OS
EFÇITQS
AUDITIVOS E
EXTRA-AUDITIVOS
DA EXPOSIÇÃO
A
MUSICA
ELETRONICAMENTE
AMPLIFICADA
EM
TRABALHADORES
DE
DANCETERIA
Dissertaçao de Mestrado Sabrina Vieira
da Luz
LoureiroFlorianópolis
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa
de Pós-graduaçãoem
`Engenharia
de Produção
~
OS
EFEITQS
AUDITIVOS E
EXTRA-AUDITIVOS
DA EXPOSIÇAO
A MUSICAELETRONICAMENTE
AMPLIFICADA
EM
TRABALHADORES
DE
DANCETERIA
Sabrina Vieira
da
Luz LoureiroDissertaçao apresentada
ao
Programa
de Pós-graduaçãoem
Engenhariade Produção da
r
Universidade Federal
de
Santa Catarinacomo
requisito parcial para obtençãoFlorianópolis
_
2002
do título de Mestre
em
Sabrina
Vieirada
Luz
Loureiro
OS
EFEITQS
AUDITIVOS
E
EXTRA-AUDITIVOS
DA EXPOSIÇAO
'A
MUSICA
ELETRONICAMENTE
AMPLIFICADA
EM
TRABALHADORES
DE
DANCETERIA
Esta dissertaçao
foijulgada
e
aprovada
para a
obtenção
do
títulode
Mestre
em
Engenharia
de
Produção no
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de Produção
da
Universidade Federal
de Santa
Catarina
Florianópolis,
25 de
março
de
2002
Prof.
Ricardo~d~a
Barcia,Ph.D.
Coorí:lenadordoC
so
z
J
À/ . i,
z/'
BANCA
EXAMINADORA
./
' 'amir Nagi Yousri Gerges, Ph.D. rientador ç
“Profa
LeilaGontijo,DrÚ
Profa. heilaAndr
alén,Dra.iii
Aos
meus
pais,Newton
e
Dulce
pelo
exemplo de
vida.`
Ao
meu
marido,Gean
pelo carinhoem
todosos
Agradecimentos
À
Universidade Federalde Santa
Catarina, à Universidadedo
Valedo
Itajaí,ao
orientador Prof.Samir Gerges,
pelos
ensinamentos
constantes.Aos
professoresdo Curso de Pós-graduação,
Aos
professoresda
Universidadedo
Valedo
Itajaí,em
especial Sheila, Fabiane, Isabel e lndiara.Às
amigas
Lara, Christiane,pelas palavras
de
incentivo.Ao
professor Pablo Pereira,pela revisão
de
português.Ao
professor Glycon Michels, pela leiturado
trabalho.A
todosque
direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta pesquisa.V
A
música
ensaia e antecipaaquelas
transformaçõesque
estãose
dando,que
vão se
dar,ou que
deveriam se
dar,na sociedade
Sumário
Lista
de
Figuras ... _. p.viiLista
de
Quadros
... ._ p.viiiLista
de Tabelas
... ._ p.ixLista
de
Reduções
... ..p.×Resumo
... ..p.×i Abstract ... ..p.xii 1|NTRoDuÇÃo
... ._ p.1 1.1 Contextualizaçãodo problema
... .. p.3 1.2 Objetivos ... ._ p.3 1.2.1 Objetivo geral ... _. p.3 1.2.2 Objetivo específico ... _. p.3 2REVISÃO
DE
LITERATURA
... _. p.4 2.1Ruído
... ... _. p.42.2 Efeitos Extra-Auditivos
do
ruído ... ._ p.62.3 Efeitos Auditivos ... _. p.9
2.4
Ruído
em
Atividadesde
Lazer ... ._ p_142.5
Ruído
e Legislação ... ._ p.222.6
Ruído
eErgonomia
... _. p.253
METODOLOGIA
... _. p.283.1
Anamnese
... _. p.283.2 Inspeção
do
meato
acústico externo ... _. p_293.3 Audiometria tonal liminar ... ._ p_29
3.4
Campo
acústicoem
ambientes
... _. p.3O3.4.1
Ambiente
acústico ... ._ p.3O3.4.2 Nível
de
pressão sonora ... _. p.324
ANÁLISE
E
DISCUSSÃO
DOS RESULTADOS
... _. p.354.1
Anamnese
... _. p.354.2 Avaliação Audiológica ... ._ p.39
4.3
Campo
acústicoem
ambientes
... ._ p.454.3.1
Ambiente
acústico ... _. p.454.3.2 Nível
de
pressão sonora ... _. p.455
CONCLUSAO
... ._ p.535.1
Resumo
dos
resultados ... ._ p.535.2
Recomendações
... _. p.545.3 Futuros trabalhos ... ._ p.55
6
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
... _. p.567
ANEXOS
... ..~. ... ._ p.637.1
Termo
de
Aceiteda Pesquisa
... _. p.637.2
Anamnese
... ._ p.647.3 Audiometria ... ._ p.66
7.4
Mapa
localA
eC
... _. p.67VII
Lista
de
Figuras
V
Figura 1
:Tempo
Ótimode
reverberação ... 31Figura 2:Queixas relacionadas à saúde,
apresentadas
pelos indivíduos expostos àmúsica
eletronicamente amplificada ... .. p.4OFigura 3: Resultado
da
freqüência absolutaacumulada
entre os limiares-
10 a 10 dB, nos
Grupos
I e Il,nas
freqüênciasde
4000,6000
e8000 Hz
... _. p.46Figura 4: Resultado
da
freqüência absolutaacumulada
entre os limiares 15 a35
dB,nos
Grupos
I e ll,nas
freqüênciasde
4000,6000
e8000
Hz
... .. p.48
Figura 5: Resultados
do
parecer audiológicodos
Grupos
I e ll ... _. p.50Figura 6: Níveis equivalentes (Leq)
dos ambientes de
trabalhodos
Grupos
I e ll ... ._ p.59
Figura 7: Resultados
do
NICV
do
Grupo
I e valoresde
referência ... _. p.62Lista
de
Tabelas
Tabela
1:Condições de
inteligibilidademínima
aceitávelem
função
da
distância
em
nívelde voz
necessários ... .. p.8Tabela
2: Distribuição por faixa etáriado
Grupo
l ... .. p.29Tabela
3: Distribuição por faixa etáriado
Grupo
Il ... .. p.3OTabela
4: Distribuiçãodo
tempo
de
exposição a ruído atual e pregressodo
Grupo
l (n=17) ... .. p.36Tabela
5: Distribuiçãodo
tempo
de
trabalhono
local atualdo
Grupo
ll ... .. p.38Tabela
6: Resultadodas
freqüências absolutasacumuladas
dos
limiaresde
-10
a 10dB
do Grupo
l ... ... ._ p.42Tabela
7: Resultadodas
freqüências absolutasacumuladas
dos
limiaresde
-10a
10dB
do Grupoll
... ..~. ... .. p.44Tabela
8: Ocorrência 'do
entalhe audiométriconos
trabalhadoresdo
Grupo
l ... ..~ ... .. p.44Tabela
9: Distribuiçãoda presença do
entalhe audiométrico, por freqüência, orelha direita e esquerda,no
Grupo
l ... _. p.54Tabela
10: Resultadosda medição do
nívelde pressão
sonora, porbanda de
freqüência e nível equivalente (Leq),nos
pontosA,B,C,D
-
localde
trabalho
do
Grupo
l ... .; ... .. p.56Tabela
11: Resultadosda medição do
nívelde pressão
sonora, porbanda de
freqüência e nível equivalente (Leq),
nas
situações 1 e 2 ,no
localde
trabalho
do
Grupo
ll ... _; ... ._ p.58Tabela 12: Resultados
do
nivelde
interferênciada
comunicação
verbal(NICV)
no localde
trabalhodo
Grupo
I ... .. p.61IX
Lista
de
Reduções
Abreviaturas
dB
= decibell decibelsdB(A) = decibel escala
de
compensação
A
dBNA
=
decibel nívelde
audiçãodBNPS
= decibel nívelde
pressão sonoraHz
= HertzKHz
= kilo Hertzç
Leq
= nivel equivalenteNICV
= nívelde
interferênciada
comunicação
verbalNR
7 =Norma
Regulamentadora
7do
Ministériodo
TrabalhoNR
15 =Norma
Regulamentadora
15do
Ministériodo
TrabalhoOD
= orelha direitaOE
= orelhaesquerda
PAIR
= perda auditiva induzida por ruídoPCMSO
=programa de
controlemédico
em
saúde
ocupacionalT
=tempo
TTS
= perda auditiva temporáriaSiglas
ABNT
= Associação
Brasileirade
Normas
Técnicas
-CHABA
= NationalResearch
CouncilComitee on
Hearing Bioacousticand
Biomecanics
Resumo
LOUREIRO,
Sabrina Vieirada
Luz.Os
efeitos auditivos e extra-auditivosda
exposição
àmúsica
eletronicamente amplificada
em
trabalhadores
de
danceteria. Florianópolis, 2002.
