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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia Fonte da Moura e no Azienda Ospedaliera Ospedali Riuniti Villa Sofia - Cervello

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Farmácia Fonte da Moura

Vítor Hugo Fernandes Gonçalves

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Fonte da Moura

maio de 2020 a outubro de 2020

Vítor Hugo Fernandes Gonçalves

Orientador : Dra.

Noémia Figueiredo Saraiva de Oliveira Lima

Tutor FFUP: Prof. Doutor Carlos Manuel Magalhães Afonso

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Declaração de Integridade

Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 15 de novembro de 2020 Vítor Hugo Fernandes Gonçalves

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Agradecimentos

A colocação na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto permitiu que 2015 fosse o ano que deu início à etapa mais marcante da minha vida.

Assim, em primeiro lugar, gostaria de agradecer à Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) por tudo o que me proporcionou ao longo de 5 (cinco) anos que, sem me aperceber, “voaram”.

Quero agradecer à Comissão de Estágio por toda a dedicação e trabalho demonstrado. Um agradecimento especial ao caro professor Carlos Afonso e à cara professora Susana Casal por todo o apoio e simpatia durante o estágio. Aproveito para estender os meus agradecimentos a todos os docentes da FFUP por terem marcado, cada um à sua maneira, o meu percurso académico. Por último, um muito obrigado a todos os funcionários da FFUP, por terem sido sempre muito simpáticos e flexíveis comigo durante todos estes anos.

Em 5 meses e 1 semana de estágio na Farmácia Fonte da Moura, interagi e fiquei a conhecer todos os membros da equipa. Devo dizer que trabalham de forma magnífica resolvendo toda e qualquer situação com a maior destreza pelo que os considero a todos como um exemplo a seguir. À Dra. Maria José, um especial agradecimento, pela oportunidade que me foi facultada em estagiar na farmácia. Ao Tiago Amaral agradeço a partilha de conhecimentos sempre de uma forma rigorosa e perfecionista. À minha tutora, Dra. Noémia Lima, agradeço todo o apoio prestado em todas as lições transmitidas. À Sílvia Fortunato agradeço por me ensinar a ser eficiente no trabalho, a ter capacidade de gerir o meu tempo e a realizar qualquer tarefa. À Andreia Ribeiro agradeço acima de tudo a simpatia e a alegria que tanto dela são características, mas também por ser um exemplo de proatividade e espírito de contínuo crescimento e aprendizagem. À Lisete Silva, minha conterrânea, agradeço por ser um exemplo no que toca a paixão no trabalho realizado. À Alexandra agradeço por toda a gentileza demonstrada e também por todos os momentos partilhados.

À Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (AEFFUP) obrigado pelo trabalho feito no que concerne às necessidades dos estudantes e por todos os esforços realizados no sentido da melhoria contínua. À equipa de futsal AEFFUP obrigado por todas as nossas vitórias enquanto equipa, mas também todas as derrotas que superamos juntos. Espero continuar a ver esta equipa crescer sempre com o mesmo espírito de amizade. Ao Conselho Fiscal AEFFUP, em especial a todos os que dele fizeram parte comigo, agradeço a oportunidade que me foi dada em cooperar para o crescimento desta grande associação de estudantes.

Aos meus finalistas agradeço por todos os momentos partilhados e por todas as histórias vividas. Espero que esta amizade construída não seja esquecida e se mantenha por bons e longos anos. A todos os meus amigos de curso, em especial aos mais chegados, quero agradecer por todas as noites mal dormidas, por todas as aventuras vividas e por todas as inúmeras histórias que criamos juntos. Foram, são e serão sempre a minha segunda família.

À minha família obrigada pelo exemplo que sempre foram para mim e pela companhia que, apesar de longe, esteve sempre presente.

Aos meus pais, obrigado por serem quem são, obrigado por nunca desistirem, por superarem todos os obstáculos e por me incentivarem a lutar e superar todos os desafios. À minha irmã obrigada pela tua companhia, teimosia, alegria e especialmente por seres a minha menina.

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Aos meus tios, aos meus primos e às minhas avós, obrigado por me incentivarem a arriscar, pelo ombro sempre presente e por toda a ajuda que sempre me deram.

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Resumo

O presente relatório, relata as atividades elaboradas aquando da realização do meu estágio profissionalizante na Farmácia Fonte da Moura, que decorreu desde o mês de maio do ano de 2020 até ao mês de outubro do mesmo ano. O relatório encontra-se dividido em duas partes. A primeira, Parte I, corresponde à descrição da Farmácia Fonte da Moura bem como a algumas das tarefas que nela desenvolvi e das quais são exemplo: a gestão de stock, a receção e armazenamento de encomendas, o atendimento de utentes, medição de parâmetros bioquímicos e fisiológicos e outros. A segunda parte, Parte II, corresponde aos projetos que realizei no decorrer do período de estágio, englobando a realização de duas formações internas à equipa da farmácia, a saber: “Onicomicose e Pé de Atleta” e “Proteção Solar”. Ainda na segunda parte consta uma campanha de marketing de divulgação de produtos dermocosméticos nas redes sociais (Facebook e Instagram) da Farmácia Fonte da Moura.

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Índice

Declaração de Integridade ... iii

Agradecimentos... iv

Resumo ... vi

Lista de Abreviaturas ... x

Lista de Anexos ... xii

PARTE I – Descrição e Funcionamento da Farmácia Fonte da Moura ...1

1.Introdução e Contextualização ...1

2.Farmácia Fonte da Moura ...1

3.Organização do espaço físico ...2

4.Organização funcional da farmácia ...3

4.1.Recursos Humanos ...3

4.2.Farmácia Fonte da Moura e COVID-19 ...3

4.3.Gestão e Marketing na Farmácia Fonte da Moura ...5

4.4.Sistema Informático (SI) ...6

4.5.Reservas ...7

5.Concretização de encomendas diárias ou instantâneas ...7

5.1.Receção e conferência de encomendas ...8

5.2.Armazenamento da encomenda e marcação de preços ...9

5.3.Rotação de stock e ponto de encomenda ... 10

5.4.Prazos de Validade ... 10

5.5.Gestão de devoluções ... 10

6.Dispensa de medicamentos ... 11

6.1.Medicamentos sujeitos a receita médica ... 11

6.2.Receita médica e comparticipação de medicamentos ... 11

6.3.Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes... 13

6.4.Sistemas de comparticipação ... 13

6.5.Medicamentos não sujeitos a receita médica ... 14

6.6.Medicamentos veterinários e outros produtos de veterinária ... 15

6.7.Dispositivos médicos e outros produtos de saúde ... 15

6.8.Dermocosméticos e produtos de higiene corporal ... 15

6.9.Suplementos alimentares ... 16

6.10.Receituário e faturação ... 16

7.Administração de vacinas ... 17

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9.Lares, Centros de dia e outras Instituições ... 17 10.Entregas ao domicílio ... 18 11.Consultas de Nutrição ... 18 12.Sessões de aconselhamento ... 18 13.Valormed® ... 18 14.Formações e Webinars ... 19

PARTE II-Projetos desenvolvidos durante o estágio ... 19

Projeto I- Formação Interna subordinada ao tema “Onicomicose e Pé de Atleta” ... 19

1.Enquadramento Teórico da Onicomicose ... 19

1.1.Medidas de Prevenção da Onicomicose ... 20

1.2.Transmissão da Onicomicose ... 20

1.3.Onicomicose em populações especiais ... 20

1.4.Sintomas e Tipos de Onicomicose ... 21

1.5.Diagnóstico da Onicomicose ... 22

1.6.Tratamento da Onicomicose ... 22

2.Enquadramento teórico do Pé de Atleta. ... 24

2.1.Medidas de Prevenção do Pé de Atleta ... 24

2.2.Sinais e Sintomas do Pé de Atleta ... 24

2.3.Tipos de Pé de Atleta ... 25 2.4.Diagnóstico do Pé de Atleta ... 25 2.5.Tratamento do Pé de Atleta... 25 3.Enquadramento Prático ... 26 4.Objetivos ... 26 5.Métodos ... 26

