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CONGRESSO NACIONAL. Projeto de Lei 448/2014 pode quebrar prefeituras

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2 - Revista AMOP / Julho 2015 2 - Revista AMOP / Julho 2015

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Julho 2015 / Revista AMOP - 3

CONGRESSO NACIONAL

Projeto de Lei 448/2014

pode quebrar prefeituras

E

stá prestes a ser votado no Con-gresso Nacional um projeto de lei que pode causar ainda mais dificuldades financeiras as prefeituras do Brasil. Trata-se do PL 448/2014, que dentre outras propostas, eleva o faturamento anual do MEI (Microem-preendedor Individual) de R$ 60 mil para R$ 120 mil anuais. A mudança pode causar uma queda agressiva na já dificultosa arrecadação dos municí-pios. “Um impacto astronômico”, afir-ma o diretor de Receita do Município de Toledo, Jaldir Anholeto.

O projeto visa alterar a Lei Comple-mentar 123/2006. Hoje, um MEI paga um real por mês de ICMS, R$ 5 de ISS (dependendo da natureza do serviço prestado) e 5% do salário mínimo para a Previdência. Na nova lei, com um novo teto de R$ 120 mil de faturamen-to anual, o MEI pagará R$ 5 de ICMS mensal, R$ 30 de ISS e 11% do salário mínimo para a Previdência. O proble-ma é que, nessas condições, a proble-maioria das empresas enquadradas no sistema de tributação Simples Nacional pode-rão se enquadrar nessas condições, di-minuindo assim drasticamente o

volu-me de impostos pagos, que vão direto para os caixas dos municípios.

“Fizemos um levantamento em To-ledo e vimos que a maioria dos enqua-drados no Simples Nacional não atin-gem R$ 120 mil anuais. Hoje existem 3.200 MEIs na cidade e, com a nova lei, só com a migração esse número aumentará em 40%”, informa Jaldir.

Os MEIs também não pagam al-vará às prefeituras e na nova lei, eles continuarão a não ser obrigados a emitir notas fiscais para pessoas físi-cas, o que dificulta ainda mais a fisca-lização e aumenta a sonegação.

Preocupados com o impacto nega-tivo, os responsáveis pela Receita de Toledo elaboraram e encaminharam um parecer técnico para o relator do projeto, deputado federal João Arruda, mostrando os impactos assustadores às contas dos municípios. No entanto, Arruda não acatou nenhuma sugestão e aprovou o projeto na Comissão Es-pecial no dia 1º de julho. Ele deve ir para o Plenário nos próximos dias.

Segundo Jaldir, a hora é de unir forças para buscar, pelo menos, alte-rações em determinados itens do

pro-Julho 2015 / Revista AMOP - 3 jeto. “Caso não houver alterações, o impacto será astronômico”.

A Amop (Associação dos Muni-cípios do Oeste do Paraná) também entrou na briga. A entidade está se mobilizando e buscando apoio para alterar o PL 448/2014. “Os municípios não têm mais condições de arcar com perdas, ainda mais tão significativas como essa. Temos que nos unir e ten-tar reverter essa situação, que preju-dicará todos nós. Estão quebrando as prefeituras”, lamenta o presidente da Amop e prefeito de Santa Tereza, Amarildo Rigolin.

OS IMPACTOS

Jaldir não sabe estimar o valor de impacto financeiro com o novo proje-to, pois depende de cada situação dos municípios, quantidades de MEIs entre outras variáveis. No entanto, ele tem alguns números mais concretos. “Só aqui em Toledo, se não recebermos mais os alvarás, o nosso prejuízo pode chegar a R$ 500 mil por ano, fora to-dos os impostos que vamos deixar de arrecadar”, comenta o diretor.

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4 - Revista AMOP / Julho 2015

Texto: Divisão de Imprensa - Itaipu e Maria Cecília Ferreira / Fotos: Rubens Fraulini (Rubinho)

EMPODERAMENTO

Fórum de Desenvolvimento Local

na Perspectiva das Mulheres quer

infl uir nos destinos do Oeste

C

riado em dezembro de 2014, o Fórum de Desenvolvimento Local na Perspectiva das Mu-lheres do Oeste do Paraná pretende se constituir num espaço de reflexão, de formulação de estratégias e de efe-tivação de ações que incorporem a contribuição das mulheres à agenda de desenvolvimento da região, que se quer sustentável, como uma das con-dições básicas para a equidade nas relações entre os seres humanos. O Fórum pretende congregar mulheres líderes locais, que possam promover a ampliação dos debates e a participa-ção de um número cada vez maior de mulheres em todos os municípios da Região Oeste.