80
f.Dissertação (Mestrado
em
Engenharia de Produção)
- Programa
de Pós-
graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
2002.O
presenteestudo
foi realizadocom
o objetivode
estudar os efeitos auditivos eextra-auditivos
da música
eletronicamente amplificadaem
trabalhadoresde
danceteria.
Foram
avaliados34
sujeitos,sendo
um
grupo de
trabalhadoresde
danceteria e
um
grupo
controlede
trabalhadoresde
um
escritório. Foi realizadaanamnese,
audiometria tonal liminar emedição
acústicados
ambientes.Obteve-se
como
resultadodo
estudodos
efeitos auditivos,uma
maior
ocorrênciadas
queixasde
zumbido, dorde cabeça
e irritabilidade nogrupo
de
individuos trabalhadores
de
danceteria, fatoque
não
ocorreu nogrupo
de
trabalhadores
do
escritórioque não
trabalhamcom
ruidoem
altos níveisde
pressão
sonora.Os
resultadosdas
audiometrias realizadas nogrupo
de
trabalhadores
de
danceteria revelouque 88,2%
dos
indivíduosapresentaram
limiares auditivos dentro
dos padrões de normalidade
bilateralmente,porém
82,3%
das
audiometrias destegrupo
houve
apresença do
entalheaudiométrico,
podendo
indicaruma
tendência adesencadear
a perda auditivainduzida pelo ruido
ao
longodo tempo.
O
grupo de
trabalhadoresdo
escritórionão
apresentou alteraçãonas
audiometrias realizadas,denotando
limiaresmelhores de
15dBNA.
Para estudar os efeitos extra auditivos foi realizada amedição
do
nívelde
pressão sonorada
danceteria edo
escritório.Os
níveisde
pressão sonora na
danceteriaapresentaram-se
todosacima do
limitemáximo
recomendado
na
NR-15
(Portaria 3.214/78)do
Ministériodo
Trabalho;observou-se
com
istoque
os trabalhadoresda
danceteria necessitam fazeruso
do
grito parase comunicarem.
No
escritórioforam
encontrados limitesinferiores
ao
recomendado
para trabalho rotineirode
escritório.Os
resultadosindicaram
que
os
trabalhadores expostos amúsica
eletronicamente amplificadapodem
adquirir alterações auditivas e extra-auditivas, interferindona
comunicação, no
trabalho e na vida social. -xi
Abstract
LOUREIRO,
Sabrina Vie¡rada
Luz.Os
efeitos auditivos e extra-auditivosda
exposição
àmúsica
eletronicamente amplificada
em
trabalhadores
de
danceteria. Florianópolis, 2002.
80
f.Dissertação (Mestrado
em
Engenharia
de Produção)
- Programa de
Pós-
graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
2002.The
objective of this researchwas
to study the auditiveand
extra auditiveeffects of
exposure
to electronically amplifiedmusic
in disco workers.34
peoplewere
surveyed,one
groupwas
formed
with discoworkers and
anothergroup
with control of office workers. lt
was
performed
anemmesis,
tonal preliminaryaudiometry
and
acousticalmeasuring
if environments.As
a result of studies itwas
obtained a higher frequency of buzzing complaint,headache
and
irritability in thegroup
of disco workers,which
did not occur in thegroup
of officeworkers
who
don'twork
with noiseand
highsonorous
pressure.The
audiometry resultsof the disco workers revealed that
88,2%
ofthem
have
auditive threshold withinthe normal pattern of bilateral normality, nevertheless
82,3%
of the audiometries of this group found audiometric incision,which
might indicate atendency
to lose hearingdue
to long term noise.The
group
of officeworkers
didn't reveal audiometric alterations, having thresholds better than 15dBNA.
lnorder to study the extra auditive effects it
was
measured
thesonorous
pressurelevel of both discos
and
offices.The
sonorous
pressure level of the discosshowed
that all ofthem
areabove
themaximum
limitrecommended
by theNR-
15 ( regulation 3.214/78) of the
Labor
Ministry ,and
itwas
observed, thus, thatthe disco
workers
need
to yell tocommunicate.
The
results indicate thatworkers
exposed
to electronically amplifiedmusic
may
acquire auditiveand
extra auditive alterations , interfering in
communication,
work and
social life.1
|NTRoDuÇÃo
O
som
éuma
forma de energia vibratóriaque
ocorre notempo
com
uma
periodicidade.
Os
sons encontrados na natureza sao complexos,compostos
defreqüências relacionadas
harmonicamente
entre si.Os
instrumentos musicaisemitem
sons complexos, constituídos por mais deuma
freqüência,que
são os espectros sonoros.Os
espectros sonorospossuem
uma
freqüência fundamental (freqüência mais grave) e harmônicos (asdemais
freqüências).O
ruído é
um
tipo de som, deondas
complexas, associado aum som
desagradável e indesejável,
com
freqüências irregulares, inconstantes einstáveis (Russo, 1993).
