CIRCULAR TÉCNICA
1
I
NUMERO
03
FONTE
ALTERNATIVA
DE
ENERGIA
EMBRAPA
CENTRO NACIONAL
DE
PESQUISA DE MILHO E
SORGO
CIRCULAR TECNICA No
03
OUTUBRO 1980FONTE ALTER NATIVA DE
ENERGIA
EMBRAPA
ENTRO NACIONAL DE
PESQUISA
DE MILHO E
S
O
M
O
comitê de ~ u h l i c a ~ Õ e e do
CNPMS/EMBRAPA
Centro Nacional de
Pesquisa
de Milho e S o r pCaixa Postal
151
-
Telex
(031)
2099
Tels. (031)921-5466;
5644; 567335700
-
SETE LAGOAS, MG.-
BRASIL
Ferraz, J O S ~ Maria Gusman LMarriel, Ivanildo ~vódio. Biogás: ma fonte alternativa de energia. Sete
Lagoas, EM]BWA/CNPMS, 1980.
27p. (CNPMS-Circular ~ é c n i c a , 3)
1. Biogás. 2. Energia. 3. Bio-energia.
I.
TZ~UIO.
11,série.
O
t e x t o toaqiúapaesentada
d o i
~ d i g i d o
em
corncquên-
cia
das
d t i v i d u d ~
do
C e f i o Na&&de
Pesquisa
de
Mí-
l h o
e
Sohgo, daEMBRAPA,
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#
Zntrodu~ao
. . .
Biodigestores
. . . I . . . r n . . . .
Vantagens que um biodigestor oferece...
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~ i o g á se...m...,...
Materiais usados para produção de gás
(bioaas-
aa3. . . m . . .
...
~omporição
e propriedades do ~ i o g á s~t
ilização
do ~ i o g ã s...
...
Transporte dos gases...e...
....
Aspecto microbiolÓgico da produção de gás
Fabores que afetlm a produsão de ~ i o g á s
...
Dados
para calcular Q gasto de ~ i o g ã s de acor-Y
do com a sua utilizaçao
...
. . .
Bkofertilizantecritérios para a escolha do t i p o e tamanho de um biodigestor. no meio rural
...,...*...
*.Biodigestor instalada no CNPMS ...a*
..
3 I OGAS : FONTE ALTERNAT TVA DE ENERG I A
O processo de
produção
de ~ i o g ã sjá
é
conhecido há mui-
t o tempo, mas sua importância, como a de qualquer outra fon
-
t e de energia alternativa, só passou a ser encarada c o m seI I
riedade no ocidente após a crise de energia.
Na
India
e na Chinajá
se utilizava o ~ i o g ã s muito m-tes d a crise do ~ e t r ó l e o com fins de saneamento básico e
produção de energia. A China possui atualmente, 4,5milhÕss
de
biodigestoses instalados e na fndia cerca de 70.000 es-táo em funcionamento. países desenvolvidos camo França,
In
-
glaterra, Estados Unidos e ~ustrália,já
têm b i o d i g e s tores e continuam pesquisas para optimitar o processo. Na ~ u s t r á-
lia existe uma companhia funcicnsndo desde 1911 que produz*
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa
de
Milho eSorgo
,
da Empresa Eras ileira de Pesquisa ~ g r o ~ e c u é r i a-
EEIBRAPA. Caixa Postal 151, 35700-
SETo. LAWAS, MG.e camiercializa gás metano a psrtir de esgoto urbano.
No Brasil o interesse pelo ~ i o g á s
é
recente, datando de apenas alguns anos, embora s e j a do conhecimento dea1
-
gumas pessoas, inclusive de fazendeiros,
há
mais
tempo.Hoje existem alguns p o l o s de disseminação da idéia repre
-
sentados por Entidades de pesquisa, üniversidades e se-tores de ASS
is
tência
~ é c n i c a Rural, contando com apoio go-
vernamental, no financiamento de Unidades ao produtor ru-
ral
.
A ~letrobrás,
é
pioneira da idéia de implantaçk de biodigestores para eletrificação rural visando, com isto,fixar o homem no campo, ao proporcionar-lhe mais confor- to e condições para aproveitar ao máximo os recursos de
sua propriedade. Esta Empresa firmou vãrios convênios com
diversas Unidades d a EMBRAPA, objetivando estudar a uti- lização de diferentes fontes de resíduos
na
produção e u-
tilização do gás bem como de biofertilizante.
O Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo
-
EM-BRAPA e a E L E T R O B ~ S firmaram convênio para pesquisa no
aproveitamento de resíduos agrícolas para produção de b i o
-
gás visando principalmente
2
energizaç& rural e ao apro-
veitamento do material fermentado, biofertiíizante, com
adubo.
As
instalações se encontram prontas e àdisposiç&dos interessados para v i s i t a s , onde ~ o d e r ã o receber
in-
formações sobre o processo de produção do biogás.O presente trabalho tem como finalidade
,
f amiliari- zar os que aindanão
conhecem o processo de produç&-debiogás e ressaltar o potencizl que
nos
oferece e s t a fon-t e de energia além de servir com um guia para os que
vi
-
sitem nosso projetode
produção eutiliza~ão
de biogãs e b i o f e x t i l i z a n t e .2.
BIODIGESTORES
Biodigestores são tanques fechados de onde se
obtém
o gãs metano, pela fermentação de resíduos orgânicos (de
-
j e t o s de animais, resíduos vegetais, e t c . ) naausência de
oxigênio.
Exitem vários tipos de biodigestores e a sua indica-
ção
é
uma função do t i p o de rescduo, da disponibilidadedo material e da necessidade de
utilização
de biogás.a . Biodigestor contínuo
E s t e biodigestor
ó
fonnado de un tanque (câmarafechada), geralmente circular, construído abaixo d o n í v e l do s o l o , para o qual, através de uma canalização de
en-
trada,e'
introduzido o material orgânico misturado com-
ã
gua. Nesse tanque ocorre a fermentação e formação do bio
-
gás, queé
armazenadono
gasômetro, l o c a l i z a d o ou não jun-
t o ao tanque de fermentação.
gás
é
contínua e a cada cargade resíduo
fresco, (influen-
t e ) corresponde a descarga de igual quantidade de biofer
-
tilizante (efluente),realizada
graças
ã
diferença de nZ-
vel entre. as caixas de entrada e
de
safda do material.C
O e f l u e n t e , p e l o
principio
de vasos comunicantes, eretirada da biadigestor par imia canalização de saída.
dendo ser imediatamente usado como adubo orgânico. Para sua distribuição no campo pude ser usado um tanque espa-
I h a d o r do reçi'duo ("chorume")
.
C
A mvimen tasão interna do material no biudiges tor e I I
f e i t a p e l a colocação do influente, permitindo renovaçao
da
superfície do c o n t a t o da b a c t é r i a com o material. Pa-ra
aumentar a eficiência podem ser usados agitadores quemovimentam a massa.
A limitação d e s t e sistema
é
a de poder usar apenasre
síduos agrícolas t r i t u r a d o s , ou f e z e s de bovinos, aves,s u í n o s , dissolvidos numa paç t a f l u i d a para não causar en
-
tupimentos e permitir a renovação dos resíduos.Existem vários modelos d e b i o d i g e s tores contínuos.
O
modelo GOBAR, de o r i g e m Indiana, F i g . 1 , o modelo chinês.Fig.
2,
e os modelos horizontais, F i g . 3, todos obedecen-
ESQUEMA O € B1001GESTOr: CONTINUO COM BASE HA PRENSA HIORAULICA FIG, 2
( ~ o d i i o Chings.F A O / T 9 )
PAREDES D ~ J I S O ~ I P ~
Q gosÓmet ro pode s e r cons4tuido irporodomede
b.
Biodigestor
sistema estático ou
debatelada
Tem comd característica operacional principal, o
fato de ser a b a s t e c i d o de uma só vez, e somente quando t o
-
do o gás produzido for utilizado e não houver m a i s condi
-
ç6es bacteriolÓgicas para sua produção
é
que o conjuntodeverá ser aberto, descarregado dos resíduos e limpo.
Neste sistema, cada carga t e m produção limitada de gás, mas com a vantagem de poder receber resíduos não tri
-
turados. Pode ter as vantagens do contínuo desde que se- ja montada uma bateria de digestores em série. acoplados
a um gasômetro, tendo d e s t a forma aaprodução coathua de
gás.
Para
f
aciliade de descarga, ele deve ser cons truído na superfície do s o l o , tomando-se desta forma sujeito)ãs variações de temperatura, que6
um fator crítico no pro-cesso de fermentação.