6. Resultados, Discussão e Conclusões ... 26

Projeto II- Formação Interna subordinada ao tema “Proteção Solar” ... 27

1.Enquadramento Teórico do Projeto II ... 27

1.1.Pele ... 27 1.2 Funções da Pele ... 28 1.3.Radiação Ultravioleta ... 28 1.4.Radiação e a Pele... 29 1.5.Influência da Pigmentação ... 29 1.6.Proteção Solar ... 30

1.7.Fator de Proteção Solar ... 30

1.8.Protetor Solar Resistente à água ... 30

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1.10.Protetor Solar Físico vs. Químico ... 31

1.11.Segurança dos Protetores Solares Químicos ... 31

1.12.Vitamina D... 32

1.13.Vitamina D e Proteção Solar ... 32

2.Enquadramento Prático ... 33

4.Métodos ... 33

5.Resultados/Discussão e Conclusão ... 33

Projeto III-Campanha de Marketing nas redes sociais sobre produtos dermocosméticos ... 34

1.Enquadramento Teórico do Projeto III ... 34

1.1.Tipos de Pele ... 34

1.2.Combate à Pele Seca ... 34

1.3.Combate à Pele Oleosa ... 34

1.4.A Pele e o Frio ... 35

1.5.Cuidado diário da Pele ... 35

1.6.Pele ao Longo dos Anos ... 36

1.7.Redução do Envelhecimento da Pele ... 36

2.Enquadramento Prático ... 36 3.Métodos ... 37 4.Resultados/Discussão... 37 5.Conclusão ... 37 Conclusão do Relatório ... 38 Bibliografia... 39 Anexos ... 46

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Lista de Abreviaturas

AIM-Autorização de Introdução no Mercado; ANF-Associação Nacional de Farmácias;

CDC-Centers for Disease Control and Prevention; CNP- Código Nacional do Produto;

COLIPA-The European Cosmetic and Perfumery Association; COOPROFAR-Cooperativa dos Proprietários de Farmácia, DGS- Direção-Geral da Saúde;

DT- Diretor Técnico; FC- Farmácia Comunitária;

FDA-Food and Drug Administration; FEFO- First-Expire, First-Out; FFM-Farmácia Fonte da Moura; FPS-Fator de Proteção Solar; GH-Grupo Homogéneo;

IVA- Imposto sobre o valor acrescentado;

MICF-Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas;

MNSRM-EF-Medicamento não Sujeito a Receita Médica de Dispensa Exclusiva em Farmácia; MNSRM-Medicamento Não Sujeito a Receita Médica;

MSRM-Medicamento Sujeito a Receita Médica; PA- Pressão Arterial;

PNV- Plano Nacional de Vacinação; PVP-Preço de Venda ao Público;

SAMS/SBN-Sindicato de Bancários do Norte; SI-Sistema Informático;

SNS-Sistema Nacional de Saúde;

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Lista de Anexos

Anexo I- Apresentação à equipa da farmácia sobre “Onicomicoses e Pé de Atleta”; Anexo II- Apresentação à equipa da farmácia com o tema “Proteção Solar”; Anexo III- Imagens publicadas nas redes sociais da Farmácia Fonte da Moura.

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1.Introdução e Contextualização

O estágio na Farmácia Comunitária (FC) permite em contexto real aplicar os conhecimentos apreendidos durante o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF), adquirindo ainda outras competências a nível prático, tais como a capacidade de interação com diferentes pessoas e como tal, com diferentes visões, trabalhar em equipa, com rigor e organização no trabalho. O atendimento ao utente, deve ser personalizado de acordo com cada situação específica de modo a ser tomada a melhor decisão possível, sendo que, este processo de decisão deve ser baseado em tudo aquilo que é melhor para o utente, dando prioridade à sua necessidade e preferência, ficando para segundo plano aquilo que é economicamente favorável para a farmácia.

O estágio que elaborei na FC foi realizado pelo período de cinco meses e uma semana consecutivos (11 de maio de 2020 a 16 de outubro de 2020) na Farmácia Fonte da Moura (FFM).

2.Farmácia Fonte da Moura

Situada na Avenida da Boavista, perto do colégio do Rosário e do Jardim de Serralves, a farmácia localiza-se num prédio habitacional que para além da farmácia apresenta outros negócios. O horário de abertura é de Segunda Feira a Sexta Feira das 8h00 às 21h00 e Sábado das 9h00 às 20h00, estando encerrada aos Domingos e Feriados.

É uma farmácia que se carateriza por ser maioritariamente familiar, sendo a maioria dos utentes da zona circundante, idosos. Outra parte dos utentes, são trabalhadores de empresas na proximidade, na Avenida da Boavista, como por exemplo da Vodafone e do Colégio do Rosário.

Ao longo dos atendimentos percebi rapidamente que, por ser uma farmácia familiar, os utentes confiam de grande forma no farmacêutico, desabafando muitas vezes com estes os problemas de saúde e outros que possuam. Assim, foi percetível uma grande confiança por parte do utente na pessoa que está por trás do balcão, especialmente em pessoas que trabalham na farmácia há já algum tempo, sendo que muitas vezes assumem logo de partida que o farmacêutico já sabe de antemão, o nome do utente, medicação que faz, entre outros. Assim, no início do meu período de estágio, ainda sem conhecer os utentes na sua íntegra, senti alguma dificuldade no atendimento.

É de acrescentar que, além do atendimento ao balcão, a FFM investe ainda em duas outras vertentes, sendo a primeira uma parceria com um site de dermocosméticos intitulado de BBSKIN e a segunda voltada para a preparação individualizada de medicação para utentes de lares e outras instituições.

O horário que elaborei foi me atribuído pela minha tutora, Noémia Lima, em colaboração com os restantes membros da farmácia, era das 08h30 às 16h00, com meia hora de almoço durante a semana. A farmácia apresentou sempre flexibilidade no horário que pretendesse realizar e assim, conforme as minhas necessidades ou da equipa, fiz também o horário das 10h00 às 18h00, com uma hora de almoço.

Durante os cinco meses de estágio na FFM, realizei várias tarefas que fazem parte do quotidiano dos membros da equipa da farmácia, as quais detalho na tabela abaixo:

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Tabela 1- Atividades e Tarefas desenvolvidas no decorrer do estágio na farmácia comunitária-

3.Organização do espaço físico

A FFM distribui-se em dois pisos (0 e -1) nos quais estão todos os espaços necessários a um correto funcionamento, tal como definido pelo artigo 29º, capítulo IV, decreto de lei nº 75/2016 [1].

No piso 0 é a zona de atendimento, onde apresenta três balcões de atendimento. Devido a questões de limitação de espaço e de pessoas, de forma a cumprir as normas da Direção Geral de Saúde (DGS) em relação à pandemia, apenas 2 (dois) destes balcões se encontram funcionais; nesta zona de atendimento é permitido um atendimento com privacidade ao utente, de modo a que o mesmo se sinta confortável. Neste piso existe também um gabinete onde é possível, caso necessário, exercer um diálogo mais privado com o utente e onde é feita a medição dos parâmetros bioquímicos e fisiológicos e regularmente consultas de nutrição ou sessões de aconselhamento dermocosmético, tal como aconselhado pelas Boas Práticas de Farmácia Comunitária [2].

No piso -1, a farmácia possui uma casa de banho; a sala de preparação individualizada de medicação para os lares e instituições; o laboratório; sala que permite executar todas as tarefas de backoffice da farmácia, tais como dar entrada de encomendas, armazenar os produtos, armazenar de forma organizada excedentes de medicamentos que não sejam passíveis de arrumação no piso de atendimento, faturação e preparação semanal e diária de pedidos para os lares e instituições.

