• Nenhum resultado encontrado

Relatório estágio profissional

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório estágio profissional"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

1

UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

Relatório Final De Estágio

6º Ano do Mestrado Integrado em Medicina | Estágio Profissionalizante

Ano Letivo 2018/2019

“A Medicina Científica” (1906) – Veloso Salgado

João Miguel Santos e Silva Rocha

Nº: 2012220 |Turma 3

Orientação: Drª Rita Machado

Regência: Professor Doutor Rui Maio

(2)

2

“Ask not what disease the person has, but rather what person the disease has.” – Sir William Osler

Glossário

CHPL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

ECD

– Exames Complementares de Diagnóstico

FIV

– Fertilização in vitro

IAC

– Interno do Ano Comum

IFE

– Interno de Formação Específica

MIM

– Mestrado Integrado em Medicina

NMS

– Nova Medical School

NOC

– Norma de orientação Clínica

PEG

– Gastrostomia Endoscópica Percutânea

PMA

– Procriação Medicamente Assistida

SO

– Sala de Observação

SU

– Serviço de Urgência

UCERN

– Unidade de Cuidados Especiais Respiratórios e Nutricionais

UNL

– Universidade Nova de Lisboa

USF

– Unidade de Saúde Familiar

(3)

3

Índice

Índice ... 3

Introdução/ Objetivos Gerais ... 4

Atividades Desenvolvidas ... 4

Cirurgia Geral ... 4

Medicina Interna ... 5

Psiquiatria ... 6

Medicina Geral e Familiar ... 6

Pediatria ... 7

Ginecologia e Obstetrícia ... 7

Elementos Valorativos ... 8

Reflexão Crítica ... 8

(4)

4

Introdução/ Objetivos Gerais

O presente relatório tem como finalidade descrever de forma sucinta o trabalho realizado ao longo do 6º ano do MIM da NMS|UNL. O Estágio Profissionalizante, parte integrante do plano curricular, é constituído por 6 estágios parcelares – Cirurgia Geral, Medicina Interna, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia.

Este documento divide-se em três partes, começando pela exposição dos objetivos gerais do Estágio Profissionalizante, seguida da descrição das atividades desenvolvidas (referentes a cada estágio, de forma individual), terminando com uma reflexão crítica que se debruça sobre o cumprimento dos objetivos propostos ao longo do ano e também sobre uma avaliação retrospetiva do ano letivo e do plano curricular ao longo do curso.

O 6º ano, último ano da formação pré-graduada, assume características profissionalizantes, e tem como objetivo principal o ganho crescente de autonomia e responsabilidade através da integração do estudante na prática clínica hospitalar. Espelhando os objetivos pré-estabelecidos nas Unidades Curriculares dos diferentes estágios parcelares e no documento Core Graduates Learning Outcomes Project, delineio os seguintes objetivos gerais: conhecer os princípios gerais de atuação das principais patologias em Portugal e no Mundo, contextualizadas à realidade de cada estágio parcelar; identificar e hierarquizar situações clínicas urgentes/emergentes, reconhecendo critérios de gravidade e de referenciação; desenvolver habilidades comunicacionais que permitam comunicar de forma eficaz com os doentes e suas famílias, médicos, enfermeiros, outros profissionais de saúde e com o público em geral; treino de procedimentos fundamentais ao exercício profissional futuro; aperfeiçoar a colheita de dados anamnésticos, realização de exame físico, solicitação ponderada de ECD, discussão diagnóstica, orientação terapêutica e recomendação de medidas preventivas e promotoras de saúde; adotar um comportamento adequado ao ambiente hospitalar demonstrando assiduidade, pontualidade, rigor científico e integridade intelectual; respeitar e reconhecer na relação médico-doente os limites entre obrigações pessoais e profissionais.

Como principal objetivo pessoal enumero a aquisição de conhecimento e competências que me permitam prestar cuidados de saúde da mais alta qualidade com integridade, honestidade, empatia e compaixão, independentemente da doença, prognóstico, idade, género, orientação sexual, etnia, religião, cultura ou classe socioeconómica do doente.

