UNTVERSIDADE DE ÉVORA
ESCOLA DE
CIÊNCIAS
ETECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QU íM ICAAvaliação
de
Processos
de
Redução/eliminação
de
TCA
em Amostras de
Cortiça
Linda
Maria
Nobre Gonçalves
Orientador:
Prof. Doutor
António
Manuel
Deométrio
R.L.
Pereira
Co-orientador:
Doutor
José
Pedro
Fernandes
Mestrado em Química
Área de especializa ção: Químico Orgânica Dissertação
UE
UNIVERSIDADE
DE ÉVORA
ESCOTA
DECIÊNCIAS
ETECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUíMtCA
Avaliação de
Processos
de Redução/Eliminação
de
TCA
em
Amostras de
Cortiça
Linda
Maria
Nobre Gonçalves
Orientador:
Prof. Doutor
António
Manuel
Deométrio
R.L.
Pereira
Co-orientador: Doutor
José
pedro
Fernandes
Mestrado
em QuímicaÁrea de especializa çáo: Químico Orgônico Dissertação
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de co rtiça
BS
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
"Não
sei que
têm
o
chaparro
Que
lh'amargam
as boletas,
Não
sei que
tens, meu
amo4
Que só
mefazes «desfêtas»"
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
Agradecimentos
Ao
Professor DoutorAntónio
Manuel Pereir4 por ter aceitado orientar-me nesta dissertação de mesfiado, pelos conhecimentos que mehansmitiu,
mas sobretudo pelapaciênci4 prontidão e dedicação que me prestou durante todo o
Íabalho.
Ao
Doutor José Pedro Fernandes, que para além de coorientar esta dissertação, tem sido opilar
da minha aprenduagem no sector corticeiro.À
empresaAmorim,
por possibilitar a realização do trabalho experimental.Aos
meus pais, pelo amor e apoio incondicional.À
mintra enorÍnefamíli4
que são a minha base.Aos
meus amigos, que umas vezes ajudarame
outras atrapalharama
escrita desta dissertação, mas que sempre me ajudam a manter motivada!Aos
meus colegas daAmorim
Florestal-
Salteiros, que como
seu humor e boa disposigão fazem com que todos os dias pareçam melhores.E
porque
não,
agradecera
mim
própriq
por
sempreencontar
vontade
de enfrentar novos desafi os.A
todos, um sincero Obrigada!Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
,
Indice
Resumo... Abstract Índice de tabelas... Índice de figuras... Abreviaturas CAPÍTT'LO I. Introdugão TeóricaI.1. Enquadramento geral ....
I.2.
l.
Sobreiro e o Montado... 1.2.2.Da rárvore à rolha. I.2.3. Tecido Suberoso .1.2.4. Aplicações... I.2.5. Composição Química... I.2.6. Defeitos Naturais
1.2.7 . Compostos Contaminantes... I.3. Estado de arte
I.4. Adsorventes e solventes...
L4.
I
Adsorventes ... I.4.2 SolventesCAPÍTTJLO
II
... Discussão de resultados..tr.l.
Apresentaçáo e discussão de resultados II. 1. 1. Extacção Simplesll.l.2.
Extracção em Soxhlet.II.l.3.
Sistemas com Carvão Activado....II. I .4. Isolamento de metabolitos secundiârios ... CAPITULO m ...
Parte Experimental ...
III. I .Aparelhagem e Condições Experimentais.
7 8 ... 9 ...L2 10 L4 L4 15 76 76 L7 L9 20 25 33 36 37 37 47 59 63 63 64 64 ... 2L ... 23 ...,....,... 30 ... 33 ... 34 ... 36 ...56
III.I.l
MateriaisAvaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
lll.l
.2 Equipamentos ...trI.1.4 Amostras de cortiça...
m. 1 .5 Condições experimentais...
III.2. Procedimento Experimental ...
lll.2.l.
Extracgão Simples ...ÍJI.2.2. Extracção em
Soúlet.
11I.2.3. Sistemas de eúracção em soxhlet na presenga de carvão activado...
V. Perspectivas Futuras..
VI. Referências Bibliográficas ...
64 65 65 68 68 70
7t
72 73 74Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
Avaliação
de
processos
de
Redução/Eliminação
de
TCA
em
Amostras
de
Cortiça
Resumo
O
principal objectivo
destetabalho
consistiu
na
avaliaçãode
processos de redução/eliminação deTCA
em amostras decortiç4
nomeadamente rolhas e discos.Os
processosde
redução/eliminaçãode
TCA
em
amostrasde cortiça
foram avaliadoscom
recurso
a
sistemasde
extracçãosimples
e
exaustiva sólido-líquido(Soxhlet),
em
diferentes
condições experimentais (sistemaexhactor
de
HzOIEIOH(88:12
e
80:20)),
com
e
sem
substituição
de
solvente,
presengae
ausência
de adsorvente.O aumento da percentagem de etanol no sistema extractor revelou-se de extrema
importância, pois além de
permitir
aexfacção
efrcaz deTCA
das amostras, pressupõeque após
o
tratamento as rolhase
os discos nãolibertem
TCA
quando colocados em contacto com soluções de menores concentrações alcoólicas (e.g. vinhos, espumantes).O carvão activado revelou uma enoÍlne capacidade adsorvente paÍa o
TCA
o que potencia futuras aplicações deste adsorvente associado a sistemas exfiactivos.Avaliação de Processos de Redução/EIiminação de TCA em Amostras de Cortiça
Evaluation
of
Processes
of
Reduction/Elimination
of
TCA
in
Cork
Samples
Abstract
The main
objective
of
this
study was
to
evaluate processesof
reduction
/
elimination of
TCA
in cork samples, including stoppers and discs.The processes
of
reduction / elimination ofTCA in
cork samples were evaluatedusing a
solid-liquid
simple andeúaustive
extraction (Soxhlet) systems under different experimentalconditions
(extractant system IJ.zOI
EtOH
(88:12
to
80:20),
with
andwithout replacing the solvent, presence or absence of adsorbents).
The increase
in
the percentageof
ethanolin
the
extractor system provedto
beextremely important, because besides
allowing
efhcient extractionof TCA,
it
assumesthat cork stoppers and discs samples after treatment, do not release
TCA
when placedin
contactwith
solutionsof
lower alcoholic concentrations (e.g. wine, sparkling wine).The activated carbon adsorbent showed an enornous capacity
for
TCA
trapping which potentiates future applications of this adsorbent in extractive systems.Avaliação de Processos de Red inação de TCA em Amostras de Cortiça
Indice
de
tabelas
Tabela
I.l.
Limites de percepção sensorial em água, para os halofenóis mais comuns em cortiça.1211.... ...26
Tabela l.2.Limiar de detecção em água para alguns haloanisóis. * Valor empg[L.Í211 ...27
Tabela I.3. Propriedades Físico-Químicas do
2,4,6-tricloroanisol...
...28Tabela
II.l.
