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A CARGA ALOSTÁTICA: UMA REVISÃO

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Allostatic load: a review Silvio da Rocha Carvalho1

RESUMO

O objetivo deste artigo é rever e discutir o conceito de carga alostática, enfatizando seus fundamentos histórico-conceituais e operacionais, mecanismos de ação e potenciais implicações para o processo saúde-doença.

PALAVRAS-CHAVE

Carga alostática, estresse, epidemiologia ABSTRACT

The objective of this paper is to review and describe the concept of allostatic load, emphasizing its historical, conceptual and operational basis, mechanisms of action and potential implications for disease causation.

KEYWORDS

Allostatis load, stress, epidemiology

1. INTRODUÇÃO

Diante de uma situação cotidiana de vida, um animal pode expressar diversos comportamentos que variarão de acordo com fatores genéticos, experiências anteriores, capacidade física de resposta – o ato de correr para fugir – e capacidade fisiológica para a resposta – via secreção de hormônios que preparam o organismo para a resposta. Desta forma, um grande número de inter-relações se forma visando, dentro das possíveis escolhas condicionadas por esta série de fatores, a resposta mais apropriada para aquele determinado momento. Portanto, os organismos, de acordo com as suas diferenças, lidam de modo distinto com as situações e estas expressões de resposta geram benefícios para a espécie (Korte et al., 2005). Em uma palavra, adaptação.

O mecanismo de adaptação tem sua expressão individual em cada espécie, ou em cada um dos seres de uma mesma espécie. Considerando a resposta individual,

1 Mestre em Clínica Médica. Médico do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira. Universidade

Federal do Rio de Janeiro. End.: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira. Rua Bruno Lobo, 50 - Cidade Universitária - Campus do Fundão CEP: 21941-912 - Rio de Janeiro - E-mail: silviocarvalho@ufrj.br

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é possível concluir que, diante de um estímulo, o padrão comportamental da espécie pode ser o mesmo (por exemplo, a fuga diante de um predador) ativado pelos mesmos sistemas fisiológicos (como a secreção de adrenalina), porém sempre adicionado de características próprias do indivíduo, as quais estarão sob a influência dos fatores acima citados (McEwen & Seeman, 1999).

Assim posto, as respostas diante de um estímulo podem ser as fisiológicas, que são aquelas produzidas pelo sistema nervoso simpático e eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, e as comportamentais, que no ser humano podem se relacionar à saúde: aumento do apetite, consumo de álcool, fumo e outros abusos de substâncias. Da mesma forma, o aumento do estado de vigilância, que é fruto da ansiedade, é uma resposta que se relaciona à saúde (McEwen & Wingfield, 2003). Aquelas relativas ao comportamento diante de situações de estresse, exacerbam a resposta dos mediadores fisiológicos. Neste sentido, a amplificação das respostas dos mediadores, seja em termos de intensidade ou de duração, coloca em foco suas possíveis conseqüências: as repercussões sobre a saúde e mecanismos de doença (Korte et al., 2005).

2. CONCEITUAÇÃO

Historicamente, o termo homeostase foi usado para definir a “estabilidade do sistema fisiológico que mantém a vida” (McEwen & Wingfield, 2003). A temperatura corporal é um exemplo: é mantida em seus níveis estreitos, mesmo com flutuações térmicas externas. É um sistema de ações que estabiliza o meio interno do organismo. O termo, então, define um processo que se mantém rígido, dentro de pequena amplitude, cujos limites, quando ultrapassados, provocam o rompimento do equilíbrio, levando à incompatibilidade com a vida. É, portanto, um conceito que beira a estática e que postula um funcionamento ideal para a manutenção do meio interno.

A concepção de alostase agrega a flexibilização, rompendo com a estática adaptativa (Goldstein & McEwen, 2002), tornando essa necessidade um ato mais bem sucedido (Seeman et al., 2001). Este conceito foi concebido por Peter Sterling e Joseph Eyer, tendo como propósito caracterizar a estabilidade na mudança. A partir dele, o foco se volta para uma dinâmica da adaptação interna (Seeman et al., 1997a).