Atividades Desenvolvidas

Cirurgia Geral

10 de Setembro de 2018 a 2 de Novembro de 2018 – Serviço Cirurgia Geral| Hospital Beatriz Ângelo Este estágio teve a duração de 8 semanas, divididas da seguinte forma: 1 semana de aulas teóricas e teórico práticas; 1 semana de Serviço de Urgência; 2 semanas de opcional; 4 semanas no serviço de cirurgia

(5)

5

geral (internamento, bloco operatório e urgência interna), sob a tutela do Dr. João Grenho, com enfoque em cirurgia do colón e recto. No Bloco Operatório assisti a 23 cirurgias, tendo participado em 2 cirurgias (hernioplastia inguinal e remoção de lipoma). No internamento tive a oportunidade de observar doentes, realizei exame objetivo sob supervisão, realizei duas histórias clínicas informais e realizei diários clínicos com interpretação de ECD. Tive ainda a oportunidade de assistir à comunicação de notícias a familiares de pacientes com situação clínica reservada, assim como à comunicação do falecimento de um paciente. No SU aprendi sobre a abordagem do doente cirúrgico urgente e distinção entre situações emergentes/urgentes. Realizei o estágio opcional em Anestesiologia que incluiu as vertentes de bloco operatório, urgência, consulta e acupuntura. Aqui destaco a prática da técnica de intubação endotraqueal, colocação de máscara laríngea, colocação de sonda nasogástrica e realização de gasimetria em linha arterial. Participei no curso TEAM(vide Anexos). No Mini Congresso de Cirurgia, que decorreu no auditório do HBA com a presença de todos os colegas dos diferentes hospitais, o meu grupo apresentou um caso clínico sobre tumores síncronos do cólon.

Medicina Interna

5 de Novembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019 –Medicina III |Hospital São Francisco Xavier Este estágio teve a duração de 8 semanas e tive a oportunidade de integrar as equipas da Drª Ana Leitão e da Drª Susana Jesus. Este estágio incluiu as vertentes de internamento, consulta externa e serviço de urgência. No internamento as minhas funções consistiram em, diariamente, observar os doentes a mim atribuídos; interpretar os seus ECD, com ponderação no diagnóstico e decisão terapêutica; redação dos diários clínicos e posterior discussão com a equipa médica; acompanhamento dos doentes na realização de intervenções terapêuticas (ex: colocação de PEG). Destaco ainda a elaboração de notas de alta e de entrada; pedido de ECD e respetiva interpretação; realização de pedidos de observação e colaboração por outras especialidades, pela assistente social, fisioterapeutas e enfermeiros; comunicação com os doentes acerca das suas situações clínicas, bem como com os seus familiares. Fiz múltiplas gasimetrias arteriais e punções venosas; realizei eletrocardiogramas; e colhi sangue para hemoculturas. Das atividades do serviço destaco a Visita Médica semanal, tendo integrado as mesmas e apresentado os doentes que me foram designados. Frequentei o SU, que englobou SO e balcões de atendimento, tendo observado 32 doentes, sendo o diagnóstico mais frequente: Infeção Respiratória alta/baixa. Na Consulta externa acompanhei a tutora na consulta de Medicina Interna onde pude observar 8 doentes com patologia variada, mas essencialmente cardio-metabólica. No que diz respeito a atividades formativas assisti semanalmente a sessões clínicas com a apresentação de trabalhos por médicos especialistas e internos do serviço, sendo que 3 sessões foram reservadas à apresentação de trabalhos por alunos do 6º ano. Gostava de destacar o trabalho por mim apresentado que incidiu sobre o tema da Disfunção Eréctil. Escolhi este tema por ser uma patologia pouco abordada ao longo do percurso académico e que recai sob uma área do meu interesse. Além disto, a sua

(6)

6

grande incidência e prevalência e grande impacto na qualidade de vida dos doentes justificam a pertinência do tema.

