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Assistindo o paciente hanseniano na prevenção de incapacidades físicas simples - Relatório de estágio

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(1)

CENTRO DE

CIENCIAS

DA

sAUDE

CURSO DE

GRADUAÇÃO

EM

ENFERMAGEM

VIII

UNIDADE

CURRICULAR

A

RELATÓRIO

DE

ESTÁGIO

CCSM

N-Chflm

TCC UFSC ENF

0349

,TCC

Título: Assistindo O paciente hanseniano na _

UFSC

prevenção de incapacidades fisicas simples.

z 0349 I I Fx I 972493209 Ac. 241600 ' l : Ex l UFSC BSCCSM CCSM ,_,.-v ._.¬--

ASSISTINDO

O

PACIENTE

HANSENIANO

NA

PREVENÇÃO

DE

UN'CAPACIDADES

FÍSICAS

SIMPLES

Orientadora:

Maria do

Horto F. Cartana

Supervisoresilosé

Augusto

da Silva

Velho

Maria

Conceição

Simoni

(2)

nos concedido

0

dom

da

vida.

Ao

grupo: `

i

Cynara

Müller da Silva

Jaqueline

Bemadete

Gama

Julie Cristina

Nunes

Márcia

Juliane Patrícia Heitel

Por conseguirmos superar as diferenças

individuais e nos

tomamos

mn

grupo que

alcançou mais

uma

etapa

na

vida.

(3)

a

uma

outra, cujo

peso

estigmatizante

foge

às dimensões descritíveis.

De

fato,

não dá

para

descrever o

que

sentimos

quando alguém

nos

chama

de leproso, hanseniano

ou

nos trata

como

tal.

Nada

dói mais

do que

ser tratado

como

algo que

nojo,

que

causa piedade,

que

desperta medo.”

(Francisco A. Vieira

Nunes

-

“B/ICURAU”

- Coord.

do

MORHAN)

(4)

Aos

nossos pais, irmãos,

namorados

e noivo, pela presença e apoio constantes, pela

disponibilidade; pela

compreensão

e auxílio enquanto estivemos ausentes; pela proteção; pelo

carinho e

amor

a nós dedicados.

Aos

pacientes e seus familiares, que aceitaram participar desta jornada,

uma

vez que,

sem

a sua disponibilidade, este trabalho não se concretizaria.

Às

equipes multiprofissionais

do Programa

de Controle de Hanseníase da Policlínica

de Referência Regional e

do

Hospital Santa Tereza de Dermatologia Sanitária, pela

compreensão

e apoio à proposta de trabalho.

A

todas as pessoas que direta

ou

indiretamente contribuíram para nossa fonnação.

Em

particular aos supervisores

Maria

Conceição Simoni e José

Augusto da

Silva

Velho

(Zé

Buscapé), pela colaboração, dedicação e apoio nesta etapa decisiva de nossas vidas.

Às

professoras Tânia

Mara

Xavier Scóz, Marisa Monticelli e

Maria

de Lourdes

Cardoso

pelo apoio nos nossos

momentos

mais diñceis.

Ao

Departamento

e Coordenadoria

do

Curso de

Enfermagem,

por estarem

disponíveis

sempre

que necessitamos.

(5)

1 -

INTRODUÇÃO

... ._ 2 -

OBJETIVOS

... .. 2.1- Objetivo geral ... ._ 3 2.2- Objetivos específicos ... _.

3

-

REFERENOLAL TEÓRICO

... _. 3.1-

Definição

de conceitos ... ._

3.2-

A

Teoria de

Orem

e

O

Processo de

Enfermagem

4 -

DESCRIÇÃO

DA

PATOLOGIA

4.1- Histórico e

O

estigma

da

hanseníase

4.2- Conceito ... ._

4.3-

Agente

etiológico ... ..

4.4- Fonte de infecção e transmissão ... _.

29

4.5- Classificação

da

Hanseníase ... _. 4.6-

Formas

clínicas ... _. 31 4.6.1 - Hanseníase Indeterminada (}H).... 4.6.2 - Hanseníase Tuberculóide

(HT)

4.6.3 - Hanseníase

Dimorfa

(HD)

... __ 4.6.4 - Hanseníase Virchowiana

(HV)

4.7- Diagnóstico ... _. 4.7.1 - Pesquisa

da

sensibilidade ... _. V

(6)

... ..40 4.7.4 - Baciloscopia ... ..

40

4.7.5 - Teste de

Mitsuda

... _.

40

4.7.6 -

Exame

histopatológico ... .. 41 4.8- Diagnóstico diferençial ... .. 41

4.8.1 -

Com

Hanseníase Indetenninada

... ..

42

4.8.2 -

Com

Hanseníase Tuberculóide

... ..

44

4.8.3 -

Com

Hanseníase

Dimorfa

... ..

45

4.8.4 -

Com

Hanseníase Virchovviana

... ..

46

4.8.5 -

Com

Neuropatias Periféricas

... ..

47

4.9- Tratamento ...

_.

48

4.9.1 - Critérios para classificação

... ..49

4.9.2 -

Esquema

padrão -

PQT/OMS

... ..49 4.9.3 -

Esquemas

alternativos ... .. 50 S -

METODOLOGIA

... _. 52 5 . 1- Características

do

local ... ..

52

5.2- População alvo ... .. 53

5.3- Proteção dos direitos

humanos

... .. 54

5.4- Planejamento das ações - Objetivos - Estratégias - Avaliação

... .. 55

6

-

CRONOGRAMA

... ..

57

6.1-

Cronograma

para elaboração

do

projeto

... ._

57

6.2-

Cronograma

de estágio ... .. 58

7.-

APRESENTAÇÃO,

ANÁLISE E DISCUSSÃO

DOS RESULTADOS

... .. 65

8 -

ATIVIDADES

NÃO

PLANEJADAS

QUE SURGIRAM

NO

DECORRER DO

ESTÁGIO

... .. 125

(7)

Florianópolis. ... ._ 125

8.2- Encontro de Atualização de Hanseníase para os Professores da

Rede

Municipal

de

Ensino de Florianópolis. ... .. 127

8.3- Palestra ministrada para as acadêmicas

da

VII

Unidade

Curricular

do

Curso de

Graduação

em

Enfermagem

da

Universidade Federal de Santa Catarina. ... .. 129

8.4- I_Salão de

Enfermagem

... .. 130

8.5 -

Reunião

com

as equipes de saúde

do

HSTDS

... .. 132

8.6 -

VI

Encontro Estadual

do Programa

de Hanseníase

... .. 134

8.7 - Palestra sobre a adaptação da Teoria

do Auto

cuidado de

Orem

na

prática

com

paciente

hanseniano ... .. 139

8.8 - Participação

na

Festa Junina

... .. 140

8.9 - Projeto

Ação

Global

... .. 141

9

-

REFLEXÕES

SOBRE

O

REFERENCIAL TEÓRICO

E

O

PROCESSO

DE

ENFERMAGEM

... .. 145

10

-

c0Nsn)ERAÇÕEs

FINAIS

... .. iso 11 -

BIBLIOGRAFIA

... .. 182 12 -

APÊNDICES

... .. 185 12.1 -

Apêndice

I ... .. 186 12.2 -

Apêndice

II ... .. 188 12.3 -

Apêndice

111 ... .. 196 13 -

ANEXOS

... _. 197 vii

(8)

Trata este trabalho

do

relatório final

do

Projeto Assistencial da VIII

Unidade

Curricular

do

Curso de

Graduação

em

Enfermagem

da

Universidade Federal de Santa

Catarina, desenvolvido de

março

a julho de 1996 pelas alunas

Cynara

Müller da Silva,

Jaqueline

Gama,

Julie Cristina

Nunes

e

Márcia

Juliane P. Hertel.

