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AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO DE LESÕES EM ACADEMIAS

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AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA

PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO DE LESÕES EM ACADEMIAS

EVALUATION OF THE PARTICIPATION OF THE PHYSIOTHERAPIST IN THE PREVENTION AND REHABILITATION OF INJURIES IN GYMS

Jonas do Amaral Santos¹, Maristhela Santonione Corbelli², Tárcilo Dias da Silva³, Thor Kaic de Farias⁴, Rosalina Tossige Gomes⁵, Leonardo Menezes Peres⁶.

1- Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares- MG. E-mail: jonasamaral-gv@hotmail.com

2- Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares- MG. E-mail: maristhela-santonione@hotmail.com

3- Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares- MG. E-mail: tarcilodias@hotmail.com

4- Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares- MG. E-mail: thorkaic@hotmail.com

5- Coorientadora Professor da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares – MG. E-mail: rosalina.gomes@univale.br

6- Orientador Professor da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares – MG. E-mail: leomperes@hotmail.com

RESUMO:

INTRODUÇÃO: A prática de exercícios físicos é apontada como importante componente para saúde e a musculação é uma modalidade de exercício que tem ganhado cada vez mais espaço em diferentes populações. Contudo, proporcional ao crescimento da prática, os índices de lesões vêm aumentando e nesse contexto, o fisioterapeuta é o profissional capacitado na prevenção e reabilitações de lesões. OBJETIVO: Esta pesquisa teve como objetivo descrever, através de uma revisão bibliográfica a participação do fisioterapeuta na prevenção e reabilitação de lesões no salão de musculação. A busca foi realizada nas bases de dados eletrônica PubMed, LILACS, PEDro, Scielo e Bireme. RESULTADOS: Foram encontrados 7330 artigos e 24 selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, abordando assuntos relacionados com lesões na musculação, mecanoterapia para prevenção e reabilitação de lesões e fisioterapeuta na academia. Os achados mostram que existem altos índices de lesões nos praticantes, indivíduos acima da terceira década de vida são os mais acometidos sem diferença entre sexo e estruturas como, joelhos, ombros e tornozelos são mais acometidos. A pesquisa mostrou que apesar da baixa presença de fisioterapeuta em academias, quando este é integrado à equipe a percepção de lesões entre os praticantes é aumentada, estratégias de prevenção e intervenção são melhor desenvolvidas, e os resultados são potencializados. CONCLUSÃO: Em conclusão, torna-se evidente a necessidade de acompanhamento de um fisioterapeuta na prevenção ou reabilitação das lesões, esclarecendo sobre os efeitos e consequências visando minimizar a incidência e permitir um programa de treinamento seguro e livre de lesões. Palavras-chave: Lesões na musculação. Fisioterapia em academias.

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ABSTRACT:

INTRODUCTION: The practice of physical exercises is pointed out as an important component for health and weight training is an exercise modality that has been gaining more and more space in different populations. However, proportional to the growth of the practice, injury rates have been increasing and in this context, the physiotherapist is the professional trained in injury prevention and rehabilitation. OBJECTIVE: This research aimed to describe, through a bibliographic review, the participation of the physiotherapist in the prevention and rehabilitation of injuries in the weight room. The search was performed in the electronic databases PubMed, LILACS, PEDro, Scielo and Bireme. RESULTS: 6960 articles were found and 24 were selected according to the inclusion and exclusion criteria, addressing issues related to injuries in the bodybuilding, mechanotherapy for injury prevention and rehabilitation and physiotherapist in the gym. The findings show that there are high rates of injuries in practitioners, individuals over the third decade of life are the most affected without difference between sex and structures such as, knees, shoulders and ankles are most affected. Research has shown that despite the low presence of a physiotherapist in gyms, when he is integrated into the team, the perception of injuries among practitioners is increased, prevention and intervention strategies are better developed, and the results are enhanced. CONCLUSION: In conclusion, the need to accompany a physical therapist in the prevention or rehabilitation of injuries becomes evident, clarifying the effects and consequences in order to minimize the incidence and allow a safe and injury-free training program.. Keywords: Weight training. Mechanotherapy. Physiotherapy. Injuries.

1. INTRODUÇÃO

As atuais evidências mostram que o exercício físico pode levar a melhores índices de saúde (DE LIZ E ANDRADE, 2016; FLECK; KRAEMER, 2017), de modo que o reconhecimento da importância de sua prática é capaz de garantir uma melhor qualidade de vida, através de modificações no estilo de vida, deixando-os mais ativos. (ROLLA et al., 2004). Referenciada entre as principais formas de exercícios físicos a musculação é uma importante ferramenta não só para a melhoria da aptidão física,

mas também para a prevenção e reabilitação de vários distúrbios

musculoesqueléticos (SILVA et al., 2007).

