CENTRO DE
CIENCIAS
DA
sAUDE
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
VIII
UNIDADE
CURRICULAR
A
RELATÓRIO
DE
ESTÁGIO
CCSM
N-ChflmTCC UFSC ENF
0349,TCC
Título: Assistindo O paciente hanseniano na _UFSC
prevenção de incapacidades fisicas simples.z 0349 I I Fx I 972493209 Ac. 241600 ' l : Ex l UFSC BSCCSM CCSM ,_,.-v ._.¬--
ASSISTINDO
O
PACIENTE
HANSENIANO
NA
PREVENÇÃO
DE
UN'CAPACIDADES
FÍSICAS
SIMPLES
Orientadora:
Maria do
Horto F. CartanaSupervisoresilosé
Augusto
da SilvaVelho
Maria
ConceiçãoSimoni
nos concedido
0
dom
da
vida.Ao
grupo: `i
Cynara
Müller da SilvaJaqueline
Bemadete
Gama
Julie Cristina
Nunes
Márcia
Juliane Patrícia HeitelPor conseguirmos superar as diferenças
individuais e nos
tomamos
mn
grupo quealcançou mais
uma
etapana
vida.a
uma
outra, cujopeso
estigmatizantefoge
às dimensões descritíveis.De
fato,não dá
para
descrever oque
sentimosquando alguém
noschama
de leproso, hansenianoou
nos tratacomo
tal.Nada
dói maisdo que
ser tratadocomo
algo que
dá
nojo,que
causa piedade,que
desperta medo.”
(Francisco A. Vieira
Nunes
-“B/ICURAU”
- Coord.do
MORHAN)
Aos
nossos pais, irmãos,namorados
e noivo, pela presença e apoio constantes, peladisponibilidade; pela
compreensão
e auxílio enquanto estivemos ausentes; pela proteção; pelocarinho e
amor
a nós dedicados.Aos
pacientes e seus familiares, que aceitaram participar desta jornada,uma
vez que,sem
a sua disponibilidade, este trabalho não se concretizaria.Às
equipes multiprofissionaisdo Programa
de Controle de Hanseníase da Policlínicade Referência Regional e
do
Hospital Santa Tereza de Dermatologia Sanitária, pelacompreensão
e apoio à proposta de trabalho.A
todas as pessoas que diretaou
indiretamente contribuíram para nossa fonnação.Em
particular aos supervisoresMaria
Conceição Simoni e JoséAugusto da
SilvaVelho
(ZéBuscapé), pela colaboração, dedicação e apoio nesta etapa decisiva de nossas vidas.
Às
professoras TâniaMara
Xavier Scóz, Marisa Monticelli eMaria
de LourdesCardoso
pelo apoio nos nossosmomentos
mais diñceis.Ao
Departamento
e Coordenadoriado
Curso deEnfermagem,
por estaremdisponíveis
sempre
que necessitamos.1 -
INTRODUÇÃO
... ._ 2 -OBJETIVOS
... .. 2.1- Objetivo geral ... ._ 3 2.2- Objetivos específicos ... _.3
-REFERENOLAL TEÓRICO
... _. 3.1-Definição
de conceitos ... ._3.2-
A
Teoria deOrem
eO
Processo deEnfermagem
4 -
DESCRIÇÃO
DA
PATOLOGIA
4.1- Histórico e
O
estigmada
hanseníase4.2- Conceito ... ._
4.3-
Agente
etiológico ... ..4.4- Fonte de infecção e transmissão ... _.
29
4.5- Classificação
da
Hanseníase ... _. 4.6-Formas
clínicas ... _. 31 4.6.1 - Hanseníase Indeterminada (}H).... 4.6.2 - Hanseníase Tuberculóide(HT)
4.6.3 - HanseníaseDimorfa
(HD)
... __ 4.6.4 - Hanseníase Virchowiana(HV)
4.7- Diagnóstico ... _. 4.7.1 - Pesquisada
sensibilidade ... _. V... ..40 4.7.4 - Baciloscopia ... ..
40
4.7.5 - Teste deMitsuda
... _.40
4.7.6 -Exame
histopatológico ... .. 41 4.8- Diagnóstico diferençial ... .. 414.8.1 -
Com
Hanseníase Indetenninada... ..
42
4.8.2 -
Com
Hanseníase Tuberculóide... ..
44
4.8.3 -
Com
HanseníaseDimorfa
... ..
45
4.8.4 -
Com
Hanseníase Virchovviana... ..
46
4.8.5 -
Com
Neuropatias Periféricas... ..
47
4.9- Tratamento ...
_.
48
4.9.1 - Critérios para classificação
... ..49
4.9.2 -
Esquema
padrão -PQT/OMS
... ..49 4.9.3 -
Esquemas
alternativos ... .. 50 S -METODOLOGIA
... _. 52 5 . 1- Característicasdo
local ... ..52
5.2- População alvo ... .. 535.3- Proteção dos direitos
humanos
... .. 545.4- Planejamento das ações - Objetivos - Estratégias - Avaliação
... .. 55
6
-CRONOGRAMA
... ..
57
6.1-
Cronograma
para elaboraçãodo
projeto... ._
57
6.2-
Cronograma
de estágio ... .. 587.-
APRESENTAÇÃO,
ANÁLISE E DISCUSSÃO
DOS RESULTADOS
... .. 658 -
ATIVIDADES
NÃO
PLANEJADAS
QUE SURGIRAM
NO
DECORRER DO
ESTÁGIO
... .. 125Florianópolis. ... ._ 125
8.2- Encontro de Atualização de Hanseníase para os Professores da
Rede
Municipalde
Ensino de Florianópolis. ... .. 127
8.3- Palestra ministrada para as acadêmicas
da
VIIUnidade
Curriculardo
Curso deGraduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federal de Santa Catarina. ... .. 1298.4- I_Salão de
Enfermagem
... .. 1308.5 -
Reunião
com
as equipes de saúdedo
HSTDS
... .. 132
8.6 -
VI
Encontro Estadualdo Programa
de Hanseníase... .. 134
8.7 - Palestra sobre a adaptação da Teoria
do Auto
cuidado deOrem
na
práticacom
paciente
hanseniano ... .. 139
8.8 - Participação
na
Festa Junina... .. 140
8.9 - Projeto
Ação
Global... .. 141
9
-REFLEXÕES
SOBRE
O
REFERENCIAL TEÓRICO
E
O
PROCESSO
DE
ENFERMAGEM
... .. 14510
-c0Nsn)ERAÇÕEs
FINAIS
... .. iso 11 -BIBLIOGRAFIA
... .. 182 12 -APÊNDICES
... .. 185 12.1 -Apêndice
I ... .. 186 12.2 -Apêndice
II ... .. 188 12.3 -Apêndice
111 ... .. 196 13 -ANEXOS
... _. 197 viiTrata este trabalho
do
relatório finaldo
Projeto Assistencial da VIIIUnidade
Curricular
do
Curso deGraduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federal de SantaCatarina, desenvolvido de
março
a julho de 1996 pelas alunasCynara
Müller da Silva,Jaqueline
Gama,
Julie CristinaNunes
eMárcia
Juliane P. Hertel.O
objetivo principal é assistiro
paciente hansenianona
prevenção das incapacidades ñsicas simples. Selecionamos a Teoria Geral deEnfermagem
deOrem,
por entendennos que esta se adaptamelhor
aotrabalho proposto.