O

objetivo principal é assistir

o

paciente hanseniano

na

prevenção das incapacidades ñsicas simples. Selecionamos a Teoria Geral de

Enfermagem

de

Orem,

por entendennos que esta se adapta

melhor

ao

trabalho proposto.

Na

intenção de aplicar a Teoria de

Orem,

para assistir ao paciente

Hanseniano,

adaptamos

seu processo de

Enfennagem

elaborando roteiro para consulta,

englobando operacionalização, implementação e evolução. Este roteiro foi aplicado a 8 pacientes hansenianos, 4

do

Hospital Santa Tereza de Dermatologia Sanitária e 4

do

Programa

de Controle de Hanseníase

da

Policlínica de Referência Regional.

A

experiência se

mostrou valiosa e

podemos

afinnar

que a Teoria se adaptou, até certo ponto,

na

assistência a

estes pacientes. Trabalhar

na

área hansenológica,

como

em

qualquer área da

Saúde

Pública,

não é tarefa fácil.

Deparamo-nos

com

diversas irregularidades

no

atendimento ao paciente,

bem como

na

administração de recursos materiais, financeiros e pessoais.

Mas,

considerando

todos os pontos negativos e positivos dessa experiência, concluímos que trabalhar

com

hanseníase,

ou

melhor,

com

aqueles que sofreram

com

a

doença

e hoje sofrem

com

o abandono, é totalmente gratificante.

(9)

Este trabalho é constituído de duas etapas: projeto e relatório,

ambos

são parte

integrante

do

estágio obrigatório

da

VIII

Unidade

Curricular

do

Curso de

Graduação

em

Enfennagem

da

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Para a realização deste estágio foram escolhidos dois locais de atuação: o Hospital

Santa Tereza de Dermatologia Sanitária

(HSTDS),

localizado

no

município de

São

José e a

Policlínica de Referência Regional (PRR), situada

na

cidade de Florianópolis.

Para orientação

do

nosso trabalho escolhemos a professora - mestra de

Enfermagem-

Maria do

Horto Fontoura Cartana, por sua experiência

em

Saúde

Pública.

Como

supervisores

de

campo

do

Hospital e Policlínica, escolhemos, respectivamente, os enfermeiros José

Augusto

da Silva

Velho

e

Maria

da Conceição Simoni, tendo

em

vista o

amplo

conhecimento

e atuação de

ambos

na

área de hansenologia.

O

estágio foi realizado

no

período de 22/03/96 a 17/06/96,

com

a carga de

290

horas

em

57

dias,

mantendo

uma

média

semanal de

20

horas. Acrescentamos a essa carga horária

192 horas destinadas a grupos de estudo, encontros

com

a orientadora e elaboração

do

relatório final, 16 horas de participação

do

VI

Encontro Estadual de Avaliação

do

Programa

de Hanseníase,

90

horas de atividades extras, destas 81 horas de palestras e encontros e 9

horas de visitas domiciliares.

O

interesse pela área hansenológica surgiu após

uma

visita ao Hospital Santa Tereza

(10)

boa

atuação

do

enfermeiro e equipe de

enfermagem no

cuidado aos pacientes, pelo estigma

que os norteia, pelo descaso das políticas de

Saúde

Pública

com

relação a essa

endemia

e pela

formação acadêmica

deficiente nesta área, o que acarreta

um

diagnóstico e tratamento tardios

aos pacientes, gerando as incapacidades fisicas irreversíveis, aumentando, desta fonna, o

estigma

que

envolve essa patologia desde o início dos tempos.

Sendo

assim, decidimos trabalhar

com

a prevenção e reabilitação das incapacidades

fisicas, de pacientes crônicos, assistidos

na

Policlínica e

HSTDS.

Entretanto,

no

decorrer

do

estágio,

percebemos

que a

Enfennagem

poderia somente atuar

na

prevenção das

incapacidades físicas simples,

ou

seja, primárias, pois

com

as deformidades flsicas já

instaladas, exigiria

um

serviço mais especializado,

como

por

exemplo

o de, fisioterapeutas,

ortopedistas, cirurgiões, etc...

Desenvolvemos

também

atividades

na

área da

Educação

em

Saúde,

na

tentativa de desmistificar a doença.

Com

esse estágio,

cumprimos

a finalidade

da

VIII

Unidade

Curricular,

onde

o

acadêmico

de

Enfermagem

atua

como

“enfermeiro”, assistindo o paciente e sua família

na

(11)

2.1- Objetivo geral

Assistir o paciente hanseniano e sua família na prevenção de incapacidades fisicas

simples, auxiliando-os tanto física

como

emocionalmente.

2.2- Objetivos específicos

2.2.1- Expandir e atualizar nossos conhecimentos

na

área da hansenologia;

2.2.2 - Contextualizar as unidades que prestam assistência aos pacientes,

conhecendo

e

comparando

as ações desenvolvidas nestes locais

com

o preconizado pelo Ministério

da

Saúde

(M.S.);

2.2.3 -

Promover

a integração das acadêmicas

com

os locais de atuação e

com

as equipes de

saúde

que

prestam cuidados a pacientes hansenianos;

2.2.4 - Atuar

na

prevenção de incapacidades fisicas simples de pacientes crônicos e agudos

internados

no

Hospital Santa Tereza de Dermatologia Sanitária e atendidos

na

Policlínica de Referência Regional.

2.2.5 -

Dar

atenção especial aos pacientes crônicos

com

seqüelas irreversíveis

da

doença.

(12)

Pela experiência vivenciada durante

o

Curso de

Graduação

em

Enfermagem,

com

relação à teorização

da

prática, selecionamos a Teoria Geral de

Enfermagem

de

Orem,

por

entendemos

que

esta se adaptaria

melhor

ao trabalho proposto.

Tomey

(1994) define teoria

como

um

agrupamento

de conceitos, definições e proposições

que

projetam

uma

visão sistemática

do

fenômeno, designando

uma

interelação

específica entre os conceitos,

com

o propósito de descrever, explicar e prever.