1
-
Entmde paro abosleclmenfo do dlgarfor2 - válwb de deicarpa.
3
-
Sardu do gdg ( poro e gosÒmttr0 1.OBS: o pmòmho wro o d l g i s l o r istátíco
3 ,
VANTAGENS QUEU M
0I.ODLGESTOR OFERECE.
~ r o d u c ã o
'de biogás cuja utilização possibilita eco Inomia de outros combust~veis.
.
~rodução
de biof ertilizante, economizando adubosquímicos que dependem direta ou indiretamente da energia do petráleo para sua obtenção.
.
~ u x í l i o
no saneamento básico: oresíduo do
b i o d i g e s-
toré
isento de microorganismos patogênicos ao homem e a- nimais..
Melhoria da sanidade das culturas: após a c o l h e i t a muitos microorganismos causadores de doenças em plantas permanecem nos restos das culturas e vão causar novas do-enças na cultura seguinte. A u t i l i z a ç ã o destes restos
no
b i o d i g e s t a r , elimina e s t e s microorganismos..
O resíduo do b i o d i g e s t o ré
isento de sementes de er-
vas daninhas que se disseminam através do estrume de ani-mais,
4.
O QUEE
OBIOGAS
E
uma mistura gasosa com predominância do gás metanoresultante da fermentação de resíduos orgânicos ( d e j e t o s
oxigênio.
5.
MATERIAIS UTILIZADOS PARAPRODUÇAO
DE (BIOMASSA)S ~ O inúmeros os materiais que podem ser utilizados
ra
produção de gás:Esterco: de gado, suínos, aves, etc.
Residuo org&ico : residencial
,
res taurmtes.
matadou-
ros,
f t i g o r í f í c o s . curtcmieri.
fabricas de con-
servas, usinas de
açúcar
e álcool, restos de culturas, palha, grama, e t c .Efluentes: esgoto de residência, de fábricas de lac-
# i
t i c h i o s , de f r i g o r ~ f i c o s , de curtunaes, vi-
nhotoa, e t c .
Quando o biodigastor não f o r u t i l i z a r dejetos de ani I
mais
para produção de gás, deve-se utilizá-loss pelo me- nos na fasein3cia1,
para garantir a presença, em quanti- dade razoável, de bactérias metamgênicas,
sem as quaisnão se produz o biogzs.
6.
COMPOSI
ÇAO EPROPRI
E DADES DO B IOGASdo com o resíduo u t i l i z a d o e com a eficiência do proces-
so.
A
sua composição &diaé
a seguinte:Metano (CH4) 60%
G ~ S carbonico (CO*) 38%
~ i t r o ~ ê n i o e ~ i d r o ~ ê n i o (Np,
H2)
pouco~ 8 s
sulfídrico traçosApresenta poder caloríf i c o de 5000 a 7000 kcal/ m3,
podendo chegar a 12000 kcal/m3 quando puro, ou s e j a,
li-
vre de carbonico.altamente explosivo na proporção de 6-15% com o
ar atm~sfeLrico, da mesma forma que o gás liquefeito depe
-
N ~ O apresenta nenhum odor e fuligem quando queimado,
mas devido a presenga de gás s u l f í d r i c o , apresenta imi o-
dor t í p i c o que pode ser
G t i i
para detectar vazamentos.N a Tabela 1 encontrarms algumas propriedades dos ga
-
ses que compõem o biogás.Para se ter uma idéia, mostrams, a seguir uma com-
paração, em temos energéticos, do biogás com alguns com
-
bus tíveis
.
3 I m de biogás corresponde a: 0,613 de l i t r o de gasolina 0,579 de l i t r o de querozene 0,553 de litro de Óleo d i e e e l0,454 de kg de liquefeito de petróleo (GIZ)
Tabela 1 . Propriedades dos gases que compõem o biogás e seu e f e i t o fisiolõgico.
Peso Taxa exp lo s i v a
ás
OdorCor
E f e i t o s ~ s p e c í f i c o min.m k .
fisiolÓgicos % % IRRITANTE ~ i õ x i d o de carbono picante ~ r r i t a ç ã o dos o- 16-
cortante nenhum lhos -
-. . -
e garganta.nenhum
Astixiante. ASFIXIANTE nenhuma
-
-
Causa sonolência,dor de cabeça.
ovo podre nenhuma 4
~ r r i t a ç k
dos o-lhos, nariz, dor 16 de cabeça, C verti-
gem, nausea, ex- citação, incons- ciência.
