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Copyright 1999 by Boris Fausto. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

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Copyright © 1999 by Boris Fausto

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Fazer a América / Boris Fausto (organizador). – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.

Vários autores. ISBN 85-314-0484-3

I. América Latina - Colonização 2. América Latina - Emi-gração e imiEmi-gração 1. Fausto, Boris,

1930-98-5213 CDD-304.88

Índices para catálogo sistemático: I. América Latina: Imigração: Sociologia 304.88

Direitos reservados à

Edusp - Editora da Universidade de São Paulo Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374 6° andar - Ed. da Antiga Reitoria - Cidade Universitária 05508-900 - São Paulo - SP - Brasil Fax (011) 818-4151 Te!. (011) 818-4008 ou 818-4150 - e-mail: edusp@edu.usp.br Printed in Brazil 1999

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SUMÁRIO

Introdução ... 9

Boris Fausto

Migração Internacional na História das Américas ... 13

Herbert S. Kleill

Imigração Européia e Identidade Nacional nas Imagens das Elites Argentinas

(1850-1914) ... 33

Fernando J. Devoto

Imigrantes Italianos na Argentina (1880-1930): Uma Aproximação ... 61

Alicia Bemascolli

A Imigração Espanhola na Argentina (1880-1930) ... 93

Carilla Frid de Silbersteill

A Imigração Francesa na Argentina: Uma História Aberta ... 127

Hemáll Otero

Panorama da Imigração Judia para a Argentina ... 153

Igllacio Kliclz e Fabialla Tolcachier

O Brasil e a Emigração Portuguesa (1855-1914) ... 177

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Imigração Japonesa para o Brasil: Um Exemplo de Imigração Tutelada

( 1908-1941 ) ... 201

Célia Sakurai

O Brasil como País de Destino para os Migrantes Espanhóis ... 239

Elda Evangelina González Martínez

A Colonização Alemã no Brasil: Etnicidade e Conflito ... 273

Giralda Seyferth

Sírios e Libaneses e seus Descendentes na Sociedade Paulista ... 315

Oswaldo M. S. Truzzi

Construindo um Lugar ao Sol: os Judeus no Brasil ... 353

Roberto Grün

O Brasil Italiano (1880-1920) ... 383

Zuleika Maria Forcione Alvim

Breve Panorama da Imigração Maciça no Uruguai (1870-1931) ... 419

Carlos Zubillaga

Imigração Européia no Chile (1880-1920) ... 461

Baldomero Estrada

Imigração Estrangeira para o Peru (1850-1930) ... 505

Luis Miguel Glave e Claudia Rosas Lauro

A Imigração e o Emprego em Cuba (1880-1930) ... 551

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INTRODUÇÃO

BORIS FAUSTO

Este livro teve origem no seminário “Fazer a América”, realizado pelo Memorial da América Latina em agosto de 1993. O encontro reuniu pesquisadores de vários países, especialistas no tema da imigração em massa para a América Latina, entre as últimas décadas do século XIX e as três primeiras do século XX. O livro não constitui, porém, uma reprodução de trabalhos apresentados naquela ocasião e, sim, um conjunto de novas contribuições, a partir do impulso gerado pelo encontro. Com uma ou outra exceção, como é o caso do ensaio geral do professor Herbert S. Klein, os textos se situam nos limites cronológicos apontados. A ênfase mais ou menos narrativa decorre da formação acadêmica dos autores - historiadores ou sociólogos, com predominância dos primeiros.

O tema da imigração em massa para o continente americano pode ser abordado a partir de enfoques bastante diversos. Por exemplo, é frutífero, de um lado, dar ênfase a uma abordagem estrutural, buscando melhor compreender as raízes mais profundas de um movimento migratório transoceânico de dimensões até então desconhecidas, tanto no que diz respeito às condições socioeconômicas existentes na Europa e no continente asiático quanto nos países de recepção. De outro lado, é igualmente frutífero adotar um enfoque micro-histórico, acompanhando-se trajetórias familiares, nas duas pontas da cadeia migratória.

