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Rosa Branca Floresta Negra EOIN DEMPSEY

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Academic year: 2021

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EOIN DEMPSEY

Rosa Branca

Floresta Negra

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Nota do Autor

Rosa Branca, Floresta Negra é inspirado em acontecimentos reais.

No entanto, alguns elementos factuais e respetivas datas foram alterados, no interesse da narrativa.

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Capítulo 1

Montanhas da Floresta Negra, Sudoeste da Alemanha, dezembro de 1943

E

ste parecia ser um bom sítio para morrer. Um lugar onde antes

conhe-cia cada campo e árvore, cada vale, onde as pedras tinham nomes e os locais de encontros eram descritos em línguas secretas que os adultos nunca conseguiriam entender. Um lugar por onde corriam cascatas, pelo meio das montanhas, brilhando como aço polido sob o sol de verão. Era onde em tempos se sentira segura. Agora, até este lugar parecia envene-nado, destruído, com toda a sua beleza e candura sufocadas até à morte. A toda a volta, o solo estava implacavelmente coberto por um manto de neve. Fechou os olhos, parando por uns segundos. O uivo assustador do vento, um farfalhar nos ramos das árvores cobertos de neve, a sua respiração acelerada e o coração a bater descompassado. O céu noturno aproximava-se, ameaçador. Continuou a avançar. Apenas se ouvia o som dos seus passos. Qual seria o melhor sítio para fazer uma coisa daquelas? Quem iria encontrá-la? Era difícil suportar a ideia de ser encontrada por algumas crianças que ali pudessem ir brincar. Talvez fosse melhor voltar para trás, suportar pelo menos mais um dia. Uma lágrima assomou-lhe no canto dos olhos e desceu pela pele ressequida do seu rosto. Prosseguiu.

A neve que caía foi-se tornando mais espessa, e ela ajustou o cache-col, para cobrir o rosto. Talvez os elementos a levassem. Seria um final

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mais adequado – um regresso à natureza que tanto amara. Por que razão continuava a caminhar? O que ganhava em continuar a deambular pelo meio da neve? Chegara, sem dúvida, a hora de terminar tudo, de pôr fim à agonia. Enfiou a mão no bolso e, através das luvas, sentiu a suavidade do metal do velho revólver do pai.

Não, ainda não. Continuou a avançar. Não voltaria a ver a cabana. Aliás, não voltaria a ver mais nada nem ninguém. Nunca ficaria a saber como iria a guerra acabar, não veria os nacionais-socialistas caírem nem aquele louco responder pelos seus crimes. Pensou em Hans, no seu belo rosto, com os seus olhos sinceros e a impressionante coragem no seu coração. Nem sequer tivera a oportunidade de o abraçar uma última vez, de lhe dizer que ele era a razão que lhe permitia acreditar ainda que o amor podia existir neste mundo grotesco. Tinham-lhe cortado a cabeça, atirando-a para um caixão juntamente com o corpo, e haviam-no colocado ao lado da sua irmã e do seu melhor amigo.

A neve continuava a cair, mas ela prosseguia, passando pelas árvo-res da floárvo-resta, à sua esquerda, enquanto subia a colina. Os seus olhos iam-se ajustando à escuridão quando, à sua frente, algo lhe chamou a atenção, algo sobre a neve, a cerca de cento e cinquenta metros. Era um corpo, amarfanhado como se se tratasse de um monte de trapos sobre o branco imaculado. Não se viam pegadas à sua volta. Não se mexia, mas o paraquedas que ainda tinha agarrado agitava-se com o vento, lambendo a neve como um animal sedento. Instintivamente, virou a cabeça, muito embora não visse uma única pessoa há muitos dias. Avançou, cautelosa, com a paranoia enraizada nela a fazê-la aperceber-se de cada sombra e de cada sopro de vento, como uma ameaça mortal. Mas não havia nada nem ninguém.

A neve amontoava-se sobre o corpo inerte, cobrindo-o quase por com-pleto. Tinha os olhos fechados. Ela afastou-lhe a neve do rosto e tentou sentir-lhe o pulso. Sentiu o coração bater através da pele do pescoço. Por entre os lábios do homem soltavam-se espirais de fumo branco gelado, mas os olhos permaneciam fechados. Recuou um pouco, olhando em volta, numa busca desesperada por algum tipo de ajuda. Estava totalmente só. A casa mais próxima era a sua – a cabana que o pai lhe deixara –, mas que ficava a quase três quilómetros. A aldeia mais perto estava a mais de oito quilómetros – uma distância impossível naquelas condições, mesmo