Psiquiatria

21 de Janeiro de 2019 a 15 de Fevereiro de 2019 – Unidade de Reabilitação | CHPL

Este estágio teve a duração de 4 semanas sob a tutoria da Drª Helena Máximo. Englobou as vertentes de internamento, consulta externa, serviço de urgência e psiquiatria de ligação. A unidade de reabilitação distingue-se do internamento de agudos uma vez que tem como objetivo a reintegração dos doentes na comunidade através do desenvolvimento de programas de reabilitação psicossocial, designadamente de treino de atividades de vida diária, terapia ocupacional, formação profissional e de emprego protegido. Observei 18 doentes, sendo as patologias mais frequentes esquizofrenia e perturbação afetiva bipolar. Realizei uma história clínica formal de um doente com Esquizofrenia Paranoide em situação de sem-abrigo. Assisti a reuniões comunitárias que contam com a participação de todos os doentes internados e com a moderação pela terapeuta ocupacional. Sendo este um espaço que fomenta a partilha de emoções e de dificuldades no internamento, com o intuito de estimular a capacidade de resolução de problemas ao mesmo tempo que estimula a educação para a doença. Destaco a participação na terapia ocupacional, no serviço de formação profissional e no grupo de teatro terapêutico, o que me permitiu aprender sobre a multiplicidade de opções terapêuticas disponíveis na área da psiquiatria. A consulta externa e psiquiatria de ligação foram momentos importantes para a consolidação de fundamentos teóricos e práticos sobre a abordagem do doente psiquiátrico e alertou-me para a necessidade do estabelecimento de uma relação terapêutica médico-doente de confiança. No SU observei 7 doentes com patologia aguda, sendo as patologias mais frequentes a psicose tóxica e a perturbação depressiva grave.

Medicina Geral e Familiar

18 de Fevereiro de 2019 a 15 de Março de 2019 – USF Alfa Beja

Este estágio teve a duração de 4 semanas sob a tutoria do Dr. Luís Coentro. A escolha recaiu sobre Beja uma vez que este é um meio pequeno, com uma população distinta e com necessidades diferentes da população de Lisboa. Em dois dias da semana a consulta decorria na Unidade de Saúde de Baleizão. Esta situa-se numa aldeia, o que me possibilitou o contacto com a comunidade rural do Alentejo. Participei de forma ativa em consultas de: Saúde de Adultos; Diabetes-Hipertensão; Saúde Materna; Saúde Infantil e Juvenil; Consulta Aberta e ao Domicílio. A variedade destas consultas exemplifica a diversidade da prestação de cuidados do Médico de Família, o que viabilizou o contacto com problemas clínicos variados. Após a primeira semana de estágio pude conduzir as consultas de forma autónoma com subsequente supervisão pelo meu tutor. Quanto a atividades formativas, assisti semanalmente à sessão médica com a apresentação de NOC por IACs e IFEs. Fiz uma apresentação sobre a NOC - “Prescrição Imagiológica do Abdómen: Ecografia do Abdómen Superior”, com exposição das linhas orientadoras e reflexão crítica sobre a mesma. Gostava de

(7)

7

destacar duas consultas, motivado pelo meu interesse na área, uma de um doente com queixas de disfunção erétil e outra de um doente com queixas de ejaculação precoce, nas quais realizei anamnese, exame objetivo, pedido de ECD, diagnóstico e proposta terapêutica. Como ponto menos positivo destaco o facto de não ter tido a oportunidade de participar em consultas de planeamento familiar.

