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Predição do desempenho combinado no remo em escaler a partir de características morfológicas, fisiológicas e de aptidão física

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(1)

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

PREDIÇÃO DO DESEMPENHO COMBINADO NO REMO EM ESCALER

A PARTIR DE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS,

FISIOLÓGICAS E DE APTIDÃO FÍSICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

EM AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO NA ATIVIDADE FÍSICA

FÁBIO BARRETO MAIA DA SILVA

ORIENTADORES:

JOÃO PAULO REIS GONÇALVES MOREIRA DE BRITO

VICTOR MACHADO REIS

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

PREDIÇÃO DO DESEMPENHO COMBINADO NO REMO EM ESCALER

A PARTIR DE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS,

FISIOLÓGICAS E DE APTIDÃO FÍSICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

EM AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO NA ACTIVIDADE FÍSICA

FÁBIO BARRETO MAIA DA SILVA

ORIENTADORES:

JOÃO PAULO REIS GONÇALVES MOREIRA DE BRITO

VICTOR MACHADO REIS

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Esta

dissertação

foi

expressamente

elaborada

como

parte

integrante

do

processo de avaliação do curso de 2° Ciclo

(Mestrado) em Ciências do Desporto,

Especialização em Avaliação e Prescrição

na Atividade Física.

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Silva, Fábio Barreto Maia da.

PREDIÇÃO DO DESEMPENHO COMBINADO NO REMO EM ESCALER

APARTIR DE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS, FISIOLÓGICAS E DE

APTIDÃO FÍSICA. Fábio Barreto Maia da Silva Vila Real: [s.n], 2015.

Orientadores: Professor Doutor João Paulo Reis Gonçalves Moreira Brito

Professor Doutor Victor Reis

Dissertação (Mestrado) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

PALAVRAS-CHAVE: Predição, Remo, Desempenho, Marinha do Brasil

(5)

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre estar comigo em todas as fases da minha vida, fazendo

superar as dificuldades.

Aos meus orientadores e amigos Professores Doutores João Paulo Reis

Gonçalves Moreira de Brito e Victor Machado Reis, por acreditarem em mim e no

trabalho, sempre me apoiando nas decisões para o melhor andamento da pesquisa.

À minha família, minha mãe Antônia Barreto por sempre acreditar em mim e

nunca me deixar desistir. Minha esposa Débora Ávila por sempre me esperar dessas

viajem para Vila Real

– Portugal, noites investidas nos estudos e ela sempre

disposta a me ajudar. Meus filhos Rafaela e Rafael Barreto por serem estas crianças

maravilhosas, amo todos vocês incondicionalmente.

A minha equipe de remo em escaler que participaram deste estudo como

voluntários, muito obrigado a todos vocês de todos os anos da Escola naval que me

acompanham desde 2009 até a presente data.

Ao Comandante da Escola Naval Almirante Campos por me liberar para

defender esta dissertação sem prejudicar os a fazeres na Escola Naval.

Ao Comandante do Corpo de Aspirantes Capitão-de-Mar-e-Guerra Rocha

Martins por sempre atender prontamente aos meus anseios para defender esta

dissertação, senhor ComCA muito obrigado de coração.

Aos meus amigos da Escola Naval especialmente da Formação Marinheira

que sempre me apoiaram em diversas fainas envolvendo o remo, e quando fiquei à

frente da divisão todos me auxiliaram da melhor forma possível.

Ao professor Celso por ter me ensinado tudo que sei hoje sobre remo em

escaler. Saiba professor que o senhor foi e sempre será muito importante nesta

carreira de técnico e preparador que estou remando, muito obrigado.

Ao Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1) Sydnei que me ajudou no início desta

carreira no remo. Comte muito obrigado pelo apoio e sempre estarei empenhado

mantendo içada a bandeira do remo com o senhor.

(6)

v

RESUMO

O Remo em escaler (RE) é uma embarcação que permite 10 remadores mais o

timoneiro, de popa quadrada e proa fina, com cinco bancadas com vogas,

sota-vogas, meios, sota-proas e proas, sendo dois remadores sentados em cada bordo,

posicionados lado a lado, são utilizados em competições Nacionais e Internacionais.

O objetivo foi verificar se o desempenho do barco pode ser predito pela média das

características físicas gerais dos remadores (morfológicas, fisiológicas, aptidão física

e performanceno remoergômetro). Participaram do estudo 20 atletas de remo em

escaler da Escola Naval, do sexo masculino, com idade entre 21,35 ± 0,98 anos. Os

remadores foram submetidos a um exame de absortometria radiológica de dupla

energia (DEXA), um teste máximo de 500 metros no remoergômetro e no barco na

água, testes de força máxima e o teste do consumo máximo de oxigênio no

remoergômetro. Foi utilizado o programa estatístico SPSS 16 para testar a

normalidade e homocedasticidade das variáveis e também ajustes de modelo de

regressão linear simples e múltipla. A velocidade média do barco na água

apresentou correlação e significativa estatistica com a estatura (r=0,46; p<0,05), com

a envergadura (r=0,46; p<0,05), com a velocidade média no remoergômetro (r=0,48;

p<0,05) e watt médio (r=0,41), apresentou ainda, que a envergadura tem um

coeficiente de determinação (R

2

=0,21; SEE=0,22) para velocidade média do barco e

o watt médio um coeficiente de determinação (R

2

=0,84; SEE=0,06) para a

velocidade média no remoergômetro. A regressão linear múltipla no modelo

antropometria apresentou (R2=0,25; SEE=0,26), a força (R2=0,45; SEE=0,25), a

força-potência (R2=0,43; SEE=0,23) e a combinação de todas as variáveis

apresentadas neste estudo (R2=0,59; SEE=0,28). Concluímos que a combinação

das variáveis parece explicar de melhor forma a variação da velocidade do barco do

que os demais modelos apresentados neste estudo. Estudos futuros devem ser

desenvolvidos com um numero maior de remadores e com mais variáveis, para

melhor explicar esta variação.

(7)

vi

ABSTRACT

The Rowing Jolly Boat (RE) is a boat that allows 10 rowers plus the helmsman,

square stern and fine bow, with five seats with stroke, after stroke, medium, props

and bows, two rowers are seated on each board, Positioned side by side, are used in

national and international competitions. The objective was to verify if the boat

performance can be predicted by the average of the general physical characteristics

of the rowers (morphological, physiological, physical fitness and performance

ergometer). Twenty rowing rower athletes of the Naval School, male, aged 21.35 ±

0.98 years, participated in the study. The rowers were submitted to a dual energy

radiological absorptiometry (DEXA) test, a maximum test of 500 meters in the

ergometer rowing and in the boat in the water, tests of maximum force and the test of

the maximum consumption of oxygen in the ergometer rowing. The statistical

program SPSS 16 was used to test the normality and homoscedasticity of variables

and also adjustments of simple and multiple linear regression model. The mean

velocity of the boat in the water presented significant correlation with height (r = 0.46,

p <0.05), with the wingspan (r = 0.46, p <0.05), with mean velocity (r = 0.48, p <0.05)

and mean watt (r = 0.41), also showed that the span has a coefficient of

determination (R

2

= 0.21, SEE = 0.22) For mean boat velocity and mean watt a

coefficient of determination (R

2

= 0.84; SEE = 0.06) for the mean velocity in the

ergometer rowing. The multiple linear regression in the anthropometry model

presented (R

2

= 0.25, SEE = 0.26), strength (R

2

= 0.45, SEE = 0.25), power-strength

(R

2

= 0.43, SEE = 0.23) and the combination of all the variables presented in this

study (R

2

= 0.59; SEE = 0.28). We conclude that the combination of the variables

seems to explain better the boat speed variation than the other models presented in

this study. Future studies should be developed with a larger number of rowers and

with more variables, to better explain this variation.

(8)

vii

ÍNDICE GERAL

LISTA DE FIGURAS... ix LISTA DE TABELAS... x LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...xi CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ...

CAPÍTULO 2 - OBJETIVOS ... Objetivo Geral ... Objetivos Específicos ...

