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DESEMPENHO CONTRA A CARBURIZAÇÃO DO AÇO A335P5 E DA LIGA À BASE DE NÍQUEL REFORÇADA POR INTERMETÁLICOS.

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DESEMPENHO CONTRA A CARBURIZAÇÃO DO AÇO A335P5 E DA LIGA

À BASE DE NÍQUEL REFORÇADA POR INTERMETÁLICOS.

Feliciano J.R. Cangue1 Ana Sofia C.M. D’Oliveira 2

fcangue@yahoo.com 1 sofmat@ufpr.br 2

1, 2 Departamento de Engenharia Mecânica, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná,

Centro Politécnico, s/n - Bairro Jardim das Américas, CEP: 81531-990 - Curitiba - Paraná - Brasil Resumo. A carburização causa a deterioração de ligas à base de Fe, Ni ou Co em atmosferas ricas

em carbono a altas temperaturas. Produz alterações prejudiciais e indesejáveis dos elementos estruturais nas indústrias de tratamento térmico, geração de combustível fóssil, processamento mineral, metalúrgico, químico, petroquímico, nuclear, nas refinarias, etc. A carburização é caracterizada pela formação de carbonetos internos (MC) na matriz metálica, bem como nos contornos de grãos que reduzem, grandemente, a ductilidade, fragilizam e podem levar ao aparecimento de trincas na liga. Assim, o principal trabalho é desenvolver um revestimento à base de níquel (Ni-Mo-Cr), da família Hastelloy C, modificada com adição de Al e processada sobre aço ao carbono por Plasma com Arco Transferido (PTA) e comparar sua resistência à carburização com a do Aço A335P5 (ASTMA335 P5), que é utilizado em refinarias nas caldeiras à vapor e

superaquecedores sujeitos à deposição de coque, analisados em temperaturas de 650oC e 850oC. O

resultado mostrou o desempenho superior dos revestimentos à base de níquel modificada com adição de Al devido à formação de fases intermetálicas e camadas de óxido aderentes.

Palavras-Chave: Carburização, Plasma por Arco Transferido, PTA, Ligas de níquel

1. INTRODUÇÃO

A carburização é um mecanismo de dano associado à precipitação, absorção e difusão do carbono para o interior da liga metálica, na presença de vapores de gases ricos em carbono. Produz alterações prejudiciais e indesejáveis dos elementos estruturais nas indústrias de tratamento térmico, geração de combustível fóssil, processamento mineral, metalúrgico, químico, petroquímico, nuclear etc. Entre os problemas de degradação à alta temperatura, destacam-se os modos de carburização[1,

2]. A carburização ocorre no meio em que a atividade do carbono é menor que a unidade (a

C < 1) e,

de modo geral, constitui um problema para componentes que operam em temperaturas elevadas (geralmente entre 600 à 1200oC). Nas ligas ferrosas (aços), a carburização é facilitada acima de (a) temperatura intercrítica AC3. Nesse caso é caracterizada pela formação de carbonetos internos (MC)

na matriz metálica, bem como nos contornos de grãos que reduzem, grandemente, a ductilidade, fragilizam e podem levar ao aparecimento de trincas na liga [3, 4].

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Um exemplo de carburização são os tubos dos fornos de pirólise nos quais aços inoxidáveis resistentes ao calor ficam fragilizados e eventualmente se rompem. A carburização, neste caso, é facilitada pela quantidade de carbono disponível na pirólise conhecida como coque que chega a formar uma camada intensa no interior de tubulações [5, 6].

Engenheiros responsáveis, permanentemente, procuram materiais A falta de uma fórmula exclusiva para deter problemas relacionados com a carburização tem levado à busca constante de ligas que minimizem esses problemas. A tecnologia moderna tem se direcionado para a busca de materiais suficientemente resistentes à difusão do carbono, que trazem o aumento da resistência e da durabilidade de componentes e a melhoria da qualidade superficial dos materiais como, por exemplo, as ligas austeníticas HP (Precipitation Hardening) e outras ligas refratárias ricas em níquel e cromo[7].

Assim, o objetivo principal trabalho é desenvolver revestimento à base de níquel, da família Hastelloy C, reforçada por intermetálicos, para otimizar o desempenho à carburização e processada por Plasma com Arco Transferido (PTA), analisados em temperaturas de 650oC e 850oC e compará-lo ao aço A335P5 (ASTMA335 P5), que é utilizado em refinarias nas caldeiras à vapor e superaquecedores sujeitos à deposição de coque. O PTA é um equipamento apresentado pela literatura[8-10] como uma das técnicas muito promissora no desenvolvimento de revestimentos para ambientes corrosivos, possuir alta eficiência de deposição em relação aos outros processos utilizados, devido à homogeneidade dos cordões. Além disso, o PTA possui flexibilidade na escolha do material a ser depositado pelo fato de utilizar metal de adição em forma de pó, baixa distorção, alta eficiência na utilização do material de adição (até 95%).

