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A cooperativa como instrumento de mudança no espaço agrario do municipio de Santa Rosa - RS

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(1)

UNIVERSIDADE

FEDERAL

DE_SANTA,

CATARINA

CENTRO

DE

FILOSOFIA

E

CIENCIAS'

HUMANAS

DEPARTAMENTO

DE

'GEOCIENCIAS

-

CURSO

DE

MESTRADO

EM

GEOGRAFIA

' rà- I.

A COOPERATIVA

COMO

INSTRUIVIENTO

DE

IWLHLANÇQINCIESP¢@XDIU3RAWUC)DC)

MUNICIPIO

DE

SANTA

ROSA

-

RS

MIGUEL MAT/AS

UTZ/G

MULLER

FLoR|ANÓPoL|s

-

sc

(2)

A

COOPERATIVA

COMO

INSTRUMENTO DE

MUDANÇA

No Eseâço

AGRARIO

Do

MUNICIPIO

DE

SANTA

ROSA

-

RS

Dissertação submetida

ao

Curso

de

Mestrado

em

Geografia. Área

de

Concentração Desenvolvimento Regional

e

Urbano,

do

Departamento de

Geociências

do

Centro

de

Filosofia e Ciências

Humanas

da

UFSC,

em

cumprimento os requisitos necessários a obtenção

do

Titulo

de

Mestre

em

Geografia

sob a orientação

da

Profa. Dra Walquiria

Kruger Corrêa.

FLORIANÔPQLIS

SC

Dezembro

~1997

(3)

“ Í

`

A

COOPERATIYA

COMO

INSTRUMENTO DE

MUDANÇA

`

NO ESPAÇO AGRARIO DO

MUNICIPIO

DE

SANTA

ROSA

-

RS'

MIGUEL MATIAS

UTZIG

MULLER

Dissertação submetida ao Curso de Mestrado

em

Geografia, Concentração

em

Desenvolvimento Regional e Urbano,

do

Departamento

de

Geociências do Centro

de

Filosofia e Ciências

Humanas

da

UFSC,

em

cumprimento aos requisitos necessários

à

obtenção do grau de Mestre

em

Geografia.

Profa. Dra. Leila Christina Duarte Dias

Coordenadora do Curso de

Pós Graduação

em

Geografia

~

APROVADA

PELA

COMISSAO EXAMINADORA

EM

12/12/1997

Dra.: Walquíria Kruger Corrêa - Orientadora

K

¿

Í

8 '

PÍÊ

Iatfi -MembI`O

Msc. Ivo

Sos

isso

L

(4)

Eu

apenas

estava

começando

(0

Mesti'ado),' você -

sem

eu

saber, já tinha

terminado a missão nesta esfera.

O

seu

mundo

me

ensinou

que

“tudo é

grande

e

nada

é

impossível”.

O

viver independe

de

como

o fazemos,

porque este, torna a vida especial

e

cada

momento

é

único.

Mais

do

que nunca

sentia . a sua

ausência.

Mas, a

minha saudade

lhe fez presente,

porque só estão "desaparecidos" os

que

vivem

em

nosso

coração.

(5)

AG

RAIÊEÇMÂENTOS

Gostaria

de

agradecer a todos,

que souberam

com

sua

compreensão

entender os

momentos

de aflição, assim tornando possível a

realização deste ideal.

Em

especial, agradeço:

À

Elaine, Cláudio Roberto e Clarice, pela união e alegre convivência

que

se tornaram os pressupostos necessários para prosseguir na jornada, e,

com

seus exemplos, mostraram

que

um

“ideal

nunca

é inatingível”.

Ao

João

Pias,

que

pela constante preocupação e

com

seu exemplo, demonstrou

que

é “errando

que

se acerta e pela persistência

que alcançamos

os objetivos”. `

À

familia,

que

é

exemplo

de luta e coragem, e fizeram-nos olhar o

mundo

com

olhar critico. E,

mesmo

não entendendo

nossa aflição, respeitaram

a "divergência "

de

mundo

e futuro. Por isso, o ideal alcançado é a resposta

da

longa trajetória percorrida - a realização está na certeza do acalento.

À

orientadora., Profa. Walquiria, por acreditar na nossa própria

superação e por

não

cansar

de

repetir:

"você

tem demonstrado

crescimento”.

Aos

professores e colegas

do

Mestrado de Geografia

da

Universidade Federal

de

Santa Catarina e , em- especial, à secretária Marli.

Aos

professores da Universidade

do

Rio Grande: César A. A.

Martins; Dário

de

A. Lima; Jaci Saraiva e à Coordenadora

do

Curso

de

Geografia, professora

Susana

S. Rangel, pela atenção

de

sempre.

À

amiga

Teca: quantas vezes fostes força e paciente. Ah!

Quantas

vezes

minhas

queixas beiraram o insuportável, quantos problemas pareciam

insolúveis. E, acima

de

tudo, -pela

companhia

e discussão filosófica

sem

um

fim conclusivo.

'

Aos

amigos

Almir, Marisol e à

pequena

e- iluminada Emanuelle,

nem

o

tempo

e a distância conseguiram apagar

a

amizade.

(6)

Rosilete, pelo estímulo

de

sempre.

À

Manu, que

mesmo

na '°ausênc¡a"

sempre

se fez presente

em

nossos sonhos e negações.

Às

instituições: _Cotrirosa, Sindicatos, clubes, associações e

Prefeitura Municipal

de

Santa Rosa..

Ao

professor Fabio

Rodrigues

pela correção gramatical e a

professora Márcia Silveira pela tradução.

Aos

identificados

e anônimos que

se dispuseram a opinar sobre

nosso tema.

Apesar da

valiosa contribuição, não .cabe e elas as eventuais

falhas e limites deste trabalho.

Por fim, aos "expropriados

cooperados” que

se aburguesaram

no

meio urbano, por isso, imaginam e fantasiam

serem

“diferentes”

que

os

colonos. Porém,

esquecem

que

igualmente säo expropriados pelo capital e

(7)

RESUMO

O

padrão agrário moderno, difundido no Brasil a partir da

década

de sessenta,

tem

como

protagonista as corporações capitalistas das quais se

sobressaem

as cooperativas empresariais

que

se desenvolveram

com

amplo

apoio politico

e financeiro

do

Estado. Para avaliar empiricamerite za

ação do

cooperativismo

empresarial na organização do

espaço

agrário, e a

concepção

que

tem o

associado do sistema, elegeu-se o municipio de Santa

Rosa

(RS),

onde

foi

instalada a Cooperativa Triticola Santa

RosaLtda.

-

COTRIROSA.

Além do

trabalhode

gabinete, efetuou-se

uma

pesquisa

de

campo, entrevistando

produtores locais e pessoas vinculadas a agricultura.

Na

história de vida

do

colono, constata-se

que

a

COTRl.ROS'A

configura-se

como

instrumento

de

mudança

sócio-espacial.

A

cooperativa se torna articuladora entre o

moderno

capital, à agricultura e o Estado, transformando-se tanto

em

instrumento

de

apoio à consolidação

do

capitalismo na agricultura,

como também

'das novas

formas de representação politica dos interesses locais.