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que ele estivesse consciente. Sacudiu-lhe a neve do peito, revelando um uniforme da Luftwaffe, com a insígnia de capitão. Era, obviamente, um deles – um dos monstros que destruíra o país e lhe levara todos aqueles que ela amara verdadeiramente. Quem poderia saber, se o deixasse ficar ali a morrer? Podia limitar-se a abandoná-lo assim. Em breve estariam ambos mortos, e nunca ninguém saberia. Seriam apenas mais dois cor-pos, a juntar-se a toda aquela destruição. Penosamente, afastou-se alguns passos. As pernas pararam de se mover, e então, mesmo antes de se aper-ceber de que tomara uma decisão, estava novamente curvada sobre ele. Tentou despertá-lo, batendo-lhe no rosto. Levantou-lhe as pálpebras, mas não obteve senão um ligeiro gemido. O capitão da Luftwaffe estava apoiado pela própria mochila, tinha a cabeça deitada para trás e os braços esticados de cada lado do corpo. Era alto – provavelmente com mais de um metro e oitenta – e devia ter, pelo menos, o dobro do seu peso. Sentiu uma pontada de ansiedade, ao pensar na impossibilidade de o transportar até à sua cabana. Não sabia como fazê-lo. Ainda assim, tentou e conseguiu erguê-lo uns centímetros, antes das suas pernas cederem e a fazerem escorregar, voltando a deixá-lo cair sobre a neve. A mochila deveria pesar mais de vinte quilos, e o paraquedas pelo menos uns cinco. Por agora, o paraquedas poderia ficar, mas tinha de lhe tirar a mochila. Após alguns segundos de tentativa e erro, conseguiu soltar-lhe as alças e tirar-lha das costas, fazendo que o corpo do oficial caísse de novo na neve, com um ruído surdo.

Pousou a mochila e olhou para o céu. Nevava mais intensamente. Não lhes restava muito tempo. Voltou a verificar-lhe o pulso. Ainda estava forte, mas por quanto mais tempo? Um impulso fê-la mergulhar a mão no bolso do casaco dele. Tirou-lhe os documentos de identificação. Chamava-se Werner Graf. Era de Berlim. Viu na carteira a fotografia de uma mulher com duas meninas sorridentes, de cerca de três e cinco anos. Tinha vinte e nove anos – mais três do que ela. Expirou pro-fundamente, enquanto se levantava para olhar para Werner Graf. Fora treinada e trabalhava para ajudar outras pessoas. Era isso que fora – e que poderia voltar a ser, mesmo que apenas por algumas horas. Voltou a guardar-lhe os documentos no bolso. Colocou-se atrás dele e tentou pegar-lhe por debaixo dos braços, usando todas as suas forças. A parte de cima do corpo do oficial moveu-se, mas as pernas estavam presas

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sob a neve, e ele soltou um grito de dor quando se soltaram. Continuava com os olhos fechados. Voltou a pousá-lo e deu a volta, para lhe exa-minar as pernas. Tinha as calças rasgadas, e ela quase recuou ao sentir os seus ossos partidos a fazerem pressão contra a pele. Tinha ambas as pernas partidas abaixo dos joelhos. Talvez também os perónios, mas as tíbias estavam certamente afetadas. Se fosse tratado devidamente, com o tempo acabariam por sarar, mas por agora caminhar estava fora de questão.

Talvez fosse preferível deixá-lo falecer suavemente durante o sono, ali na neve. Abriu-lhe a mochila e verificou que continha diversas mudas de roupas e mais documentos, que ela pousou ao seu lado. No fundo, encontrou fósforos, comida, água, um saco-cama e duas pistolas. Inter-rogou-se sobre a razão que levaria um piloto da Luftwaffe a transpor-tar tais coisas. Duas armas? Talvez a intenção fosse descer em Itália, atrás das linhas inimigas, mas isso ficava a centenas de quilómetros dali. O tempo era escasso. Não podia perdê-lo com dúvidas que iriam custar a vida de Werner Graf. Pensou na sua mulher e filhas, inocentes dos crimes que ele pudesse ter cometido em nome do Reich.

Ela própria não levava muita coisa consigo – apenas um revólver carregado. Era tudo aquilo de que pensara vir a precisar nessa noite.

Vieram-lhe à memória os invernos cheios de neve da sua juventude e os tempos que vivera naquele sítio. A linha de árvores por onde pas-sara ficava a poucas centenas de metros, e essa distância representava a diferença entre a vida ou a morte do oficial. Nunca o teria encontrado se ele tivesse aterrado aí – mesmo que ele tivesse sobrevivido à aterragem. Tirou o saco-cama da mochila, abriu-o e colocou-o por cima dele, antes de se inclinar em frente ao seu rosto.