Na
intenção de aplicar a Teoria deOrem,
para assistir ao pacienteHanseniano,
adaptamos
seu processo deEnfennagem
elaborando roteiro para consulta,englobando operacionalização, implementação e evolução. Este roteiro foi aplicado a 8 pacientes hansenianos, 4
do
Hospital Santa Tereza de Dermatologia Sanitária e 4do
Programa
de Controle de Hanseníaseda
Policlínica de Referência Regional.A
experiência semostrou valiosa e
podemos
afinnar
que a Teoria se adaptou, até certo ponto,na
assistência aestes pacientes. Trabalhar
na
área hansenológica,como
em
qualquer área daSaúde
Pública,não é tarefa fácil.
Deparamo-nos
com
diversas irregularidadesno
atendimento ao paciente,bem como
na
administração de recursos materiais, financeiros e pessoais.Mas,
considerandotodos os pontos negativos e positivos dessa experiência, concluímos que trabalhar
com
hanseníase,
ou
melhor,com
aqueles que sofreramcom
adoença
e hoje sofremcom
o abandono, é totalmente gratificante.Este trabalho é constituído de duas etapas: projeto e relatório,
ambos
são parteintegrante
do
estágio obrigatórioda
VIIIUnidade
Curriculardo
Curso deGraduação
em
Enfennagem
da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).Para a realização deste estágio foram escolhidos dois locais de atuação: o Hospital
Santa Tereza de Dermatologia Sanitária
(HSTDS),
localizadono
município deSão
José e aPoliclínica de Referência Regional (PRR), situada
na
cidade de Florianópolis.Para orientação
do
nosso trabalho escolhemos a professora - mestra deEnfermagem-
Maria do
Horto Fontoura Cartana, por sua experiênciaem
Saúde
Pública.Como
supervisoresde
campo
do
Hospital e Policlínica, escolhemos, respectivamente, os enfermeiros JoséAugusto
da SilvaVelho
eMaria
da Conceição Simoni, tendoem
vista oamplo
conhecimentoe atuação de
ambos
na
área de hansenologia.O
estágio foi realizadono
período de 22/03/96 a 17/06/96,com
a carga de290
horasem
57
dias,mantendo
uma
média
semanal de20
horas. Acrescentamos a essa carga horária192 horas destinadas a grupos de estudo, encontros
com
a orientadora e elaboraçãodo
relatório final, 16 horas de participação
do
VI
Encontro Estadual de Avaliaçãodo
Programa
de Hanseníase,
90
horas de atividades extras, destas 81 horas de palestras e encontros e 9horas de visitas domiciliares.
O
interesse pela área hansenológica surgiu apósuma
visita ao Hospital Santa Terezaboa
atuaçãodo
enfermeiro e equipe deenfermagem no
cuidado aos pacientes, pelo estigmaque os norteia, pelo descaso das políticas de
Saúde
Públicacom
relação a essaendemia
e pelaformação acadêmica
deficiente nesta área, o que acarretaum
diagnóstico e tratamento tardiosaos pacientes, gerando as incapacidades fisicas irreversíveis, aumentando, desta fonna, o
estigma
que
envolve essa patologia desde o início dos tempos.Sendo
assim, decidimos trabalharcom
a prevenção e reabilitação das incapacidadesfisicas, de pacientes crônicos, assistidos
na
Policlínica eHSTDS.
Entretanto,no
decorrerdo
estágio,
percebemos
que aEnfennagem
poderia somente atuarna
prevenção dasincapacidades físicas simples,
ou
seja, primárias, poiscom
as deformidades flsicas jáinstaladas, exigiria
um
serviço mais especializado,como
porexemplo
o de, fisioterapeutas,ortopedistas, cirurgiões, etc...
Desenvolvemos
também
atividadesna
área daEducação
em
Saúde,
na
tentativa de desmistificar a doença.Com
esse estágio,cumprimos
a finalidadeda
VIIIUnidade
Curricular,onde
oacadêmico
deEnfermagem
atuacomo
“enfermeiro”, assistindo o paciente e sua famíliana
2.1- Objetivo geral
Assistir o paciente hanseniano e sua família na prevenção de incapacidades fisicas
simples, auxiliando-os tanto física
como
emocionalmente.2.2- Objetivos específicos
2.2.1- Expandir e atualizar nossos conhecimentos
na
área da hansenologia;2.2.2 - Contextualizar as unidades que prestam assistência aos pacientes,
conhecendo
ecomparando
as ações desenvolvidas nestes locaiscom
o preconizado pelo Ministérioda
Saúde
(M.S.);2.2.3 -
Promover
a integração das acadêmicascom
os locais de atuação ecom
as equipes desaúde
que
prestam cuidados a pacientes hansenianos;2.2.4 - Atuar
na
prevenção de incapacidades fisicas simples de pacientes crônicos e agudosinternados
no
Hospital Santa Tereza de Dermatologia Sanitária e atendidosna
Policlínica de Referência Regional.2.2.5 -
Dar
atenção especial aos pacientes crônicoscom
seqüelas irreversíveisda
doença.Pela experiência vivenciada durante
o
Curso deGraduação
em
Enfermagem,
com
relação à teorização
da
prática, selecionamos a Teoria Geral deEnfermagem
deOrem,
porentendemos
que
esta se adaptariamelhor
ao trabalho proposto.Tomey
(1994) define teoriacomo
um
agrupamento
de conceitos, definições e proposiçõesque
projetamuma
visão sistemáticado
fenômeno, designandouma
interelaçãoespecífica entre os conceitos,
com
o propósito de descrever, explicar e prever.Passamos
então, a descrever a teoria escolhidacom
o objetivo de situar o leitor quanto aos princípiosque
guiaram nosso trabalho.TEORIA
GERAL
DE
ENFERMAGEM
Dorothea E.