O

corpo social dos

cooperados é heterogêneo, e os interesses no sistema são adversos.

Os

produtores familiares tecnificados objetivam obter crédito, aumentar a produção

e a atualização tecnológica.

Os

produtores pauperizados

ou

"marginalizados",

correspondem à maioria dos associados.

A

falta

de

capital os marginaliza

do

processo produtivo e sua sobrevivência é garantida pelo assalariamento

(8)

The

modern

agrarian standard spread- in Brazil in the 60's,

have

as the main

character the capitalista corporationt, with highlight on the cooperating

enterprise, which developed, with a wide financial and political back

up

of the Estate. ln order to assess, in na impirical way, the action. of the enterprise

cooperativism in the organization of the agrarian Space

and

the conception the

associate has in system

was

chosen

the city of Santa

Rosa

(RS)

where

it

was

settled the

COOPERATIVA

TRITÍCOLA

SANTA

ROSA

LTDA.

-

COTRIROSA.

Beyond

the official work, it

was

made. a

campus

research, interviewing farmers

and

people related to the local agricultura.

In the life history of the farmer, it's clear that

COTRIROSA

is a tool of social

and

spacial changes.

The

cooperativa

becomes

the link between the

modern

capital, agriculture

and

the Estate, being as a back up instrument to a capitalism

consolidated in agriculture, as the

new

forms of political representativeness of

the local concernings.

The

social

body

of the

members

is varied

and

the system

interests are adverse the familiar farmers with technical knowledge aim to get

credit, increase the production, the technological upclating.

The

poor farmers os

prejudiced correspond to the majority of the associates_

A

lack of capital

damage

them

in joining the productive process

and

their survival is guaranteed

(9)

HINO

DE

SANTA

RQSA

Retrate

que

maravilha

A

nossa exposição,

Produto

de nosso

chão,

Esforço

de

nossa gente.

Velhos, maços, inocentes, Plantanclo e bendita soja)

Retrate

o

teu Santa

Rosa

Levando o

Brasil pra frente!

Berço

do

trigo e da soja.

Nosso

ouro

como

quilate,

Agricultural

sem

embate,

Santa

Rosa

varonil.

Vosso céu é

mais anil,

Mais se vive a natureza,

És

um

mastro das riquezas

Da

estrutura

do

Brasil;

Te

Imp/eramos,

São Pedro

Padroeiro

do

Rio Grande,

Que

a Santa

Rosa

nos

mande

Umrcéu

limpo, cor

de

anil,

Que

a

enxada

seja fuzil,

Neste

campo

de

peleja,

E

que

o Rio

Grande

seja

O

celeiro

do

Brasil.

(10)

|NTRoDUÇÃO

... ..

CAPÍTULO

1

,

1

A

FORMAÇÃO

ECONÔMICA

DO

ESPAÇO

GAUCHO

... ._

1.1

Ocupação

territorial e

gênese da economia

... ... ..

1.2

A

formação das colônias e o desenvolvimento

da Economia

... ..

CAPÍTULO2

2

O

PAPEL

DO

ESTADO

NO DESENVOLWMENTO DO

COOPERATIVISMO

NO

RIO

GRANDE DO

SUL

... ..

2.1

A

gênese

do cooperativismo nas colônias gaúchas...` ... ..

2.2

O

papel

do

Estado

no

desenvolvimento

do

cooperativismo

empresarial ... ..

cAPíTuLo_

3 ~

3

MuNlc|P|o

DE

SANTA

ROSA;

ocuPAÇAo

E

DESENvoLv|MENTo

EcoNÓM|co

... ..

CAPÍTULO

4

4

A

E|viERGÊ_NclA

DA

|_AvouRA EMr>REsARiAL

E

A

(RE)

oRGANl2AçAo

oo

ESPAÇO

AGRARlo

EM

SANTA

ROSA:

1960

A

1997 ... ... ..

CAPÍTULO

5

5

A COTRIROSA

COMO

INSTRUMENTO

DE

MUDANÇA

SÓCIO-

ESPACIAL

NO

MUNICIPIO

DE

SANTA

ROSA

... ..

5.1

COTRIROSA:

histórico e poder decisório ... _.

5.2

O

produtor rural e sua relação

com

a

COTRIROSA

... ..

CONSIDERAÇÕES

FINAIS ... ._

BIBLIQGRAFIA

... .. Página 13

25

25

32

46

46

54

82

106 119

119

130

153 163

(11)

RELAÇÃQ

DE

QUADROS

01

Número

de

Cooperativas Mistas

que

deixaram

de

funcionar no Rio

Grande do

Sul: 1950 a 1980 ... ..

69

02

,

Evolução

do

número de

Cooperativas no Rio

Grande do

Sul: 1981 a

1990

77

03

Participação

do

Cooperativismo

Gaúcho

na Produção Agropecuária: (%):

1987 a 1990 ... ..

78

04

Nacionalidade da população

em

Santa Rosa: 1920 ... ._

89

05

'

Produção agricola

em

toneladas

do

Municipio

de

Santa Rosa: 1939 a

1950 ... ..

98

06

Principais culturas

do

Municipio de Santa Rosa, área utilizada (ha) e

produção(t):1960a1995,., .... ... ... ... .. 109

07

Distribuição

do

número

e área dos estabelecimentos rurais por categorias

dimensionais (%)

-

Santa Rosa: 1975 a 1985 ... ._ 112

08

Evolução

do

número de máquinas

e instrumentos agrícolas

do

Município

de

Santa Rosa:

1960

a

1990

... ._ 114

09

Distribuição

da

terra entre os associados da

COTRIROSA

... .. 123

10

Área

da

propriedade,

número de

produtores e renda familiar mensal no

(12)

Santa Rosa: comercialização e arm»azen~azmento da produção agrícola

pelos produtores marginalizados e teoni'f¡<:ad'os (%)~ ...

146

12 '

Empregados

permanentes (EP), temporários (ET) em .biscates (BI), na

(13)

RELAÇÃO

DE

MAPAS

MAPA

01

Localização dos Municípios

de

Rio Grande,

Viamão

e Rio Pardo

MAPA

02

Unidades

do

Reievo

Gaúcho

... ..

MAPA

03

Localização

da

Sede

do

Município

de

Santa

Rosa

... _.

MAPA

04

(14)

.

Após

meados

dos anos sessenta, no contexto da

expansão

capitalista na

economia

brasileira, dizfund'i,u~-se- o_co,operativismo empresarial, o

qual

pode

ser considerado

um

dos elementos

que

viabilizou as transformações

no setor agropecuário nacional. '

Para G-RAZIVANO

DA

SILVA

(1982), o processo da industrialização

do

Brasil é o último sentido

do

desenvolvimento

do

capitalismo« no

campo,

isto

é, a sua própria industrialização; desta forma, transformando a terra

em

elemento

do

capital e produto das relações sociais.