A
música, originariamente, descreve-secomo
aprópria extração do
som
ordenado e_ periódicodo
meio turbulento dos ruídos.Em
sua
trajetória no tempo, éuma
longa conversa entre osom
e o ruído(Wisnik,1989). _
A
música faz parte dahistória, os instrumentos musicaiseram
vistoscomo
objetos mágicos e cultivada
com
cuidado. Faz parte de rituais e de culturas e étida
como
acomunicação
com
osdeuses
em
todas as religiões. Durante toda aIdade Média,
houve
períodosde adoção
e de rejeição pela Igreja.A
música
barroca e clássico-romântica, dos séculos XVII, XVIII e XIX, é
marcada
pelo canto gregoriano, utilizando instrumentos percussivos e vozes.A
clássica fazuso
de
instrumentos melódicos e afinados,nao dando espaço
para o ruído.A
partir
do
século XX, a cultura musical na América foi incorporada pelamúsica
européia.
A
música negro-americana adotou características do folclore inglês,2
Instrumentos
modernos
foram adotados,como
o violino e o banjo,abandonando
instrumentos de percussao vindosda
África (Ribeiro, 1965).O
século
XX
é pontuado pelo ruído.A
vida urbano-industrial, émarcada
pelaestridência e pelo choque.
O
alastramento domundo
mecânico
e artificial criapaisagens sonoras das quais o ruído se torna elemento integrante
incontornável,
impregnando
as texturas musicais.Com
a evoluçao daeletrônica, a potência dos vários tipos de instrumentos musicais e
também
dos equipamentos desom
aumentou, gerando elevados niveis ,de pressão sonora,podendo
ultrapassar as exposiçoesde
ruído de indústrias (Wisnik, 1989).No
mundo
moderno, encontramos vários tipos de ruídos urbanos,chamados
de poluiçao sonora.
Os
trabalhadoresdas
danceteriastêm
suas atividadesocupacionais
em
ambientescom
ruídosacima do
permitido pela legislaçãobrasileira, e
sem
uso de equipamentosde
proteção individual (EPI),do
tipoprotetores auditivos.
Os
efeitos do ruído acarretam,não
só no aparelho auditivocomo
em
todo o organismo, sérios comprometimentos.A
perda
auditivainduzida por ruido (PAIR) é definida
como
sendo
irreversível, bilateral,do
tiponeurossensorial,
acometendo
abanda de
freqüência de 4 a 6 KHz, decorrentede
uma
exposição repetida a elevados níveis de pressão sonora.O
ruídotambém
pode comprometer
a atividade física, fisiológica e mental do indivíduoa ele exposto. Dentre as condiçoes ambientais desfavoráveis no trabalho, o
ruído intenso, além de ser risco ao
dano
auditivo, dificulta acomunicação
verbal,
aumenta
a tensao psicológica e diminui o nível de atençao.Neste trabalho será realizada
um
estudo comparativo deum
grupode
trabalhadores expostos a música eletronicamente amplificada eum
gruponão
exposto a ruído, e verificar se existe
alguma
alteração auditiva e/ou extra-auditiva nos trabalhadores expostos a ruído.
1.2
Objetivos
-1.2.1
Objetivo
Geral
Estudar os efeitos auditivos e extra auditivos da música eletronicamente
f ' f”"”"' "` 'zm' ` : " "`..
__.__..-,,.
`\
amplificada emftrzšalhadores de danceteria.\) -r
`>›. -z-_ ...,_,`____ __ *Tu __ _.__.___`_ 1.2.2
Objetivos Específicos
1 2 3. 4.Identificar as queixas auditivas dos trabalhadores expostos ao ruído
da
danceteria e dos trabalhadores
de
um
escritório.Avaliar a audição de trabalhadores expostos ao ruído
da
danceteria ede
um
grupode
trabalhadores de escritório.Identificar o nível de pressão sonora dos diferentes locais da danceteria
e do escritório.
Comparar
os nível de pressão sonora e o nível de interferênciada
4
~
2
REVISAO
DA
LITERATURA
2.1
Ruído
O
ruídopode
trazer sérias perturbações funcionais ao organismo,sendo
um
risco físico presente nas mais variadas atividades ocupacionais e nasatividades de lazer.
A
definição de ruído,segundo
Astete (1979) é qualquersom
que tenhapotencialidade para causar efeitos nocivos ou
não
desejados, no funcionamento do ouvidohumano,
*sendoum
fenômeno
subjetivoque
depende
das características intrínsecas das pessoas.
Toldo et al. (1983) referiram
que
o ruído é definidocomo
sendo
toda avibração
que
chega
ao aparelho auditivo do indivíduo e o perturba.As
... z A ..z
alteraçoes auditivas
causadas
pelo ruidotem
relaçaocom
a freqüência,intensidade, a direção e o ritmo
do
ruído traumatizante.De
acordocom
Feldman
&
Grimes
(1985) o ruído éum
sinal acústicoaperiódico, originado
da
superposiçãode
váriosmovimentos
de vibraçãocom
diferentes freqüências, as quais
nao apresentam
relaçao entre si.No
século XX,com
oavanço
tecnológico, a introdução do rádio,do
amplificador, aparecimento
do
automóvel e desenvolvimentoda
aviação militar,houve
um
aumento
do ruído nazona
urbana (Vono-Coube, Monteiro&
Seligman, 1999).Santos
&
Matos
(1994) explicaram a diferenciação entresom
e ruído, otermo
som
é utilizado para assensações
prazerosascomo
música ou fala e oruído é
usado
para descreverum som
indesejávelcomo
buzina, explosão,barulho de trânsito e máquinas. Relataram
que
as intensidades e freqüências do espectro do ruído variam de maneira aleatória no tempo. Mede-se, portanto,o nível equivalente de pressão sonora, expresso
em
dB,que
representa amédia da
energia sonora duranteum
intervalo detempo
T.De
acordocom
Russo
(1997) todos os sonstêm
potencialde
ser descritocomo
ruídos.A
classificaçãodo
ruído é subjetiva, e a distinção se refereem
serou nao desejável.
Ferreira Jr. (1998)
também
afirmouque
o termo ruídotem
sido criticado,pois
costuma
designarapenas
sons desarmônicos desagradáveis.O
autorconstatou
que
mesmo
sons harmônicos agradáveis,como
a música,dependendo da
intensidade etempo de
exposição,podem
levarao
comprometimento
auditivo.De
acordocom
Gerges
(2000),um
ruído éum
tipode
som, associado asom
desagradável e indesejável.O
autor referiuque
o potencial dedanos
à audição pelo ruídonão
depende apenas
do seu nível,mas também
de sua duração.É
possível estabelecer
um
valor único Leq- nível equivalente,que
é o nívelsonoro
médio
integrado duranteuma
faixade
tempo
especificada.O
ruído intenso está presente nas mais variadas atividades ocupacionais epode
ser classificadoem
diferentes tipos: contínuo, intermitente e de impacto.6
do Trabalho do Ministério do Trabalho, os níveis de ruído contínuo e
intermitente
devem
sermedidos
em
decibels (dB),com
medidor de nívelde
pressão sonora (Brasil, 1998).