CAPÍTULO 3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 3.1 Caracterização do Remo em Escaler e o Tradicional ... 3.2 Tipos de Prova... 3.3 Categorias ... 3.4 Embarcações... 3.5 Técnica da Remada ... 3.6 Fases da Remada... 3.7 Desempenho no Remo em Escaler e no Tradicional... 3.8 Antropometria no Remo em Escaler e no Tradicional...

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA ... 4.1 Participantes... 4.2 Desenho Experimental... 4.3 Materiais e Instrumentos... 4.4 Protocolo e Procedimentos para Avaliação da Força... 4.4.1 Teste de 1RM no Exercício Agachamento... 4.4.2 Teste de 1RM na Puxada Deitada... 4.4.3 Teste de 1RM para Levantamento Terra... 4.5 Protocolo e Procedimento para Avaliação Cardiorrespiratória... 4.6 Protocolo e Procedimento para o Teste Máximo de 500 metros na água... 4.7 Protocolo e Procedimento para o Teste Máximo de 500 metros no

Remoergômetro... 4.8 Protocolo e Procedimento para Avaliação Antropometrica... 4.9 Protocolo e Procedimento para Avaliação da Composição Corporal... 4.10 Ética em Pesquisa... 4.11 Análise Estatística... CAPÍTULO 5 - RESULTADOS ... CAPÍTULO 6 - DISCUSSÃO ... ... CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 2 4 5 5 6 7 8 8 9 11 12 14 17 19 20 21 22 23 24 24 24 25 27 28 28 29 29 30 32 35 40 42

(9)

viii

ANEXOS

ANEXO 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido... ANEXO 2 – Parecer Interno... ANEXO 3 – Aspectos Éticos...

50 53 55

(10)

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- barcos Scull (parelhos) e Shell (ponta)...10

Figura 2- redistribuição das bancadas-padrão arsenal da Marinha...11

Figura 3- Microciclo inicial do mesociclo básico do I macrociclo anual...20

Figura 4- Esquema de testes e exame durante nove semanas...21

Figura 5- I macrociclo anual da periodização tradicional para o remo em escaler...22

Figura 6- 1RM Levantamento Terra fase inicial e fase final...25

(11)

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Coeficiente de correlação intraclasse e média das diferenças...24 Tabela 2 – Teste incremental no remoergômetro...25 Tabela 3 – 20 barcos aleatorizados, cada número corresponde a um remador...28 Tabela 4 – Caracteristicas físicas e gerais dos remadores e a correlação com a velocidade média no barco e no remoergômetro em 500m...32

Tabela 5 – Equação de regressão linear múltipla, com aplicação do modelo Stepwise...33 Tabela 6 – Equação de regressão linear múltipla, com diferentes modelos...33

(12)

xi

LISTA DE SIGlAS E ABREVIATURAS

RE - Remo em escaler RT - Remo tradicional

VO2 - Volume minuto de consumo de oxigênio VO2 pico - Maior valor de consumo de oxigênio VE - Volume ventilatório

VCO2 - Volume minuto de dióxido de carbono DEXA - Absortometria de Raio-X de Dupla Energia CPM - Circuito Poder Marítimo

FC - Frequência cardíaca

FCmax - Frequência cardíaca máxima CDM - Comissão de Desporto da Marinha

FRERJ - Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro TFM - Teste de Força Máxima

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(14)

2

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

O Remo em escaler (RE) é uma embarcação que permite 10 remadores mais o timoneiro, de popa quadrada e proa fina, com cinco bancadas, um dos vogas, sota-vogas, meios, sota-proas e proas, sendo dois remadores sentados em cada bordo, posicionados lado a lado. A Marinha do Brasil promove uma competição entre organizações militares e clubes do Rio de Janeiro, o Circuito Poder Marítimo (CPM), coordenado pela Comissão de Desporto da Marinha (CDM) desde 2000, que passou a fazer parte do calendário da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro (FRERJ). (Bizerra, 2006) Na competição, o barco escaler possui um peso mínimo de 900 quilogramas e deve percorrer uma demarcação no mar, lagoa ou rio, chamado de raia, numa distância de 500 metros no menor tempo possível. As provas na categoria masculina duram de 2 minutos 40 segundo a 3 minutos e na categoria feminina de 3 minutos 10 segundos a 3 minutos 30 segundos, conforme dados da FRERJ.

O desempenho do barco a remo na água é afetado por condições ambientais como vento, chuva e frio (Smith & Hopkins, 2011), pela eficácia técnica do remador (Maestu, Jurimae, & Jurimae, 2005) e fatores fisiológicos como consumo máximo de oxigênio e concentração de lactato sanguíneo. (Smith & Hopkins, 2012) Mediante estas influências se utiliza o remoergômetro como estratégia de manter e aumentar o condicionamento físico, (Smith & Hopkins, 2012) e ainda possibilita a avaliação precisa das respostas metabólicas e cardiorrespiratórias durante o exercício (Bourdin, Messonnier, Hager, & Lacour, 2004; Maestu et al., 2005; Smith & Hopkins, 2011) bem como do desempenho (Cosgrove, Wilson, Watt, & Grant, 1999; Ingham, Whyte, Jones, & Nevill, 2002a; Riechman, Zoeller, Balasekaran, Goss, & Robertson, 2002; Smith & Hopkins, 2011). Alguns estudos demonstram que o consumo máximo de oxigênio, (Cosgrove et al., 1999; Riechman et al., 2002; Coen et al., 2003; Ingham et al., 2002) potência e a força máxima são preditores de desempenho no remoergômetro no teste máximo de 2000 metros. (Riechman et al., 2002; Coen et al., 2003; Jurimae et al., 2000) Outros estudos demonstram que o desempenho físico está relacionado com a composição e dimensão corporal do remador de alto nível, por serem fatores determinantes da força muscular e amplitude de movimento nas fases da remada. (Secher, 1983; Bourgois et al., 2000) Esta força muscular em valores absolutos é considerada preditor da performance tanto para remadores amadores como para experientes. (Izquierdo-Gabarren et al., 2010) Para medir a composição corporal com maior confiabilidade se utiliza a Absortometria de Raio-X de Dupla Energia (DEXA), (Houtkooper et

(15)

3 al., 2000) como uma técnica de referência. (Genton et al., 2002) Alguns estudos como (Brozek, 1963; Malina, 2007) tem conseguido estimar valores da composição corporal de forma segura, com erros menores. Estes dados em conjuntos podem predizer a performance no remo, pois, diferentes modelos de regressões foram descritos por Akça (2014) empregando componentes da potência anaeróbica, força e antropometria e combinações das variáveis para predizer a performance de maneira eficaz para o teste de 2000m no remoergômetro.

Apesar de diversos estudos terem se dedicado à predição do desempenho no remo, observa-se a inexistência de informações sobre, predição de desempenho para o barco em escaler na água nos 500 metros. Tal aspecto deve ser considerado devido a diferença técnica da remada empregada nesta embarcação associada à distância de prova. Este cenário limita a adequada tomada de decisão para compor uma embarcação, e ainda periodizar um treinamento para remadores em escaler.

(16)
(17)

5

CAPÍTULO 2 – OBJETIVOS

Objetivo geral

Verificar se o desempenho do barco pode ser predito pela média das características físicas gerais dos remadores (morfológicas, fisiológicas, aptidão física e desempenho no remoergômetro).

Objetivos Específicos

 Descrever as caracteristicas dos atletas de remo em escaler.

 Verificar a relação entre as caracteiristas físicas com o desempenho do barco e do remoergômetro.

 Verificar se a combinação das caracteristica física pode predizer o desempenho do barco na água.