Pediatria

18 de Março de 2019 a 12 de Abril de 2019 – UCERN | Hospital Dona Estefânia

Este estágio teve a duração de 4 semanas sob a tutoria da Dr.ª Sara Nóbrega. O estágio incluiu as valências de internamento, consulta de gastroenterologia pediátrica, consulta de imunoalergologia, SU e técnicas de gastroenterologia. Participei ativamente no internamento, onde acompanhei a evolução de 11 doentes, com idades entre os 4 meses e os 10 anos. Diariamente era responsável pela avaliação de vigilâncias e intercorrências, realização de exame objetivo e redação do diário clínico do doente atribuído e posterior apresentação e discussão com a equipa médica. Por ser um hospital de referência, tive a oportunidade de contactar com diferentes patologias, algumas raras, assim como com diferentes formas de apresentação de doença e aprender sobre diferentes variáveis que influenciam o processo de decisão clínica. Realizei uma história clínica formal de um lactente com atrésia das vias biliares. Participei no SU, assisti a consultas de gastrenterologia pediátrica e imunoalergologia e ainda a técnicas de gastroenterologia. No penúltimo dia de estágio, decorreu o seminário dos alunos do 6º ano e o meu grupo apresentou o trabalho com o tema “Helicobacter pylori - Guidelines for the Management of H. pylori in Children and Adolescents (Update 2016)”. Queria destacar a participação em várias reuniões informais multidisciplinares, organizadas pelos médicos especialistas com o objetivo de discutir casos clínicos complicados. De todos os estágios, este foi o que me permitiu ter a melhor perceção sobre a multidisciplinariedade da prática clínica médica, sem a qual seria impossível abordar muitos dos casos que presenciei.

Ginecologia e Obstetrícia

22 de Abril de 2019 a 17 de Maio de 2019 – Serviço de Ginecologia e Obstetrícia| Hospital Lusíadas Lisboa Este estágio teve a duração de 4 semanas sob a tutoria da Dr.ª Alexandra Cordeiro. Englobou as valências de Consulta de Ginecologia e de Obstetrícia; Histeroscopia e Ecografia Obstétrica; Procriação Medicamente Assistida; Bloco Operatório e SU. A maior parte do tempo foi dedicado a consultas de Ginecologia e de Obstetrícia, onde tive a oportunidade de observar a colheita de anamnese, realização de exame físico ginecológico e interpretação de ECD e discutir hipóteses de diagnóstico e terapêutica. Na área da PMA assisti a punções ováricas, técnicas de FIV e a consultas de infertilidade. No Bloco Operatório assisti a 3 cirurgias e participei como 3º ajudante em duas (histerectomia total laparoscópica e excisão de teratoma e quistectomia). Participei ainda no SU onde pude observar a realização de ecografias obstétricas e ginecológicas em contexto de urgência e assistir a uma curetagem de um aborto retido. O SU inclui o bloco de partos, onde tive a oportunidade de assistir a 16 partos dos quais 7 eutócicos e 9 cesarianas. No penúltimo

(8)

8

dia de estágio apresentei um caso clínico de uma doente com o diagnóstico de Trombose da Veia Ovárica no Puerpério. Esta é uma complicação rara e que neste caso atingiu a totalidade da veia ovárica tendo o trombo uma extensão de 16,5 cm. Como ponto menos positivo destaco o facto de o estágio se ter realizado num hospital privado o que poderá ter condicionado treino de procedimentos técnicos, como por exemplo citologias.

Elementos Valorativos

Motivado pelo meu interesse em Sexologia Médica, e por ter tido um contacto escasso durante o curso, ao longo do 6º ano tentei aprofundar o meu conhecimento na área ao participar em conferências e workshops dirigidos ao tema. Participei ainda no congresso iMed 10.0 e no 21º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos. Considero este último de elevado valor, uma vez que se discutiu o futuro da Medicina e da profissão médica em Portugal e no mundo, com um painel de oradores de alta qualidade.

Considero ainda relevante referir uma experiência de voluntariado, em 2013, durante 7 semanas, na Índia, onde integrei a equipa pedagógica de uma escola primária como professor de atividades extracurriculares. Isto permitiu-me contribuir para uma comunidade desfavorecida e conhecer melhor a realidade de outra cultura no que diz respeito a hábitos, crenças e valores da população Indiana. Entre 2013 e 2015 integrei ainda a equipa de Comunicação do núcleo da UNL da ONG - AIESEC, que tem por objetivo consciencializar os estudantes universitários para a importância do voluntariado e contribuição ativa para o desenvolvimento da comunidade. Aqui ganhei competências no que diz respeito ao trabalho em equipa assim como aprendi mais sobre liderança, competências que considero essenciais para o meu futuro profissional.