Concentrações de 2,4,6-TCA (ppt) obtidas para o ensaioI
na Extracgão Simples. 37 Tabela II.2. Concentrações de 2,4,6-TCA (ppt) obtidas para o ensaio2
daBxtracção Simples.A
célula a vermelho indica um ponto discrepante. ...39Tabela Il.3.Concentrações de2,4,6-TCA (ppt) obtidas para o ensaio 3 da Extracção Simples..42
Tabela Il4.Concentrações de 2,4,6-TCA (ppt) obtidas para o ensaio 4 da Eúracgão Simples..45
Tabela II.5. Concentrações de 2,4,6-TCA (ppt) obtidas para o ensaio
I
da Exracção Soxhlet..48Tabela II.6. Concentrações de 2,4,6-TCA (ppt) obtidas paÍa o ensaio 2 daErtracção Soxhlet..50
Tabela Il.T.Concentragões de 2,4,6-TCA (ppt) obtidas para o ensaio 3 da Extracgão Soxhlet...52
Tabela Il.S.Concentrações de 2,4,6-TCA (ppt) obtidas para o ensaio 4 da Extracção Soxhlet...54
Tabela II.9. Valores de concentração de TCA (ppt) nas alíquotas recolhidas num sistema de Soxhlet contendo solução hidroalcoólica l2%o e carvão
activado...
... 57Tabela tr.10. Valores de concentragão de TCA (ppt) nas alíquotas recolhidas num sistema de Soxhlet contendo solução hidroalcoólica20Yo e carvão
activado...
...58Tabela
III.l.
Reagentes utilizados no trabalho experimental....
... 65Tabela Ill.2.Descrição resumida do procedimento para os ensaios de extracção simples. ...68
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
,
Indice
de
Íiguras
Figura
I.1.
Estrutura do ácido betulínico, triterpeno abundante na cortiça e muito usado emmedicina. t14l ... 23
Figura I.2. Representação da ligação entre as moléculas de TCA e amatriz da cortiça 1241 ...29 Figura I.3. Concentração de TCA (ng/L) em função do tempo (horas) das recolhas efectuadas. (adaptado de [31]).
Figura I.4. Representação esquemática dos principais grupos funcionais presente na superfície
de um carvão activado.
[36]...
...34 FiguraII.l.
Representagão grá.dlrca dos resultados obtidos paÍaa
quantificação deTCA
em rolhas no ensaioI
da extacgão simples.. ...38 FiguraII.2.
Representação grá.f,rca dos resultados obtidos paÍaa
quantificação deTCA
em discos no ensaioI
da exhacção simples. ...38 Figura[I.3.
Representação gráÊrca dos resultados obtidos paraa
quantificação deTCA
em rolhas no ensaio 2 daexfracção simples.. ...40 FiguraII.4.
Representação grâfrca dos resultados obtidos paÍaa
quantificação deTCA
em discos no ensaio 2 da extracção simples. O valor para os discos intactos às 96 horas é um pontodiscrepante.... 40
Figura
II.5.
Representação grâfrca dos resultados obtidos paÍaa
quantificação deTCA
em rolhas no ensaio 3 da extracção simples.. ...43 FiguraII.6.
Representação grâfrca dos resultados obtidos paÍaa
quantificação deTCA
em discos no ensaio 3 da extracção simples. ...43 FiguraII.7.
Representação grâfrca dos resultados obtidos paÍaa
quantificação deTCA
emrolhas no ensaio 4 da extracção simples.. 45
Figura
tr.8.
Representação grá,Jlrca dos resultados obtidos paÍaa
quantificação deTCA
em discos no ensaio 4 da extracção simples. ...46 Figura[I.9.
Representação grâfica dos resultados obtidos paÍaa
quantificação deTCA
em rolhas no ensaioI
da extracção em Soxhlet... 48Figura
II.l0.
Representação grá.f,rca dos resultados obtidos paÍa a quantificação deTCA
em discos no ensaioI
da extracção em SoúIet... ...49 FiguraII.1l.
Representação grâficz dos resultados obtidos paÍa a quantificação deTCA
emrolhas no ensaio 2 da extracção em Soxhlet.
Figura
ILl2.
Representação gráffrca dos resultados obtidos para a quantificação deTCA
em discos no ensaio 2 da extracção emSoúIet...
...5l
Avaliação de Processos de liminação de TCA em Amostras de Cortiça
Figura tr.13. Representação grá.frca dos resultados obtidos paÍa a quantificação de
TCA
emrolhas no ensaio 3 da exfracção em Soúlet... ... 53
Figura II.14. Representação grá.íIrca dos resultados obtidos pilÍa a quantificagão de
TCA
em discos no ensaio 3 da extracção em SoúIet.... 53Figura
II.l5.
Representagão gráffrca dos resultados obtidos paÍa a, quantificação deTCA
emrolhas no ensaio 4 da extracção em Soúlet... 55
Figura II.16. Representação grá.dlrca dos resultados obtidos paÍa a quantificagão de
TCA
emdiscos no ensaio 4 da exracção em Soxhlet. 55
Figura II.17. Representação grâfica da concenfação de TCA Gpt) a cada ciclo de
soúlet
com solução hidroalcoólica 12%ô na presença de carvão activado. 57Figura ll.lS.Representação grá.frca da concentação de TCA (ppt) a cada ciclo de
soúlet
com solução hidroalcoólica2DYo na presença de carvão activado... 58Figura II.19. Floculagão verificadana solução hidroalcoólica após o primeiro ciclo de soxhlet. ... 60
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
Abreviaturas
CIPR
-
Código Internacional das Práticas RolheirasCPOMT - Clorofenol-O-metiltansferase
'3C-RNrÍN
-
Ressonância Magnética Nuclear de carbonoECD
-
Detector Captura deElectões
EtOH- Etanol
GC
-
Cromatografia Gasosa tH-RItrD{-
Ressonância MagnéticaNuclear de protãoISO - Intemational Organization
for
StandardizationMIB
- Metilisoborneolng - Nanogramas
PCA - Pentacloroanisol PCP - Pentaclorofenol P.e.
-
Ponto de ebulição P.f.-
Ponto de fusão pg. - PicogramasM.M.
-
MassaMolecular
ppb-
Partes porbilião
ppt-
Partes portrilião
SPME
-
Solid PhaseMicroextaction
TBA
- TribromoanisolTBP - Tribromofenol
TCA
- TricloroanisolTCP -
Triclorofenol
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça TeCP
-
TetraclorofenolAvaliação de Processos de Redução/Elimina de TCA em Amostras de Cortiça
CAPITULO
I
Avaliação de Processos de Redução/Elimina ção de TCA em Amostras de Cortiça
f.1. Enquadramento
geral
"Quem se preocupa com os seus netos planta
um
sobreiro",diz
o povo, que hámüto
que contacom
as riquezas que esta imponente árvore oferece. Sejapelo valor
comercial
da cortiç4
pela
variedadede
ecossistemasque
o
montado acolheou
atémesmo
pelo
que representaa nível
cultural,
são razões maisdo
que suficientes para voltarmos toda a nossa atenção para esta iárvore singular.Em
2011,o
sectorcorticeiro atingiu os
754 milhões de eurosem
exportações (2Yo dos bens exportados) eum
saldo da balança comercial de 659 milhões de euros, reafirmando a sua posição no suporte da economia portuguesa.[]
A
rolha de cortiça é oproduto de excelência que faz mover esta indústria, que em 2010 representou 70% do
total
das exportações, uma somade
528,9 milhões de euros. Com umvalor
notavel deexportação,
seguem-seos
materiais
de
construção,que atingiram
os
23,4%odx
exportações totais (176,3 milhões de euros).[l]
Mediante notiível desempenho económico é importante apostar na investigação de forma a elevar ainda mais
o valor
e qualidade dacortiç4
tornando-a cada vez maisnum produto competitivo e de características inigualáveis a qualquer outro material.