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(19)

7

CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Caracterização do Remo em Escaler e o Tradicional

Os escaleres são embarcações a remo e vela, de proa fina e popa quadrada. Sua base estrutural foi elaborada pelo Arsenal da Marinha do Brasil, e eles possuem de três a seis bancadas, podendo ser de voga - um remador sentado ao lado do outro, com dois remos por bancada - ou de palamenta - com um remador sentado atrás do outro e apenas um remo por bancada. Os escaleres inicialmente eram usados para serviços leves no porto, possuindo um casco de madeira em um tipo de construção chamado de costado trincado, com as tábuas de madeira colocadas sobrepostas umas às outras. Nos dias atuais, os escaleres têm sido construídos na forma de costado liso, sendo em sua maioria estruturados em fibra de vidro. Na Marinha do Brasil o escaler é um barco tradicional, sendo usado para a formação marinheira, cerimoniais e, atualmente, em competições.

A primeira competição do Poder Marítimo de Remo Escaler foi realizada no ano de 2000, entre o Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, o Centro de Instrução Almirante Alexandrino, a Diretoria de Sistema de Armas da Marinha e o Centro de Instruções Almirante Wandenkolk, contando com a participação dos Clubes de Remo Olímpico localizados no Rio de Janeiro, como CR Flamengo, Botafogo FR e CR Vasco da Gama. Essa competição consagrou-se em uma festa do Remo e constituiu-se em uma grande confraternização entre as equipes, sendo o berço da criação do Circuito Poder Marítimo. O principal propósito é a divulgação do Poder Marítimo entre o público civil. Em 2001, foi criado um regulamento para a competição, baseado no Regulamento da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro (FRERJ), que, por sua vez, segue as diretrizes emanadas pela Fédération Internationaledes Sociétés d’Aviron (FISA).

O Regulamento vem sendo aperfeiçoado, para permitir que esta competição se equipare a um campeonato estadual. O circuito vem crescendo a cada ano e obtendo cada vez mais participantes, dentre eles podemos destacar algumas organizações militares da Marinha, como: Escola Naval, Esquadra, Corpo de Fuzileiros Navais, Colégio Naval, Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, Corpo de Intendentes da Marinha, Centro de Instrução Almirante Alexandrino, Centro de Instruções Almirante Wandenkolk, e alguns clubes filiados à Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro (FRERJ), como: Clube de

(20)

8 Regatas do Flamengo, Botafogo de Futebol e Regatas e Clube de Regatas Guanabara. (Bizerra, 2006)

A evolução do RT vem sendo disseminada ao longo da história desse esporte. Em 1800 a 1860 iniciou-se a fabricação de barcos de competição com braçadeiras, tolete móvel, encurtamento da largura do barco e o carrinho móvel. (Steinacker & Secher, 1993)O senhor John C. Babcock, do Nassau Boat Club, em 1857, desenvolveu o assento de madeira, com aproximadamente 64,52 centímetros, revestido de couro, com sulcos nas bordas, com a finalidade de deslizar em dois trilhos de bronze, que eram lubrificados com banha e percorriam de 25,40 a 30,48 centímetros. (Woodgate, 2011) O carrinho móvel foi a mudança mais importante para o remador, pois, quando os bancos eram fixos, a energia gerada pelo tronco e braço eram responsáveis pela propulsão do barco; com a implantação do carrinho móvel, o movimento de perna foi introduzido. Em 1869, Mister Babcock desenvolve um estudo para formar uma equipe com seis remadores, deslizando sobre carrinhos. A invenção não apresentou muito resultado, mas sua equipe obteve um ganho de força na remada, com este novo dispositivo. (Woodgate, 2011)

3.2 Tipos de Prova

Como no RE as competições são denominadas regatas, no início do circuito as competições eram de uma milha náutica (1.852 metros), que logo passaram para 1000 metros. Nos dias de hoje, as regatas são de 500 metros. Entre os meses de março a dezembro são realizadas as competições do CPM. No RT as provas são de 2000 metros e são aproximadamente 210 a 230 remadas. (Steinacker & Secher, 1993) No RE são aproximadamente 110 a 120 remadas.

3.3 Categorias

No RE os remadores são distribuídos nas seguintes categorias:

 Sênior – Categoria aberta, todos podem participar;

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9  Feminino – Somente atletas do sexo feminino;

 Aspirantes – É composta pelas equipes que estão iniciando a prática do remo no ano em curso;

 Veteranos – Seus componentes serão atletas com a idade de no mínimo 30 anos e com média de 36 anos; um atleta masculino, sem restrição de idade para ser o timoneiro;

 Mista – É composta por atletas masculino e feminino até 60%, do total dos 10 remadores. O timoneiro poderá ser masculino ou feminino.

3.4 Embarcações

Segundo, Secher, (1983) o remo tradicional (RT) é dividido em duas modalidades caracterizadas pelo tipo de embarcação, “Scull” e “Shell”. No barco “Scull”, também chamado remar em parelhos, o atleta utiliza dois remos, um em cada mão e, no “Shell”, ou remar em ponta, somente um remo. No RT as características do tipo de embarcações são bem divididas, tanto no “Scull” quanto no “Shell”, porém no RE ainda não foi determinado o tipo de modalidade da embarcação. Como os dez remadores no escaler utilizam um remo cada, poderíamos incluí-la na modalidade “Shell”.

No RT o número de remadores por embarcação varia com a classe. Nas embarcações de ponta, o número de remadores pode ser dois, quatro ou oito. Nas embarcações de parelhos um dois ou quatro remadores. (Mahler, Nelson, & Hagerman, 1984). As embarcações de ponta de dois e quatro remadores subdividem-se em dois tipos, com e sem timoneiro. As de oito remadores têm sempre timoneiro (Figura1). No RE são dez remadores no máximo, com timoneiro. O RT sofreu muitos desenvolvimentos ao longo do ano, por ter mais tempo de competição que o RE, que iniciou suas competições em 2000, a partir desde momento notou-se a necessidade de alterações em suas embarcações.

(22)

10

Figura 1 – barcos Scull (parelhos) e Shell (ponta) (Steinacker et al, 2000)

Em 2005, a Marinha do Brasil tratou de forma científica as relações de alavanca dos remos e a disposição dos remadores nesta embarcação, as quais exercem influência no desempenho do barco (Bizerra, 2006). Algumas organizações militares fizeram alterações em suas embarcações, tentando torná-las mais competitivas. Atualmente, os barcos utilizados para as competições são todos de voga, com dois remos por bancada, em que o atleta rema de palamenta simples e cada remador utiliza um único remo.

Os barcos vêm sofrendo modificações ao longo do tempo em suas bancadas, tanto em distância quanto em inclinação e tamanho, no intuito de inserir o movimento de perna, pois inicialmente a força gerada para deslocar a embarcação era somente do tronco e braço. O aumento das bancadas na direção de proa a popa, de 30 para 50 centímetros (Figuras 2 e 3), possibilitou um aumento na geração de força aplicada pelo membro inferior, tentando aproximar a mecânica da remada com o RT, e, com isso, o desempenho do barco tornou-se mais eficiente.

Algumas organizações militares ainda mantêm a bancada na distância de 30 centímetros, com ênfase no movimento do tronco e braço (Figura 3). No entanto, o barco em escaler denominado Manoela, utilizado nas competições do CPM pela Escola Naval Brasileira é uma embarcação de costado liso e de voga. Com cinco bancadas de 50 centímetros com uma distância de 55 centímetros entre as bancadas, oferecendo mais estabilidade para as bancadas e o barco. E ainda, proporciona uma posição mais confortável para remar. A figura 2 demonstra a evolução da bancada e as posições em que se dividem, conforme nomenclatura própria da Marinha do Brasil para as posições dos

(23)

11 remadores: o barco da esquerda é a nova configuração e o da direita a formatação padrão do Arsenal de Marinha (fabricante das embarcações).

Figura 2– redistribuição das bancadas – padrão arsenal da Marinha

3.5 Técnica da Remada

No RE ainda não foi descrita a cinesiologia da remada, mas podemos tomar como base a do RT, que envolve movimentos alternados de membros inferiores (MI) e membros superiores (MS), através de movimentos rítmicos e cíclicos. Também no RE os membros são acionados simultaneamente em cada fase da remada, diferentemente dos demais esportes, em que predomina a alternância do movimento. (Clarys & Cabri, 1993; MacIntosh, Neptune, & Horton, 2000) Podemos utilizar como referência o que é descrito na literatura sobre as quatro fases da remada: entrada, propulsão, finalização e recuperação, (Rodriguez, Rogriguez, Cook, & Sandborn, 1990) para comparar com as fases do RE, contudo a amplitude do movimento nas fases de propulsão e recuperação é menor, e ainda no RE não é realizado o giro do punho logo após a finalização; no RE a forqueta se mantém fixa na ascoma, evitando o movimento de giro na fase de recuperação.