A constituição do Fórum ocorreu durante encontro realizado no muni-cípio de Toledo, no dia 3 de dezembro de 2014, com a participação de 105 representantes de 18 municípios da região. Neste evento, foi estabelecido diálogo com a direção do Programa Oeste em Desenvolvimento, por meio do presidente Mario Costenaro, em mesa de debates com a professora

do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília, dra. Berlin-des Astrid Küchemann, que tratou do tema “Mulheres no Mundo do Traba-lho: em busca de um desenvolvimento inclusivo”.

DIÁLOGO

Naquela ocasião, foi debatida a proposta de criação do Fórum, com base em síntese de sugestões apre-sentada pela socióloga Moema Vie-zzer e por Maria Helena Guarezi, co-ordenadora do Programa Incentivo à Equidade de Gênero da Itaipu Binacio-nal. Tal síntese, por sua vez, foi resul-tado do diálogo que reuniu um grupo de cerca de 60 mulheres durante o En-contro do Programa Cultivando Água Boa, da Itaipu Binacional, em novem-bro de 2014 no município de Foz do Iguaçu. Como resultado do amadu-recimento dos debates em torno do papel do Fórum, foi realizada no dia 28 de abril de 2015, no Auditório Inte-gração, no Centro de Treinamento da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, a 1ª Reunião Estratégica. O principal

ob-jetivo da reunião foi iniciar o diálogo para a construção de “Princípios do Desenvolvimento Local na Perspectiva das Mulheres”, a partir de documentos orientadores, a exemplo do 3º Plano Nacional de Políticas para as Mulhe-res, editado pela Secretaria de Políti-cas para as Mulheres da Presidência da República, da Plataforma de Ação de Beijing (1995), resultado da IV Con-ferência Mundial sobre as Mulheres, e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que compõem a agenda de desenvolvimento mundial, pós-2015, em fase de aprovação.

PRINCÍPIOS

A ideia é que tais documentos de âmbito nacional e internacional, fruto da participação das mulheres, da socie-dade e dos governos, possam inspirar a formulação dos princípios orientado-res do Fórum, levando em conta que local não é sinônimo de município, que a perspectiva das mulheres não exclui os homens, e que há a necessidade de uma abordagem sensível a gênero no trato de todas essas questões.

Relação dos 18 municípios que enviaram representantes ao 1º Encontro do Fórum em dezembro/2014:

Cascavel, Céu Azul, Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Jesuítas, Marechal Cân-dido Rondon, Matelândia, Medianeira, Ouro Verde do Oeste, Palotina, Pato Bragado, Santa Helena, Santa Tereza do Oeste, Toledo, Tupãssi e Ubiratã.

Premiação

Partida inicial

Moto Troféus Medalhas R$ 7.500,00

em dinheiro Informações (45) 3326-8544 Regulamento www.amop.org.br Apoio: Realização:

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Julho 2015 / Revista AMOP - 5

Premiação

Partida inicial

Moto Troféus Medalhas R$ 7.500,00

em dinheiro Informações (45) 3326-8544 Regulamento www.amop.org.br Apoio: Realização:

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6 - Revista AMOP / Julho 2015

FORTALECIMENTO

Oeste em Desenvolvimento

promove workshop da

cadeia de proteína animal

O

programa Oeste em

desen-volvimento promoverá, nos dias 14, 16, 21 e 23 de julho, Workshop da Cadeia da Proteína Ani-mal. A finalidade é validar resultados que darão direcionamentos para a construção dos planos das cadeias, uma etapa considerada fundamental no processo de construção das estra-tégias do programa que quer contri-buir para o fortalecimento econômico da região.

São quatro áreas das proteínas animais integradas à mesma cadeia produtiva e cada uma delas opera se-gundo as orientações de câmaras téc-nicas. Os quatro encontros serão

rea-lizados a partir das 8h30, no Sebrae, em Cascavel. No dia 14, a reunião será entre os integrantes da Câmara Téc-nica de Suínos; no dia 16, da Câmara Técnica de Frango; no dia 21, da Câ-mara Técnica do Peixe, e no dia 23, da Câmara Técnica do Leite.

O presidente do POD, Mario César Costenaro, informa que os workshops também aproximarão os membros de cada câmara de especialistas em

ca-deias de proteína animal. O objetivo será de compartilhar experiências e informações. Uma das metas, confor-me Mario, é que até o fim deste ano as câmaras já contem com seus planos elaborados.