2.2
Efeitos extra-auditivos
do
ruído
Os
efeitos do ruído podem» ser classificadosem
auditivos e extra-auditivos.Os
efeitos extra-auditivos são: dilataçãoda
pupila,aumento
da produçãode
hormônios
da
tireóide,aumento
dos batimentos cardíacos, contraçãodo
estômago
eabdômen,
contraçao dos vasos sangüíneos, entre outros (Gerges, 2000).Lacerda (1971) afirmou
que
o ruídoage
sobre o organismohumano
de
várias maneiras, alterando
não apenas
o funcionamentodo
aparelho auditivo,mas
também
comprometendo
a atividade física, fisiológica e mentaldo
indivíduo a ele exposto.
Os
ruídos excessivosdos
grandes centros urbanospodem
acarretar grandes prejuízos para a' audição esaúde
geral de milharesde pessoas.
Em
1983, Toldo et al. descreveramque
o ruídopode
alterarde
maneiramarcante, o
comportamento
dos indivíduos.Quando
houver necessidadede
atenção, concentração mental e vigília, o nível excessivo de ruído originaráuma
deterioraçãoda
função,_não tornando confiáveis os trabalhos executadosem
ambientes inadequados. É fatobem
estabelecidoque
os níveis excessivosprejudica fortemente a produtividade e
impede
a realização de trabalhosintelectuais
que
exijam concentração.De
acordocom
Morata, Lewis&
Bevilaqua (1987) a audição éde
grande importância para as pessoas,podendo
asondas
sonoras incomodar, interferirnas atividades, no sono, levando a distúrbios sérios de saúde.
De
acordocom
a OrganizaçãoPanamericana
e Organização Mundialde
Saúde
(1980) reconhece-seque
o ruídopode
perturbar o trabalho, o descanso,o
sono
e acomunicação
dos sereshumanos, podendo
prejudicar a audição e causar reações psicológicas, alterações fisiológicas e até patologicas. .Barceló et al (1988) estudaram grupos de
camponeses
ede
trabalhadoresda
cidadeque
foram expostos a seis tipos de ruídos ambientais (industrial,comercial, hospitalar, trânsito, suburbano e campestre)
com
a finalidadede
avaliar a freqüência cardíaca.
Não
foi observada associaçãoda
reaçãocardíaca
com
o nível de audibilidade dos ruídos do teste.Fiorini, Silva
&
Bevilaqua (1991) relataram a alta prevalência de queixasem
metalúrgicos de
São
Bernardo doCampo
e Diadema, SP, dentre elas asde
doresde
cabeça, alterações gastrointestinais, insônia, tontura, nervosismo,irritabilidade, dificuldade de
comunicaçao
e zumbido.Sendo
a queixa maisprevalente o zumbido.
Seligman
&
Ibanez (1993) descreveramque
os pacientesque
trabalhamem
ambiente ruidoso queixam-se de fadiga, zumbido,queda
no rendimento laboral, alterações neurovegetativas e estresse.8
Gerges
(2000) descreveuque
uma
das conseqüências do excesso de ruídonos ambientes industriais é o
aumento
de acidentes devido à perda deinteligibilidade na
comunicação
verbal entre os trabalhadores.O
nível de interferência dacomunicação
verbal (NICV)pode
ser determinado paraquantificar a inteligibilidade na
comunicação
verbal.O
NICV
é calculado através damédia
aritmética dos níveis de pressão sonora nasbandas
de 500, 1000,2000
e 4000Hz.As
principais variáveis para a inteligibilidadeda
fala saoo nível geral das vozes é a distância entre o emissor e o receptor, utilizando a
tabela de referência (Gerges, 2000) que indica as condições de inteligibilidade
mínima
aceitável,em
funçãoda
distância e nívelde
voz necessários.Tabela 1: Condiçoes de inteligibilidade
mínima
aceitávelem
funçaoda
distância
em
nível de voz necessários0,9 55 61 67 73 1,2 53 59 65 71 1 ,5 51 57 63 69 3,6 43 49 61 0,3 65 71 77 as 0,6 59 65 71 77 Í 55
2.3
Efeitos
auditivos
De
acordocom
o Comitê Nacional de Fiuído eConsen/açao
Auditiva, a perda auditiva induzida por ruído relacionada ao trabalho éuma
diminuiçao gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a elevadosníveis
de
pressao sonora (Nudelman, 2001).Burn (1973) afirmou
que
osom
intermitente consisteem
períodosde
ruído e períodos de relativo silêncio.A
exposiçao aum
ruído de 105dB, intermitente,em
freqüências de 1.400 e 2.000Hz,pode
produzirnao
menos
que 15dB de
perda auditiva temporária, no audiograma, na freqüência de 3.000Hz.Glorig
&
Davis,em
1961, citaramque
a perda auditiva induzida por ruídoatinge o
máximo
por volta de 10anos
de exposição,permanecendo
constantespara exposiçoes até
40
anos.A
perda auditiva induzida por ruídopode
se desenvolvernum
períodode
três
meses
de exposição e atingir o seumáximo
depoisde
10 anosde
exposiçao contínua ao ruídoque excede
os níveis de risco. lnvestigaçoesem
sereshumanos
e animaistêm
mostradoque
a perda auditiva devido ao ruído éacompanhada
de destruiçao do órgaode
Corticom
desaparecimentodas
células ciliadas, mais extenso no giro basal.
O
dano
depende
da característicado
ruído, o espectroda
freqüência, a intensidade e duração,bem
como
osinten/alos de
tempo
entre exposiçoes e variaçoesda
suscetibilidade entre10
De
acordocom
Eldrege (1976) a relação entre perda auditiva e exposição aruídos está relacionada a variabilidade individual, o
tempo
de exposição e acaracterística do ruído.
Hawell (1982) sugeriu
em
seu estudoque
características pessoaiscomo
sexo e idade,devem
ser relacionadascom
o tipo de perda de audiçãoquando
se estuda perda auditiva induzida por ruído.
De
acordocom
o autor, a idadepode
ser descartadacomo
indicador suspeito, poisnão pode
ser tidacomo
um
previsor útil para a susceptibilidade à perda auditiva ocupacional.
Boettcher, Gratton
&
Schmiedt (1995) referiramque
asduas
causas maiscomuns
de perda auditiva neurossensorial sao a idade e a exposiçao ao ruído.A
perda auditiva decorrente da idade incluidegeneração da
.estria vascular,perda de células ciliadas e perda das células
do
gânglio espiral.A
perda pela idade é diferente daquelacausada
pela exposição ao ruído.Para Morata
&
Carnicelli (1988) a exposição a intensos níveis de ruídopodem
interferir nocomportamento
e na saúde. Entre as diversasdoenças
ocupacionais, encontra-se a perda auditiva induzida por ruído,
sendo
um
dosmais graves riscos à
saúde
do trabalhador.A
perda auditiva induzida por ruídotrata-se
de
uma
mudança
permanente do
limiar,que
ocorreapós
exposiçãorepetida durante longos períodos a
um
ruído de intensidade excessiva.Essa
perda é irreversível e
não
está associada à destruição dos elementossensoriais da audição.
No
início do processo, aspessoas
dificilmentepercebem
a alteração, poisnão
atinge imediatamente as freqüências maisutilizadas na
comunicaçao
verbal.A
perda auditiva induzida por ruído éHz.