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A temática dos estudos mostra-se também bastante ampla, tendo-se voltado, nos últimos anos, com preferência, para questões acerca da construção de novas identidades e dos graus de integração nos países receptores. Essas questões propiciaram pesquisas sobre o papel da escola pública como fator de integração dos imigrantes ou, no caso das escolas mantidas por uma determinada etnia, como fator de conservação da identidade. Deram origem ainda a estudos sobre pautas matrimoniais, sobre a capacidade associativa dos grupos imigrantes, indicada pela constituição de sociedades de socorros mútuos, sobre a manutenção ou mudança de padrões alimentares etc.

Diante destas múltiplas possibilidades de abordagem do tema maior da imigração, optei por evitar uma excessiva diversidade, tomando como vertente básica as etnias imigrantes. Excepcionalmente, alguns textos não se limitam a esta vertente, sobretudo quando constituem o único texto sobre um dado país.

Justifico a escolha, pela conveniência de dar algum grau de homogeneidade aos diferentes trabalhos e de sugerir, por essa via, as possibilidades de uma futura abordagem comparativa. Trata-se de uma opção suficientemente ampla, capaz de abrir caminho para muitas questões subjacentes, em particular as mencionadas questões da integração e da construção de novas identidades.

Não tive por objetivo percorrer todos os países latino-americanos, não só pela dificuldade do empreendimento como ainda pelo fato de ter sido a imigração em massa um fenômeno de importância secundária em vários deles. Espero ter abrangido, entretanto, um leque variado de países cuja fisionomia socioeconômica foi transformada pelo influxo dos grandes contingentes de imigrantes. Em algumas situações - como é o caso da Argentina e do Uruguai - isto se deu tanto de um ponto de vista quantitativo quanto qualitativo. Em outras - e aí o principal exemplo é o Chile -, a presença do imigrante tem relevância em função dos postos significativos que veio a ocupar na estrutura socioeconômica, não obstante seus efetivos numéricos serem relativamente baixos.

Com as ressalvas apontadas, acredito ter chegado a um bom padrão de abrangência, inclusive do ponto de vista geográfico. Compreensivelmente, predominam os países banhados pelo oceano Atlântico, mas foi possível integrar

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pelo menos dois dos localizados na costa do Pacífico (Chile e Peru), além de se fazer uma incursão pelo Caribe, ao examinar-se a imigração espanhola a Cuba.

A concentração da maioria dos ensaios nos casos da Argentina e do Brasil explica-se pela importância que os dois países tiveram no processo imigratório. Além disso, a mencionada concentração é um bom indicador do recente florescimento das pesquisas sobre imigração em ambos.

Em um significativo texto, intitulado “Dei crisol ai pluralismo; trinta anos de historiografía sobre las migraciones europeas a la Argentina” (Movimientos

migratórios; historiografía y problemas, Buenos Aires,1992), o historiador

argentino Fernando J. Devoto - autor de um dos ensaios que integram este volume – refere-se ao tardio interesse tanto internacional quanto interno por um fenômeno central na história dos dois últimos séculos. A constatação é verdadeira, embora o que ele chama de tardio interesse tenha variado de país a país, como uma breve comparação entre a Argentina e o Brasil permite indicar.

O paralelo entre a sociologia Argentina e a brasileira, em suas expressões mais altas, parece-me significativo. Gino Germani e José Luiz Romero iniciaram nos anos 50, no país platino, uma série de investigações sistemáticas sobre a imigração em massa na bacia do Prata de que resultou, ao longo dos anos, uma linhagem de estudos e também a constituição de marcos interpretativos. a tema que interessava essencialmente a Germani era o da transição da Argentina tradicional à Argentina moderna e nele se inseria a figura do imigrante, visto como principal agente modernizador.

No caso brasileiro, os estudos de Roger Bastide e Florestan Fernandes partiram do problema das relações raciais e do preconceito, gerando uma série de trabalhos sobre o assunto, que se estendeu a seus discípulos. Foi, aliás, a partir desse centro de interesse que se passou a reconstituir a história econômica de São Paulo e sua transição para o capitalismo.

