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Sérgio Soares

Autor(es):

Neto, Margarida Sobral

Publicado por:

Imprensa da Universidade de Coimbra

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/46174

Accessed :

16-Jul-2021 02:47:26

digitalis.uc.pt

impactum.uc.pt

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Sérgio Soares

Sérgio Manuel da Cunha Gonçalves Soares nasceu em Margão, Goa, em 10 Dezembro de 1957. Faleceu em Coimbra em 27 de Maio de 1998. Uma vida muito breve. Demasiado breve. Mas vida muito intensa, conduzida por empenhados sonhos, generosas utopias e algumas fortes realizações: os filhos; as amizades profundas; os criativos saberes transmitidos aos seus alunos; um percurso académico; uma Obra.

Sérgio Soares licenciou-se em História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em Julho de 1979 com a classificação de “Bom com distinção”. Em Outubro do mesmo ano, começou a exercer as funções de Assistente no âmbito do Instituto de História Económica e Social da mesma Faculdade. Doutorou-se em 1995, em História Moderna e Contemporânea, tendo sido aprovado, por unanimidade, com distinção e louvor.

Ao longo da sua curta mas profícua vida académica leccionou aulas práticas e teóricas da cadeira de História Moderna de Portugal, História Local e Regional e um Seminário no Mestrado de História Moderna. A sua inteligência superior e as excepcionais qualidades de comunicação consagraram-no como um professor de excepção.

Historiador profundamente comprometido com as vivências e problemas do seu tempo, escolheu como tema central de investigação a problemática do Poder Local na Época Moderna. Coimbra, Viseu e Lousã foram as cidades cujos arquivos mais intensamente frequentou e sobre as quais produziu estudos. Projectava, no entanto, estender a pesquisa a outros municípios no sentido de alargar o conhecimento sobre os mecanismos do poder local bem como sobre a composição social das vereações municipais. Em articulação com este sonho, empenhou-se na criação da cadeira de História Local e Regional, disciplina que teve o profundo gosto de leccionar durante um ano, com grande empenhamento seu e forte entusiasmo dos alunos fortemente motivados para a descoberta e pesquisa de arquivos municipais no sentido de perscrutar memórias e identidades locais.

Autonomia financeira dos Municípios - Traços da sua evolução histórica (Actas do I Encontro das Beiras sobre Regionalização. Viseu, 1982, edição da Comissão de Coordenação da Região Centro, s. d., pp. 163-181), constituiu o primeiro fruto da sua pesquisa. Publicou, em seguida, “Aspectos da política municipal pombalina: a câmara de Viseu no reinado de D. José” (Revista Portuguesa de História, Coimbra, 21, 1984). Neste artigo o autor revelou a força de um município beirão num tempo de centralização e de afirmação do poder absoluto pombalino.

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O seu principal esforço de investigação centrou-se, no entanto, no estudo do município coimbrão, no período que decorre entre a Restauração e o Pombalismo, tema que escolheu para a sua tese de doutoramento.

Com vista à elaboração deste trabalho, desenvolveu um “gigantesco” esforço de investigação no Arquivo Municipal de Coimbra, que incidiu sobre toda a documentação produzida pela vereação coimbrã bem como pelos concelhos do seu vasto termo. Para encontrar informações sobre a vida municipal, e específicamente sobre os homens que governaram a cidade ao longo de mais de cem anos, efectuou ainda pesquisas no Arquivo da Universidade de Coimbra e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. A informação recolhida, criteriosamente trabalhada graças a um sólido conhecimento erudito e criati­ vamente tecida com base numa forte acutilância interpretativa, traduziu-se na elaboração de um extenso estudo de 1808 páginas que se encontra actualmente no prelo.

A obra divide-se em três livros. No primeiro, intitulado Geografia do Poder Municipal, apresenta-nos um município urbano régio a moldar um vasto termo que se lhe submete fiscal e jurisdicionalmente, muitas vezes em conflito com outros governos concelhios e casas senhoriais. No segundo, aborda a Sociologia do Poder Municipal numa fina análise das elites que governaram e socializaram a cidade, evidenciando a sua proveniência geográfica e social, as suas estratégias, os “sistemas clientelares”, os mecanismos de integração e exclusão, os comportamentos, os arquétipos e símbolos sociais. No terceiro, analisa as Práticas e Processos de Formação Camarária. A economia urbana, as questões eleitorais, o relacionamento entre o poder central e o poder local são algumas das temáticas abordadas neste livro.