Reflexão Crítica

Para mim, o 6º ano representou uma oportunidade de identificar falhas a colmatar, treinar e adquirir competências, valores e atitudes, não esquecendo a necessidade constante de adquirir, atualizar e aprofundar o conhecimento científico essencial para a prática profissional futura. Enquanto futuro jovem médico, penso que esta é uma altura fulcral para começarmos a delinear o nosso caminho profissional, de uma forma mais individualizada. É minha opinião que para se exercer esta profissão, não basta apenas adquirir conhecimento científico, como é também necessário expandir os nossos horizontes e ir ao encontro daquilo que nos torna melhores profissionais - “Sem cultura (...) a compreensão do indivíduo doente será

sempre limitada(...) sem sentido ético e moral e interesse pelo próximo,(...) não poderá apreender e viver o

espírito de serviço que deve ser o paradigma da sua profissão.”1. Em termos globais, considero que tanto os

objetivos gerais como os pessoais a que me propus foram atingidos. Particularizo de seguida os vários estágios, refletindo sobre os aspetos mais positivos e menos conseguidos. Cirurgia Geral: destaco a excelente organização do estágio e a diversidade de atividades que inclui. A semana de aulas teórico-prática pautou

1 – Adaptado de “The Portuguese Medical Graduate - Core Graduate Learning Outcomes Project”

(9)

9

pela diversidade de palestras que contou com oradores de várias áreas, destaco os temas: “Princípios de gestão em cuidados de saúde” e “Liderança e trabalho de equipa”. Pudemos ainda sedimentar conhecimentos teóricos e treinar procedimentos. Aqui, como ponto a melhorar, destaco a necessidade de mais tempo dedicado à prática de procedimentos. Relativamente ao SU penso que poderia haver mais tempo dedicado à pequena cirurgia, com o intuito de treinar suturas e desinfeção de feridas, pessoalmente não tive esta oportunidade. Nas semanas dedicadas à Cirurgia, destaco o tempo em enfermaria e em consulta. Contudo, o rácio aluno:tutor 3:1, é um aspeto a melhorar pois comprometeu a minha participação em cirurgias. A opcional foi um ponto muito positivo. A rotação estava muito bem organizada e o rácio aluno: tutor 1:1, permitiu-me treinar procedimentos essenciais para a prática profissional no futuro. Destaco ainda o curso TEAM como uma mais valia. Medicina Interna: este estágio foi um dos estágios que me proporcionou uma maior autonomia. A integração na equipa médica como elemento do corpo de trabalho proporcionou uma autossuficiência crescente, ao mesmo tempo que me permitiu realizar trabalho de valor para a equipa. A disponibilidade sempre demonstrada pela equipa, para esclarecimentos, assim como a discussão diária do trabalho efetuado e apresentação dos doentes em visita médica, permitiu-me, diariamente, avaliar o meu desempenho, sempre com espírito crítico e no sentido de melhorar as lacunas identificadas. Aqui destaco a aplicação de conhecimento teóricos em termos de terapêutica a instituir, que ECD requisitar tendo em conta o seu custo-benefício, com vista a uma utilização eficaz dos recursos disponíveis, e o reconhecimento da necessidade de pedir a colaboração de outras especialidades. Um outro ponto prende-se com o facto de ter sido neste estágio que tive o maior número de oportunidades de treinar procedimentos técnicos e competências comunicacionais, com os doentes, familiares, pessoal médico, enfermeiros e outros técnicos de saúde. Saúde Mental: este foi um dos estágios com cariz mais observacional. Reconheço também que de todos os estágios parcelares, esta foi das áreas que requereu um maior empenho em termos de aquisição de fundamentos teóricos e práticos para colmatar as falhas identificadas. Estas dificuldades prenderam-se essencialmente com a abordagem do doente psiquiátrico mais especificamente no que diz respeito à colheita de dados anamnésicos, avaliação psicológica, psicofarmacologia e outras opções de tratamento disponíveis. Além disto, motivado pela natureza dos problemas com nos deparamos nesta especialidade, sinto que ao longo do curso deveria haver mais momentos dedicados à aprendizagem da gestão dos problemas emocionais dos doentes e como gerir conflitos éticos e pessoais sem que estes afetem a qualidade dos cuidados prestados, competências que considero essenciais. Adicionalmente, senti-me pouco preparado para lidar com o estigma associado à patologia mental. Apesar de todas as dificuldades identificadas, sendo esta uma das minhas áreas de interesse, não posso deixar de destacar a qualidade do estágio que tive. Além de ter contactado com patologia diversa, e em diferentes momentos como SU e consulta, tive também a oportunidade de contactar, motivado por interesse próprio, com outras áreas como o grupo de teatro terapêutico e a terapia ocupacional. Isto permitiu-me entender de forma mais objetiva a necessidade da