Passamos

então, a descrever a teoria escolhida

com

o objetivo de situar o leitor quanto aos princípios

que

guiaram nosso trabalho.

TEORIA

GERAL

DE

ENFERMAGEM

Dorothea E.

Orem,

MSNED

(Master

of

Science in Nursing Education),

DSc

(Doctor

of

Science),

RN

(Registered Nurse), concluiu seu curso

no

início dos anos

30

em

Washington,

nos Estados Unidos, conseguiu seu grau de Bacharel

em

Ciências

da

educação para a

Enfermagem,

em

1939, sendo

que

o grau de Mestre

em

Enfermagem

foi obtido

em

1945,

na

Catholic University of América. Durante sua carreira profissional

como

enfermeira, trabalhou

em

equipe e

também como

enfenneira particular, educadora, administradora e consultora de

Enfermagem

(GEORGE,

1993).

(13)

Desde

1970,

Orem

trabalha

como

consultora

em

Enfermagem

e educação para

Enfermagem, na

firma

de

Orem

e Shields

em

Chevy

Chase, Maryland.

Como

consultora para a Secretaria de

Educação do Departamento

de Saúde,

Educação

e Bem-estar, Dorothea

Orem

participou de

um

projeto para aperfeiçoar 0 treinamento

em

Enfermagem

prática (vocacional). Este trabalho estimulou-a a dar atenção à

indagação: “Qual a condição existente

numa

pessoa,

quando

essa pessoa

ou

outras,

detenninam

que aquela deve submeter-se a cuidados de

Enfermagem?”

Sua

resposta inclui a

idéia de que a enfenneira é

um

“outro eu”.

Orem

propõe que,

“quando

capazes, os indivíduos

cuidam

de si

mesmos.

Quando

uma

pessoa não consegue auto cuidar-se, a enfenneira, então,

oferece ajuda”

(GEORGE,

1993).

Em

1959, o conceito de

Enfermagem

de

Orem,

como

provimento de auto cuidado, foi publicado pela primeira vez. Posterionnente,

Orem

desenvolveu seus conceitos de “auto

cuidado”

(AC)

e,

em

1971, publicou “Nursing: Concepts of Pratice”.

A

segunda e terceira

edições

foram

publicadas

em

1980 e 1985, respectivamente.

A

primeira centralizou seu foco

no

indivíduo.

A

segtmda ampliou-se para incluir unidades multipessoais (famílias,

gmpos

e

comunidades).

A

terceira edição desenvolveu-se para apresentar a Teoria Geral de

Enfermagem

de

Orem,

que é

fonnada

por 3 construtos teóricos:

- Construto teórico

do

Auto

cuidado;

- Construto teórico

do

Déficit

do

Auto

cuidado;

- Construto teórico dos Sistemas de

Enfermagem.

Segundo Orem,

“a

Enfermagem

tem

como

especial preocupação, a necessidade de ações de auto cuidado

do

indivíduo e o oferecimento e controle disso,

numa

base contínua

para sustentar a vida e a saúde, recuperar-se de

doença

e/ou ferimento e compatibilizar-se

(14)

Construto

Teórico

do

Auto Cuidado

Este construto engloba o auto cuidado e a exigência terapêutica de auto cuidado.

fz

Ideia Central: o auto cuidado (self-care) e o cuidado de dependentes são

comportamentos

que regulam a integridade estrutural

humana,

seu funcionamento e o desenvolvimento, e denota a relação existente entre as ações deliberadas de auto cuidado de

membros

maduros ou não

de

um

grupo social e seu próprio desenvolvimento, tanto quanto a relação entre cuidado contínuo de

membros

de Luna família e seu funcionamento e

desenvolvimento.

Orem

apresenta 3 categorias de requisitos

ou

exigências

do

auto cuidado:

_

Sendo que

estes requisitos de auto cuidado

podem

ser definidos

como

ações voltadas

para a provisão

do

auto cuidado.

São

eles: universais, desenvolvimentais e de desvios de

saúde.

-

Auto Cuidado

Universal:

É

o auto cuidado solicitado por

todos os indivíduos

em

todo

o

ciclo de sua vida

em

relação a todas suas necessidades básicas.

As

partes

componentes do

auto cuidado universal são divididas

em

5 sub-categorias,

que variam

com

idade, atividade, estado de saúde e fatores ambientais:

1) Ar, água, alimento -

São

os recursos vitais para continuidade

da

vida, para o crescimento e

desenvolvimento, reparo dos tecidos

do

corpo e para o funcionamento

humano

integrado.

Os

recursos essenciais relativos aos elementos ar, água e alimento para ação de A.C.

são:

° estabelecer a quantidade de cada recurso solicitado para o funcionamento

integral

do

organismo, ajustando os fatores internos e extemos;

~ preservar e integridade das estruturas anatômicas e psicológicas; ~ apreciar as experiências agradáveis de respirar, beber e

comer,

porém

sem

abusos que

levam

(15)

2) Eliminações - incluem: urina, transpiração, excreções

do

aparelho

respiratório, fezes,

fluxo

menstrual e líquido seminal. '

Os

recursos essenciais relativos a eliminação para ação de A.C. são:

° ajuste de atividades e fornecimento de condições intemas

e

extemas

para regular processos

de eliminação;

~ proteção das estruturas e

mecanismos

envolvidos

na eliminação;

° cuidados higiênicos das superñcies e

partes

do

corpo subseqüente às eliminações;

° cuidado

do meio conforme

necessidade para manter condições

saudáveis.

3) Atividade e repouso

Atividade: é principalmente a ação flsica e intelectual.

Repouso: é

um

processo associado

com

o descanso e restauração

do

funcionamento nomial após atividade desgastante.

Os

recursos essenciais relativos a atividade e repouso para ação

do

A.C. são:

- conhecer e selecionar os processos metabólicos, energia

física e psíquica, inter- relacionamentos sociais, para

manutenção

de equilíbrio;

~ reconhecer e atender as manifestações das necessidades

de repouso e atividade;

~ respeitar as necessidades e capacidades pessoais

com

relação à cultura

do

indivíduo para

atividade e repouso.

4) Solidão e interação social

~ ~ ~

Os

recursos essenciais relativos a solidao e interaçao pessoal para açao

do

A.C.,

devem

ser providos de qualidade e equilíbrio de experiências que:

°

permitam

o desenvolvimento das capacidades

individuais para a interação social;

° estimulem

0

desenvolvimento e ajuste contínuo;

(16)

5) Risco de vida e bem-estar:

É

necessário autocontrole, controle das condições ambientais, assistência

especializada para prevenção e proteção dos riscos de vida e

manutenção

e recuperação

do

bem

estar.

De

acordo

com

DUPAS

et al (1994), existem algumas proposições e pressuposições

que

devem

ser consideradas para o alcance

do

auto cuidado universal.

