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LUDILÉIA VANUCIA BONFANTE

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE

E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS

LUDILÉIA VANUCIA BONFANTE

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS INOCULADAS

COM FUNGO MICORRÍZICO ARBUSCULAR

COMBINADO COM DOSES DE FÓSFORO

E PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE

Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez.

Dissertação de Mestrado

ALTA FLORESTA - MT

2014

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LUDILÉIA VANUCIA BONFANTE

Dissertação de mestrado

Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos – PPGBioAgro

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE

E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS

LUDILÉIA VANUCIA BONFANTE

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS INOCULADAS

COM FUNGO MICORRÍZICO ARBUSCULAR

COMBINADO COM DOSES DE FÓSFORO

E PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE

Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez.

Dissertação apresentada à Universidade do Estado de Mato Grosso, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos, para a obtenção do título de Mestre em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos.

Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Filgueiras Braga

ALTA FLORESTA - MT

2014

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AUTORIZO A DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO, CONVENCIONAL OU

ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE

QUE CITADA A FONTE.

Catalogação na publicação

Faculdade de Ciências Biológicas e Agrárias

______BONFANTE, Ludiléia Vanucia

Desenvolvimento de mudas inoculadas com fungo micorrízico arbuscular combinado com doses de fósforo e propagação vegetativa de Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez./ Ludiléia Vanucia Bonfante - Alta Floresta-MT, 2014.

86 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos. Área de concentração: Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos) – Universidade do Estado de Mato Grosso, Faculdade de Ciências Biológicas e Agrárias.

Orientação: Dra. Lúcia Filgueiras Braga.

1.Itaúba. 2.Micorriza 3.Fósforo 4.Auxinas 5.Estaquia 6.Espécie florestal. I.Título

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DESENVOLVIMENTO DE MUDAS INOCULADAS

COM FUNGO MICORRÍZICO ARBUSCULAR

COMBINADO COM DOSES DE FÓSFORO

E PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE

Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez.

LUDILÉIA VANUCIA BONFANTE

Dissertação apresentada à Universidade do Estado de Mato Grosso, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos, para a obtenção do título de Mestre em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos.

Aprovada em:___/___/___

___________________________________________________ Dra. Lúcia Filgueiras Braga

Orientadora – UNEMAT / PPGBioAgro

___________________________________________________ Dr. Rubens Marques Rondon Neto

UNEMAT / Alta Floresta-MT

___________________________________________________ Dra. Daniela Tiago da Silva Campos

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ii

AGRADECIMENTOS

À minha família, verdadeiros amigos.

À Lucia Filgueiras Braga, pela orientação, incentivo e disponibilidade, meus respeitosos agradecimentos.

Ao viveiro municipal de mudas nativas de Alta Floresta-MT. À Embrapa Agrobiologia pelo fornecimento de inóculos de FMAs. À Carolina Michels Ruedell e Manoel Euzébio de Souza, pela contribuição na

banca do exame de qualificação. À Universidade do Estado de Mato Grosso.

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iii

“O elogio que vem daquele que merece o elogio está acima de todas as recompensas.”

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iv SUMÁRIO LISTA DE TABELAS ... v LISTA DE FIGURAS ... vi RESUMO... ix ABSTRACT ... x 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 4

2.1 Caracterização da espécie Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez. ... 4

2.2 Crescimento e desenvolvimento de mudas: papel dos Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA) e fósforo ... 5

2.3 Propagação vegetativa de espécies arbóreas por estaquia ... 9

3. MATERIAL E MÉTODOS ... 11

3.1 Crescimento e desenvolvimento de mudas com Fungo Micorrízico Arbuscular (FMA) e adubação fosfatada ... 11

3.2 Propagação vegetativa por Estaquia ... 17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 19

4.1 Crescimento e desenvolvimento de mudas com Fungo Micorrízico Arbuscular (FMA) e adubação fosfatada ... 19

4.2 Propagação vegetativa por estaquia ... 54

5. CONCLUSÕES ... 60

(9)

v

LISTA DE TABELAS

TABELAS Página

1. Características químicas e físicas da amostra de terra e do substrado utilizado para a produção de mudas de M. itaúba ... 12 2. Valores médios de diâmetro do coleto (mm) de plantas de M. itauba

em função de doses de fósforo e micorriza.. ... 20 3. Valores médios da altura (cm) de plantas de M. itauba em função de

doses de fósforo e micorriza ... 22 4. Valores médios para a relação entre altura de parte aérea e diâmetro

do coleto de plantas de M. itauba em função de doses de fósforo e micorriza ... 26 5. Valores médios do comprimento de raiz (cm) de plantas de M. itauba

em função de doses de fósforo e micorriza ... 27 6. Número médio de folhas de plantas de M. itauba em função de

doses de fósforo e micorriza ... 28 7. Valores médios da área foliar (cm2) de plantas de M. itauba em

função de doses de fósforo e micorriza ... 30 8. Valores médios da massa seca da parte aérea (g) de plantas de M.

itauba em função de doses de fósforo e micorriza ... 32 9. Valores médios da massa seca da raiz (g) de plantas de M. itauba

em função de doses de fósforo e micorriza ... 35 10. Valores médios da relação entre massa seca da parte aérea e

massa seca da raiz (MSA/MSR) (g) de plantas de M. itauba em função de doses de fósforo e micorriza ... 37 11. Valores médios da massa seca das folhas (g) de plantas de M.

itauba em função de doses de fósforo e micorriza ... 39 12. Valores médios de massa seca total (g) de plantas de M. itauba em

função de doses de fósforo e micorriza ... 40 13. Valores médios da eficiência micorrízica em plantas de M. itauba em

diferentes épocas de avaliação em função de doses de fósforo ... 53 14. Valores médios de sobrevivência, número de gemas formadas

(NGF), comprimento das gemas (CG), presença (p) ou ausência (a) de folhas expandidas nas gemas formadas em dois tipos de estacas de M. itauba (com ou sem folhas) ... 55

(10)

vi

LISTA DE FIGURAS

FIGURAS Página

1. Diâmetro do coleto (mm) de plantas de M. itauba em função dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5). ... 20 2. Altura (cm) de plantas de M. itauba em função dos tratamentos:

SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 22 3. Relação entre altura de parte aérea e diâmetro do coleto de plantas

de M. itauba em função dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) . 25 4. Comprimento de raiz (cm) de plantas de M. itauba em função dos

tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 27 5. Número de folhas de plantas de M. itauba em função dos

tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 28 6. Área foliar (cm2) de plantas de M. itauba em função dos tratamentos:

SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 29 7. Massa seca da parte aérea (g) de plantas de M. itauba em função

dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 32 8. Massa seca da raiz (g) de plantas de M. itauba em função dos

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vii

765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 34 9. Relação entre massa seca da parte aérea (g) e massa seca da raiz

(g) de plantas de M. itauba em função dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 36 10. Massa seca das folhas (g) de plantas de M. itauba em função dos

tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 38 11. Massa seca total (g) de plantas de M. itauba em função dos

tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 40 12. Teores de N, P, Ca, Mg, S, B e Mn na biomassa foliar de plantas de