ASFIXIANTE os5 nenhum
nenhuma
6 15 Dor de cabeça,O biogás, por apresentar alta percenragem de m e
-
taiio, possui a l t o poder energético e pode ser u t i l i z a d o
das seguintes
maneiras:
Na
queima diretaem
fogões, (sem nenhum odor).
Na iluminação com lampiões de camisa.
No aquecimento de incubadoras, fornalhas, secado-res,
caldeiras, e t c ..
Na alimentação de motores de combustão internacon-
vencionais,
para gerar energia mecânica que, se a- coplados a um gerador, podem produzir energia elé-trica.
8.
TRANSPORTE DOS GASES.y
O gás produzido
é
a r m a z e n a d o sobbaixa
pressao, (0,009kg/cm2)
e não pode ser levado e longas distgncias,
usualmente de 50 a 1 5 b , sem utilizar compressor. O trans-
porte
até
o l o c a l de consumé
f e i t o pormeio
de canali- zação, podendoser
utilizados tubos de PVC.9 .
ASPECTO MICROB IOL6GlC0
DAPRODUÇAO
DEGAS
O gás produzido durante a degradação de resíduos or
-
gânicos
é
conhecido desde 1776, quando f o icomprovada
afenomeno b i o l ó g i c o só se concretizou em 1875.
A
produção biológica do metano ocorre em condiçõesII
anaerõbicas (ausência de oxigênio), e nao segue uma
li-
nha Única, variando em função do substrato utilizado ed o s microorganisrnos envolvidos.
Didaticamente poderíamos considerar
três
etapas p r i n-
c i p a i s , para os resíduos comumente utilizados :
I?
Hidrólise
enzimática: Onde um grupo d e rnicroorpa e-nismos anaeróbicos a t u a sobre o s sólidos o r g â n i c o s , a t r a
-
vés de uma reaqão de hidrólise e n z i r n á t i c a na q u a l o s po-
~ í m e r o ç ( c e l u l o s e , hemiceliilose, e t c ) são transformados em monÔmeroç ( c a r b o h i d r a t o s )
,
que são solcveiç e schrvemde substrato para a e t a p a s e g u i n t e .
29 Fase acetogên i ca : E ç t c s c a r b o h i d r a t o s podem ser
mefabolizados por um ou mais carninlios bioquímicoç, resul
-
t a n d o á c i d o s orgânicos de cadeia c u r t a , como, a c é t i c o ,
propionico, fórmico, l á c t i c o , e t c .
E s t u d o s mostram que 702 do metano p r o d u z i d o
é
p r o v e-
n i e n t e do ácido acético, daí o nome d e s t a fase ser a c e t o-
3?
Fase
rnetanogênica: Nesta fase, ao c o n t r á r i o daso u t r a s , encontramos apenas um grupo r e s t r i t o de bacté-
rias, que fermentam os ã c i d o s orpânicos s metano.
O s u b s t r a t o d e maior importância para a produção de
#
metano
é
p r o v e n i e n t e d o á c i d o a c é t i c o , que e fermentado a metano e a carbonico. Esta produção se d á p e l a re-duzidos
poroutras
bactérias,
como doador deelétrons.
O
metanol é
outra fontepara
produção de metano.on
-
de o e o C02
também
podem serutilizadoe
u>mosubstra
-
t o ,Para se
deeeaolverem,
todas ae bacterias metanogêni3
cae exigem s a i s nutritivos, C02, uni agente r e d u t o r
,
um rubstrato oxidzvel aums
fonte de N, prslmente N H ~ + ,com
exceesáo do
MethrmobadlZws omeZiansk<i
queé
capaz defi
-
xar
oN
atwsférico.
S ~ O conhecidas 9 espécies de bactérias formadoras de
mtano,
as quais incluem bastonetes, coccus emicrocaccus.Todas são
i&is,
gran negativas, não esporulantes, dedesenvolvimento
lento
e anaerõbicss obrigatórias.O processo poderia
ser
esquernatizado da seguinte f o r-
ma:
r - - - I Ibactérias
e * *I
1 c e l u l ó l i t ~ c a s I I.c.
