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A DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO EM COMUNIDADE INDÍGENA

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Academic year: 2021

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A DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO EM

COMUNIDADE INDÍGENA

Laís Mariane Duda (UNICENTRO) – maryjane_lais@hotmail.com Eliane Strack Schimin (UNICENTRO) – elianestr@hotmail.com

Cristiane Aparecida Kiel (UNICENTRO) – crikiel@yahoo.com.br

Ana Lúcia Crisostimo (UNICENTRO) – anacrisostimo@hotmail.com

Bruna Memari Trava (UNICENTRO) – bruninha_aps@hotmail.com

Mary Ellen Reis Diniz (UNICENTRO) – maryreisdiniz@yahoo.com.br

Resumo

O presente trabalho trata-se de uma ação extensionista, vinculada ao projeto de extensão “O ensino de ciências em movimento: a universidade vai às escolas”, vinculado ao Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste e subsidiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, através do Programa Universidade sem Fronteiras. O referido projeto de extensão contribui para o desenvolvimento do ensino e promove a popularização da Ciência, por meio de exposições itinerantes, oficinas e palestras junto às escolas, abrangendo três áreas distintas: Ciências Biológicas, Geografia e Enfermagem, onde alunos de graduação dos referidos cursos trabalham de forma interdisciplinar. A ação extensionista intitulada “A disseminação do conhecimento científico em comunidade indígena”, foi realizada no primeiro semestre de 2010 e teve como objetivo principal disseminar o conhecimento científico, nas áreas de Ciências Biológicas, Geografia e Saúde, através de uma exposição itinerante, realizada na Escola Estadual Indígena Cac. Trajano Mrej Tar, na aldeia indígena Marrecas, situada no município de Turvo, no Paraná. Almejando atingir o objetivo proposto é que se propôs o desenvolvimento da exposição itinerante em espaços educativos onde o acesso a informação é restrito. Nesta exposição vários assuntos foram abordados, tais como: Zoologia, Anatomia Humana, Anatomia Animal, Entomologia, Malacologia e Geologia., com um total de 315 participantes. Os resultados obtidos com a realização da exposição itinerante foram satisfatórios, ocorrendo total interação dos participantes.

Palavras-chave: Conhecimento científico; Comunidade indígena; Exposições itinerantes.

1 Introdução

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dificuldades. A ciência se apresenta muitas vezes inacessível, deixando a teoria tomar conta, levando aos alunos uma realidade muitas vezes fictícia, onde as questões socioeconômicas e de cultura ou ainda, questões políticas contribuem para essa inacessibilidade. Sendo assim, projetos de extensão que quebram paradigmas educacionais são de extrema importância, pois rompem a barreira da teoria, levando ao conhecimento dos alunos informações de forma lúdica e prática, despertando neles o interesse por esse conhecimento que tão distante fica quando os olhos não ultrapassam o papel.

O presente trabalho trata-se de uma ação extensionista, vinculada ao projeto de extensão “O ensino de ciências em movimento: a universidade vai às escolas”, vinculado ao Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste e subsidiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, através do Programa Universidade sem Fronteiras. O referido projeto de extensão contribui para o desenvolvimento do ensino e promove a popularização da Ciência, por meio de exposições itinerantes, oficinas e palestras junto às escolas, abrangendo três áreas distintas: Ciências Biológicas, Geografia e Enfermagem, onde alunos de graduação dos referidos cursos trabalham de forma interdisciplinar.

A ação extensionista intitulada “A disseminação do conhecimento científico em comunidade indígena”, foi realizada no primeiro semestre de 2010 e teve como objetivo principal disseminar o conhecimento científico, nas áreas de Ciências Biológicas, Geografia e Saúde, através de uma exposição itinerante, na aldeia indígena Marrecas, situada no município de Turvo, no Paraná. Pensando em contribuir para o desenvolvimento do ensino e promover a popularização da ciência, justifica-se a realização da exposição itinerante na aldeia indígena das Marrecas, formada pela etnia, Kaigang.

Nesta exposição vários assuntos foram abordados, de forma a realmente levar a ciência e ajudar no desenvolvimento do ensino, tais como: Zoologia, Anatomia Humana, Anatomia Animal, Entomologia, Malacologia e Geologia. Participaram da ação específica da área de Ciências Biológicas três acadêmicas bolsistas, juntamente com uma profissional da área de Ciências Biológicas egressa e a coordenadora geral do projeto “O ensino de ciências em movimento: a universidade vai às escolas”, a professora e alunos da Escola Estadual Indígena Cac. Trajano Mrej Tar, na qual foi realizada a exposição, e também, com a participação da comunidade em geral da aldeia, totalizando 315 participantes. Os resultados obtidos com a realização da exposição itinerante na aldeia indígena das Marrecas foram satisfatórios, ocorrendo total interação dos estudantes e da comunidade em geral.