M. itauba aos 120 dias em função de doses de fósforo e micorriza .... 44 13. Área foliar especifica (dm2 g-1) de plantas de M. itauba, em função

dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 48 14. Razão de Área Foliar (dm2 g-1) de plantas de M. itauba, em função

dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 50 15. Taxa Assimilatória Líquida (g dm2 dia-1) de plantas de M. itauba, em

função dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 51 16. Taxa de Crescimento Relativo (g g-1 dia-1) de plantas de M. itauba,

em função dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5) ... 52

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viii

17. Fotomicrografia de raízes de M. itauba aos 120 dias após o estabelecimento das mudas, colonizadas por G. clarum. (A) Detalhe de arbúsculos; (B) Vesículas; (C) Esporos e arbúsculos; (D) Hifa. (A, B e C) Aumento de 40x no microscópio óptico; (D) Aumento de 10x no microscópio óptico. (A, B e D) Tratamento CMP0 (com micorriza sem aplicação de P); (C) Tratamento CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5). ... 54 18. Aspecto das brotações formadas em estacas de M. itauba - lenhosas

sem folhas, após 60 dias dos tratamentos: A) AIB 500 mg L-1, B) AIB 1000 mg L-1, C) AIB 4000 mg L-1, D) AIA 500 mg L-1, E) AIA 4000 mg L-1, F) ANA 2000 mg L-1 ... 57 19. Aspecto das estacas de M. itauba - lenhosas com um par de folhas

reduzidas pela metade, após 60 dias dos tratamentos: A) AIB 500 mg L-1, B e C) AIB 1000 mg L-1, D) AIB 4000 mg L-1, E e F) AIA 500 mg L-1, G a I) AIA 1000 mg L-1,. J) AIA 2000 mg L-1,.K) AIA 3000 mg L-1,.L e M) AIA 4000 mg L-1,. N) AIA 5000 mg L-1,.O) ANA 2000 mg L -1

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ix RESUMO

BONFANTE, Ludiléia Vanucia. M.Sc. Universidade do Estado de Mato Grosso, Março de 2014. Desenvolvimento de mudas inoculadas com fungo micorrízico arbuscular combinado com doses de fósforo e propagação vegetativa de Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez. Orientadora: Lúcia Filgueiras Braga.

Mezilaurus itauba é intensivamente explorada na região norte do Brasil, porém,

as pesquisas sobre as características e comportamento da espécie que permitam a exploração sustentável e seu cultivo são insipientes. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de fungo micorrízico arbuscular e doses de fósforo no crescimento e desenvolvimento de Mezilaurus itauba e o seu potencial de macropropagação por estaquia. Os ensaios foram realizados no município de Alta Floresta – MT. Os tratamentos constituíram-se da inoculação com o fungo micorrízico Glomus clarum e doses de 0, 765 e 1.530 g m-3 de P2O5. Para a estaquia utilizaram-se estacas com e sem folhas e as auxinas AIB, ANA e AIA nas concentrações de 0, 500, 1000, 2000, 3000, 4000 e 5000 mg L-1. A inoculação com Glomus clarum proporcionou aumento na altura das plantas, número de folhas, área foliar, massa seca aérea, massa seca de raiz, massa seca total, área foliar específica, razão área foliar, taxa assimilatória líquida e taxa de crescimento relativo de plantas de M. itauba quando associada à dose de 765 g m-3 de P2O5. A aplicação de 765 g m-3 de P2O5 e o fungo micorrízico G. clarum é indicada para o desenvolvimento inicial das plantas de M. itauba, pois aumenta o teor de N, P, S, Ca e B nas folhas. A estaquia de plantas de M. itauba não foi favorecida pela aplicação de auxinas, devendo ser investigados os fatores que podem interferir na condução desta técnica para a espécie.

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x ABSTRACT

BONFANTE, Ludiléia Vanucia. M.Sc. Universidade do Estado do Mato Grosso, March of 2014. Development of seedlings inoculated with mycorrhizal fungi combined with doses of phosphorus and vegetative propagation of

Mezilaurus itauba (Meissner) Taubet ex Mez. Leader: Lúcia Filgueiras

Braga.

Mezilaurus itauba is intensively exploited in the northern region of Brazil,

however, the research on the characteristics and behavior of the species which allow the sustainable exploitation and its cultivation are undergoing. This work aimed to evaluate the effect of arbuscular mycorrhizal fungi and phosphorus levels in the growth and development of Mezilarus itauba and its potential for macropropagation by cuttings. The trials were carried out in the municipality of Alta Floresta - MT. The treatments consisted of inoculation with the arbuscular mycorrhizal fungi Glomus clarum and doses of 0, 765 and 1,530 g m-3 of P205. For the cuttings used cuttings with and without leaves and auxins IBA, NAA and IAA in concentrations of 0, 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 5000 mg L-1. The inoculation with Glomus clarum provided an increase in plant height, number of leaves, leaf area, dry mass air, root dry weight, total dry weight, leaf area, specific reason leaf area, rate pressures exerted by liquid and relative growth rate of plants M. itauba wood measuring when associated with the dose of 765 g m-3 of P205. The application of 765 g m-3 of P205 and arbuscular mycorrhizal G.

clarum is indicated for the initial development of plants M. itauba wood

measuring, because it increases the content of N, P, S, Ca and B in leaves. The cuttings of plants M. itauba wood measuring was not favored by application of auxins, and should be investigated factors that may interfere with the conduct of this technique for the species.

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1 1. INTRODUÇÃO

A Amazônia possui larga extensão de floresta tropical, e suas espécies - fontes de matéria prima - lhe conferem potencial ambiental e econômico, já explorado, geralmente, sem os cuidados necessários à sua conservação e sustentabilidade (SILVEIRA et al., 2007).

Dentre essas espécies que possuem diversos usos e alto potencial econômico está Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez (SANTANA et al., 2008; IMAZON, 2010), pertencente à família Lauraceae (MARQUES, 2001). A espécie vem sendo explorada nas regiões Norte do Brasil de maneira extrativista (RIBEIRO, 2010), por isso a necessidade de informações que viabilizem o plantio de mudas, como as exigências nutricionais - especialmente quanto ao fósforo, elemento limitante para o desenvolvimento das plantas em solos ácidos e de baixa fertilidade, que caracterizam a região da Amazônia (CHU et al., 2004) - condições ideais para a produção, além de métodos alternativos de propagação.

Nesse sentido, os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) podem constituir uma boa alternativa para o incremento na produção de mudas, reduzindo a necessidade de aplicação de insumos, prática comum em viveiros, maximizando o nutriente disponível às plantas, com ganhos econômicos e ecológicos, como a abreviação da época de transplante das mudas para o campo, aumento da sobrevivência das mudas após transplante, maior capacidade das plantas em absorver nutrientes do solo, especialmente fósforo, controle biológico no solo, proteção das plantas contra doenças e maior resistência à seca (MIRANDA e MIRANDA, 2001; OLIVEIRA et al., 2009; CARDOSO et al., 2010).

Não há informações se M. itauba é potencialmente capaz de se associar a fungos micorrízicos arbusculares, porém, como relatado por Berbara et al. (2006) a associação entre raízes e fungos micorrízicos, ocorre na maioria das espécies vegetais superiores. Cavalcante et al. (2009) destacam que entre os vários tipos de micorrizas, a arbuscular é a mais disseminada nos trópicos. Berbara et al. (2006) afirmam ainda que 80% das famílias de plantas são

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2

constituídas por espécies que se associam com micorrizas arbusculares (MA), portanto, é possível que M. itauba realize esse tipo de associação.

Quanto aos estudos com métodos de propagação, Dias et al. (2012) mencionam que quase a totalidade de estudos com espécies florestais nativas estão relacionadas com a propagação sexuada, e que isso tem limitado a produção comercial das mudas. Por motivos como ausência de informações silviculturais, custos mais baixos e falta de domínio sobre as técnicas de propagação assexuada, a propagação sexuada é mais adotada, porém algumas desvantagens a acompanham, como restrição de épocas de colheita das sementes, seu armazenamento e heterogeneidade dos plantios de origem seminal.