° Proposições

O

auto cuidado e o cuidado aos

membros

da

família são aprendidos

no

contexto dos grupos sociais por

meio

de interações e comunicação.

O

auto cuidado e o cuidado a

membros

dependentes

da

família são ações delíberadas

executadas seqüencialmente para se conseguir conhecer as necessidades de cuidados.

Os

requisitos para o auto cuidado,

têm

suas origens nos seres

humanos

e seu ambiente.

Alguns

requisitos para o auto cuidado são

comuns

a todos os seres

humanos;

outros são específicos

aos estados de saúde dos indivíduos.

Os

requisitos universais de auto cuidado e as maneiras para conhecê-los

podem

ser

modificados

por idade, sexo

ou

o estado de desenvolvimento e saúde

do

indivíduo.

Um

processo específico e tecnológico

ou

em

bloco específico de processos

ou

tecnologias são necessários para se conhecer cada requisito

do

auto cuidado.

O

auto cuidado (ou cuidado dependente)

como

um

processo

ou

sistema, resulta

do

uso individual deliberado de processos conceitualizados

ou

tecnológicos para conhecer os

requisitos

do

auto cuidado.

Um

sistema de auto cuidado

ou

cuidado de dependentes

pode

ser

composto

de cursos

de ações para encontrar os requisitos universais de cuidado e os requisitos associados

com

os estados de desenvolvimento

ou

de saúde.

(17)

-

Os

sistemas de auto cuidado

ou

de cuidado dependente são criados pelas

ações que os indivíduos selecionam e

executam

a

fim

de conhecer as necessidades especiais.

-

O

conhecimento

do

sistema de auto cuidado

ou

de cuidado dependente resulta

de ações

deliberadas executadas anteriormente

ou

da observação das ações de outras pessoas.

- Pressuposições

-

Todo

ser

humano

tem

o potencial para desenvolver suas habilidades

intelectuais e práticas e

a motivação essencial para o auto cuidado e

o

cuidado de

membros

dependentes.

-

As

maneiras de se conhecer as necessidades de auto cuidado (processo

de auto cuidado, tecnologia e prática) são elementos culturais e variam de acordo

com

o

indivíduos e grupos

sociais maiores.

-

O

auto cuidado e o cuidado de dependentes são fonnas de ações

deliberadas, que são

afetadas pelo repertório individual de sua predileção por executar tarefas

em

certas circunstâncias.

-

A

identificação e descrição dos requisitos para o auto cuidado

e o cuidado de dependentes,

nos

levam

a investigar e desenvolver maneiras de

conhecermos

estes requisitos.

°

Auto Cuidado

Desenvolvimental: Inicialmente esta categoria

foi

sub-somada

à categoria

do

auto cuidado universal, sendo separada posteriormente para enfatizar sua importância e necessidades apresentadas durante estágios

do

desenvolvimento

humano.

~

Auto Cuidado

nos Desvios de Saúde:

Desvios de saúde

geram

sensações de enfermidade e de impotência ao funcionamento

normal do

organismo. Estas sensações estão direta

ou

indiretamente ligadas a

natureza

do

desvio

da

saúde, o que influenciará

na

escolha das ações.

Quando

uma

mudança

(18)

manutenção da

vida, a pessoa

muda

da

posição de agente

do

A.C. para o de paciente

ou

receptor de cuidado.

Os

recursos essenciais relativos a doença, ferimento, impotência

ou

deformidade, para as ações de A.C., são:

° ajustar os

meios

de encontrar as necessidades de A.C.

universais;

~ estabelecer novas técnicas de A.C.; °

modificar

a auto-imagem;

~ revisar a rotina da vida diária;

~ desenvolver

um

novo

estilo de vida, compatível

com

os efeitos

do

desvio

da

saúde;

- lidar

com

os efeitos

do

desvio

da

saúde

ou do

cuidado

médico

usado

no

diagnóstico e/ou tratamento.

Construto

Teórico

do

Déficit

de

Auto

cuidado

O

construto teórico

do

déficit de auto cuidado delineia

quando há

necessidade de

Enfermagem.

3

Idéia Central: as pessoas

podem

requerer o serviço de

Enfermagem

porque elas

estão sujeitas a limitações de saúde que as

tomam

incapazes de cuidar de si

mesmas

ou

de

dependentes, o que resulta

em

cuidado incompleto e não efetivo.

Orem

identifica cinco

métodos

de ajuda:

- ajudar

ou

fazer para 0 outro;

- guiar o outro;

- apoiar 0 outro (flsica

ou

psicologicamente);

- proporcionar

um

ambiente que

promova

o desenvolvimento

pessoal, quanto a tornar-se

capaz de satisfazer

demandas

futuras

ou

atuais de açao;

(19)

A

enfermeira

pode

ajudar o indivíduo, utilizando-se de qualquer

um

ou

de todos os

métodos, de

modo

a oferecer assistência

com

auto cuidado.

De

acordo

com

DUPAS

et al (1994), existem proposições e pressuposições

que

devem

ser consideradas para o alcance dos déficits de auto cuidado.

- Proposições:

-

As

pessoas

que

agem

para

fomecer

cuidado a

si

mesmas

e a dependentes

têm

habilidades especializadas para ação. _

-

As

habilidades individuais de se engajar

no

cuidado de si

mesmo

ou do

cuidado dependente

são condicionadas pela idade, estado de desenvolvimento, experiência de vida, orientação

sociocultural, saúde e recursos disponíveis.

-

A

relação entre as habilidades intelectuais para o cuidado de

si

mesmo

ou

de cuidado

dependente,

pode

ser determinado

quando

o valor de cada

um

é conhecido.

-

A

relação entre as habilidades e a

demanda

pode

ser definida

em

termos de “igual a”,

“menos

que” e “mais que”.

-

A

Enfennagem

é

mn

serviço legítimo quando:

a) as habilidades são

menores do

que aquelas requeridas para o encontro de

uma

demanda

de

auto cuidado conhecida

(uma

relação deficitária);

b) as habilidades de auto cuidado

ou

cuidado dependente

excedem

ou

são iguais àquelas

requeridas para

o

atendimento da

demanda

de auto cuidado.

-

As

pessoas

com

deficiências existentes

ou

projetadas estão

ou

podem

esperar estar

em

estados de dependência social que legitima a relação

da

Enfennagem.

- Pressuposições:

(20)

-

O

auto cuidado,

como

uma

forma

de auto-regulação,

é necessário para a vida

em

si, para a

saúde, para o desenvolvimento

humano

e para o bem-estar geral. -

O

auto cuidado e o cuidado de dependentes reside nas capacidades

culturais de

um

grupo

social e

na

educabilidade de seus

membros.

-

A

sociedade zela pelo estado

humano

de dependência instituindo

maneiras de auxílio a

pessoas de acordo

com

a natureza e as razões para sua dependência.