A FFM, apesar de se situar na Avenida da Boavista, próxima da estrada, está na entrada de um prédio, razão pela qual pode passar um pouco despercebida para utentes que não estejam familiarizados com a mesma. De forma a combater o facto da farmácia se encontrar um pouco escondida, na entrada do prédio e virado para a estrada, está disposto um sinal luminoso com o símbolo e o nome da farmácia. Além deste sinal, possui no passeio uma cruz luminosa na qual refere, entre outros, algumas das marcas dermocosméticas disponíveis na

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farmácia e o seu horário. A entrada na farmácia é feita por uma porta de vidro, a qual do lado direito tem um ecrã que é utilizado para a divulgação de produtos dermocosméticos disponíveis na FFM.

Na entrada e como definido na norma geral sobre as infraestruturas e equipamentos e na portaria 582/2007, artigo 4º,2, “As farmácias de turno de serviço permanente ou de turno de regime de reforço podem, a partir da hora de encerramento normal, impedir o acesso do público ao interior da farmácia, desde que disponham de um postigo de atendimento que permita a dispensa de medicamentos ao público.”[1].

4.Organização funcional da farmácia

A FFM apresenta uma equipa de sete pessoas, que estão distribuídas entre duas equipas com funções definidas pelo pressuposto no Decreto de Lei nº75/2016 [1]. Assim, quatro destas pessoas, estão responsáveis pelo que envolve a gestão de medicamentos e outros produtos de saúde, o aconselhamento farmacoterapêutico e a medição de parâmetros bioquímicos e/ou fisiológicos, e as outras três pessoas, estão voltadas para a preparação da medicação individualizada para cada utente de lar ou instituição. Além das sete pessoas referidas, existe ainda um estafeta da farmácia que faz o transporte da medicação individualizada preparada para cada lar e instituição conforme a necessidade e exigência dos mesmos, podendo este transporte ser diário para cada instituição.

4.1.Recursos Humanos

A FFM é propriedade da Dr.ª Maria José Carvalho, licenciada em Farmácia. A Direção Técnica segundo o Decreto-Lei n.º 75/2016, deve ser realizada exclusivamente por um farmacêutico, a Dr.ª Patrícia Vieira, a qual durante o meu estágio profissionalizante se encontrava de licença de maternidade e era substituída pela farmacêutica adjunta DrªAndreia Ribeiro. O Diretor Técnico (DT) assume o papel de ser “… independente, técnica e deontologicamente, no exercício das respetivas funções, da proprietária da farmácia ...” ponto 2, artigo 20º, capítulo III do Decreto de Lei 75/2016, garantindo o uso correto e responsável do medicamento e o melhor atendimento possível [1].

Assim, o quadro farmacêutico era composto pela Dr.ª Andreia Ribeiro, a Dr.ª Noémia Lima e a Dr.ª Patrícia Vieira, em conformidade com o disposto no artigo 23º, capítulo IV do Decreto de Lei 75/2016 e o quadro não farmacêutico pela técnica de farmácia Drª Lissete Silva, técnica de farmácia Drª Sílvia Fortunato e pelo ajudante de farmácia Tiago Amaral, em conformidade com o disposto no artigo 24º, capítulo IV do Decreto de Lei 75/2016[1].

Como pressuposto para atendimento na FC os membros da equipa da farmácia encontram-se devidamente identificados pelo uso de um cartão, com o seu nome e título profissional, colocado no bolso esquerdo da bata branca [3].

4.2.Farmácia Fonte da Moura e COVID-19

O meu estágio profissionalizante realizado em 2020, sofreu impacto pela pandemia de COVID-19, que afetou de grande forma todo o país e acima disso, todo o mundo. De referir que, apesar da gravidade da pandemia, muitas vezes os utentes não apresentavam o devido respeito pela mesma, ignorando algumas das

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recomendações, tendo-se tornado um dos papéis da equipa da farmácia promover a consciencialização do utente para as boas práticas de higiene e segurança implementadas pela DGS.

Entre cada atendimento ao utente, as zonas mais críticas, tais como o terminal multibanco, o balcão de atendimento ou a zona de medição de parâmetros bioquímicos eram objeto de atenção acrescida no que toca à limpeza e desinfeção, tal como referido pela norma 003/2020-22/03/2020 [5].

Como outros estabelecimentos de saúde e comerciais, a venda de máscaras (sociais, cirúrgicas e FFP2), luvas (vinilo, látex c/ ou s/ pó e nitrilo) e desinfetantes (álcool a 70º e álcool gel) tornaram-se em um dos maiores focos de procura pelo utente aquando da sua deslocação à farmácia, procurando informações sobre as medidas que visem promover uma maior segurança, solicitando informações e mostrando uma grande preocupação quanto à atualidade da pandemia. O stock destes equipamentos de proteção deve ser garantido na farmácia pelo que necessita de um cuidado redobrado na sua manutenção, devido à sua alta procura.

Em cada um dos dois balcões de atendimento a funcionar, existia uma película de silicone que visava proteger quer o utente, quer o farmacêutico da transmissão do vírus. No balcão existia ainda um dispensador automático de álcool-gel 70% para a correta desinfeção das mãos do utente e de quem o atende.

A utilização desta solução alcoólica era incentivada quer pelo farmacêutico, quer por um cartaz da DGS afixado na entrada da farmácia.

Na farmácia, todos os membros da equipa, como utentes deveriam fazer o uso de máscara, como definido pelo decreto de lei nº10-A/2020 “É obrigatório o uso de máscaras ou viseiras para o acesso ou permanência nos espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, nos serviços e edifícios de atendimento ao público...” [4].

Apesar da obrigatoriedade, ocasionalmente, os utentes não usavam máscara aquando entrada na farmácia, pelo que, tive frequentemente de os relembrar para o seu uso. Não obstante, nem sempre este recordar era bem aceite.

Por forma a haver um correto distanciamento social, eram apenas permitidos dois utentes na farmácia de cada vez, e estavam apenas dois balcões disponíveis, de modo a permitir um correto distanciamento entre os utentes no decorrer do atendimento. Assim, e por forma a dar razão ao ponto 5.10. da norma 003/2020-22/03/2020, existia ainda uma sinalética no chão onde com a devida distância era referido onde o utente deveria aguardar/permanecer [5].

Com a pandemia e o medo das pessoas relativo a esta, foi imposta uma orientação para a não dispensa de quantidades extraordinárias de medicação. Assim, em Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) o farmacêutico deveria ter o cuidado de assegurar a dispensa de quantidades corretas de medicação (de acordo com sintomas e posologia) e aquando relativo a Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM), atendendo às necessidades do utente, foi imposto um limite de dispensa de duas caixas para a mesma substância ativa, num mesmo atendimento, de forma a assegurar as suas necessidades [6].

No entanto, e de forma a que utentes idosos com dificuldade de deslocação e outros problemas de risco pudessem exercer normalmente a sua medicação, era possível dispensar quantidades maiores da mesma, como um caso excecional.

A dispensa de MSRM a doentes crónicos, sem a respetiva receita poderia ser feita, pelo DT ou por um farmacêutico por ele designado, tendo sido uma medida excecional neste contexto de pandemia. Assim,

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poderia ser feita a dispensa do medicamento, como venda suspensa, garantindo um prazo de até três meses de medicação, desde que o utente apresentasse devida justificação médica. [7].

Devido à pandemia e à consequente falta de consultas e prescrições médicas, a solicitação por medicação em venda suspensa ocorreu com grande frequência durante o meu estágio, situação avaliada caso a caso por parte do farmacêutico. Seguindo as orientações superiores, dispensei a medicação dentro da medida do possível. Posteriormente era contactado o médico ficando um registo da cédula profissional até ser entregue a prescrição médica legal.