Para Ferrari et al. (2004) a importância da propagação assexuada pode ser atestada pelo fato da maioria das florestas de eucalipto plantadas no Brasil terem origem por propagação vegetativa. Os autores citam como vantagens dessa técnica a grande facilidade e maior rapidez em programas de melhoramento genético, essenciais para o aumento da produtividade florestal. Estudos nesse sentido são escassos para espécies nativas da Amazônia, e para M. itauba são inexistentes.

As estacas estão entre os propágulos mais utilizados na propagação vegetativa, e podem ser caulinares, foliares ou radiculares, sendo que especialmente para espécies florestais a estaca caulinar é mais adequada pelo potencial de regeneração das gemas pré-formadas (XAVIER et al., 2003). De acordo com Andrade e Martins (2003), o enraizamento de estacas é um método de propagação assexuada que mantém as características básicas da planta-mãe e incrementa o número de plantas rapidamente. No entanto, para algumas espécies o enraizamento só ocorre com a aplicação de reguladores vegetais (ONO et al., 1994) e entre eles o grupo das auxinas é o que promove os melhores resultados para formação de raízes adventícias (NICOLOSO et al., 1999).

O presente estudo objetivou avaliar o crescimento e desenvolvimento inicial da espécie arbórea Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez., em substrato com adição de fungo micorrízico arbuscular e diferentes dosagens de fósforo, visando determinar o comportamento em

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3

viveiro e avaliar a viabilidade da propagação da espécie por estaquia com diferentes tipos e concentrações de auxina.

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4 2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Caracterização da espécie Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez.

A família Lauraceae possui cerca de 2.500 espécies divididas em 50 gêneros distribuídos nas regiões tropicais e subtropicais do planeta (SOUZA e LORENZI, 2012) sendo que no Brasil ocorrem 23 gêneros e 418 espécies (QUINET et al., 2010). Mezilaurus é um gênero neotropical com 18 espécies que ocorrem desde a Costa Rica até o sudeste do Brasil (WERFF, 1987). No Brasil são apontadas 15 espécies distribuídas na sua maioria na região amazônica (QUINET et al., 2010). M. itauba ocorre comumente no Rio Tapajós, dispersando-se até as Guianas e o Estado de Mato Grosso. É encontrada sempre em solos pobres, silicosos ou argilos silicosos (GARCIA et al., 2012). Alcântara et al. (2012) salientam que Mezilaurus é um gênero raro e pouco conhecido na ciência.

Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez., apresenta altura entre

20 e 40 m (LORENZI, 2002), folhas agrupadas no topo dos ramos, cartáceas ou coriáceas, glabras na maturidade, elípticas ou obovadas. Inflorescência axilar, subterminal. Flores pubescentes. Frutos elipsoides com cúpula (WERFF, 1987), flores globosas ou elipsoides, tépalas menores que o receptáculo, cerca de 1/3 a 1/5 do comprimento da flor, estames livres, ovário glabro e frutos glabros no ápice (ALVES, 2011). De acordo com Amaral et al. (2009) o tipo de dispersão é zoocórica e o tipo de sucessão é secundária tardia, desenvolvendo-se em Floresta de Terra-firme, Igapó e Várzea. Severiano et al. (2011) encontraram um padrão de distribuição do tipo agregado para M. itauba em uma floresta do Amapá.

A madeira de M. itauba é muito pesada e dura, com densidade de 1,14 g cm-3, apresentando alta resistência mecânica e baixa retratibilidade, elevada resistência natural ao apodrecimento e ao ataque de insetos, por isso sua madeira vem sendo largamente usada em construções externas e internas e dentre outros usos como em carrocerias e cabos para ferramentas e em situações em que há necessidade de ter parte da madeira enterrada no solo (como no caso de postes e moirões de cerca) (RIBEIRO, 2010; GARCIA et al.,

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5

2012). A madeira de M. itauba é frequentemente citada como a de mais alto valor de venda no Brasil, sendo muito valorizada no mercado de exportação, como madeira serrada e beneficiada, ficando atrás somente do mogno (SANTANA et al., 2008; IMAZON, 2010), por esse motivo é amplamente explorada em Planos de Manejo Florestal e em Planos de Exploração Florestal no norte do Estado de Mato Grosso, por seu alto valor econômico agregado (MIRANDA et al., 2013), porém essa exploração é realizada de forma extrativista, o que ameaça o futuro da espécie (RIBEIRO, 2010).

A importância ecológica da espécie está no consumo de seus frutos por pássaros e fácil regeneração em áreas abertas por rebrotas ou através de propágulos disseminados por pássaros (LORENZI, 2002). Suas mudas apresentam bom crescimento e altas taxas de sobrevivência no campo, sendo recomendada para composição de agroflorestas (RAYOL et al., 2013).

2.2 Crescimento e desenvolvimento de mudas: papel dos fungos micorrízicos arbusculares e fósforo

O setor florestal é muito dependente da produção de mudas de essências florestais nativas, porém, devido à carência de informações sobre o crescimento e desenvolvimento das mesmas há atraso no ciclo produtivo. Dessa forma torna-se interessante buscar alternativas para produção de mudas de alta qualidade com baixo impacto ambiental (ANDREAZZA, 2006).

O P tem grande importância para as plantas, sendo indispensável no seu metabolismo, atuando na transferência de energia das células, na respiração e na fotossíntese, além de ser um componente estrutural dos ácidos nucléicos de genes e cromossomos, muitas coenzimas, fosfoproteínas e fosfolipídeos (MALAVOLTA, 1980; MATOS et al., 1999; GRANT et al., 2001). Grant et al. (2001) informam ainda que especialmente no início do ciclo vegetativo, restrições desse nutriente podem comprometer o desenvolvimento de forma que a planta não se recupere posteriormente mesmo quando submetidas a níveis adequados de P.

O P é considerado um elemento essencial por participar dos compostos e reações vitais para as plantas e na sua ausência a planta não completar seu ciclo de vida (MALAVOLTA et al., 1997), e em quantidades

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suficientes estimula o crescimento radicular das plantas, promove a boa formação e aumenta a produtividade, porém encontra-se em baixa disponibilidade nos solos tropicais e subtropicais (RAIJ, 1991), sendo o segundo elemento mais limitante à produtividade nesses solos (GATIBONI, 2003), onde é altamente fixado pela presença de minerais compostos de Fe e Al (MATOS et al., 1999). A região Amazônica é caracterizada por solos ácidos de baixa fertilidade (CHU et al., 2004), merecendo destaque a realização de pesquisas que visem avaliar o comportamento das espécies vegetais nativas sob diferentes condições de disponbilidade de P.

Para Novais et al. (1990) na fase de produção de mudas a grande maioria das espécies florestais necessita de maior disponibilidade de P, pois a demanda por esse nutriente é maior nessa fase. Nesse sentido, alternativas biológicas, como a utilização de fungos micorrízicos podem ter sucesso na minimização dos custos com fertilizantes na fase de viveiro, maximizando o nutriente disponível às plantas, proporcionando ganhos econômicos e ecológicos.

Os fungos micorrízicos arbusculares pertencem ao Filo Glomeromycota, classe Glomeromycetes (SOUZA et al., 2008) e estabelecem uma simbiose mutualista com as plantas, na qual colonizam o sistema radicular, proporcionando melhor absorção de nutrientes do solo, principalmente fósforo, e recebendo, em troca, fotossintatos produzidos pela planta (SMITH et al., 2003), melhorando sua resposta aos fertilizantes e corretivos, e beneficiando seu crescimento e produção (MIRANDA e MIRANDA, 2002). Os fungos micorrízicos arbusculares estão ligados à diversidade e produtividade das comunidades vegetais, pois a planta supre o fungo com energia para crescimento e reprodução via fotossintatos, e o fungo provê a planta e o solo com uma gama de serviços, como melhora na absorção de nutrientes, aumento de resistência em plantas e maior formação e estabilidade de agregados no solo (HARRIS et al., 1966; BERBARA et al., 2006).