Outras informações podem ser conseguidas pelo telefone (45) 3529-2716 ou ainda no endereço de e-mail contato@oesteemdesenvol-vimento.com.br.

6 - Revista AMOP / Julho 2015

11/09 – Abertura

Município de SÃO PEDRO DO IGUAÇU

Local: "CENTRO DE CONVIVÊNCIA ALCEBÍADES DOS SANTOS"

Endereço: Av. Rio Grande, S/Nº - esq. com Rua Belo Horizonte - Centro

18/09 – 2ª Etapa

Município de CORBÉLIA

Local: "CENTRO CULTURAL VEREADOR JOSÉ RUBIN" Endereço: Rua Hortência, 191 - em frente a Igreja Matriz

25/09 – 3ª Etapa

Município de PATO BRAGADO Local: "CENTRO CULTURAL"

Endereço: Av. Willy Barth, 2930 - Centro

02/10 – FINAL

Município de CASCAVEL

Local: "TEATRO MUNICIPAL DE CASCAVEL" Endereço: Rua Rio de Janeiro, 905 - Centro

Etapas

Premiação

R$ 17.100,00

em dinheiro

+ troféus

Animação

Festival Regional dos Municípios do Oeste do Paraná

Realização:

www.amop.org.br

Regulamento: (45) 3326-8544 Informações: Apoio:

Será gravado um

DVD

finalistas

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Julho 2015 / Revista AMOP - 7

11/09 – Abertura

Município de SÃO PEDRO DO IGUAÇU

Local: "CENTRO DE CONVIVÊNCIA ALCEBÍADES DOS SANTOS"

Endereço: Av. Rio Grande, S/Nº - esq. com Rua Belo Horizonte - Centro

18/09 – 2ª Etapa

Município de CORBÉLIA

Local: "CENTRO CULTURAL VEREADOR JOSÉ RUBIN" Endereço: Rua Hortência, 191 - em frente a Igreja Matriz

25/09 – 3ª Etapa

Município de PATO BRAGADO Local: "CENTRO CULTURAL"

Endereço: Av. Willy Barth, 2930 - Centro

02/10 – FINAL

Município de CASCAVEL

Local: "TEATRO MUNICIPAL DE CASCAVEL" Endereço: Rua Rio de Janeiro, 905 - Centro

Etapas

Premiação

R$ 17.100,00

em dinheiro

+ troféus

Animação

Festival Regional dos Municípios do Oeste do Paraná

Realização:

www.amop.org.br

Regulamento: (45) 3326-8544 Informações: Apoio:

Será gravado um

DVD

finalistas

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8 - Revista AMOP / Julho 2015

PLANEJAMENTO

C

riado com objetivo de combater a burocracia, mal que assola não apenas o poder público, mas também a iniciativa privada, o Comi-tê de Desburocratização envolve duas das mais importantes entidades da so-ciedade organizada regional, a Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) e o Sinduscon/Paraná-Oes-te (Sindicato da Indústria da Constru-ção Civil do Oeste do Paraná).

De acordo com o coordenador do comitê, engenheiro civil Ronald Peixo-to Drabik, trata-se de uma ação que prevê a implantação de medidas que visam agilizar o trabalho em setores estratégicos para o desenvolvimento das cidades, especialmente aqueles que envolvem a aprovação de proje-tos nos Municípios. O objetivo é au-xiliar o corpo técnico das prefeituras com procedimentos e inovações que tenham dado resultado positivo em algumas e repassar para todas unifi-cando as ações. Além de Drabik, fazem parte do comitê engenheiros e arqui-tetos do setor de aprovação de proje-tos dos municípios da região da Amop, que têm mantido encontros periódicos para discutir estratégias de ação.

Segundo Drabik, a maior dificulda-de no processo dificulda-de dificulda-desburocratização é unificar os diferentes procedimentos entre os departamentos de aprovação em consonância com a legalidade ne-cessária e obrigatória para a solução destes encaminhamentos. Além das duas entidades, participam do gru-po outras entidades representativas,

como o Crea-PR, CAU-PR e Associa-ções de Engenheiros e Arquitetos dos Municípios.