No
período entre 2000
e
2009 os projectos deI&D
relacionados como
sector dacortiç4
foram financiados em3,7 milhões de euros, pela Fundagáo paraa Ciência e Tecnologia
(FCr).
tll
Se
nos
fociíssemosnas
questões arnbientais relacionadascom
o
montado de sobro, esta introdução teóricaÍicaria
demasiado extensa caso se qúsessem demonstrartodos os beneficios ambientais desta cultura. Assim, referem-se apenas alguns aspectos
como,
por
exemplo,a
sua capacidadede
captaçãoe fixação de
Coz. O
desempenhoambiental
do
montado de sobro é ainda maispositivo,
quando comparado às espécies usadas nas explorações de madeira, uma vez que a exploração do montadonão
afecta asua função de armazenamento de CO2, bem como os ecossistemas que dele dependem.
[l]
Dada a importância dos montados, estes estêlo protegidos pelalei,
facto que remontaa
1310,
na
cafia que
El
Rei
D.
Dinis
redigiu,
«...
que se
nonfaça
dano
nos soueraes...>>.l2f
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
É
minha
intensão
com
este
fabalho,
contribuir
de
algum modo, püa
salvaguardara
riqueza
que
o
montado
de
sobro
representapara
o
nossopaís.
Éapostando na investigação e desenvolvimento que obteremos um
produto flrrnl
cadavez melhor e mais competitivo, tornando inigualável este materialjá
de si tEio nobre, que é a cortiça!I.2.
A
Cortiça
1.2.1.
Sobreiro
e
o
Montado
O
sobreiro (Quercus suberI.)
é uma planta dicotiledónea pertencente àfamília
das fagáceas que terá surgido duranteaBra
Terciária no período do Oligoceno.[2]
Asplantas desta
família
possuem folhas simples e altemas, flores unissexuais eftuto
seco,que
no
casodo
género Quercus, denomina-se landeou
glande.O
que
diferencia osobreiro das restantes espécies
do
género Quercusé o
facto de
produzir
cortiga que cobre todo o seu tronco e ramos. [3]Esta espécie encontra-se difundida numa rárea de cerca de 2 milhões de hectares, que se estende desde o sudoeste europeu (Portugal e Espanha) pelas zonas de influência
mediterrânica do sul da Europa (França e
Itália)
e norte deÁfrica
(Malrocos, Argélia
eTunísia).
O
sobreiro
estrá adaptado aos verões quentese
secostípicos
desta região (precipitação 400-800 mm/ano), bem como a solos de baixa fertilidade. Por esta razáo omontado apresenta
um
importantepapel
conta
a
desertificaçãoe
erosãodos
soloscontibuindo
paÍa a manutengão da biodiversidade. [4]As
condiçõesideais
ao
seu
desenvolvimento consistemem
solos
arenosos pobres emcalcário,
azoto e fósforo, mas ricos em potiâssio, com valores depH
a variarentre 4,8 e 7,0. O sobreiro pode ser plantado, semeado ou propagaÍ-se espontaneamente.
Em Portugal encontra-se em
maior
extensão nas regiões doAlentejo
eVale
doAvaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
anual de cortiça totalíza cerca de 374000 toneladas, em que 74%;o do total provém destes
dois
países(51%
e
23Yo, respectivamente).[a]
Em território
nacional
é
a
terceira espécie em termos de ocupação florestal, com22,5Yo dafueade povoamento.[]
Em termos arnbientais os montados de sobro desempeúam um importante papel na fixação de carbono. Este fenómeno resulta do processo de fotossíntese em que o COz
atmosférico é convertido em Oz e matéria orgânica. Estima-se que os montados sejam responsáveis pela captagão de 14000000 toneladas de COz por ano. [5]
Devido
à longevidade desta árvore, eo
facto de ser explorada sem necessidadede
a cortar, os montados permitem a fixaçãodo
habitat de muitas espécies, sendo quemuitas
delas são espécies protegidase
dependes destetipo
de ecossistema,como
os casos daÁguia Imperial
Ibérica (Aquilaadalberti)
e doLince
Ibérico (Lynr pardinus).Pelas diversas razões referidas,
o
montadofigura
na
lista
de ecossistemas protegidospela Rede Natura 2000. [6]
Sendo a cortiga um material possível de ser reciclado, permite ainda que todo o
carbono que
foi
incorporado
nessacortiça tarde
a
voltar
para
a
atmosfera
em consequênciado
aumentodo
tempo devida do
produto.
[]
Gragas às propriedadestérmicas da
coÍiça
e à sua fraca combustêlo,os
sobreiros são mais resistentes ao fogo que as outras árvores, tornando-a um retardador natural do fogo. [6]1.2.2. Da
árvore
à
rolha
Após
um
lento crescimento de 25 anos, efectua-se oprimeiro
descortiçaÍnento,também chamado de desboia. Como resultado das tensões provocadas pelo aumento do
perímefio do
toco,
a cortiga virgem apresentâ uma superfície bastante irregular e muito sulcada, não ostentando ainda as características quea
tornaramum
bom
vedante. Omesmo acontece
com
a
seguintetirad4 a
cortiça
segundeira.Ainda
que apresentejá
uma estrutura mais regular continua a não ser a ideal. As cortiças virgens e amadias são
ainda
assim
aproveitadasnoutras
aplicações,como
no
fabrico de
pavimentos, por exemplo. As tiradas de cortiga efectuam-se por períodos mínimos de 9 em 9 anos e após a terceira obtém-se a cortiça amadia ou de reproduçãojá
aplicável à produção rolheira.Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
O tempo médio de
vida
deum
sobreiro oscilaenÍe
os
170 e os 200 anos, ousej4
um sobreiro gera cerca de 13 vezes cortiça aptaparafabrico de rolhas.[2]
O
descortiçarnentoé
um
processo
delicado
e
requer
que
seja
feito
portrabalhadores especializados
com
cuidadoe
precisão para não comprometera
árvore.Apesar
de
se
terem
jáLdesenvolvido
ferramentas
para
descortigamentos mais mecanizados,o
machadoe a
perícia
do tirador
continuama
ser
os
eleitos
para umtabalho
bem
feito.
Esta operação decorre entremaio
e
agosto, quandoa
arvore
seencontra numa fase
mais activa
do
crescimentocelular
e
a cascaé
mais
facilmenteretirada do tronco.
Após
a
extracção
da
árvore,
a
cortiça
é
empilhada
no
campo
ou preferencialmente em instalações fabris.A
cortiça deve depois pennanecer deste modo por um tempo mÍnimo de seis meses. Esta exposição ao ar livrepermitirá
a estabilização da matéria-prima.As
pilhas, deformato
rectangular, devem ser feitas de modo ao seucomprimento ser pe{pendicular aos ventos dominantes.