Alostase, então, difere do conceito de homeostase, não na essência, mas em termos dinâmicos: é o momento que se alcança a estabilidade no processo de mudança (McEwen & Wingfield, 2003); é o ajuste orgânico aos eventos previsíveis e imprevisíveis. A mobilidade do sistema interno do organismo ocorre à medida que, submetido a um estímulo do meio ambiente, os sistemas fisiológicos reguladores exibem níveis flutuantes de respostas e, como produto final, geram

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a adaptação às demandas. Define-se uma faixa ótima de operação fisiológica – e não um ponto ótimo – demonstrado por um estado ativo e adaptativo que mantém a estabilidade integrando os elementos sob comando da homeostase (Goldstein & McEwen, 2002).

Esse processo adaptativo conduz a um relacionamento cambiante entre saúde e doença (Korte et al., 2005). Uma alteração fisiológica adaptativa (alostática) que dure um pequeno intervalo de tempo é um modo adequado de resposta a um estímulo ambiental. Esta mesma resposta mantendo-se por longo prazo ou de modo freqüente ultrapassa a adaptação e a saúde, podendo gerar desequilíbrio e doença.

O exemplo clássico de alostase citado por Sterling e Eyer é o da pressão sanguínea: ela sobe quando nos levantamos da cama e o fluxo sanguíneo é mantido para o cérebro quando nos colocamos em pé para mantermos a consciência. Este tipo de adaptação ajuda a manter a tensão de oxigênio no cérebro.

Na Figura 1, a linha pontilhada indica o nível apropriado de equilíbrio homeostático. A linha escura contínua mostra a tentativa de alcançar o equilíbrio (alostase). Devido a constantes necessidades de mudança, o equilíbrio nunca é mantido, caracterizando o dinamismo do processo (Stewart, 2006).

Figura 1

Mecanismo alostático. Adaptado de Stewart (2006).

Toda resposta é fruto de um estímulo. No caso de uma ação sobre o indivíduo, seja ela de origem psicológica ou física, a resposta será o desvio da homeostase e a conseqüente reação alostática na busca do equilíbrio. O estímulo é o fator que gera a ruptura da homeostase.

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O termo estresse engloba uma gama de definições e usos que variam desde um evento ou sucessão de eventos que geram angústia - como percebido no senso comum – até fatos desencadeantes de sentimentos de alegria (estresse “bom”) (McEwen & Wingfield, 2003). Pode ter um sentido mórbido em sua definição, uma doença oriunda de fatores externos ao organismo, independente do caráter emocional (angústia ou alegria). Pode ainda ser usado como sinônimo do estímulo desencadeante da ruptura da homeostase, ou até mesmo como equivalente da resposta ao estímulo.

Aqui, a palavra estresse descreverá “eventos ameaçadores para o indivíduo e que

extraiam respostas fisiológicas e comportamentais como parte da alostase em adição àquelas impostas pelo ciclo de vida normal” (McEwen & Wingfield, 2003).

Os sistemas de resposta ao estresse mais estudados são o eixo hipoptálamo-hipofisário-adrenal e o sistema nervoso autônomo, em particular o simpático (McEwen & Wingfield, 2003). Os sistemas de resposta geram mediadores que irão atuar nos órgão e tecidos dos indivíduos (McEwen, 2000a).

Os mediadores são as substâncias que em última análise desempenham a ação na tentativa de retorno ao equilíbrio, isto é, a alostase. Em geral os mediadores são neurotransmissores, hormônios e agentes imunológicos (McEwen, 1998), sendo os mais citados os glicocorticóides, as citocinas, as catecolaminas e a deidroepiandrosterona. Eles são liberados visando a períodos curtos de ação, o que nem sempre acontece.

Na presença de vários estímulos ambientais ou psicológicos, o sistema nervoso central seleciona quais eventos são estressantes, o que funciona como um alarme (Ursin & Eriksen, 2004), determinando respostas comportamentais e fisiológicas ao evento (McEwen & Wingfield, 2003). Assim, por exemplo, há alternância da pressão sanguínea, que sobe e desce de acordo com a demanda física, visando manter o fluxo sanguíneo adequado aos órgãos.

O “termo carga alostática” foi cunhado por McEwen e Stellar (1993) com um sentido de acumulação das diversas tentativas de adaptação. Neste conceito se observa a inserção do risco de doença (Seeman et al., 2002), já que o efeito protetor da ação de curto prazo dos mediadores é substituído pelo efeito deletério quando estes atuam em período prolongado de tempo (McEwen & Wingfield, 2003). Os sistemas de resposta fisiológica são rapidamente ativados e desativados, mantendo uma sincronia entre resposta e duração do estresse, desta forma limitando o tempo de exposição do organismo e a probabilidade de dano. Quando este sistema adaptativo é rompido, a carga alostática (adaptação não realizada ou parcialmente realizada) gera desequilíbrio e doença. Aqui agem também outros fatores como os genéticos, experiências prévias de vida, fatores cognitivos e suporte ambiental, não apenas os mediadores da alostase (Mayer, 2000).