Orem,
MSNED
(Masterof
Science in Nursing Education),DSc
(Doctorof
Science),RN
(Registered Nurse), concluiu seu cursono
início dos anos30
em
Washington,nos Estados Unidos, conseguiu seu grau de Bacharel
em
Ciênciasda
educação para aEnfermagem,
em
1939, sendoque
o grau de Mestreem
Enfermagem
foi obtidoem
1945,na
Catholic University of América. Durante sua carreira profissional
como
enfermeira, trabalhouem
equipe etambém como
enfenneira particular, educadora, administradora e consultora deEnfermagem
(GEORGE,
1993).Desde
1970,Orem
trabalhacomo
consultoraem
Enfermagem
e educação paraEnfermagem, na
firma
deOrem
e Shieldsem
Chevy
Chase, Maryland.Como
consultora para a Secretaria deEducação do Departamento
de Saúde,Educação
e Bem-estar, DorotheaOrem
participou deum
projeto para aperfeiçoar 0 treinamentoem
Enfermagem
prática (vocacional). Este trabalho estimulou-a a dar atenção àindagação: “Qual a condição existente
numa
pessoa,quando
essa pessoaou
outras,detenninam
que aquela deve submeter-se a cuidados deEnfermagem?”
Sua
resposta inclui aidéia de que a enfenneira é
um
“outro eu”.Orem
propõe que,“quando
capazes, os indivíduoscuidam
de simesmos.
Quando
uma
pessoa não consegue auto cuidar-se, a enfenneira, então,oferece ajuda”
(GEORGE,
1993).Em
1959, o conceito deEnfermagem
deOrem,
como
provimento de auto cuidado, foi publicado pela primeira vez. Posterionnente,Orem
desenvolveu seus conceitos de “autocuidado”
(AC)
e,em
1971, publicou “Nursing: Concepts of Pratice”.A
segunda e terceiraedições
foram
publicadasem
1980 e 1985, respectivamente.A
primeira centralizou seu focono
indivíduo.A
segtmda ampliou-se para incluir unidades multipessoais (famílias,gmpos
ecomunidades).
A
terceira edição desenvolveu-se para apresentar a Teoria Geral deEnfermagem
deOrem,
que éfonnada
por 3 construtos teóricos:- Construto teórico
do
Auto
cuidado;- Construto teórico
do
Déficitdo
Auto
cuidado;
- Construto teórico dos Sistemas de
Enfermagem.
Segundo Orem,
“aEnfermagem
tem
como
especial preocupação, a necessidade de ações de auto cuidadodo
indivíduo e o oferecimento e controle disso,numa
base contínuapara sustentar a vida e a saúde, recuperar-se de
doença
e/ou ferimento e compatibilizar-seConstruto
Teóricodo
Auto Cuidado
Este construto engloba o auto cuidado e a exigência terapêutica de auto cuidado.
fz
Ideia Central: o auto cuidado (self-care) e o cuidado de dependentes são
comportamentos
que regulam a integridade estruturalhumana,
seu funcionamento e o desenvolvimento, e denota a relação existente entre as ações deliberadas de auto cuidado demembros
maduros ou não
deum
grupo social e seu próprio desenvolvimento, tanto quanto a relação entre cuidado contínuo demembros
de Luna família e seu funcionamento edesenvolvimento.
Orem
apresenta 3 categorias de requisitosou
exigênciasdo
auto cuidado:_
Sendo que
estes requisitos de auto cuidadopodem
ser definidoscomo
ações voltadaspara a provisão
do
auto cuidado.São
eles: universais, desenvolvimentais e de desvios desaúde.
-
Auto Cuidado
Universal:É
o auto cuidado solicitado portodos os indivíduos
em
todoo
ciclo de sua vida
em
relação a todas suas necessidades básicas.As
partescomponentes do
auto cuidado universal são divididasem
5 sub-categorias,que variam
com
idade, atividade, estado de saúde e fatores ambientais:1) Ar, água, alimento -
São
os recursos vitais para continuidadeda
vida, para o crescimento e
desenvolvimento, reparo dos tecidos
do
corpo e para o funcionamentohumano
integrado.Os
recursos essenciais relativos aos elementos ar, água e alimento para ação de A.C.são:
° estabelecer a quantidade de cada recurso solicitado para o funcionamento
integral
do
organismo, ajustando os fatores internos e extemos;
~ preservar e integridade das estruturas anatômicas e psicológicas; ~ apreciar as experiências agradáveis de respirar, beber e
comer,
porém
sem
abusos quelevam
2) Eliminações - incluem: urina, transpiração, excreções
do
aparelhorespiratório, fezes,
fluxo
menstrual e líquido seminal. '
Os
recursos essenciais relativos a eliminação para ação de A.C. são:° ajuste de atividades e fornecimento de condições intemas
e
extemas
para regular processosde eliminação;
~ proteção das estruturas e
mecanismos
envolvidosna eliminação;
° cuidados higiênicos das superñcies e
partes
do
corpo subseqüente às eliminações;° cuidado
do meio conforme
necessidade para manter condiçõessaudáveis.
3) Atividade e repouso
Atividade: é principalmente a ação flsica e intelectual.
Repouso: é
um
processo associadocom
o descanso e restauraçãodo
funcionamento nomial após atividade desgastante.Os
recursos essenciais relativos a atividade e repouso para açãodo
A.C. são:- conhecer e selecionar os processos metabólicos, energia
física e psíquica, inter- relacionamentos sociais, para
manutenção
de equilíbrio;~ reconhecer e atender as manifestações das necessidades
de repouso e atividade;
~ respeitar as necessidades e capacidades pessoais
com
relação à cultura
do
indivíduo paraatividade e repouso.
4) Solidão e interação social
~ ~ ~
Os
recursos essenciais relativos a solidao e interaçao pessoal para açaodo
A.C.,devem
ser providos de qualidade e equilíbrio de experiências que:°
permitam
o desenvolvimento das capacidadesindividuais para a interação social;
° estimulem
0
desenvolvimento e ajuste contínuo;5) Risco de vida e bem-estar:
É
necessário autocontrole, controle das condições ambientais, assistênciaespecializada para prevenção e proteção dos riscos de vida e
manutenção
e recuperaçãodo
bem
estar.De
acordocom
DUPAS
et al (1994), existem algumas proposições e pressuposiçõesque
devem
ser consideradas para o alcancedo
auto cuidado universal.° Proposições
O
auto cuidado e o cuidado aosmembros
da
família são aprendidosno
contexto dos grupos sociais pormeio
de interações e comunicação.O
auto cuidado e o cuidado amembros
dependentesda
família são ações delíberadasexecutadas seqüencialmente para se conseguir conhecer as necessidades de cuidados.