No RE, como no RT, a entrada é a fase na qual o remador deixa o remo entrar na água. A fase de propulsão pode ser dividida em início pelos membros inferiores, meio pelo tronco e final pelos braços; assim a fase de propulsão é a de maior geração de força e

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12 potência, durante o ciclo da remada. A finalização é a fase em que o remador retira o remo da água e inicia a recuperação. A recuperação é a fase de retorno à posição inicial do movimento para o recomeço do ciclo, sendo uma fase em que não há produção significativa de força no RT. No RE não é utilizado o carrinho, então o remador tem que fazer força na fase de recuperação para voltar ao início do ciclo. Por esse motivo, realizou-se a alteração na inclinação da bancada, para tentar auxiliar o remador a retornar, economizando energia nesta fase.

Segundo (Cookson, Morrow, Nolte, & Spracklen, 2011) a técnica da remada consiste em três componentes principais:

1. Fase de drive, quando o barco está sendo impulsionado pelas ações dos remadores;

2. Fase de recuperação, quando o barco está desenvolvendo livremente, sem a força propulsora dos remadores a ser aplicadas; e

3. Dois elementos de transição da remada: a entrada da pá dentro da água no início da fase de drive e a retirada da pá da água, no fim da fase de propulsão.

Continua o autor afirmando que os três componentes da remada são caracterizados por um bom trabalho da pá através de todo o ciclo da remada, no qual a pá deve ficar na profundidade correta durante a propulsão; deve estar na altura correta fora da água durante a recuperação e entrar e sair da água limpa, não sair na diagonal, não jogar água para cima, não entrar nem sair antes do tempo e sem diferentes velocidades durante todo o ciclo. Cada um destes movimentos tem um impacto na velocidade do barco, o controle de velocidade, que minimiza as perdas potenciais. A fase de drive, fase de recuperação, a entrada e saída da pá são a essência do remo.

3.6 Fases da Remada

Podemos utilizar como referência as fases da remada do RT para o RE, contudo existem algumas limitações quanto à amplitude do movimento, tanto nas fases de propulsão quanto na de recuperação, pois o barco não possui carrinho, somente uma bancada de 60 cm para realização do deslize em cada fase. Ainda, o barco escaler tem a borda mais distante da água que o RT, assim, o remo encontra-se em posição diagonal à água. Na fase

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13 de finalização no RE não existe o giro do punho, a pá do remo se mantém na mesma posição em todo ciclo da remada. Segundo Mazzone, (1988) são quatro os componentes chaves para o desenvolvimento da remada: catch, drive, finalização e recuperação, sendo a fase drive dividida em três etapas:

1. Catch: é a fase em que o remador se encontra com a musculatura dorsal, os eretores da coluna relaxados, permitindo a flexão do tronco, com auxílio dos músculos abdominais. A ação dos músculos psoas maior, menor e ilíaco flexionam o quadril. O músculo sartório realiza um leve giro no quadril, permitindo a flexão do tronco entre as coxas, para obter um alcance máximo. Os isquiotibiais são contraídos quando o joelho é flexionado, e o quadríceps é alongado e flexionado na sua porção biarticular, o reto femoral. Os tornozelos estão em dorsiflexão pela ação do tibial anterior. Os membros superiores precisam deixar o remo entrar na água, em um movimento suave e coordenado. Os cotovelos se encontram estendidos pelo tríceps braquial, enquanto os ombros estão em flexão pela ação do deltóide anterior com contribuição da cabeça longa do bíceps braquial e do coracobraquial.

2. Drive: ênfase no MI; é a fase em que a maior força empregada é dos quadríceps, fazendo com que os joelhos se estendam, e o tornozelo realiza uma flexão plantar pela contração do gastrocnêmio e solear. Os extensores do quadril, glúteos, isquiotibiais, extensores lombosacros e eretores da coluna, nessa fase, estão em contração isométrica, dando estabilidade ao movimento. Nos MS todos os músculos dos ombros são contraídos, incluindo o supra e infraespinhal, redondo maior e menor e o bíceps braquial, as escápulas são estabilizadas pelo músculo serrátil anterior e o trapézio.

2.1 – Drive: ênfase no movimento do corpo; é a fase quando os joelhos estão se estendendo, o quadril também é estendido pela contração dos glúteos e isquiotibiais, e a extensão do tronco é gerada pelos eretores da coluna. Nos MS os cotovelos fazem flexão, pela ação do bíceps braquial, braquial e braquioradial. Nesse ponto, no RE a transição na geração de força do MI para o MS deve ser a mais rápida possível, pois o tempo destas fases é curto, por causa da menor amplitude de deslize em toda fase drive.

2.2 – Drive: ênfase do braço; é a fase quando os joelhos se encontram na máxima extensão e os tornozelos permanecem em flexão plantar. A extensão do quadril e da coluna está quase completa, os flexores dos cotovelos tornam-se dominantes na tração dos remos até o corpo, enquanto que os flexores e extensores ulnares do carpo estabilizam e abduzem o punho. Os antebraços encontram-se pronados e o

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14 ombro é estendido e abduzido. O ombro faz uma rotação medial pela ação do grande dorsal e o peitoral maior, enquanto o redondo menor, deltóide posterior e a cabeça longa do bíceps permanecem em contração, a escápula faz uma rotação inferiormente pela ação do peitoral menor e aduzida pelo trapézio e rombóides.

3. Finalização: os joelhos e quadris permanecem estendidos, enquanto os eretores da coluna continuam contraídos e os braços realizam rotação interna pela ação do latíssimo dorso. O cotovelo se encontra em flexão, mantendo o tríceps estendido. Nesta fase no RT é realizado um giro no punho do remo, para iniciar a fase de recuperação. No RE, esse giro no punho não é realizado, pois a forqueta mantém o remo fixo, não permitindo nenhum movimento do remo, pois não surtiria grande efeito na remada, porque a amplitude do movimento é curta tornando o ritmo de remada mais rápido, então não seria possível executar o mesmo movimento na fase de recuperação como no RT.

4. Recuperação: nessa fase os punhos são mantidos estendidos e os braços são afastados do corpo pela extensão completa do cotovelo feita pelo tríceps braquial. Os abdutores do punho relaxam, para permitir que as mãos se movam para uma posição neutra. O deltóide anterior se contrai e, juntamente com o coracobraquial e o bíceps braquial, elevam os MS. Durante este movimento, os abdominais produzem a flexão da coluna, e, uma vez que as mãos tenham passado da altura dos joelhos, o banco começa a se mover em direção à dorsiflexão de tornozelo e flexão de quadris e joelhos. Imediatamente antes de os joelhos alcançarem a máxima flexão, os punhos se flexionam e as mãos giram os remos para a posição de entrada novamente. No RE, esta fase exige um esforço do remador para retornar ao ponto inicial, pois a embarcação não possui o carrinho, fazendo com que o atleta tenha que executar o movimento de retorno. Uma tentativa de minimizar essa ação foi inclinar a bancada para auxiliar na fase de recuperação, fazendo com que o remador economize energia.

3.7 Desempenho no Remo em Escaler e no Tradicional

Em todo esporte os atletas buscam melhorar o desempenho, e no remo as condições ambientais são variáveis que não podem ser controladas, então o remoergômetro vem sendo utilizado na intenção de criar um ambiente sem estas interferências e ainda manter o princípio da especificidade.(Nolte, 2005) Segundo, (Hartmann, Mader, Wasser, & Klauer, 1993) na modalidade remo são utilizados dois modelos de remoergômetro, o Concept II e o

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15 GjESSING. Continuam os autores que o Concept II é o mais popular e a maioria dos treinadores tende a usar para testes e avaliações fisiológicas, obtendo dados sobre a capacidade física dos atletas. E ainda confirmam os mesmos autores que existem muitas vantagens neste remoergômetro, como os custos mais baixos, fácil mobilidade, menor ocupação de espaço e sua grande utilização pelos clubes.

