INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE
PRÓ-REITORIA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Coordenação-Geral de Ingresso
RELATÓRIO TÉCNICO
Análise dos Dados do Processo Seletivo 2018
Ingresso no primeiro semestre de 2018 nos Cursos Técnicos Subsequentes do IFC Blumenau, 19 de março de 2018.
Bárbarah Cristine Sorgetz1, Carolina Giordano Bergmann2, Diego Trentin Mioranza3 Resumo
Este relatório tem por objetivo apresentar e analisar os dados relativos ao Processo Seletivo de estudantes para ingresso nos Cursos Técnicos de Nível Médio nas formas subsequente e concomitante ao Ensino Médio do IFC no ano de 2018. Foram ofertadas 645 vagas em 18 cursos do Instituto.
1. Dados Gerais
O Processo Seletivo para Curso Técnico Subsequente Modalidade: Sorteio Data: 23 de novembro de 2017 Cursos: 18 Vagas: 645 Inscritos: 1114 Chamados: 1090 Matriculados: 416
Índice médio de candidatos por vaga: 1,73
1 Técnica em Assuntos Educacionais da Coordenação-Geral de Ingresso (Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional). 2 Técnica em Assuntos Educacionais da Coordenação-Geral de Ingresso (Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional). 3 Economista da Coordenação-Geral de Ingresso (Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional).
Cursos ofertados:
Tabela 1: Cursos e vagas ofertadas no processo seletivo 2018
Curso Campus Vagas
Técnico em Agrimensura Araquari 30
Técnico em Eletromecânica Blumenau 35
Técnico em Mecânica Blumenau 30
Técnico em Química Brusque 35
Técnico em Informática Concomitante (NOVO) Brusque 35
Técnico em Segurança do Trabalho Camboriú 40
Técnico em Segurança do Trabalho Fraiburgo 40
Técnico em Automação Industrial Luzerna 30
Técnico em Agropecuária Rio do Sul (Sede) 35
Técnico em Agrimensura Rio do Sul (Unid. Urbana) 30
Técnico em Eletroeletrônica Rio do Sul (Unid. Urbana) 35
Técnico em Agropecuária Santa Rosa do Sul 30
Técnico em Administração São Francisco do Sul 40
Técnico em Automação Industrial São Francisco do Sul 40
Técnico em Agropecuária Videira 40
Técnico em Eletrônica Videira 40
Técnico em Segurança do Trabalho Videira 40
2. Do Processo Seletivo
A partir do ano de 2016 o processo seletivo para cursos técnicos subsequentes passou a ser realizado por meio de sorteio, conforme Ata da 4º Reunião de Dirigentes4 realizado em agosto de 2015. Detalhes do procedimento são descritos no item 4.1 no edital do processo de seleção:
“4.1 O preenchimento das vagas, por campus, curso, turno e grupo de Ações Afirmativas(cotas) ou Ampla Concorrência, dar-se-á por meio de sorteio público dos candidatos inscritos, caso o número de inscritos seja superior ao número de vagas ofertadas em cada um dos cursos (…).
4.1.1 No caso de o curso ter um número de inscrições efetivadas igual ou inferior ao número de vagas estabelecidas neste edital, os candidatos serão todos considerados aprovados e classificados por ordem alfabética, devendo seguir os trâmites normais para a matrícula. Neste caso, todos os candidatos serão matriculados pela Ampla Concorrência, sendo, portanto, dispensados da comprovação de Ação Afirmativa (cota).”
3. Das Inscrições
Nessa seleção, verificou-se a média de 1,73 candidato por vaga. Destacamos o curso de Segurança do Trabalho, do campus Camboriú, que apresentou o maior índice de candidatos/vaga 4,08 e o curso de Eletroeletrônica, campus Rio do Sul, com o menor 0,49.
Neste processo tivemos seis cursos que não precisaram realizar sorteio porque tiveram número de inscritos menor que o número de vagas ofertadas. Para estes cursos não foi necessário realizar sorteio: todos os candidatos inscritos foram convocados para realizar matrícula e as vagas que sobraram foram ofertadas em editais de vagas não ocupadas.
