,157-160,185,188, fig. 78-66).
Cronologia idêntica foi atribuída por Barand
.
iaran
(1967, 292, 293) a
uma
zagaia de
base monobi
se
lada,
com secção
quadrada
c
pequenas marcas na extremidade distal, de
EI
Juyo.
Também
Onível do Magdalenen
se
II de Parpalló ofereceu
zaga
i
as,
com ranhura
lat
e
ral ou v
e
ntr
a
l
(Pericot,
1942,
80,
fig
.
49).
Deve-se a
H. Br
e
uil (1918,
36, 37)
a
id
e
ntifica
ção
d
e
fragmentos
de
zagaias, em
hast
e
d
e
cervídeo,
proveni
e
ntes da
escavação
de Nery Delgado (1867) na Casa
da
Moura
(Cesareda
,
P
e
ni
c
h
e) (fig
.
8-E,F)
.
Estas
foram então classificadas como
do
Magdalenense
amigo, cro
n
o
l
ogia ainda co
nf
er
id
a,
por aquele arqueólogo, a
um
polidor,
do
mesmo
m
a
t
e
rial,
e a a
l
g
un
s
artefa
c
tos, d
e s
oex,
como
lâmina
s,
l
a
mela
s
de
bordos
paralelo
s
,
uma
d
e
l
as
d
e
bordo abatido
e extremidade
retocada,
e
a
um raspador
so
bre lâm.ina
.
Ulteri-omleme
J.R
oc
h
e
(
1951)
procedeu
à
r
e
vi
sã
o daquelas
indú
s
trias
e
levantou a hipótese
de
as
me
s
mas p
e
rt
e
n
ce
rem ao Magdalen
e
n
se
s
uperi
or.
O
m
esmo
autor,
ein
trabalho datado
de
1964
(p. 17) conside
r
a a exis
t
ência
d
e
mai
s
de um
período
do Paleolftico superior
naque
l
e
arqueo
ss
ítio,
nom
eada
m
ente
do Solulrense (ponta
s
pedunculadas com barbeias,
lam
e
l
a
"ã
eran")
o
u
Magdalenen
se
.
A
s
indústria
s
so
lutr
e
nses foram
depoi
s
publicadas
,
sem
qu
e
a
es
t
e
período
foss
e
cOJúerido
qualqu
e
r artefacto de o
ss
o (França
,
Roche e
Ferreira,
1961).
Contudo, J.
Z
ilh
ão
(
1
987
,
38)
não con
s
id
ero
u,
em
r
ece
nt
e
trabaUlo, a
presença
de
a
r
g
um
e
nto
s c
redív
e
i
s
para
adm
itir
a
existênc
ia
de Magdalenense naquela
jaz
i
da, pelo
qu
e a
indústria
de o
sso
(polidor, zaga
ias)
seria Solutrcnse.
Do mesmo modo,
os matcr
iai
s
do
Pa
l
eol
íti
c
osup
e
rior da
gr
uta da
s
Salemas
se
riam, na totalidade, atribuíveis
ao Solutrense
(Z
ilh
ão
, 1987,40,41
).
É,
ainda,
1.Roch
e
(
1
964,17-20)
qu
e
a
ss
inala a presença de artefacto
s
so
lutren
ses
e
ma
g
dal
e
n
e
n
ses
nas
grutas
da
F
uminha
(Penic
h
e)
(Delgado,
1880)
e
Ponte
da Laje
(Oeiras) sem que, contudo,
r
e
fira a exi
s
t
ê
n
c
ia de obj
ec
tos
e
m os
s
o ou
c
hifre
.
A
já
antes
referida Gru
t
a
das
Salemas (Lo
ur
es)
of
e
receu dois n!veis arqueológicos contendo
zagaias
d
e
osso
,
um datado
do
Perigord
e
nse (com pequena ponta
de
secção
el!ptica
e
lon
ga zaga
i
a em osso pe
ni
ano de U rsus are
tos,
com
marcas paralel
as) e
outro do Solutrense
(zaga
ia de
secção e
lfpti
c
a) (fig
.
8-A,B
,C
)
(França
,
Roch
e
e
Ferreira,
1961;
Roche,
1964,
23-26;
Roche
e
Fer
reira, 1970;
Roche, Ferreira e França,
1961; Roche,
Fnmça,
Ferreira
e Zbysze
w
sk
i
,
1
962; Zbyszewsk
i,
Roche, França e Ferreira,
1961)
.