Os organismos da classe Glomeromycetes são biotróficos obrigatórios, característica de simbioses muito evoluídas. Seu micélio é asseptado e isso permite uma rápida movimentação citoplasmática

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favorecendo a translocação de nutrientes provenientes de regiões além da zona de depleção do sistema radicular (SOUZA et al., 2008).

A infecção pelos FMAs envolve a penetração da hifa do fungo nas células do córtex da raiz, onde se formam pequenas estruturas ramificadas semelhantes a uma minúscula árvore (arbúsculos) onde ocorrem as trocas entre fungos e plantas (GENRE e BONFANTE, 2002; SOUZA et al., 2006), essas estruturas são efêmeras e duram de 4 a 5 dias (LAMBAIS, 1996).

Cavalcante et al. (2009) destacam que entre os vários tipos de micorrizas, a arbuscular é a mais disseminada nos trópicos e Berbara et al. (2006) relatam que cerca de 80% das famílias de plantas são constituídas por espécies que se associam com micorrizas arbusculares (MA).

Javot et al. (2007) afirmam que as associações micorrízicas são muito difundidas nos ecossistemas terrestres, como salientou Rosado (1996) de que as micorrizas ocorrem na maioria das plantas vasculares, variando o nível de colonização conforme o genótipo da planta.

Os FMAs promovem crescimento diferenciado entre as espécies nativas, com forte interação com os níveis de P no solo (SIQUEIRA e SAGGIN JÚNIOR, 2001). A eficiência simbiótica dos fungos micorrízicos arbusculares, de acordo com Koide (1991) resulta da complexa relação entre a exigência da planta por P e a capacidade do fungo em dispor desse nutriente à planta.

Cardoso et al. (2010) citam a nutrição fosfatada como um dos maiores benefícios advindos da associação micorrízica, porém esses benefícios são variáveis e dependem dos níveis de fósforo, da espécie de fungo micorrízico e da espécie de planta utilizada. Além disso, os autores ainda relatam que as associações podem ser inibidas quando há fertilidade elevada, sendo essas associações inversamente proporcionais aos níveis de fósforo no solo, enquanto isso, em solos pobres, adições de fósforo podem favorecer o efeito dos fungos sobre o crescimento de plantas. Rheinheimer et al. (1997) compartilham essa ideia quando afirmam que a adição de P nas mudas pode reduzir a colonização por micorrizas e a quantidade de P requerida para essa inibição depende da exigência da planta (MOREIRA e SIQUEIRA, 2002). Para Souza et al. (2006), quando supridas com P e outros elementos essenciais, as plantas crescem normalmente, mesmo sem micorrizas, porém quando não há

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disponibilidade suficiente de nutrientes as plantas não micorrizadas não crescem ou crescem muito pouco.

Os FMA promovem o crescimento das plantas diretamente pela absorção de nutrientes pelo fungo e indiretamente por outros mecanismos como o auxílio na fixação biológica de N, a mineralização e/ou solubilização de nutrientes da rizosfera, modificações na translocação, na partição e eficiência de uso de nutrientes absorvidos pelas raízes ou micorrizas (MATOS et al., 1999).

Outros ganhos como a abreviação da época de transplante das mudas para o campo, aumento da sobrevivência das mudas após o transplante, maior capacidade das plantas em absorver nutrientes do solo, controle biológico no solo, proteção das plantas contra doenças e maior resistência à seca também podem ser atribuídos à micorrização de plantas (MIRANDA e MIRANDA, 2001; CARNEIRO et al., 2004).

Os ganhos de maior absorção de nutrientes são provenientes do efeito benéfico da formação de micélio externamente à raiz o que aumenta a superfície de raiz e consequentemente aumenta também a retirada de elementos minerais pouco móveis, como é o caso do fósforo (OLIVEIRA et al., 2009). Em ambientes estressantes, as associações micorrízicas beneficiam as plantas (SIQUEIRA e SAGGIN JÚNIOR, 1995), desse modo constituem-se uma alternativa promissora para melhorar a qualidade das mudas de M. itauba já que após a produção de mudas o sucesso depende ainda de seu estabelecimento e sobrevivência no campo.

De acordo com Mello et al. (2008), geralmente em solos com baixa fertilidade há baixa disponibilidade de fósforo e também baixo potencial de inóculos de microorganismos como FMAs. Na Amazônia muitas espécies apresentam naturalmente colonização radicular por fungos micorrízicos (OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2005).

O conhecimento insuficiente sobre as exigências nutricionais e relações ecológicas de espécies nativas da Amazônia, como sua capacidade de formar simbioses com fungos micorrízicos contrasta com a crescente demanda atual por tecnologias para recomposição florística, especialmente em

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matas nativas que foram desflorestadas ou em áreas abandonadas (LACERDA et al., 2011), sendo necessários estudos que visem fornecer tais informações.

2.3 Propagação vegetativa de espécies arbóreas por estaquia

Inoue e Putton (2007) sustentam que espécies que atualmente estão escassas, foram e são a preferência do mercado madeireiro, e que estudos sobre a conservação dessas espécies são necessários e urgentes. Os autores apontam a propagação vegetativa como alternativa, em curto prazo, para garantir a conservação dessas espécies. M. itauba se encaixa nesse perfil, pois devido sua grande exploração encontra-se agora em declínio populacional na Amazônia.

A propagação vegetativa gera indivíduos idênticos à planta mãe através da multiplicação assexuada de partes vegetativas (FERRARI et al., 2004). Há várias técnicas de propagação assexuada, como enxertia, alporquia, mergulhia e estaquia, e a mais utilizada comercialmente é a estaquia, que consiste no enraizamento de partes da planta (CHAPMAN, 1989; FERRARI et al., 2004), por meio da regeneração de meristemas radiculares (MALAVASI, 1994).

O interesse pela estaquia em espécies nativas surgiu frente ao sucesso obtido com a técnica para mudas de Eucalyptus sp. (DIAS, 2011). Para Colares et al. (2013) a aplicação da técnica de estaquia é pouco conhecida para espécies florestais tropicais, e como corroboram Dias et al. (2012) grande parte dos estudos sobre espécies florestais nativas do Brasil estão relacionados à propagação sexuada, mas a propagação assexuada traria grandes benefícios ao setor florestal brasileiro.

Betanin e Nienow (2010) citam como vantagens da estaquia a garantia de genótipos superiores, produção de mudas em menor tempo e redução de tempo até a fase reprodutiva das plantas, e como desvantagens citam a dificuldade de indução de raízes adventícias. Nesse sentido os autores afirmam que várias substâncias estão envolvidas na formação de raízes adventícias em estacas, e que as auxinas são as de maior efeito no enraizamento. Conforme Fochesato et al. (2006) o aumento da concentração de auxinas nas plantas estimula a indução de enraizamento, mas a resposta da

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planta à auxina depende da natureza do tecido e da concentração dessa substância.

O enraizamento das estacas sofre influência dentre outros fatores da presença ou ausência de folhas (BEZERRA e LEDERMAN, 1995). Araújo et al. (1999) explicam que as folhas são fontes de carboidratos, aminoácidos, auxinas, entre outras substâncias, que contribuem para a formação de raízes. Tais substâncias se acumulam na zona de regeneração das raízes, o que pode auxiliar na sobrevivência das estacas. De acordo com Pio et al. (2003), a importância dos carboidratos para emissão e formação de raízes em estacas vem sendo bastante estudada.