Esta popularidade do remoergômetro continua aumentando, devido a publicações científicas focadas na possibilidade de utilizar este dispositivo na melhoria do desempenho. (Podstawski, Choszcz, Konopka, Klimczak, & Starczewski, 2014) Estas pesquisas abordam normalmente os esforços aeróbio e anaeróbio, em remadores competitivos e iniciantes. (J. Jurimae, Maestu, Purge, Jurimae, & Soot, 2002; Mikulic & Ruzic, 2008; Riechman et al., 2002; Sprague, Martin, Davidson, & Farrar, 2007) As competições em RT geralmente duram entre 6 e 8 minutos, numa distância de 2.000 metros, exigindo um alto grau de resistência. (Hagerman, Hagerman, & Mickelson, 1979) Estima-se uma contribuição aeróbia de 70 a 87%. (de Campos Mello, de Moraes Bertuzzi, Grangeiro, & Franchini, 2009; Secher, 1983) Com isso, os testes utilizados no remo ergômetro são os de 2.000 metros contra o relógio, teste de esforço incremental máximo (Smith & Hopkins, 2012) e Wingate 30 segundos modificado. (Riechman et al., 2002) Estes testes podem ser utilizados no RE, contudo devemos adaptar para a realidade da modalidade, aproximar a técnica da remada, pois a amplitude do movimento é menor e o tempo de prova dura aproximadamente 2 minutos e 45 segundos a 3 minutos e 10 segundos (Dados não publicados).

Consequentemente, serão mantidos os princípios de especificidade da individualidade. Todo este esforço da comunidade científica sempre será em busca da melhoria do desempenho. No RE parece que alguns fatores também influenciam no desempenho, como a eficiência da remada, pois, devido ao peso da embarcação a aplicação de força, em cada remada deve ser empregada de forma intensa. No RT, a eficiência da remada depende do fornecimento de energia dos sistemas aeróbio e anaeróbio, decorrente da técnica de remada. Essa eficiência pode ser expressa pela relação entre o custo energético e a velocidade do barco. (Maestu et al., 2005) No RE a distância da prova é de 500 metros, consequentemente o tempo de prova é menor, então parece que depende de um maior fornecimento de energia do sistema anaeróbio. Ao analisar os fatores fisiológicos que afetam o desempenho no RT, é importante entender que essa é uma modalidade predominantemente aeróbia.(Nolte, 2005) Verifica-se elevada potência aeróbia máxima de remadores em comparação com atletas de outras modalidades, além da grande capacidade aeróbia, (Hagerman, 1984; Maestu, Jurimae, & Jurimae, 2000; Secher, 1993) reforçada pelo estudo de (Peltonen et al., 1997) no qual foi demonstrado que o desempenho

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16 no remoergômetro é maior em uma situação de hiperóxia (2,3 ± 0,9%; p < 0,01) e menor em situação de hipóxia (5,3 ± 1,8%; p < 0,01), quando comparados a uma situação de normóxia. Esses resultados foram proporcionais ao oxigênio médio durante o esforço, que atingiu maiores valores com o maior fornecimento de oxigênio.

Alguns estudos têm buscado encontrar parâmetros de predição de desempenho em testes de 2.000 metros no remoergômetro. (Coen, Urhausen, & Kindermann, 2003; Cosgrove et al., 1999; Ingham, Whyte, Jones, & Nevill, 2002a; Riechman et al., 2002) Os parâmetros que mais têm apresentado relação com o desempenho no remo são o limiar anaeróbio e o consumo máximo de oxigênio. Porém, alguns estudos têm procurado demonstrar que parâmetros anaeróbios também podem ser associados ao desempenho no remo. (Ingham et al., 2002a; Jurimae, Maestu, Jurimae, & Pihl, 2000; Riechman et al., 2002) Para o RE, parece que estes parâmetros anaeróbios são melhores preditores de desempenho do que os aeróbios. O VO2pico observado nas simulações de prova no remoergômetro é o maior valor de oxigênio observado durante o teste progressivo. Apesar disso, a maioria dos pesquisadores utiliza o consumo máximo de oxigênio no teste progressivo na avaliação de atletas de remo. (Bourdin et al., 2004; Cosgrove et al., 1999; Ingham et al., 2002a; Kramer et al., 1994) Em estudo de Hargerman, (1984) avaliou os remadores da seleção olímpica dos Estados Unidos da América de 1987 e encontrou valores de oxigênio máximo absolutos de 7 litros por minuto e relativos de 80 ml.kg-1.min-1 para remadores da categoria aberta, e de 6 litros por minuto e 85 ml.kg-1.min-1 para remadores da categoria leve. No RE, um teste de três minutos no remoergômetro poderia demonstrar melhor correlação com o desempenho conjunto do barco, pois este é o tempo médio de prova, visto que o VO2 pico não apresenta correlação com o barco conjunto na água.

Com o aumento nas pesquisas sobre desempenho, a velocidade do barco é um bom preditor, e sua medição se tornou popular durante os treinos e competições (Patterson, 2011). Um dispositivo mais confiável que o cronômetro que mede o tempo, velocidade e distância com precisão é o sistema de posicionamento global (GPS). Sua utilização vem aumentando no decorrer dos anos, devido a pesquisas relacionando velocidade com desempenho (Smith & Hopkins, 2012). No RE, como o barco apresenta maior estabilidade, podemos transportar um GPS nos treinos, para verificar e acompanhar a evolução da distância e o pico de velocidade alcançada.

Uma grande evolução está sendo o remoergômetro na água, que possibilita medir a produção de energia do remador. (Kleshnev, 2010) Estes ergômetros calculam potência de

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17 cada remada a partir de dados cinéticos medidos por sensores nas forquetas e/ou no remo (Baudouin & Hawkins, 2004). No entanto, alguns autores aconselham cautela com o uso destes ergômetros, por serem de custo elevado, e por demorar a instalar e calibrar, pois ainda são poucas as pesquisas que apresentam os erros da medida. O remoergômetro tradicional apresenta erros, mas são aceitáveis e apresentam a melhor medida de desempenho para o remo em geral. (Smith & Hopkins, 2012)

3.8 Antropometria no Remo em Escaler e no Tradicional

O remo é uma modalidade desportiva com duas categorias de pesos, a sem restrições de peso e peso leve. Para homens, consideramos peso leve os remadores que pesem até 72,5 quilogramas individualmente e a média da equipe seja de 70 quilogramas. No RE não tem categoria por peso corporal, somente duas categorias por idade o sub-24 e o veterano, a mista tem que ter 60% de mulheres e o restante de homens e as demais categorias não apresentam uma exigência específica. A única restrição de peso é com o barco, que deve ter no mínimo 900 quilogramas. As características antropométricas dos atletas podem ser usadas pelos treinadores como critério de seleção em idades precoces. (Bourgois et al., 2000) Os dados antropométricos podem ser considerados como um importante preditor de desempenho, quando adicionado à técnica do movimento e à experiência. (Akca, 2014) Estudos demonstram correlação entre desempenho e massa muscular e peso corporal em atletas pesos leve e sem restrições de peso. (Bourgois et al., 2000; Jurimae et al., 2000) No entanto é importante acompanhar de formar eficaz o peso corporal, pois sua restrição pode limitar o aumento de massa magra, que é um preditor de desempenho.(Bourgois et al., 2000; Kerr et al., 2007)

Segundo Nolte (2005), a média dos remadores da categoria sem restrições de peso é de aproximadamente 197 centímetros de altura e 95 quilogramas de peso corporal. Idealmente, o percentual de gordura não deveria exceder 8% de gordura. Na prática, muitos dados são somente determinados em procedimentos indiretos, portanto são somente estimativas. Baseado na estatura, peso e percentual de gordura, a massa muscular ideal do remador de elite sem restrições de peso deve ser de 52% do peso corporal, está distribuída em 85% de massa muscular. A massa corporal ideal é resultado do aumento corporal com qualidade e treino controlado. Parece que se o treinamento for iniciado a partir dos 16 anos, após 10 ou 15 anos de treino, poderá adquirir fundamentação para aumentar o