A primeira ação que o comitê re-alizou, foi repassar uma visão geral através da reprodução de material in-formativo sobre “O Custo da Burocra-cia”, elaborado pela Cbic (Câmara Bra-sileira da Industria da Construção), que aponta prejuízos na ordem de 12% em uma obra devido à burocracia. Além disso, já está em discussão a necessi-dade de melhorias nos procedimentos de licenciamento e aprovação de pro-jetos nas prefeituras, bem como a rapi-dez na emissão da Consulta Prévia ou Consulta de Viabilidade (guia amarela) e também da Consulta de Estabeleci-mento (Guia Azul) além de inovações que estão dando certo e auxiliando na agilidade de procedimentos munici-pais, como o GeoPortal Cascavel com suas diversas aplicações.

Outra ação é a padronização de selos e carimbos. “A difusão de certi-ficações é um problema que precisa ser resolvido. Unificar esses procedi-mentos é um importante passo rumo à desburocratização, bem como eli-minar a maior quantidade possível de etapas que precisam ser vencidas para dar agilidade a uma obra”, entende o engenheiro.

Para o prefeito de Santa Tereza do Oeste e presidente da Amop, Amarildo Rigolin, combater este mal é prioridade de sua gestão. “Há muito as prefeituras sofrem com a lentidão de processos e procedimentos. O poder público pre-cisa estar em consonância com a ini-ciativa privada e atento a um mundo em que a velocidade de informação e agilidade são requisitos mais do que necessários. Entendo que essa sinergia de forças é fundamental para solucio-narmos esse antigo gargalo”, diz.

Parceria entre Amop e Sinduscon

avança no combate à burocracia

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Julho 2015 / Revista AMOP - 9

FESTIVIDADES

E

stá agendado para o dia 10 de julho, sexta-feira, café da manhã de lançamento de três importan-tes eventos da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná): o 10º Fermop (Festival Regional dos Municí-pios do Oeste do Paraná), o 10º Prê-mio Amop de Jornalismo e 7º Campe-onato de Futebol da Amop. O evento será realizado na sede da Amop, em Cascavel (Rua Pernambuco, 1936, Cen-tro), a partir das 9h. A solenidade será conduzida pelo prefeito de Santa Te-reza do Oeste e presidente da Amop, Amarildo Rigolin.

O Fermop será realizado em três etapas classificatórias e a grande final. A primeira etapa será realizado no dia 11 de setembro, no Centro de Convi-vência Alcebíades dos Santos (Avenida Rio Grande S/N, centro) de São Pedro

do Iguaçu. A segunda etapa classifica-tória será realizada dia 18 de setem-bro, em Corbélia, no Centro Cultural Vereador José Rubin (Rua Hortência, 191). A terceira etapa será realizada no Município de Pato Bragado, dia 25 de setembro, no Centro Cultural (Avenida Willy Barth, 2930). A finalíssima será realizada no recém-inaugurado Teatro Municipal de Cascavel (Rua Rio de Ja-neiro, 905, centro), dia 2 de outubro. A animação fica por conta da banda Hora Nacional. Os vencedores terão direito à gravação de um DVD.

O Prêmio Amop de Jornalismo já está com as inscrições abertas e será disputado em quatro categorias: Im-presso, Televisão, Rádio e Fotografia. Os vencedores dividirão R$ 10 mil em premiação. O tema deste ano é Oes-te em Desenvolvimento. As inscrições

podem ser feitas até o dia 12 de ou-tubro. A entrega da premiação será no dia 13 de novembro, a partir das 20h, em solenidade que será realizada na Associação Atlética Comercial, em Cas-cavel, simultaneamente à entrega do título de Cidadão Honorário do Oeste do Paraná.

Já o Campeonato de Futebol da Amop, também conhecido como Copa Amop, começa no dia 16 de agosto, reunindo 24 equipes que representam municípios da região Oeste. A pre-miação do primeiro colocado é uma motocicleta zero quilômetro. Os de-mais finalistas dividirão R$ 7,5 mil em dinheiro, mais troféus e medalhas. O vencedor leva para casa ainda o tro-féu rotatório da competição. Todos os eventos têm patrocínio da Itaipu Bina-cional.

Café da manhã marca o

lançamento dos três principais

eventos da Amop

Julho 2015 / Revista AMOP - 9

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10 - Revista AMOP / Julho 2015

DEPENDENCIA QUÍMICA

SIM-PR é a prova de que

existe vida após a droga

C

om inicio dos atendimentos

em nove de fevereiro de 2014, o SIM-PR (Sistema Integrado de Saúde Mental Regional), unida-de unida-de Cascavel, tem unida-desenvolvido um trabalho voltado ao tratamento da dependência química buscando a reinserção do indivíduo na sociedade, com foco voltado principalmente no fortalecimento da família. As histórias de vida encontradas entre os pacien-tes acolhidos e em tratamento, cho-cam pelo poder de destruição que a dependência causa nas famílias e no próprio usuário, revelando de certa forma a crueldade existente pela falta de acesso e de oportunidades a essas pessoas.