4.3.Gestão e Marketing na Farmácia Fonte da Moura

A gestão representa um pilar fulcral em qualquer tipo de negócio, serviço de saúde ou outro. Com a sua realização de forma eficiente e profissional, é possível assegurar uma boa gestão de stocks de medicamentos na FC, bem como salvaguardar a qualidade do atendimento ao utente e de certa forma, os interesses da farmácia. Os produtos da farmácia devem ser geridos de forma eficiente, resultando em um stock justo, sem que ocorram gastos desnecessários. É de grande importância saber quais os produtos que atraem os clientes à farmácia, e assim salvaguardar quais os produtos mais vendidos, mas também saber quando arriscar por produtos novos, que possam representar um novo ramo de vendas. Aqui, no que toca à gestão e marketing da FFM, esta apresenta um grande interesse e portefólio de marcas dermocosméticas, desde uma gama premium, a uma gama com preços mais acessíveis. Por se encontrar na Avenida da Boavista, onde as pessoas apresentam possibilidades médio ou altas, a dermocosmética representa uma grande importância na farmácia, pelo que existem por vezes, sessões de aconselhamento dermocosmético adaptadas aos diferentes tipos de pele e necessidades dos utentes.

O marketing na farmácia não se pode basear apenas no produto, mas também nos serviços prestados pela farmácia tal como consultas de nutrição e sessões de dermocosmética, proporcionando assim um segundo ponto de contacto no que toca às necessidades dos clientes.

Como parte daquilo que é o marketing, a divulgação do produto e a sua promoção, as consultas de nutrição e sessões de dermocosmética são feitas por conselheiros da marca que recomendam produtos da mesma, específicos para o objetivo do utente.

Com os produtos dermocosméticos são também feitas regularmente campanhas promocionais. Durante o meu estágio tive a oportunidade de participar na exposição do gel lavante, óleo lavante e creme tópico da gama TOPILYASE da SVR® ,o qual, era exposto em um pequeno móvel à entrada da farmácia, por forma a atrair a atenção dos clientes.

Na aproximação do verão ou do inverno, por exemplo, a montra da farmácia situada atrás do balcão foi alterada, de forma a promover foco a produtos adequados à respetiva estação do ano.

Tive a oportunidade de realizar esta tarefa uma vez com o ajudante de farmácia Tiago Amaral, aquando a aproximação da altura de inverno. Assim, foram retirados do primeiro plano, produtos como protetores solares, cremes para picadas de insetos e outros e foram então, colocados xaropes para a tosse, antigripais, reforços para o sistema imunitário, entre outros.

Além das campanhas e consultas acima mencionadas, a farmácia tem uma parceria com o site

BBSKIN, o qual apresenta como foco a dermocosmética. Neste existem várias encomendas semanais, não só

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dentro de uma caixa própria do site, sendo posteriormente coberta por plástico, contendo duas a três amostras de produtos relacionados à encomenda e sendo depois perfumada, o que aumenta a satisfação dos clientes no momento em que recebem a encomenda, por demonstrar trabalho e qualidade do serviço.

As encomendas suscitaram em mim algum sentimento de surpresa porque, apesar de não ser um site com uma grande visibilidade, era conhecido por vários países. Durante o estágio cheguei a preparar e enviar encomendas para Abu Dhabi, Rússia e outros países que não pertenciam à União Europeia.

A farmácia tem uma ficha no Google, de forma a ser visível a sua localização, horário de abertura e outras informações sobre a mesma. Isto é algo útil, que permite aos utentes locais saber quando se dirigir à farmácia e quando o fazer com um menor tempo de espera e ainda a clientes que não a conheçam, facilmente começam a conhecer através desta página.

No que concerne às redes sociais, a farmácia apresenta ainda página na rede Facebook e Instagram, as quais não apresentam uma atualização constante, devido à falta de tempo dos membros da farmácia para tal. Por esta razão, desenvolvi o meu terceiro projeto, no qual, através da atualização das redes sociais fiz a divulgação de produtos dermocosméticos.

4.4.Sistema Informático (SI)

O SI, em pleno século XXI é algo presente em todos os lugares, quer em sistemas de saúde como outros, tornando-se assim imprescindível. Além de permitir um melhor atendimento na farmácia, permite ainda uma gestão mais eficiente de vários pontos. Na FFM o sistema utilizado designa se por 4Digital Care®.

É um sistema fácil de trabalhar, intuitivo e muito prático. Considero que ao fim do 1º mês já sabia executar muitas das tarefas necessárias no mesmo.

No atendimento e de forma a facilitar a dispensa do medicamento é permitida a criação de uma ficha de cliente, que fica associada a um número e que apresenta todos os dados do utente necessários, quer para a dispensa do medicamento como para a correspondente fatura (Nome e Número de Identificação Fiscal). Posteriormente, ao reentrar na ficha de cliente, é possível ver se este apresenta um sistema de saúde complementar ao Sistema Nacional de Saúde (SNS) e o histórico de compras do cliente na farmácia (incluindo a dosagem e o laboratório), o que facilita aquando o utente tem dúvida no medicamento que quer levar.

Muitas vezes, o utente chegava à farmácia indeciso no nome do fármaco, sabendo apenas a cor da caixa, o que muitas das vezes não correspondia ao pretendido, através do seu histórico de cliente, conseguia facilmente resolver este problema. A vantagem que o SI apresenta permite realizar um atendimento completo e com a máxima qualidade.

A procura pelo medicamento no SI, para além de ser passível de ser feita pelo nome comercial ou da substância ativa pode ainda ser feita pelo Código Nacional do Produto (CNP).

Na dispensa do medicamento, é feita a leitura do CNP do produto, a qual permite aceder à ficha do produto e visualizar vários dados do mesmo, como o seu stock na farmácia, se está disponível para encomenda nos fornecedores, posologia e indicação terapêutica.

No meu estágio, apesar de ser possível ver na ficha do produto todos os dados do mesmo, verifiquei que muitas das vezes tal era impossível, pois apareciam como espaços não preenchidos. Desta forma muitas vezes no caso de dúvida, consultava o Infomed. Considero assim, a falta de informação do medicamento um

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dos grandes pontos negativos deste SI, porque apesar de ter todas as ferramentas necessárias para um bom atendimento, na prática, existem falhas associadas que representam entraves à realização do mesmo.

Na última etapa do atendimento e na finalização da dispensa do medicamento, deve ser feito o picking, de forma a confirmar que o produto dispensado é o pretendido. Deve ser realizado pela leitura do código QR, código identificador único, bidimensional, que permite além da confirmação do produto correto, identificar o mesmo em qualquer ponto da cadeia de fornecimento. O desativar deste código único impede, salvo em casos excecionais, que o produto volte a ser dispensado. A leitura deste código permite um maior rigor no controlo do medicamento e é obrigatória segundo o ponto 1, artigo 25º, capítulo VI, regulamento delegado (UE) 2016/161 da comissão de 2 de outubro de 2015 [8][9].

O SI no fim do atendimento apresenta ainda um sistema de pontos que permite ao cliente fazer descontos nas suas compras. Em clientes habituais da farmácia e com ficha de cliente criada é ainda associado em alguns casos, um desconto direto automático de 10% nos produtos comprados.

4.5.Reservas

O menu das reservas permite guardar um produto para determinado utente. Quando não se dispõe do produto na farmácia, é feita a sua encomenda e reserva para o utente que a solicitou. Esta pode ser previamente paga ou não, sendo apenas satisfeita pela separação do produto ou até não satisfeita, enquanto este não chega à farmácia.

Este menu apresentou grande interesse particularmente no aproximar da época das vacinas da gripe. No meu último mês de estágio ligavam frequentemente para a farmácia, solicitando a reserva desta vacina. Ainda no caso do medicamento Victan®, este menu foi relevante, pois permitiu-me fazer reserva do mesmo, que era satisfeita, por ordem cronológica, quando o medicamento chegava à farmácia.

Como desvantagem, ao efetuar uma reserva não existia qualquer alteração da disponibilidade do produto no seu stock virtual, aparecendo como disponível no menu de atendimento sem qualquer aviso de reserva, situação que indiciava em erro. No entanto, aquando da receção de encomendas fui cauteloso para o caso de receção de um produto previamente reservado, caso acontecesse, surgia um aviso no SI e separava o produto conforme disposto na reserva. Medida que surtiu efeitos positivos na gestão de reservas.