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Conclui-se então que o custo para o corpo da adaptação é a carga alostática (Seeman et al., 2002).

O estresse age no organismo basicamente de quatro modos distintos. Nas figuras 2, 3, 4 e 5 abaixo, estão demonstrados estes mecanismos de ação. As linhas pontilhadas indicam o nível apropriado de equilíbrio homeostático e as escuras e contínuas mostram a alostase.

Mecanismo 1: cada vez que uma resposta é evocada, o dano pode ocorrer, como na Figura 2.

Figura 2

Mecanismo 1. Adaptado de Stewart (2006).

Um estresse freqüente pode causar ondas de respostas que eventualmente baixam, mas cons-tantemente ocorrem. (aumentos repetidos de pressão arterial po-dem causar infarto do miocárdio).

Mecanismo 2: a eficiência da resposta pode diminuir enquanto a tensão continua, como na Figura 3.

Figura 3

Mecanismo 2. Adaptado de Stewart (2006).

Uma tensão freqüente vivenciada por grande período, esgota os mensageiros moleculares, a cada invocação, causando pequenos danos que se acumulam com o passar do tempo.

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Mecanismo 3: falha em parar a resposta a uma tensão, uma vez que ela tenha terminado e a homeostase tenha sido restaurada, como na Figura 4.

Figura 4

Mecanismo 3. Adaptado de Stewart (2006).

O sistema de resposta pode falhar ao receber toda a mensagem claramente e continuar respon-dendo, após a tensão ter cessado. A depressão causa aumento de cortisol, mesmo após o estímulo depressor não estar mais presente.

Mecanismo 4: alguns genótipos não produzem uma resposta primária hormonal suficiente, como na Figura 5.

Uma resposta alostática primária é insuficiente para a tarefa e um sistema secundário (outros me-canismos alostáticos) pode ser utilizado, ainda que mais danoso.

Figura 5

Mecanismo 4. Adaptado de Stewart (2006).

A carga alostática permite estudar a ação do estresse crônico sobre múltiplos sistemas. Com seu caráter cumulativo, dá margem à criação de sistemas de sua mensuração, abrindo caminho para possíveis evidências entre o estresse e doenças que se manifestam tardiamente (Stewart, 2006).

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McEwen e Wingfield (2003), em seu trabalho “The concept of allostasis in biology and biomedicine”, ampliam o conceito de carga alostática, considerado como resultado de uma rotina diária e sazonal. Do ponto de vista de reserva energética, se ocorre um evento não previsto, como doença ou interação social, podem ocorrer aumentos dramáticos na carga alostática. Estes aumentos são denominados sobrecarga alostática.

As sobrecargas alostáticas são divididas em dois tipos. O primeiro (tipo 1) ocorre quando a demanda de energia que foi suscitada pelo estresse excede a entrada de energia, necessitando mobilizar as reservas.

O tipo 2 ocorre quando a quando não há um excesso de demanda de energia mas é mantido o canal de entrada aberto ou, de outro modo, ocorre um aumento muito grande no seu armazenamento (McEwen & Wingfield, 2003). Isto pode ocorrer, por exemplo, quando se consome mais do que se necessita devido à ansiedade.

Assim, as respostas ao estresse podem ser incluídas no processo de alostase com a concomitante carga e os dois tipos de sobrecarga.

Em outras palavras, a carga alostática pode ser vista como um índice para aferir esforços adaptativos anteriores, sempre com caráter cumulativo, sendo um bom marcador para medir os esforços e sua relação com os fatores de estresse de qualquer intensidade (Seeman et al., 2002).

3. MEDIADORES

Os mediadores da resposta ao estresse apresentam efeito protetor e lesivo sobre o corpo. Quando liberados em curtos períodos de tempo são essenciais para a adaptação, porém quando por algum motivo permanecem atuando por períodos longos de tempo acarretam processos patológicos (McEwen, 2000b).