-

As

operações de auxílio direto de

membros

dos grupos

sociais,

quando

institucionalizadas,

tomam-se

os

meios

de ajudar as pessoas

em

estado de dependência social. -

As

operações de auxílio direto de

membros

dos grupos

sociais,

podem

ser classificadas dentro daquelas associadas

com

o estado de dependência

ou

não

da

idade.

-

Os

serviços de auxílio direto instituídos

em

gmpos

sociais para fornecer

assistência às

pessoas, incluem os serviços de saúde.

-

A

Enfermagem tem

sido e é

um

dos serviços de saúde das civilizações

do

Ocidente.

Construto

Teórico dos Sistemas

de

Enfermagem

Este construto destaca a maneira

como

as necessidades de auto cuidado

do

paciente serão satisfeitas pela enfermeira, pelo paciente

ou

ambos.

:> Idéia Central: os sistemas de

Enfermagem

são fonnados

quando

as enfenneiras

usam

suas habilidades para prescrever, elaborar e

fomecer

cuidados para os pacientes

(como

indivíduos

ou

como

grupos), executando ações e sistemas de ação. Essas ações

ou

sistemas

regulam o valor

ou

exercício da capacidade dos indivíduos para se engajarem

em

auto

cuidado e encontrar os requisitos

do

indivíduo terapeuticamente.

Orem

identificou 3 classificações de sistemas de

Enfermagem

para satisfazer os

requisitos de autocuidado

do

paciente: sistema totalmente compensatório, parcialmente

(21)

O

plano e os elementos

do

sistema de

Enfermagem

definem

a amplitude

da

responsabilidade

da

enfermeira; os papéis gerais e específicos de enfermeiras e pacientes; as

razões para as relações das enfenneiras

com

pacientes e as espécies de ações a

serem

executadas.

°

O

Sistema de

Enfermagem

Totalmente Compensatório - está representado por

uma

situação

em

que

o indivíduo é incapaz de “empenhar-se naquelas ações de auto cuidado

que

exigem locomoção

auto dirigida e controlada e

movimento

manipulativo,

ou

com

prescrição

médica

de evitar tal atividade”.

°

O

Sistema de

Enfennagem

Parcialmente Compensatório -

está representado por

uma

situação

em

que

“tanto a enfenneira quanto o paciente

executam medidas ou

outras

ações de cuidado que

envolvem

tarefas de manipulação

ou

de locomoção... Tanto o paciente

quanto a enfermeira

podem

exercer o papel principal

na

execução de

medidas

de cuidados.”

°

O

Sistema de

Enfennagem

de

Apoio-Educação

-

Nele, “a pessoa consegue

executar,

ou pode

e deve aprender a executar medidas de auto cuidado terapêutico, de

ordem

interna e extema,

embora

não consiga fazer isso

sem

auxílio.”

De

acordo

com

DUPAS

et al (1994), existem algumas proposições e pressuposições,

que

devem

ser consideradas para implementar o sistema de

Enfermagem

mais eficaz

para o

paciente.

- Proposições

-

As

enfermeiras se relacionam e interagem

com

pessoas que

ocupam

o “status”

de pacientes.

-

Os

pacientes

têm

requisitos de auto cuidado projetados e existentes. -

Os

pacientes

têm

deficiências existentes

ou

projetadas

para encontrar seus próprios

requisitos de auto cuidado.

-

As

enfermeiras

determinam

os valores correntes e mutantes dos

requisitos dos pacientes,

(22)

formular os cursos de ação necessários para o uso de processos selecionados

ou

tecnologias

que

encontrarão requisitos de auto cuidado identificados.

-

As

enfermeiras

determinam

os valores correntes e mutantes

das habilidades dos pacientes

para encontrar seus requisitos usando processo específicos e tecnologias.

-

As

enfemieiras

estimam o

potencial dos pacientes para

moderar

o engajamento

em

auto cuidado, para objetivos terapêuticos

ou

para desenvolver

ou

refinar as habilidades de se

engajar

em

cuidados agora

ou no

futuro.

- Enfermeiras e pacientes

agem

juntos para atribuir

os papéis de cada

um

na

produção de cuidados e

na

regulação das capacidades de cuidado dos pacientes.

-

Os

sistemas de

Enfermagem

são constituídos

pelas ações das enfenneiras e as

do

paciente

que regulam a capacidde de auto cuidado

do

paciente ao encontro de suas necessidades.

- Pressuposições

-

A

Enfermagem

é

um

serviço de auxílio.

-

A

Enfermagem

é

uma

fonna complexa

de ação deliberada, executada

pela enfermeira durante

algum tempo

por causa de outros.

3.1- Definição

de

conceitos

Segundo

CI-[IN

&

JACOBS

(1983) “Conceitos são representações mentais

ou

abstratas da realidade,

em

outras palavras, são marcas

ou

nomes, dados, objetos, idéias,

instituições,

enfim

tudo o que existe

no

universo.”

Passamos

então a apresentar os conceitos

desenvolvidos por \Orem:

° Ser

Humano

Na

concepção de

OREM,

o ser

hmnano

é

“uma

unidade funcionando

(23)

ao seu ambiente, e juntos, ser

humano

e ambiente,

formam

um

todo integrado

ou

sistema

(OREM,

1971, p. 14).

OREM

(1985) acredita

que

o ser

humano

é

um

ser

que

tem

necessidade de auto cuidado e que

o

mesmo

é responsável e possui habilidades (capacidades)

para cuidar de si próprio e de seus dependentes.

H

OREIYI

acrescenta ainda, que o

mesmo

se distingue de outros seres vivos pela

capacidade de refletir sobre si

mesmo

e seu ambiente, simbolizar suas experiências e usar

criações simbólicas (idéias, palavras), através

do

pensamento,

da comunicação

e

da

ação,

em

seu próprio beneficio

ou

de outros.

OREM

acredita que os indivíduos

possuem

potencial para a aprendizagem e o desenvolvimento.

A

maneira pela qual

um

indivíduo satisfaz suas necessidades de auto cuidado não é instintiva; trata-se, sim, de

um

comportamento

aprendido.

-

Meio

Ambiente

No

modelo

teórico proposto por

OREM,

o

meio

ambiente

como

um

conceito separado,

tem

sido considerado

como

relativamente insignificante

(JOHNSTON,

1983). Tal

interpretação depreende-se de fato ser este considerado

um

sub-conceito de ser

humano.

Ser

humano

e

meio

ambiente estão intimamente ligados

formando

um

sistema integrado relacionado ao auto cuidado. Dentro desta teoria meio-ambiente e ser

humano

são

identificados

como

uma

unidade caracterizada por trocas humanas-ambientais e pelo impacto

que

um

exerce sobre o outro.

As

alterações

ou

influências

em

qualquer

um

dos

componentes do

sistema (ser

humano/meio-ambiente),

podem

afetar o funcionamento

do

indivíduo

no desempenho

das

atividades de auto cuidado

(OREM,

1971, 1980, 1985).

