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Instituto Salesiano São Francisco. Rua Dom Bosco, 441. Mooca - S- Paulo

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Academic year: 2021

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1 Instituto Salesiano São Francisco

Rua Dom Bosco, 441 Mooca - S- Paulo

"Tenho medo

do medo que me prostre num leito, sem morrer. Eu temo a inércia."

Seja-me permitido iniciar esta comunicação de falecimento com as palavras acima citadas, escritas de próprio punho, por ele mesmo, em data bem recente: 01 de novembro de 1988.

Não teve inércia... viveu intensamente todos os seus dias.

Morreu no trabalho, ao dirigir-se para verificar a solução favorável de um assunto administrativo das Escolas Profissionais.

Pasquale Filippelli nasceu aos 5 de março de 1921, em Guardia Sanfra-mondi, Benevento, Itália, de Ludovico Filippelli e Amália Blasielo.

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2 No lar cristão, aprendeu as virtudes do trabalho, da dedicação ao próximo e da fé cristã vivida, junto com os irmãos: Teresinha (religiosa, diretora da Casa Maternal de Jundiaí), Letizia (religiosa falecida em 1984) ambas da Congregação das Vítimas Expiadoras de Jesus Sacramentado, Alfredo e Filomena.

Cursou o seminário menor de Gaeta, nos anos de 1934 a 1938, vindo para o Brasil (Inspetoria do Nordeste), onde fez o noviciado em Jaboatão em 1939. Nesta mesma casa cursou dois anos de filosofia, fazendo o terceiro em Salvador. Aí fez o magistério prático de 1943 a 1945.

Cursou a teologia no Instituto Pio XI de 1946 a 1949, recebendo a ordenação sacerdotal a 8 de dezembro de 1949.

Pe. Filippelli preparou-se devidamente para o trabalho educativo e pastoral, continuando seus estudos também como sacerdote: Cursou Filosofia em Recife de 1952 a 1955; Jornalismo na Cásper Libero em São Paulo, concluído em 1973, Orientação Educacional na Católica de Campinas e Psicologia Clínica na Católica de São Paulo.

Exerceu sua atividade sacerdotal:

1950-1955 — Coordenador de estudos e da pastoral no Colégio Sagrado Coração do Recife;

1956-1958 — Diretor do Colégio Dom Bosco de Manaus e Presidente da Regional da CRB do Amazonas; 1959-1961 — Adido à CRB regional de São Paulo; 1962-1966 — Secretário da CRB Nacional, no Rio de Janeiro; 1967-1969 — Na Editorial D. Bosco e Boletim Salesiano; 1970-1972 — Encarregado de Movimentos Religiosos — S. Paulo — Mooca; 1975-1980 — Secretário Regional da CRB — S- Paulo; 1981-1983 — Diretor da Rádio Alvorada de Londrina; 1984-1987 — Pastoral do Menor — Região Leste — S. Paulo; 1988-1990 — Escolas Profissionais Salesianas — S. Paulo.

Em todas essas atividades empenhou-se totalmente, com "garra" (palavra que lhe era peculiar), como desejava que se realizasse aquilo que se deve fazer.

Colhemos alguns testemunhos de pessoas e entidades com as quais se relacionou durante os anos de trabalho.

Sobremaneira precioso o testemunho que D. Luciano Mendes de Almeida, ainda convalescente do acidente automobilístico, enviou:

"Há aproximadamente 20 anos que tive a oportunidade e a graça de conhecer e até conviver com o Padre Filippelli. Qs contatos mais intensos deram-se por ocasião do tempo em que ele era secretário da Conferência dos Religiosos em São Paulo, e,

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3 mais recentemente, quando veio colaborar na Pastoral do Menor e nas obras do Centro Social de Nossa Senhora do Bom Parto.

Conservo deste querido amigo a lembrança de sacerdote e religioso atraído pelo Reino de Deus. Às vezes, podia até impressionar pela sua criatividade e diferença de proposta, mas sabia sempre dialogar, ouvir e aceitar o que lhe era proposto.

Guardou até o fim o entusiasmo, a disponibilidade para o trabalho, a confiança em Deus. Não media esforços para realizar as tarefas que lhe eram confiadas, privando-se, não raro, da devida alimentação e descanso.

Sofreu algumas incompreensões talvez por causa de seu temperamento apaixonado, mas nunca deixou de perdoar e amar as pessoas que pareciam não compreendê-lo. A dedicação de Padre Filippelli às crianças pobres revelava toda a força de seu carisma salesiano.

No meu contato mais frequente com o Padre Filippelli aprendi a enfrentar com coragem as dificuldades e a padecer sozinho, a exemplo dele, as situações em que não é fácil partilhar com os outros, exceto com o próprio Deus.

O desvelo de Padre Filippelli pelos pobres e aflitos talvez seja de poucos conhecido, mas só Deus sabe quanto bem fez a doentes, idosos e angustiados na cidade de São Paulo-

Soube da notícia de seu falecimento quando estava no hospital, em Belo Horizonte, e, desde então, tenho sempre rezado por ele, certo de que é grande a dívida de gratidão contraída para com ele e rezando a Deus que conceda, por intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora, de quem ele era grande devoto, o prémio a este querido sacerdote salesiano.