Chegada a altura em que a cortiga é trabalhad4 o primeiro passo é submeteJa a
um
processo de cozeduraem
águaa
aproximadaÍÍrente 100oC.Após
este processo acortiça adquire uma estrutura mais regular, torna-se mais maleável e ocorre um aumento de calibre. Para além das melhorias estruturais, este pÍocesso
contribui
para a reduçãoda
microflor4
sendo deste modo também uma medida de prevençãoà
ocorrência de odores,já
que muitos compostos hidrossolúveis são facilmente extraídos nesta etapa.Após
a cozedura as pranchas de cortiça necessitam deum
período de repouso, até que estas atinjam a humidade adequada ao seu processamento.No
processamento das pranchas,pffâ
alémdo
processo de diferenciaçãoente
calibres
e
classes,a
matéria
é
novamenterevista
de
modo
a
eliminar
partes
compotencial
actividade microbianae
contaminagão,como
a
mancha amarelae
defeitos causadospor
pragasdo
sobreiro, comopor
exemplo a cobrilhada
cortiga (Coroebus undatus).A
indústria rolheira tem à disposição uma grande variedade de rolhas, como por exemplo: rolhas naturais, colmatadas, técnicas, aglomeradase
capsuladas.O
processoAvaliação de Processos de Redução/EIiminação de TCA em Amostras de Cortiça
primeiro
passo,a
rabaneação, consisteno
corte
de
secçõestsnsversais,
peças essasonde posteriormente serão brocadas as rolhas.
As
dimensões são depois ajustadas ao tamanho pretendido na etapa de rectificagão.Após a rectificação, segue-se o processo de escolha, que pode ser executada por profissionais de escolha, embora hoje em dia vtârias indústrias corticeiras disponham
já
de aparelhos automatizados, separando-as em diferentes classes e segregando quaisquerdefeitos. Seguem-se
os
processosde
preparaçãodo
produtofinal,
como
a
lavagem, secagem, colmataçãoe
evenfualmente coloraçãoou
marcação, que pode serfeita
com recurso a marcadores alimentares ou por queima.1.2.3.
Tecido
Suberoso
As
células suberosas são células citoplasmaticamente mortas, que terminada asua
diferencíaçáo,ficam
reduzidasà
suaparede celular.
Cadauma
destas células(felema)
é
provenientede uma
célula mãe (felogene),do tecido
meristemático cujo funcionamento estaligado
aociclo fisiológico
da iárvore e a factores externos.As
suasparedes apresentam-se num arranjo hexagonal sem espaços vazios entre elas, com cerca de 30-40 pm de comprimento e
l0-15
pm de largura (corte fiansversal).A
suberificaçãoda parede celular
é a
suaprincipal
característicae tem
como funçãoa
protecção do caule contra factores externos e permitindo evitar também a perda de humidade.[4]
O
sentido do seu crescimento é radial apresentando linhas paralelas aos raios da iárvore.O
tecido
resultantetem
capacidadede
deformação quandosujeito
ao
stress compressivo do crescimento. O felogene também desenvolve uma camada de células nasuperficie
interior
denominada feloderme.[4]
Para além da direcçãoradial,
podemosainda
definir na cortiça
a
direcçãoa:rial (direcção vertical
da
rírvore)
e
tangencial (perpendicular às anteriores).As camadas celulares referidas constituem a periderme, conjunto de tecidos cuja
função
é
a desubstituir
a epiderme, principalmente em caulese
raizes, protegendo-os quando estes ficam expostos por danos causados durante o crescimento. [4]Avaliação de Processos de Redução/Elim de TCA em Amostras de Cortiça
Tal
como acontece com a madeira em que se pode determinar a idade de umaárvore
pela
contagem dos anéisdo
seufonco,
o
mesmo acontececom
a
cortiça.
Ofelogene é
funcional
ente
Abril
e Novembro, atingindoa
sua actividade máxima porvolta
do mês de Junho. Estas variações sazonais na actividadefisiológica
geram células que macroscopicamente se diferenciam gerando camadas distintas. [4]Durante o
ciclo
de vida do sobreiro, estre produzirá dois tipos decortiçq
uma deprimeira
geração,produzida
pelo
felogeneoriginal da
árvore,
designadade
cortiçavirgem,
e as subsequentes camadas, formadaspor
regeneração do felogene,coÍiça
de reprodução.[7]
1.2.4.
Aplicações
Das
caravelas portuguesasque
descobriram
os
mares,
aos
foguetões
quedescobrirão
o
universo,é vasto
o
cÍrmpode
aplicaçãode
cortiga.Isto
graçasa
uma combinação de características que a torna num material único e muitoflexível
quanto às aplicações possíveis. Sendoum
tecido constituído
por
célulasvazias (cerca
de
40milhões
de célulaspor
cm3;,a
cortiça é leve, praticamente impermeávela líquidos
egases, elástica e compressível, resistente a diversos produtos químicos e inócuo. Possú
uma massa volúmica média de 200
kg/^'
e é um excelente isolante térmico,vibrático
eacústico e é praticamente
impuÍescível,
provavelmente devidos à presença dos ceróides impermeabilizantes e dos taninos. [2]A
cortiç4
segundoos
documentosmais
antigos,terá
tido
as
suas primeirasutilizações
na
China,Egipto, bem
comonoutos
países daÁsia
Menor,
por volta
de3000
a.C..
As
propriedades
flutuantes
e
impermeáveis
deste material eram
já
conhecidas,
e por
isso eram usadas em utensílios de pescae
vedantes de ânforas. [4]Ainda da
antiguidade, restam vestígios arqueológicos
de
urnas
com
cortiga
em cemitérios na Sardenha. [4,8]Nas épocas Ronrana e
Greg4
a "árvore da casca", assim chamada por autores daAvaliação de Processos de Redução/Elimina de TCA em Amostras de Cortiça
artefactos
que
se preservaÍam,a
ttiLizaçãoda
cortiça
nesta época estamúto
bem documentada pormútos
poetas e filósofos, tal comoTeofasto
(IV-il
a.C.).[
]
No
séculoIII
a cortiçajâ
erautrlizada como vedante de ânforas para vinho e com bastante sucesso, pois alguns desses recipientes foram enconüados em 1939, em Franç4contendo vinho ainda bebível.
[2]
Evoluindo no tempo até à idade
médi4
as aplicações da cortiça estenderam-se aomobiliário,
isolante
de
chão
e
paredes, continuandoa
ser
utilizada como
vedante.Confudo, só no século
XVII
se torna comum o conceito de"rolha"
como a conhecemoshoje, quando em 1680 o monge beneditino Don Pierre Pérignon comegou a
utilizar
este método de vedação, enquanto aperfeiçoava as suas técnicas de produção de champagne. Í41Entetanto também a ciência voltou os olhos para este material.
Em
1664 RobertHooke
fez a
primeiras
observaçõesao microscópio de
células vegetaisutilizando
acortiça
comotecido.
Osprimeiros
ensaios químicos realizadoscom cortiça
datam do séculoXVIil.