O Estado do Paraná em parceria com o Cisop (Consórcio intermuni-cipal de Saúde do Oeste do Paraná), juntamente com a equipe que com-põem o SIM-PR, tem se empenhado em dar uma nova vida aos que bus-cam pelo tratamento.

As histórias a seguir relatam situ-ações de vidas diferentes, mas neste momento unidos com um mesmo propósito de voltar a ser reconhecidos novamente como membros da socie-dade.

A primeira é uma mulher de 33 anos, acolhida no SIM-PR. Segundo ela, os problemas em sua vida come-çaram a surgir desde quando estava no útero da mãe. Seu pai não a que-ria, forçando a mãe a tomar aborti-vos. A família não tinha estrutura para mantê-la e ela cresceu no Recanto das Crianças. Para piorar, logo aos seis anos foi violentada por um padrasto.

Aos nove, tinha uma vida normal. Estudava, já trabalhava e até era atleta de vôlei. No entanto, começou a fu-mar cigarro. O cigarro logo levou aos 13 anos ao vicio da maconha e do ál-cool. Assim a vida foi seguindo até os 17 anos, quando conheceu o pai de seus seis filhos.

“Ele já fumava pedra [crack], mas eu só fumava maconha. Comecei a misturar a maconha com cocaína e depois com crack. Logo em

segui-da, quando estava grávida do meu primeiro filho, hoje com 14 anos, eu experimentei a pedra. Nunca mais es-queci desse dia”, relata.

Depois disso a vida começou a desandar. Enquanto gerava os outros filhos, o vício do crack estava presente noite e dia. Um deles, inclusive, foi fru-to de um estupro do próprio marido. Outro nasceu em uma antiga cracolân-dia da cidade. Outro sofre de epilepsia severa devido ao consumo de droga durante a gestação. “Um deles eu per-di, diluído pelo álcool. Perdi todos os meus dentes pela droga e por colocar a cinza na bebida, porque a pedra não fazia mais efeito”. Dois deles o juiz da Vara da Infância retirou-lhe a guarda.

Sendo internada em 13 clínicas di-ferentes e com diversas recaídas. No entanto, ela acredita que desta vez é diferente, por depender dela o inte-resse de buscar ajuda. Na época da entrevista ela estava há mais de 40 dias no SIM-PR. “Já estou com 33 anos e minha vida está passando. Estou me acabando. Agora estou me olhando no espelho. Estou me enxergando de novo. O diferencial daqui é o saber que só está em tratamento quem quer, isso acaba de certa forma nos dando responsabilidade frente a escolha de permanecer. O que mais me arrepen-do na vida é ter colocaarrepen-do a pedra na minha vida. Eu poderia estar morta ou

presa e não quero mais isso”. E é justamente essa vontade pró-pria de buscar ajuda e se curar que é a parte mais importante do tratamento, diz o caminhoneiro Edgar Massol, que não vê problema em revelar seu nome e sua função. “Aqui é muito bom, mas eu faço um apelo: a pessoa tem que querer, porque aqui ninguém vai im-por, obrigar, mas sim tentar convencê--lo da permanência ”, diz.

O problema de Edgar é com a bebida alcoólica. Depois da morte da mãe, ele começou a beber muito, inclusive durante o trabalho de cami-nhoneiro. Entre idas e vindas, ele foi para Recife, em Pernambuco, e passou 26 dias trabalhando completamente alcoolizado. “De lá eu tive que ir com o caminhão vazio para outra cidade e demorei mais que o dobro do tempo comum, pois parava de bar em bar. Assim eu percebi que precisava de ajuda”, conta.

Acolhido no SIM-PR, ele disse que o método implantado funciona. “Aquele Edgar eu sepultei. Hoje não tenho mais vontade de beber e agora vem a parte mais difícil, que é read-quirir o respeito, a dignidade. Agora, ficou a depressão, a ansiedade, a tris-teza e a angústia, que preciso tratar”.