M
a
is r
eee
memente, na Lapa do Suão (Bombarral), encontraram-se
fragmentos
de
dua
s
zaga
ias,
talh
adas so
br
e
ha
s
te de
CCl"vidae,
uma de
secção
circulare outra de secÇão
elíptica,
atribuídas
ao
Ma
g
dalenense (fig. 8-D)
(Roche, 1982
,
14)
.
mais altos
do
enchimento plistocénico da Gru
t
a do
Ca
l
dei
r
ão, ao co
n
trár
i
o do quesuccdia
n
as camadas solutrenses, onde
t
a
l
i
nd
ústria escasseava, poderá ser argumento
para as
considera
r
já do Ma
gdalenense. Ta
l
hipótese concordaria com as datas de 14C obtidas
para aq
u
e
l
es es
tr
atos e, seg
undo
as
fi
guras apresentadas,
as
zagaias parecem oferecer
secçãoe
lfpti
ca (Zi
lh
ilo,
1
985,
1
46, n
9s 2 e 6). No quadro anexo ao trabalho agora referido
,
o mesmo
autor assi
n
a
l
a no nível Fa, provavelmente pos
t
-So
lu
trense, uma ponta de
zagaia
de secção arredondada.
A
con
t
a de
Lil
tOl'ina obtusata
,
enCOlllra abundantes
paralelos em
jazidas do Paleolft ico
super
i
or da
Estre
m
adura, nomeadamente
nas
Salemas onde, no nfvel Solutrense,
se
recolhe
r
am
treze conc
h
as perf
ur
adas daquele gasterópode (Ferreira e Roche, 1980
,
9, 10;
Roche, 1964,25; Zbyszewski, Roche, França e Ferreira,
1
96
1,
201).
Descobriram-se outras quarenta contas,
rea
l
izadas co
m
valvas da espécie citada, na
Lapa do Suão, onde, conforme refe
r
imos, se detectaram fragmentos de zaga
ias, datadas
do Magda
l
enense, ass
im
como
outras
contas e
dois dentes
humanos, sugerindo a
ex
i
stência de
um
enterramento (Ferreira e Roche,
1980,
9; Roche, 1982, 14)
.
A
cro
n
o
l
ogia
da Lapa do Suão
não se
poderá, para J. Zilh1\o (
1
987,55), s
itu
ar rigorosamente
adrede ao Paleolftico super
i
or.
As jaz
i
das portuguesas paleolíticas que ofereceram
"elementos de adorno"
for
am
objecto de inventário (Ferreira e Rac
h
e,
1980). Para além das já anteriormente citadas,
que
co
n
s
i
deramos
mai
s
importantes, quer do ponto de vis
t
a da quanúdade nelas
recolhid
as quer sob o aspecto da def
ini
ção cronológico-cu
ltur
a
l
dos respectivos
contex-tos,e
ntr
egara
m
ai
n
da contasdeL
ittorin
a obtusata
a Lapa da Buga
lh
eira (Torres Novas)
(1 exemplar fora de contexto) e a Lapa da Raínha (Vimeiro)
.
Os primeiros escavadores
desta
j
azida atribu
i
ram o seu contex
t
o ao Aurinhacense atfpico (Almeida
,
Santos, Roche
e Fe
rr
e
ir
a,
1
970,278); c
l
ass
ifi
cação díspa
r
da obtida por
sondagem ali realizada em 1987.
Com
efeito, verificou-se a exis
t
ência
d
e uma
ocupação So
lutr
ense
,
como
mostra
o achado
de uma
"fol
h
a de
l
ou
r
e
iro
" carac
t
erís
ti
ca (Zi
lh
ão, 1987,41). Recentemente um de nó
s
(J.L.C.) identif
i
cou
,
entre a fauna reco
l
hida nas primeiras
campanhas, o fragmelllodistal
de
uma zaga
ia, de secção elíp
t
ica, e outro possivelmente de zagaia muito pequena ou
mesmo de agulha, co
m
secção sub-quadrangular.
Tan
l
bém se ex
um
a
r
am contas
de Littorina obtusata
nas camadas superiores
da Gruta
do Caldeirão (So
lutr
ense e
Magda
l
e
n
e
n
se?) (Zilhilo,
1987
, 55).