5.Concretização de encomendas diárias ou instantâneas

Na FFM, as encomendas são efetuadas a três diferentes fornecedores, sendo eles a Empifarma®, COOPROFAR® e Alliance Healthcare®.

No final do dia, é possível no SI da farmácia verificar os produtos em falta para repor o stock necessário. A ficha do produto apresenta um stock mínimo e máximo, pelo que quando o stock mínimo é atingido este produto surge na listagem final daqueles que devem fazer parte da encomenda diária. É ainda feita a análise estatística da venda do produto de forma a verificar se a frequência de venda justifica a sua compra. Em situações em que um produto é encomendado, mas não recebido, como é o caso de produtos esgotados, este consta automaticamente na encomenda diária até que seja satisfeito o pedido.

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Quando num atendimento ou num pedido de um lar é solicitado um produto que não se encontra em stock na farmácia, é realizada uma encomenda no momento a um dos fornecedores. Estes tipos de encomendas são denominadas de encomendas instantâneas.

Em contexto de atendimento, a possibilidade de encomenda instantânea foi muito útil, permitiu-me dar informações corretas ao utente da disponibilidade ou não do produto, assim como a hora de chegada, minimizando alguma insatisfação pela falta momentânea do mesmo.

De forma a facilitar a pesquisa, tanto no caso de novos produtos como para confirmar a existência de produtos semelhantes, a encomenda instantânea podia ser feita diretamente na área reservada do site do fornecedor, onde se encontram listados os produtos, a sua disponibilidade e preço.

No caso de produtos que tenham estado esgotados por algum tempo, quando voltam a ficar disponíveis tornam-se “rateados”. Estes passam a ser recebidos em quantidades limitadas de forma a garantir a sua correta distribuição. Existe por isso a “via verde” que permite o acesso a este tipo de medicamentos.

O Eliquis® é um medicamento que se enquadra no caso supramencionado, pelo que deveria ser pedido de forma “rateada” através da “via verde”. Desta forma, após a dispensa do fármaco, fazia imediatamente a sua encomenda.

5.1.Receção e conferência de encomendas

A receção e conferência de encomendas foi um dos pontos iniciais e sempre presentes no meu estágio. Na minha opinião, é uma das mais importantes tarefas da farmácia, exigindo imenso rigor e destreza na sua execução. Se a receção ou conferência forem executadas de forma errada o stock da farmácia ficará também errado por consequência. Este aspeto impacta diretamente o atendimento, causando constrangimentos como o fornecimento de uma informação errada por parte do farmacêutico.

Quando uma encomenda é entregue pelo fornecedor à farmácia, esta é deixada à porta sendo posteriormente transportada por um qualquer membro da equipa da farmácia para o piso -1. Aí é feita a conferência da encomenda que é etiquetada (se necessário) e armazenada.

A não entrada do estafeta do fornecedor na farmácia é um aspeto positivo, constando na norma 003/2020-22/03/2020 da DGS [5] e permitindo reduzir o contacto com terceiros.

A encomenda chega em caixotes identificados por códigos e acompanhados pela devida fatura (original, duplicado e triplicado) onde são detalhados os produtos enviados, quantidades, o contentor onde se encontram, entre outras informações.

A informação sobre em que caixote está o produto foi útil quando existia a necessidade de dispensar um produto que chegava recentemente. Tal informação, minimizava o meu tempo de procura pelo medicamento.

Ao conferir a encomenda deve ser verificado o prazo de validade e o estado do produto, bem como as condições da embalagem, garantindo que está em condições de ser dispensado.

Na receção utiliza-se a opção Gestão de Stocks, Receção de Encomendas para dar entrada da encomenda no SI, passando depois os produtos a constar do stock virtual da FFM. Neste processo, devem ser preenchidas as quantidades rececionadas, o preço de custo do produto, bem como o seu prazo de validade. No final da receção da encomenda, devem ser verificados se os valores calculados pelo sistema estão conforme os

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da fatura (Preço de Venda ao Público (PVP), Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e Preço sem IVA), garantindo assim um correto processo de entrada.

De forma a permitir uma melhor gestão de stock, quando era rececionado um produto com uma data de validade inferior à constante no sistema, esta era alterada para a primeira a expirar. Este produto era armazenado de forma a ser o primeiro a ser dispensado.

Quando se receciona um produto NETT, em que a margem de lucro e o preço final são estabelecidos pela farmácia, é obrigatório a sua etiquetagem, sendo as etiquetas impressas automaticamente pelo SI.

No caso de um produto encomendado e faturado mas não enviado, é feita uma reclamação via site/ telefónica ao fornecedor.

Durante o estágio executei algumas vezes este processo, no qual é necessário fornecer os dados da fatura e quantidades em falta para que a situação seja retificada.

5.2.Armazenamento da encomenda e marcação de preços

O armazenamento da encomenda deve ser feito segundo as condições descritas no Manual de Boas

Práticas em Farmácia Comunitária, respeitando o ponto 1.3.“As condições de iluminação, temperatura,

humidade e ventilação das zonas de armazenamento devem respeitar as exigências específicas dos medicamentos…” [10].

As condições de armazenamento são controladas e sempre mantidas dentro do pressuposto, garantindo uma temperatura inferior a 25 ºC e uma humidade inferior a 60%. No caso de medicamentos armazenados no frigorífico devem estar em uma temperatura compreendida entre os 2 ºC e os 8 ºC. Estes parâmetros são controlados por três termohigrómetros digitais que se localizam no frigorifico, no armazém e na área de atendimento.

Durante o meu estágio por vezes estes aparelhos deixaram de funcionar e assim era necessário fazer o registo das temperaturas e humidade, via manual, através de uma tabela.

Os produtos rececionados são armazenados segundo a regra FEFO (First-Expire, First-Out) impedindo que ultrapassem o seu prazo de validade.

Na FFM, o armazenamento da encomenda é feito entre o piso 0 e o -1. Após o preenchimento adequado das gavetas do piso 0 (zona de atendimento) procedia-se ao armazenamento nas gavetas do piso -1, na zona dos excedentes. As gavetas de arrumação em ambos os pisos estão divididos em MSRM e MNSRM, de forma a facilitar a procura. Os MSRM de marca, bem como os MNSRM estão organizados por ordem alfabética do nome comercial, ao oposto dos medicamentos genéricos que estão organizados conforme a ordem alfabética do nome da substância ativa. Em ambos os casos, os medicamentos estão ainda ordenados por ordem crescente da sua dose.

O armazenamento da encomenda foi talvez a tarefa onde dispus a maior parte do meu tempo na FC, onde tive o primeiro contacto com o medicamento e onde me comecei a familiarizar com o mesmo. Esta tarefa, permitiu que começasse a conhecer o nome comercial dos medicamentos, bem como das substâncias ativas, doses disponíveis e ainda a apresentação da caixa dos mesmos. A arrumação dos medicamentos e outros produtos de saúde, permitiu que começasse a ganhar um maior à vontade na farmácia, facilitando o atendimento na procura pelo produto solicitado.

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Os produtos que sejam de venda livre, devem ser etiquetados de acordo com o Preço final definido (de acordo com a margem da farmácia), respetivo IVA e código de barras.

No contexto da pandemia COVID-19 e do uso de medidas de proteção, estes produtos apresentaram mais do que uma vez mudanças de IVA e de margem de lucro no decorrer do meu estágio, razão pela qual tive de os reetiquetar.

5.3.Rotação de stock e ponto de encomenda

De modo a evitar a rutura de stock e a garantir uma gestão adequada dos produtos da farmácia, existe a ficha do produto que apresenta vários dados do mesmo. Aqui é possível aceder ao seu histórico de entradas e de saídas e as respetivas quantidades. Nesta ficha, está definido um limite mínimo e máximo da quantidade deste produto na farmácia, o que contribui para a sua correta manutenção.