O Município de Coimbra da Restauração ao Pombalismo. Poder e Poderosos na Idade Moderna não é uma obra perfeita. Mas é indiscutivelmente uma grande obra da historiografia moderna portuguesa, um estudo que entrecruza constantemente a realidade local, com a nacional e a europeia, combinando uma sólida metodologia com uma ousada base teórica.

Como fruto da pesquisa sobre a composição das oligarquias da vereação coimbrã, publicou ainda “Os vereadores da Universidade na Câmara de Coimbra (1640-1777)”, (Revista Portuguesa de História, Coimbra, 26, 1991, pp. 45-75).

Viseu e Coimbra eram na época moderna municípios régios. Na tentativa de apreender a multifacetada vida concelhia, Sérgio Soares projectava estudar concelhos dependentes de casas senhoriais. Como primeira concretização deixou-nos “O Ducado de Aveiro e a Vila da Lousã no séc. XVIII (1732-1759)” (Arunce, Lousã, 11/12, 1996/ 1997), artigo onde, com fina argúcia, apreendeu as redes clientelares dependentes desse senhorio.

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A análise das elites municipais levaram o inquieto historiador a uma reflexão aturada sobre a nobreza. Dela resultou o artigo intitulado “Nobreza e Arquétipo Fidalgo. A propósito de um Livro de Matrículas de Filhamentos (1641-1724)” (Revista de História das Ideias, Coimbra, 19, 1997). Com base em literatura produzida sobre a matéria, e cruzando obras de tratadistas e livros de matrículas, o autor analisa neste artigo o complexo problema da composição, hierarquização, valores e símbolos da nobreza portuguesa, produzindo uma fundamentada síntese, um estudo de referência neste campo.

“A Câmara de Coimbra e a Universidade nos Séculos XVII e XVIII”, síntese apresentada no Congresso O Município Português na História da Cultura e no Desenvolvimento Regional (Actas do Colóquio realizado na Universidade do Minho, no âmbito do Projecto PRAXIS XXI, Braga, 1998) foi o último fruto da produção científica de um criativo arquitecto da História do Municipalismo.

Sempre lutando por uma causa, irradiando a sua personalidade forte, Sérgio Cunha Soares marcou de forma indelével todos os que com ele privaram e conviveram. Historiador jovem, para quem a investigação da História era um exercício contínuo de paixão e inteligência, projectou o seu próprio ser nos textos que maduramente pensou e habilmente escreveu.

Está em todos nós a consciência da qualidade do seu trabalho... e o profundo empenho de que a sua obra eternize a memória de uma vida que a morte tão cedo ceifou.

Margarida Sobral Neto

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Bibliografía

“La fiscalité et ses implications sociales en Italie et en France aux XVII. ème et XVIII. ème siècles (Florence, 5-6 Décembre 1978). École Française de Rome, 1980”, Revista Portuguesa de Historia, Coimbra, 29,1981, pp. 339-353 (Recensão crítica). “Autonomia financeira dos Municípios - Traços da sua evolução histórica”, Actas do I

Encontro das Beiras sobre Regionalização. Viseu, 1982, Coimbra, Comissão de Coordenação da Região Centro, s. d., pp. 163-181.

“Aspectos da política municipal pombalina. A Câmara de Viseu no reinado de D. José”, Revista Portuguesa de História, Coimbra, 21, 1984, pp. 21-117.

“Os vereadores da Universidade na Câmara de Coimbra (1640-1777)”, Revista Portuguesa de História, Coimbra, 26, 1991.

Prefácio à obra de Eduardo Mota, A administração municipal de Gouveia em finais de setecentos. Gouveia, Gaudela, 1990.

O Município de Coimbra da Restauração ao Pombalismo. Poder e Poderosos na Idade Moderna, 2 vols, Coimbra, Faculdade de Letras, 1995 (dissertação de doutoramento policopiada).

“O Ducado de Aveiro e a Vila da Lousã no séc. XVIII (1732-1759)”, Arunce, Lousã, 11/12, 1996/1997.

“Nobreza e Arquétipo Fidalgo. A propósito de um Livro de Matrículas de Filhamentos (1641-1724)”, Revista de História das Ideias, Coimbra, 19, 1997.

“A Câmara de Coimbra e a Universidade nos Séculos XVII e XVIII”, in O Município Português na História da Cultura e no Desenvolvimento Regional (Actas do Colóquio realizado na Universidade do Minho, no âmbito do Projecto PRAXIS XXI), Braga, 1998.

Referências

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