(10)

10

extensão dos cuidados além consultório e hospital para o sucesso dos cuidados prestados e o papel destes na reintegração dos doentes na comunidade. Considero que este foi o estágio onde tive o maior crescimento a nível pessoal e humano. Medicina Geral e Familiar: a par de Medicina Interna, este foi o outro estágio que me potenciou uma maior autonomia. O maior contacto com a especialidade em anos anteriores, aliado ao seu carácter generalista, capacitou-me de uma maior aptidão para gerir vários problemas/patologias que são o foco da especialidade. Ter realizado o estágio em Beja, permitiu-me ter um contacto com uma realidade diferente da de Lisboa, por ser um meio rural, com uma grande percentagem de população idosa, com baixo nível socioeconómico e de literacia. Um outro aspeto teve que ver com a presença de um grande número de comunidades de etnia cigana, com valores, crenças e toda uma estrutura que lhes é particular e da qual pouco conhecimento tinha. Isto obrigou-me a desenvolver competências interpessoais como habilidades comunicacionais (p.e., adaptando a linguagem utilizada ao nível de escolaridade e capacidade de compreensão do doente em causa) e consolidar abordagens centradas no doente, incorporando o contexto psicossocial, crenças e valores dos doentes na decisão clínica, com o objetivo de criar uma relação de confiança que possibilite a continuidade dos cuidados e potencie a qualidade dos cuidados prestados. Destaco ainda como competências que mais desenvolvi: a capacidade de conduzir consultas de forma autónoma, uma maior capacidade de distinguir situações urgentes/não urgentes perante queixas inespecíficas e em que situações referenciar para consulta de especialidade. Como dificuldades sentidas, evidencio a avaliação custo-efetividade da terapêutica e ECD propostos. Um outro ponto que queria referir, prende-se com a avaliação do estágio. Embora considere o DEO uma mais valia e destaco também o elevado grau de clareza das instruções para cumprimento do mesmo, penso que a ponderação atribuída à avaliação do trabalho desenvolvido (1/3 da nota final) em comparação com a ponderação do DEO (2/3 da nota final) devia ser repensada. Atitudes, valores, empenho e capacidade de trabalho demonstradas ao longo das 4 semanas de estágio, na minha opinião, deviam ter um maior peso na avaliação final, uma vez que não são passiveis de avaliação objetiva no documento. Pediatria: este estágio possibilitou-me um contacto com as patologias pediátricas mais comuns, assim como com patologia rara, por ter realizado o estágio num centro de referência. A priori, esta era uma das áreas na qual sentia maiores dificuldades, mais concretamente no que diz respeito aos desafios inerentes à realização de anamnese e exame físico na criança, assim como na comunicação com os pais. Tendo isto em conta, ao longo do estágio empenhei-me no sentido de colmatar estas falhas e sinto-me neste momento mais preparado para abordar o doente pediátrico e gerir situações clínicas mais comuns. Por outro lado, tenho alguma dificuldade em lidar, emocionalmente, com doença grave em crianças e o impacto que esta tem nas suas vidas. Aqui aprendi a reconhecer e delinear fronteiras entre as obrigações pessoais e profissionais na relação médico-doente. Na globalidade de todos os estágios, embora reconheça que me encontro neste momento num ponto em que possuo mais conhecimento científico e prático, e de me sentir mais capaz na abordagem do doente pediátrico, esta continua a ser a área

(11)

11

em que identifico uma maior necessidade de aquisição de experiência clínica para prestar melhores cuidados.