Os quatro mediadores principais da alostase são os glicocorticóides, as catecolaminas e deidroepiandrosterona como mediadores neuroendócrinos e as citocinas como imunológico (McEwen, 2003a). As ações destes mediadores no organismo são múltiplas e estão interligadas.

Iniciando pelos glicocorticóides, praticamente todos os tecidos têm receptores para este hormônio. Suas ações na alostase são múltiplas e estão relacionadas ao sistema cardiovascular onde aumenta a sensibilidade às catecolaminas, ao volume de líquido e na reprodução, que é retardada em momentos de tensão poupando assim energia. Atua também suprimindo a inflamação e a fase aguda de uma resposta a infecção mantendo sob controle as respostas visando minimizar o dano, mobilizam células de defesa para o local da infecção e moldam a resposta imune, podendo suprimi-la também (McEwen, 2003a).

Em relação ao sistema nervoso central, como promovem o efeito cardiovascular das catecolaminas, aumentam o fluxo sanguíneo cerebral. Em níveis basais atuam

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na memória aumentando a formação de recordações de eventos emocionalmente carregados e em níveis de estresse, suprimem a memória (McEwen, 2003a).

No tocante ao metabolismo, promove o apetite, a glicólise, proteólise e gliconeogênese, em oposição à insulina. Funciona como a insulina quando em estado de elevação crônica: deposição hepática de glicogênio, lipogênese (especialmente com deposição de gordura no abdome, como na síndrome de Cushing, às expensas de perda protéica muscular), promovendo concomitante liberação de insulina ao mesmo tempo em que impede a ação dela nos receptores. A conseqüência extrema é a progressão para o diabetes tipo 2 com exaustão da produção de insulina.

Desde modo, a elevação crônica dos glicocorticóides gera hipertensão, obesidade abdominal, perda mineral óssea, perda de massa muscular, supressão de respostas imunes, perda da memória e atrofia de estruturas cerebrais como o hipocampo (McEwen, 2003b).

Como era de se esperar, a ausência de glicocorticóides pode provocar o aumento das respostas inflamatórias e autoimunes, assim como para o desequilíbrio da citocinas.

As catecolaminas são outros mediadores maiores, ao lado dos glicocorticóides. A norepinefrina é importante para a regulação discreta da constrição dos vasos sangüíneos e redistribuição do fluxo sanguíneo (importante para o coração, pâncreas e baço). Nos músculos esqueléticos, a epinefrina retarda o consumo protéico atuando de modo contrário ao glicocorticóides.

A liberação da epinefrina está mais relacionada ao estresse emocional, enquanto a norepinefrina se relaciona mais ao esforço físico (McEwen, 2003a).

No sistema cardiovascular as catecolaminas mantêm o fluxo sanguíneo cerebral quando de mudanças posturais. Na liberação durante a atividade física, regula a queima das proteínas musculares e dos estoques de glicogênio do músculo. Atua na regulação da temperatura corporal, promove o mecanismo de atenção, vigilância e estimulação do sistema nervoso central, além da formação de lembranças relacionadas a grandes emoções.

Quanto à retenção de líquido, a hipernatremia inibe a atividade simpática levando a natriurese, e a hiponatremia promove a ativação da vasopressina e do sistema renina-angiotensina, além da secreção de aldosterona (que aumenta a retenção de sódio e água).

Na inflamação e imunidade, promove a redistribuição de células imunes durante o estresse e após desafios imunes específicos (por exemplo, hipersensibilidade tardia). Com o aumento da ação simpática, há queda na função das células T e

natural killer mas não na proliferação de células B. A simpatectomia química parece

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Finalmente, no metabolismo, mobilizam estoques energéticos, atuando sinergicamente com os glicocorticóides: aumento da gliconeogênese, glicogenólise e lipólise, mas de forma contrária no metabolismo protéico, isto é, inibindo a proteólise. A liberação de noradrenalina aumenta os níveis de insulina parecendo que posteriormente a insulina aumenta os níveis de atividade simpática criando assim um círculo vicioso (McEwen, 2003a; Kaaja & Poyhonen-Alho, 2006).

A deidroepiandrosterona (DHEA) é um estreóide adrenal com antagonismo funcional aos glicocorticóides, já que não interage com receptores celulares deles. Ela inibe a ação de indução de ganho ponderal e a memória. No uso de glicocorticóides, a perda mineral óssea se relaciona à baixa produção de DHEA. Também é antagônico funcional em algumas ações imunes (McEwen, 2003a).