As duas escolas sociológicas tinham objetivos comuns, sob rótulos diversos. Mas, de um lado, enfatizava-se a imigração; do outro, o problema do negro. As escolhas não foram acidentais. No contexto argentino, se não é viável falar da inexistência de questões referentes à população negra, elas eram de importância

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secundária, no quadro global. No contexto brasileiro, o problema do negro está indissoluvelmente ligado ao processo de transição das relações de trabalho e permanece, ainda que transfigurado, em nossos dias. Se essa preferência é compreensível - dado o peso e a dramaticidade da questão da escravatura no Brasil - ela resultou no fato de que o “tardio interesse”, bem assinalado por Devoto, foi ainda mais tardio no Brasil do que na Argentina.

Devemos acrescentar outro elemento explicativo do retardamento dos estudos brasileiros sobre a imigração. A importância do tema parece ter sido obscurecida pelo impacto de uma questão correlata, mas diversa, ou seja, a das migrações internas. Estas desempenharam um papel essencial em muitas das transformações históricas, vividas pelo Brasil, nos últimos cem anos: a abolição da escravatura, a expansão da economia cafeeira, a urbanização, a industrialização, a formação da classe trabalhadora.

Um indicador curioso desta constatação, se me permitem um depoimento pessoal, é o fato de que ainda hoje, quando discorro sobre algum tema da história da migração internacional para um público amplo, surge quase sempre uma pergunta, em velado tom acusatório: “Por que o senhor não fala dos nordestinos?” Apesar desses limites, o certo é que os estudos sobre a imigração, sob as mais diferentes formas e conteúdos, ganharam crescente impacto, nos últimos quinze anos. Entre outras razões que explicam esse florescimento, destaco a crise dos grandes modelos explicativos do processo histórico, deixando espaço para novas perspectivas. O fenômeno migratório surgiu como terreno particularmente fecundo, ao abrir caminho para a elucidação do comportamento dos agentes sociais, despertando também questões em torno de sensibilidades, do imaginário etc.

Por vários anos, no âmbito da América Latina e não só nele, o apontado avanço dos estudos sobre a imigração se deu de forma compartimentada. Os especialistas limitaram-se ao esforço - em si mesmo considerável - de desenvolver os estudos no marco de seus respectivos países. Só recentemente, o isolamento começou a romper-se, tanto em razão das possibilidades geradas pela ampliação institucional, quanto por força do entendimento de que é indispensável inserir a

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grande imigração para a América Latina em um quadro amplo, que permita dar conta de semelhanças e diversidades.

Exemplificando, comparações acerca da composição dos contingentes populacionais que se dirigiram ao Brasil e à Argentina no tocante ao nível econômico em que se situavam no país de origem, à qualificação profissional e a outros fatores, podem ser particularmente relevantes para entender as trajetórias específicas dos imigrantes no Brasil e na Argentina. O mesmo relevo deve ser dado às diferenças da formação social entre os dois países, seja no que diz respeito à questão racial, às relações de trabalho no campo, ao grau de urbanização e de industrialização. Este volume é um reflexo do mencionado florescimento dos chamados estudos migratórios e um indicador auspicioso da quebra do isolamento nacional dos diferentes especialistas. É claro que antes de pretender se constituir em um ponto de chegada espera ser um ponto, ou melhor, um dos pontos de partida de contatos e de pesquisas coletivas.

Por último, além de agradecer a contribuição significativa de todos os colabora dores, desejo fazer um agradecimento especial ao Centro de Estudios Migratorios Latino-americanos (CEMLA) de Buenos Aires, na pessoa da professora Alicia Bernasconi, por sua inestimável colaboração, ao ceder e permitir a reprodução de algumas das ilustrações constantes de seu acervo, estendendo, pelo mesmo motivo, esses agradecimentos a Luis Miguel Glave e Claudia Rosas Lauro.

Referências

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