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A LITERATURA GUINEENSE NA VISÃO DE SEUS ESCRITORES: TRAJETOS DE UMA PESQUISA

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Academic year: 2021

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A LITERATURA GUINEENSE NA VISÃO DE SEUS

ESCRITORES: TRAJETOS DE UMA PESQUISA

Mairra Augusto Badinca (UNILAB) Orientadora: Profa. Dra. Jo A-mi RESUMO

A Guiné-Bissau é um país que fica situado na costa ocidental da África, faz fronteiras com o Senegal (ao norte), Guiné (ao sul e leste) e com o oceano Atlântico (a oeste). O território que atualmente corresponde ao país da Guiné-Bissau foi colonizado por portugueses, conseguiu a sua independência em 24 de setembro do ano 1973 e só veio a ser reconhecida pelo Portugal em 1974, tornando-se a primeira colônia portuguesa na África a conseguir a independência. Nesse trabalho, pretendemos descrever a Literatura de Guiné-Bissau sob o olhar dos seus escritores e escritoras a partir de entrevistas semi estruturadas realizadas durante os meses de dezembro de 2014 a agosto de 2015. Na trajetória da pesquisa temos compreendido as origens da História da Literatura do povo guineense e as razões que motivaram a construção dessa categoria artística, além de perceber a importância das memórias coletivas nesse fazer histórico-cultural. Assim, como argumenta Leister (2012), “na Guiné-Bissau foram praticamente apagados os discursos históricos do passado e continuam pouco lembrados pelos historiadores no presente”. Ou para versejar literariamente com Odete Semedo: E é apenas um entre tantos outros/ outrora sem rosto/ hoje torno ao que era/ caminhando/ na longa estrada dos séculos.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Guiné-Bissau; Escritores; História; Cultura.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa trata-se do conceito de Literatura e Literatura guineense sob o olhar dos escritores e escritoras de Guiné-Bissau, a partir de entrevistas estruturadas e semiestruturadas realizadas durante os meses de dezembro de 2014 a agosto de 2015 nesse país.

Segundo (AUGEL,1998) literatura é sem dúvida o espelho da sociedade em que se desenvolve as manifestações mais viva. Percebemos essas manifestações vivificantes

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ao lermos os livros poéticos dos escritos nacionais do país e podemos dizer que essas foram os motivos das inspirações da revolução da literatura guineense e que levou os autores literários a defenderam sua nação em forma sentimental para mostrar seus amores à pátria, pois, sabem-se que o que define a nação é um sentimento e não as linhas geográficas. Assim,

A Guiné-Bissau é um espaço onde naturalmente muitas identidades convivem e se entrelaçam. Porém, isto não expressa a constituição de uma unidade ou uma identidade nacional, ao contrário, a Guiné-Bissau vive um contínuo processo de buscar-se (LEISTER 2012, Pg. 323).

Podemos dizer que as identidades que os escritores nacionais queriam resgatar para que possam ser registradas e transmitida de geração em geração como diz um dos escritos entrevistados de que não podemos perder a sensibilidade de se entrar em campo de demagogia de peculiar, nós não podemos perder com a linha do horizonte a questão da idiossincrasia por tanto é especificidade de um país, pois, acreditamos que através da literatura que pode fazer com que outra pessoa conhecer a história de um povo ou de uma dada cultura e com processo de busca da nossa identidade quase apagada. Entendemos que os escritos guineenses querem uma Guiné jovem e renovada para caminhar com os nossos próprios pés e guiados pela nossa própria cabeça, o progresso a que temos direitos como qualquer jovem de mundo e não a bebe que só

deita no berço a espera de ser cuidado ou de tomar leite da mãe por isso que Bissau serviu como a musa de maiores dos escritores.

Com essa pesquisa, compreendemos que os escritos literários guineenses querem a preservação de uma memória cultural comum que é sentida pelo eu poético nos livros dos alguns escritores nacionais como um possível baluarte contra a perda da auto-estima e reconhece-se no texto o claro intento de pôr em relevo a unidade dentro da diversidade, numa tentativa de resgatar os valores identitários desmantelados como disse Augel (2008) (penso na juventude nas escolas, sobretudo, representantes do futuro do país), da história coletiva, do sentimento de pertença a uma “guineidade”. Como fala o ditado guineense:kil ki di nós tené balur, i nó dibidi bata dá balur pa kil ki di nós, papia i di nós i Guiné-Bissau i di guineenses i sempri Iná sedo di nós, que significa em português (aquilo que é nosso tem valor, devemos dar valor para aquilo que é nosso, porque é nosso e Guiné-Bissau é dos guineenses e sempre será nosso), com essas

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palavras fortes e edificantes que faz com o pais servisse com musas dos seus escritos, pois, querem uma nação jovem e renovada, caminhar com os nossos próprios pés e guiados pela nossa própria cabeça, o progresso a que temos direitos como qualquer jovens de mundo, e não um bebe prematuro que fica deitado no berço a espera de cuidado e de leite da mãe, também queria uma nação com desenvolvimento e não conflitos, podemos perceber isso ao ler um dos poemas de Tcheca que consta no livro “Noites De Insonia Na Terra Adormecida” intituladoN´ta i ké?. Nesta obra:

o poeta exprime, umas das mais belas metáforas, essa crença no futuro, teimosamente acalentada, cuja persistência, no dia secura e do desalento, é saudada com a mesma alegria que recebe a trovada anunciadora da chuva fertilizante, e tal como a mulher recém-parida (padida, em crioulo) concentra toda a sua energia e a sua esperança no filho que acaba de nascer, também para Guiné-Bissau, ressalta o poeta, apesar de todas as agruras do passado e do presente, desponta

um dia nobu/ di padida/ ku na bim” ( um dia novo de recém-parida

que vai chegar).(TCHECA 1996) grifo nosso.