O

meio

ambiente, segundo

OREM,

é

controlado pelo ser

humano

através

da

utilização de tecnologias a

fim

de satisfazer suas necessidades.

Cabe

ao ser

humano,

portanto, escolher o curso de ação que ele julga ser

benéfico

para

o

seu próprio funcionamento e

promover

a integração

com

o

meio

ambiente

(24)

/«J ° Sociedade

O

conceito de sociedade é explicado por

OREM

(1971),

como

um

grupo de pessoas

que vivem

juntas

numa mesma

área, cidade

ou

distrito sob as

mesmas

leis. Este grupo, segundo

OREM,

é constituído de indivíduos e famílias que compartilham,

não

somente

uma

área e ambientes

comuns,

mas

também

interesses

comuns

nas instituições que

govemam

e

regulam seus processos de vida.

A

teorista acrescenta ainda que as

comunidades

variam de

tamanho

e características

dependendo da

localização geográfica e climática, desenvolvimento

industrial e as oportunidades de trabalho e ocupação.

Certas características

como

costumes, regime e formas de

comportamento

também

variam de

comunidade

para

comunidade

(OREM,

1971).

Para

OREM

(1985, p. 55), “as sociedades

especificam

as condições

que

as

fazem

legítimas para que seus

membros

procurem

vários serviços

humanos

necessários às atividades

de auto cuidado.”

Em

relação à força e a eficácia de

Enfennagem

como

um

serviço

na

comunidade,

OREM

acredita que

depende

dos valores

da

comunidade. Entre os deveres

sociais das enfermeiras,

OREM

enfatiza que as

mesmas

focalizam-se

na manutenção do

auto

cuidado.

~

Saúde

A

saúde é descrita

como “um

estado de totalidade

ou

integridade

do

ser

humano

como

indivíduo, suas partes e seu

modo

de funcionamento”

(OREM,

1971). Este conceito

inclui aspectos fisicos, psicológicos, interpessoais e sociais, os quais são considerados por

OREM

(1985)

como

inseparáveis

do

indivíduo. Para

OREM

(1985),

o

conceito de saúde

implica

também

na

integridade estrutural e funcional

do

ser

humano

dirigindo-se a níveis

cada vez mais altos de integração entre

mecanismos

biológicos, psicológicos, interpessoais e

sociais. Saúde, portanto, consiste

na

capacidade

do

ser

humano

de viver seu potencial

(25)

funcionamento e

o

desenvolvimento

humano,

a saúde

como

um

estado de totalidade,

ou

integridade é

um

resultado,

ou

objetivo

do

auto cuidado.

-

Doença

Embora

OREM

(1971, 80 e 85)

não

explicite o conceito de doença, a

mesma

considera que qualquer alteração da estrutura normal,

ou

funcionamento constitui-se

em

ausência de saúde

no

sentido de totalidade,

ou

integridade

do

ser

humano.

Tais alterações,

que

podem

estar relacionadas

com

os aspectos: fisicos, psicológicos, interpessoais e sociais,

quando

presentes

determinam no

indivíduo

um

estado de desvio de saúde, exigindo o atendimento de requisitos específicos de auto cuidado.

-

Enfermagem

“Enfermagem

é

um

serviço

humano,

um

modo

de auxiliar

homens,

mulheres e crianças e não

um

produto

que

possa ser trocado.

É uma

ação voluntária,

uma

função

da

inteligência prática das enfermeiras de causar condições

humanamente

desejadas nas pessoas

e seus ambientes”

(OREM,

1985).

De

acordo

com

OREM

(1985) a condição

que

justifica a existência

da Enfemiagem,

para

o

indivíduo adulto é “a ausência

da

capacidade de manter continuamente aquela quantidade e qualidade de auto cuidado, que é terapêutica na

manutenção da

vida e

da

saúde,

na

recuperação

da

doença,

ou

dano,

ou na

maneira de enfrentar seus efeitos. Para a criança a condição de existência

da

Enfermagem

decorre

da

inabilidade dos pais e responsáveis

em

manter continuamente, para a criança, aquela quantidade e qualidade de cuidado, que é

terapêutica.”

Segundo

a visão

da

teorista, a

Enfermagem

é “serviço, arte e tecnologia”.

Como

serviço, a

Enfermagem

refere-se a maneira de ajudar aos seres

humanos,

através

do

desempenho

de ações deliberadamente selecionadas e

desempenhadas

pela enfermeira, para

(26)

ou

em

seu

meio

ambiente. Estas ações

podem

ser

desempenhadas

pelos próprios indivíduos

sob orientação

da

enfermeira,

ou

pela enfermeira

quando

a pessoa

tem

limitações,

que não

podem

ser imediatamente suplantadas. Esta

fonna

de relação de ajuda enfermeira/paciente é

contratual. (<5lí0p”(°EfM[%)

Como

arte, a

Enfermagem

consiste “na habilidade

em

assistir outros

no

planejamento, provisão e gerência dos sistemas de auto cuidado para desenvolver

ou

manter o funcionamento

humano

num

certo nível de efetividade”

(OREM,

1971). Arte implica

em

qualidade, a qual é inerente às enfermeiras, pennitindo-lhes atuar fazendo investigações criativas, análise e síntese das variáveis e fatores condicionais dentro das situações de

Enfermagem,

de maneira a trabalhar para a obtenção de certos objetivos, dentro de

um

sistema efetivo de assistência de

Enfermagem

a indivíduos

ou

grupos”

(OREM,

1971).

Como

tecnologia, a

Enfermagem

refere-se “ao conjunto de infonnações

sistematizadas sobre o processo

ou

o

método

para obtenção de resultados desejados através de

um

empenho

prático deliberado

com

ou

sem

o uso de materiais e instrumentos”

(OREM,

1971,1980)

De

acordo

com

a teorista, as enfenneiras

podem

utilizar diferentes tipos de

tecnologias às quais

foram

agrupadas

em

duas categorias: as tecnologias necessárias para as

relações interpessoal e social e as tecnologias reguladoras.

~

As

tecnologias necessárias para as

relações interpessoais incluem:

a) a comunicação;

b) a coordenação de esforços através das relações interpessoais;

c) a relação terapêutica

como

a maneira psicossocial de funcionar

na

saúde e doença;

d) assistência

humana

adaptada às necessidades humanas, habilidades para a ação e

(27)

°

As

tecnologias reguladoras incluem:

a)

manutenção

e

promoção

dos processos vitais;

b) regulação dos

modos

psicofisiológicos de

fimcionamento na

saúde e

na

doença;

c)

promoção do

funcionamento e desenvolvimento

humano

e regulação

da

posição e

movimento

no

espaço

(OREM,

1985).

°

Aprendizagem

Para

OREM

(1985) a aprendizagem é o uso de conhecimentos orientados interna e

extemamente, constituem-se

em

elementos centrais

na

seqüência de ações de auto-cuidado.