Os
requisitos para o auto cuidado,
têm
suas origens nos sereshumanos
e seu ambiente.Alguns
requisitos para o auto cuidado são
comuns
a todos os sereshumanos;
outros são específicosaos estados de saúde dos indivíduos.
Os
requisitos universais de auto cuidado e as maneiras para conhecê-lospodem
sermodificados
por idade, sexoou
o estado de desenvolvimento e saúdedo
indivíduo.Um
processo específico e tecnológicoou
em
bloco específico de processosou
tecnologias são necessários para se conhecer cada requisito
do
auto cuidado.O
auto cuidado (ou cuidado dependente)como
um
processoou
sistema, resultado
uso individual deliberado de processos conceitualizados
ou
tecnológicos para conhecer osrequisitos
do
auto cuidado.Um
sistema de auto cuidadoou
cuidado de dependentespode
sercomposto
de cursosde ações para encontrar os requisitos universais de cuidado e os requisitos associados
com
os estados de desenvolvimentoou
de saúde.-
Os
sistemas de auto cuidadoou
de cuidado dependente são criados pelasações que os indivíduos selecionam e
executam
afim
de conhecer as necessidades especiais.-
O
conhecimentodo
sistema de auto cuidadoou
de cuidado dependente resultade ações
deliberadas executadas anteriormente
ou
da observação das ações de outras pessoas.- Pressuposições
-
Todo
serhumano
tem
o potencial para desenvolver suas habilidadesintelectuais e práticas e
a motivação essencial para o auto cuidado e
o
cuidado demembros
dependentes.-
As
maneiras de se conhecer as necessidades de auto cuidado (processode auto cuidado, tecnologia e prática) são elementos culturais e variam de acordo
com
o
indivíduos e grupossociais maiores.
-
O
auto cuidado e o cuidado de dependentes são fonnas de açõesdeliberadas, que são
afetadas pelo repertório individual de sua predileção por executar tarefas
em
certas circunstâncias.-
A
identificação e descrição dos requisitos para o auto cuidadoe o cuidado de dependentes,
nos
levam
a investigar e desenvolver maneiras deconhecermos
estes requisitos.°
Auto Cuidado
Desenvolvimental: Inicialmente esta categoriafoi
sub-somada
à categoriado
auto cuidado universal, sendo separada posteriormente para enfatizar sua importância e necessidades apresentadas durante estágios
do
desenvolvimentohumano.
~
Auto Cuidado
nos Desvios de Saúde:Desvios de saúde
geram
sensações de enfermidade e de impotência ao funcionamentonormal do
organismo. Estas sensações estão diretaou
indiretamente ligadas anatureza
do
desvioda
saúde, o que influenciarána
escolha das ações.Quando
uma
mudança
manutenção da
vida, a pessoamuda
da
posição de agentedo
A.C. para o de pacienteou
receptor de cuidado.
Os
recursos essenciais relativos a doença, ferimento, impotênciaou
deformidade, para as ações de A.C., são:° ajustar os
meios
de encontrar as necessidades de A.C.universais;
~ estabelecer novas técnicas de A.C.; °
modificar
a auto-imagem;~ revisar a rotina da vida diária;
~ desenvolver
um
novo
estilo de vida, compatívelcom
os efeitos
do
desvioda
saúde;- lidar
com
os efeitosdo
desvioda
saúdeou do
cuidadomédico
usado
no
diagnóstico e/ou tratamento.Construto
Teóricodo
Déficitde
Auto
cuidado
O
construto teóricodo
déficit de auto cuidado delineiaquando há
necessidade deEnfermagem.
3
Idéia Central: as pessoaspodem
requerer o serviço deEnfermagem
porque elasestão sujeitas a limitações de saúde que as
tomam
incapazes de cuidar de simesmas
ou
dedependentes, o que resulta
em
cuidado incompleto e não efetivo.Orem
identifica cincométodos
de ajuda:- ajudar
ou
fazer para 0 outro;- guiar o outro;
- apoiar 0 outro (flsica
ou
psicologicamente);- proporcionar
um
ambiente quepromova
o desenvolvimentopessoal, quanto a tornar-se
capaz de satisfazer
demandas
futurasou
atuais de açao;A
enfermeirapode
ajudar o indivíduo, utilizando-se de qualquerum
ou
de todos osmétodos, de
modo
a oferecer assistênciacom
auto cuidado.De
acordocom
DUPAS
et al (1994), existem proposições e pressuposiçõesque
devem
ser consideradas para o alcance dos déficits de auto cuidado.- Proposições:
-
As
pessoasque
agem
parafomecer
cuidado asi
mesmas
e a dependentestêm
habilidades especializadas para ação. _-
As
habilidades individuais de se engajarno
cuidado de simesmo
ou do
cuidado dependente
são condicionadas pela idade, estado de desenvolvimento, experiência de vida, orientação
sociocultural, saúde e recursos disponíveis.
-
A
relação entre as habilidades intelectuais para o cuidado desi
mesmo
ou
de cuidadodependente,
pode
ser determinadoquando
o valor de cadaum
é conhecido.-
A
relação entre as habilidades e ademanda
pode
ser definidaem
termos de “igual a”,
“menos
que” e “mais que”.-
A
Enfennagem
émn
serviço legítimo quando:a) as habilidades são
menores do
que aquelas requeridas para o encontro deuma
demanda
deauto cuidado conhecida
(uma
relação deficitária);b) as habilidades de auto cuidado
ou
cuidado dependenteexcedem
ou
são iguais àquelasrequeridas para
o
atendimento dademanda
de auto cuidado.-
As
pessoascom
deficiências existentesou
projetadas estãoou
podem
esperar estar
em
estados de dependência social que legitima a relação
da
Enfennagem.
- Pressuposições:
-
O
auto cuidado,como
uma
forma
de auto-regulação,é necessário para a vida
em
si, para asaúde, para o desenvolvimento
humano
e para o bem-estar geral. -O
auto cuidado e o cuidado de dependentes reside nas capacidadesculturais de
um
gruposocial e
na
educabilidade de seusmembros.
-
A
sociedade zela pelo estadohumano
de dependência instituindomaneiras de auxílio a
pessoas de acordo
com
a natureza e as razões para sua dependência.-
As
operações de auxílio direto demembros
dos grupossociais,
quando
institucionalizadas,tomam-se
osmeios
de ajudar as pessoasem
estado de dependência social. -As
operações de auxílio direto demembros
dos grupossociais,
podem
ser classificadas dentro daquelas associadascom
o estado de dependênciaou
nãoda
idade.-
Os
serviços de auxílio direto instituídosem
gmpos
sociais para fornecerassistência às
pessoas, incluem os serviços de saúde.