Como sabe, toda a tristeza tem seu fim, toda dor tem seu fim, pois, como mãe sofre no momento de ter bebe e após parto tudo termina, assim que acreditamos que um dia essa dor que os escritores têm ou que sentem um dia bem preste a vir toda dor, angústia, clamor, porque tudo vai terminar e veremos uma Guiné reformada e prestigiada e um do nosso objetivo é perseguir com a nossa pesquisa para que um dia o sonho tornasse a realidade tanto esperada.

OBJETIVO

Compreendermos conceitos de Literatura e Literatura guineense em suas origens e produções artísticas a partir da visão histórico-literária dos escritores e escritoras nacionais, tendo por base suas obras literárias e entrevistas de campo realizadas.

MÉTODO

O trabalho foi realizado através da pesquisa bibliográfica e entrevistas estruturadas e semiestruturadas feitas com escritores e escritoras guineenses entre os meses de dezembro de 2014 e agosto de 2015 no país de Guiné-Bissau.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa de campo se deu com aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas gravadas no país Guiné-Bissau. O encontro com escritoras e escritores tornou-se uma experiência singular no processo de pesquisa porque na“Guiné-Bissau foram praticamente apagados os discursos históricos do passado e continuam pouco lembrados pelos historiadores no presente” (LEISTER (2012). Ou versejando Odete Semedo que fala:E é apenas um entre tantos outros/ outrora sem rosto/ hoje torno ao que era/ caminhando/ na longa estrada dos séculos. Todo tempo vivido no campo da pesquisa foi bastante significativo: das experiências trocadas entre pesquisadora e pesquisados (as) à entrevista de apresentação dessa pesquisa e sua temática em rede nacional da TGB (televisão de Guiné-Bissau)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o percurso da pesquisa percebeu-se que a oralidade é um dos canais que predominam na construção literária da Guiné-Bissau e que a poesia é o gênero rainha da literatura guineense, mas oxalá os outros gêneros venham a posicionar pontificando na poesia porque há espaço para todo e é aconselhável que assim seja, pois, a literatura guineense está ainda no processo de “buscar-se” a identidade, cultura.

Os momentos vivenciados no campo da pesquisa foram gratificantes, sobretudo, nos de djumbai com os escritores, de encorajamentos feito por eles e por muitos guineenses e não se pode dizer que não existe desamino, bem se sabe que tudo no início dava aquela vontade de não continuar fazer mais o prestigiado trabalho devido as dificuldades encontradas e também preconceito sofrido na fala só porque tem um pouco de assimila com o português brasileiro e que deveria ser com o de portugueses e que muitas das vezes as marcações das entrevistas não davam certas. Mas, como queremos demonstraras lembranças históricas literário do passado da Guiné-Bissau na visão dos seus escritos nacionais, decidimos prosseguir até o final e que o banco de dados adquirido com o trabalho de campo será a base para a elaboração do trabalho da conclusão de curso.

Sendo assim, ao realizarmos essa pesquisa como posiciona Couto e Embaló (2010) a nossa intenção não era de publicar algo melhor do que o que já existe, mas era

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de completá-lo ou trazê-lo nas áreas que ainda não tinham sido apresentadas ao público de língua portuguesa. Como sabemos, há muito pouca produção existente nesse domínio. Por isso que o maior foco da nossa pesquisa foi de diminuir pelo menos em parte, essa escassez para que a Guiné-Bissau possa ser relembrada no nosso cotidiano e cremos que esse trabalho seja uma ferramenta na divulgação da literatura guineense.

REFERÊNCIAS

AUGEL, Moema, P. Os segredos da “barraca”. A representação da nação na literatura de guerra da Guiné-Bissau. Revista Crioula – nº 4 – novembro de 2008

COUTO, H. Honório; EMBALÓ, Filomena. Literatura, Língua e Cultura na

Guiné-Bissau: um país da CPLP.Revista Brasileira de Estudos Crioulos e Similares Número 20, Brasília Ed. Thesaurus. 2010

LEISTER, Fátima, C. Caminhos De Pesquisa: A Guiné-Bissaue o Boletim Cultural da Guiné Portuguesa (1946-1973). Projeto História, São Paulo, n. 44, pp. 321-330, jun. 2012.

SEMEDO, Odete, C. Entre o ser e o amor.Guiné-Bissau:INEP, 1996.

Referências

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