Pode diminuir a sintomatologia da depressão (principalmente no idoso) em sua ação no sistema nervoso e ser um possível agente neuroprotetor no envelhecimento (McEwen, 2003a).

As citocinas participam da resposta de fase aguda e como ativador da resposta imune. São produzidas localmente por células imunes e à distância por órgãos como fígado e cérebro (McEwen, 2003a). O sistema imune influencia o sistema nervoso central através das citocinas (Wrona, 2006), contribuem para a sensação de mal-estar geral que as doenças provocam, indução da febre e regulação do sono (Kapsimalis et al., 2005), e têm efeito este direto sobre o sistema nervoso central (Adler & Rogers, 2005).

São descritos dois tipos de citocinas: inflamatórias (interleucinas (IL)-1, IL-2, IL-6, fator de necrose tumoral (TNFs), fator de crescimento dos fibroblastos, e interferons) e anti inflamatórias (que incluem a IL-4 e IL-10) que inibem a produção de citocinas inflamatórias (McEwen, 2003a).

4. O CÉREBRO

O cérebro é o maior controlador dos mediadores também alvo deste sistema. Se os mediadores são liberados e atuam por curto período sendo removidos das fendas sinápticas por reabsorção ou degradação, têm efeito protetor (McEwen, 2003a). Se não ocorrer deste modo, o órgão corre risco de ser danificado.

Após períodos longos de carga alostática, como em macacos subordinados que vivem sob uma hierarquia dominante, a sobrecarga alostática pode ocorrer e neurônios piramidais podem até morrer (McEwen & Wingfield, 2003).

Os glicocorticóides e a epinefrina se relacionam com a memória de eventos perigosos, sendo um processo adaptativo. Com a manutenção da carga alostática, o hipocampo – área vital para o processamento de informações sobre a adaptação individual (McEwen, 1997) - sofre diminuição do tamanho (McEwen, 2002), com bloqueio da memória declarativa, contextual, episódica e espacial, que pode ser

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registrado por testes neuropsicológicos acompanhados por ressonância magnética em indivíduos com condições patológicas como doença depressiva recorrente, esquizofrenia, doença de Cushing e estresse pós-traumático (McEwen, 1999).

A ação dos hormônios no cérebro é instrumento para inúmeros fatores, incluindo os efeitos do estresse nas funções cerebrais, assim como um determinante da taxa de envelhecimento do cérebro (McEwen, 1997).

O persistente aumento de glicocorticóides se associa ao prejuízo das funções cognitivas, em associação com aminoácidos neurotransmissores excitatórios endógenos, formando radicais livres e lesando a célula nervosa (McEwen, 2003a). Mas o cérebro possui mecanismos de reparação que remodelam dendritos para a formação e recolocação de sinapses. Mesmo na vida adulta existem regiões do cérebro que têm a capacidade de repor neurônios, sendo esta uma resposta ao estresse crônico (McEwen, 2003a).

Assim, esse estresse crônico leva a uma adaptação por remodelação, de modo que os neurotransmissores locais e os hormônios que circulam sistemicamente, são capazes de, em conjunto, alterar estrutural e funcionalmente a “neurogênese no giro dentado e a remodelação dos dendritos do corno de Ammon” (McEwen, 2000c).

5. MÉTODOSDEMENSURAÇÃO

A partir do descrito acima, foram incorporados métodos laboratoriais de mensuração da carga alostática. Estas medidas não seriam úteis apenas para quantificar esta carga, mas também para predizer, prevenir ou retardar doenças que se manifestarão tardiamente na vida (McEwen, 2003a).

Dosagens séricas e urinárias de hormônios, como os glicocorticóides, de catecolaminas, DHEA e citocinas, dosagem salivar de corticosteróide, seriam alguns exemplos de mensuração dos mediadores da carga alostática (McEwen, 2003a). Estudos prévios não fornecem informações sobre o valor preditivo desses mediadores, assim como sua contribuição para a mensuração da carga alostática (Seeman et al., 2002). Há, no entanto, estudos que os relacionam à síndrome metabólica, isto é, um grupo de fatores metabólicos que atuam aumentado o risco para doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Os efeitos desta carga e da sobrecarga podem ser avaliados indiretamente, como na dosagem de hemoglobina glicosilada. Como exemplo, foi sugerida a presença de um mecanismo de controle alostático nas variações dietéticas de sódio sérico (Van Berge-Landre & James, 2004).