-
A
Enfermagem tem
sido e éum
dos serviços de saúde das civilizaçõesdo
Ocidente.Construto
Teórico dos Sistemasde
Enfermagem
Este construto destaca a maneira
como
as necessidades de auto cuidadodo
paciente serão satisfeitas pela enfermeira, pelo pacienteou
ambos.:> Idéia Central: os sistemas de
Enfermagem
são fonnadosquando
as enfenneirasusam
suas habilidades para prescrever, elaborar efomecer
cuidados para os pacientes(como
indivíduosou
como
grupos), executando ações e sistemas de ação. Essas açõesou
sistemasregulam o valor
ou
exercício da capacidade dos indivíduos para se engajaremem
autocuidado e encontrar os requisitos
do
indivíduo terapeuticamente.Orem
identificou 3 classificações de sistemas deEnfermagem
para satisfazer osrequisitos de autocuidado
do
paciente: sistema totalmente compensatório, parcialmenteO
plano e os elementosdo
sistema deEnfermagem
definem
a amplitudeda
responsabilidade
da
enfermeira; os papéis gerais e específicos de enfermeiras e pacientes; asrazões para as relações das enfenneiras
com
pacientes e as espécies de ações aserem
executadas.
°
O
Sistema deEnfermagem
Totalmente Compensatório - está representado poruma
situação
em
que
o indivíduo é incapaz de “empenhar-se naquelas ações de auto cuidadoque
exigem locomoção
auto dirigida e controlada emovimento
manipulativo,ou
com
prescriçãomédica
de evitar tal atividade”.°
O
Sistema deEnfennagem
Parcialmente Compensatório -está representado por
uma
situaçãoem
que
“tanto a enfenneira quanto o pacienteexecutam medidas ou
outrasações de cuidado que
envolvem
tarefas de manipulaçãoou
de locomoção... Tanto o pacientequanto a enfermeira
podem
exercer o papel principalna
execução demedidas
de cuidados.”°
O
Sistema deEnfennagem
deApoio-Educação
-Nele, “a pessoa consegue
executar,
ou pode
e deve aprender a executar medidas de auto cuidado terapêutico, deordem
interna e extema,
embora
não consiga fazer issosem
auxílio.”De
acordocom
DUPAS
et al (1994), existem algumas proposições e pressuposições,que
devem
ser consideradas para implementar o sistema deEnfermagem
mais eficaz
para opaciente.
- Proposições
-
As
enfermeiras se relacionam e interagemcom
pessoas queocupam
o “status”de pacientes.
-
Os
pacientestêm
requisitos de auto cuidado projetados e existentes. -Os
pacientestêm
deficiências existentesou
projetadaspara encontrar seus próprios
requisitos de auto cuidado.
-
As
enfermeirasdeterminam
os valores correntes e mutantes dosrequisitos dos pacientes,
formular os cursos de ação necessários para o uso de processos selecionados
ou
tecnologiasque
encontrarão requisitos de auto cuidado identificados.-
As
enfermeirasdeterminam
os valores correntes e mutantesdas habilidades dos pacientes
para encontrar seus requisitos usando processo específicos e tecnologias.
-
As
enfemieirasestimam o
potencial dos pacientes paramoderar
o engajamento
em
auto cuidado, para objetivos terapêuticosou
para desenvolverou
refinar as habilidades de seengajar
em
cuidados agoraou no
futuro.- Enfermeiras e pacientes
agem
juntos para atribuiros papéis de cada
um
na
produção de cuidados ena
regulação das capacidades de cuidado dos pacientes.-
Os
sistemas deEnfermagem
são constituídospelas ações das enfenneiras e as
do
pacienteque regulam a capacidde de auto cuidado
do
paciente ao encontro de suas necessidades.- Pressuposições
-
A
Enfermagem
éum
serviço de auxílio.-
A
Enfermagem
éuma
fonna complexa
de ação deliberada, executadapela enfermeira durante
algum tempo
por causa de outros.3.1- Definição
de
conceitosSegundo
CI-[IN&
JACOBS
(1983) “Conceitos são representações mentaisou
abstratas da realidade,
em
outras palavras, são marcasou
nomes, dados, objetos, idéias,instituições,
enfim
tudo o que existeno
universo.”Passamos
então a apresentar os conceitosdesenvolvidos por \Orem:
° Ser
Humano
Na
concepção deOREM,
o serhmnano
é“uma
unidade funcionandoao seu ambiente, e juntos, ser
humano
e ambiente,formam
um
todo integradoou
sistema(OREM,
1971, p. 14).OREM
(1985) acreditaque
o serhumano
éum
serque
tem
necessidade de auto cuidado e queo
mesmo
é responsável e possui habilidades (capacidades)para cuidar de si próprio e de seus dependentes.
H
OREIYI
acrescenta ainda, que omesmo
se distingue de outros seres vivos pelacapacidade de refletir sobre si
mesmo
e seu ambiente, simbolizar suas experiências e usarcriações simbólicas (idéias, palavras), através
do
pensamento,da comunicação
eda
ação,em
seu próprio beneficioou
de outros.OREM
acredita que os indivíduospossuem
potencial para a aprendizagem e o desenvolvimento.A
maneira pela qualum
indivíduo satisfaz suas necessidades de auto cuidado não é instintiva; trata-se, sim, deum
comportamento
aprendido.-
Meio
Ambiente
No
modelo
teórico proposto porOREM,
omeio
ambientecomo
um
conceito separado,tem
sido consideradocomo
relativamente insignificante(JOHNSTON,
1983). Talinterpretação depreende-se de fato ser este considerado
um
sub-conceito de serhumano.
Serhumano
emeio
ambiente estão intimamente ligadosformando
um
sistema integrado relacionado ao auto cuidado. Dentro desta teoria meio-ambiente e serhumano
sãoidentificados
como
uma
unidade caracterizada por trocas humanas-ambientais e pelo impactoque
um
exerce sobre o outro.As
alteraçõesou
influênciasem
qualquerum
doscomponentes do
sistema (serhumano/meio-ambiente),
podem
afetar o funcionamentodo
indivíduono desempenho
dasatividades de auto cuidado
(OREM,
1971, 1980, 1985).O
meio
ambiente, segundoOREM,
écontrolado pelo ser
humano
atravésda
utilização de tecnologias afim
de satisfazer suas necessidades.Cabe
ao serhumano,
portanto, escolher o curso de ação que ele julga serbenéfico
parao
seu próprio funcionamento epromover
a integraçãocom
omeio
ambiente/«J ° Sociedade
O
conceito de sociedade é explicado porOREM
(1971),como
um
grupo de pessoasque vivem
juntasnuma mesma
área, cidadeou
distrito sob asmesmas
leis. Este grupo, segundoOREM,
é constituído de indivíduos e famílias que compartilham,não
somenteuma
área e ambientes
comuns,
mas
também
interessescomuns
nas instituições quegovemam
eregulam seus processos de vida.