As condições ambientais também podem influenciar o enraizamento de estacas, sendo a alta umidade e temperaturas entre 25 e 30ºC essenciais para o sucesso da técnica (WENDLING et al., 2005). De acordo com Dias et al. (2012) a propagação vegetativa de espécies florestais por estaquia tem sido limitada, entre outras coisas pela escasses de estudos que enfatizem quais os fatores relevantes para o enraizamento das diferentes espécies, tais como aplicação de reguladores vegetais e tipo de estaca a ser utilizada.

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11 3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Crescimento e desenvolvimento de mudas com Fungo Micorrízico Arbuscular (FMA) e adubação fosfatada

O trabalho foi conduzido no Viveiro de Mudas da Prefeitura Municipal de Alta Floresta - MT localizado na Avenida Teles Pires, S/N, entre o período de setembro de 2013 a janeiro de 2014.

Utilizou-se um Argissolo Vermelho Amarelo (EMBRAPA, 2006) classificado como argiloso pelo diagrama triangular de classificação textural de Lemos e Santos (1984). Para a coleta da terra da camada arável do solo, descartaram-se os 20 cm iniciais da camada superior, sendo então utilizada a terra abaixo dessa, chamada de terra de barranco. As características químicas e físicas da terra peneirada encontram-se na Tabela 1.

Foram usados 0,35 m-3 dessa terra, misturada a 0,1 m-3 de areia, e 0,05 m-3 de vermiculita, originando um substrato de terra + areia + vermiculita na proporção 7:2:1, respectivamente, totalizando 0,5 m-3 de substrato. Esse substrato foi esterilizado em autoclave a 120ºC por 90 minutos, sendo posteriormente acondicionado em sacos plásticos, os quais foram lacrados e armazenados no Laboratório de Ecofisiologia e Propagação de Plantas da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, campus de Alta Floresta.

O substrato foi homogeneizado com auxílio de enxada sobre lona plástica, para evitar o contato com o chão, sendo adicionado calcário dolomítico com PRNT 85%. A necessidade de calagem foi calculada com base na elevação da saturação por bases, conforme a equação de Raij (1991) adaptada por Silva e Stein (2008): CaCO3, Kg m-3 = (T(V2-V1))/20xPRNT, para elevar a saturação por bases (V%) a 60%. Após sete dias da incorporação do calcário misturou-se ao substrato 150 g m-3 de ureia (45% de N) e 100 g m-3 de cloreto de potássio (60% de K2O) como fonte, respectivamente de nitrogênio e potássio, conforme indicação de Silva e Stein (2008). Análises químicas e físicas do substrato foram realizadas após tais procedimentos (Tabela 1).

As dosagens de P (superfosfato simples, contendo 18% de P2O5) utilizadas foram 0; 4.200 (765 g m-3 de P2O5) e 8.400 g m-3 (1.530 g m-3 de P2O5) de substrato. Análises químicas e físicas do solo com as duas doses encontram-se na Tabela 1.

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TABELA 1. Características químicas e físicas da amostra de terra e do substrato utilizado para a produção de mudas de M.

itauba. Tratamentos (g de P2O5 m-3 terra) pH CaCl2 MO

P K S Ca Mg Al V H+Al T SB Argila Silte Areia ---mg dm-3--- ---cmolc dm -3 --- (%) ---cmolc dm -3 --- ---g Kg-1--- 0* 4,0 22,0 g dm-3 6,70 26 9,8 0,86 0,41 0,94 16,6 6,75 8,1 1,30 619 74 307 0 ** 6,5 2,1 g Kg-1 7,80 4,03 - 3,40 2,73 0,25 99,7 0,02 6,2 6,14 255 50 695 765 ** 6,7 5,6 g Kg-1 22,98 3,52 - 3,48 1,99 0,27 100 0,02 5,5 5,48 255 26 728 1.530 ** 6,8 4,3 g Kg-1 29,16 3,52 - 2,02 4,26 0,11 100 0 6,3 6,29 222 33 745 * Terra de barranco não esterelizada; ** Substrato esterelizado; K e P: Menlich; Ca, Mg e Al: KCL 1N

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Sementes de Mezilaurus itauba (Meissner) Taubert ex Mez. foram coletadas de várias árvores no município de Alta Floresta – MT, em maio de 2013, tratadas com o fungicida Derosal Plus® à base de Metil benzimidazol-2-ylcarbamato (150 g L-1) e Dissulfeto de tetrametithiuram (350 g L-1) em solução na proporção de 1 mL de produto comercial para cada litro de água. As sementes foram imersas na solução por 12 horas e semeadas em seguida em canteiro contendo terra de subsolo e palha de café curtida na proporção de 7:3, respectivamente. As mudas foram transplantadas 90 dias após a semeadura do canteiro para sacos de polietileno (0,10 x 0,25 m), contendo aproximadamente 0,9 kg de substrato já esterilizado e inoculado com fungo micorrízico arbuscular (FMA) da espécie Glomus clarum Nicolson & Schenck.

O FMA foi multiplicado em cultura-estoque em raízes de Brachiaria

decumbens Stapf., cultivadas em vasos. O material (substrato de cultivo)

contendo os esporos do fungo micorrízico arbuscular (FMA) foi adicionado no terço superior do substrato, coberto pelo mesmo, acondicionado nos sacos de polietileno e irrigados, posteriormente, duas vezes ao dia durante quatro dias antes do transplante das mudas. A dose de inóculo aplicada aos tratamentos que receberam os fungos foi de 1 g contendo aproximadamente 110 esporos de FMA do referido cultivo. Os tratamentos utilizados foram identificados pelas letras SM (sem fungo micorrízico arbuscular) ou CM (com fungo micorrízico arbuscular) para micorrizas, e P, para fósforo, sendo:

SMP0: sem micorrizas e 0 g m-3 de P2O5 (controle); SMP1: sem micorrizas e 765 g m-3 de P2O5;

SMP2: sem micorrizas e 1.530 g m-3 de P2O5;

CMP0: 1 g de FMA 0,9 Kg de substrato e 0 g m-3 de P2O5; CMP1: 1 g de FMA 0,9 Kg de substrato e 765 g m-3 de P2O5; CMP2: 1 g de FMA 0,9 Kg de substrato e 1.530 g m-3 de P2O5.

As plantas foram mantidas em viveiro coberto com sombrite 50% de sombreamento, dispostas em canteiros forrados a 15 cm do chão com peças lineares de policloroetano de forma que as mudas não ficassem em contato com o chão. As peças foram desinfestadas previamente com hipoclorito de sódio 5%. As mudas foram irrigadas duas vezes ao dia (às 06:00 e 18:00 horas), por aspersão, durante 15 minutos, em intervalo de 12 horas.

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As avaliações foram realizadas aos 30, 60, 90 e 120 dias após o estabelecimento das plântulas (15 dias após o transplante). Determinou-se a altura das plantas (cm), o comprimento da raiz (cm), diâmetro do coleto (mm), número de folhas e a área foliar das plantas (cm2); que em seguida foram separadas em caule, raiz e lâminas foliares, e acondicionadas em sacos de papel, colocadas em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65oC ± 5oC até atingir massa seca constante. Após a secagem completa, o material foi pesado em balança analítica de até 0,001 g para determinação da massa seca.

Para avaliação do crescimento procedeu-se a estimativa das seguintes variáveis:

Diâmetro de coleto: medido com auxílio de um paquímetro digital, rente ao solo. O diâmetro representa a média dos diâmetros das plantas por repetição. Altura de planta: definido como a distância em centímetros, medido com auxílio de régua, do colo da planta até a gema apical. A altura representa a média dos comprimentos das plantas por repetição.