As contas de
Littorina obtusalll com perfuração dorsa
l
ou ventral são comuns a todo
o Pa
l
eolftico superior, conhecendo-se cerca de duzentas do
nfvel
Aurinhacense
do
Ab
ri
go
B
l
anchard (Barandiaran,
1967,342,343).
uti
li
zada como pe
nd
e
nt
e, é
r
e
l
acio
n
áve
l t
a
nto
co
m a f
a
lan
ge
d
e
Vulpes
s
p do nCvel lI
ede
EI Pendo (Magda
l
ene
n
se
lll),
co
m
perf
ur
ações
perpendiculares às
e
pífi
ses,
como com
as
falanges perfuradas
de rena,
atribuCdas aos
finais do Magdalenense (Mas
d
'
A
z
il)
(Ec
h
egaray
el a
lii
,
1980, 1
64,
1
65,
187
,
fig
.
8
1-11
9). Vinte
e
quatro falanges de
Ce
rvus
elaph
u
s, perfuradas
l
a
t
era
lm
ente, fo
ram
ex
umada
s
num
.
hori
zo
nt
e
Solutr
e
n
se(?)
da
Gruta do Caldei
r
ão (Zi
lh
ão
, 198
7,55).
Porém, em algumas tr
a
ta
-se
apenas de um
a
úni
ca
perfuração lateral, o que
dificultaria
a s
ua utiliza
ção co
mo
el
e
mento de
co
lar
.
São
admissCveis outras
hipóteses sobre a
s
u
a
fun
ção, co
mo terem
se
rvido de api
to de caça ou
brinq
u
edo
infamil,
dada a sua
f
orma a
nlro
po
m
ó
rfi
ca
natur
a
l. O
exemplar do
Esco
ural
enco
nt
ra
na
prime
ir
a fala
n
ge
de
cervídeo, com
perfuração di
s
t
a
l
,
r
eco
lhida n
a
já ref
e
ri
da
Lapa da
Rainha
(Ferre
ira
e Roche,
1
980,
lO
,
fig
. 2-3),
o
se
u par
a
lelo mai
s
próximo.
A ocorrência de fa
l
a
n
ges perf
ur
adas
prolon
ga-se
no
post-glaciário
d
a
do qu
e
do
concheiro
da
Moita do Sebast
i
ão (M
u
ge)
provém um
a
primeira falan
ge
d
e
bovCd
e
o,
co
m
um
único orifCcio
na face
s
u
perio
r
(Roc
h
e,
1
960, 8
1,
fi
g. 23-7).
Signifi
ca
tivam
e
nt
e
, o
autor
n
ão
a i
n
c
lui n
os objec
t
os
d
e
adorno. També
m no
co
n
c
h
eiro
vizinho do Cabeço d
a
Amoreira (M
u
ge)
id
e
ntifi
ca
ram
-se
duas falanges de Cervidae, um
a
d
e
Cervus elaphus
,
outra
de Ca
preolu
s c
apreolus
, a
mb
as co
m
pe
rfur
ações
lat
e
rai
s
opostas que ju
s
tifi
ca
ram
a
sua
inc
lusão
na
categor
i
a dos objetos
de
adorno (Roc
h
e,
1
95
1
a,
14
7,
148,
es
l. VI, n
O
s
2
1
,22)
.
4. CONCLUSÕES
A col
ec
ção de a
rt
e
f
ac
to
s
agora
dada
a co
nh
ecer
, demonstra
a
pre
se
n
ça
de acti
vidad
e
humana
,
durame o Pa
l
eo
líti
co superior,
n
o
imerior da Grut
a
do
Esc
oural, aspecto qu
e
as
manif
es
t
ações a
rt
ís
ti
cas
a
li
descobertas, de
carác
t
er
mágico-
r
e
li
gioso
, bem
co
nfirm
a
m
.
