Modernismo
Português
Centro de Ensino Médio 02 de Ceilândia
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Modernismo
Português
HETERÔNIMOS
Fernando Pessoa
O mistério dos heterônimos
Pseudônimo
=
nome falso
=
Heterônimo
=
outro nome, outra
“Por qualquer motivo temperamental
que me não proponho a analisar, nem
importa que analise, construí dentro de
mim várias personagens distintas entre
si e de mim, personagens essas que
não
são
como
eu,
nos
meus
Lisboa
16 de abril de 1889
Órfão de pai e mãe
Criado pela tia no campo
Instrução primária
CARACTERÍSTICAS DE CAEIRO
Contato direto com a natureza
Incessante e incansável descoberta de
uma natureza em que tudo flui, tudo está
em constante transformação
“Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
RICARDO REIS
Porto
19 de setembro de 1887
Formado em Medicina
Defendia a monarquia
Por não concordar com a República, exilou-se no Brasil
Amante da cultura clássica ( latim, grego, mitologia)
Características de Ricardo Reis
Poeta de inspiração neoclássica
Carpe diem = viver o momento
“ Mas tal como é, gozemos o momento,
Solenes na alegria levemente,
E aguardando a morte
Como quem a conhece.”
“Não matou outros deuses
O triste deus cristão.
Cristo é um deus a mais,
Talvez um que faltava.”
Tavira
15 de outubro de 1890
Engenheiro naval formado na Escócia,
Viveu em inatividade, porque não se sujeitaria às
exigências do trabalho.
Características de Álvaro de Campos
Poeta futurista
Poesia intimista
Angústia e melancolia
Poema em linha reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Ode triunfal
Á dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força
-Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes
volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
https://www.youtube.com/watch?v=K_W4ujcn9FM
https://www.youtube.com/watch?v=lDXtskH298k
“Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais
do que um espectador de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso. E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e
músicas invisíveis.”
https://www.youtube.com/watch?v=K_W4ujcn9FM
Publicado em 1982, quarenta e sete anos após a morte de Fernando Pessoa, "O Livro do Desassossego", tem como autor Bernardo Soares, personagem criada pelo próprio Pessoa. É um livro biográfico com os pensamentos de um dos maiores autores do século XX.
“São as minhas confissões e, se nelas nada digo, é que nada tenho para dizer.” É como Fernando Pessoa apresenta o livro que escreveu sob o heterónimo Bernardo Soares e onde revela a sua vida oculta.
A obra começou a ser escrita aos vinte e cinco anos de Pessoa, acompanhando-a o resto da vida e é como um labirinto onde o autor procura responder a questões como “quem sou eu?” ou “como posso explicar a realidade?” Dúvidas fundamentais do modernismo, que teve em Fernando Pessoa um dos seus representantes máximos. A obra levou vinte anos a ser escrita e ficou incompleta. São mais de 500 textos sem principio, meio nem fim, escritos por aquele que numa só noite criou três identidades distintas para o acompanharem na criação poética: o mestre Alberto Caeiro, o médico Ricardo Reis e o engenheiro Álvaro de Campos. Como testemunha de um Fernando Pessoa desconhecido, ficaram Bernardo Soares e “O Livro do Desassossego”.
O poeta é um fingidor.
Finge tão
completamente
que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Lírica
Reflexão sobre a arte poética e o papel
desempenhado pelo artista
Mar Portuguez
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,
Mas nelle é que espelhou o céu.
Saudosista-nacionalista