A musculação é uma atividade muito antiga, praticada em diferentes tipos de equipamentos, onde é aplicada uma resistência mecânica, com o objetivo de restaurar, melhorar ou manter a força, a potência, a resistência muscular, entre outros efeitos e consequentemente apresenta ser uma ferramenta indispensável num programa de reabilitação (LIMA et al., 2006). No entanto, um fator extremamente importante que não pode ser ignorado pelos profissionais que atuam nessa área, são as possíveis lesões geradas ou agravadas por meio desta prática (ORY et al., 2005). Associada ao aumento do número de praticantes, as lesões na musculação vêm crescendo mesmo sendo uma modalidade individual e sem contato físico, apontando como causas desse desfecho a execução de forma errada ou excesso de prática (CARDOSO, 2011). O resultado de uma lesão proporciona alterações com fins patológicos, gerando barreiras para o fim da participação do praticante na respectiva

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atividade por pelo menos um dia estas lesões podem e devem ser evitadas e para este fim o atleta deve realizar o acompanhamento com um profissional especializado. (BELECHRI et al., 2001 apuld ATALAIA; PEDRO; SANTOS, 2009).

A fisioterapia é a ciência que estuda o movimento humano e apresenta determinadas especialidades, sendo a fisioterapia desportiva uma delas (NEGRÃO, 2002). Seus princípios são baseados em atuar em pelo menos quatro grandes domínios: prevenção, atendimento emergencial, reabilitação funcional e retorno à atividade (SILVA, 2011). O fisioterapeuta desportivo então é indicado para a realização da avaliação funcional (JUNIOR; PASTRE; MONTEIRO, 2004), fazendo um diagnóstico precoce das alterações musculoesqueléticas e intervenção adequada em diferentes períodos de treinamento (CASTRO et al., 2015) com o objetivo maior de prevenir ou reabilitar lesões da prática esportiva e proporcionar a máxima restauração das funções para uma atividade atlética esportiva (SAFRAN, MCKEAG, e CAMP, 2002).

Baseando-se no descrito acima o objetivo deste estudo é descrever, por meio de uma revisão bibliográfica a prevalência de lesões em academias e a atuação do fisioterapeuta na prevenção e reabilitação de lesões no salão de musculação.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Exercícios Físico (Musculação)

Ao passar da década de 80, as pessoas despertaram grande interesse na prática de exercício físico (BARBANTI, 2001), sendo uma atividade física estruturada, com intensidade, frequência, duração, objetivando a melhora da capacidade física e consequentemente da saúde (BARBANTI, 2001). A musculação é um exercício físico que tem ganhado grande destaque, pois vem crescendo nos últimos anos com o desenvolvimento de novas metodologias de treino com a proposta de trazer benefícios para a recuperação, manutenção e promoção da saúde do indivíduo (COHEN; ABDALLA, 2003; BARBANTI, 2001). A prática da musculação proporciona inúmeros benefícios para a qualidade de vida e uma redução da incidência das doenças crônicas degenerativas, sendo capaz de proporcionar ganho não só de massa muscular e força, como trazer efeitos benéficos para pessoas com falta de resistência, estabilidade articular, muscular e para reabilitações de funções (ABDALLA; COHEN 2003; BARBANTI, 2001). Os benefícios da musculação podem ser usados para outros

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fins além da melhora da performance no esporte, aprimorando consideravelmente a qualidade de vida destes praticantes (BARBANTI, 2001).

Atualmente o exercício físico tem sido preconizado como importante ferramenta para reabilitação de vários distúrbios musculoesqueléticos, sendo a musculação um método de fortalecimento muito utilizado por fisioterapeutas, pois estimula as estruturas musculares a desenvolver força e resistência, gerando funcionalidade nos pacientes (SILVA et al., 2007). De acordo com Douglas (1998) dispositivos mecânicos apresentam um relevante papel no ganho de força muscular e a partir da avaliação de intensidade inicial a quantidade de resistência pode ser mensurada quantitativamente progredindo os protocolos de tratamento para as fases intermediária e avançada da reabilitação, através do aumento ou diminuição da sobrecarga (LIMA et al., 2006).