[7]A
utilização
de
cortiça perdurou até
aosdias
de hoje,
e
actualmenteé
um produto associado à inovação. Para além da rolha que continua a ser o principal produto, e cada vez de melhor qualidade, as aplicações estendem-se desde isolantes para veículos espaciais à preparação de materiais de carbono [9,10], materiais compósitos e até comofonte de moléculas biologicamente activas.
t4]
O seu potencial farmacológico prende-se fundamental com os metabolitos secundários de baixo peso molecular. Os elagitaninos,por exemplo, tem propriedades antioxidantes, anticancerígenas, anti-inflamatórias e são
inibidores dareplicação do vírus
HlV.
[1,8]
1.2.5.
Composição
Química
Do ponto de vista químico, podemos
dividir
os constituintes da cortiça em cincogrupos: suberin4 lenhina, polissacáridos, taninos e ceróides. Como produto natural que é, não é conecto falar em quantidades exactas de cada constituinte pois estas dependem
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
química é também bastante variável consoante seja cortiça
virgem
ou
de reprodução.12,71
A
suberinaé o
composto mais abundante na cortiça, cerca de 50Yo da matériatotal
e encontra-sena
parede celular das suas células. Consiste num polímero misto de monómeros aromáticos e alifiíticos de características hidrofóbicas e insolúvel na maioriados solventes orgânicos.
A
par da suberina também a lenhina tem funções estruturais.A
sua estrutura entrecruzada parcialmente aromática confere ngidez à parede celular e é
responsável
por
manter as células unidas.A
fracção de polissactáridos é constituída pordois tipos de polímeros, a celulose (homopolímero) e a hemicelulose (heteropolímero). Í2,41
Dentro
dos compostos extractivos apresentam-se os ceróides,uma mistura
de alcanos, alcanóis e triterpenos, que têm comoprincipal
função a impermeabilizaçáo dacortiça, e os taninos que são compostos fenólicos e paÍecem possuir funções protectoras
contra ataques de organismos biológicos.[2] Uma análise mais detalhada dos compostos
extractivos
lipoÍílicos,
mostram que os triterpenos sãona
sua maioria constituídos porcerin4
friedelina e ácido betulínico(Fie.I.l).
ll2,l37
Os compostos fenólicos são extraíveis com solventes polares tais como etanol e
agua. Estes compostos dividem-se em dois grupos: os simples de baixo peso molecular,
tais
como, ácido elágico, ácido 3,4-di-hidroxiberuôico, ácido
grálico,ácido
vanílico, etc.; e os compostospoliméricos
(taninos) onde também distinguimosdois
grupos, ostaninos
hidrolisáveis
e
os taninos
condensados.Como
exemplodo
primeiro
grupo
é podemosreferir o ácido
3,4,5- tri-hidroxibenzóico
e do
segundoas
catequinase
asleucoantocianidinas.
[7]
Dada
a
variedade de moléculasque
constituema cortigq
esta,pode
ser vistacomo uma potencial fonte
de
moléculasbioactivas
ou
intermediráriospaÍa
outas
sínteses.O
ácidobetulínico
(Fig.I.l),
por
exemplo, éum
composto bastante abundante na cortiça eo
seuvalor
comercial rondaos
130 eurospor
cada 25mg[4],
logo
a suaextracção
a
partir
do
produto natural
pode ser uma
altemativa
à
sua
síntese em laboratório.Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça 30 H 28 I a 2' 7 3 a H 6
Figura
I.l.
Estrutura do ácido betulínico, triterpeno abundante na cortiça e muito usado em medicina.[4]
1.2.6.
Defeitos
Naturais
Enquanto
produto
naturala cortiça
apresenta defeitos provocadospor
factoresbiológicos
ou
externos
que têm
um
impacto,
na maioria
das vezes negativo,
na qualidade desta matéria-prima.Um
destes problemas prende-se com descontinuidades na massa dacortiç4
que são provocados por fracturas radiais, durante o crescimento ou tangenciais que ocorrem geralmente em períodos de sec4 incêndios ou ataquebiológico
que levam aum
perda da actividade do felogene (ano seco).A
cortiça pode também sofrer o ataque de insectosque
desenvolvem
galerias,
nomeadamentea
formiga
da
cortiça
(Crematogasterscutellaris
Oliv.) e
a cobrilha
dacortiça
(Coroebus undatusF.).
Este defeitotorna
acortiça imprópria
para
o
fabrico
de
rolhas
pois
perde
a
sua
capacidade enquanto vedante. [4]A
porosidadeé
um factor a
ter
em
contana
determinaçãoda
qualidade dacortiç4
apesar denão
serum "defeito" pois
estespoÍos
desempenhamum
papel nafisiologia
daplant4
por permitirem as trocas gasosas entre o tronco eo
exterior.A
sua quantidade, dimensãoe
distribuição sãotidas
em contano
momento da atribuição de classes.Avaliação de Processos de Redução/Elimin ação de TCA em Amostras de Cortiça
Um outro defeito que compromete a performance da rolha é o chamado oaerde". Estas cortigas apresentam uma concenfação anormal de humidade (400%-500%o confra
os nonnais
l4%)
epor
esta razÁo demoram mais tempo a secaÍ. Quando porfim
secam,o
volume
diminui
cercade
30%
levandoao
encolhimentoe por
vezes colapso das células. [4]As
pranchas
de
cortiça
por
vezes
apresentammanchas
acinzentadas ou amareladas que resultam da presença de compostos naturais concentados nessas zonasou
de
ataquesbiológicos,
e
estão particularmente associadasa
condigõesde
elevada humidade. Em ambos os casos, não seutilizam
paÍaaprodução de rolhas com oinfuito
de evitar contaminações
com
substâncias causadoras de maus odores.[4] As
manchasamarelas
são
causadas maioritariamentepelo
ataque
do
basidiomicetaArmillaria
mellea,
um
microorganismo que se desenvolveno solo.
[4]
Quando as árvores sofrem ataques externos, respondemcom
alterações celulares, ocorrendouma diminuição
noteor em lenhina e polissacríridos e um aumento de extractivos polares.
A
cortiça adquireassim
a
coloração amareladae um
cheiro
notível
a
mofo. [4,15]
A
exigência
dos consumidorese
a
pressão dos mercadosde
vedantes altemativos àsrolhas,
têm
nosúltimos
anos, centradoa
atenção parao
problema dos compostos contaminantes emcortiça. O chamado "gosto de rolha", pode ser causado por diversos compostos, confudo
o
2,4,6'úcloroanisol
(2,4,6-TCA) é apontado como o principal responsável em cerca de80%
dos
casosde
§eição
de
vinhos.
A
presençade "off-flavours"
afectatanto
aindustria corticeira
como
a
indúsftia vinícola,
representandoawltadas
perdas económicas. [16]Existem
multiplas
hipóteses paÍa a presengado 2,4,6-TCA
nacortiç4
como
a cloração de derivados da lenhina durante o processo de cloração da cortiça (método em desuso)[16]
ou
o
resultado de tansformações químicas de determinados percursoresclorofenólicos Q,4,6-triclorofenol
(TCP),
2,3,4,6-tetaclorofenol
(Tecp)
e pentaclorofenol(PCP».
tl7]
Alguns
biocidas, nomeadamente derivadosdo
TCP,
sãobiotransformados
via
enzímática (clorofenol-O-metilftansferase(CPOMT»
por
algunsfungos em metabolitos inócuos para
o
seu desenvolvimento(ente
eleso
2,4,6-TCA).Desde 1980 que a sua utilização
foi
proibida, contudo os pesticidas organoclorados sãopoluentes
lipofilicos
de
grande
persistênciae
tendem
a
acumulaÍ-senos
tecidosAvaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
vegetais. Na literatura estÍlo documentados estudos que mosüam a possível relagão
ente
a concentação de diversos biocidas
e2,4,6-TCA.