Apesar do SI apresentar todos os dados necessários sobre o produto, regularmente o seu stock virtual não correspondia ao stock real. Por esta razão, muitas vezes procurava por um produto que apresentava um stock virtual positivo, mas cujo era inexistente na farmácia.

Anualmente é realizado um inventário, cujo objetivo é conferir os stocks da farmácia e corrigir eventuais erros.

5.4.Prazos de Validade

A regular verificação dos prazos de validade permite evitar que sejam dispensados ou armazenados produtos cujo prazo de validade já se encontra expirado e garantir desta forma qualidade na dispensa. Mensalmente é emitida uma lista de produtos com o prazo de validade a expirar nos dois meses seguintes. Os produtos listados devem ser verificados, e em caso de data a findar nos dois meses seguintes, separados para posterior devolução.

Esta foi uma tarefa que realizei três vezes, inclusive na minha primeira semana de estágio. Por ainda não conhecer a disposição dos produtos na farmácia considerei-a de grande dificuldade. No entanto, considero que por ser uma tarefa onde existe a procura do produto, foi uma mais valia na integração na farmácia, pelo que considero uma das tarefas mais importantes que realizei no início do estágio.

No decorrer da verificação do prazo de validade, foram várias as situações em que procurei pelo produto listado, que, no entanto, devido ao stock errado, não se encontrava na farmácia.

5.5.Gestão de devoluções

As devoluções são feitas no caso da receção de um produto não encomendado, com apresentação danificada ou outra razão que o justifique. Deve ser emitida uma guia de devolução, que acompanhada da respetiva justificação permite a devolução do produto ao fornecedor, ficando depois a cargo do mesmo aceitar ou não a devolução. Caso seja aceite é emitida uma nota de crédito ou ocorre a substituição por outro produto.

No decorrer do estágio tive a oportunidade de elaborar uma devolução, bem como proceder à regularização de devoluções feitas.

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6.Dispensa de medicamentos

A dispensa do medicamento é feita consoante o pedido do utente, podendo ser feita em uma vertente de pedido de aconselhamento ou pedido direto do produto. No entanto, e em todo ou qualquer caso, o farmacêutico ou profissional de saúde que promove a dispensa é responsável por apresentar o medicamento ao utente (garantido a sua qualidade) antes da sua toma, pelo que deve sempre informar o utente da melhor forma possível, respondendo a toda/ qualquer dúvida e garantindo um tratamento eficaz e seguro. Existe ainda a responsabilidade de garantir uma dispensa segura, avaliando se o medicamento cedido é o correto para a situação apresentada pelo utente, por forma a evitar problemas relacionados com a medicação.

Assim, na minha opinião, apesar de por vezes ser um trabalho complicado e com vários obstáculos, o farmacêutico deve sempre garantir a compreensão pelo utente. Para salientar a importância do papel do farmacêutico na dispensa de um medicamento, refiro um atendimento que fiz a um utente estrangeiro, surdo e mudo, no qual de forma a resolver todas as questões sobre a medicação, fiz o atendimento através de uma “conversa em folha de papel”.

Os medicamentos dispensados podem ser sujeitos a receita médica (MSRM), não sujeitos a receita médica (MNSRM) e ainda medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia (MNSRM-EF)[11].

6.1.Medicamentos sujeitos a receita médica

Representa o grupo de medicamentos que segundo o decreto de lei nº176/2006, artigo 114, “a) Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica; b) Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam; c) Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar; d) Destinem-se a ser administrados por via parentérica.”[12].

Estes acabam por ser a principal razão pelo deslocamento dos utentes à farmácia, sendo os mais comummente dispensados por mim ao longo de todo o estágio. A dispensa destes medicamentos, apesar de solicitados por receita, deve ser acompanhada do aconselhamento farmacêutico e mesmo em casos de toma crónica, o farmacêutico deve sempre tentar perceber se o utente, sabe qual a razão do medicamento e se compreende de forma correta como o tomar.

Os utentes muitas vezes, chegavam à farmácia solicitando MSRM ao invés de MNSRM, pois acreditavam que estes traziam maiores benefícios por terem uma maior ação, desvalorizando, no entanto, o facto de terem maiores reações adversas. Assim, era meu dever, enquanto farmacêutico informar o utente sobre a não possibilidade de dispensa e as razões para tal, garantindo um uso correto e responsável do medicamento.

6.2.Receita médica e comparticipação de medicamentos

A receita médica é algo de que o utente se deve fazer acompanhar para a dispensa de um medicamento que assim o exija. A prescrição médica contém o nome da substância ativa, a dosagem, a forma farmacêutica

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No entanto, verifiquei em raros casos que a apresentação da posologia na receita não existia, sendo substituída por um “.”, por já ser medicação crónica ou o utente ter sido informado pelo médico da posologia.

O farmacêutico deve sempre informar o utente da possibilidade de escolha do medicamento (direito de opção) podendo este optar pelo medicamento consoante o preço. Existem exceções em que tal não pode ser feito, pelo facto de o médico restringir este direito de opção, como no caso de se tratar de um medicamento sem similar ou genérico, uma margem ou índice terapêutico estreito, reação adversa prévia ou assegurar a continuidade de um tratamento por mais de vinte e oito dias [14].

Consoante a escolha consciente do utente e em caso de escolha pelo medicamento de marca é necessário preencher o código de opção. As farmácias devem sempre possuir pelo menos três medicamentos com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem dos cinco mais baratos [14].

No estágio que elaborei foi percetível que a maioria dos utentes da farmácia já tinham conhecimento do que era um medicamento genérico, preferindo este muitas das vezes por questões monetárias, e acabando por mostrar, na maior parte das vezes, preferência por uma continuidade no mesmo laboratório.

Existe mais do que um tipo de receita, a receita manual (cuja utilização é cada vez menor), eletrónica materializada ou eletrónica desmaterializada. Atualmente, a receita manual apenas pode ser utilizada em determinadas situações, tais como prescrições ao domicílio e falência do SI. Estas permitem apenas a prescrição de quatro medicamentos, com um limite máximo de duas embalagens por medicamento e de quatro embalagens no total da receita. As receitas manuais têm validade de um mês e devem ser aviadas de uma só vez. Alguns utentes e medicamentos possuem ainda regimes de comparticipação diferentes e essa informação deve acompanhar a receita manual [15].

Durante o meu estágio foram raras as vezes em que estive na presença deste tipo de receitas, pelo que sentia menos confiança no momento da sua dispensa. A letra do médico prescritor cria alguma dificuldade na identificação da medicação solicitada, pelo que nestas situações tinha de esclarecer e certificar com os meus colegas qual a medicação prescrita. O facto de ter ainda de conferir, a presença da vinheta do médico, validade da receita e outros aspetos, fazia ainda com que o atendimento acrescesse de mais uma responsabilidade, perfeitamente evitável pelas receitas eletrónicas, as quais considero uma boa evolução. As receitas manuais estão associadas a uma maior fonte de erro, pelo que é essencial termos atenção redobrada quando estamos a trabalhar com as mesmas.

As receitas eletrónicas materializadas, são o intermédio entre a receita manual e eletrónica desmaterializada, sendo, no entanto, já muito mais práticas que as receitas manuais.

Ainda que não tenha tido muito contacto com estas receitas durante o meu estágio, considero que foram já uma evolução comparando com as receitas manuais.

Atualmente as prescrições médicas são maioritariamente eletrónicas sem papel e nestas podem ser prescritos diferentes medicamentos e produtos de saúde. Apresentam uma forma muito mais rápida e prática de aceder à receita, disponibilizando todos os dados necessários para introdução no SI, nomeadamente número de embalagens, validade da receita e posologia. Caso esta receita se direcione a uma medicação crónica poderá ter a validade de seis meses, mas no caso de antibióticos e medicação para doenças agudas, a validade é de um mês [15].