De 2017 para 2018 houve apenas a criação de um curso novo, no campus Brusque.
Gráfico 1: Índice de candidatos por vaga.
4. Das Chamadas
No total foram realizadas 8 chamadas do Processo de Seleção, sendo a última publicada no dia 09/3/2018, totalizando 1090 candidatos chamados. É importante lembrar o fato de que todos os candidatos, independente de terem se inscrito por ação afirmativa, concorrem primeiro na Ampla Concorrência. Além disso, caso sobrem vagas em alguma ação afirmativa e não haja mais nenhum candidato a ser chamado, estas são transferidas para a cota seguinte (a definição da ordem está descrita no edital).
Levando-se em conta o total de vagas ofertadas e o total de candidatos chamados, fizemos o cálculo do índice de “esforço”5 que o IFC precisa fazer
para ocupar as vagas. Neste caso, foi necessário chamar 69% a mais de candidatos para ocupar a maior quantidade possível das vagas ofertadas.
Neste processo seletivo, para resolver o problema da falta de tempo hábil para chamar candidatos que ocorreu no processo seletivo de 2017, modificamos o processo de chamadas. Foram realizadas três chamadas regulares e na quarta chamada foi realizada uma manifestação presencial nos
campi. Este processo reduz as listas de chamadas, deixando na lista de espera apenas os candidatos que manifestaram interesse nas vagas. Desta forma,
as chamadas seguintes levaram em conta apenas os candidatos que estiveram na manifestação presencial. Esse processo dinamizou as matrículas e a ocupação das vagas e, com isso, foi possível verificar com antecedência os cursos que não conseguiriam completar as turmas e que precisariam lançar editais de vagas não ocupadas.
Dos 18 cursos ofertados, 10 (55,55%) cursos não precisaram realizar o processo de manifestação presencial porque tiveram todos os candidatos chamados até a terceira chamada. Apenas um curso (campus Blumenau - Eletromecânica), após manifestação presencial, encerrou o processo com candidatos ainda na lista de espera para serem chamados. Isso reforça a ideia da não necessidade de provas para os cursos subsequentes.
5. Das Matrículas e Ocupação das Vagas
Os indicadores de ocupação das vagas oferecidas são fundamentais pois servem de referência para as políticas da CGI no sentido de aumentar os índices de ocupação nos sucessivos processos seletivos. Trabalhar para preencher com eficiência e qualidade todas as vagas é dever da Instituição e dos colaboradores que nela trabalham. Além do que, a quantidade de alunos atendidos é critério para repasse de recursos orçamentários ao IFC e campi. Neste ano a Coordenação-Geral de Ingresso encaminhou e-mail para todos os candidatos inscritos no processo para informar das etapas do edital (publicação de classificação preliminar, publicação de classificação final, resultado do sorteio, etc). Além disso, para cada convocação de matrícula publicada no Portal de Ingresso a CGI encaminhou e-mail para o candidato convocado avisando a respeito da convocação e dos prazos para matrícula. Neste processo foram chamados 1.090 alunos, destes, 504 alunos foram matriculados preenchendo 78,14% das 645 vagas disponíveis. No gráfico 2 estão tabulados estes dados, porém o número de matriculados inclui o processo seletivo regular e os processos de vagas não ocupadas organizados pelos campi. O total de vagas ocupadas, obtidas diretamente com as secretarias dos campi, considera todos estes processos.
6. Das Ações Afirmativas
A Lei nº 12.711/2012 instituiu reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas universidades e institutos federais a alunos oriundos do ensino médio público, as demais vagas permanecendo para ampla concorrência, porém para o ano de 2017 esta lei foi alterada. Em dezembro de 2016 foi publicada a lei 13.409, que dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência. Por conta desta alteração, os editais de processos seletivos publicados no ano de 2017 tiveram que ser alterados para inclusão desta nova ação afirmativa.