A outra história é de um jovem de 20 anos, acolhido praticamente desde a inauguração do SIM-PR. Já jovem,

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Julho 2015 / Revista AMOP - 11 conheceu a droga dentro de casa. Não

foi na rua que ele a conheceu, pois seu pai sempre foi envolvido com o tráfi-co e arrastou toda a família. A mãe e os outros quatros irmãos, já livres da droga, foram dependentes por um tempo.

“Os períodos que mais usei dro-ga foi com meu pai. Teve um dia que fiquei quatro dias internado com ele usando cocaína. Cheiramos 60 gra-mas”.

Depois de várias experiências com outras drogas, o jovem também che-gou ao crack. Foi preso quatro vezes em centros de socioeducação por trá-fico e realizou diversos furtos e roubos na cidade para sustentar o vício.

Expulso de casa, morando na rua e pulando de albergue em albergue, sem ter para onde ir, o que ele define como a “pior sensação da vida”, o jo-vem procurou ajuda pela primeira vez em 2014. “Fiquei três meses na Casa de Israel e consegui parar. Achei que nunca mais ia voltar a usar. O proble-ma é que quando sai terminei com mi-nha namorada. Aquilo me derrubou e uma coisa levou a outra e quando fui ver já estava usando. Em duas sema-nas, já estava no fundo do poço no-vamente”.

NOVA VIDA

Hoje com uma nova namorada, que tem o ajudado bastante na re-cuperação, o jovem procurou ajuda novamente e foi acolhido. “Não posso mais estragar minha vida por alguma pessoa. Estou tentando fazer diferen-te. Aqui tem muitas coisas boas que nos ajudam bastante”, conta.

Uma das atividades que ele mais gosta de fazer é a pintura, que já está marcada em vários ambientes do SIM--PR. Talentoso, o jovem pretende se-guir carreira no desenho. “Diferente do que falam a pintura para mim não

é um refúgio. Eu faço por prazer. Sem-pre gostei”.

Cheio de planos, o garoto preten-de buscar um emprego. Se possível, com desenho ou pintura. Ele quer reconstruir sua vida com um lar, uma família.

SIM-PR

O SIM-PR está sediado no antigo seminário do Bairro Brazmadeira, em Cascavel. Conforme os últimos dados, 190 pessoas já foram avaliadas, 56 frequentam o ambiente durante o dia e 25 pessoas, entre jovens e adultos, mulheres e homens, estão acolhidos num sistema 24h.

O tempo médio inicial de perma-nência é de 14 dias, mas podendo per-manecer até seis meses. 25 municípios são referencia para o SIM-PR, mas até o momento somente os municípios de Cascavel, Diamante do Oeste, Jesuítas, Boa Vista da Aparecida, Lindoeste, Ca-tanduvas, Capitão Leônidas Marques e Quedas do Iguaçu encaminharam pessoas para o tratamento.

O SIM-PR conta com uma equi-pe multiprofissional compreendendo técnicos de enfermagem,

enfermei-ros, farmacêutico, assistentes sociais, nutricionista, psiquiatra, educadores físicos, artesãs, pedagoga, terapeuta ocupacional, médico clínico geral e administradora na coordenação geral.

O SIM-PR é um lugar de referência de cuidado e proteção para familiares, com objetivo de criar ou restabelecer vínculos familiares, sociais, educacio-nais, laborais e culturais.

A avaliação inicial dos pacientes acontece com entrevista com a assis-tente social, avaliação psicológica com psicóloga e estratificação de risco por enfermeiro, visando a definição inicial da proposta de tratamento e posterior a definição do Plano Terapêutico Sin-gular com os demais profissionais da equipe.

As atividades diárias desenvolvi-das no SIM-PR variam desde ativida-des físicas a atividaativida-des laborais, como costura, trabalho em MDF, cultivo de horta e jardinagem. Também são dis-ponibilizados grupos de terapias vi-sando orientações sobre cuidados e proteção à saúde, redução de danos e grupos de psicoterapias. O espaço possui uma capacidade máxima de atender 80 pessoas por dia.

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12 - Revista AMOP / Julho 2015

Oeste em Desenvolvimento

impresso - rádio - Televisão - Fotografia

categorias

1/6 a 12/10

inscrições

13/11/15

Data da entrega dos prêmios

patrocínio apoio realização

20h

horário

Clube Comercial - Cascavel

Univel, FAG, Fasul, Uniamérica e UDC local tema Regulamento www.amop.org.br (45) 3326-8544Informações Premiação

R$ 10 mil

em dinheiro e

troféus

Referências

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