Ginecologia e Obstetrícia: o principal aspeto positivo que identifico neste estágio foi a rotatividade pelas

diferentes áreas da especialidade, o que me proporcionou um estágio muito completo e um momento de aprendizagem importante. Destaco ainda o elevado número de consultas a que pude assistir, o que me permitiu aprender mais sobre a abordagem, exame físico ginecológico e tratamento de patologia diversificada. No bloco operatório tive a oportunidade de treinar a lavagem e a desinfeção de mãos, recordar técnicas de assepsia e cuidados a ter no bloco. No SU destaco a observação de um elevado número de partos. Por ter realizado este estágio num hospital privado destaco algumas diferenças observadas, nomeadamente em termos de doentes observados que possuíam, de forma geral, um nível socioeconómico superior e maior grau de habilitações académicas. Isto refletiu-se num maior grau de literacia para a saúde assim como um maior acesso a informação. Com a maior “diferenciação” dos doentes, o papel tradicional do médico também se altera atuando este como catalisador de informação, esclarecendo dúvidas e assumindo um papel de orientador. Como ponto menos positivo, destaco o cariz mais observacional deste estágio o que prejudicou o treino de procedimentos.

Sendo este um documento que pretende descrever o percurso efetuado, não posso terminar sem fazer um balanço largamente positivo e gratificante. Gostava de evidenciar a qualidade do ensino a que tive acesso. A organização curricular do MIM, com a aposta no ensino orientado por casos clínicos desde o 1º ano, aliada ao início precoce da integração hospitalar no 3º ano, com forte componente prática nos anos seguintes e o baixo rácio aluno:tutor em todos os estágios hospitalares, são pontos que identifico como fortemente positivos e que sustentam a qualidade do ensino. Penso que tudo isto permite aos alunos desta Escola dotarem-se de ferramentas úteis e prepararem-se de forma eficaz para um mercado de trabalho exigente e competitivo, tendo em conta o panorama atual da prestação de cuidados de saúde. Não menosprezando todo o esforço para que isto que seja possível, penso que ao longo do curso beneficiaríamos de um maior foco e tempo dedicado a questões relacionadas com o treino de habilidades interpessoais, como a empatia e comunicação eficaz; e de uma maior consciencialização para a diversidade, diferença, e aspetos particulares de diferentes culturas e minorias. No meu ponto de vista isto funcionaria como impulsionador de uma melhor prestação de cuidados de saúde, tendo em conta a globalização característica dos dias de hoje, ao mesmo tempo que cultivaria valores humanísticos e de tolerância.

Por último, resta-me agradecer a todos os profissionais com quem tive a oportunidade de me cruzar ao longo desta caminhada, em especial aos Professores e Médicos que me transmitiram e ensinaram a arte médica, através de conhecimentos, valores humanísticos, experiências profissionais e pessoais. Aos doentes, que se demonstraram disponíveis para que pudesse aprender, mesmo nos seus momentos de maior fragilidade. À minha família e amigos por todo o apoio e dedicação ao longo deste percurso.

(12)

12

iMed Conference® 10.0 Lisbon 2018

— Certificado de Participação EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa

NOME

João Miguel Santos e Silva Rocha

DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

14224919

CÓDIGO DE CERTIFICADO

C-5bace269b1af9

Evento

iMed Conference® 10.0 Lisbon 2018 03-10-2018 13:30 ® 07-10-2018 14:00

The iMed Conference® 10.0 | Lisbon 2018 will take placebetween the 3rd and 7th of October at Teatro Camões and NOVA Medical School

| Faculdade de Ciências Médicas.

Prepare for ground-breaking lectures, practical workshops, challenging competitions and an immersive social programme.

aefcm.up.events

Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico Decreto-Lei n.º 290-D/99 e 62/2003 — European Union Directive 1999/93/CE

Anexos

1. Conferências e Workshops

(13)

13

iMed Conference® 10.0 | Workshops October

3rd

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School

Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa

NOME

João Miguel Santos e Silva Rocha

DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

14224919

CÓDIGO DE CERTIFICADO

C-5bafb810a573d

AS ATIVIDADES FREQUENTADAS ENCONTRAM-SE NA PÁGINA SEGUINTE

Evento

iMed Conference® 10.0 | Workshops October 3rd

03-10-2018 13:30

03-10-2018 19:00 - Duração: - 5:30 horas

The iMed Conference

®

10.0 Workshops are a great opportunity to learn

something new or to improve your skills!