Relação entre altura de parte aérea (cm) e diâmetro do coleto (mm): calculada através da fórmula: APA ÷ DC

Em que: APA = Altura de parte aérea (cm) e DC = Diâmetro do coleto (mm). Comprimento de raiz: definido como a distância em centímetros, medido com auxílio de régua, do colo da planta até o ápice radicial. O comprimento da raiz representa a média dos comprimentos das raízes das plantas por repetição. Número de folhas: representa a média do total de folhas de cada planta. Área foliar: determinada com um medidor de área foliar, modelo LI-300, expressa em cm2. A área foliar média foi definida como o resultado da soma das medidas individuais das áreas de todas as lâminas foliares de cada planta por repetição.

Massa seca de parte aérea: definida como o peso seco médio, expresso em g, correspondente à soma de caules, pecíolos e lâminas foliares, de cada planta por repetição.

Massa seca de raiz: definida como o peso seco médio das raízes, expresso em g por repetição.

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15 meio da fórmula: MSPA ÷ MSR

Em que: MSPA = Massa seca de parte aérea (g) e MSR = Massa seca de raiz (g).

Para avaliação do desenvolvimento das plantas procedeu-se a estimativa dos seguintes índices fisiológicos, de acordo com Benincasa (2003): Massa seca de folhas (MSF): a massa seca de folhas (g) correspondeu à massa das folhas de cada planta, em cada coleta, sendo definida como a média das massas.

Massa seca total (MST): a massa seca total (g) correspondeu à soma das massas de todos os órgãos existentes, em cada coleta, sendo definida como a média das massas.

A massa seca das folhas, de cada tratamento aos 120 dias, foi utilizada para determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Zn, Fe, Cu, Mn e B.

Área foliar especifica (AFE): é o componente morfológico e anatômico da RAF porque relaciona a superfície (AF) com a massa seca das folhas (MSF):

AFE = AF / MSF

Razão de área foliar (RAF): a razão de área foliar (dm2 g-1) expressa a área foliar útil para fotossíntese e é definida como o quociente entre a área foliar (AF), área responsável pela intercepção de energia luminosa e a massa seca total (MST), resultado da fotossíntese:

RAF = AF / MST

Taxa assimilatória líquida (TAL): a taxa assimilatória liquida (g dm-2 dia-1) expressa a taxa de fotossíntese líquida, em termos de massa seca produzida. É obtida pela equação: TAL = P2 –P1 .Ln A2 – Ln A1

t2– t1 A2 – A1

Em que: P = massa seca; t = tempo em dias; 1 e 2 = amostras sucessivas; Ln = logaritmo neperiano; A = amostra.

Taxa de crescimento relativo (TCR): a taxa de crescimento relativo (g g-1 dia-1) de uma planta ou qualquer órgão da planta reflete o aumento da

matéria orgânica em um intervalo de tempo, dependente do material pré-existente. Essa taxa é calculada pela equação: TCR = Ln P2 – Ln P1

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Em que: P = massa seca; t = tempo em dias; 1 e 2 = amostras sucessivas; Ln = logarítimo neperiano.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3x2 (doses de P x presença ou ausência de FMA) perfazendo seis tratamentos, com oito repetições de 4 plantas cada, totalizando 192 plantas para cada período de avaliação.

Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F) e à comparação das médias pelo teste Tukey a 5% de probabilidade com ajustes em modelos matemáticos de regressão para cada tratamento, com uso do programa estatístico SISVAR.

As variáveis de desenvolvimento foram analisadas pelo programa computacional ANACRES, de acordo com as especificações de Portes e Castro Junior (1991) e os valores ajustados por equação de regressão em função do coeficiente de determinação ajustado utilizando o programa estatístico SISVAR.

A eficiência micorrízica (EM) foi estimada com base na produção de biomassa seca da parte aérea, calculada pela fórmula EM = 1 - b/a.

Em que: a = biomassa dos tratamentos com inoculação e b = biomassa do tratamento não inoculado, sendo a simbiose benéfica para as plantas quando EM > 0 (HEIDJEN e KUYPER, 2001 apud SOARES et al., 2012).

A coloração das raízes para observação de estruturas fúngicas foi realizada segundo a metodologia proposta por Brundrett et al. (1996), utilizando dez segmentos de raiz com 2 cm de comprimento retirados da extremidade inferior da raiz principal e das secundárias de duas plantas por tratamento, lavadas, fixadas em FAA 50 (formaldeído 37-40%, ácido acético glacial e álcool etílico 50% 1:1:18, v/v) durante 24 horas e posteriormente estocadas em álcool etílico 70% até as análises. No momento das análises as raízes foram lavadas abundantemente (cerca de 5 minutos) em água corrente e enxaguadas em água destilada, e então submetidas ao clareamento em KOH (hidróxido de potássio) 10% em banho-maria a 90oC durante aproximadamente 24 horas. Em seguida procedeu-se a lavagem das raízes em água destilada e imersão em HCL (ácido clorídrico) a 1% por 20 minutos em banho-maria a 90oC. Após esse processo as raízes foram escorridas e colocadas

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imediatamente em solução de Azul de Tripan em glicerol ácido (1:1:1) a 0,05% durante 10 minutos em banho-maria a 70oC. Para a montagem das lâminas utilizou-se dez segmentos de raiz com 1 cm e verificou-se a presença ou ausência de estruturas fúngicas.

3.2 Propagação vegetativa por estaquia

Os experimentos de estaquia foram realizados no viveiro de mudas da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, campus de Alta Floresta, durante o período de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014, utilizando-se material vegetativo de uma população artificial de M. itauba com 26 anos de idade localizada no município de Alta Floresta - MT, aproximadamente a 2 Km da margem direita da Rodovia MT 208 entre as coordenadas geográficas 9º51’20,06”S; 56º10’11,62”O e 9º51’30,85”S; 56º10’5,91”O.

Foram utilizadas estacas lenhosas de M. itauba de até 1 cm de diâmetro, com corte reto no ápice e em bisel na base, com e sem folhas. As estacas sem folhas continham pelo menos uma gema, as estacas com duas folhas foram reduzidas a 1/3 do tamanho da folha, sendo os dois tipos de estacas mantidos com aproximadamente 10-15 cm de comprimento. Após a confecção das estacas foi realizada desinfestação do material em hipoclorito de sódio 0,5% por 10 minutos e aplicado o fungicida Captan a 0,5 g L-1 por 15 minutos. Em seguida cerca de 2 cm da base das estacas foram imersas, durante 15 segundos, nas soluções aquosas contendo as auxinas Ácido 4-(3-Indolil) Butírico (AIB), Ácido 3-Indolilacético (AIA) ou Ácido naftileno-(alfa) acético Vetec (teor mínimo de 99%), nas concentrações de 500, 1000, 2000, 3000, 4000 e 5000 mg L-1 e o tratamento controle, com estacas imersas em água.

Em seguida as estacas foram plantadas em tubetes de 50 cm3, contendo substrato comercial Plantmax e vermiculita na proporção 7:3 (v:v), colocadas sob nebulização com duração de 15 minutos a cada 3 horas, durante 12 horas por dia com início às 06:00 horas da manhã, onde permaneceram por 60 dias. Foram avaliados a sobrevivência, porcentagem de enraizamento das estacas, número de estacas com calos, número e

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18

comprimento médio de raízes formadas por estaca, emissão ou não de parte aérea e número e comprimento das brotações. As imagens das brotações foram registradas para caracterizar o aspecto das brotações formadas.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3x7x2, sendo três reguladores vegetais, sete concentrações e dois tipos de estacas, com quatro repetições de cinco estacas cada, totalizando 740 estacas. Os dados obtidos em todas as avaliações foram submetidos à análise de variância (teste F), e as médias, comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

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19 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Crescimento e desenvolvimento de mudas com Fungo Micorrízico Arbuscular (FMA) e adubação fosfatada

Os dados das análises de solo (Tabela 1) demonstram que o método utilizado para calcular a necessidade de calagem produziu resultados satisfatórios para o pH, que aumentou de 4,0 para em média 6,7, valor considerado por Silva e Stein (2008) adequados para mudas nativas. O método de cálculo para a necessidade de calagem baseado na saturação por bases (V%), apresenta correlação com o nível de acidez do solo (pH), de modo que quanto maior o pH, maior o V%, portanto, quando aplica-se calcário para elevar o V%, eleva-se também o pH, eliminando os problemas do excesso de acidez (CAMPANHARO et al., 2007). A correção da terra com calagem aumentou os teores de Ca e Mg e diminuiu o teor de Al.