Com
o passar do tempo, a perdapode
progredir, envolvendo as freqüências críticas para acomunicação
oral (500 a 2.000 Hz).Pereira (1989) relatou
que
a surdez profissional éuma
dasdoenças
maisfreqüentes entre os trabalhadores.
O
ruído intenso está presente nas mais variadas atividades individuais, taiscomo
metalúrgica, indústria química, têxtil,construção civil, energética e outras. Ocorre ainda
em
transportes e no usode
máquinas
agrícolas.De
acordocom
pesquisa realizada pelo Sindicatodos
Metalúrgicos' de
São
Paulo e doDepartamento de Segurança
e MedicinaOcupacional
que
avaliaram onze mil trabalhadores, mais de60%
apresentaram graves problemas auditivoscausados
pelo excessode
ruído,más
condições detrabalho e ausência ou ineficiência dos
equipamentos
individuais de proteçãoauricular.
Seligman
&
Ibañez (1993) definiramque
o ruído éum
dos agentes ocupacionaismaisencontrados
no ambientede
trabalho.Descreveram
a perdaauditiva induzida por ruído
como
lenta, progressiva e irreversível,com
características de disacusia sensório-neural, geralmente simétrica e
com
aspectos clínicos relativamente definidos.
O
Comitê Nacionalde
Ruído eConservaçao
Auditiva definiu e caracterizoua perda auditiva induzida por ruído relacionada ao trabalho,
como
sendo
uma
diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente
da
exposição continuada aníveis elevados
de
ruído.A
instalaçaoda
perda auditiva induzida por ruído éinfluenciada pelos seguintes fatores: características físicas do ruído (tipo,
espectro e nível de pressão sonora),
tempo de
exposição e da susceptibilidadel2
4000
e6000
Hz
nos primeiros 10 a 15 anos de exposição (Andradeda
Costa,1994).De
acordocom
Alberti,em
1994, o ruídoexcessivo lesa o ouvido.A
despeito da fonte do ruído ser social, militar ou ocupacional, todos os ruídos
podem
lesar a audição.A
perda auditiva atingiu proporções epidêmicascom
arevolução industrial e, nos últimos anos,
com
o ruído socialsempre
crescente.Dentro de
um
inten/alo de 0 a90
dBNA,
o ouvido tolera sons.Acima
deaproximadamente
90 dB, os sons tornam-se desconfortáveis e nocivos eacima
de aproximadamente
130dB
tornam-seagudamente
dolorosos e potencialmente destrutivos.Fiorini (1994) realizou
uma
pesquisacom
o objetivo deacompanhar
aaudição de 80 trabalhadores de
uma
indústria metalúrgica,num
períodode
trêsanos.
Nessa
pesquisa, foi realizadauma
proposta de classificação de entalheaudiométrico,
sendo
definidocomo
rebaixamento dentroda
normalidade, nas freqüências de 3 KHz, 4KHz
ou 6 KHz,sendo
consideradoquando
haviadiferença
de
pelomenos
10dB
da freqüência anterior ou posterior à freqüênciaanalisada.
O
entalhepode
ser importante indicadorde
desenvolvimento dePAIR
ao longodo
tempo.Hétu, Getty
& Quoc
(1995) descreveramque
um
ruído de85dB
altera acomunicação
entre aspessoas que
estão falando,com
audição normal,num
raio
menor
que
um
metro. Para ouvintescom
perda auditiva induzida por ruído,Lasmar
(1997) descreveuque
os penis audiométricos das perdas auditivasinduzidas por ruído
nem
sempre têm
asmesmas
características.As
publicaçoes, de
uma
maneira geral, citamum
entalhe (ou gota acústica)na
área de 4000Hz.
Ferreira Jr. (1998) afirmou
que
um
indivíduo é expostoao
riscode
uma
perda auditiva
quando
otempo
de exposição diário na jornadade
trabalhode
8 horas ultrapassar o ruído proposto de 85dB,de
acordocom
aNR-15 da
Portaria 3.214/78 do Ministério
do
Trabalho.A
posiçao do Comitê Nacionalde
Ruído eConsen/açao
Auditiva,em
relação à padronização da avaliação audiológica,
tem
como
requisitos:repouso auditivo de, no
mínimo
14 horas;exame
realizado por profissionalhabilitado
-
fonoaudiólogo ou médico; identificação do trabalhadorcom
documento
oficialque
contenha fotografia;anamnese
clínica e ocupacional; inspeção domeato
acústico externo nomomento
do exame;
ambiente para arealização do
exame
segundo
anorma ISO
8253-1; calibração acústica anualdo audiômetro; verificação subjetiva
do
audiômetroprecedendo
a avaliaçãodos
exames
audiométricos; orientaçao ao trabalhador quanto a finalidade e asistemática do
exame;
via aérea nas freqüênciasde
250, 500, 1.000, 2.000,3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz; via óssea,
quando
necessária, nas freqüênciasde 500, 1.000, 2.000, 3.000, 4.000 Hz; limiar
de
reconhecimentode
fala (SRT)e lmitanciometria
devem
ser realizadas a critériodo
examinador; periodicidade14
2.4
Ruído
em
atividades
de
lazerA
partir dadécada
de 60, estudiosospassaram
a se preocuparcom
osníveis de pressão sonora elevados, produzidos por atividades
não
profisionais, taiscomo,
discotecas e danceterias, concertos de rock, uso de “walk-man”,entre outros.
Lebo
&
Oliphant (1968)mediram
o nívelde
pressão sonoraem
duas
discotecas e concluíram
que
os níveis produzidoseram
muito altos e poderiam causardanos
à audição.Descreveram que
os principais instrumentoseram
asguitarras amplificadas e grupo
de
percussão e a música era caracterizada porpadrões rítmicos fortes.
Lipscomb
&
Teen
(1969) realizaram a avaliação de discotecas e obsen/aramque
a maior concentraçao de energias,em
bandas de
oitavas, foramem
125,250
e500
Hz, encontrandoum
picode
122 dB. Realizandoum
estudocom
guineae pig expostas a música alta,num
período de doismeses
(88 horas),encontraram destruição de células ciliadas da cóclea.
Hickling (1970) realizou
uma
medição
dos níveis de pressão sonoraem
uma
discoteca durante a apresentação de três diferentes grupos,
sendo
encontrados níveis de 112dB
pertodos
músicos e 105dB
auma
distânciamais afastada.
As
freqüênciasdo
ruído variaram,sendo
encontradoum
maiornível de ruído nas freqüências
de
500
Hz
a 2 KHz.Para Rintelmann
&
Borus (1968), o gênero musical rockand
rol/ éOs
ruídosem
níveis elevados,em
muitas atividades de lazer, apresentamrisco significante para as pessoas
que
estao expostas portempo
prolongado(Davis, 1986) .
Axelsson
&
Lindgren (1978) realizaramuma
revisão de cinco autores,em
relaçao a avaliaçao auditiva de músicos “pop” e assinalaram
que
de 160 músicos avaliados, foram encontradas perdas auditivas neurossensoriaisem
5%
dos casos.Na
pesquisa realizada pelos autores,que
avaliaram 69'músicos e 13 trabalhadores deuma
danceteria,dependendo
da classificação utilizada,foi encontrada
de
13 a30%
de perda auditiva,sendo
de grau leve a de maiorocorrência.