Com a criação desta ação afirmativa não foi mais possível utilizar o sistema de classificação de candidatos que já tínhamos. Foi solicitado a DTI um novo sistema de classificação que abrangesse esta nova ação afirmativa. A Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI) desenvolveu o SACI. Apesar de terem sido realizados vários testes, no momento da classificação dos candidatos verificou-se que ele não atendia plenamente aos requisitos para classificação dos candidatos. Desta forma, todo o trabalho de classificação foi realizado manualmente pela equipe da CGI.
Além disso, para atender a uma solicitação do Ministério Público Federal, a partir de 2017 todos os processos seletivos realizados pelo IFC passaram a prever o processo de aferição de autodeclaração de candidatos pretos e pardos. Todo o processo de aferição foi baseado nas normas e legislações já existentes para a aferição realizada em concursos públicos e o procedimento para aferição nos campi foi decidido em conjunto com Diretores de Desenvolvimento Educacional e Coordenações de Registros Acadêmicos.
O IFC adota a seguinte nomenclatura para as ações afirmativas:
Escola Pública, Baixa Renda, Preto, Pardo, Indígena (EPBRPPI);
Escola Pública, Baixa Renda, Preto, Pardo, Indígena e Pessoa com Deficiência (EPBRPPIPcD); Escola Pública, Baixa Renda, Não Preto, Pardo, Indígena (EPBRNPPI);
Escola Pública, Baixa Renda, Não Preto, Pardo, Indígena e Pessoa com Deficiência (EPBRNPPIPcD); Escola Pública, Qualquer Renda, Preto, Pardo, Indígena (EPQRPPI);
Escola Pública, Qualquer Renda, Preto, Pardo, Indígena e Pessoa com Deficiência (EPQRPPIPcD); Escola Pública, Qualquer Renda, Não Preto, Pardo, Indígena (EPQRNPPI);
Escola Pública, Qualquer Renda, Não Preto, Pardo, Indígena e Pessoa com Deficiência (EPQRNPPIPcD); Agricultura Familiar (AGRICUL).
Em relação às matrículas estratificadas por ação afirmativa, verificou-se que o maior número de matrículas (71,87%) ocorreu por Ampla Concorrência enquanto as vagas destinadas a cotistas representaram menos da metade (28,18%) das matrículas, conforme gráfico 3 abaixo.
Gráfico 3: Percentual de ingressantes/matriculados por Ação Afirmativa em 2018
É importante ressaltar que apesar de a Lei nº 12.711/2012 prever 50% de vagas para a Ampla Concorrência o número de candidatos matriculados nesta categoria foi de 71,87%. Isso ocorre porque candidatos inscritos nas ações afirmativas concorrem também na Ampla Concorrência. Temos, então, candidatos cotistas matriculados por esta categoria. Outra possibilidade é termos vagas sobrantes de outras cotas transferidas para esta categoria.
A ação afirmativa com maior número de matriculados é a EPQRNPPI, com 15,87% e a ação afirmativa com menor número é a EPQRPPIPcD, com 0,25% dos matriculados. Não levamos em conta as ações afirmativas que não tiveram nenhum candidato matriculado. Além disso, é possível verificar que:
17,28% dos candidatos se matricularam pela Ação Afirmativa Baixa Renda (BR). 18,78% dos candidatos se matricularam pela Ação Afirmativa Qualquer Renda (QR). 27,69% dos candidatos se matricularam pela Ação Afirmativa Escola Pública (EP).
4,59% dos candidatos se matricularam pela Ação Afirmativa Preto, Pardo, Indígena (PPI).
23,10% dos candidatos se matricularam pela Ação Afirmativa Não Preto, Pardo, Indígena (NPPI). 0,74% dos candidatos se matricularam pela Ação Afirmativa Pessoa com Deficiência (PcD).
7. Do Edital de Vagas não Ocupadas
O edital de vagas não ocupadas é uma alternativa para viabilizar o preenchimento das vagas dos cursos que não fecharam turma com o processo seletivo regular.