A

partir daí, a terra ficaria

subordinada aos interesses

do

capital industrial e financeiro. isso significa-dizer

que

a industrialização

da

agricultura

promoveu

a elevação

da composição

técnica

da

unidade produtiva e a crescente subordinação da terra aos interesses do setor industrial e financeiros

O

Estado teve

um

papel fundamental: naquele processo criando

mecanismos, sobretudo políticos e financeiros para transformar a

base

tecnológica agrícola. Assim,

no

bojo

do

cooperativismo empresarial,

em

meio a

(15)

I4

ser observados tanto na organização

da

produçao

como

na (re)ordenaçâo

do

espaço

rural, Para

OLlVElRA

(199t1:22) “.,.cada formação econômica-social

concreta revela

no seu

interior esse processo desigual

e

contraditório espacial

e temporalrnenie".

O

cooperativismo

deve

ser enfocado

no

ambito econômico, político e

ideológico.

No

plano econômico, a» cooperativa necessita

da

rentabilidade

do

lucro e

da

competitividade para atender as necessidades da sociedade

capitalista, conseqüentemente

sua

sobrevivência

depende

da concentração

da

renda.

O

aspecto politico

não pode

ser dissociado

do

econômico,

ou

seja, o

sistema leva

em

consideração os interesses da sociedade capitalista

em

detrimento

do

associado. `

A

dimensão

ideológica

do

cooperativismo

pode

ser percebida na

política

de

apaziguamento das tensões sociais e representa

uma

alternativa

para

uma

convivência salutar.

Embora

existam desigualdades sociais e

econômicas

entre os associados, o discurso ideológico da cooperativa tem se

constituido

em

"atenuador

da

crise".

O

movimento

cooperativista noz Rio

Grande do

Sul remonta

ao

início

do

século XX,

quando

o

Governo

tenta organizar os produtores rurais e

contrata técnicos europeus para implantar cooperativas nas colônias italiana e

alemã

fundadas

na

área. Assim, iniciou o “cooperativismo colonial”,

(16)

comerciantes locais intermediários

na compra

dos produtos coloniais. Todavia,

o sistema cooperativista

não

prosperouâ por falta

de

um

efetivo apoio estatal".

No

limiar da

década

de trinta, retomou~se o» cooperativismo

como

resposta

da

"descapita/izaçäo

do

Colono”. Estes, objcetivavam recursos

financeiros para suprir sua deficiência

de

capital para melhorar a propriedade e

o processo produtivo.

O

Estado., por

Sua

vez. almeiava desenvolver o parque

industrial brasileiro para substituir as imzportações, por isso, dava

pouca

atenção às atividades agrícolas voltadas para o abastecimento interno. Diante

da

indefinição

de

uma

política creriiticia o.

movimento

cooperativista mais

uma

vez

não

prosperou.

Em

1936

o Ministério da Agricultura, pela Lei 199, autoriza a

abertura

do

crédito para comprar

máquinas

e equipamentos agrícolas

objetivando aumenta-r a produção.

de

trigo,

com

vistas a satisfazera crescente

demanda

interna.

No

processo, o cultivo

da

triticultura criava

mercado

para

maquinários em insumos químicos, os quais até a

década

de cinqüenta

eram

supridos por importações.

Na

mesma

perspectiva,

em

1944

o

Governo

implantou o Serviço

de

Expansão do

Trigo - SET, e

em

1957, através

do

decreto Lei ng 41.490, criou

a

Comissão de

Organização

da

Triti_cultu_ra ~

COTRIN.

(17)

If)

trigo criou

mercado

favorável para o

consumo

de máquinas

e insumos

agrícolas. Tais- necessidades

eram

supridas por importações.

Com

ayinternacionalizaçäo

da

indústria

no

pais, a produção

de

trigo

se constituiu

como

alvo

da

modernização tecnológica, e isto se refletiu

na

ampliação da produção.

Em

função disso, torna-~se necessário melhorar a infra-estrutura

de armazenamento

e regularizar of processo.

de

comercialização.

O

Estado assumiu a comercialização e o

armazenamento

daquele

cereal, via difusão do cooperativismo. Esta questão para o Estado era

de

grande importancia, pois a vinculação dos produtcres rurais

em

torno

de

uma

cooperativa lhe possibilitava o controle

da compra

me da

venda da

produção.

A

modernização

do

processo produtivo agrícola imbricou

no avanço

das relações capitalistas e

na

recriação das relações não-capitalsitas. Este

novo processo produtivo contou

com

os interesses da difusão espacial das corporaçõesfl aliado a intervenção e controle estatal.

'

O

caráter intervencionistado Estado

no

processo produtivo agrícola

ocorreu

de

forma mais efetiva pelo; Estatuto

da

Terra (1964), através da

mudança

na base técnica da agricultura.

'

A

principal corporação da década de cinquenta foi o grupo norte-americano Rockefeller. No Brasil contou com três subsidiárias: a cargil, atuando na comercialização e fabricação de rações de milho; a agroceres, atuando na pesquisa genética com milho híbrido e a

EMA

(18)

Desse modo,

a cooperatiiva assumiu Q. papel

de

viabilizadora

do

projeto da modernização tecnológica

da

agri-culltura., organizando os produtores

social e economicamente.

Na

segunda metade da década de

sessenta, difundiu-se

no

Rio

Grande do

Sul o cultivo

da

soja, para fins comerciais. Paralelamente, o

Governo

cria

mecanismos

para viiabi~lti:¿ar

o

aumento da

produtividade agrícoia, destacando-se a instituição .do ~Sistema Nacional de Crédito Rural -

suc.

(1954).

~

. i .

O

crédito rural foi

de

suma

importância para a

expansão e

modernização da soja

no

Rio

Grande do

Sul.

Se

isto

não

fosse suficiente, a

alta

de

preço

nas

cotações internacionais (Bolsa

de

-Chicago - E-UA), conjugada

ao aumento da

àrea cul-tivada e da produflvidade,

marcou

na safra de 1972/73

o período "boom" da soja

no

país e de

modo

particular

no

Rio

Grande do

Sul.

A

soja

também

alcançou

o

municipio

de

Santa

Rosa

(RS), e

tornou-se o principal produto primário de exportação

da economia

gaúcha.

No

que

diz respeito às cooperativas, elas

passam

a funcionar

como

intermediárias

entre .

o

Estado, a agroindústria

e os

produtores. Raciona/izam

o

uso

do

crédito,

da

infra-estrutura

e

da comercialização

da

produção..

produzem sementes

selecionadas,

.repassam o crédito- oficia/,

dão

assistência técnica

e

concentram a comercialização

de

(19)

insumos e

artigos

de

consumo,

além

de

transformarem parte da produção".

(SORJ;,1986:55)r

No

bojo

da

difusão

do

cooperativismo empresarial

no

Rio

Grande

do

Sul,

em

1968 foi fundada

em

Santa

Rosa

(RS) a Cooperativa Triticola Santa

Rosa

Ltda. -

COTRIROSA, com

o intuito

de

consolidar a infra-estrutura

produtiva, comercialização e busca

do

crédito para o tri90- Mas. Para tamo. era

necessário atrair

um

maior

número de

produtores rurais.,

Ou

Seja. COHSGQUÍF 8

confiança

de

um

maior corpo social.