U7-1911.2.7
.
Compostos
Contaminantes
Apesar
de
a
rolha
ser
apontada
como
a
principal "culpada"
por
estes desagradáveis odores, estes podem também ser provenientes de contaminações duranteo
processode
produçãode vinhos
e
aÍÍnazenamentoem
adegascuja atnosfera
estacontaminada. Foram
já
reportados casosem
quevinhos
conservadosem
barricas demadeira
estavam contaminados, mesmo semnunca terem
estadoem
contacto comrolhas de
cortiça.l22l
De
notar que a presenga de2,4,6-TCA
afectao produto
final
apenas nas suas características organolépticas,não
sendotóxico
nem
perigoso parao
ser humano às concenffações em que geralmente se encontra(ng/L).
Os mofos têm sido associados avárias substâncias para além
do 2,4,6-TCA, tais
comoa
geosmin4 2-metilisoborneol,guaiacol,
1-octeno-3-ona,l-octeno-3-ol,
pirazinas,outros
cloroanisóise
clorofenóis,2,4,6fribromoanisol
e respectivo halofenol.Halofenóis
Os halofenóis são
um
grupo
de moléculas derivadasdo
fenol, em
que este é substituído numaou
mais posiçõespor
halogénios,cloro
(Cl),
bromo(Br),
Iodo
(I)
eFlúor
(F).Estes compostos são amplamente usados na produção de pesticidas, herbicidas, produtos para preservar madeiras, entre muitos outros químicos associados à agricultura
e industria. Os clorofenóis e os bromofenóis são os halofenóis mais utilizados para estes
fins.
Esta
classe
de
compostos
é
conhecida
pela
sua toxicidade
e
por
serembioacumuláveis. O uso de clorofenóis, e de outros halofenóis é actualmente
proibido
naEurop4
mas continua
a
ser
permitido na Ásia,
África
e
América
do
Sul.
[20]
A
/11
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
toxicidade
dosfenóis
advémda
capacidadeque
estes compostostêm
de
seligar
deforma não específica a moléculas biológicas.
Para
a
indústria corticeir4
são
um
problema
relevante,pois para além
detarrbém
eles serem compostos odoríferos, são ainda percursores químicos na formação de haloanisóis, nomeadamente o tão problemático TCA. Na tabelaI.l
são apresentadosexemplos dos halofenóis mais relevantes,
bem
comoos limites inferiores
paraa
sua percepçãoem
água.De
notar que quantomais
substitúdos são, menos odoríferos setornam por diminuição da sua volatilidade.
Tabela
I.l.
Limites de percepção sensorial em água, paÍa os halofenóis mais comuns em cortiça.Í2tl
Haloanisóis
Os haloanisóis são
tidos como
osprincipais
responsáveis pelos"off-flavours"
presentes
em
vinhos e outas
bebidasde
teor
alcoólico.
Tal
como
acontece para oshalofenóis, os haloanisóis são derivados
do
anisol, em que uma ou mais posições sãosubstituídas
por
átomos de halogénio.A
tabelaI.2
é
indicativa doslimites
sensoriais para alguns anisóis em água.Composto 2r4r6-TBP 2r31416-TeCP PCP 21416-TCP
Estrutura
ctLimite
percepção sensorial em água pg.L-1 600 1600 300Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
Tabela I.2. Limiar de detecção em água para alguns haloanisóis. * Valor
empglL.l2ll
O
2,3,4,6-tetracloroanisol(TeCA)
e o
pentacloroanisol(PCA)
são compostos menos voláteis, possuindopor
isso, limiares de percepção mais elevados queo
TCA,
contudo
a
sua caÍacterísticaolfactiva
é a
mesma,ou sej4
um
desagradávelcheiro
amofo.
A
principal
causa do aparecimento destes dois compostos no ambiente resulta dadegradação
bioquímica
de
alguns
pesticidas
contendo 2,3,4,6-tetaclorofenol
oupentaclorofercl.l22l
O
TBA
surge principalmentepor
O-metilação do seu percursor directo (TCP), e alguns autores associam-no qrüNe semprea
contaminaçõesem
adegas,já
que
este composto é um comum constituinte de produtos usados no tataÍÍrentodamadeta.l22l
O
2,4,6-TCA (tabela
I.3), de
formula molecular
CzHsClrO,é um
compostoorgânico aromático homomonocíclico pertencente
à
classe dosfenóis e
derivadose
à sub-classe dos anisóis. Praticamente insolúvelem
âSua é solúvel em etanol, metanol ebenzeno. Tendo
na
sua baseum
anel
aromático,uma
das estruturas químicas mais resistentes produzidas pela naturez4 o 2,4,6-TCA é uma molécula altamente estível.Composto
2,4,6-TBA
2,3,4,6-TeCA PCA2,4,6-TCA
Estrutura
Limite
percepção sensorial em água--t
ng.L
30-300 4 8-30*Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
.
1,3,5-ticloro-2-metoxibenzeno(ruPAC)
o
Sólido branco; Forma agulhaso
P.M.:2ll,47glmol
r
P.e.:246oC (760mmHg)o
P.f.: 60-62'Co
Solubilidade em água(l0mg/L(20"))
ct 214r6-TncloroanisolTabela I.3. Propriedades Físico-Químicas do 2,4,6-ticloroanisol
O
TCA
éum
composto de ocorrência natural,tn
âgu4 na terra, em legumes efrutas, na madeira e
cortiç4
entre outros.As
moléculas de TCA encontram-se ligadas àmafrzda
cortiça através de dois tipos de ligações: Forças de Van der Waals e pontes dehidrogénio
(Figura
I.2).
Í23,241Apesar
destasligações
entreTCA
e
matriz
seremrelativamente esüíveis,
devido
às suas características,o
TCA
será,pois
questões de polaridade, mais atraído pelo etanol que pelacortiç4
motivo que o fará migrar da rolhapaÍa o vinho.
Adicionalmente verificou-se
atravésde
um
exame microscópico,que
podem desenvolver-se colónias de fungos nas lenticelas dacortiç4
com a consequente possívelAvaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
FüdÉ dE tüüoflÉÍdB
F6ÍÊBB (k Ven É€t tfB8ls
Figura I.2. Representação da ligação entre as moléculas de TCA e
amatizdacortiça!24)
Outros
compostosAs
zonasde
humidade, como
é
o
casode
alguns solos onde
por
vezes seencontram
os
sobreiros,
são
o
ambiente
ideal
ao
desenvolvimento
de
algas
ecianobactérias. Estes organismos são capazes de biossintetizar compostos como
o
2-metilisoborneol(MIB)
e a geosminq que conferem aos vinhosum
gosto e odor a mofo eatena.126l
Outros
compostosque
também são
susceptíveisde
alterar
as
característicasorganolépticas
do vinho
sãoo
3-metil-l-butanol,
o
l-octeno-3-ol
e
o
guaiacolente
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
I.3.