Este ano foram publicados 08 editais de vagas não ocupadas, distribuídos da seguinte forma: Tabela 2: Editais de vagas não ocupadas por campus
CAMPUS QUANTIDADE DE EDITAIS
Blumenau 01
Brusque 03
Fraiburgo 02
Rio do Sul 01
Videira 01
Para o escopo desse relatório são desconsideradas as vagas ocupadas por meio dos editais de vagas não ocupadas, exceto no item 5. Das Matrículas e Ocupação das Vagas, em que foram computadas as vagas ocupadas por esses processos. O motivo principal é a restrição de tempo e pessoal para consolidar as informações dos editais lançados pelos campus uma vez que ocorrem paralelamente ao processo regular de chamadas, foco principal da Coordenação-Geral de Ingresso.
A publicação do Edital de Vagas não Ocupadas geralmente traz alguns transtornos porque não são pensados com antecedência, além de não terem uma ação de divulgação pensada efetivamente para esses processos. Para os próximos processos seletivos a CGI estuda a proposta de publicar um único edital de processo seletivo, já prevendo ali como se dará o preenchimento das vagas não ocupadas. Esta forma de edital possibilitaria colocar todas as vagas não ocupadas na ampla concorrência (visto que elas já foram remanejadas para todas as cotas e não foram ocupadas), facilitando a matrícula dos
candidatos. A proposta da CGI é que as vagas não ocupadas sejam ocupadas por ordem de interesse dos candidatos. Caso haja vagas, o candidato que se apresentar no campus, dentro do período definido, com a documentação para matrícula, poderá se matricular. Isso traria benefícios como redução de custos, mais eficiência no processo seletivo e maior organização. Demandaria também, menos esforço do campus, pois não precisaríamos das comissões de aferição de autodeclaração e de renda, já que os candidatos ingressariam pela ampla concorrência.
Esta proposta ainda está em estudo e a previsão é de que ela seja colocada no processo seletivo que terá início em setembro de 2018.
6. Considerações Finais
Considerando:
os 1114 candidatos inscritos no Processo Seletivo 2018 para os cursos subsequentes;
os 504 candidatos matriculados pelo Processo Seletivo 2018 e editais de vagas não ocupadas; as 645 vagas ofertadas;
observamos que o processo seletivo por sorteio público, com manifestação presencial resolveu o problema de se fazer várias chamadas, porém com poucas matrículas efetivadas e com o prazo para chamar candidatos (um mês após o início das aulas) encerrando ainda com candidatos na lista de espera. A manifestação presencial reduziu as listas de espera e ajudou a antecipar a publicação dos editais de vagas não ocupadas, pois foi possível identificar com antecedência os cursos que não tinham mais candidatos na lista de espera para serem chamados.
Porém, mesmo com estas mudanças, vários cursos não conseguiram completar suas turmas. Podemos apontar algumas alternativas para tentar melhorar esta situação:
Divulgar com mais efetividade o processo seletivo, fazendo divulgações em empresas das áreas dos cursos, associações de bairro, igrejas, sindicatos, etc;
Divulgar com mais efetividade as chamadas do processo seletivo, seja no Portal de Ingresso ou nas mídias sociais; Os campi contatarem os candidatos que forem chamados para informar a respeito dos prazos para matrícula;
Manter a comunicação com o candidato via e-mail (ou celular) em cada uma das etapas do processo seletivo, mas principalmente nas chamadas;
Identificar os campus com alto índice de ocupação e verificar os procedimentos bem-sucedidos. Posteriormente tentar replicar as melhores práticas;
Tornar mais clara a informação a respeito dos requisitos exigidos para se matricular em cada uma das ações afirmativas. Muitos candidatos se inscrevem em uma ação afirmativa e, no momento da matrícula, não comprovam que atendem aos requisitos, sendo necessário fazer uma nova
chamada para convocar o candidato seguinte da lista de classificação. Dificuldades a serem superadas nos próximos processos seletivos:
Falta de sistema para organização do processo seletivo e classificação/chamadas dos candidatos. Aprimorar e normatizar o processo de aferição dos candidatos PPI.
Modificar o processo seletivo de forma a deixar em um único edital a ocupação das vagas regulares e das vagas não ocupadas. Desta forma, as vagas não ocupadas seriam todas de ampla concorrência e o processo de seleção seria por manifestação presencial (ordem de chegada).