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18 desempenho. De acordo com estudos sobre o sucesso do remador, apresentam média de estatura para homens com 16 anos de 187 centímetros e a média do peso de 82 quilogramas. Baseado na estatura e peso, a massa corporal ideal desses remadores é de 48 percentuais, não muito distante do ideal de 52 percentuais. Até os 19 anos, a estatura aumenta cerca de 10 centímetros e peso corporal 12 quilogramas. Aproximadamente 85 percentuais deste aumento no peso e músculo, estão entre 16 para 20 anos. A potência relativa baseada no aumento do peso corporal é pequena, mas a força e a potência absoluta apresentam expressivos aumentos.(Nolte, 2005)

O estudo de (Kerr, Ackland, & Schreiner, 1995) recomenda que a coleta de dados antropométricos por investigadores seja de maneira não invasiva e não interfira no desempenho do atleta. Continuam os autores afirmando que a maior vantagem de se utilizar a antropometria para estudo da composição do atleta é a quantidade de dados que podem ser coletados rapidamente. Contudo, existem muitos métodos de avaliação física de maneira indireta, mas somente a dissecação de cadáveres, que é o método de avaliação direta, pode fornecer validação teórica para o procedimento indireto. (Kerr et al., 1995) Um desses métodos diretos é a absortometria radiológica de dupla energia (DEXA), aceito como um dos métodos válidos de análise da composição corporal, (Prior et al., 1997) permitindo uma estimativa rápida e não invasiva da gordura corporal, com uma mínima exposição à radiação (van der Ploeg, Gunn, Withers, & Modra, 2003) e tem a vantagem de um modelo de três compartimentos de composição corporal que quantifica a massa magra, gorda e óssea (Prior et al., 1997) e tem sido utilizado como referência para o cálculo da massa muscular, embora as informações produzidas por esse método sejam obtidas de forma indireta. Entretanto, considerando que grande parte da massa corporal livre de gordura e de osso de membros superiores e inferiores é composta por massa magra, e que grande quantidade da massa magra do corpo está presente nos membros, a DEXA é considerada um bom instrumento para avaliação da massa magra em humanos. (Kim et al., 2004) A DEXA foi validada confrontando vários modelos multicompartimentais em jovens, (Clasey et al., 1999; Prior et al., 1997) idade (Clasey et al., 1999) e uma ampla faixa etária de indivíduos sedentários e saudáveis.(Gallagher et al., 2000)

Como em todo esporte, a antropometria é importante para prescrever, elaborar, modificar e acompanhar o treinamento do atleta. Podemos utilizar os mesmos métodos antropométricos no RE e parece que ainda não foram realizadas pesquisas sobre qual a característica do remador em escaler.

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CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA

4.1 Participantes

Participaram do estudo 20 atletas de remo em escaler da Escola Naval, do sexo masculino, com idade entre 21,35 ± 0,98 anos. Todos mantêm treinamento semanal entre 10 a 15 horas, de segunda a sexta-feira conforme exemplo de uma semana de treino na figura 3, sendo apresentados os tipos de treinamento por tempo.

Para caracterizar os participantes, todos foram submetidos a testes e exame no aparelho de absortometria de raio-X de dupla energia (DEXA), para avaliar a composição corporal, peso, estatura, força máxima no agachamento, remada deitada e terra, teste máximo de 500 metros no remoergômetro e teste máximo de 500 metros no barco.

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Alongamento Circuito/Força Remo

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21

4.2 Desenho Experimental

Os remadores foram submetidos a um exame e quatro testes, sendo o exame a absortometria de raio-X de dupla energia (DEXA), no Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD). Na primeira semana foram realizados os testes de uma repetição máxima (1RM) no agachamento, remada deitada e levantamento terra. Na segunda semana o teste incremental no remoergômetro com o analisador de gases respiratórios, sempre no período da tarde. Na terceira até a nona semana foram os testes na água, no qual os atletas foram aleatorizados e formaram 20 diferentes tripulações, sempre no período da manhã um estímulo máximo de 500 metros, e cada remador teve intervalo mínimo de 48 horas, conforme tabela 3. Na nona semana após 48 horas do término do teste na água, os testes no remoergômetro de 500 metros máximo contra o relógio foram realizados.

Para testar a confiabilidade dos dados, os testes no remoergômetrode 500 metros contra o relógio e os de força foram retestados após 72 horas. Todos os testes e exame ocorreram durante nove semanas conforme figura 4, dentro do I macrociclo anual da periodização tradicional para o RE apresentado na figura 5.

Figura 4– Esquema de testes e exame durante nove semanas.

Abreviações da figura 4:

TFM - testes de força máxima;

S1 - semana um; S2 - semana dois; S9 - semana nove;

HNMD - Hospital Naval Marcilio Dias; e

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22

MACROCICLO I

PERIODIZAÇÃO TRADICIONAL PARA O REMO EM ESCALER

PERÍODO PREPARAÇÃO GERAL PPE

SEMANA 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 MICROCICLO S S I O O C R E O O C R E E O C E E N R R H E S R R H E S S R H L L I D D O C T D D O C T T D O E E C I I Q U A I I Q U A A I Q Ç Ç I N N U P B N N U P B B N U Ã Ã A Á Á E E I Á Á E E I I Á E O O L R R R L R R R L L R I I A I I I A I I I O O T Z O O T Z Z O I A I A A V D V D D O O O O O R R R

MESOCICLO INICIAL BÁSICO ORDINÁRIO ESTABILIZADOR

MESES FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO

COMPETIÇÕES X X X TFM (1RM) X Vo2 pico X 500m barco X X X X X X X 500m RE X DEXA (HNMD) X X X X X

Figura 5 – I macrociclo anual da periodização tradicional para o remo em escaler

4.3 Materiais e Instrumentos

Para avaliação da aptidão cardiorrespiratória foi realizado teste incremental (Crouter, Antczak, Hudak, DellaValle, & Haas, 2006) adaptado para esse estudo, em um remoergômetro da marca Concept II, modelo D (Concept, Morrivile, VT, Estados Unidos). A análise de gases respiratórios foi efetuada com o instrumento MedGraphics VO2000® (Medical Graphics Corporation, St. Paul, MN, Estados Unidos), e foram avaliados os seguintes parâmetros: consumo máximo de oxigênio (VO2max), pico de consumo de oxigênio (VO2pico), volume ventilatório (VE) e de produção de dióxido carbônico (VCO2), razão de trocas respiratórias (R), frequência respiratória (FR), volume de oxigênio (VO2). Foram realizados testes de calibração do analisador de gases, antes de cada utilização, seguindo as instruções do fornecedor. A frequência cardíaca (FC) foi avaliada através do instrumento

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23 acoplado no próprio VO2000. Para avaliação da composição corporal foi utilizado o aparelho de absortometria de raio-X de dupla energia (DEXA) da marca Lunar DPX NT+73983 (GE Healthcare, Lunar Madison, Wisconsin, Estados Unidos).

Os testes na água foram sempre no mesmo horário e com um mínimo de 48 horas de intervalo para cada remador,foi utilizado pelo timoneiro o GPSMAP 76CSx (GarminInternational, Inc. Olathe, Kansas, Estados Unidos), para confirmação da distância. Foi utilizado o mesmo barco, os 10 remos Concept II Big Blade e estratégia de prova adotada para as 20 guarnições. Nas 10 primeiras remadas, os atletas utilizaram um ritmo mais lento para deslocar a embarcação, com o movimento completo de perna, tronco e braço. Em seguida, este ritmo foi aumentado para 45 remadas por minuto, até completarem o percurso de 500 metros. Todas as guarnições tiveram o mesmo timoneiro, que emitiu comandos e estímulos padronizados.