O diâmetro do coleto no período avaliado sob influência dos diferentes tratamentos utilizados encontra-se na Figura 1 e Tabela 2. Observa-se na Figura 1 aumento gradual do diâmetro do coleto em todos os tratamentos ao longo do período, e ao final das avaliações (120 dias), o maior diâmetro do coleto ocorreu no tratamento CMP0 e o menor no tratamento SMP2.

Reportando-se à Tabela 2 é possível observar que todos os tratamentos foram iguais à testemunha, exceto os tratamentos SMP2 aos 30 dias, que foi inferior à testemunha e SMP1 aos 90 dias, que foi superior à testemunha, porém voltou a se igualar aos 120 dias. Isso indica que não há incremento no diâmetro do coleto de mudas de M. itauba com a adição de micorriza, mas a adição de P na dose de 765 g m-3 de P2O5 aos 90 dias foi benéfico para o aumento do diâmetro. A manutenção do cotilédone nas mudas até aproximadamente 60 dias de avaliação pode ter contribuído para a nutrição das mudas durante esse período, fazendo com que as mudas não apresentassem resposta à adição de nutrientes.

Barbieri Junior (2008) avaliando também o efeito de micorrizas e doses de fósforo em mudas de jatobá (Hymenaea courbaril) obteve resultados semelhantes para diâmetro do coleto e inferiu que provavelmente as mudas tenham a capacidade de assimilação de uma quantidade baixa de fósforo, não respondendo assim a adubação fosfatada. Chu et al. (2004) e Rocha et al.

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(2006) não encontraram diferenças no diâmetro do coleto em mudas de quaruba (Vochysia maxima) e cedro (Cedrela fissilis) sob inoculação micorrízica e adubação fosfatada.

FIGURA 1. Diâmetro do coleto (mm) de plantas de M. itauba em função dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5). Função ajustada polinomial quadrática. *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

TABELA 2. Valores médios de diâmetro do coleto (mm) de plantas de M. itauba em função de doses de fósforo e micorriza.

DAE Tratamentos SMP0 SMP1 SMP2 CMP0 CMP1 CMP2 30 2,35 a 2,19 ab 2,08 b 2,24 ab 2,23 ab 2,19 ab 60 2,44 a 2,41 a 2,35 a 2,39 a 2,36 a 2,42 a 90 2,77 bc 3,00 a 2,74 bc 2,61 c 2,83 ab 2,89 ab 120 2,84 ab 2,88 ab 2,74 b 2,95 a 2,77 ab 2,84 ab CV (%) = 5,53

Médias seguidas pelas mesmas letras, nas linhas, não diferem significamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. DAE = Dias Após o Estabelecimento.

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Em mudas de embaúba (Cecropia pachystachya), no entanto, houve aumento no diâmetro do coleto aos 120 dias de avaliação devido à inoculação de FMAs, mas não houve resposta à adubação fosfatada (CARNEIRO et al., 2004). Em mudas de algaroba (Prosopis juliflora) a inoculação com FMAs promoveu aumento do diâmetro do coleto e o incremento na dose de fósforo anulou a vantagem observada em doses mais baixas (AGUIAR et al., 2004). Lacerda et al. (2011) encontraram diferenças no diâmetro do caule de mudas de ingá (Inga laurina), caroba (Jacaranda cuspidifolia), gabiroba (Campomanesia cambessedeana), baru (Dipterix alata) e chichá (Sterculia

striata), com valores maiores em mudas inoculadas com FMAs em relação

àquelas não inoculadas, já em jatobá (Hymenaea courbaril) não houve diferenças e doses crescentes de fósforo não produziram efeitos significativos para nenhuma das espécies.

Diferenças no diâmetro do coleto em mudas de seringueira (Hevea

brasiliensis) também não foram observadas por Moraes et al. (2010) em mudas

inoculadas com seis espécies de fungos micorrízicos arbusculares. Para Daniel et al. (1997) o diâmetro do coleto é um parâmetro importante a ser observado e indica a capacidade de sobrevivência das mudas em campo, portanto um parâmetro importante em mudas em fase de viveiro. A mensuração da dimensão do coleto auxilia na escolha das doses de fertilizantes a serem utilizados nas mudas, afetando diretamente seu custo no viveiro. Conforme Carneiro (1995), pesquisas tem comprovado uma forte correlação entre o diâmetro do coleto e a sobrevivência das mudas em campo.

Na Figura 2 (curvas ajustadas) e Tabela 3 (comparação de médias) encontram-se os valores para altura de planta. Nota-se claramente distinção entre os tratamentos com inoculação de FMA, cujas plantas apresentaram maior altura em relação àqueles sem inoculação com menor altura. Houve aumento gradual nos valores em mudas inoculadas com FMA e doses de P ao longo do período de avaliação, sendo aos 120 dias todos os tratamentos superiores ao controle (Figura 2).

Observando a comparação de médias da altura das plantas (Tabela 3) nos diferentes períodos de avaliação, as maiores médias ocorreram no tratamento CMP1 (aos 30, 90 e 120 dias) e no tratamento CMP0 (aos 60 dias)

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indicando o efeito benéfico da aplicação de micorriza e 765 g m-3 de P2O5, contudo as médias desses tratamentos só superaram estatisticamente o tratamento SMP2, aos 30 dias, e nos outros períodos não exibem diferença com os demais tratamentos.

FIGURA 2. Altura (cm) de plantas de M. itauba em função dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5). Função ajustada linear e polinomial quadrática. *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

TABELA 3. Valores médios da altura (cm) de plantas de M. itauba em função de doses de fósforo e micorriza.

DAE Tratamentos SMP0 SMP1 SMP2 CMP0 CMP1 CMP2 30 17,09 ab 17,82 a 16,08 b 17,82 a 18,04 a 17,47 ab 60 17,48 bc 17,15 c 17,49 bc 19,13 a 17,99 abc 18,75 ab 90 18,75 b 19,51 ab 18,10 b 19,63 ab 20,61 a 19,57 ab 120 17,35 b 18,97 a 19,16 a 19,61 a 20,18 a 19,38 a CV (%) = 5,78

Médias seguidas pelas mesmas letras, nas linhas, não diferem significamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. DAE = Dias Após o Estabelecimento.

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Esse resultado indica que o aumento em altura de plantas de M.

itauba é mais influenciado pela presença de fósforo, sendo a dose de 1.530 g

m-3 de P2O5 (sem a presença de FMA) prejudicial para as plantas até 30 dias, e gradualmente, ao longo do período de crescimento a planta tende a se beneficiar da maior quantidade de P, exibindo aos 120 dias altura estatisticamente superior a todos os tratamentos, em relação à testemunha (SMPO). Todos os tratamentos com micorrizas e fósforo favoreceram o aumento em altura das mudas de M. itauba até 120 dias, podendo propiciar redução no tempo de produção da muda em viveiro. De acordo com Mexal e Landis (1990) a mensuração da altura das mudas é importante por oferecer uma boa estimativa de seu comportamento no campo, sendo que a altura ideal varia conforme as condições do sítio, a competição e possíveis predadores, sendo preferíveis mudas mais baixas em sítios pobres e mudas mais altas em locais com alto risco de predação.