2 Desenvolvimento

Durante muitos anos o ensino esteve centrado em memorização de conteúdos (fatos e leis), na realização de atividades de mecanização e na aplicação

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de regras à resolução de questões semelhantes às anteriormente apresentadas e resolvidas pelo professor. (COSTA, 1999). Essa forma mecânica de ensino, deixava de lado os valores e conhecimentos que o aluno já possuía, levando em consideração apenas a aquisição de capacidades intelectuais, sem qualquer preocupação com as capacidades afetivas e sociais.

A comunidade educativa reconhece hoje, que um ensino mecanicista conduz a uma aprendizagem insuficiente e limitada, levando ao desinteresse e muitas vezes insucesso dos alunos. Por esse motivo deve-se usar uma forma lúdica de aprendizagem, na qual só o papel não basta só regras e leis não é o suficiente. Uma forma de educar com a certeza de um aprender. Com esse reconhecimento, buscam-se diferentes formas de aprendizagem, em especifico popularizando a ciência e melhorando o ensino em diversas áreas.

Uma forma lúdica de ensino e que visa aprendizagem diferenciada, além de oferecer agradáveis possibilidades de assimilar informações, são os museus e exposições itinerantes, os quais objetivam estimular a apropriação do método cientifico, a curiosidade e a observação da realidade por meio da experimentação interativa e lúdica.

As exposições de ciências aumentam o nível de conhecimento e capacitação do cidadão, no campo da ciência e tecnologia. Para Dean (1994), as exposições se tornaram organizações multifacetadas, com múltiplos propósitos e múltiplas dimensões e é através das exposições que se dá à missão educacional.

Com esses múltiplos objetivos de melhorar a educação partimos para outra face educacional, a educação indígena, que ainda enfrenta muitas dificuldades. Sabemos que a educação indígena está hoje sob responsabilidade do Ministério da Educação, cabendo aos estados e municípios a sua execução, auxiliando técnica e financeiramente as comunidades indígenas no processo educacional de acordo com constituição que assegura às comunidades indígenas o direito de uma educação escolar diferenciada e a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem e também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que garantiu aos povos indígenas a oferta de educação escolar intercultural e bilíngüe.

Mas a realidade muitas vezes não funciona apenas com constituição e Leis, a realidade tem outra face na qual o índio ainda tem que dividir salas de aula com duas turmas diferentes, onde a pequena e velha escola de madeira é tudo o que eles têm e já é grande coisa, onde as oportunidades são cada vez mais escassas e isso tudo não tem nada haver com a preservação cultural ou com o direito a diferença tida por esse povo, notando-se que o direito a diferença não implica menos direitos nem privilégios. Daí, porque a Carta Magna de 1988 tenha assegurado aos povos indígenas a utilização de suas línguas e processos próprios de aprendizagem no ensino básico (artigo 210,§ 2º), inaugurando, assim, um novo tempo para as ações relativas à educação escolar indígena.

Por toda essa dificuldade em educação indígena coloca-se ainda em pauta a formação da consciência da cidadania, a capacidade de reformulação de estratégias

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de resistência, a promoção de suas culturas e a apropriação das estruturas da sociedade não-indígenas, pela aquisição de novos conhecimentos úteis para a melhoria de suas condições de vida.

A aldeia indígena de Marrecas, localizada à 42 km de Guarapuava, onde foi realizada esta ação extensionista, é formada por um grupo indígena de Kaingangues. Apesar de ter tido influência do homem branco, ainda preserva alguns costumes característicos como o artesanato e a culinária. A base econômica da aldeia, que conta com 385 habitantes, é a lavoura e a pecuária. Segundo dados da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), vivem hoje no Brasil cerca de 345 mil índios, distribuídos entre 215 sociedades, que representam cerca de 0,2% da população brasileira. Além destes, há estimativas de que existem entre 100 e 190 mil índios, vivendo fora das terras indígenas. No Paraná, a população é de pouco mais de 10 mil, os quais são descendentes das tribos Guarani (M‹byá e Nhandéwa), Kaingang e Xeta. Na aldeia de Marrecas, existem ocas que foram reconstruídas para que as pessoas possam conhecer como esses grupos viviam.

3 Metodologia

Com o objetivo de disseminar o conhecimento científico, popularizando a ciência e ajudando no desenvolvimento do ensino, levamos até a aldeia das Marrecas uma exposição itinerante. Na aldeia existe apenas a Escola Estadual Indígena Cac. Trajano Mrej Tar, na qual realizou-se a exposição.