4.4 Protocolo e Procedimentos para Avaliação da Força

O teste de uma repetição máxima (1RM) para os exercícios dos membros superiores e inferiores foram realizados em dias diferentes, a fim de que os remadores pudessem ter um intervalo de recuperação de no mínimo 48 horas, entre os testes envolvendo o mesmo membro. Para a realização dos exercícios com utilização de pesos livres, os atletas seguiram as seguintes instruções: realizar o exercício uma vez, com a máxima carga possível, sem cometer falhas técnicas na execução do movimento. “Falha técnica definida como o momento onde movimentos compensatórios ocorrem, ou é necessário auxílio na execução”. (Ed. McNeely, 2000) Entre cada tentativa de um mesmo exercício foi realizado um intervalo de cinco minutos de descanso passivo e, entre diferentes exercícios, um intervalo de 24 horas. Caso não se respeite os padrões determinados, a tentativa seria invalidada. O avaliador se posicionou em cada teste para ter melhor visão, a uma distância aproximada de dois metros. Para testar a repetibilidade dos dados, após 72 horas do teste, todos os remadores realizaram o reteste, que seguiram os mesmos parâmetros do teste. O coeficiente de correlação de intraclasse e a média da diferença entre o teste e o reteste são apresentados na tabela 1.

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Tabela 1 - Coeficiente de correlação intraclasse e média das diferenças.

Testes ICC Med (dif)

F.M. terra (kg) 0,99 -0,4+/-1,39

F.M. agachamento (kg) 0,99 -0,6+/-1,60

F.M. remada deitada (kg) 1 0,00+/-0,00

500 m no remoergômetro 0,92 -0,01+/-0,01

4.4.1 Teste de 1RM no Exercício Agachamento

O atleta foi orientado para que flexionasse simultaneamente os joelhos, com a barra apoiada nos ombros até atingir o ângulo de 90°. Foi colocado um banco atrás, para que o mesmo pudesse flexionar os joelhos até o ângulo definido e imediatamente voltar à posição inicial, assim que os glúteos tocassem no banco. Foi considerado 1RM quando o atleta, conseguisse flexionar os joelhos até encostar os glúteos no banco e voltar à posição inicial sem ajuda externa. Eventual ajuda externa só ocorreria por questões de segurança. (Souza Junior et al., 2007)

4.4.2 Teste de 1RM na Puxada Deitada

O atleta se posicionou em decúbito ventral segurando a barra com um afastamento entre as mãos aproximadamente igual à largura dos seus ombros. A altura da prancha, em relação ao solo, foi regulada para permitir que o atleta estendesse completamente o cotovelo. Os pés do atleta foram fixados à prancha por um outro atleta. Como critério para a validação do exercício, o atleta teve que realizar a remada até que a barra tocasse a prancha. (McNeely, Sandler, & Bamel, 2005)

4.4.3 Teste de 1RM para Levantamento Terra

O atleta se posicionou na frente da barra e, pegou a barra com uma mão em pronação a outra em supinação e realizou o movimento de extensão dos joelhos juntamente com o tronco e voltou ao ponto inicial (Souza Junior et al., 2007) conforme figura 6.

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Figura 6–1RM Levantamento Terra fase inicial e fase final.

4.5 Protocolo e Procedimento para Avaliação Cardiorrespiratória

O protocolo do teste incremental utilizado no presente estudo para determinar o VO2pico dos atletas foi apresentado por (Howley, Bassett, & Welch, 1995; Riechman et al., 2002; Crouter et al., 2006) e adaptado para o RE (tabela 2).

Tabela 2 – Teste incremental no remoergômetro Estágios Potência (watts) Tempo (min)

1º Estágio 100 2 2º Estágio 125 4 3º Estágio 150 6 4º Estágio 175 8 5º Estágio 200 10 6º Estágio 225 12 7º Estágio 250 14 8º Estágio 275 16 9º Estágio 300 18

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26 Os valores de VO2 foram registrados “respiração-a-respiração”, sendo depois expurgados os dados inválidos e realizadas médias de dados em intervalos de 15 segundos. (Aisbett & Le Rossignol, 2003) Segundo alguns autores (Lamarra, Whipp, Ward, & Wasserman, 1987; Rossiter et al., 2000) as flutuações no VO2 medido através do método de “respiração-a-respiração”, em conjunto com as flutuações do volume tidal e as consequentes alterações no fluxo sanguíneo pulmonar resultante de alterações na pressão pleural, são fortemente influenciadas por respirações mais ou menos esforçadas, tais como “tosses” ou “expirações forçadas”. A diferença permitida entre os três valores médios consecutivos de 15 segundos (filtragem efetuada no software por averaging) para se obter a estabilização no VO2 deverá ser inferior a 2,1 ml.kg-1.min-1. (Whipp, Ward & Rossiter, 2005)

Para o teste, os atletas realizaram um aquecimento de 10 minutos livre, no remoergômetro, ajustado com a maior resistência (configuração em 10). Os remadores tiveram que manter de 28 a 30 remadas por minuto. No 1º estágio a potência foi de 100 watts, sendo que a mesma foi elevada 25 watts de dois em dois minutos em cada estágio, tal como demonstra a tabela 2. Ao mudar de estágio, o investigador registrou a mudança no analisador de gases e FC. Durante o teste, o investigador questionou os sujeitos, através de linguagem gestual, se tudo está bem com os mesmos. O término do teste foi ditado pela incapacidade de manter a potência requerida até três remadas.

Os critérios utilizados para a garantia da obtenção do VO2 serão os seguintes:

- Valor de consumo de oxigênio a partir do qual um aumento da intensidade do esforço provoca uma estabilização ou mesmo uma ligeira queda do VO2;

- Exaustão volitiva;

- Percepção subjetiva de esforço de 10 (escala de Borg modificada);

- Obtenção de 95% da FC máxima; e

- Razão de trocas respiratórias superior a 1,15.

Com o término do teste, esse momento foi registrado no analisador de gases, através do investigador e aos sujeitos foi pedido que continuassem em movimento no remoergômetro para recuperação. Posteriormente foi retirada a máscara, bem como a totalidade do analisador de gases.

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4.6 Protocolo e Procedimento para o Teste Máximo de 500 metros na água

Para o teste de desempenho no barco, os remadores foram aleatorizados no Excel, formando 20 diferentes tripulações, consequentemente 20 barcos distintos conforme demonstrado na tabela 3. Os testes máximos de 500 metros na água ocorreram durante sete semanas consecutivas, sempre no período da manhã, às 5h50min, com o uso do GPS Garmin MAP 76CSx (figura 7) para confirmação da distância. Foram utilizados os10 remos da Concept II Big Blade e o barco para todas as tripulações. Foi realizado um aquecimento de 10 minutos com 36 remadas por minuto, intervalo de 2 minutos. Após intervalo foi adotado a estratégia, para todos os barcos, que nas primeiras dez remadas, seja, um ritmo mais lento, para retirar a embarcação da inércia, utilizando o movimento completo de perna, tronco e braço; em seguida, o ritmo aumenta para 45 remadas por minuto, até completar o percurso de 500 metros. Todas as guarnições tiveram o mesmo timoneiro, que emitiu comandos e estímulos padronizados. Nas semanas de três a nove foram testadas três guarnições por semana, as segundas, quartas e sextas-feiras, perfazendo um total de 18 guarnições; na semana sete, as duas últimas, na segunda e quarta-feira, num total após as sete semanas que foram completados os 20 barcos aleatorizados, cada atleta realizou uma média de 12 a 14 participações em cada guarnição, com intervalo mínimo de 48 horas.