Axelsson
&
Jerson (1981) relataramque
em
poucos anos tem aumentado
a ocorrência de perda auditiva neurossensorial devido a sons fortes,principalmente
em
adolescentes, jáque
a maioria delestêm
atividades de lazer barulhentas.Mordini, Branco
&
Rodrigues (1994) pesquisaram o efeitoda
música sobre aaudiçao de profissionais músicos
de
“rockand
ro//'_Estudaram 60
músicos,entre 15 e
47 anos
por meio deanamnese
e de audiometria tonal antes eapós
exposição
da
música.O
nível de pressão sonora durante as apresentações foiem
média
112 dB(A).As
freqüências mais atingidas namudança
temporáriade
limiar (TTS) foram as de 4 e 6 KHz.
As
queixas auditivas referidas pelos músicos foram semelhantes as dos trabalhadoresde
indústrias.Muitos indivíduos estao expostos à música alta, incluindo músicos
16
moderna
representaum
dos maiores interessede
milhões de jovens,que
ficam expostos à música altaem
concertos de rock, discotecas, música no carro e sons portáteis.O
sentido da audição é o instrumento mais importante para os músicos,sendo
que muitos músicos pop/rock apresentam sintomas taiscomo
perda auditiva,
zumbido
e desconforto a sons intensos (Axelsson&
CIarck,1995).
Yassi et al. (1993) estudaram 11 mulheres e 11
homens,
realizandodosimetria durante
um
concerto de rock e audiometria antes e depoisda
exposição.Foram
encontrados níveisde
121.1 a 139.5dB
(A).Todos
osindivíduos avaliados audiologicamente, apresentaram
100%
de
perdatemporária de audição (TTS)
em
4 KHz.Jorge Jr. (1993) estudou os hábitos
em
relaçao à música eletronicamenteamplificada,
em
908
estudantes, na faixa etária de 14 a 26 anos. Avaliou oslimiares auditivos e
comparou
com
um
grupo de jovens quenao apresentavam
omesmo
hábito.Os
estudantes foram avaliados por meio de audiometria tonale
um
questionário.Não
foi observado neste estudo diferenças estatisticamentesignificantes entre. os grupos expostos e
nao
expostos, constatou-seque
o grupoque
freqüentava ambientes ruidosos mais deuma
vez porsemana
apresentavam as freqüências de 6 e 8KHz
mais afetadas.De
acordocom
oautor, a suscetibilidade e a exposição repetida são fatores importantes para 0 aparecimento de
uma
lesao auditiva.Moustafapour, Lahargoue
&
Gates
(1998) estudaramum
grupode
jovenscom
história pregressade
ruídosde
lazer, concluindo pelo baixo risco de perdapopulaçao
com
um
número
maior de exposiçoes. Relataram ainda que o riscode perda auditiva
em
trabalhadores expostos a ruídoaumenta quando
associado a ruídos de lazer.
Em
1999,Marcon
estudou a presença de alteraçao temporária do limiarauditivo (TTS)
em
jovens do sexo femininoque
freqüentavam danceterias eavaliou os níveis de pressao sonora
em
uma
danceteriana
cidadede
Farroupilha/RS. Participaram 53 mulheres, entre 15 e 25 anos, por meio
de
um
questionário e realizaçao de avaliaçoes audiológicas antes e .após a exposiçao
à música amplificada.
O
autor conclui sobre a importânciada
conscientizaçãoda
populaçao sobre os riscos de exposiçao à música amplificada,bem como
o impacto deuma
deficiência auditiva na vidada
pessoa.Russo
et al. (1995) realizaramum
estudocom
21 músicos de “Trioselétricos”,
comparando
os efeitos auditivos deste grupocom
músicosde
orquestra sinfônica e rock. Concluíram
que
os três grupos atingem valores de pressao sonora superiores a 105dB
(A),sendo
o mais elevado para osmúsicos de rock, 112
dB
(A).O
zumbido
foi o sintomaque
se manifestouem
maior proporção.
Namur
et al. (1998) avaliaram a audiçao e os transtornos auditivosem
músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de
São
Paulo.A
mensuração do
som
no local variou de 81.4 a 94.7dBNPS
de média, conforme a posiçãodo
medidor de nível de pressão sonora no teatro.Os
autores avaliaram os músicos por meiode
um
questionário, audiometria tonal eemissão
otoacústica.Seis músicos (38%) apresentaram perda auditiva compatível
com
perda18
emissões otoacústicas ausentes
em
freqüências altas.Os
sintomas auditivosmais encontrados foram
zumbido
e intolerância asom
intenso.Os
autores alertam os profissionais quanto aos riscos auditivos e orientam para a importância deum
programa de
consen/açao auditiva.Em
um
estudo de prevalência de perda auditiva induzida por ruído (PAIR)em
187 trabalhadores,em
18bandas
de “trios elétricos" de Salvador, Bahia, Miranda&
Dias (1998) verificaramque
40%
dos trabalhadores estudadospossuíam
PAIR.Os
autoresapontam
para a importância deum
programade
consen/açao auditivaGunderson, Moline
&
Catalano (1997) pesquisaram a possível perdaauditiva nos
empregados
de danceterias,como
existe para os músicos.Foram
avaliados 31 trabalhadores por meio de
um
questionário,sendo
constatadocomo
sintoma mais freqüente o zumbido. Verificaramque
o nível de pressão sonora variou de 94.9 a 106.7dB
(A).Os
autores relataramque somente
16%
dos trabalhadores pesquisados faziam uso regular de protetor auditivo.
Os
autores concluíram que,
empregados de
danceterias estão sob risco de perdaauditiva induzida por ruído, devido à exposição à pressão sonora elevada, e
raramente utilizam protetor auditivo.
Também
assinalamque
um
programa de
consen/ação auditiva para esse grupo
de
trabalhadores é essencial.Foram
estudados por Lee ,em
1999, os riscos do ruídoem
46
empregados
de discotecas (disc jockeys, barmen, garçons, caixas e seguranças),
comparando
com
um
grupo controle de37
trabalhadoresnão
expostos aruídos. Foi encontrado
um
nível de ruído de 89dB
(A) na discoteca.A
maiorlocal e tinham a
média
de 23,9anos
de idade. Obtiveramuma
maior prevalência de perda auditiva neurossensorial (41,9%)do
grupo da discotecacomparado
ao grupo controle (13,5°/0).O
zumbido
foi o sintoma mais relatadono grupo dos
empregados da
discoteca.O
autor concluiu que, todos osempregados,
independente de suas fu`nções, estão expostos a ruídospermissíveis
-
85
dB
(A), eque
um
grandenúmero
destes profissionais sofrede perda auditiva precoce e zumbido.
Samelli
&
Schochat (2000) realizaramum
estudocom
21 músicos, de variadasbandas de
rockdo
estadode
São
Paulo.O
critério de perda auditivaestabelecido foi
de 20
dB
em
uma
orelha euma
freqüência, limiar maiordo que
20
dB
namédia
das freqüênciasde
3,4,6 e 8 KHz, de acordocom
o NationalResearch
CouncilCommitee
on Hearing Bioacousticand
Biomecanics(CHABA).