Pouyú-Rojas e Siqueira (2000) avaliando mudas de sete espécies florestais pós-transplante: tamboril (Enterolobium contortisiliquum), açoita-cavalo (Luehea grandiflora), fedegoso (Senna macranthera), cássia verrugosa (Senna multijuga), sesbânia (Sesbania virgata), embaúba (Cecropia

pachystachya) e colvílea (Colvillea racemosa), constataram aumento na altura

em seis dessas espécies quando inoculadas com FMAs e adubadas com fósforo. Em semelhança aos resultados encontrados para M. itauba (Tabela 3), os referidos autores também observaram que a inoculação de FMA em baixas doses de fósforo promoveu altura das mudas semelhante aos tratamentos sem inoculação e altas doses de fósforo, o que evidencia o papel de associações micorrízicas na eficiência em absorver nutrientes.

Analogamente Aguiar et al. (2004) observaram aumento na altura de mudas de algaroba (Prosopis juliflora) inoculadas com FMAs, e efeito sinérgico entre fungos e doses de fósforo até a dose de 50 kg de P kg-1 de solo. Quando se elevou a dose para 100 kg de P kg-1 de solo a altura das plantas foi igual ao tratamento sem inoculação.

Para M. itauba, o aumento de doses de P sem inoculação favoreceu a altura de plantas aos 120 dias, assim como nos resultados encontrados por Costa et al. (2005) em mudas de mangabeira (Hancornia speciosa), por Balota

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et al. (2011) em mudas de acerola (Malpighia emarginata) e por Machineski et al. (2009) em mudas de nim (Azadirachta indica). Em mudas de seringueira (Hevea brasiliensis) cultivadas em solo amarelo distrófico com seis espécies de FMAs não houve aumento na altura de plantas em nenhum tratamento (MORAES et al., 2010). Os autores atribuíram esse comportamento, já confirmado em outros trabalhos com seringueira, à grande adaptabilidade da espécie a condições de baixa disponibilidade de P no solo, conseguindo uma máxima eficiência na absorção de nutrientes nessas condições.

O motivo da dose de 1.530 g m-3 de P2O5 (sem a presença de FMA) aplicada ter exercido influência negativa para diâmetro do coleto e altura das mudas aos 30 dias pode estar relacionada à capacidade de absorção da planta, que pode não ter quantidade de raízes suficientes nesse período, portanto uma baixa zona de depleção, para assimiliar essa quantidade de P. Então o P assimilado pode ter sido translocado para outras áreas da planta como folhas ou raiz em detrimento do caule das mudas.

É interessante que além da avaliação de altura de parte aérea isoladamente, se proceda a avaliação combinada com outros fatores como o diâmetro do coleto, como sugere Gomes et al. (2002). A relação entre a altura de planta e o diâmetro do coleto compõe um bom parâmetro para prever o comportamento das mudas após o plantio no campo, conhecida como relação H/D, resultando um índice de valor absoluto (CARNEIRO, 1995). De acordo com Campos e Uchida (2002) a relação altura/diâmetro do colo é indicadora da qualidade da muda, e o que se espera é equilíbrio entre as medidas.

Na Figura 3 encontram-se as curvas ajustadas para os valores da relação entre altura da parte aérea e diâmetro do coleto (H/D) das mudas de M.

itauba. É possível observar que os maiores valores da relação H/D a partir de

60 dias ocorreram nos tratamentos com micorrizas.

Verificando a Tabela 4, aos 30 dias após o estabelecimento das plântulas, todos os tratamentos, exceto SMP2, favoreceram mais o crescimento da parte aérea, comparados ao tratamento controle, de forma que a muda cresceu mais em altura que em diâmetro de coleto, e o valor mais equilibrado ocorreu na testemunha. Aos 60 dias os tratamentos onde ocorreu relação H/D mais equilibrada foram SMP1 e a testemunha (SMPO). Aos 90 dias o maior

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equilíbrio na relação H/D ocorreu no tratamento SMP1 só diferindo dos tratamentos CMP0 e CMP1 com os maiores valores (menor equilíbrio na relação H/D). Aos 120 dias no tratamento testemunha (SMPO) houve maior equilíbrio em relação aos tratamentos SMP2, CMP1 e CMP2. Isto fica evidente quando nos reportamos aos valores de diâmetro do coleto (Tabela 2) e altura de planta (Tabela 3) em relação ao tratamento controle (SMP0) e constatamos que enquanto os valores de diâmetro não foram alterados nesses tratamentos, a altura de plantas foi incrementada. Isso explica os maiores valores obtidos na relação H/D para os tratamentos em questão.

FIGURA 3. Relação entre altura de parte aérea e diâmetro do coleto de plantas de M. itauba em função dos tratamentos: SMP0 (controle), SMP1 (sem micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), SMP2 (sem micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5), CMP0 (com micorriza sem aplicação de P), CMP1 (com micorriza e aplicação de 765 g m-3 de P2O5), CMP2 (com micorriza e aplicação de 1.530 g m-3 de P2O5). Função ajustada linear e polinomial quadrática. *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

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TABELA 4. Valores médios para a relação entre altura de parte aérea e diâmetro do coleto de plantas de M. itauba em função de doses de fósforo e micorriza. DAE Tratamentos SMP0 SMP1 SMP2 CMP0 CMP1 CMP2 30 7,29 b 8,16 a 7,76 ab 7,98 a 8,11 a 8,00 a 60 7,17 b 7,14 b 7,44 ab 8,03 a 7,64 ab 7,77 ab 90 6,79 bc 6,51 c 6,64 bc 7,55 a 7,32 ab 6,79 bc 120 6,12 c 6,60 bc 6,99 ab 6,65 abc 7,30 a 6,83 ab CV (%) = 6,59

Médias seguidas pelas mesmas letras, nas linhas, não diferem significamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. DAE = Dias Após o Estabelecimento.

Para comprimento de raiz (Figura 4 e Tabela 5) e número de folhas (Figura 5 e Tabela 6) todos os tratamentos foram estatisticamente iguais ao controle até 60 dias. Aos 90 dias na maior dose de P no tratamento sem micorriza (SMP2), ocorreu a menor média de comprimento de raiz para as mudas de M. itauba, só diferindo de SMPO e SMP1 (Tabela 5), não ocorrendo neste período alteração no número de folhas entre todos os tratamentos avaliados (Tabela 6). Silva e Delatorre (2009) defendem que o P pode causar modificações na arquitetura das raízes, e parte dessas modificações se refere a sistema de resgate para suprir as necessidades de P. É possível então que o maior aumento das raízes seja uma estratégia para favorecer a captação de P, pelo aumento da área de absorção, especialmente quando este elemento encontra-se em menores doses no solo. Rosolem e Marcello (1998) constataram isso para raízes de soja, que na ausência de fósforo eram mais longas, compensando a baixa disponibilidade de P.

Aos 120 dias os tratamentos com as maiores doses de P (SMP2 e CMP2) apresentaram os menores valores de comprimento de raiz, diferindo apenas do tratamento SMP1 (Tabela 5). Nesse mesmo período o maior número de folhas foi registrado no tratamento SMP2. Este resultado poderia indicar que com a maior dose de P a planta priorizou o aumento do número de folhas (Tabela 6) com reflexos no aumento da área foliar (Tabela 7).

Segundo Faria et al. (2002), é nas folhas onde ocorre a maior parte do processo fotossintético, por isso é esperado que mudas que apresentem maior número de folhas também apresentem maior crescimento, devido à maior produção de fotoassimilados, como reforçam Barbieri Junior et al. (2007),

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