O

presente trabalho fundiaimentase

na

proposta

de

desmisti-ficar

o

discurso arraigado,

de

que

a cooperativa éi

apenas

um

instrumento

de

mudança

social,

mas

o agente

da

(re.)organi.zaçäo espacial.

A

origem das questões

que

instigou-nos a resgatar a políticada

COTRIROSA

no

município

de

Santa Rosa, justifica-se por dois motivos.

O

primeiro diz respeito

ao

conhecimento pessoal

do

autor sobre a área,

onde

vivenciou-se empiricamente as contradições

do

sistema cooperativista,

Na

concepção

analítica tinha-se

em

mente: por

que

alguns colonos acreditam

na

política cooperativista e outros

näo?

A

cooperativa é

uma

sociedade

de

pessoas

ou

de

capita~l'?

O

segundo

justifica«se pelas transformações processadas

no

espaço

agrário local, a partir da difusão

da

monocultura da soja me

do

(20)

também

por resgatar o interesse

da

Geografia acerca

da

política cooperativista

e sua influëncia

na

(re)organização sócidespacial.

_

A

partir destas reflexöes

algumas

questões nortearam o estudo:

como

a cooperativa tornou-se o instrumento

de

apoio para a consolidação

do

capitalismo na agricultura?

A

cooperativa e o

caminho

altemativo para o

produtor rural? Qual a influencia

do

poder decisório

da

cooperativa

nas

mudanças

do espaço

agrário

no

município

de

Santa

Rosa?

Qual a

concepção

do

associado

do

sistema cooperat.ilvis~tza? O.sócio sente-se

dono

ou usuário

do

sistema cooperativista? Qual é a categoria social

que

vem

recebendo a

sustentação

econômica

e política

da

cooperativa?

A

expansão da

monocultura

da

soja no municipio de Santa Rosa, foi

possivel

em

função

da

presença

da

COTRIROSA.

Esta atuou

como

mecanismo

vi-abilizador

da

transformação

da

agriicultura-

de

subsistência para a

agricultura comercial, subordinando-a às políticas governamentais

de

financiamento e comercialização. De-.sta forma, a difusão da modernização

no

agrário municipal

mntou com

a"Z:`oop<~>rativai

como

agente intermediador entre o

colono e o Estado.

A

cooperativa deve ter incentivado o colono a aderir

ao

cultivo monocultor da soja» para atender a politica

do

governo brasileiro e

interesses externos.

Se

de

um

lado a cooperativa

promoveu

a modernização tecnológica

(21)

20

refere às suas expectativas

de

associação.

Em

outras palavras, ela

não

conseguiu responder aos anseios

da

coletividade mas, tornou-se

um

instrumento da sociedade capitalista, reapaidado pelo lucro e pela

rentabilidade.

O

presente estudo

tem

como

coletivos geral analisar a

ação do

cooperativismo empresarial

na

(re)roroanizaçr'I1o

do espaço

agrário

do

municipio

de

Santa

Rosa

(RS) as ar

concepção

que

tem o assooia.do daquele sistema.

Os

objetivos específicos são os seguintes: apresenta-r a formação

econômica

do

espaço

gaúcho; identificar o papel do Estado no

desenvolvimento

do

cooperativismo no Rio

Grande do

Sul=; mostrar o processo

da ocupação

e desenvolvimento

da economia

em

Santa Rosa; averiguar a

emergência

da

lavoura empresarial e a organização

do espaço

agrário

em

Santa Rosa; estudar

o

histórico da ifunclação

da

CQTRIROSA;

analisar a

ação

da

COTRIROSA

e

as

mudanças

sócio-espaciais

no

municipio

de

Santa Rosa;

verificar a relação

do

produtor rural

com

a

COTRIROSA.

A

escolha

do

periodo

de

1965 ar 1995, justifica-se pela

transformações operadas na agricultura a partir da fundação

da

COTRIROSA

(1968).

No

desenvolvimento histórico, a cooperativa passou por diferentes

momentos:

o expansionismo e consolidação, aliada ao crescimento da produção

de

soja;

o

período de crise, face à retirada dos estímulos creditícios,

(22)

de noventa, a cooperativa red'et"ine sua atuação junto

ao

associado,

recuperando gradativamente sua credibili:dade.

Para alcançar os objetivos propostos foram» utilizadas informações

primárias e secundárias.

O

segundo

tipo

de

informações, permitiu

compreender

no

plano teórico a relação da

COTRIROSA

com

o Estado e sua influência nas

transformações

do

agrário regional.

Os

dados

primários evidenciaram a

concepção que

o associado tem

do

sistema c.ooperativista,

bem

como

o poder

decisório da cooperativa.

Os

indicadores col-etaclos sobre o perfil dos

associados mostraram a verdadeira história da

COTRIROSA,

expressa na

(re)organização processada

no espaço

agrário.

A

pesquisa

de

campo

consistiu

na

realização de entrevistas

semi estruturadas,

com

produtores rurais e, pessoas vinculadas à

agricultura.

A

escolha dos informantes se processou aleatoriamente e foram enfocadas as seguintes questões: história

de

vida

do

produtor; atividades agrícolas desenvolvidas; associativismo (cooperativismo e sindicato); uso

de

mão-de~obra; uso

de

tecnologia; uso

da

assistência técnica; financiamento;

comercialização; e, relações

cidadecampo.

Foram

efetuadas 74 (setenta

e

quatro) entrevistas2, nos

meses

de

janeiro, fevereiro e

março de

1997.

Através dos questionários pretendeu-se valorizar at pesquisa

2

Tal número foi considerado suficiente para traçar o perfil dos associados (tipificação social) e o poder decisório da cooperativa, enquanto instrumento da (re)organização do espaço agrário

do município de Santa Rosa (RS). Tivemos como preocupação a análise qualitativa das

(23)

22

empírica, transpor barreiras metodológicas e estereótipos clássicos acerca

das

transformações sócio-ecoriomiicats

e

espaciais.

Os

dados

receberam tratamento e.sta»tíst)ico, privilegiando a análise

qualitativa,

embora

a análise quant_¡tativa

também

tenha sido fator

de

observações.

BRANDÃO

(1985), destaca a importancia da “observação

participativa",

mas

salienta

que

tal observação

não deve

ser considerada

como

única na análise comparativa das informações,

O

principal obstáculo encontrado

na

realização das entrevistas foi a

resistência dos produtores. Esta justifiQa=se por dois motivos; primeiro. os

colonos

achavam

que

se tratava

de

investigação de

um

“fisca/" do

Banco do

Brasil, assim as informações poderiam

comprometer

sua relação

com

a

cooperativa e

com

o banco; seg_un.do, “nada vai

mudar

se

eu

responder as

perguntas; é mais

um

que

veio para

nos

conversar, qua/ o interesse

que

um

universitário

tem na

nossa vidinha

Outra questão relevante na realização das entrevistas e

que

merece

ser salientada, foi o uso

da

lingua oficial

do

coionizador, isto é, a maior parte

dos entrevistados respondeu às indagações

no

“dialeto aIemão", obrigando-

nos a fazer a tradução

das

informações.