Como consequência da musculação, ocorrem alterações fisiológicas, inicialmente agudas com o aprendizado psicomotor e, em seguida, as crônicas que estão relacionadas com o ganho de força e hipertrofia muscular (CANAVAN, 2001). Portanto, a musculação oferece uma maior vantagem no plano de treinamento de força, para o paciente (STARKEY, 2001) e tem sido utilizada e recomendada como atividade segura e eficaz para melhoria da capacidade funcional e aptidão física para pessoas com diferentes tipos de comprometimentos ósseos, musculares e articulares, e em caso de dores referidas ou irradiadas da coluna vertebral (CÂMARA, SANTAREM E JACOB, 2008).

3. LESÕES NA MUSCULAÇÃO 3.1 Conceito de Lesão

A lesão pode ser uma série de episódios não desejados que acontecem entre o praticante e o ambiente durante o exercício físico. Este exercício pode ser tanto uma modalidade competitiva quanto recreativa e advém geralmente do excesso de forças que ultrapassam o limiar de tolerância fisiológica, tornando-o incapaz fisicamente.

Segundo o Walker (2010), lesão é definido como qualquer estresse imposto ao corpo que impeça o organismo de funcionar adequadamente e faça com que se inicie um processo de reparação.

3.2 Tipos de Lesões

De acordo com Cohen (2012), podemos classificar as lesões em quatro tipos: lesões ósseas, musculares, tendinosas e articulares. As lesões ósseas são de difícil

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prevenção, é gerada através de grande impacto, e a força exercida ultrapassa a resistência do osso a ponto de quebrar, e logo causam tumefação (inchaço), dor e deformidade quando ocorre deslocamento do osso. As lesões musculares são definidas como um conjunto de patologias que afetam diretamente ou indiretamente os tecidos musculares. Como consequência, são prejudiciais para tendões, ligamentos, articulações, nervos, discos vertebrais, cartilagem, vasos sanguíneos e tecidos moles associados e podem ser causadas ou agravadas através do exercício físico (PINHO et al., 2013). As lesões tendinosas podem ser observadas em práticas comuns no meio esportivo. Elas acontecem principalmente por uso excessivo da estrutura, através da exposição a uma sobrecarga ou de forma traumática, caracterizada por contato (LEWIN, 1989 apud SILVA, 2014). Lesões articulares estão mais predispostas a ocorrer devido ao desequilíbrio músculo-ligamentar. Estas estruturas que sustentam o seguimento da articulação encontram-se enfraquecidos ou não são suficientemente condicionados, devido a isso pode ocorrer entorse acompanhada ou não de luxação (COHEN, 2012).

3.3 Índice de lesão na musculação

Os treinamentos de força, quando executados adequadamente, são extremamente seguros e apresentam taxas muito baixas de lesão (SIMÃO, 2004 apud SOUZA; MOREIRA; CAMPOS, 2015), apesar disso de acordo com Cardoso (2011) o aparecimento de dor em praticantes de exercício físico nas academias vem mostrando um enorme crescimento e aponta a prática de musculação como a modalidade que vem apresentando maior prevalência de dor mesmo sendo uma modalidade segura. Segundo Rolla et al. (2004), alunos com idade superior a 35 anos relatam maior percepção de lesões, apresentando um índice de maior frequência em relação a alunos mais jovens, e de acordo com Silva (2010), o sexo mais acometido por lesões é o masculino. Em relação ao local anatômico lesionado que apresenta maior frequência segundo a literatura é ombros, joelhos e coluna, tornando os segmentos corporais mais afetados pelas lesões causadas pela prática de musculação (OLIVA; BANKOFF; ZAMAI, 1998; ROLLA et al., 2004; SOUZA; M,NB OREIRA; CAMPOS, 2015).

3.4 Causas mais comuns de lesões na Musculação

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houve um aumento considerável nas incidências de lesões. São diversas as causas, como a falta de preparo físico e má orientação na realização (ABDALLA E COHEN, 2003; MURER, 2007; FLECK; KRAEMER 2017, 2002 apud SILVA; BOFIM; FLORES, 2019). Outras causas são os fatores intrínsecos como idade, sexo, composição corporal e aptidão física, e fatores extrínsecos como a modalidade esportiva, intensidade do treino e local dessa prática esportiva, que parecem intervir na ocorrência de lesões relacionadas a musculação (SIMÕES, 2005 apud SILVA, 2017).