Com o estágio decorrente em período da pandemia de COVID-19 e com o aumento da utilização deste tipo de receitas, as receitas eletrónicas são aquelas com as quais tive mais contacto durante todo o meu

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estágio. De forma, a evitar que as pessoas se dirigem se de forma desnecessária a uma instituição de saúde, as receitas eram enviadas para o telemóvel por mensagem, com o número da receita, código de dispensa e de opção, o que de forma prática permitia o acesso à receita. De forma a manter o utente informado sobre a receita e ciente das quantidades disponíveis, imprimia a receita em papel e atualizava as quantidades, facilitando o controlo por parte do utente. Aquando esta impressão, era emitido um código QR que facilitava a abertura da receita em comparação com a mensagem, que por vezes era de complicada leitura.

6.3.Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes

Por atuarem no Sistema Nervoso Central, estes medicamentos estão sujeitos a um maior controlo e a diversas regulamentações, por forma a evitar o seu uso inadequado. Aqui estão englobados antipsicóticos, antidepressivos, estabilizadores de humor e antiepiléticos, que podem levar a graves efeitos adversos [16]. No DL n.o15/93, de 22 de janeiro, estão definidas as regras de controlo no uso destas substâncias [17]. A prescrição deste tipo de medicamentos deve ser feita em uma receita sem quaisquer outros medicamentos ou produtos, e na dispensa, é obrigatório inserir os dados pessoais do utente, o médico que prescreveu, os dados de quem levantou o medicamento no caso se não ser o utente, e o número da receita. No final da dispensa, os dados são impressos e guardados, e no que toca à receita, o original é enviado para a autoridade que confere a comparticipação e o duplicado fica na farmácia, por um período mínimo de três anos. Mensalmente deve ser enviado ao Infarmed o registo de movimentos destas substâncias, mantendo o seu controlo rigoroso, excetuando as benzodiazepinas, cujo balanço de movimentos é enviado anualmente [17].

A dispensa deste tipo de medicamentos aquando no estágio, não foi feita por mim, mas sim por um farmacêutico, estando apenas a acompanhar. Estes medicamentos apenas podem ser dispensados a pessoas que apresentem cartão de cidadão válido e idade superior a 18 anos. Foi assim preenchido um registo com o nome e morada do utente, data de nascimento e validade do cartão de cidadão da pessoa a quem foi dispensada a medicação. A dispensa deste tipo de medicamentos foi rara durante o meu período de estágio, sendo que de todos notei que o mais dispensado foi o Palexia Retard 50®, neste caso para lares e instituições.

6.4.Sistemas de comparticipação

O SNS, promove a comparticipação de MSRM aquando acompanhamento da receita, de forma a que o utente não pague o medicamento por completo e possa ter acesso ao mesmo independentemente das suas condições monetárias.

O preço de referência é o valor sobre o qual incide a comparticipação, definido para cada GH (Grupo Homogéneo), medicamentos com a mesma substância ativa, dosagem, forma farmacêutica e via de administração, este tem em conta o medicamento genérico com o PVP mais elevado do mercado.

No Regime Geral, segundo o artigo 2º, portaria nº195-D/2015, a comparticipação do Estado, sofre uma divisão de acordo com a indicação terapêutica, necessidade do utente e segue os escalões seguintes:

“a) escalão A é de 90 % do preço de venda ao público dos medicamentos; b) O escalão B é de 69 % do preço de venda ao público dos medicamentos; c) O escalão C é de 37 % do preço de venda ao público dos medicamentos; d) O escalão D é de 15 % do preço de venda ao público dos medicamentos.” [18].

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A Comparticipação pode ainda ser feita em Regimes Especiais, como no que concerne a pensionistas, com um rendimento anual total não 14 vezes superior ao salário mínimo nacional, a comparticipação no escalão A acresce de mais 5% e nos restantes escalões B, C e D de mais 15% [19].

Em casos específicos, como por exemplo medicamentos anti-hemofílicos e anti-parkinsónicos, pode também ser apresentado um regime especial de comparticipação, dependente do acordo e do acompanhamento da devida portaria [20].

Para além do SNS, podem ainda haver outros sistemas de comparticipação privados.

No decorrer do meu estágio, foram várias as vezes em que tive contacto com outros sistemas de saúde paralelos ao SNS, tal como SAMS/SBN (Sindicato de Bancários do Norte) ou Médis. Nos casos em que estes estavam associados à ficha de cliente, o processo era facilitado, pois já sabia qual o sistema de comparticipação realizado pelo utente. No entanto, em vários casos o utente por pensar que o farmacêutico já sabe de antemão, não referia que possuía um sistema de saúde complementar. Em adição, tive ainda alguma dificuldade, ao colocar o sistema de saúde complementar, pois a sua procura não era a mais fácil. A pesquisa por este, devia ser feita pelo número, tal como “48-Regime Especial”;” J1-SAMS” ou pela sigla, mas o não conhecimento destes sistemas e a presença de vários derivados dentro do mesmo sistema de saúde acabava por criar alguma dificuldade em escolher o correto.

6.5.Medicamentos não sujeitos a receita médica

Corresponde aos medicamentos que podem ser dispensados em farmácia ou parafarmácias na maioria dos casos, mas que em alguns casos apesar de não sujeitos a receita médica, apenas podem ser dispensados em uma farmácia, pois necessitam do consentimento e aprovação do farmacêutico, MNSRM-EF, respeitando os seus protocolos de dispensa [21]. Assim, cabe ao farmacêutico avaliar a necessidade da sua dispensa, por forma a promover o seu correto uso.

No meu estágio tive várias vezes a oportunidade de dispensar este tipo de medicamentos e informar o utente sobre a sua correta utilização. A sua dispensa foi feita avaliando a necessidade e a correta utilização do mesmo. Em determinadas situações, os utentes pensavam que por serem MNSRM não necessitavam de um rigor na sua utilização, tendo sido o meu papel informar e consciencializar o utente sobre este tema.

Pelo facto de existirem vários MNSRM para o mesmo fim, tive algumas dúvidas na escolha do melhor para o utente e para cada situação em específico, pelo que durante o atendimento, necessitei de questionar a equipa da farmácia sobre a melhor escolha. Aqui o trabalho do farmacêutico é essencial, porque esta escolha deve ser baseada naquilo que é o melhor para o utente, pondo em primeiro lugar as suas necessidades, e só depois os interesses da farmácia.

“O INFARMED, I.P., pode autorizar a reclassificação de medicamentos sujeitos a receita médica em medicamentos não sujeitos a receita médica dependentes de dispensa exclusiva em farmácia...” [22]

Como exemplo do anteriormente referido, durante o meu estágio, assisti à passagem do medicamento Cetirizina Mylan 10mg® para um MNSRM-EF.

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6.6.Medicamentos veterinários e outros produtos de veterinária

Na farmácia é permitida a venda de produtos veterinários tais como além dos medicamentos, champôs e coleiras.

Na maioria das vezes em que estive sob a presença deste tipo de dispensa, era solicitado um medicamento veterinário acompanhado da correspondente receita justificativa.

Senti que o aconselhamento deste tipo de medicamentos/produtos era mais difícil por ser uma área na qual tinha menos conhecimento. Assim, por vezes precisei de pedir conselhos a pessoas da farmácia sobre as informações do medicamento, bem como no caso de ser a primeira vez com que contactava com estes, quais eram e onde estavam. Em outros atendimentos de caráter veterinário, mais simples, aquando a dispensa de produtos, bastava muitas vezes perguntar qual era o animal, se tinha patologias e o seu peso que é determinante na escolha do produto.

Aquando solicitação de um produto e de forma a encontrar este no sistema, tinha muitas vezes que o procurar em um motor de busca online ou pedir a alguém que me ajudasse no atendimento.

Os medicamentos sujeitos a receita veterinária de uso exclusivo animal, encontram-se devidamente armazenados em uma gaveta do piso -1, da farmácia. As receitas médicas veterinárias chegam à farmácia, a versão original é anexada à fatura e fica na farmácia e o duplicado é entregue ao utente. Outros produtos para cuidado animal e outros medicamentos não sujeitos a receita médica, estão situados em uma pequena montra na entrada da farmácia.