I I I +i bactérias I" I formadoras de I I acido\
II
J. II
bactérias I f l l m e t a n ~ ~ ê n i c a s I I - - - hBIOGAS
Me t ano G ~ Scarbgnico
Outros Gases Efluentesalidos
e líquidos10. FATORES QUE AFETAM A PEUDUÇAO DE GAs
Temperatura: O processo de produção de gás t e m
me-
lhor
rendimento quando a temperatura e s t á ao redor de3S0C.
Com
o d e c l h i o da temperatura, o processoé
r e t a r d a d o . A15% o processo
é
drasticamente a f e t a d o .Em dias muita frios, adicionando-se s u l f a t o d e
Anis
e melaço, pode-se contornar o problema.
Em regiões d e climas temperados hã necessidade de se
usar uma s e r p e n t i n a com aquecimento.
A c i d e z : o pH d o meio
e'
um f a t o r importante. O melhor desenvolvimento se d á e n t r e pH 6 . 4 e 7 , 8 .Casa ocorra s o b r e c a r g a do b i o d i g e s t o r , as b a c t g r i a s
formadoras de ácido predominarão s b b r e as rnetanogênicas re
-
sultando no abaixamento do pH pois as metanogênicas multi-
plicam-se mais lentamente.A m e d i d a do pH pode s e r f e i t a por meio de papéis i n -
d i c a d o r e s d e pH, e a amostra deve s e r tomada no material
que e s t á s a i n d o d o b i o d i g e s t o r .
A nível de propriedade rural, o s materiais que podem
-
ser utilizados com facilidade para a correção do pH sao:
c a l c á r e o a g r í c o l a , c a l f i b r r i , água d e c a l , e t c . A correção ser f e i t a a t r a v é s d o m a t e r i a l que entra no b i o d i g e s
-
t u r .
Aconselha-se q u e o plJ seja d c t ~ r n l i n a d o p e l o rnvnos U-
Concentração de nutriendes: Quando a concentração de nutrientes
é
s u f i c i e n t e , a fermentação ocorre rapidamente,estando a relaçgo C:N Ótima em t o m o de 30.
4
AmÔnia, particularmente na forma NH
3' e i n i b i d o r a
quando presente no m e i o em a l t a s concentraçÕes.
Substâncias tÓxi cas : metais alcalinos e alcalinos ter
-
roças acima de certas concentrações podem ocasionar vá-
rios graus de toxidez, assim como s u l f i t o s , e s o l v e n t e s or
-
gânicos, tais como ã ~ c o o i s e ácidos graxos de cadeia lon- ga*Tabela 2. Ions inibidores da formação de metano ( ~ i o g á s ) .
Dosagem mg/1
Estimulante & d i a Inibidora
Quando se utilizam fezes de animais, deve-se obser- var que o cobre, quando presente em altas concentrações
dem impedir a de gãs por atuarem sobre as
bacté-
r i a s .
Outro
cuidado s ser tomadoé,
quando s edesinfetar
o estãbulo, certificar-se de que odesinfetante
não e s t ásen
-
do
levado junto com o esterco para o biodigestor.Para se
calcular a
demanda de biogásem
relação aosaparelhos que se d e s e j a
instalar
damosa
seguir
alguns
da-
dos que poderão ser Gteis:
Quantidade de gãs produzido por kg de esterco fresco
-
0,0368
m3(37
l i t r o s / k g esterco). Consumde
gãs:3
Para cozinhar:
0,227
m por pessoa por d i a ( 6kg
esterco/3
Para iluminação:
0,127
m por lâmpada 100velasihora
( 3 , skg
e ç tercs/lQ0w/hora) 3
Para força
motriz:
0,425m
porW
parhora
(11
kg ester- co/HP/h)3
Para
banho: 0,8 m por banho/pessoa(21.5
kg
esterco/ ba-gestor,
é
degradadana
fermentaçãoanaeróbica.
Os
30Xree
I
tantes
,
correspondem a subs t&cias como l i g n i n a ecutina.
Estas substâncias, juntamente com células bacterianaere-
sultantes da conversão de parte do material original em massa
celular,
são liberadas no efluente. Este, a l é m deC
nao
ter cheiro,não atraindo,
portanto.mecas,
e isentode
sementes
de ervasdaninhas,
deagentea ciiueadores
de
doenças
e rico em nutrientes,funcionando
como rn bom f e r-
til
izcinteorgânico.
&
Na
fermentação anaeróbica
dosreaíduoe
,
eaoconserva
-
dos todos os
nutrientes necessários
para odesenvolvimen-
t o dasplantas.