Segundo Brady e colaboradores (1982, apud MOREIRA et al., 2010) a falta de orientação e supervisão no momento da execução dos exercícios é uma possível causa de lesão na prática da musculação. Alunos que não seguem orientação profissional estão expostos ao maior aparecimento de lesões (OLIVA et al., 1998).

As lesões na musculação ocorrem, em sua maioria, mediante o uso de carga excessiva, equipamento mal projetado e treinamento mal orientado (MURER, 2007), retratando como principais causas desse desfecho a execução de forma errada ou excesso da prática. Os estudos mostraram que cerca de 30% a 50% das lesões na musculação estão ligadas ao excesso de uso, e a maioria dos casos (70%) são causados por treino inadequado e seus erros (SAFRAN, MCKEAG E CAMP, 2002 apud TORRES, 2004).

No sexo masculino a principal causa é o excesso de cargas e de treinamento, já o feminino apresenta como a principal causa o exercício mal executado, falta de fortalecimento e até mesmo pela ausência de aquecimento (SILVA, 2011). Com isso, fica evidente a importância de uma orientação correta para a realização das atividades, respeitando os limites e condições físicas de cada indivíduo (SOUZA; MOREIRA; CAMPOS, 2015).

4. A IMPORTÂNCIA DOS FISIOTERAPEUTAS NAS ACADEMIAS

A fisioterapia é uma profissão com diversas áreas de atuação, sendo a ortopedia e a fisioterapia esportiva alguma delas. A fisioterapia esportiva atualmente é uma especialidade dentro da fisioterapia, sendo também componente da medicina esportiva. Suas práticas e métodos são aplicados na reabilitação e prevenção das lesões causadas nos esportes (NEGRÃO, 2002).

A busca pela orientação de um profissional de educação física, médico ou fisioterapeuta, antes do início da prática de qualquer exercício física faz-se necessária, com o intuito de evitar desconfortos cardiorrespiratórios, musculoesqueléticos e/ou

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tegumentares, ou até mesmo obter um prognóstico precoce da predisposição à lesão (SIMÕES, 2005).

Apesar da população possuir consciência da importância da atuação do fisioterapeuta nota-se a falta deste, nas academias por motivos desconhecidos (DREHER; GODOY, 2003). O fisioterapeuta através da avaliação clínica e funcional individualizada do praticante de musculação, pode colaborar com o treinamento, orientando os indivíduos e respectivos treinadores quanto aos possíveis desequilíbrios musculares presentes e desempenho biomecânico da modalidade em questão (FONTANA, 1999). De acordo com Junior; Pastre; Monteiro, (2004) o fisioterapeuta é um dos profissionais indicados para a realização da avaliação postural sendo recomendado que acompanhe o treinamento, visando à prevenção de possíveis lesões e alterações posturais. O diagnóstico precoce das alterações posturais por meio da avaliação, acompanhamento, adoção de medidas profiláticas efetivas, uma intervenção adequada em diferentes períodos de treinamento pode prevenir a ocorrência de lesões, bem como contribuir para o aumento do desempenho do praticante de exercício físico (CASTRO et al., 2015).

Com a finalidade de atuar preventivamente a fisioterapia precisa redirecionar seu foco de atenção, usualmente centrado nas lesões já instaladas para situações com potencial risco de manifestação de lesões para o aparelho musculoesquelético (TORRES, 2004). Atualmente quando se trata de lesões desportivas, sendo em esportes profissionais ou amadores, é fundamental uma equipe de apoio, onde deve ser incluso o fisioterapeuta para que possam orientar o atleta no caso de algum agravante em decorrência da prática (GONÇALVES; MANTELLINI, 2005).

O objetivo maior do fisioterapeuta atuante na prevenção ou na reabilitação de lesões da prática esportiva é proporcionar a máxima restauração das funções para determinada área anatômica ou para uma atividade atlética esportiva (SAFRAN, MCKEAG, e CAMP, 2002). Mostrando assim a importância do fisioterapeuta, desde a avaliação, diagnóstico fisioterapêutico, e consequente detecção precoce das alterações ocorridas no corpo e desencadeadas pelo exercício físico, podendo assim intervir na prevenção de problemas maiores com possíveis consequências, ou a reincidência do dano sob forma crônica (REEVES, LASKOWSKI E SMITH,1998).