A
sua
atr
i
buição ao Pa
l
co
lCti
co supe
ri
or,
m
a
i
s es
p
eci
fi
ca
m
e
nt
e
ao Solutrense superior,
cO
llfom1C
indica a
morfologia do fragmento
da
"
f
o
lh
a
de
sa
lgu
e
iro" e, eventualm
e
nte
,
ao
Magda
l
e
n
e
n
se
final, a atendennos
ao
s
p'tralelos qu
e s
u
s
t
e
ntam tant
o
os fra
g
m
e
ntos d
e
zaga
ia
,como
a fa
l
angcde Cerv
u
s perfurada
ou t
a
l
vez, a
ind
a, a co
nt
a
d
e
Littorina oblusata,
acompa
nh
a a cro
n
olog
i
a cO
lú
cr
ida
ao
sa
ntuário rupe
s
tr
e
. A
escassez
d
e
indú
str
i
as
atr
i
buíve
i
s
ao Pa
l
eo
líti
co s
u
pe
ri
o
r deve-se ao
fa
c
to d
e
as zonas
int
e
riore
s
das
c
avidad
es
sub
t
e
rr
âneas
não ter
e
m
sido
habitu
a
lm
e
nt
e
habitada
s
pelo Hom
e
m que, em certos casos
ecomo aconteceu
n
a Gru
t
ado Escoura
l
,
as e
l
ege
ram para
ce
nário d
e
activid
a
d
es
conotadas
com a supe
r
str
utura
sag
rada
e
de que t
a
nto as pintur
as co
mo as
g
ravuras ali
d
e
tect
a
da
s
co
m
o,
po
ss
i
ve
lm
e
nt
e
,
os a
rt
efac
t
os ago
r
a
publi
ca
do
s são
te
s
t
e
munho
.
BIBLIOGRAFIA
• Almeida
,
F.de
,
Santos
,
M
.F.
do
s
, Rache,
L,
e
Ferreira, O.
da
V.
,
1970, Notícia
pr
e
limin
ar
s
obre as
escavaçôcs
n
a Lapa da Rainh
a
(Vimeiro), Actas
da
s
I Jornada
s
Arqueológicas
da
Assoc
.
dos
Arq. Portugueses
,
vol.I, pp
. 27
1-
279
, VIl
es
t
s,
Lisboa.
• Barandiaran
,
1.
,
1
967, E
I
Paleomesolítico
d
e
I
Pirineo Occidental
,
Monografias
Arqueológica
s
, nO
3
,
443 pp., 34
es
t
s,
Za
r
agoza.
• Breuil, H., 1918, Impr
ess
i
o
n
s
d
e voyage
p
a
l
éo
lith
ique
à
Li
sbo
nn
e,
Terra Port
u
guesa
,
Anno
m,
n
Os 27,28,
pp. 34-39.
• De
l
gado, J.F.N.,
1
867,
Est
udo
s ge
ológic
os.
Da existência do
hom
e
m
no nosso
so
lo
e
m
tempos
mui remoto
s
pro
vada
pela
existência
d
as cavernas. Primeiro opú
sc
ulo
:
Notícia Ácerca
d
as G
ruta
s
d
a
C
esareda, M
e
moria
s
da
Comissão dos Serviços
Geo
l
óg
i
c
o
s
d
e
Portu
ga
l
,
Typograp
hi
a
da A
cade
mi
a
Rea
l
da
s Sc
i
e
n
c
i
as
, 131 pp.,
m
e
sts,
Lisboa.
1
88
0
,
La
gra
u
e
d
e Fu
minh
a
,
à
Peniche, Actes
du
Co
ngr
es International
d
'A
nthropol
og
i
e et d
'Archéologie Pr
é
historiqu
es, pp.
2
07-278
,
Lisbonne
.
• De
l
porte, H
.
,
et a
lii, 19
88,
Fic
h
es
t
ypo
lo
g
iqu
es d
e
I'indu
s
trie os
s
eu
se
prehi
s
toriqu
e
.
Ca
hi
er
I.
Saga
i
es,
Publi
ca
t
io
n
s
de l
'
Université de Pravence,
Aix-en
-Provence.
•
Ec
h
egaray,
LG
..
et a
lii
, 19
80
, E
I
yac
imi
e
nto de la
Cueva
de
"E
I
Pe
n
do",
Excavacione
s
19
53-57,
Bibliotheca
Prae
hi
s
torica Hispana
,
vol. XVII,
270
pp.
,
100 figs
.
, VI es
ts,
Madrid
.
• Ferreira, O. da
V.
,
1
962, O So
lu
trense
e
m Portugal,
Actas
do
XXVI Congresso Luso·
Es
panhol
da
Associação Portugue
sa
par
a o Progresso das
Ciê
n
cias,
se
cção VIl, pp
.