6.7.Dispositivos médicos e outros produtos de saúde

Os dispositivos médicos, como indicado pelo Infarmed são “…destinados, pelo seu fabricante, a serem utilizados para fins comuns aos dos medicamentos, tais como prevenir, diagnosticar ou tratar uma doença humana. No entanto, os dispositivos médicos devem atingir os seus fins através de mecanismos que não se traduzem em ações farmacológicas, metabólicas ou imunológicas, por isto se distinguindo dos medicamentos.” [23].

Na FFM, a dispensa de dispositivos médicos não é algo muito usual, inclusive pelo início tardio do ano letivo que reduziu a dispensa de dispositivos médicos para piolhos, PARANIX®, que por estar perto de uma escola era o mais solicitado. Senti ainda alguma dificuldade na dispensa de produtos ortopédicos, cuja apesar da rara solicitação apresenta uma grande gama de produtos.

Quanto a artigos de puericultura a FFM, possui no seu stock alguns produtos, tais como cintas, fraldas, leite e produtos para o cuidado da pele do bebé.

No estágio tive a oportunidade de dispensar alguns destes produtos, que na maioria das vezes já eram solicitados diretamente. Ainda foi possível recomendar alguns produtos para a higiene e cuidado da pele do bebé, tais como produtos da marca Mustela®.

6.8.Dermocosméticos e produtos de higiene corporal

Como já referi no ponto Gestão e Marketing na Farmácia Fonte da Moura, estes produtos apresentam uma grande procura na FFM. São procurados quer por uma faixa etária mais idosa, bem como por uma faixa etária mais jovem, que procuram cuidados para uma pele saudável com mais brilho e firmeza.

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Na FFM estão disponíveis vários produtos de higiene corporal, que asseguram uma correta higiene diária da pele, bem como produtos antienvelhecimento, antirrugas ou para tipos de pele específicos.

Aquando o aconselhamento deste tipo de produtos, senti alguma dificuldade, bem como alguns dos meus colegas, por existir uma vasta gama de produtos e regularmente muito semelhantes para diferentes fins. Realço que a Dr.ª. Andreia Ribeiro e a Dr.ª. Noémia Lima, tinham aqui um grande à vontade no aconselhamento e dispensa, pelo que eram muitas vezes chamadas quando possível, para o fazerem. O aconselhamento de produtos para fins como, luminosidade da pele, firmeza, acabamento mate e outro, eram na minha opinião os mais difíceis, especialmente aquando questionado sobre qual a melhor marca em termos de qualidade/preço.

6.9.Suplementos alimentares

“…géneros alimentícios, ainda que apresentem algumas especificidades, como o facto de se apresentarem com formas doseadas. Constituem fontes concentradas de nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico, estremes ou combinadas. Destinam-se a complementar e/ou suplementar o regime alimentar normal, não devendo ser utilizados como substitutos de uma dieta variada.” [24]

É de salientar, na dispensa dos suplementos alimentares que visam reforçar o sistema imunitário, o VITACÊ®, que era muito procurado. Notei uma grande venda dos mesmos, principalmente aquando a chegada do Inverno, onde ainda sob pandemia COVID-19 e com a aproximação de tempos frios, os utentes demonstraram grande preocupação.

Gostava de referir que o meu primeiro aconselhamento foi feito na chegada de um utente à farmácia, que solicitava um suplemento de magnésio para desportistas, assim e tendo por base conhecimento nos produtos disponíveis, recomendei o MAGNESIUM-K ACTIVE®, especialmente desenvolvido para praticantes de desporto, que poderiam sentir alguma fadiga ou por vezes até cãibras, como era o caso deste senhor.

Notei também que suplementos alimentares, usados como tónicos cerebrais, eram muito procurados. No decorrer do meu estágio, refiro o caso de uma senhora trabalhadora estudante, que procurava um suplemento alimentar que a ajudasse a manter um ritmo de vida acelerado e além disso, permitisse ter concentração para estudar. Com base no referido, recomendei o produto MENTALACTION estudantes®, que permite além do combate ao cansaço, promover um aumento da concentração.

6.10.Receituárioe faturação

Esta é uma tarefa que fica essencialmente a cargo da técnica de farmácia, Drª Sílvia Fortunato, a qual tem o papel de mensalmente enviar para o Centro de Conferência de Faturas do SNS as receitas manuais utilizadas na dispensa de medicamentos na farmácia, a relação de resumo de lotes e faturação. As receitas comparticipadas através de outros regimes são enviadas para a Associação Nacional de Farmácias (ANF).

As receitas, devidamente preenchidas, são organizadas em lotes e enviadas por forma a que a farmácia receba a sua parte na comparticipação dos medicamentos. Este é um processo mensal, que deve ser feito até aos primeiros dias do mês seguinte.

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7.Administração de vacinas

A FFM apenas realiza a administração de vacinas extraplano Nacional de Vacinação (PNV) e não realiza a administração de injetáveis, pelos riscos a eles associados.

Durante o estágio, foram poucas as pessoas que pediram a administração de vacinas na farmácia, no entanto, ao se aproximar a época de Inverno, verifiquei que este tipo de pedidos sofreu um aumento. Assim, no meu último mês de estágio na FFM, ocorreram vários pedidos para a administração de vacinas, como é o caso da PREVENAR 13® e PNEUMOVAX 23®, bem como a vacina da gripe quando disponível.

8.Determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos

No gabinete, situado no piso 0, é possível fazer a medição de parâmetros bioquímicos e fisiológicos, tais como a Pressão Arterial (PA), determinação do valor da glicemia, do colesterol total e dos triglicerídeos.

Esta foi uma tarefa que comecei a executar na minha segunda semana de estágio e com a qual fiquei alertado para a prevalência de valores alterados na sociedade portuguesa. Como caso a reportar, e reforçando a confiança do utente no farmacêutico, gostava de falar em um senhor que a partir do meu segundo mês de estágio e até o fim do mesmo, vinha todos os dias à farmácia, para que eu lhe fizesse a medição da PA, bem como dos valores glicémicos. Era um senhor idoso, afável e muito simpático, que constantemente me agradecia pela disponibilidade nos serviços prestados, foi um utente por quem fui ganhando grande apreço. Apesar da medição dos valores glicémicos ser rápida, a medição do valor do colesterol total tinha um compasso de espera de aproximadamente dois a três minutos, tempo que canalizava para estabelecer um diálogo com o utente de modo a auscultar se tinha alguma patologia que afetasse o valor medido, bem como, histórico de valores alterados ou outro.

Devido à pandemia de COVID-19, fazia sempre a desinfeção correta da mesa e do aparelho utilizado, por forma a diminuir o risco de transmissão.

Friso que os utentes apesar de terem aparelhos de medição, destes parâmetros, no seu domicílio, efetuavam a medição na farmácia por confiarem mais no farmacêutico.

9.Lares, Centros de dia e outras Instituições

A FFM, apresenta um grande foco na entrega de medicação e preparação individualizada de medicação para lares, centros de dia e instituições. É dentro da farmácia a tarefa que requer mais tempo e exige mais trabalho à equipa. Dentro de cada instituição, cada utente possui uma ficha de cliente na farmácia, e após o pedido de medicação do mesmo, via email, é faturado o produto em conta corrente. Assim, é possível a preparação da sua medicação, e no final do mês, o envio do extrato mensal para a instituição correspondente.

Com os pedidos de medicação, a farmácia apresenta um elevado ritmo de trabalho, em especial na parte da manhã. Neste turno, eram feitos os pedidos que deveriam ser preparados, normalmente, até às 14h00, por forma a ser possível gerir todas as funções.

Participei de forma empenhada e ativa na separação de medicação para envio, sendo uma das tarefas que executei diariamente, durante o período de estágio. Esta função, permitiu o conhecimento da disposição

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