As Gnicar subrtâncias
perdidas são m4*
COp e %S,
na
forma
de gases.O
nitrogênio
contido nas
restosde cultura
g,
prati-camente,
todoconservado
apÓe a digestão anaeróbica.Esta
é
m a
das grandesvantagens
deste t i p o de digestão de re-A .
s?duos org%icos, onde, aproximadamente 99% do n i t ro::ta:i : o presente
no
materialoriginal
é
conservada na
forma orgâ-nica
ou de & d a . Paramelhor
aproveitamento d e s t e nitro-
g&io
é
aconselhável que oreaiduo
fermentado
s e j a aplicado na forma
em que
sai
do digestor,
pois
caso s e j a seco,parte do
nitrogênio
se perderá porvolatilizaç-o.
A
composição &dia dobiofertilizante
(seco)é,
se-gundo a
literatura,
a eoguinte:N
P
K
micronutrientes
1 , 4 a
1,8X
1 , l
a 2,OX0.8
a 1,2X traf osdo CNPMS, para t e s t e s , que foj alimentado com restos de
cultura
de
sorgo e estrume bovinona
proporcão de1:l,
a- presentou a seguinte composi~ãa:O cálcio apresenta-se a l t o por ter s i d o utilizado cal
-
cãreo
para corrigir o pHna fermentação.
A moderna direção dada pela agricultura biorregene ta
-
tiva se
enquadra com os preceitos dos antigos sgriculto-res que
valorizavam
oretorno
damatcria orgânica
ao solo, aumentando desta forma a sua fertilidade e propriedades f-
í
sicas
,
como sua capacidade de reter água, minimizando oe f e i t o dos períodos secos e
favorecendo
a microflora do so-
10.
~ a ? a vantagem dautilização do Biofertilizante
comsuplemento au s u b s t i t u t o do adubo químico.
13-
ÇRITERlOS
PARA AESCOLHA
DO
TIPO E
TAMANHODE
UM 010-DIGESTOR
NO MEIO
RURALO
Tamanho do
biodigestor e s t ána dependência
direta do resíduo disponível, e da necessidade do gás,0 s dirnensionamentos de biodigestores, quando se t e m resrduo bovino como matéria prima são dados na Tabela 3.
Tabela 3. ~imensionamento de biodigestores, quando se usa resíduo bovino como
ma
-
&ria
prima para produçãode
biogás.G ~ S
suficiente
paraAnimais Equivalente
Tam,
doProd.
d i z-
Cozinha Ilumina-
estabu- em es terca diges tor
ria de
Pessoas
ção Mtorlado s verde (kg) (m3) gás
(I)
14.
8 IO D
I
GESTORI
NSTALADONO
CNPMSO biodigestor
instalado
no
Centro Nacional de Pesqui-
sa deMilho
e Sargo,é
da t i p o Indiano (Gobat) com algu- mas m d i f icações (~ig.5 ) .
A produsão de gás previstai-
3
nicialmente
é
de 110
m
/dia,
mas com o funcionamentode
agi tadoresde massa
e controle da temperatura, espera-se3
uma
produçãoGxima
de aproximadamente
220
m
/ d i a .A
matéria
primautilizada
(biamassa)é
composta derestos de
cultura de milho
e sarga,O
gãs produzido e s t á canalizado para inaa construçãoonde estão i n s talados apare l h o s que funcionam com biogás
,
como fogão, geladeira, motor
de
combustão interna acopla- doa
imi gerador para produzir energiaelétrica, lampiões
para
iluminação
, e t c .O biogás
será
utilizado
tsmb&nno
a--
quecimento da caldeira d a microdestilaria, na qual seraa
utilizados
comomateria
primana
produção de álcool. sor-go e cana de
açúcar
( F i e . 6 ) . Futuramente, o vinhoto eba
-
gafo de sorgoprovenientes
da destilaria serãoutilizados
na b i a d i g e s t a r (biomassa), integrando desta forma o proje-
to Alcool e ~ i o g á s , resolvendo pelo menos parte, do pro- blema
de
poluisão ambienta1 causado pelo vinhoto.1
5.
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Setembso/80 Sistema de ~ r o d u ~ ã o de Milho, Ava-liação ~ ~ r o n o m i c a e ~conÔm
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CENTRO
NACIONAL DE PESQUISA DE
MILHO E SORGOCaixa Postal 151