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Tabela 3 – 20 barcos aleatorizados, cada número corresponde a um remador. BARCOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 3 2 1 1 3 2 1 2 2 1 2 1 1 3 4 1 1 2 3 1 4 9 5 2 4 3 4 3 4 4 3 4 4 5 5 3 2 6 4 2 5 10 7 6 5 7 5 6 6 5 7 5 5 6 6 5 4 8 5 6 6 11 8 8 6 9 6 9 7 6 11 7 8 8 7 7 8 10 6 7 7 13 12 10 7 10 11 10 8 7 14 8 9 11 8 10 11 11 7 8 8 14 13 16 8 11 12 11 9 8 15 13 11 15 9 13 12 13 8 9 10 16 15 17 11 13 13 12 13 9 16 15 12 16 10 14 13 15 11 10 12 18 16 18 13 14 14 14 15 10 17 17 13 17 12 16 15 16 13 11 15 19 19 19 15 16 15 17 17 16 18 18 16 19 16 17 18 17 16 15 18 20 20 20 20 19 20 18 19 20 19 20 20 20 18 19 19 19 20 20

4.7 Protocolo e Procedimento para o Teste Máximo de 500 metros no

remoergômetro

Depois de um aquecimento de 10 minutos no remoergômetro com uma carga de autosselecionado, o teste máximo de 500 metros foi realizado em uma máquina de remo Concept II modelo D (Concept, Morrivile, VT, Estados Unidos) utilizando a maior resistência (configuração máquina em 10). Os remadores foram instruídos para percorrer os 500 metros no menor tempo possível, sendo iniciado no momento que quiserem. (Lindberg, Oksa, Gavhed, & Malm, 2013) Para testar a repetibilidade dos dados, após 72 horas do teste todos os remadores realizaram o reteste, que seguiram os mesmos parâmetros do teste.

4.8 Protocolo e Procedimento para Avaliação Antropométrica

Antes da realização do exame, irá proceder-se à medição e registro da altura e peso de cada praticante, assim como à determinação do índice de massa corporal. Os sujeitos se encontravam descalços e em calção de banho no momento da medição, para que fique visível a posição do corpo. Depois de aferida a balança, os indivíduos se colocavam no centro da plataforma da balança, com o peso bem distribuído sobre os dois pés e a olhar em frente. A leitura foi feita com aproximação aos quilogramas. Para mensuração da massa corporal total, foi utilizada uma balança digital Welmy 300 (Welmy, Brasil), com divisões de

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29 50 gramas. Após a calibração da balança, o avaliado se posicionou em pé, no centro da balança. A leitura foi efetuada quando o valor do display se estabilizou. A massa corporal foi registrada em quilogramas (kg). (Petroski, 1995) Para determinação da estatura, foi utilizado um estadiômetro móvel Sanny (Sanny, Brasil) com escala em 0,1 centímetro (cm). De acordo com (Petroski, 1995), a estatura compreende a distância entre o vértex (ponto mais alto da cabeça) e a planta dos pés, estando à cabeça de acordo com o plano de Frankfurt. O avaliado, descalço, se posicionou em pé, mantendo os calcanhares, a cintura pélvica, a cintura escapular e a região occipital em contato com o estadiômetro; após o avaliado ter realizado uma inspiração máxima seguida por apneia, foi registrado sua estatura em centímetros, com precisão de 0,1cm. A envergadura foi medida na distância entre o dedo médio direito ao esquerdo, com o avaliado em pé e os braços em abdução de 90° com o tronco, os cotovelos estendidos e os antebraços supinados.

4.9 Protocolo e Procedimento para Avaliação da Composição Corporal

Foi utilizado o aparelho de absortometria de raio-X de dupla energia (DEXA) da marca Lunar DPX NT+73983 - GE Healthcare, para avaliar a composição corporal e densidade mineral óssea por segmento e total. O exame foi realizado no HNMD no serviço de reumatologia-densitometria óssea, pelos técnicos especializados. Os atletas estavam com bermuda e camisa sem manga, e foram necessários os dados de peso, estatura e data de nascimento para que o programa do DEXA iniciasse o exame.

4.10 Ética em Pesquisa

Todos os voluntários do estudo foram esclarecidos quanto aos objetivos, riscos e benefícios da pesquisa antes da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1), sendo garantido o sigilo e confidencialidade das informações individuais, e que só dados serão divulgados a comunidade científica, de acordo com as normas para a realização de Pesquisas envolvendo Seres Humanos, atendendo aos critérios da Bioética do Conselho Nacional de Saúde na sua Resolução 466/12. O estudo recebeu aprovação institucional da Escola Naval Brasileira com o Parecer Interno 012/14 (ANEXO 2), quanto aos seus aspectos éticos (ANEXO 3).

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4.11 Análise Estatística

Foram utilizados procedimentos estatísticos para caracterizar os valores das diferentes variáveis em termos de tendência central e dispersão. A análise inferencial foi testada e a normalidade e homocedasticidade das variáveis através do teste Kolmogorov Smirnov e do teste Levene. A estatística descritiva foi calculada para todas as variáveis e o coeficiente de correlação de Pearson (r) examinou a relação entre a velocidade média do barco e do remoergômetro com as variáveis restantes. A análise de regressão linear múltipla foi calculada com a aplicação do modelo Stepwise, que apresentou a variável que agrega contribuição significativa a explicação da variação da resposta. E ainda, foram ajustados quatro modelos de regressão linear múltipla que utilizaram: 1 – antropometria utilizando o resultado antropométrico; 2 – força com o resultado da força que combinou as variáveis antropométricas com os testes de 1RM; 3 – força – potência com o resultado da força-potência que combinou os testes de 1RM com os watts; e a 4 – combinação de todos os resultados. A confiabilidade do modelo de regressão foi expressa pelo coeficiente de determinação (R2) e o erro padrão da estimativa (SEE). O nível de significância foi fixado em p<0.05. Os dados foram analisados com o software estatístico SPSS 16.0 (Chicago, IL, USA).

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CAPÍTULO 5 – RESULTADOS

As características físicas gerais dos remadores e a correlação com a velocidade média nos barcos e no remoergômetro em 500m são apresentados na tabela 4.

Tabela 4 – Características físicas e gerais dos remadores e a correlação com a velocidade média no barco e no remoergômetro em 500m.

Variáveis Média

Desvio-Padrão Mínimo Máximo

r (500m) Barco r (500m) ergômetro Idades (anos) 21,35 0,98 19,00 23,00 0,09 -0,17 Estatura (cm) 174,72 6,29 165,00 189,00 0,46* 0,46* Envergadura (cm) 185,18 6,66 174,90 200,30 0,46* 0,46* Massa corporal (kg) 79,06 6,06 69,00 89,90 0,10 0,44* Massa Magra (kg) 62,00 4,22 56,77 69,40 0,20 0,37 Massa Gorda (kg) 13,33 5,18 5,79 20,78 -0,02 -0,16 Percentual de gordura (%) 17,21 5,56 7,40 24,50 0,08 0,21 VO2 Pico (ml/kg/min) 50,32 6,81 40,19 67,52 -0,24 -0,02 FC Pico (bpm) 203,60 2,43 200,00 208,00 -0,03 -0,17 1RM levantamento terra (kg) 135,50 25,60 102,00 182,00 0,15 0,50* 1RM agachamento (kg) 127,50 19,86 98,00 158,00 0,12 0,31 1RM remada deitada (kg) 86,00 5,98 72,00 92,00 -0,18 0,10 Watt máximo (watt) 697,85 103,08 542,00 896,00 0,17 0,33 Watt médio (watt) 433,65 41,87 358,00 505,00 0,41 0,91* Vel. remoergômetro (m/s) 6,26 0,16 6,00 6,51 0,48* 1

Vel. barco (m/s) 3,12 0,25 2,74 3,37 1 0,48*

*p<0,05

Na tabela 5 são apresentadas as análises de regressão linear múltipla com a aplicação do método Stepwise e a única variável que teve influência significativa sobre a velocidade média dos barcos foi a envergadura que consegue explicar 21% da variação da velocidade. E quanto a velocidade média do remoergômetro o watt médio consegue explicar 84% desta variação na velocidade.

Imagem

Figura 3 – Microciclo inicial do mesociclo básico do I macrociclo anual.
Figura 5 – I macrociclo anual da periodização tradicional para o remo em escaler
Tabela 2 – Teste incremental no remoergômetro  Estágios  Potência (watts)  Tempo (min)
Tabela 4 – Características físicas e gerais dos remadores e a correlação com a velocidade  média no barco e no remoergômetro em 500m
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Referências

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