Coloco nas mãos de Deus o mistério do acidente de sua morte, sabendo que Deus, que é Pai, de tudo tira o bem para seus filhos."

Dom Luciano Mendes de Almeida Presidente da CNBB

A CRB — Regional de S. Paulo, participando aos religiosos a morte do Pe. Filippelli ("O Nosso Boletim") assim se expressa:

"Pe. Filippelli organizou os núcleos diocesanos, seus encontros, visitou-os, levando mensagens de vida, de entusiasmo e de amor a Deus e aos Irmãos.

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4 Organizou a nova sede com carinho e sempre lutou e acompanhou de perto o crescimento da CRB.

Incansável, dinâmico e empreendedor, deixou o exemplo de grande amor à Vida Religiosa e aos Religiosos.

Obrigado, Padre Filippelli. Temos a certeza de que já recebeu a recompensa. A CRB sente e lamenta sua morte, mas sabe que o seu amor tão grande pelos consagrados não terminou na sua vida terrena, mas continuará pela eternidade." *

A CNBB enviou o seguinte telex no dia do seu falecimento:

"A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através da Coordenação da Campanha da Fraternidade e Setor de Comunicação, vem se sensibilizar e expressar seus sentimentos de solidariedade neste momento de dor pela qual passa a Família Salesiana. Padre Filippelli foi sempre um amigo, um homem de esperança que nos momentos difíceis pelos quais passou a editora, acreditava na superação. E acreditava na missão salesiana na Igreja e no mundo, hoje.

"Estamos em plena quaresma, já próximos à Páscoa do Senhor. Filippelli antecipou a celebração pascal na sua vida. Temos certeza de contarmos com um intercessor junto a Deus."

aa) Pe. Dagoberto Boim, secretário executivo da CF. Irmã Maria Alba Vega - assessora de comunicação. *

Por ocasião de suas bodas de prata de sacerdócio, 1974, o Card. Sebastião Bággio lhe escreveu dizendo: "mando-lhe uma mensagem especial, que o cumulará de alegria":

"O Sumo Pontífice, por ocasião do 25.° aniversário de ordenação sacerdotal do Pe. Pasquale Filippelli, SDB, com uma palavra de estímulo a corresponder cada vez mais generosamente, com confiança e alegria, ao amor do Senhor, no serviço da Igreja, compartilha o seu agradecimento a Deus, pelos seus benefícios."

Vaticano, 9 de novembro de 1974 — a) Card. Villot

Uma carta, conservada entre seus guardados, pode nos ajudar a avaliar sua doação total em seu último estágio de serviço a Deus: as Escolas Profissionais Salesianas.

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5 A data possível era sempre adiada por causa de novas situações a serem enfrentadas... foi, certamente, um grande sacrifício aceito por Deus.

*

Faleceu na manhã do dia 26 de março, em acidente de trabalho, foi imediatamente socorrido e transportado para o Hospital São José do Brás, onde era capelão e onde poucas horas antes havia celebrado a Santa Missa e atendido aos doentes. Foram inúteis os socorros médicos e hospitalares. Uma jovem foi rezar por ele, no velório no hospital, também para agradecer a unção dos enfermos que ele administrara poucas horas antes a sua mãe enferma.

À noite foi celebrada missa de corpo presente com a participação, prin-cipalmente, dos oratorianos do "Dom Bosco", dos quais cuidava, e de muito povo do bairro que se beneficiou de suas atividades.

A presença de numerosos sacerdotes, religiosos, religiosas e amigos à missa e sepultamento, na terça feira de manhã, trouxe conforto à Família e à Congregação Salesiana e atestam a estima que o Pe. Filippelli soube despertar em quantos se encontraram em vida com ele.

O Sr. Cardeal Dom Paulo Evaristo, ausente por ocasião da morte, quis presidir a missa de 7 ° dia.

Na homilia focalizou, com felicidade, o que o Pe. Filippelli nos lembraria, se ainda nos pudesse falar:

"Agradecimento a Deus pelo dom da vida recebida, à família cristã que o trouxe ao mundo e o educou para os dias de hoje, à vida religiosa que lhe facultou campo para o serviço aos irmãos, agradecimento pelo grande dom do sacerdócio — caminho para o bem das almas. Tudo isso vivido com a doação total em cada atividade exercida."

*

Terminemos recordando o que nos escreveu Dom Luciano: Se para nós parece um mistério o acidente de sua morte, com espírito de fé, coloquemos o acontecimento nas mãos de Deus, que é Pai, e de tudo tira o bem para seus filhos.

Uma prece por esta comunidade que agradece a solidariedade demonstrada. São Paulo, 15 de agosto de 1990

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6 DADOS PARA O NECROLÓGIO:

Pe. Pasquale Filippelli

* em Sanframondi, Itália — 05.03.1921

† falecido em S. Paulo, 26 de março de 1990 aos 69 anos de idade,

50 de vida religiosa e 41 de sacerdócio.

Referências

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