Estado
de
arte
(Preven
Çáo,
Esteriliz
ação,
Descontaminação)
A
indústria corticeira
dispõejá
de
alguns
métodos,para
fazeremface
aoproblema das contaminações,
permitindo a
obtenção deum produto
final
de elevada qualidade.Alguns
métodos têm como funçãoeliminar
as causas de contaminação, por irradicaçãodos
microorganismosou pela
eliminaçãode
agentes clorados, enquanto outros métodos actuam directamente sobre os níveis de TCA presentes na cortiça.O
tempo
quea
cortiça
pennaneceem
estabilizaçáopode
levar à
criação das condições de temperatura e humidade perfeitas parao
desenvolvimento microbiano, e por consequência ao aparecimento de metabolitos da sua acção, nomeadamente o2,4,6-TCA. Assim
sendo, este é um ponto por onde as indústrias corticeiras podem acfuar emprimeiro lugar.
A
prevenção começa com a chegada da cortiça ao estaleiro.As
pranchas devem ser empilhadas, idealmente, sem estar em contacto com solo e este deverá respeitar asnorÍnas
do
Código Internacional das Práticas Rolheiras (CIPR).As
pilhas
deverão ser feitas de modo afacilitar
a circulação de ar e o escoamento de água.A
cortiça deve sercorrectamente
limpa de
calços,manch4
cortiças
com
musgoe
líquenese
refugos, evitando o contacto de "cortiças boas" com outras com elevado potencial contaminante.Existe
descritona
literatura uma
variedadede
técnicaspara
esterilizaçáo dacortiga
e
produtos
de
cortiça.
A
eliminação
de
microorganismoscontribú
para
a redução dasprobúilidades
de
contaminações, semno
entantoter
qualquerefeito
naquantidade
de
TCA
já
existente.Em
técnicasmais
antigasutilizou-se
para estefim
ácido
oxálico e hipoclorito
de sódio (efeito
bactericida), contudo estas revelaram-se pouco seguras com o indesejável uso de produtos clorados, o que levou estes compostosa serem proibidos pelo CIPR, dando lugar a compostos como o formaldeído e o anidrido
sulfuroso.
127)Foi
também
estudadaa
aplicação
de
antibióticos
na
esterilizaçãoAvaliação de Processos de Redução/Elimi de TCA em Amostras de Cortiça
com
acçãotripla:
oxidagãode 2,4,6-TCA, esterilizaçio
e
branqueamentode
rolhas. 127,297Ao
nível da
fisica, têm-se vindo
a
estudar
a
aplicação
de
radiação
T
e microondas. 127)Esta ultima, por aquecimento das moléculas de água leva à morte dos microorganismos bem como a evaporação de contaminantes.A
remoção
de
2,4,6-TCA toma-se
especialmenteproblemática
devido
acaracterísticas intrínsecas,
tanto da
molécula
como da
cortiça.
O
2,4,6-TCA
é
um composto fracamentevolátil
(yt.e.146oC, 760mmHg)
e
praticamenteinsolúvel
em rágua.A
cortiça
por
sua
vez
é
impermeável
a
gasese
líqüdos.
A
aplicação
de temperaturas elevadas, com o objectivo de vaporizar os contaminantes, geralmente levaà degradação da
matéia.l27l
Tal
como acontece com a esterilização, existem várias técnicasjá
estudadas paÍa límpeza, de contaminantes em cortiça, muitas delas com resultados bastante positivos,confudo,
a
problemática continua
a
assentarno
facto de ser
apenasuma
limpezasuperficial.
Ainda
assim
algumas técnicas
apresentam resultadossatisfatórios
em relação à qualidade do produto hnal.A
lavagemcom
ácidos fracos, tais como ácidocítrico
(3o/ovlv) eácido
acéticofoi
testada. Í271A
extracgão em Soxhlet com n-pentano apresenta resultados positivos,contudo
a
utilização
de
alcanos
em
indústria
levantaria
uma série
de
questões económicas e de segurança.127)Dada
a
nattxeza
das
ligações
ente
2,4,6-TCA
e
a
mattz da
cortiç4
desenvolveram-se métodos com o objectivo de criar um solvente de polaridade ajustada|
à extracção deste composto. Recorre-se frequentemente ao uso de misturas águaletanol.I
Nestes processos,
o
vapor de águae
etanol éposto
em contacto com as rolhas numa câmara de extracção, segue-se uma diminuição do teor em álcool ao mesmo tempo queuma corrente de
ar comprimido
arrasta os compostos contaminantes ao mesmo tempo que vai secando as rolhas. Í24,271A
utilização de fluídos
supercríticosé
actualmenteum
métodojá
aplicado naindustria, revelando-se um método rápido, sem recurso a solventes orgânicos e eficiente.
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
técnica não consegue ser eficiente,
poÍ
exemplo, em pranchas decoÍig4
ondeo
flüdo
teria de ter uma maior capacidade de peneüagão.
Existem alguns princípios e dados experimentais
já
adquiridos[31],
acerca dinâmicadas
tansferências de
TCA
enfrea
cortiça e a
maceração de análiseou
vinho.
Estes estudos foram imprescindíveis para o controlo de qualidade na indústriacorticeir4
poisindicam-nos quais as condições requeridas para que os resultados se assemelhem ao
mráximo com a realidade dos vedantes.
Fazendo sucessivas recolhas numa maceração (intervalos de horas), verifica-se
que a concenÍação de
TCA
no meio aumenta até atingir um ponto de equilíbrio.Estes resultados permitiram
definir
as24horas, como o tempo de extracção maiseficiente (Fig.I.3).
a
!! ta
E
EITenrpo (horas)
Figura I.3. Concentragão de TCA (nglL) em função do tempo (horas) das recolhas efectuadas para quatro amostras diferentes. (adaptado de [31]).
o
Não
existe correlaçãoente
a
quantidadetotal
de
TCA
numa
amostracom
a quantidade na maceração quando esta atinge oeqúlíbrio
com a amosfra Apenas0,05 yo a2,0Yo do
TCA total
é extraído paÍa a maceração(o
mesmo aconteceránumvinho).t3U
Quando se efectuam sucessivas maceragões (24h) para uma mesma amostra esta apresentará sensivelmente o mesmo valor para todas elas. Este fenómeno indica
que
o
TCA
extraído
esuí
relacionado
com
um
equilíbrio intrínseco
àspropriedades individuais da cortiça. [31]
?§ @ 80
É
ET É4
U H 0Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
a
a
Existe uma boa correlação
ente
ovalor
medido para uma maceração de rolhas,por
exemplo, eo valor
médio das concentações dessas mesmas rolhas quando medidas individualmente. [3 1]Foi constatado que em soluções mais alcoólicas (sistemas mais orgânicos) existe uma maior
extacção
deTCA.