Onze
músicos (52,4%) apresentaram perda auditiva neurossensorial,sendo
a freqüência de 6KHz
a mais prejudicada.Deus
&
Duarte (1997)mediram
e avaliaram os níveis de pressão sonora nasacademias, e identificaram a percepção
do
professor quanto à sua condiçãoauditiva.
Foram
medidos
os níveis sonoros de .14 academias,da
cidade de Florianópolis, Santa Catarina, e 14 professoresresponderam
os questionários.A
medição
foi realizada durante as aulasde
aeróbicacom
música
eletronicamente amplificada.
Os
resultados mostraramque
86%
dasacademias estavam
trabalhandocom
níveis de pressão sonora acimade 85
dB
(A), tendouma
delas alcançado 105dB
(A).Quanto
à percepção auditiva,os professores relataram que estão habituados
ao
ruído.Os
autores sugeriram20
Em
1987, Barceló et al.mediram
o ruído naszonas
industriais, comerciais,residenciais e no aeroporto da cidade de Havana. Ftelataram
que
azona
maisruidosa foi a area comercial, seguida da industrial.
Observaram
que o espectrodo ruído na
zona
industrial apresentou maior concentração nas freqüênciasaltas, na zona comercial
predominaram
as freqüências de conversação e naszonas
residencial e do aeroporto as de baixa freqüência.Na
cidade deBelo
Horizonte,em
1992, Alvares&
'Pimentel-Souzaregistraram os valores dos ruídos urbanos, encontrando
um
nívelmédio
(Leq)de
ruído de 69,5dB
(A). Foi encontrado nazona
industrial, no período diurno,um
Leq
= 66,7dB
(A) e nazona
comercial foi observadoum
Leq
= 73,8dB
(A).
Os
autores ressaltamque
as reclamaçõesda
população, registradas pelaSecretaria Municipal
do
Meio Ambiente, sao predominantes pelas perturbaçoesem
bares, restaurantes, locais de música ao vivo e de atividades semi-industriais, localizadas nas áreas industriais.
0 _.
Celani
&
Costa F . (1991) realizaram a avaliaçao das intensidades sonorasobservadas nas atividades de lazer. Foi encontrada a
média
de valoresmínimos
de70
a 86dB
(A) emédia de
valoresmáximos
de 79
a93
dB
(A).Dentre os locais avaliados, os mais intensos foram o Fliperama, o salão
de
festas infantis, o parque de diversões e a
academia
de ginástica.Os
autoresreferiram
que
a Associação Brasileira deNormas
Técnicas e aNorma
Brasileira Registrada 10155/87
NB-C13-CBOO
fixa os níveisde
conforto para ambientescomo
hospitais, escolas, hotéis, residências, auditórios, escritórios, igrejas, templos, restaurantes e locais para esporte.Os
resultados obtidos mostraram-se acima dos valores permitidos.Mirbod et al. (1992) verificaram o nível de pressão sonora
em
jogoseletrônicos, atividade de lazer muito
comum
no Japao.Os
resultadosapontaram níveis de 88 a
90
dB
(A).Descreveram que
o risco de perda auditivados usuários dos jogos eletrônicos e dos
empregados aumenta quando
o ruídoestá associado
ao
estresse, ansiedade e o uso de cigarros.Clarck (1991) referiu
que 90
dB
(A) é o limite entre segurança e perigo de exposição ao ruído. Destacou o nívelmáximo
de pressão sonora de atividadesde lazer
onde
os valores são: Wa/k-man, 95dB
(A); concertos de rock, 90dB
(A); concertos de orquestra sinfônica, 80
dB
(A). Estas atividades apresentaramum
potencial perigoso de niveis de ruído. _O autor destacouque
a exposiçãosonora
em
torno de 100dB
(A) poralgumas
horassemanalmente
oumensalmente apresentam
um
risco para a perda auditiva induzida por ruído.A
música do gênero rockand
rol/não
é diferentedo
ruído industrialem
relação às
doses
diárias de ruídoque
um
indivíduo recebe.Na
avaliação de944
jovens de 16 e 20 anos, osdados apontaram que
um
grupode
jovens freqüentadores de eventoscom
música alta apresentaram perda auditivacom
alterações nas freqüências de 6.000 e 8.000Hz. Muitos jovens
não
apresentaram perda auditiva,mas
os autores concluíramque
se os hábitosrecreativos persistirem, correrão o' risco de perda auditiva induzida por ruído,
22
~
2.5
Ruído
e
legislação
A
primeira determinação federalem
relação aos trabalhadores expostos aruído surgiu
com
aNorma
Regulamentadora
(NR) 7, daSegurança
e Medicinado Trabalho (Portaria 3.214 de 8 de junho
de
1978) do Ministério do Trabalho, estabelecendo a obrigatoriedade de audiometria para todos os trabalhadores expostos a valoresacima
de 85dBA
-
para 8 horas de trabalho.Em
1994, aNR
7 sofreu alteração,passando
a denominar-se dePrograma
de ControleMédico de
Saúde
Ocupacional-
PCMSO. A
audiometriapassa
a ser realizadanas freqüências de
500
a8K
Hz, precedida por otoscopia e repouso auditivopor 14 horas,
em
cabina audiométrica e audiômetro calibrado, conformenormas
internacionais (Brasil, 1998).A
NR
7 écomplementada
pela Portaria N.° 19,de
9 de abril de 1998,que
estabelece os critérios para realização e análisedas
audiometrias,atendendo
a necessidade de se estabelecer diretrizes e parâmetros mínimos para avaliação eacompanhamentoda
audição dos trabalhadores expostos a níveisde pressão sonora elevados.