Para preservar a identidade dos informantes, transcreveu-se as

(24)

O

presente trabalho, arlem

da

introdução

e

considerações finais

encontramt-se estruturado

em

cinco (5) capitulos.

No

primeiro capitulo,

buscou~se

resgatar

no

passado as

especificidades das raízes históricas

do

Rio

Grande do

Sul. Destaca-se

o

processo de colonização

e

os diferentes»

momentos

da economia

gaúcha,

com

ênfase nas charqueadas; na produção coloniial;

na

triticulturar.

No

segundo

capítulo, abordar-»se ai política cooperativista e as fases

históricas

do

cooperativismo no Rio

Grande do

Sul. Fccaliza

também

a

cooperativa, primeiro,

como

intermediadora entre of produtor rural e o Estado;

segundo,

como

instrumento

da

difusão

da

modernização do agrário gaúcho.

O

terceiro capítulo apresenta

uma

caracterização das

especificidades. do desenvolvimento

econômico

em

Santa'

Rosa

no

periodo

de

1626

a 1960. _

.

No

quarto capítulo, destaca~se a emergência da lavoura empresarial

do

trigo e

da

soja, a articulação

da

agricultura

com

o

setor financeiro,

bem

como

as transformações estruturais ocorridas

no

processo produtivo e

no

espaço

agrário

do

municipio de Santa .Ro-ea De-ataca»-se a produção

da

soja

por ser o principal produto primáriío

de

exportação, tanto de município

como

da

economia

gaúcha.

(25)

24

Finalmente, no quinto capitulo",

apresentase

a realidade empírica

do

processo histórico

da

fundação

OOTRIROSA

e suas .políticas

de ação

no

meio rural

de

Santa Rosa,

A

abordagem

enfatiza particuIarmente os elementos

agrários e

chama

a atenção para a viinculaçáo

do

produtor à cooperativa.

Os

reflexos

do

atreiamento Estado. ëägroindústria e cooperatiiva e associado são

(26)

1.

A

FoRiMAÇÃo

EcoNosimcA

oo

ESPAÇO

GAÚCHO

. 1.1 Qs¢ur›arÇä°» fsrrit°riaIr s_.sëf1ese

dwcønørmia

É

necessário buscar

no

resgate

do passado

as especificidades das

raizes históricas e culturais

do

Rio

Grande do

Sul pastoril e colonial, e

peculiaridades

do

municipio

de

Santa Riosa`, na reconstrução dos fatos mais

marcantes e daqueles

que

simbolizam, a sua permanência no

tempo

e no

espaço. -

Não

e possivel generalizar. porque

cada

formação

economica

e

espacial deriva

de

uma

evolução histórica especifica, é somente nesta

perspectivas possivel compreende-la.

Segundo

ROCHE

(1969:22)~,

o

Rio

Grande do

Sul foi

ocupado no

.princípio

do

século XVIII.

Os

primeiros ocupantes

eram

oriundos

de

São

Paulo

e de Laguna, Santa Catarina.

Mesmo

que no

século XVII, alguns bandeirantes

paulistas

tenham passado

pelas terras

gaúchas

em

busca

de

ouro e

Í

(27)

26 indígenas,

não

fixaram moradia.

O

fator decisivo para a

ocupação do

Rio

Grande do

Sul foi a

assinatura do Tratado

de

Madri, assinado entre Portugal e Espanha,

em

13/01/1750,

que

tinha

como

objetivo principal para

o

Brasil acabar

com

os

conflitos

da

Colônia

do

Sacramento,

no

extremo sul

do

pais e nas Missões

Jesuíticas

do

território gaúcho. Este tratado devolvia o território Missioneiro a

Portugal, ei ar Colônia

do Sacramento do

Rio

da

Prata ficava definitivamente

com

a Espanha.

No

entanto,

somente

em

1895

a Argentina reconheceu a

soberania

do

Brasil nas Missões.

O

povoamento do

Rio

Grande do

Sul foi iniciado pelos açorianosz.

Estes desenvolveram primeiramente a pecuária. extensiva, a qual já era

praticada pelos paulistas instalados na área e,

num

segundo

momento

o

cultivo

do

trigo.

Mas

outros produtos

também

foram cultivados para suprir a

subsistência das famílias e dos trabalhadores das fazendas

de

gado.

A

formação histórica e

econômica gaúcha

engendra especificidades, fazendo emergir municípios e povoados, destacando-se

entre eles Rio Grandea,

Viamão'

e Rio Pardos,

(mapa

O1).

3 3*

Tem-se como registro oficial a chegada dos primeiros portugueses e açorianos no Canal da

Barra do Rio Grande, no dia 19 de fevereiro de 1737, fundando o Forte Jesus-Maria-José.

Aportaram inúmeras famílias que se instalaram nas imediações da Barra do Rio Grande. As

famílias foram designados para manter a, segurança do território gaúcho.

3

O

município de Rio Grande, localiza-se no extremo Sul do Brasil, na Planície Costeira

Gaúcha. Hoje, é detentor do “Su¡¡q¿rporto", também conhecido como Corredor de Exportação, devido a sua infra-estrutum doeirnazenamento, para a exportação da soja.

O

(28)

i

xe

,

A

,ífmnro cnnmo

~

MAPA

O1

Í.ÕCALlZAÇÃO

DOS

MUNICÍPIOS

BE

Rlfl

GRANDE. VIAMÃO

E

RIO

PARDO

- ,z¬_ ,wií , _ o.z.fz __»-.›¬_z-,,.«,;." _:____ _V: ___!.` ,:_____k Í 6.' ` 4A.;N'š›`A

CATARINA.

1

1' 1 'V I ›` f'

DO

SUL

A

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u

1,,

\Ú'

V Y' /' i /' H' r N , Q ` i

, f* w . ra. Cl/nn-Io -J¿-...I

z ,__ \ \ \ \ I' \ \ \` ` i -` 0 C ×\ a \b wa ~ › iii. '

\

i°'lwJO`&

URUGUAI

"'“ 60 / ‹' O icon» L..-,-_-.--1 _;w Í ;_ _A _ lsnAi,^ JV ea

za

W Í c ci, É

Fonte: Adaptado de ROCHE. Jean. A Colonização Alemã e0

Rio Grande do Sul. Vol. 1; Globo: 1969.

O

processo

de povoamento

instaurado pela Coroa. Portuguesa

no

Sul

do

Brasil (1737) teve

como

meta garantir a segurança

do

território gaúcho,

Canal do Rio Grande. é o único acesso e :mcorageml de embarcações do Rio Grande do Sul

até Laguna (SC). Maior detalhamento da imponânda do porto, consultar

DOMINGUES.

Marcelo V. Super_;¿oi:iQcd.0 lilo §5¡¿_gg_e_:_ll?l2¿.f1Q_fioÊšQ‹?ilídadec,Elementos para

uma

Discussão.

Dissertação de Mestrado. UFRJ, 1995.

“_ A cidade de Viamão localiza-se na região da Grande Porto Alegre (RS).