Contudo, ao se aumentar a afinidade parao TCA
peÍmanecer
em
solução, estamosa
reduzir
a
Suavolatilidade
bem como
acapacidade paÍa asua absorção em microextração em fase sólida. [31]
Dos
pontos
anteriores obtém-sea
definição de TCA
libertárvel (ReleasableTCA). O
TCA
libertárvel seráa
quantidadede
TCA
em
solução aquando doeqúlíbrio,
e
é
função
do teor de
TCA na
cortiç4
do
teor
alcoólico
dasolução/vinho
e
da localizaçáofisica
doTCA
na cortiça. Estas quantidades sãousualmente expressas em ng/L ou partes por
trilião (pp|.
ttl
1.4.
Adsorventes
e
solventes
I.4.1
AdsorventesO
carvão activado
é
um
material
de
carbono altamente
poroso
e
comcaracterísticas
muito
versáteis,por
essa razáoé
aplicadotanto em uso
doméstico, passando pela medicina até à remogão de poluentes.Estes carvões podem ser obtidos a
partir
de diversos materiaisleúosos,
como éo
caso da casca de coco, casca de noz, cortiçaente
outros. Existem dois métodos deprodução, a activação física, que recoÍre á queima com gases
a
altas temperaturas e a activação química, em que o percursor é misturado com um reagente ácido ou brísico edepois aquecido.
A
activação química é mais vantajos4 pois ocorre a temperaturas mais baixas, com melhor rendimento e maiores iireas de superficie. [36]A
suÍr elevada
microporosidade
confere-lhe
um
extraordiniário
poder
de absorção, devido à extensa area de superficie disponível para contacto (1g de carvão:
Aval de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
condições de trabalho.
A
estutura
porosaé
formadapor
folhasgrafiticas e
o
espaçoformado
por
elasé
de dimensões moleculares.As
propriedades químicas dos carvões sãoatibúdas
durante a sua produção, pela formação de grupos carboxílicos, fenólicoslactonas e éteres (Fig.I.a).
Àdao csrarnlco Lac'tona Fenol Carbonllo Anldrldo Glulnona Érer
Figura I.4. Representação esquemática dos principais grupos funcionais presente na superfície
de um carvão activado. [36]
I.4.2
SolventesA
presenga deum
solvente pode aceleraÍ uma reacçãonum factor
de
1020; a mudança deum
solvente paraouto
pode produzir variações da ordem dos milhões na velocidade de uma reacção.P7lÉ
portanto pertinente o estudo da variação de solventes na extracção de compostos contaminantes em cortiça.Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
Da
enorme variedadede
solventes que poderíarnoster
escolhido para realizan estetabalho
experimental,a
solução hidroalcoólicaé
a mais pertinente.Em
primeiro lugar, porque não levanta problemas em termos de toxicidadeno produto
final,
é um sistemajá
familiar
no quediz
respeito às técnicas de análise em cortiça e sobretudo por ser um meio semelhante ao de um vinho comum.O estudo referido em
[38]
mostra a capacidade que tanto o rálcool comoa
árg.tUtem
de perÍnear as célulasda
cortiga.Existem
entre as célulasda
cortiç4
pequenos canais denominados de plasmodesmos, que atravessam as paredes celulares suberizadas, com umdiâmeto
aproximadamente de 100 nm. É através destes canais que se efectuam as trocas gasosas nas células. Os resultados obtidos em[38]
revelam que tanto o etanolcomo
a
érymtanto no
estadolíquido
como vapor,tem
capacidade de permear não sóestes canais como também a parede celular.
O
mecanismoproposto
sugereque as
moléculas
de
água inicialmente
vão aderindo aos gruposhidroxilo
emetoxi
de caracterhidrofilico,
formando ligações porpontes de hidrogénio.
A
absorção continuacom
a formação de"clusters"
de água emtomo destes centros.
Tanto
o
etanol quantoa
âgaarevelam
grande afrnidade paÍaa cortiça, com
aâgta
a
exibir
uma
maior
absorção,talvez devido
à
diferençade tamanho entre
asmoléculas.
Os
valores
de
absorçãoobtidos
em [38]
foram
os
seguintes:2,0x10-7mo1/cm3
*.ti
oJP a(âev)
e 1,3 x 1 0-7 moVcm3"o,1içulPa (etanol).A
árgoU oprincipal
solvente que nos ocoÍre, deve, em grande Parte, o seu poderde
solvataçãoem
especialao
grupo-OH.
Consegue solvatar catiões fortemente porinterrrédio dos
paresde
electrões não compartilhadosno
oxigénio
e
solvatar aniões através de ligações por pontes de hidrogénio. [37]Solventes como
por
exemplo, o pentano, foram testados afim
de avaliaro
seu poder de extracção deTCA.
[27]
Outros alcanos, como o n-hexano são frequentementecitados em artigos como bons
extactores
de compostos apolares. Contudoé
cada vezmais
frequente procurar-seuma
alternativa
mais
verde
quando comparadaa
estes compostos, na maioria das vezes, de origempetoquímica.
[39]Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cortiça
,
CAPITULO
II
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Corttça
If.l.
Apresentaçáo
e
discussão de resultados
Os
processosde
redução/eliminaçãode
TCA em
amostrasde
cortiça
foram avaliadoscom
recurso
a
sistemasde
extracçãosimples
e
exaustiva
sólido-líquido(Soxhlet),
em
diferentes
condições experimentais (sistemaextractor
de
H2O/EtOH(88:12
e
80:20)),
com
e
sem
substituição
de
solvente,
presençae
ausência de adsorvente.Utilizaram-se rolhas
e
discos como material de estudo, umavez
que se tratam dos principais produtos finais da indústria corticeira.[.1.1.
Extracção
SimplesDurante
a
realizaçáodos
ensaioso
pH
foi
verificado em
todas
as
etapas, mantendo-se sempre em valores aproximados apH
5.Ensaio 1
Na tabela
II.l,
apresentam-se os resultados obtidos paÍa a concentragão deTCA
(ppt) em rolhas e discos quando submetidos ao ensaio
I
da extracgão simples.Tabela II.1. Concentrações de 2,4,6-TCA(ppt) obtidas paÍa o ensaio
I
na Extracção Simples. Concentraç áo de 2,4,6-TCA GpOTempo (h) Discos intactos Discos triturados Rolhas intactas Rolhas trituradas 24 10)01 11,43 3,40 3,46 48 5,19 12,45 1,74 3,34 72 8,92
I
3,44 2,71 3,17 96 7,25 8,71 2,39 2,32 120 5,11 7,27 0,42l,2g
Avaliação de Processos de Redução/Eliminação de TCA em Amostras de Cort
Na figura
II.l
são apresentados os resultados obtidosno
ensaioI
da extracção simples paÍa as rolhas de cortiça(Fig.III.l).
Rolhas
r
Rolhas lntactas!
Rolhas Trituradas 5.00 4.00 3.00 TcA (pptl 2.00 1.00 0.00 48 72 Tempo (h) 96 120Figura
II.l.
Representação gráffrca dos resultados obtidos paraa
quantificação deTCA
emrolhas no ensaio 1 da extracção simples.
Na figura
II.2
são apresentados os resultados obtidosno
ensaioI
da extracção simples para os discos de cortiça(Fig.III.1).
Discos
I
Discos lntactosI
Discos Triturados 20.00 15.00 TCA (ppt) 10.00 0.00 48 72 Tempo (hl 96 24 s.00 24 L20Figura