A exposição foi organizada pela coordenadora geral do projeto “O ensino de ciências em movimento: a universidade vai às escolas”, por uma profissional egressa da área e pelos acadêmicos bolsistas. Participaram da ação específica da área de Ciências Biológicas três acadêmicas bolsistas do Curso de Ciências Biológicas, os quais recebem orientação de uma docente do Departamento de Ciências Biológicas. Nesta exposição vários assuntos foram abordados, tais como: Zoologia, Anatomia Humana, Anatomia Animal, Entomologia, Malacologia e Geologia. Participaram desta ação os acadêmicos bolsistas das três áreas de abrangência, juntamente com uma profissional da área de Ciências Biológicas egressa e a coordenadora geral do projeto, a professora e alunos da Escola Estadual Indígena Cac. Trajano Mrej Tar, da aldeia de Marrecas, na qual realizou-se a exposição e ainda, a comunidade em geral da aldeia.

Os materiais utilizados na exposição fazem parte do acervo do Museu de Ciências Naturais, do laboratório de Anatomia Humana, laboratório de Ensino de biologia, entre outros. Dentre os materiais expostos estavam um diorama com animais taxidermizados (cateto, jaguatirica, gralha, bugio marron, tatu, lagarto, ninho de guaxo e um painel representando a mata), material de anatomia animal (vértebra de baleia, serpentes e anuros), material de entomologia (artrópodes e insetos), material de malacologia (conchas marinhas), material de geologia (rochas e minerais), material de anatomia humana (dorso, globo ocular, coluna vertebral, pélvis feminina e masculina e fases da gestação) e banners que auxiliaram nas

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explicações e nas curiosidades.

Cada integrante do projeto ficou responsável por uma área de conhecimento dentro da exposição, fornecendo informações e esclarecendo dúvidas a respeito do material.

A exposição foi montada em uma sala de aula da escola, atendendo alunos do Ensino Fundamental, de 1ª a 8ª séries e aberta à comunidade em geral interessada, totalizando 315 participantes.

4 Resultados obtidos

Os resultados obtidos com a realização da exposição itinerante na aldeia indígena das Marrecas foram satisfatórios, ocorrendo total interação das estudantes e da comunidade em geral. Muitos materiais despertaram interesse dos estudantes, pois são vistos apenas nos livros didáticos e com a exposição os mesmos puderam desfrutar de uma nova forma de aprendizagem. O despertar da curiosidade pelas questões científicas pode ser observada nas fotos 1 e 2.

Foto 1. A curiosidade dos estudantes pelos fósseis. Fonte: Cristiane Kiel

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Foto 2. Exposição sobre variedade de insetos. Fonte: Cristiane Kiel.

Outro ponto positivo das exposições é a interação da comunidade que apesar de estar fora da sala de aula demonstra curiosidade pelas ciências e incentivam seus filhos a aprenderem mais de forma a obterem conhecimento que estimulem seu desenvolvimento. (Foto 3).

Foto 3 . Interação entre pais com os educandos Fonte: Cristiane Kiel.

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A interação entre os acadêmicos das diferentes áreas: Ciências Biológicas, Geografia e Enfermagem, também foi um aspecto importante, havendo uma sintonia nas informações durante a exposição, para a disseminação do conhecimento científico. (Foto 4).

Foto 4. Integrantes do Projeto sem Fronteiras,

Professora e alunos da Escola Estadual Indígena Cac. Trajano Mrej Tar Fonte: Cristiane Kiel.

5 Considerações finais

Com a realização deste trabalho podemos concluir que nossos objetivos foram alcançados de forma que contribuímos para o desenvolvimento do ensino e promovemos a popularização da ciência, despertando nos alunos e comunidade em geral um momento não apenas de aprendizado, mas também de laser. Já que a exposição é uma forma lúdica de ensino, todos aprenderam divertindo-se, fazendo perguntas, tirando suas duvidas, conhecendo e valorizando a oportunidade que lhes foi concedida.

Pode-se perceber a realidade da falta de infra-estrutura para com a unidade escolar indígena, ressaltando ainda mais a importância de projetos alternativos a essa comunidade, que possam levar conhecimento e materiais aos quais certamente não teriam acesso, fornecendo-os uma forma de educação intercultural sem que influencie na educação maternal dessa etnia.

Na aldeia deparamo-nos com a curiosidade e o encantamento de pessoas que vivem literalmente em um mundo bem diferente do nosso e que estão abertos ao conhecimento.

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6 Referências

Costa, J. A. O papel da escola na sociedade actual: implicações no ensino das ciências. Millenium. Revista do Instituto Superior Politécnico de Viseu, v. 15, p. 56-62, 1999..

DEAN, D. Museum Exhibition – Theory and practice. London Routledge, 1994. http://www.oei.es/quipu/brasil/educ_indigena.pdf, acesso em 16/08/2010.

Referências

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