229-234
,
2
fi
gs,
Porto.
• Ferreira,
O.
da
V., e Rac
h
e,
L
,
19
80,
Os
e
l
e
m
entos
de
adorno
do
Paleolítico superior
de
Port
u
ga
l, Arq
u
eo
l
og
i
a, nO
2,
pp.
7-
1
1.
• França, J
.
C
.
, Rache,
L,
e Ferreira,
O
.
da V
.
, 1961
,
Su
r
I'exis
t
ence
prababled
'
un
nive
au
so
lutr
ée
n dans l
es
couches
de
l
a groue
de
Casa
da
Mou
r
a (Cesareda)
,
Comunicações dos
Serv
i
ços Geo
l
óg
i
cos de Portugal, tomo
XL
V,
pp. 365-370 .
•
Glory, A., V
a
ulti
er,
M.,eSantos
,
M.F. d
os
, 1965,
Lagroueornéed
'
Escoural (Portug
a
l
),
Bulletin d
e
l
a
Société Pr
é
hi
st
orique França
i
se
, tomo
LXTI, pp
.
110-
117.
o Gomes, M.V., 1983, A Grula do Escoural, um sanluário paleolflico, História de
Portugal, vol. I, pp. 60, 61, Publicações Alfa, Lisboa.
1985, Arte Rupestre, Dicionário Ilustrado da História de Portugal, pp.
188-190, Publicações Alfa, Lisboa.
1990, Cavalo, de cor vernlelha, da Grula do Escoural (Momemor-Q-Novo, Évora), Homenagem ao Pro
r.
Doutor Artur Nobre de Gusmão, Universidade Nova de Lisboa (no prelo).o Gomes, R. V., Gomes, M. V.,eSanlOs, M.F. dos, 1983, O santuárioexleriordo Escoural.
Seclor NE (Monlemor-o-Novo, Évora), Zephyrvs, vol. XXXVI, pp. 287-307.
1983-84, Sanluário eXlerior e povoado ealeolílieo do Eseoural, Clio! Arqueologia, nO I, pp. 77,78.
o Jordã, F., 1963, Solulrense de faeies ibcrica en Portugal, Zephyrvs, vol. XIV, pp.
80-86.
o PerieOl, L., 1942, La Cueva deI Parpalló (Gandía), Consejo Superior de Invesli
ga-ciones CieI1lífieas, 351 pp., 650 figs, XXXII eSlS, Madrid.
o Ripoll, E., 1964-65, Solulrense de lipo ibérico en Portugal, Ampurias,lomo XXVI
-XXVII, pp. 210-213.
o Rache, J., 1951, Le niveau Paléolilhique supérieur de la Graue de Casa de Moura
(Cesareda), Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, lomo XXXJT, pp. 103-123.
1951 a, Vindustrie préhistorique du Cabeço d' Amoreira (Muge), Inslilulopara a Alia Cultura-Cenlrade Estudos de EUlologia Peninsular, 161 pp., 24 figs., Porto.
1960, Le gisement mésolithique de Moita do Sebastião (Muge-Portu -gal), Archéologie, InslilulO de Alta Cullura, 183 pp., 30 figs., IX eSls, Lisboa,
1964, Lc Paléolilhique supérieur portugais. Bilan de nos connaissances el
problcmes, Bulletin de la Société Préhistorique Française,lomo XLI, pp. 11-27, 1972, Vindustriedu gisemeI1l solUlréende Monle da Fainha (Evoramonle,
Alto Alelllejo, Portugal), Bulletin de la Société Préhistorique Française,lomo 69, pp. 49-54.
vol. XXV, pp.
8
1
-94.
1982, A
g
rula
c
h
amada
L
apa
do Suão (Bombarra
l
),
Arqueologia
,
n
Q5, pp.
5-18.
• Rache,
J.,
e
Ferreira,
O. da V.,
19
70,
Stratigraphie
e
l faun
es
des niveau
x
paléolitlliqu
es
de
la
grot
t
e
d
e
Salemas (Ponle
de Lou
sa),
C
omunicaçõe
s
do
s Serv
iços Geológicos d
e
Portugal,t
o
m
o
L1V, pp.
263-269
.