Conforme exposto, o presente trabalho está em concordância com a preocupação das comunidades científicas e tecnológicas porque busca desenvolver revestimento economicamente viável, não só em termos de custos de revestimentos, mas, também, em termos de melhoria de qualidade do produto final que contribui para aumento da vida útil de componentes expostos a meios agressivos. O resultado tecnológico esperado é disponibilizar um revestimento a cujas principais propriedades são a resistência à difusão do carbono, tornando disponível procedimentos sistematizados que forneçam subsídios ao projeto de novas ligas resistentes à carburização, contribuindo-se assim, para os avanços na especificação de materiais mais adequados para aplicações industriais específicas.

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2. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL

A superliga comercial à base de níquel, da família Hastelloy C (TABELA 1), utilizada na forma atomizada reforçada por intermetálicos NiAl, pela adição do Al, foi depositada utilizando-se um equipamento de PTA. Os substratos utilizados foram placas de aço AISI 1020 de dimensões 100x100x12,7mm3, retirados de uma barra laminada sobre as quais foram depositados os

revestimentos. As suas superfícies, antes de serem utilizadas, foram lixadas com uma esmerilhadora, para a retirada de eventuais graxas, óleos e demais resíduos oriundos dos processos de laminação, armazenagem e transporte.

TABELA 1: Composição química da liga comercial à base de Níquel[11] da qual foi misturado

15%Al

Ni Mo Cr Fe W Co C Mn P S Si

Ni-Mo-Cr Bal. 17 16.5 5.5 4.5 Max2 0.1 0.9 0.4 0.3 0.9

O aço utilizado também para o teste de carburização foi Aço A335P5 (ASTMA335 P5) cuja composição química está apresentada na TABELA 2.

TABELA 2: Composição química de aço para o teste de ensaio carburização[ 12 ]

C Si Mn Cu Ni Cr Mo

A335P5 0,07 0,26 0,56 0,05 0,08 5,30 0,44

Com finalidade de intensificar os efeitos da carburização, os corpos de provas foram antecedidos por uma etapa de oxidação (ao ar) por aquecimento a uma taxa de 10oC/min até à temperatura de 400oC, tendo permanecido nessa temperatura por duas horas e resfriada ao ar. A resistência à carburização foi realizada utilizando-se o ensaio de cementação em caixa em duas temperaturas: 650oC e 850oC. As amostras foram expostas por 6 h. Utilizou-se como cemento grânulos de carvão vegetal e como ativador o carbonato de sódio (Na2CO3) e argila refratária para

vedar a circulação do ar.

Para averiguar se as amostras sofreram mudança microestrutural em função da temperatura do ensaio (650 e 850 oC) bem como o tempo de exposição (6 horas) avaliou-se a microdureza destas antes e depois da cementação. Para a obtenção dos perfis de microdureza na seção transversal da camada foi realizado o método de medição microdureza Vickers (HV0,5)

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com intuito de estabelecer o desempenho à carburização a ser melhorado, avaliou-se o aço A335P5 (ASTM A335 P5) utilizado em refinarias nas caldeiras à vapor e superaquecedores sujeitos à deposição de coque. Cinco amostras de aço A335P5 foram avaliadas nas seguintes condições. Avaliou-se, inicialmente, o seu desempenho frente à temperatura de 650oC e 850oC e na seqüência sua estabilidade em atmosfera carburizante, nessas temperaturas, Figura 1, onde: TT é a exposição à temperatura e AT, teste de carburização na presença do ativador. A exposição à temperatura visou identificar separadamente o efeito da temperatura e da difusão do carbono.

a) b)

Figura 2: Dureza do aço A335 P5 em função das condições de ensaio de carburização a)

temperataura de 650oC; b) temperatura de 850oC

Verifica-se que para as duas temperaturas de teste, o aço A335P exibiu estabilidade como confirmam as medidades de dureza, com ligeira queda de dureza nas maiores temperaturas de teste. A exposição a atmosfera fortemente carburizante nas temperaturas de teste, provocou alterações de comportamento com incremento significativo de durez que superou 100% na temperatura de 850oC. Isso está de acordo com a literatura [6], segundo a qual a difusão no carbono é facilitada pela maior solubilidade na austenita (γ).

O revestimento da liga à base de níquel original foi avaliado nas mesmas condições e o resultado está apresentado na Figura 2.

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a)

b)

Figura 2: Dureza liga à base de níquel, em função das condições de ensaio de carburização

a) temperataura de 650oC; b) temperatura de 850oC

Resultados mostram revestimentos estáveis a 650oC, traduzido pela uniformidade dos valores de dureza em relação à condição como depositado. Oscilações na dureza foram medidas após exposição a 850oC o que está de acordo com a variação de dureza e com a temperatura relatadas na literatura para revestimentos de superligas de níquel em estudo [13]. As ligas Hastelloy

C (endurecíveis por solução sólida), com seus elevados teores de molibdênio, foram inicialmente desenvolvidas resistirem a ácidos e, devido a altos teores de cromo, à oxidação. O desempenho nestas condições de ensaio mais severas apresenta alterações significativas medido pelos média de microdureza destas ligas. Verifica-se que em ambiente carburizante o revestimento segue tendência idêntica à no aço A335 P5 (Figura 2), ou seja, um aumento da dureza com a temperatura, por sua vez incrementado com o aumento da agressividade do meio. Comportamento atribuído à facilidade de difusão do carbono na matriz da superliga presente em todas as temperaturas de teste.