A
teorista acrescenta ainda que ascomunidades
variam detamanho
e característicasdependendo da
localização geográfica e climática, desenvolvimentoindustrial e as oportunidades de trabalho e ocupação.
Certas características
como
costumes, regime e formas decomportamento
também
variam de
comunidade
paracomunidade
(OREM,
1971).Para
OREM
(1985, p. 55), “as sociedadesespecificam
as condiçõesque
asfazem
legítimas para que seus
membros
procurem
vários serviçoshumanos
necessários às atividadesde auto cuidado.”
Em
relação à força e a eficácia deEnfennagem
como
um
serviçona
comunidade,
OREM
acredita quedepende
dos valoresda
comunidade. Entre os deveressociais das enfermeiras,
OREM
enfatiza que asmesmas
focalizam-sena manutenção do
autocuidado.
~
Saúde
A
saúde é descritacomo “um
estado de totalidadeou
integridadedo
serhumano
como
indivíduo, suas partes e seumodo
de funcionamento”(OREM,
1971). Este conceitoinclui aspectos fisicos, psicológicos, interpessoais e sociais, os quais são considerados por
OREM
(1985)como
inseparáveisdo
indivíduo. ParaOREM
(1985),o
conceito de saúdeimplica
também
na
integridade estrutural e funcionaldo
serhumano
dirigindo-se a níveiscada vez mais altos de integração entre
mecanismos
biológicos, psicológicos, interpessoais esociais. Saúde, portanto, consiste
na
capacidadedo
serhumano
de viver seu potencialfuncionamento e
o
desenvolvimentohumano,
a saúdecomo
um
estado de totalidade,ou
integridade é
um
resultado,ou
objetivodo
auto cuidado.-
Doença
Embora
OREM
(1971, 80 e 85)não
explicite o conceito de doença, amesma
considera que qualquer alteração da estrutura normal,
ou
funcionamento constitui-seem
ausência de saúde
no
sentido de totalidade,ou
integridadedo
serhumano.
Tais alterações,que
podem
estar relacionadascom
os aspectos: fisicos, psicológicos, interpessoais e sociais,quando
presentesdeterminam no
indivíduoum
estado de desvio de saúde, exigindo o atendimento de requisitos específicos de auto cuidado.-
Enfermagem
“Enfermagem
éum
serviçohumano,
um
modo
de auxiliarhomens,
mulheres e crianças e nãoum
produtoque
possa ser trocado.É uma
ação voluntária,uma
funçãoda
inteligência prática das enfermeiras de causar condições
humanamente
desejadas nas pessoase seus ambientes”
(OREM,
1985).De
acordocom
OREM
(1985) a condiçãoque
justifica a existênciada Enfemiagem,
parao
indivíduo adulto é “a ausênciada
capacidade de manter continuamente aquela quantidade e qualidade de auto cuidado, que é terapêutica namanutenção da
vida eda
saúde,na
recuperaçãoda
doença,ou
dano,ou na
maneira de enfrentar seus efeitos. Para a criança a condição de existênciada
Enfermagem
decorreda
inabilidade dos pais e responsáveisem
manter continuamente, para a criança, aquela quantidade e qualidade de cuidado, que é
terapêutica.”
Segundo
a visãoda
teorista, aEnfermagem
é “serviço, arte e tecnologia”.Como
serviço, a
Enfermagem
refere-se a maneira de ajudar aos sereshumanos,
atravésdo
desempenho
de ações deliberadamente selecionadas edesempenhadas
pela enfermeira, paraou
em
seumeio
ambiente. Estas açõespodem
serdesempenhadas
pelos próprios indivíduossob orientação
da
enfermeira,ou
pela enfermeiraquando
a pessoatem
limitações,que não
podem
ser imediatamente suplantadas. Estafonna
de relação de ajuda enfermeira/paciente écontratual. (<5lí0p”(°EfM[%)
Como
arte, aEnfermagem
consiste “na habilidadeem
assistir outrosno
planejamento, provisão e gerência dos sistemas de auto cuidado para desenvolver
ou
manter o funcionamentohumano
num
certo nível de efetividade”(OREM,
1971). Arte implicaem
qualidade, a qual é inerente às enfermeiras, pennitindo-lhes atuar fazendo investigações criativas, análise e síntese das variáveis e fatores condicionais dentro das situações deEnfermagem,
de maneira a trabalhar para a obtenção de certos objetivos, dentro deum
sistema efetivo de assistência de
Enfermagem
a indivíduosou
grupos”(OREM,
1971).Como
tecnologia, aEnfermagem
refere-se “ao conjunto de infonnaçõessistematizadas sobre o processo
ou
ométodo
para obtenção de resultados desejados através deum
empenho
prático deliberadocom
ou
sem
o uso de materiais e instrumentos”(OREM,
1971,1980)
De
acordocom
a teorista, as enfenneiraspodem
utilizar diferentes tipos detecnologias às quais
foram
agrupadasem
duas categorias: as tecnologias necessárias para asrelações interpessoal e social e as tecnologias reguladoras.
~
As
tecnologias necessárias para asrelações interpessoais incluem:
a) a comunicação;
b) a coordenação de esforços através das relações interpessoais;
c) a relação terapêutica
como
a maneira psicossocial de funcionarna
saúde e doença;d) assistência
humana
adaptada às necessidades humanas, habilidades para a ação e°
As
tecnologias reguladoras incluem:a)
manutenção
epromoção
dos processos vitais;b) regulação dos
modos
psicofisiológicos defimcionamento na
saúde ena
doença;c)
promoção do
funcionamento e desenvolvimentohumano
e regulaçãoda
posição emovimento
no
espaço(OREM,
1985).°
Aprendizagem
Para
OREM
(1985) a aprendizagem é o uso de conhecimentos orientados interna eextemamente, constituem-se
em
elementos centraisna
seqüência de ações de auto-cuidado.O
processo de aprendizagem segundoOREM,
inclui o desenvolvimento gradualdo
indivíduode
um
repertório de práticas de auto cuidado e habilidades relacionadas. Este processopode
ser
uma
questão de absorção decorrente da observação deum
paciente frente auma
enfermeira competente que lhe presta cuidadosou
também
através de experiências de aprendizagem específicas e planejadas taiscomo
a leitura, a discussão e a resolução deproblemas. Este conceito é aplicável tanto aos pacientes
no
sistema de auto cuidado quanto àsenfenneiras nos sistemas de
Enfermagem.