We listened to your feedback! The big news for this year's edition is that there will

be not one, but

TWO days of Workshops

. Moreover, the Workshops will take

place solely during the

afternoon

, so that everyone gets a chance to participate.

Once again you will benefit from our dynamic system of Workshop sessions -

you

may choose a Workshop (one per day)

and each one integrates different

sessions, thus allowing for a multifaceted approach to various areas of a certain

theme.

The iMed Conference

®

ticket allows access to the two days of workshops.

Atividades frequentadas

Medical Sexology - Gender Dysphoria [Year of Studies: 1st - 6th]

03-10-2018 13:30

03-10-2018 18:00

Dysphorias; Sex reassignment surgery | Post-surgery pelvic rehabilitation Curious about these kind

of topics? Then this is the right workshop for you! Here, we will cover all there is to know about

gender dysphoria: from the psychological part, passing through diagnosis and ending on the surgical

therapeutics. Join us, and get ready to become a dysphoria guru. Language: Portuguese

aefcm.up.events

Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico

Decreto-Lei n.º 290-D/99 e 62/2003 — European Union Directive 1999/93/CE

(14)

14

O sexo do cérebro - Bases neurobiológicas da

sexualidade humana

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa

NOME

João Miguel Santos e Silva Rocha

DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

14224919

CÓDIGO DE CERTIFICADO

C-5ca35253906f6

Evento

O sexo do cérebro - Bases neurobiológicas da sexualidade humana

08-04-2019 17:00 ® 08-04-2019 18:00 - Duração: - 1 horas

Tens interesse em perceber as bases neurobiológicas por detrás da sexualidade humana? Não percas esta oportunidade com o Prof Dr. Nuno Monteiro Pereira.

aefcm.up.events

Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico

Decreto-Lei n.º 290-D/99 e 62/2003 — European Union Directive 1999/93/CE

1.3. Certificado de Participação – “O Sexo do Cérebro – Bases Neurobiológicas da Sexualidade Humana” (2019)

(15)

15

P

ara

os

dev

idos

ef

eit

os

dec

lara

-s

e

que

:

Jo

ão

M

ig

u

el

R

o

ch

a

P

art

ic

ipou

no

21º

C

ong

res

so

N

ac

iona

l da

Ordem

dos

M

édic

os

, realiz

ado

nos

dias

26

e

27

de

Out

ubro

de

201

8

na

U

niv

ers

idad

e

N

ov

a

de

Lis

boa

.

Lis

boa

, 27

de

Out

ubro

de

201

8

(16)

16

1.5. Certificado de Participação no Curso TEAM (2018)

Referências

Documentos relacionados

Portugal poderá assumir um importante papel no desenvolvimento de uma estratégia de segurança marítima para esta região, não só por ter interesses estratégicos em

Este é aqu e l e que lês, aquele que reclamas , Marcial, conhecido em todo o mundo pelos seus argutos livrinhos de epigramas.. o que verifiquei com a investigação que

a) Necessidade de um certo profetismo: descobrir aquelas novas formas de pobreza à qual a sociedade e o Estado só muito tarde ou nunca acodem. Pensemos nos doentes

A SAHOS pode iniciar e desenvolver-se em presença de múltiplos fatores de risco: obesidade, idade, gênero, genéticos, craniofaciais, familiares e comportamentais, que levam a

Na perspectiva de Partt (1998), a identificação organizacional ajuda as organizações a deterem o controlo sobre os seus membros, sendo que este controlo resulta, em parte,

Considerando a qualidade de vida (QV) dos profissionais de enfermagem como fundamental para sua saúde e qualidade da assistência prestada, os objetivos deste estudo são: verificar

Resultados: Três dos dez trabalhos selecionados não demonstraram associação entre o aleitamento materno e o desenvolvimento de síndrome metabólica e seus componentes e demonstraram

Através da leitura da tabela 2 podemos verificar a distribuição dos resultados brutos obtidos na PRP da criança em percentis. Ao analisar os resultados, percebeu- se que a criança