O

processo de aprendizagem segundo

OREM,

inclui o desenvolvimento gradual

do

indivíduo

de

um

repertório de práticas de auto cuidado e habilidades relacionadas. Este processo

pode

ser

uma

questão de absorção decorrente da observação de

um

paciente frente a

uma

enfermeira competente que lhe presta cuidados

ou

também

através de experiências de aprendizagem específicas e planejadas tais

como

a leitura, a discussão e a resolução de

problemas. Este conceito é aplicável tanto aos pacientes

no

sistema de auto cuidado quanto às

enfenneiras nos sistemas de

Enfermagem.

°

Auto

cuidado

É

conceituado por

OREM

(1971)

como

“a prática das ações

que

os indivíduos

iniciam e

executam

por si

mesmos

para manter a vida, a saúde e o bem-estar”.

Segundo

OREM

(1980), auto cuidado consiste

no

cuidado

desempenhado

pela própria pessoa para si

mesma

quando

ela atinge

um

estado de maturidade que a

toma

capaz de realizar

uma

ação

(28)

3.2-

A

Teoria

de

Orem

e o Processo

de

Enfermagem

A

abordagem do

processo de

Enfermagem

de

OREM

apresenta

um

método

de determinação das deficíências de auto cuidado e a posterior definição dos papéis da pessoa

ou

da

enfermeira para satisfazer as exigências de auto cuidado.

Os

passos

que

compõem

o processo de

Enfermagem

de

OREM

são:

Passo

1:

A

detenninação inicial e subseqüente

da

razão pela qual

uma

pessoa deve

estar sob cuidados de saúde (profissionais).

É

a fase

do

diagnóstico e prescrição, determinando a necessidade

ou

não de cuidados

de

Enfermagem.

Passo 2:

O

planejamento de

um

sistema de

Enfermagem

e o planejamento

da

assistênciada

Enfermagem,

de acordo

com

o

sistema planejado.

A

enfenneira cria

um

sistema que seja totalmente compensatório, parcialmente

compensatório

ou

de apoio-educação.

Uma

vez determinadas as metas,

podem

ser

programados

os objetivos.

Passo

3:

O

início,

condução

e controle de ações de auxílio para

compensar

as

limitações de auto cuidado

do

paciente, sobrepujar possíveis limitações de auto cuidado e

encorajar e proteger as habilidades de auto cuidado

do

paciente.

Inclui a produção e

o

gerenciamento

do

sistema de

Enfermagem

através

da

evolução.

Juntos, paciente e enfenneira, realizam a avaliação.

A

evolução é

um

processo contínuo.

É

fundamental que a enfermeira e

o

paciente

avaliem continuamente quaisquer

modificações

nos dados que afetariam

o

déficit de auto cuidado, o agende de auto cuidado e o sistema de

Enfennagem.

(29)

Aplicação

da

Teoria de

Orem

ao processo de

Enfermagem

proposto por

GEORGE;

a

- partir

do

qual fizemos as adaptações

necessárias para a assistência de

Enfermagem

ao

paciente portador de hanseníasal

~

APLICAÇAO

DA

TEORIA

DE

OREM

AO

PROCESSO

DE

ENFERMAGEM

-

AVALIAÇÃO

Fatores Pessoais

Auto

cuidado universal

Auto

cuidado desenvolvimental Desvios de

Saúde

Planoe

Problema

Médico

Déficits de

Auto

cuidado Idade Sexo Altura Peso Cultura Í Raça Estado Civil › Religião Ocupação Ar, água alimento Excrementos Atividade e des- canso Solidão e intera- ção social Riscos à vida e ao bem-estar Promoção do funcionamento e desenvolvimento humanos. Necessidades espe-

cializadas para pro- cesso desenvolvi- mental

Novos

4 requisitos de

uma

condição Requisitos associa- dos a

um

evento Condições de doença ou feri- mento Tratamen- tos para corrigir a condição Perspectiva "médi- ca da condição Diagnóstico médico Tratamento médi- co Diferença entre necessidades de auto cuidado e capacidades de auto cuidado l /`

(30)

Diagnóstico Plano Implementação Evolução de

Enfermagem

Baseado nos dé- ficits de auto cuidado

Metas e objetivos da Enfermagem: a. Coerente

com

o diagnóstico de

Enfermagem

b.Baseado nas demandas de auto

cuidado

c. Promover o paciente

como

agente de auto cuidado

Criando o Sistema de Enferma-

gem:

a. Totalmente compensatório

b. Parcialmente compensatório

c.

De

apoio-educação

Métodos adequados de ajuda:

a. Orientação

b. Apoio

c. Ensino

d. agir ou fazer por

e. Propiciar ambiente desenvolvi-

mental.

Ações de enfermeira-

paciente para:

a. Promover o paciente

como

agente de auto cuidado.

b. Satisfazer as necessi- dades de auto cuidado

c. Diminuir déficits de

auto cuidado.

Eficácia das açoes

da enfenneira-paci-

ente para:

a. Promover o pa- ciente

como

agente

de auto cuidado. b. Satisfazer as ne- cessidades de auto cuidado c. Diminuir déficits de auto cuidado.

(31)

4 -

DEscR1ÇÃo

DA PATOLOGIA

4.1 -

A

história e o estigma

da

hanseníase

A

hanseníase,

amplamente

conhecida pela designação de “lepra”, parece ser

uma

das

mais

antigas doenças

que

acometem

o

homem.

Entretanto,

não

se

tem

notícia de

evidências objetivas antes dos sinais sugestivos

da doença

encontrados

em

esqueletos descobertos

no

Egito, datando

do

segundo século antes de Cristo.

As

referências escritas mais

antigas

datam

de

600

a.C. e

procedem

da Índia, que, juntamente

com

a África,

pode

ser

considerada o berço

da

“lepra”

(MINISTÉRIO

DA

SAÚDE).

A

doença

era

também

conhecida dos antigos gregos, entre os quais era

chamada

de

elefantíase.

Na

verdade, o termo “lepra” foi usado por Hipócrates,

mas

suas descrições

indicam doenças

da

pele

com

lesões escamosas (do grupo: leper

=

escamas), entre as quais

certamente

podem

estar a psoríase e os

eczemas

crônicos,

sem

haver, porém,

menção

às

manifestações neurológicas

da

hanseníase.

Menções

à “lepra” são

também

atribuídas à Bíblia. Encontra-se, nos capítulos 13 e

14

do

Levítico, o termo hebreu Tzara'ath, para designar afecções "impuras". Este termo foi

traduzido por "lepra"

ou

o seu equivalente nos diferentes idiomas,

sem

que

se possa

afirmar

com

certeza seu significado preciso

no

texto original.

A

associação

da

hanseníase

com

o

termo lepra que, por sua vez, está ligado a imagens de defonnidade, reforçadas por conceitos populares e religiosos de impurezas e castigo divino, é

uma

das principais origens

(32)

de preconceitos e problemas psicossociais ainda hoje relacionados à doença, Durante a Idade Média, segundo as evidências de que se dispõe, a hanseníase

manteve

alta prevalência

na

Europa

e

no

Oriente Médio.