5. MATERIAL E MÉTODOS

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qualitativo, que se propôs a sistematizar a prevalência de lesões e os aspectos pertinentes ao trabalho dos fisioterapeutas para prevenção e reabilitação de lesões na prática esportiva de musculação. Foram incluídos artigos originais, completos, indexados nas bases de dados PubMed, LILACS, PEDro, Scielo e Bireme, publicados no período entre 1998 e 2020, com os seguintes descritores, lesões na musculação, fisioterapia em academias, nos idiomas inglês e português, com delineamento de ensaio clínico randomizado ou não randomizado (estudo intervencionista e prospectivo), estudos de prevalência (transversais) e estudos de coorte (observacional, longitudinal e retrospectivo), realizados em humanos adultos jovens ou idosos de ambos os sexos. O desfecho avaliado nos estudos foram lesões na musculação sem delimitação para determinada área anatômica, mecanoterapia no tratamento de lesões e fisioterapia nas academias. Artigos que analisaram efeitos dos medicamentos sobre processo inflamatório, artigos com Qualis abaixo de B5, estudos com animais, comorbidades associadas e lesões associadas a outros esportes foram excluídos.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1 Resultados

Foram encontrados 6.960 artigos, utilizando os descritores, lesões na musculação, fisioterapia em academias, nas bases de dados PubMed, LILACS, PEDro, Scielo e Bireme. Deste foram excluídos 6936 artigos de acordo com os critérios de exclusão e inclusão, restando 24 artigos selecionados para análise. Os trabalhos foram classificados com Qualis ente A4 e B5, sendo um A4, cinco B1, seis B2, um B3, seis B4 e cinco B5. Os estudos selecionados contemplam prioritariamente os temas lesões na musculação, mecanoterapia para reabilitação e prevenção de lesões e fisioterapeuta na academia de musculação.

Dentre os artigos, dezesseis artigos abordavam conceitos dos benefícios do exercício físico, exercícios físicos para prevenção e reabilitação de lesões, o uso de mecanoterapia (musculação) na prevenção e reabilitação de lesões, além de lesões desportivas, índice de lesões na musculação, suas principais causas e tipo de lesões. Seis artigos abordaram as percepções, prevalência e ocorrências de lesões na prática de musculação e a importância do fisioterapeuta no salão de musculação. Um estudo mostrou a eficiência de musculação na percepção de dor em pessoas que apresenta lesões da coluna lombar, um a avaliação da dor lombar crônica em praticantes de

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musculação, e um descreveu a relevância da presença do fisioterapeuta em academias.

6.2 Discussão

Devido ao alto índice de lesão no presente estudo foi investigado a prevalência de lesões musculoesqueléticas em praticantes desta modalidade e a importância dos fisioterapeutas nas academias para prevenção e reabilitação de lesões. A prática de musculação é uma ótima opção para proporcionar uma melhora na resistência, estabilidade articular, muscular e para reabilitação de funções (ABDALLA; COHEN, 2003)

Rocco, Lopes e Da Silva (2018), compararam a influência de diferentes métodos de treinamento de resistência muscular sobre a percepção de dor e da composição corporal de indivíduos com lesões na coluna vertebral. Os resultados comprovaram que pilates e musculação são eficazes na melhora de dores lombares, contudo, a musculação pode ser interessante para a manutenção do peso corporal. No entanto, se torna essencial se manter ativo estando sempre inserido a uma prática. Decorrente das afirmativas do estudo a musculação pode ser apontada como uma ferramenta eficaz na diminuição e eliminação da dor, prevenção e reabilitação de lesões.

Neto, Pereira e Sena (2013), avaliaram as lesões causadas em decorrência unicamente do treinamento de musculação e averiguou a presença do fisioterapeuta e sua eficácia na prevenção de lesões nos praticantes de musculação nas academias. Dos 129 alunos entrevistados, com idade variando entre 18 e 60 anos, 70 (54%) eram do sexo feminino e o restante do masculino, o tempo de prática da atividade maior que cinco anos, e a frequência semanal ultrapassava 3 vezes por semana. Foram observados ocorrência de lesão em 76% dos praticantes corroborando com os achados Rolla, et al. (2004). No entanto ainda assim existiram praticantes, que mesmo com lesões não buscaram tratamento fisioterapêutico (29%), nem modificaram suas atividades realizadas na academia (23,5%). Entre os 71% que procuraram o tratamento e orientações fisioterapêuticas, 97% obtiveram melhora dos sintomas, mostrando que a participação deste profissional surte grande efeito na prevenção e tratamento das lesões nos praticantes de musculação nas academias.