O desenvolvimento dos revestimentos protetores conforme mencionado anteriormente baseou-se em dois pressupostos: a) desenvolvimento da camada dupla de óxido e desenvolvimento da estrutura estável nas temperaturas de teste. Nesse sentido, espera-se que o alumínio contribua para reforço da camada de óxido de Cr já presente na liga, através da formação da camada de óxido de Al e simultaneamente forma a fase intermetálica NiAl estável a alta temperatura [1,6]. Nestas

condições espera-se uma melhoria do desempenho à carburização.

A Figura 3 apresenta a evolução do comportamento dos revestimentos em função da adição de 15% alumínio (NiMoCr 15%Al). O revestimento foi avaliado nas mesmas condições.

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a)

b)

Figura 3: Variação da dureza revestimento à base de niquel, modificada com adição de

15%al, em função das condições de ensaio de carburização a) temperataura de 650oC; b) temperatura de 850oC

Observa-se que o desempenho dos revestimentos alterou-se para adições de 15%Al (em peso). Verifica-se que os perfis de dureza não sofrem variações tão significantes em função das condições de teste. O comportamento observado pode ser associado com a formação de uma camada de óxido de alumínio decorrente da adição deste elemento à liga de Ni. Assim, os revestimentos encontram-se protegidos por uma camada dupla de óxido de Al e do Cr atuando como barreira à penetração do carbono nos revestimentos e a estabilidade da estrutura, conforme previsto pela literatura [ 3-4, 6]. Verifica-se, portanto, uma melhoria da resistência à temperatura e à

carburização com as maiores adições de Al, superando mesmo o comportamento apresentado pelo aço A335P.

4. CONCLUSÕES

1. Nas condições de teste, o aço A335P exibe estabilidade na temperatura de 650oC e 850oC, mas o seu desempenho é comprometido na presença de atmosfera carburizante.

2. O desenvolvimento de revestimento de níquel ricos em Al permitiu a obtenção de materiais estáveis na temperatura de teste na presença da atmosfera carburizante.

Agradecimentos

Os autores agradecem a CAPES pelo apoio financeiro.

5. REFERÊNCIAS

1. ALBERTSEN, Jorun Zahl. Experimental and theoretical investigations of metal dusting

corrosion in plant exposed nickel-based alloys. Thesis. Norwegian University of Science and

(7)

2. YIN, Ruchuan. Carburization of 310 stainless steel exposed at 800–1100 _C in 2%CH4/H2 gas

mixture. Corrosion Science 47, P. 1896 –1910, 2005.

3. GRABKE, Hans Jürgen. Supersaturation of Iron With Nitrogen, Hydrogen or Carbon And The

Consequences. MTAEC9, 38(5)211, 2004.

4. GRABKE, H.J.; Carburization, carbide formation, metal dusting, coking. Materiali in

Tehnologue, 36, p. 297-305, 2002.

5. COMMANDRE, J.-M; SALVADOR, S. Lack of correlation between the properties of a

petroleum coke and its behaviour during combustion. Fuel Processing Technology xx xxx–

xxx (article in press), 2004.

6. SZAKÁLOS, Peter. Mechanisms of metal dusting. 2004, 88p. Thesis (Doctoral Thesis). Royal Institute of Technology. Department of Material Science and Engineering Division of Corrosion Science, Stockholm, Sweden, 2004.

7. CarbuCoat. I Conferência sobre Revestimentos contra Carburização. Porto Alegre: UFRGS 9-10 de Agosto de 2004. Disponível em www.ufrgs.br/lacer/carbucoat/info.htm aceso 28/07/2004 8. GATTO,A.; BASSOLI, E.; FORNARI, M. Plasma Transferred Arc deposition of Powdered high

performances alloys: process parameters optimization as a function of alloy and geometrical configuration. Surface&Coatings Technology, 187, p. 265-273, 2004.

9. D'OLIVEIRA, A. S. C. M. ; YAEDU, A. E. ; SILVA, P. S. C. P. In: Internatinal conference on Advanced Materials, their Processes and Applications, 2002, Muchen. Materials weel 2002, 2002.

10. DEUIS, R.L.; YALLUP, J.M., SUBRAMANIAN,C. Metal-matrix composite Coatings br PTA

surface. Science and Techonology, 58, p.299-309, 1998.

11. STELLITE (2003). Disponível em http://www.stellite.com/ Acesso em 02/02/2007

12. EFUNDA: Engineering Fundamentals (2003) . disponível em www.efunda.com, Acesso em 07/04/2007

13. D'OLIVEIRA, A. S. C. M. ; GRAF, K.. The influence of high temperature exposure on the wear performance of a Ni based alloy PTA coating. Transactions of materials and heat treatment, China, v. 25, n. 5, p. 152-156, 2004.

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