Os métodos de operacionalização da carga alostática são estruturados de forma multissistêmica, constando de determinado número de atividades fisiológicas vinculados ao funcionamento do eixo hipotalâmico-hipófise-adrenal, sistema nervoso simpático, sistema cardiovascular e processos metabólicos, com grande

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valor preditivo relacionado a quatro dos maiores desfechos em saúde: incidência de doença cardiovascular, declínio na função física, declínio na função cognitiva e mortalidade (Seeman et al., 2002).

A definição operacional da carga alostática foi inicialmente concebida por Seeman et al. (1997a) com o objetivo de avaliar a influência dos riscos de longo prazo para o declínio das funções cognitivas e físicas.

Em geral, os parâmetros usados incluem as pressões sistólica e disatólica, um índice de metabolismo e deposição de tecido adiposo (por exemplo, a razão cintura/quadril), lipoproteína de alta densidade e colesterol total (desenvolvimento de aterosclerose), hemoglobina glicoslada (metabolismo da glicose), dehidroepiandrosterona (antagonista do eixo hipotálamo-hipófise-adernal), excreção de cortisol urinário (atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal) e excreção urinária de epinefrina e norepinefrina (atividade do sistema nervoso central) (Seeman et al., 2002; Bjorntorp, 1987; Svec & Lopez, 1989).

Alguns índices que refletem o funcionamento dos mediadores, também se relacionam com a síndrome metabólica mantendo relação com risco para doença cardiovascular: níveis de pressão sistólica e diastólica, lipoproteínas de alta densidade, colesterol total, hemoglobina glicosilada e obesidade abdominal. Desta forma, a medida da carga alostática pode ser apenas uma alternativa de medida para a síndrome metabólica (Seeman et al., 2002).

Um problema que pode acarretar viés de mensuração, é o fato de que os marcadores podem variar em seus níveis séricos em condições específicas como resul-tado de esresul-tados agudos como alergia, infecções, privação de sono e exercício recente, o que pode aumentar ainda mais o estado alostático existente (McEwen, 2003a).

6. AÇÕESDACARGAALOSTÁTICA

Para melhor compreensão da interação entre os elementos que compõe a carga alostática e sua ação final no processo de adoecimento, o quadro proposto por McEwen (1998) pode ser útil (Figura 6).

A parir de um estímulo físico (doença, alteração de temperatura) ou social (interação social, pressões no trabalho), haverá um processamento por estruturas específicas do sistema nervoso central sob a influência de inúmeros fatores genéti-cos, de desenvolvimento, história social e individual, dentre outros. Percebido como ameaça, a memória é acionada e se corresponder a um estímulo conhecido gerará uma resposta vinculada aos custos da experiência anterior. Se a fonte não é conhecida, esta resposta ativa mecanismos biológicos que geram alostase, e, se persistentemente mantidos, uma sobrecarga alostática.

Na Figura 7, são mostrados fatores vinculados à produção de sobrecarga alostática que o indivíduo sofre no decorrer da vida.

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Figura 6

Ação da sobrecarga alostática, efetores e efeitos. Adaptado de McEwen (1998).

Do ponto de vista da Epidemiologia Social, os fatores de estresse serão oriundos de processos sociais tais como educação, condições ambientais, condições de trabalho, salário, apoio, acesso à saúde, etc. Estes fatores que atuam no indivíduo geram conseqüências ou se juntam a outros fatores já incorporados ao cotidiano do indivíduo (como o tabagismo), tendo influência na saúde.

Conceitos oriundos das Ciências Sociais servem de substrato não apenas na aplicabilidade em Epidemiologia Social. Assim, a Antropologia Fisiológica aprimora o conceito de carga alostática, sistematizando experimentos em populações

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Figura 7

Adaptado de Lynch e Kaplan (2000).

distintas, sempre preocupada com a diversidade interna e com a variação entre essas populações (Stewart, 2006).

Duas abordagem complementares são claramente evidenciadas percebidas em relação ao conceito de alostase e carga alostática: a que envolve os seres vivos e os meio ambiente na busca de suas necessidades básicas, essenciais a sobrevivência e ganho para a adaptação da espécie e, aquela que avalia a influencia da organização social na saúde em considerando como fator de estresse o predomínio da organização social sobre a necessidade básica (McEwen & Wingfield, 2003).