°Auto
cuidadoÉ
conceituado porOREM
(1971)como
“a prática das açõesque
os indivíduosiniciam e
executam
por simesmos
para manter a vida, a saúde e o bem-estar”.Segundo
OREM
(1980), auto cuidado consisteno
cuidadodesempenhado
pela própria pessoa para simesma
quando
ela atingeum
estado de maturidade que atoma
capaz de realizaruma
ação3.2-
A
Teoriade
Orem
e o Processode
Enfermagem
A
abordagem do
processo deEnfermagem
deOREM
apresentaum
método
de determinação das deficíências de auto cuidado e a posterior definição dos papéis da pessoaou
da
enfermeira para satisfazer as exigências de auto cuidado.Os
passosque
compõem
o processo deEnfermagem
deOREM
são:Passo
1:A
detenninação inicial e subseqüenteda
razão pela qualuma
pessoa deveestar sob cuidados de saúde (profissionais).
É
a fasedo
diagnóstico e prescrição, determinando a necessidadeou
não de cuidadosde
Enfermagem.
Passo 2:
O
planejamento deum
sistema deEnfermagem
e o planejamentoda
assistênciada
Enfermagem,
de acordocom
o
sistema planejado.A
enfenneira criaum
sistema que seja totalmente compensatório, parcialmentecompensatório
ou
de apoio-educação.Uma
vez determinadas as metas,podem
serprogramados
os objetivos.Passo
3:O
início,condução
e controle de ações de auxílio paracompensar
aslimitações de auto cuidado
do
paciente, sobrepujar possíveis limitações de auto cuidado eencorajar e proteger as habilidades de auto cuidado
do
paciente.Inclui a produção e
o
gerenciamentodo
sistema deEnfermagem
atravésda
evolução.Juntos, paciente e enfenneira, realizam a avaliação.
A
evolução éum
processo contínuo.É
fundamental que a enfermeira eo
pacienteavaliem continuamente quaisquer
modificações
nos dados que afetariamo
déficit de auto cuidado, o agende de auto cuidado e o sistema deEnfennagem.
Aplicação
da
Teoria deOrem
ao processo deEnfermagem
proposto porGEORGE;
a- partir
do
qual fizemos as adaptaçõesnecessárias para a assistência de
Enfermagem
aopaciente portador de hanseníasal
~
APLICAÇAO
DA
TEORIA
DE
OREM
AO
PROCESSO
DE
ENFERMAGEM
-
AVALIAÇÃO
Fatores PessoaisAuto
cuidado universalAuto
cuidado desenvolvimental Desvios deSaúde
PlanoeProblema
Médico
Déficits deAuto
cuidado Idade Sexo Altura Peso Cultura Í Raça Estado Civil › Religião Ocupação Ar, água alimento Excrementos Atividade e des- canso Solidão e intera- ção social Riscos à vida e ao bem-estar Promoção do funcionamento e desenvolvimento humanos. Necessidades espe-cializadas para pro- cesso desenvolvi- mental
Novos
4 requisitos deuma
condição Requisitos associa- dos aum
evento Condições de doença ou feri- mento Tratamen- tos para corrigir a condição Perspectiva "médi- ca da condição Diagnóstico médico Tratamento médi- co Diferença entre necessidades de auto cuidado e capacidades de auto cuidado l /`Diagnóstico Plano Implementação Evolução de
Enfermagem
Baseado nos dé- ficits de auto cuidadoMetas e objetivos da Enfermagem: a. Coerente
com
o diagnóstico deEnfermagem
b.Baseado nas demandas de auto
cuidado
c. Promover o paciente
como
agente de auto cuidado
Criando o Sistema de Enferma-
gem:
a. Totalmente compensatório
b. Parcialmente compensatório
c.
De
apoio-educaçãoMétodos adequados de ajuda:
a. Orientação
b. Apoio
c. Ensino
d. agir ou fazer por
e. Propiciar ambiente desenvolvi-
mental.
Ações de enfermeira-
paciente para:
a. Promover o paciente
como
agente de auto cuidado.b. Satisfazer as necessi- dades de auto cuidado
c. Diminuir déficits de
auto cuidado.
Eficácia das açoes
da enfenneira-paci-
ente para:
a. Promover o pa- ciente
como
agentede auto cuidado. b. Satisfazer as ne- cessidades de auto cuidado c. Diminuir déficits de auto cuidado.
4 -
DEscR1ÇÃo
DA PATOLOGIA
4.1 -
A
história e o estigmada
hanseníaseA
hanseníase,amplamente
conhecida pela designação de “lepra”, parece seruma
das
mais
antigas doençasque
acometem
ohomem.
Entretanto,não
setem
notícia deevidências objetivas antes dos sinais sugestivos
da doença
encontradosem
esqueletos descobertosno
Egito, datandodo
segundo século antes de Cristo.As
referências escritas maisantigas
datam
de600
a.C. eprocedem
da Índia, que, juntamentecom
a África,pode
serconsiderada o berço
da
“lepra”(MINISTÉRIO
DA
SAÚDE).
A
doença
eratambém
conhecida dos antigos gregos, entre os quais erachamada
deelefantíase.
Na
verdade, o termo “lepra” foi usado por Hipócrates,mas
suas descriçõesindicam doenças
da
pelecom
lesões escamosas (do grupo: leper=
escamas), entre as quaiscertamente
podem
estar a psoríase e oseczemas
crônicos,sem
haver, porém,menção
àsmanifestações neurológicas
da
hanseníase.Menções
à “lepra” sãotambém
atribuídas à Bíblia. Encontra-se, nos capítulos 13 e14
do
Levítico, o termo hebreu Tzara'ath, para designar afecções "impuras". Este termo foitraduzido por "lepra"
ou
o seu equivalente nos diferentes idiomas,sem
que
se possaafirmar
com
certeza seu significado precisono
texto original.A
associaçãoda
hanseníasecom
otermo lepra que, por sua vez, está ligado a imagens de defonnidade, reforçadas por conceitos populares e religiosos de impurezas e castigo divino, é
uma
das principais origensde preconceitos e problemas psicossociais ainda hoje relacionados à doença, Durante a Idade Média, segundo as evidências de que se dispõe, a hanseníase
manteve
alta prevalênciana
Europa
eno
Oriente Médio.O
Concílio realizadoem
Lyon,no ano
de 583, estabeleceu regrasda
Igreja Católica para a profilaxiada
doença. Essas regras consistiamem
isolar o doenteda
população sadia.