5

O

município de Rio Pardo foi o mais imporianle do Plarnalfiiâo Gaúcho no principio de sua

(29)

28

bem como

as -produção de aliifmentos para os militares ez para a equipe administrativa. Esta questão fica clara

nas

palavras

de

CORRÊA

(1^996:53) “interessava lixar na área meridional

um

colorio soldado,

que

atendesse às necessidades militares

de

defesa

do

território

como

o

abastecimento alimentar

das

tropas

e da

adm¡n,istraçä~o". '

ROCHE

(1969) lembra

que

az agricul-tura açoriana atingiu seu

apogeu-

no

final

do

século Xvlll, porem,

no

início

do

século XIX, a

produção agricola

não

foi suficiente para atender as necessidades

do

mercado

interno, Para suprir

a

demanda

alimentar era necessário importar produtos, entre os quais encontravami-~Se;~ arroz, vinho, aguardente, açúcar e

fumo.

O

trigo,

que

era produzido no Rio

Grande do

Sul

em

grande

quiantidade servia para o e.mbrion-arto comercio inter-'regional.

O

declínio

da

trlticultura no inicio

do

século XIX teve

como

principais causas o crescimento

da

criação extensiva

de gado

e a proliferação

de doenças

nas plantações

de

trigo. -

Nas

palavras de

BRUM

(1988;26), na primeira fase

da

ocupação, o

território

gaúcho

teve quatro ciclos

econômicos

distintos: '

oi ciclo

da

exportação

de

couro,

sebo e

crina;

o

ciclo

da

erva-mate, principalmente

na

região

de

influência dos padres missionários,

nos ,Sete

Povos das

Missões; o ciclo

do

charque

nas

cidades

de

Pelotas

e

Cachoeira

(30)

economia gaúcha

até a Primeira Guerra

Mundial, e, to ciclo

da

exportação de muares,

eqüinos

e

gado

em

pé,

que

era levado até

Sorocaba (SP), Botucatu (SP)

e

Minas Gerais".

A

ação militar portuguesa

no

território

gaúcho não

objetivava

simplesmente a posso da terra,

mas

também

interessava o

gado

que

era

pastoreado pelos indígenas.. primeiros ocupantes daquela área. Para alterar o quadro

da expansão

da- criação

de

gado, o governo

promove

a distribuição

de

vastas extensões

de

terras (sesmarias).

Em

função desta politica surgiram as

estànciase.

No

final do século X\/ill e início

do

século XIX, as estâncias

experimentaram

um

período áureo

de

poder

econômico

e político, o ciclo

das

charqueadasf.

A

partir daí, o charque tornou-se

um

importante fator comercial,

econômico

e politico para os estancieiros.

A

mão-de~obra utilizada para

desenvolver a atividade pastoril era

em

grande parte escrava.

Nos

termos

de

VIEIRA

&

RANGEL

(1›993I23)

“No final

do

século

X

Vlll a produção

de

carne

salgada adquiriu novas formas, criando

um

estabelecimento

capaz de

gerar riqueza,

acumulação de

capital, relações de trabalho

5 Eram denominadas de

estâncias, as grandes extensões de terras nas mãos de

um

proprietário, que fora privilegiado pela Coroa Portuguesa, onde criava-se o gado extensivamente (solto no campo).

O

rendimento econômico desta forma criatória é muito

baixo, porque o gado não recebia complemento alimentar e tratamento veterinário.

7

O

ciclo das charqueadas inaugura o aproveitamento do boi inteiro. Esta fase tem profunda

ligação com a mão-de~obra escrava no Rio Grande do Sul. Embora, a presença escrava no

território gaúcho fosse pequena, ela foi decisiva para o desenvolvimento da pecuária

comercial.

O

charque abastecia basicamente, o mercado consumidor de São Paulo, onde a

produção cafeeira necessitava da ampla mão--de~obra escrava que representava

um

vasto mercado consumidor.

Como

segundo comprador

em

quantidade, destaca-se o Rio de

(31)

30 diferenciadas, distinção

de

classes

e

opulência

de

poder. Surge, particularmente

em

Pelotas,

a aristocracia

do

charque,

o novo

senhor-de-

escravo

com

seu

título

de

nobreza e a dura

e

implacável dom¡na_cão”.

As

estâncias alem

do

trabalho escravo

também

experimentaram o

assalariamento.

A

reprodução

dos

trabalhadores

também

ocorria fora

do

seu

campo

de

trabalho pelo cultivo

de

terras

com

produtos

de

subsistência.

Na

fazenda tinham acesso as instalacões.do galpão (embora precárias) para

moradia e a

comida

era fornecida pelo estancielro.

Sob

a forma de charque. a carne era preservada para assegurar a

alimentação

humana

em

determinados periodos e para a futura venda.

A

abundância da carne aliada à» facilridade

da

conservação tornou o charque o principal produto

de

exportação

do

território gaúcho.

VIEIRA

&

RANGEL

(1993) salientam alguns fatores

que

contribuiram para o desenvolvimento

da economia do

charque

do

território

gaúcho, tais como: a condição espacial para criação extensiva

do

gado,

utilizando-se vastas extensões

de

terras;

omercado

comprador; o prestígio

ei a força da classe dos charqueadores

com

o governo estadual e federal; a

mão-de~obra escrava

como

força de trabalho barata e o associativismo dos

charqueadores,

como

defesa dos seus interesses,

(32)

entra

em

decadência no Rio

Grande

do

Sul. Contribuiu para isto, näo. só a

implantação dos frigoríficos,

mas

também

a concorrência

do

charque

produzido nos paises Platinos (Uruguai e Argentina-).

Além de

apresentar

melhor qual‹¡dade, o produto importado tinha preço mais acessivel

que

o

nacional.

Para enfrentar a concorrência

do mercado

os pecuaristas foram

forçados a melhorar o rebanho

usando

novas tecnicas

de

produção e abate.

Mas

isto

não

foi suficiente para evitar a decadência das charqueadas.

Naquele

momento

os cultivos

do

trigo e do arroz experimentavam

uma

fase

de

expansão no

território gaúcho, cuja atividade atraiu muitos adeptos.

No

processo,

uma

parcela das áreas criatórias foi incorporada as áreas de cultivo.

A

lavoura rizicola

que se

desenvolveu

no

Rio

Grande

do 'Sul

no

final

do

século XIX foi influenciada pela pol-ítica protecionista do

Governo

Federal.

Com

isto, obj,etivava‹se atender a

demanda

do mercado

consumidor

brasileiro

em

ascensão, porque o arroz é produto básico

do

hábito alimentar

brasileiro.

Além do

proposito governamental

um

outro aspecto foi relevante

para a

expansão da

riziculturaz a condição natural..