Em 2008, Santana e Campos investigaram três grupos separados de acordo com o tempo de prática da musculação. O primeiro com histórico de treinamento em

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musculação até um ano, o segundo de um a quatro anos e terceiro maior que cinco anos. Foram observados que no segundo e terceiro grupo tiveram um índice significativo de indivíduos com lesão, mostrando que quanto mais tempo de prática de musculação mais expostos as lesões. Portanto as principais causas da maior ocorrência de lesões, de acordo com este estudo, foram o uso excessivo e execução de forma incorreta.

As lesões estão relacionadas a exercícios realizados incorretamente, métodos de treino inadequados, utilização de cargas demasiadamente elevadas e ausência do acompanhamento de um profissional durante a prática de musculação. Esses são os achados de Souza, Moreira e Campos (2015) onde entrevistaram 45 indivíduos praticantes de musculação, com idades entre 20 e 30 anos, com frequência semanal de 3 dias com uma a duas horas de prática. Dos 45 entrevistados, 20 indivíduos relataram a presença de lesão. Dados semelhantes apresentados por Santana; Campos (2008).

Dos 80 praticantes de musculação 25% apresentaram algum tipo de lesão no estudo de Soares e Da Silva (2018). 43 participantes do estudo eram do sexo feminino e 37 do sexo masculino, todos com idade acima de 18 anos e no mínimo três meses de prática. Os achados desta pesquisa mostraram que não há diferenças entre o sexo na ocorrência de lesões, metade dos alunos que apresentaram algum tipo de lesão não seguiram um programa de treinamento e os segmentos corporais mais acometidos foram joelho, ombro e coluna, corroborando com os estudos de Rolla, et al. (2004); Neto, Pereira e Sena (2013) e Castro, et al. (2015).

Com surgimento de alguma lesão se faz necessário a interrupção ou alteração do programa de treinamento e por meio de ajustes torna-se possível minimizar os sintomas. Dentre os praticantes lesionados, Souza e colaboradores (2015) demonstraram que 80% relataram melhora dos sintomas após as alterações realizadas pelo profissional responsável. Dos participantes com lesão, 71% procuraram profissional especializado, que modificaram o programa de exercícios, pois na academia que frequenta não havia um fisioterapeuta e destes 97% referiram melhora após atendimento e modificação do programa (NETO, PEREIRA E SENA, 2013).

Avaliar a incidência de lesões percebidas pelos praticantes de musculação, a prevalência da presença do fisioterapeuta e sua efetividade nas academias de musculação foi o objetivo da pesquisa de Castro et al. (2015). Onde dividiram em dois

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grupos, um com presença do fisioterapeuta e outro sem a presença do fisioterapeuta. Nas academias onde tem a presença do fisioterapeuta há uma prevalência maior de lesões em relação às academias que não tem a presença do fisioterapeuta, fato justificado pela falta de identificação das lesões por parte dos alunos praticantes de musculação que não tinha assistência de um fisioterapeuta. Em contrapartida o grupo que não conta com a presença deste profissional, os praticantes relataram maior intensidade de dor após a sua prática e em sua maioria não receberam nenhuma intervenção. Além disso, os entrevistados relataram que gostaria de ter a assistência fisioterapêutica devido ao fato de acreditarem que a atuação deste profissional previna lesões.

Deste modo, a presença do profissional de fisioterapia nas academias constitui-se mais do que uma tendência de mercado, é um investimento na qualidade dos serviços prestados, tanto pela promoção da saúde dos alunos quanto pela potencialização dos resultados decorrentes do treinamento, e essa potencialização é principalmente pela ocorrência baixa de lesões, levando o praticante ser mais funcional e ativo nos exercícios. Pois é de suma importância sua participação na equipe multidisciplinar, mesmo não atuando diretamente no treino, o fisioterapeuta então tem como função ajudar em intervenções para adequações no treino e prevenção das lesões e nos casos de lesões já instaladas reabilitação (CASTRO et al., 2015).

7. CONCLUSÂO

Em virtude dos fatos mencionados, os índices de lesão nas academias de musculação são muito altos e ocorre em diversos seguimentos corporais, sem destacar-se por sexo, apresentando índices elevados nas idades avançadas. Contudo, as academias que possuem um fisioterapeuta, mostram melhores indicadores quanto a percepção de lesão e intervenção nos exercícios. Conclui-se que a presença do fisioterapeuta nas academias faz-se necessário para prevenção e reabilitação de lesões dos praticantes. No entanto sugere-se mais estudos sobre a temática, apesar de sua relevância tem poucos estudos apontando a real importância do fisioterapeuta nas academias de musculação.

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Referências

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