Em
algumas
áreas,como
na
França, essasmedidas
de isolamentoforam
particularmente rigorosas e incluíam a realização de
um
ofício religiosoem
intençãodo
doente, semelhante ao oficio dos mortos, após o qual o “leproso” era excluído
da
comunidade, passando a residirem
locais especialmente reservados para essefim.
Era
aindaobrigado a usar vestimentas características que o identificavam
como
doente e fazer soaruma
sineta
ou
matraca para avisar os sadios de sua aproximação.Uma
série de outras interdiçõeslhe
eram
impostas. Naturalmente,em
virtudeda
falta demeios
paraum
diagnóstico preciso,eram
provavelmente incluídos entre os “leprosos” não apenas portadoresda
hanseníase,mas
também
portadores de outras doenças crônicas de pele, muitas das quais,com
certeza,não
seriam
nem
aomenos
contagiosas.Data
também
da IdadeMédia
(século XII) a criação das primeiras ordens religiosasdedicadas a prestar cuidados aos doentes de hanseníase. Essas ordens
foram
responsáveis pela criação de centenas de asilos para abrigar os acometidosda
doença. Pode-se estimar a magnitudeda
hanseníasena Europa no
século XIII pela existência de cerca de 19.000leprosários naquele continente.
Da
mesma
forma, pode-seacompanhar
o declínioda
endemia
européia a. partir
do
séculoXVII
e primeirametade do
séculoXIX.
Por volta de 1870, ahanseníase já havia praticamente desaparecido
em
quase todos os paísesda
Europa
e,mesmo
na
Noruega,onde
ainda podia ser considerada endêmica, sua incidência já se achavaem
declínio. Admite-se
que
esse declínio tevecomo
causa principal a melhoria das condiçõessócio-econômicas experimentadas pelos povos europeus ao longo das Idades
Modema
e.Ao
mesmo
tempo
que a hanseníase tendia ao desaparecimentona
Europa,mantinham-se
os focosendêmicos
da Ásia e da África e introduzia-se adoença no
Novo
Mundo,
a partir das conquistas espanholas e portuguesas eda
importação de escravosafricanos. Durante o período da colonização, a
América
Latina tomou-se, gradativamente,uma
nova. áreaendêmica
mundial.No
Brasil, os primeiros casos de hanseníase foram notificadosno
ano de 1600,na
cidade
do Rio
de Janeiro, onde, anosmais
tarde, seria criado o primeiro “Lazareto” - local para abrigar os doentes de Lázaro, lazarentosou
leprosos. Outros focosda doença
foramidentificados, principalmente
na Bahia
eno
Pará, oque
levou as autoridadesda
Colônia asolicitarem providências a Portugal, sem, entretanto, serem atendidas.
As
primeiras iniciativasdo
Govemo
Colonial só foramtomadas
dois séculos depoiscom
a regulamentaçãodo
combate
à doença, porordem
de D. J oão V. Entretanto, as ações de controle se limitaram àconstrução de leprosários e à assistência precária aos doentes.
O
períodocompreendido
entre 1912 e 1920 se constituinuma
fase intermediáriada
história
da
hanseníaseno
Brasil,com
o reconhecimentodo problema
pelas autoridadessanitárias, Emílio Ribas,
Oswaldo
Cruz
e Alfredo daMatta
começaram
a denunciar o descasodo combate
àendemia
e atomar medidas
isoladasem
suas áreas de atuação,merecendo
destaque a iniciativa de Emílio Ribas,
em
São
Paulo.Por
essa época, vários Estados jáoficializavam o isolamento compulsório.
Em
1920,com
a criaçãodo Departamento
Nacional deSaúde
Pública, foi instituída a Inspetoria de Profilaxia da Lepra eDoenças
Venéreas.As
ações de controle de então priorizavam a construção de leprosários
em
todos os estadosendêmicos, o censo e o tratamento pelo óleo de chaulmoogra.
Em
1935, o controleda doença
tomou
novo
rumo,com
a elaboração deum
plano de ação mais abrangente ecom
a extensãoda
assistência aos familiares dos pacientes, atravésda
Lepra que,
no
ano seguinte, realizouum
censo dadoença
em
inúmeros municípios dos Estadosdo Amazonas,
Pará,Rio
de Janeiro,Minas
Gerais,Mato
Grosso e Goiás,além
de proceder à coleta e à organização de dados quefomeceram
informaçõesmais
atualizadasda
realidade
da doença no
país. Já naquela época, a região Norte apresentava amaior
prevalência
do
país, fatoque
era explicadoem
funçãodo
clima tropical. Já se faziatambém
referência à presença,
na
Amazônia
(no trabalho dos seringais), de migrantes nordestinosdoentes, justificando-se a baixa prevalência
no
Nordeste pelo caráter migratórioda
população.
Nas
regiões Leste e Sul,chamava a atençãoo acometimento
deum
grandenúmero
de estrangeiros (Agrícola e Risi, 1948).
A
distribuição geográficada
hanseníaseno
Brasil, nos anos 40,não
diferegrandemente
da
que se observa nos dias atuais, sobretudona
alta endemicidade verificadana
região Norte. Entretanto, nota-se a precariedade
da
justificativa encontrada para esse fato. Sabendo-seque
a hanseníase já foiendêmica
em
países tão frioscomo
a Noruega, e que éjustamente nas áreas mais quentes
do
planeta que se situam as naçõesmais
subdesenvolvidas, deve-se antes estabeleceruma
relação entre a ocorrência de casosda doença
e a situaçãosócio-econômica das populações
do
que atribuir sua predominância a fatores climáticos.Como
se observou, asmedidas tomadas
para enfrentar oproblema da
hanseníaseno
Brasil, não diferiram
do
que ocorreuno
restodo mundo.
O
isolamento dos doentes foiuma
iniciativa que
não
se revelou capaz de controlar aendemia
e contribuiu para amnentaro
medo
e o estigma associados à doença.
Defonnidades ou
ulcerações visíveis e falsos conceitos sobre a transmissibilidade e possibilidade de cura aindadeterminam
uma
rejeição pela sociedade e até por profissionais da saúde.Aparentemente, a "ameaça" representada pela
doença
seria insuficiente para explicaro processo estigmatizante,