As

áreas

de

várzeas

das

bacias fluviais dos rios Jacuí,

Guaiba

(lago),

Lagoa

dos Patos e

do

rio

Uruguai, abundantes

em

água, facilitavam a irrigação e

o

transporte

da

(33)

32

“No

lina/

do

século

passado e

inicio deste,

uma

série

de

fatores

e

circunstâncias se conjugaram e convergiram

no

sentido

de

tornar viável ra lavoura capitalista

mecanizada

de

arroz

no

Rio

Grande do

Sul; a) a intensificação

da

invigração européia

após

a

abolição

da

esrsravatura; b) a crescente

monetarização

da economia

com

pagamento

.

de

salários

aos

trabalhadores, principalmente

na lavoura

de

café

e

na

incipiente indústria; c)

o avanço do

processo

de

urbanização; d)

o

violento

aumento

na imposição

de

gêneros

alimentícios provocado pela migração- monetanzação«industrializaçãowrbanização

(as importações

de

arroz

quase

triplicaram

no

período

de

1880/1894)-". Í _

Embora

estes fatores tivessem convergldo para a modernização

da

lavoura

de

arroz, esta ocorreu

em

áreas isoladas

no

território gaúcho.

1-.2

A

formaoãofidas

íogllotnialsíccíe oz

desenvolvimento

da

economia”

A

segunda

fase

do

desenvolvimento

econômico gaúcho

inici.ou~se

no

século XIX,

quando

se desenvolveram 'projetos

de

colonização oficial e

privado.

No

processo, instalaram-se na área alemães, italianos e poloneses.

Os

colonos

ocupavam

a área

de mata

e a

dimensão

dos lotes variava

de

25

a

77 hectares por familia (FRANTZ;1f982:13). Diante

de

tal fato social (acesso

B

Ciente de que a economia colonial brasileira tenha-se extinguido, será empregado o termo

(34)

limitado a terra) o sistema

de

cultivo praticado o

permitindo a rotação

de

cultura e a pratica

do

pousio. Acredita-se

que

a

dimensão

reduzida dos lotes promoveu- o esgolamentd

da

fertilidade flaíüfal

do

solo e

consequentemente

ai estagnação

do

sistema produtivo colonial

(1960).

A

adoção

destas

dimensões

dos lotes evitaria a concorrência

do

colono

com

o

pecuarista (

ordem

economica), o colono produziria produtos

de

subsistência e

o

pecuarista continuaria

com

o gado.

O

atributo

usado

pelo

Governo

'

brasileiro para atrair os

colonizadores foi o envio

de

propagandistas para a Alemanha,

como

o Sr.

Jorge Antônio von Schaeffer e

0

Sr.

Neumann, que mostravam

as vantagens

para os supostos pretendentes dos lotes no Brasil Meridional,

em

termos

de

clima, fertilidade

do

solo e ajuda financeira nos primeiros

tempos

da

instalação.

Além

disso, seria respeitado o credo religioso e os costumes dos

colonizadores,

podendo

formar

comunidades

e edificar suas igrejas no solo

da

nova

Pátria.

Mas

também

deixavam claro

que

seriam distribuídos

em

pequenas

propriedades

e

a atividade agrária deveria ser diversificada para

abastecer o crescente

mercado

consumidor gaúcho.

Como

estímulo, era

oferecido:

“...passagemr gratuita,

paga

pelo Governo,

subsídio diário

de

160 réis a

cada

co/ono

no

primeiro

ano e metade no

segundo;

quantidade

de

bois e cava/os proporcionais

ao

número de

membros

de cada

família; isenção

(35)

34

de

pagameritos dos direitos de cidadão

brasileiro e liberdade

de

cu/to”.

(Cl»l/ll..LENBERGER 8.

HARTMANN;1981:57)

Os

agricultores

ao

se instalar na nova terra foram “esquecidos” e

boa

parte das

promessas

não

foram cumpridas pelo governo brasileiro.

A

ocupação

do territorio

gaucho

pelos novos imigrantes

europeus foi realizada

em

dois

momentos.

Primeiramente, foi

ocupada

a

porção centromordeste

do

Rio

Grande do

ãul,

onde

foram formadas as

chamadas

“colônias velhas”,

no

Vale dos Sinos (Säo Leopoldo, Lajeado e

Estrela).

O

segundo

momento

ocorreu a

ocupação

norte do território gaúcho,

o Vale

do

rio ljui e região

do

Alto Uruguai, as

chamadas

“colônias novas"'°.

(BRUM;1988i27)

i

Para

MARTINS

(1993:45), o

espaço

historicamente construído pelo

imigrante/migrante, torna.-se

um

espaço

de luta e

com

sentido cultural. Por isto

que

o principal elemento da realização e existência

do

colono é a terra. lsto é,

a vida social é inscrita no espaço- e no tempo,

sendo

então resultado

da

interação dos colonos. ”

Não

e

que/quero

terre

que

eles querem,

É

aquela

que

tem o

sentido

da

comunidade

camponesa..

que

se constitui ali, e que

tem

toda

9 São denominadas de

"colônias velhas." a» área gaúcha que recebeu os primeiros imigrantes

europeus dos quais se destacam os alemães (1824), que se fixaram no Vale dos Sinos. Os

italianos se fixaram no Rio Grande do Sul após 1875.

As “colônias novas”

correspondem a extensão das "colônias velhas", isto é, elas se

constituíram com os descendentes (filhos) dos imigrantes europeus. Salvo

em

alguns casos,

existe a participação do próprio imigrante.

Como

exemplo temos: Ijuhy, Santo Ângelo,

(36)

uma

memória

de

luta,

de

muito trabalho investido

e do

qual

não

queriam abrir

mão”. _

-

Os

-primeiros

anos

dia colonização européia

no

território gaúcho,

foram

marcados

por dificuldades

econômicas

dos imigrantes.

Uma

fonte alternativa

de ganho

financeiro pelo .imigrante foi participar ativamente na

construção e preservação

de

estradas

e

pontes, Para executar esta atividade,

recebia

um

valor monetário garantindo a sobrevivência» no periodo

da

entresafra.

Muitos colonos recorriam

ao

comerciante

que

lhes fornecia

empréstimos e vendia as mercadorias para

pagamento

futuro. Isso evidencia

que

os colono estava ligado

ao

mercado.

Embora

a atividade agricola tivesse,

por objetivo nos primeiros

tempos

garantir a subsistência familiar o

pagamento

dos lotes

também

era fator

de

preocupação para o colono.

Além

disto, o colono

não

produzia tudo

que

necessitava e

não

possuía infra-

estrutura para guardar as sobras até az próxima safra.

Em

função disso, o

excedente era comercializado. Dentre os principais produtos cultivados e

criados pelos colonos

eram

destaque; milho, feijão, trigo, mandioca, arroz e

suínos.

As

casas comerciais tinham fundamental importância para os

colonos, porque além

de

oferecer os produtos manufaturados,

também

serviam para o arm›azenamento

da

produção.

Os

comerciantes foram os

(37)

colonial-36

(ROCHEI1969).

O

surgimento da classe dos comerciantes teve «dupla função para

os colonos.

Funciovam

como

compradores da

produção, cuja divida era

descontada

na

safra seguinte. Tal transação comercial era feita na forma

verbal,

não

existindo

um

compromisso

oficial,

apenas

a .palavra

empenhada.

A

outra função era o adiantamento

de

dinheiro para a futura safra

de

grãos

ou

venda de

suínos. Tal

concessão

se precessava

com

base na avaliação

da

lavoura pelo “provável rendimento".