O

Concílio realizado

em

Lyon,

no ano

de 583, estabeleceu regras

da

Igreja Católica para a profilaxia

da

doença. Essas regras consistiam

em

isolar o doente

da

população sadia.

Em

algumas

áreas,

como

na

França, essas

medidas

de isolamento

foram

particularmente rigorosas e incluíam a realização de

um

ofício religioso

em

intenção

do

doente, semelhante ao oficio dos mortos, após o qual o “leproso” era excluído

da

comunidade, passando a residir

em

locais especialmente reservados para esse

fim.

Era

ainda

obrigado a usar vestimentas características que o identificavam

como

doente e fazer soar

uma

sineta

ou

matraca para avisar os sadios de sua aproximação.

Uma

série de outras interdições

lhe

eram

impostas. Naturalmente,

em

virtude

da

falta de

meios

para

um

diagnóstico preciso,

eram

provavelmente incluídos entre os “leprosos” não apenas portadores

da

hanseníase,

mas

também

portadores de outras doenças crônicas de pele, muitas das quais,

com

certeza,

não

seriam

nem

ao

menos

contagiosas.

Data

também

da Idade

Média

(século XII) a criação das primeiras ordens religiosas

dedicadas a prestar cuidados aos doentes de hanseníase. Essas ordens

foram

responsáveis pela criação de centenas de asilos para abrigar os acometidos

da

doença. Pode-se estimar a magnitude

da

hanseníase

na Europa no

século XIII pela existência de cerca de 19.000

leprosários naquele continente.

Da

mesma

forma, pode-se

acompanhar

o declínio

da

endemia

européia a. partir

do

século

XVII

e primeira

metade do

século

XIX.

Por volta de 1870, a

hanseníase já havia praticamente desaparecido

em

quase todos os países

da

Europa

e,

mesmo

na

Noruega,

onde

ainda podia ser considerada endêmica, sua incidência já se achava

em

declínio. Admite-se

que

esse declínio teve

como

causa principal a melhoria das condições

sócio-econômicas experimentadas pelos povos europeus ao longo das Idades

Modema

e

(33)

.Ao

mesmo

tempo

que a hanseníase tendia ao desaparecimento

na

Europa,

mantinham-se

os focos

endêmicos

da Ásia e da África e introduzia-se a

doença no

Novo

Mundo,

a partir das conquistas espanholas e portuguesas e

da

importação de escravos

africanos. Durante o período da colonização, a

América

Latina tomou-se, gradativamente,

uma

nova. área

endêmica

mundial.

No

Brasil, os primeiros casos de hanseníase foram notificados

no

ano de 1600,

na

cidade

do Rio

de Janeiro, onde, anos

mais

tarde, seria criado o primeiro “Lazareto” - local para abrigar os doentes de Lázaro, lazarentos

ou

leprosos. Outros focos

da doença

foram

identificados, principalmente

na Bahia

e

no

Pará, o

que

levou as autoridades

da

Colônia a

solicitarem providências a Portugal, sem, entretanto, serem atendidas.

As

primeiras iniciativas

do

Govemo

Colonial só foram

tomadas

dois séculos depois

com

a regulamentação

do

combate

à doença, por

ordem

de D. J oão V. Entretanto, as ações de controle se limitaram à

construção de leprosários e à assistência precária aos doentes.

O

período

compreendido

entre 1912 e 1920 se constitui

numa

fase intermediária

da

história

da

hanseníase

no

Brasil,

com

o reconhecimento

do problema

pelas autoridades

sanitárias, Emílio Ribas,

Oswaldo

Cruz

e Alfredo da

Matta

começaram

a denunciar o descaso

do combate

à

endemia

e a

tomar medidas

isoladas

em

suas áreas de atuação,

merecendo

destaque a iniciativa de Emílio Ribas,

em

São

Paulo.

Por

essa época, vários Estados já

oficializavam o isolamento compulsório.

Em

1920,

com

a criação

do Departamento

Nacional de

Saúde

Pública, foi instituída a Inspetoria de Profilaxia da Lepra e

Doenças

Venéreas.

As

ações de controle de então priorizavam a construção de leprosários

em

todos os estados

endêmicos, o censo e o tratamento pelo óleo de chaulmoogra.

Em

1935, o controle

da doença

tomou

novo

rumo,

com

a elaboração de

um

plano de ação mais abrangente e

com

a extensão

da

assistência aos familiares dos pacientes, através

da

(34)

Lepra que,

no

ano seguinte, realizou

um

censo da

doença

em

inúmeros municípios dos Estados

do Amazonas,

Pará,

Rio

de Janeiro,

Minas

Gerais,

Mato

Grosso e Goiás,

além

de proceder à coleta e à organização de dados que

fomeceram

informações

mais

atualizadas

da

realidade

da doença no

país. Já naquela época, a região Norte apresentava a

maior

prevalência

do

país, fato

que

era explicado

em

função

do

clima tropical. Já se fazia

também

referência à presença,

na

Amazônia

(no trabalho dos seringais), de migrantes nordestinos

doentes, justificando-se a baixa prevalência

no

Nordeste pelo caráter migratório

da

população.

Nas

regiões Leste e Sul,chamava a atenção

o acometimento

de

um

grande

número

de estrangeiros (Agrícola e Risi, 1948).

A

distribuição geográfica

da

hanseníase

no

Brasil, nos anos 40,

não

difere

grandemente

da

que se observa nos dias atuais, sobretudo

na

alta endemicidade verificada

na

região Norte. Entretanto, nota-se a precariedade

da

justificativa encontrada para esse fato. Sabendo-se

que

a hanseníase já foi

endêmica

em

países tão frios

como

a Noruega, e que é

justamente nas áreas mais quentes

do

planeta que se situam as nações

mais

subdesenvolvidas, deve-se antes estabelecer

uma

relação entre a ocorrência de casos

da doença

e a situação

sócio-econômica das populações

do

que atribuir sua predominância a fatores climáticos.

Como

se observou, as

medidas tomadas

para enfrentar o

problema da

hanseníase

no

Brasil, não diferiram

do

que ocorreu

no

resto

do mundo.

O

isolamento dos doentes foi

uma

iniciativa que

não

se revelou capaz de controlar a

endemia

e contribuiu para amnentar

o

medo

e o estigma associados à doença.

Defonnidades ou

ulcerações visíveis e falsos conceitos sobre a transmissibilidade e possibilidade de cura ainda

determinam

uma

rejeição pela sociedade e até por profissionais da saúde.

Aparentemente, a "ameaça" representada pela

doença

seria insuficiente para explicar

o processo estigmatizante,

uma

vez que outras doenças trazem "ameaça" igual

ou

superior,

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