Existem inúmeros estados patológicos estudados pelos mais diversos pesqui-sadores e apontados como conseqüência de um estado alostático prolongado. Se destacam neste aspecto os estudos vinculados ao sistema nervoso central e doenças degenerativas e psiquiátricas. Como o termo é abrangente no sentido de fisiologia animal, existem muitos estudos não só como protótipo para o ser humano, mas que avaliam as sociedades e comportamentos individuais de outros animais (Korte et al., 2005; McEwen & Wingfield, 2003; Goymann & Wingfield, 2004; Price et al., 2004).

Alguns estados patológicos que mostram evidências que os vinculam a sobrecarga alostática dentro do contexto psiquiátrico (McEwen, 2000b; 2003b) podem ser citados: doença depressiva (Price et al., 2004) e síndrome da fadiga crônica (McEwen & Wingfield, 2003; McEwen, 2003a; Maloney et al., 2006). A memória também pode sofrer com a sobrecarga alostática, podendo ser este efeito reversível em alguns casos (Seeman et al., 1997b).

As doenças inflamatórias também podem ser concebidas pela ótica do acúmulo alostático, já que são compostas por fatores genéticos (antígeno de histocompatibilidade), semelhança molecular entre antígenos bacterianos e auto-antígenos (forma a tolerância a estes auto-antígenos) e o meio hormonal que regula a

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resposta adaptativa imune (McEwen, 2003a). A fibromialgia (desequilíbrio de citocinas e diminuição de glicocorticóides) (McEwen, 2003a) é um outro exemplo. Podem ser relacionados os estresses diários com início ou piora de sintomas de doenças gastrointestinais como intestino irritável, doença inflamatória e doença péptica (Mayer, 2000).

Como observado anteriormente, a sobrecarga alostática pode estar vinculada ao início da vida. Desta forma os estresses tornam o indivíduo mais susceptível a ameaças à saúde. Dependendo do estresse as doenças podem se manifestar décadas mais tarde. Assim, o abuso na infância (Mayer, 2000; Price et al., 2004) pode gerar desequilíbrio homeostático compensável por uma sobrecarga alostática e suas conseqüências na saúde.

Também se pode observar a presença dos efeitos da sobrecarga alostática em crianças. Usando a reatividade cardiovascular (freqüência cardíaca e pressões sistólica e diastólica) como medida da sobrecarga, ficou estabelecida a relação entre densidade populacional da moradia (gerador de estresse crônico) e dias de ausência à aula por doença (Jonhston-Brooks et al., 1998).

As condições de trabalho influenciam a saúde não apenas pela presença de um meio ambiente insalubre, evidente formador de uma carga alostática, mas também por outros estresses que impõe a quem desempenha a tarefa. Foi destacada a relação entre demanda do trabalho e sobrecarga alostática (Schnorpfeil et al., 2003). Os padrões neuroendócrinos medidos pelos mediadores alostáticos eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal, sistema nervoso simpático e atividade cardiovascular parecem ser bastante sensíveis ao meio social. Aspectos como status, estabilidade da ordem social e qualidade dos relacionamentos sociais estão relacionados com sobrecarga alostática. Interações sem suporte sociais (Goymann & Wingfield, 2004), hostis, se associam a um aumento da reatividade neuroendócrina (Seeman & McEwen, 1996).

7. CONCLUSÃO

O estresse evoca comportamentos adaptativos. As expectativas de resposta ao estímulo podem ser positivas, negativas ou sem estes valores, dependendo do caráter individual, experiências anteriores, doença prévia etc. Quando se têm respostas positivas, não se coloca em risco a saúde, pois não teremos uma sobrecarga alostática.

Quando se tem uma resposta que gere uma carga alostática, busca do retorno à homeostase que se encerra com o final do evento, não se tem acúmulo que poderá gerar doença.

Ao contrário, quando a carga alostática é mantida por períodos longos ou indefinidamente ou a resposta adaptativa que encerraria o ciclo não ocorre,

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temos a sobrecarga alostática com atuação perene de mediadores metabólicos (eixo hipotálamo-hipofisário-adrrenal, catecolaminas e glicocorticóides) e conseqüente dano à saúde.

O dano pode se manifestar de vários modos (doenças) tendo como pano de fundo a perda de tecidos (degeneração), agressão a tecidos como inflamação, hipersensibilidade, sobrecarga funcional (hipertensão) ou transtornos psíquicos (ansiedade, depressão).

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