O

comerciante exercia o papel

de

um

"banco particular” ou

como

se fosse

uma

carteira

de

crédito a serviço

do

colono, funcionando

24

(vinte e quatro ) horas por dia, inclusive

domingos e

feriados.

A

agricultura colonial expandiu-se

no

século XIX,

ocupando

principalmente as terras

de mata

na região

do

Planalto Gaúcho, conforme

mapa

O2.

Foram

os imigrantes europeus e seus descendentes os

responsáveis pelo desenvolvimento da agricultura colonial.

Uma

das

primeiras

"colônias novas" implantadas pela política oficial foi a Colonia. Yjuhy (1890).

Além

desta, foram destaque outras como: Guarani das Missões (1890);

Panambi

(1899); Erexim (1908) e Santa

Rosa

(1915).

O

crescimento

econômico

experimentado pelas colônias' possibilitou a integração territorial e

(38)

UNIDADES

DO

RELEVO

GAÚCIHC

U' 31' "'

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Araucárias

Pizmm

úz canpwhn _ lIZIDopron¡os Porlföñcu da Bacia do Parana

Fonte:

Adaptado

do

IBGE

~~ Geografia do

Brasil

O

fator decisivo para o crescimento da agricultura colonial foi a

construção da estrada

de

ferro. Neste sentido, a primeira ferrovia gaúcha,

ligando Porto Alegre a

São

Leopoldo

começou

a ser construída

em

1869,

sendo

concluída

em

1874. Dois anos mais t

N

arde, seu traçado foi ampliado até

ovo

Hamburgo.

Mas

a integração inter-regional se efetivou

em

1877 comzgai

(39)

38

do

Rio

Grande do

Sul).

A

expansão da

rede ferroviária para a porção sul

do

estado ocorreu

em

1896 chegando

até a cidade

do

Rio Grande.

A

ligação

com

o Planalto se processou

somente

em

1894,

quando

a via

chegou

a Cruz Alta

e,

em

1900

a

Passo

Fundo.

No

ano de

1911,

a

rede ferroviária se expandiu

até Ijuí,

em

1915

até Santo Ângelo e em.1f94Q a Santa

Rosa (ROCHE:1969).

A

integração dos municípios

e povoados do

território

gaúcho

foi

proporcionada pela

expansão

da rede ferroviária. Tal integração

provomoveu

considerável

aumento no

preço das terras

na

porção

do

Planalto.

Mesmo

antes

de algumas

áreas

serem

integrtadas pela rede ferroviária,

como

por

exemplo

Santa Rosa, as estradas

de

rodagem ou

“picadas""

no

meio

do mato

foram traçadas na direção

da

forrovia.

Dessa

forma, a produção agrícola

poderia ser transportada até os

mercados

consumidores.

A

expansão do

sistema

de

transporte teve dois objetivos estatais

bem

claros. Primeiro, promover a

ocupação das

terras,

que

resultaria

na

sua

valorização e

também

representaria fator

de

segurança para o Estado

brasileiro. Segundo, visava assegurar o crescimento

economico

integrado

com

a diversificação

da

produção agrícola para abastecer o

mercado

consumidor urbano

do

Centro-Sul

do

país.

Como

crescimento da

economia

colonial, no início do século, foram

" São

denominadas dc picadas as vias abertas no meio do mato. por onde cscoavam os produtos

(40)

fundadas

no

Rio

Grande do

Sul as cooperativas coloniais”, que

não

obtiveram grande progresso devido a. falta

de

apoio estatal.

Após a

Primeira

Guerra Mundial, registrou~se ar implantação dos frigoríficos”

que

se

desenvolveram

com

mão~de~obra assalariada. Muito contribuiu para

expansão

da

referida atividade

o

crescimento urbano 'brasileiro principalmente na região

Sudeste

que

demandava

quantidades crescentes

de

alimentos.

Na

região

do

Planalto Gaúcho., principalmente

em

Passo Fundo

e

Carazinho (1946), desenvolveram.-se as granjas

de

trigo". Estas

normalmente

ocupavam

áreas superiores a 100 hectares,

empregando mão-

de-obra› assalariado,

máquinas

e implementos agrícolas,

adubos e

defensivos.

A

produção destinava‹se

ao

atendimento

da

demanda

do mercado

urbano.

Entretanto,

somente

na

segunda metade da década de

cinqüenta, ocorreu o

avanço

desta nova forma

de

produçao para o oeste, destacando-se

como

produtores, os municípios

de

ljui, Cruz Alta, Santo Ângelo e Santa Rosa.

Nos

termos

de F

RANTZ

(1982), as granjas são reflexo

e

-síntese

de

duas

formações geofisicas distintas e

de

oposição

ou

de

complementaridade

entre

campo

e cidade, entre pecuarista e o agricultor.

“As granjas representam,

de

certa forma,

o

A

origem e evolução do cooperativismo no Rio Grande do Sul será abordada no capítulo 2.

Depois de 1919 registrou-se a- instalação dos Frigoríficos Swift, Armour Anglo no Rio Grande

do Sul.

A

base econômica dos frigorificos foi solidificada pelo capital estrangeiro.

"'

FRANTZ

(l982) As granjas são a síntese da economia pastoril e colonial. Os gmajeiros na

maioria são comerciantes, profissionais liberais, industriais e salvo alguns colonos. Sobo

patamar das facilidades de crédito oficial, aliado as condições regionais, lançaram-se no

plantio do trigo mecanizado.

(41)

40 [resultado] histórico dessa

ocupação

diferenciada,

mas

social

e economicamente

initer-re/acionada; elas

são

uma

espécie

de

síntese

de

cultivo:

o

patoril

e o

agrícola.

Emergem

das duas

formas

econômicas

anteriores, alimentando-se

dos

subsídios

go

vernamentais”. (FRAIV TZ; 1 982: 14)

Ainda a respeito das granies pode-se inferir

que

elas

são

o

resultado

da

formação histórica e

economica

gaúcha, isto éi, a pastoril

ou

campeira

e

a. colonial,

ou

agrícola.

Segundo

BRUM

(1988),

uma

parte

da

área

da

policultura colonial

conseguiu

um

relativo crescimento. econômico, tanto é

que

uma

pequena

i

parcela destes colonos e comerciantes conseguiram acumular capital

e

transferi-lo para a indústria. Este fato representou a

expansão

da classe

média

no

meio rural e o surgimento

dos

industriais agrários. principalmente

nos municípios

de

Ijuí, Panambi, Erechim ei Santa

Rosa

entre outros.

"Essas áreas experimentaram relativo

dinamismo e

expansão

econômica. Dentro

dos

padrões

da época

pode-se afirmar

o

surgimento

de

uma

extensa classe média rural que, graças

ao

resultado

da

comercialização

de

sua produção excedente,

passou

a dispor

de

certo

poder

aquisitivo

que

estimulou

o

aparecimento

e expansão de

atividades artesanais

e

de pequenos e médios

industrias,

bem

como

ativou

o

comércio".

(BRUM;19*88:30)

A

formação da classe media rural

gaúcha

se

deve ao aumento do

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