– É bom que valha a pena salvá-lo – sussurrou. – Faço-o pela sua mulher e pelas suas filhas.

Encontravam-se num planalto, onde as árvores desciam até a um vale, mais abaixo. Os pinheiros estavam cobertos de neve, que já devia chegar a uma altura de três metros. Precisaria de um ou dois minutos para chegar junto deles. Agachou-se e vasculhou a neve. Era muito macia, o que lhe permitiria trabalhar rapidamente. Não se via vivalma. Escavar uma gruta seria a única possibilidade de sobreviverem à noite. Os pensamentos de pôr fim à sua própria vida poderiam esperar até salvar a dele.

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Foi vê-lo. Ainda estava vivo. Uma pequena luz tremeluzia dentro de si, como a luz distante de uma vela, num túnel escuro. Regressou ao buraco, sem se deter para pensar como iria conseguir levá-lo para ali e concentrando-se apenas em escavar. Mais vinte minutos e a gruta de neve já teria tamanho suficiente. Foi descendo pelo seu interior, usando o próprio corpo para suavizar a neve. Fez uma espécie de prateleira com as mãos, antes de criar um pequeno buraco por cima, com um ramo comprido que arrastara do exterior, para que o ar pudesse passar.

Regressou ao sítio onde estava Werner, pegou na mochila e no saco--cama e levou-os até à gruta de neve. Tinha o comprimento suficiente para ele estar deitado e altura para lhe permitir sentar-se. Teria de servir. Voltou para junto dele. Já devia passar da meia-noite. A segurança relativa da manhã parecia ter ficado a anos de distância. Não poderia movê-lo para além da gruta de neve, até a nevasca ter acalmado. Agarrou no nylon do paraquedas, ainda preso por correias aos ombros, e puxou-o. Um terrível esgar de dor surgiu no rosto do oficial, enquanto o seu corpo deslizava sobre a neve. Ela agarrou de novo no paraquedas, puxando-o com toda a força que conseguia. As suas próprias pernas começavam a fraquejar, mas ainda assim foi capaz de arrastá-lo quase mais dois metros. Era possível. A esperança reacendeu-se nela, libertando adrenalina através do seu corpo. Levantou-o mais um pouco e, depois, fez um novo esforço. Por baixo do cachecol grosso e do casaco estava encharcada em suor, mas conseguiram chegar à gruta de neve. Era a primeira vez, em muito tempo, que tinha uma sensação de triunfo. Talvez desde os primeiros panfletos da Rosa Branca, quando a excitação de lutarem pelo que estava correto os arrebatara, quando a promessa de um futuro melhor para o povo alemão parecera uma realidade, pela primeira vez numa geração. Werner Graf continuava inconsciente. Nada conseguiria acordá-lo. Não nessa noite. O objetivo de conseguir que ele abrisse os olhos fazia-a avançar. Já não interessava quem era, mas apenas que era um ser humano e que ainda estava vivo. Descansou uns breves segundos, antes de o empurrar pela superfície inclinada da gruta que construíra. Ele voltou a gemer quando os ossos das pernas estalaram de novo, à medida que ela o fazia deslizar para o interior.

A neve continuava a cair do céu escuro e o vento uivava como um lobo voraz. A gruta iluminou-se quando ela acendeu um fósforo que

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lhe tirara da mochila. Ele era apenas um corpo ferido, não um homem, e ainda não olhara bem para ele. Era bonito, tinha a barba por fazer e o cabelo castanho e curto. Apagou o fósforo e esticou-se para agarrar o saco-cama e colocá-lo à volta dele. Deitou-se ao seu lado, capaz de ouvir uma respiração superficial e o bater lento do coração dentro do peito. Para conseguirem sobreviver à noite, iriam precisar do calor corporal um do outro. Colocou um braço em volta dele. Já não tocava assim num homem desde que Hans morrera, há dez meses. Exausta, mergulhou num sono profundo.

O som de um grito sacudiu-a, arrancando-a da fuga do sono. Preci-sou de alguns segundos para perceber onde estava e o que se passava. A escuridão da gruta. A escuridão mantinha-lhe os sentidos entorpecidos, até que espreitou pela abertura por cima da sua cabeça. A luz da Lua era agora visível. A cabeça dele virou-se, com violência, para um dos lados. O corpo continuava quente. Estava a sonhar. Ela voltou a aconchegar-se ao seu lado, usando o braço dele como almofada. Estava quase a voltar a adormecer, quando ele gritou novamente.

– Não, por favor! Por favor, pare!

Referências

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