• Rache
,
J.,
Ferreira, O.
da V
.
, e F
ran
ça,
1
.C.,
1
96
1, Sa
ga
i
e à
ba
se
pointu
e
trouvé
e
dans
l
e
n
i
vea
u
pér
i
gord
i
e
n
de
l
a
gro
ll
e
de
Sa
l
e
ma
s,
Co
municações dos Serviços Geológico
s
d
e
Portugal,l
o
m
o XLV, pp.
2
0
7-2
09.
•
Rache,
J.,França,
J.c.,Ferreira,
O.da V., e Zbyszewski,
G.,
196
2,
LePal
éo
litlliqu
e
supér
i
eur de
la
g
r
o
ll
e
de Salemas (Ponte de Lousa), C
omunicaçõe
s
do
s
Serviços
Geo
ló
g
ico
s
de
Portugal
,
lo
m
o
XL
VI, pp.
1
87-2
07.
• Rac
h
e,
I.,Ribeiro. M.,
e
Vaulli
e
r
,
M
.,
196
8,
L'
indu
s
tri
e
d
u
g
i
se
menl
d
'
Evoramont
e
(Ale
n
tejo),
O
Arqueólogo Português
, sé
ri
e
m,
vol.
n
,
pp. 7-
1
3
, VIII
es
l
s.
•
San
l
os, M.F. dos,
1964,
Ves
lí
g
io
s
de p
inlur
as
ru
pes
tre
s
de
sc
oberta
s
n
a
Grula
do
Escou
r
a
l
, O
Ar
queólogo Portugu
ês,
2'
sé
ri
e,
vo
l. V,
pp. 5-47,
XIV
eS
l
s.
196
7,
Novas g
r
av
ura
s
rup
es
tr
es
d
esc
oberta
s
n
a
Gruta do
Esco
ur
a
l
,
Revista
de
Gu
imarã
es
,
vol.
LXXVII, pp.
1
8-34.
19
72,
Pr
é
-hi
stó
ria de Portu
ga
l
,
Ed.
V
e
r
bo,
1
74
pp.
,
1
58
fi
gs.,
Lisboa.
•
Sa
nto
s,
M.F.
d
os,
Gomes
. M
.
V
.
,
e
Mont
e
i
ro,
LP.,
1
980,
D
esco
b
e
rta
s
de arte ru
pestre
n
a Gru
l
a
do
Escoura
l
(Évo
r
a,
Portugal)
,
Altam
ira Sympo
s
ium
,
pp.
205-242
, Mini
s
t
é
ri
o
d
e
Cu
ltu
ra,
M
a
drid.
•
S
mith, P.
E.L.,
19
66,
Le
So
lutr
éc
n en France, Publi
ca
li
o
n
s
de
l
'
In
s
lilul de Préhi
s
l
oire
d
e
l
'
Unive
r
s
il
é
d
e
Bo
rd
ea
u
x,
m
é
moir
e
n
O
5, Imprim
e
ri
es
Delmas,
449
pp
., 83
fi
gs.
,
m
eS
l
s,
IV mapa
s,
Bordeaux.
• Zbyszewsk
i
,
G.,
Rache,
I.,França
,
LC.,
e
FelTeira, O
.
da V
.
, 1
96
1
,
NOl
e
pr
é
liminair
e
s
ur
l
es
niveaux du Pal
éol
itlliqu
e
supéri
e
ur d
e
la
g
ron
e
d
e
Sal
e
m
as
(Ponle de Lou
sa),
Comunicações do
s
Serviços Geológicos de Portugal
,
lom
o
XLV, pp
.
197
-206.
•
Z
ilh
ão,
L,
1
984,
O
So
lulr
e
n
se s
uperior de
fácies
ca
nt
á
bri
c
o d
e
Vale Almoinha
(Ca
mbel
as,
Torres Vedr
as)
,
O
Arqueólogo Português,
sé
rie IV
,
vol.
2,
pp
.
1
5-86.
1985
,
Néo
lilhiqu
e
a
n
c
i
e
l]
c
l Pal
éo
lithique
s
upéri
e
ur d
e
la Grula do Cal
-de
i
rllo (Tomar,
Portuga
l
)
-
Foui
ll
es
1
979
-
198
4,
Actas
da I Reunião do Quaternário
Ibérico,
vol. 2,
pp.