A
Portaria n.° 19 define e caracteriza perdaauditiva por níveis de pressão sonora elevados, as alterações auditivas
do
tiponeurossensoriàl, decorrente de exposição ocupacional sistemática a níveis
de
pressão sonora elevados. Apresenta irreversibilidade e progressão gradual
da
perdacom
otempo
de exposição.A
perda auditiva inicialmenteacontecenas
freqüências
de
3000,4000
e6000
Hz.As
freqüências mais baixas e mais altaspoderão levar mais
tempo
para determinar alterações auditivas. Estabelecendopressao sonora elevados, os casos cujos audiogramas, nas freqüências de 3.000 e/ou 4.000 e/ou 6.000 Hz, apresentam Iimiares acima de 25
dBNA
e mais elevadosdo que
nas outras freqüências testadas, estando estascomprometidas
ou nao, tantono
teste de via aérea quantoda
via óssea,em
um
ouambos
os lados (Brasil, 1998). 'A
Associação Brasileira deNormas
Técnicas- ABNT,
NBR
10.151,de
dezembro
de 1987,que
fixa as condições exigíveis da aceitabilidade do ruídoem
comunidades, especifica ométodo
para amedição do
ruído, aplicaçãode
correçoes nos níveismedidos
euma
comparaçao
dos níveis corrigidos,com
critério
que
levaem
conta vários fatores ambientais.A
NBR
10.152 estabeleceos níveis de ruído para conforto acústico
em
ambientes diversos (AssociaçãoBrasileira de
Normas
Técnicas, 1987).O
Conselho Nacional do MeioAmbiente
(CONAMA),
órgão federal, dentre as resoluçõesque enfocam
o ruído (resolução n° 001 de 08de março
de1990), estabelece
que
a emissão de sons e ruídos,em
decorrência de qualqueratividade industrial, comercial, social e recreativas, inclusive as de
propagandas, obedecerá no interesse
da
saúde, segurança e sossego público,aos
padroes no ambiente exterior do recintoque tem
origem,de
níveis de maisde
10dB
(A) acima do ruídode
fundo existente no local,sem
tráfego; atinjamno ambiente exterior, independente do ruído de fundo,
em
que tem
origem, mais de 70dB
(A), durante o dia e 60dB
(A) durante a noite e no interior dorecinto
não
alcancem os níveis permitidos pelaNorma
NB-95, da Associação24
caráter nacional o
Programa
Nacional deEducaçao
e Controleda
PoluiçaoSonora
-
Silêncio (ResoluçãoCONAMA,
1990).A
LeiComplementar
003/99 daCâmara
Municipal de Florianópolis dispõe sobre ruídos urbanos e proteção dobem
estar edo sossego
público, proibindoperturbar o sossego e o bem-estar público
com
ruídos, vibrações,sons
excessivos ou
incômodos
de qualquer natureza, produzidos por qualquer forma ouque
contrariem os níveismáximos
de
intensidade,obedecendo
asrecomendações
dasnormas
NBR
10.151 eNBR
10.152 (Diário Oficialdo
Estado de Santa Catarina, 1999).
2.6
Ruído
e
ergonomia
A
ergonomiapode
ser consideradacomo
sendo
um
conjuntode
conhecimentos relativos aohomem em
atividade,que
nos permite desenvolverferramentas, máquinas,
espaços
e os próprios sistemas de trabalho, paraque
estes traduzam omáximo
de conforto, segurança e eficiência. Dedica-se a propiciaruma
interaçaoadequada
e confortáveldo
serhumano
com
os objetosque
maneja
ecom
os ambientesonde
se encontra.Em
relação ao ruídodestacam que
há influência considerável sobre odesempenho
dohomem
no
trabalho (Santos
&
FiaIho,1997).A
presença de ruídos elevados no ambientede
trabalhopode
perturbar e,com
o tempo,acabam
atrapalhando a audiçao.Os
autoresrecomendam
sobrequalificado, 80
dB
(A); para o trabalho físico qualificado (garagista),75
dB
(A);para o trabalho rotineiro de escritório,
70
dB
(A), e para o trabalho de grande concentração mental (leitura),35
dB
(A) (Dul&
Weerdmeester,1991)
.Carvalho (1985) descreveu
que
osfenômenos
de fadiga auditiva estao relacionados à segurança, evidenciados peloaumento
temporário do limiar deaudibilidade, até
que
o limiar se torne permanente, oque
ocorrequando
seinstala a surdez.
Em
ambos
os casos,danos
ergonômicos à eficiência dossistemas
homem-homem,
homem-máquina
ehomem-ambiente
podem
acontecer.
Ahasan
et al. (1999) estudaram indivíduosque
trabalhamcom
metal -atividade
de
martelar e cortar, produtora- de muito ruído, pó e calor, alémde
ser
uma
atividade estressante eque
demanda
esforço, refletindo todo o quadrona deterioração da performance do trabalho físico.
Foram
estudados343
sujeitos por meio de questionários e entrevistas.
Os
resultados mostraramque
é significante onúmero
de trabalhadores que relatam problemas referentes aotrabalho, entre eles músculo-esqueletal e sintomas psicossociais.
Em
relaçãoao
ruído, os trabalhadores apresentam alguns sintomas, tais como, dorde
cabeça, tontura, dificuldade no
sono
e perda auditiva.Os
autores apontaram arelevância de
medidas
ergonômicas para asaúde
esegurança
destestrabalhadores.
Uma
intervençao ergonômica deve ser avaliado o ambiente, a fim de evitardanos
físicos, sensoriais ou mentais. Sendo, portanto, observado o ambiente luminoso, térmico e sonoro.O
ruído é citadocomo
um
dos principais26
acima
de 90 dB, dificultam acomunicaçao
verbal.As
pessoas
precisam falarmais alto e prestar mais atenção, para
serem
compreendidas. Nestascircunstâncias,
aumenta
a tensão psicológica e diminui o nívelde
atenção no3
METODOLOGIA
A
amostra foi constituída por 34 indivíduos, divididosem
dois grupos: oprimeiro grupo (Grupo I, n=17) foi
composto
por trabalhadores deuma
danceteria expostos à música eletronicamente amplificada e o
segundo
(Grupoll, n=17),
um
grupo controle, por trabalhadores liberais não expostos a ruídoocupacional.
Foi realizado
um
estudo quantitativocomparando
as audiometrias tonaislimiares de dois grupos
de
trabalhadores e os níveisde
pressão sonora dosrespectivos ambientes de trabalho.
O
critériode
inclusão na amostra foi a idade abaixo de 60 anos, paradescartar possíveis a teraçoes audiológicas pela idade, análise das funçoes
da
orelha
média
dentrodos
padrões normais enão
apresentar antecedentesotológicos, exceto à exposição a ruído.
O
Grupo
I foicomposto
por 17 trabalhadores deuma
danceteria,sendo
15do sexo masculino (88,3%) e dois do sexo feminino (11,7%), expostos a música eletronicamente amplificada, de
uma
empresa
localizada no município de Florianópolis.A
opção
por estaempresa
foi intencional, pois éum
ambientede lazer e a exposiçao à música acontece
em
seis dias dasemana,
em um
período aproximado de 8 horas diárias.
O
localde
trabalho possuiuma
pista de dança, dois bares (setefuncionários), três locais de caixa (três funcionários),
uma
chapelaria(um
28
para clientes.
Os
garçons (seis funcionários)fazem
rotatividade no local.O
ambiente
também
dispõede
um
escritório administrativo.O
Grupo
ll foicomposto
por 17 trabalhadoresnão
expostos a ruído,sendo
omais
homogêneo
com
relação ao Grupo» Iem
relação a idade e sexo, 14do
sexo masculino (82,4%) e três do sexo feminino (17,6%).
O
critério. de inclusãofoi referir
não
ter tido exposição ocupacional anterior.Os
procedimentos utilizados para a coletade dados
incluíram: termode
aceite da pesquisa (Anexo 1),
anamnese,
inspeção domeato
acústico externoe audiometria tonal liminar, realizados
em um
consultório particularde
fonoaudiologia; a
medição
do nívelde
pressão sonorados
ambientesde
trabalho foi realizado in loco.
3.1
Anamnese
A
anamnese
foi aplicadaem
forma de questionário, levantandodados
pessoais sobre
cada
trabalhador, função etempo
de serviço na empresa;investigou-se a história atual e pregressa sobre possíveis intercorrências
que
possam
afetar a audição, taiscomo
exposições a ruídos ocupacionaisanteriores,