1
35-
1
46,
Li
sboa.
1
987,
O
S
olutren
se
da
Estre
madura
Portuguesa. Uma
proposta d
e
interpretação paleoantropo
l
ógica
,
Traba
lh
os
d
e
Arqu
eo
l
og
i
a,
n
Q4,
ln
s
l.
Porl. do
Património Cu
ltu
ra
l
,
94 pp.,
28
fig
s
.
,
L
i
s
b
oa
.
1
988,
Plaquclle
gravéc
du
So
lu
tré
c
n
s
u
pé
ri
cu
r
de
l
a
Gruta do
Ca
ld
e
ir
ão
(Tomar,
Portu
ga
l
),
Bu
ll
et
in d
e
l
a Socié
t
é Pré
hi
s
t
or
i
qu
e
Fra
n
ça
i
se,
t
omo 85,
pp
.
105-109.
1
988a,
No
u
vc
ll
cs
data
t
ion
s
ab
so
l
u
cs
p
o
ur
l
a
pr
é
hi
s
t
o
ir
c
anci
c
nn
e
du
Fig. I • Localização da Gruta do Eseoural (Monternor-o-No\'o) e de outros arqueossítios do Paleolítico superior do Alentejo e Estremadura .• -Gruta do Escoural (Montemor-a-Novo); 2-Monte da faínha (Estremoz); 3· Gruta de Ponte da Laje (Oeiras); 4 - Gruta do Poço Velho (Cascais); 5 -Gruta das Salemas (Loures); 6 -Lapó\ da Rainha (Torres Vedras); 7 -Vale Almoínha (Torres Vedras); 8 -Lapa do Suão (Dom barraI); 9 -Gruta da Furnlnha (Peniche); lO -Gruta da Casa da Moura (Peniche); 11 -Lapa da Bugalheira (Torres Novas); 12 -Gruta do Caldeirão (Tomar).
30
Fig. 2 -Planta da Gruta do Escoural, com indicação dos locais de proveniência dos artefactos
agora dados a conhecer, assim como das manifestações artísticas parietais paleolíticas. 1 -Fragmento de IIfolha de salgueiro"; 2,3 -Fragmentos de zagaiasj 4 -Falange perfurada; 5-lligorna. As localizações são aproximadas.
Fig. 3 -Fragmentode II rolha de salgueiro" (comp.::43.8 mm). Anversoe reverso (RVITI/89-13, 14)
B
A
Fig.4. Fragmentosde zagaias (A-comp.;;;98.5 mm; B-comp.;::26.7 mm) e falange deCen'us elaplllls
8
o
5CMc=======~~~===?!
Fig. 5· A, Fragmento de "folha de salgueiro" ; B e C, fragmentos de zaga ias; D, falange de Cenous elllplms perfunlduj E, conta de l.iuorilla obtusata (de..li. Cristina Gaspar).
Fig. 6 - Uigorna sobre rr:lgmento de tíbia de EqullS cabal/us (comp.=260.0 mm) e pormenor,
,
~ \,
"
•
'"
~
"
J, " ! I ~,"
ii
."M
,
II~
a
,
I, }".
" 'II,
I, f!i ,~ '.' .,
-~ , , : ' "'í,
'-,,
" \'1 ~! "~-
~ '<,
r
I .~ .' ~~, 'tj, III
i . ,I ~! I"~, -IV,'
,
),
I:I
II;
~
,
•
,
.
li'lll
~
I,,
\
1
, ·t'!,
I:
'
~\
V
I
r'
\' . :~~
-
"""
~ll
~I
'
,
' I o 5CMFig. 8· Fragmentos de zaga las sobre osso ou haste de cervideae, do Paleolítico superior de Por-tugal. A,
n
-
Gruta das Salemas (Loures) (Perigordcnse)j C -Idem (Solutrense)j D -Lapa doSuão (Bomb~lrral) (MOIgdalellense)j E e F -Casa da Moura (Peniche) (Magdalcnense) (A, sego Roche,Ferreira e França, 1961, 208, fig. 1; B, sego Roche, 1964,22, fig. 3; C, sego ZbyS1.ewskl, Roche,
França e Ferreira, 1961,202, fig. 2 i D, sego Roche, 1982, 17, fig. 9; E e F, sego Breuil, 1918, 36, fig.