• Nenhum resultado encontrado

Oração Voltar-se à direção do Eterno

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Oração Voltar-se à direção do Eterno"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

1

Oração – Voltar-se à direção do Eterno

הי ִרכּ ןיֵדּ א ָרגַפ אָביַטמ אָחוּר אָנוּיסֵנל ןוּלעֵתּ אָלדּ וַלַצו וריִעתּתֵּא “

“Despertem e voltem-se em oração, para que não entreis em tentação; a Direção está

pronta, mas o corpo é fraco.”

- Matityahu (Mat.) 26.41 – traduzido do aramaico

Essa passagem é uma das passagens mais mal compreendidas e traduzidas e, como é grandemente difundida, é bom que tenhamos um cuidado maior para com ela. Escolhi um documento aramaico, por ser o mais seguro para traduzir a passagem e chegarmos a um texto bem mais próximo do que os primeiros alunos de Yeshua compreendiam de suas mensagens, já que a língua dos judeus do primeiro século era o aramaico. Primeiramente, contextualizando, todos estavam em vigília, mas não com a intenção de uma “purificação espiritual” necessariamente, mas por conta do mandamento de ficar em vigília na noite do Pessach1. Isso pode nos ser de grande ajuda para compreender o cenário geral da passagem.

A passagem nos ensina sobre um dos propósitos da oração, ensinados diretamente por

Mashichah Yeshua Mar’Yah2

. Quanto à palavra oração em aramaico, estudaremos a estrutura linguística mais à frente, mas basta saber que oração aqui aplicada em aramaico vem da raiz tz’lah3, que significa “inclinar na direção…”, “prestar atenção

em…”, “voltar-se para…”, “atentar-se para…” ou “orar” no sentido em que se usa

geralmente em comunicar-se com o Eterno.

Percebam que Yeshua, mais do que falar de conversar com o Eterno, O Sagrado e Bendito, ele estava dizendo que a direção já tinha sido dada em meio de mitzvah (Mandamento) e bastava obedecer. Nesta passagem o sentido da oração é em sentido contrário da primeira oração analisada. Na primeira passagem que estudamos, verificamos que o Eterno nos ensina a chamar por sua presença, nesta passagem vemos a importância de nos voltarmos a ele em obediência. Aprendemos algo ainda mais com o aramaico, bem como com Yeshua. Aprendemos que nós devemos ir à Direção dEle. Boa parte das traduções traduz Ruchah4 como espírito, mas é uma tradução pobre quanto à compreensão, sendo que o contexto nos mostra que ruchah

(2)

2

pode ser direção, e faz todo o sentido, dentro do contexto analisado. O que eles deveriam fazer na vigília já havia sido dado através do mandamento de permanecer acordado, mas o corpo estava fraco, não estava pronto ou preparado. Os mandamentos de Elohim nos levam à obediência e à intimidade, mas nem sempre nosso corpo está disposto a obedecer ou preparado.

Nossas vidas em relação aos mandamentos do Eterno também são assim. É muito fácil nos prepararmos para os mandamentos, mas o fato é que muitos de nós tratamos os mandamentos do Eterno como algo trivial e falhamos no cumprimento dos mandamentos, não por ser fácil ou difícil, mas por não darmos a devida importância a eles. Seja no separar-se da imoralidade ao afastar-se ou ao preparar alimentos bem antes do dia de cultuar ao Eterno, simplesmente para poder dedicar-se mais à adoração ao Sagrado. São pequenos atos, que nos preparam para obedecer, que fazem a diferença para o que está com o tanque cheio para viajar ou o que para no meio da estrada. Sendo assim, voltemos para o Eterno, que nossas orações também sejam o que nos levam a regressar ao caminho correto e nos façam reparar nossos erros para enfim chegarmos à verdadeira teshuvah5.

- Matityahu 5:19 א ֵרקתֵנ א ָריִצבּ אָשָׁניַנבַל אָנַכָה פֵלַנו א ֵרוּעז ןיֵלָה אֵנ ָדּקוּפ ןֵמ דַח א ֵרשֵׁנדּ ליִכָה ןַמ לֻּכּ אָיַמשַׁדּ אָתוּכּלַמבּ א ֵרקתֵנ אָבּ ַר אָנָה פֵלַנו דֵבּעֵנדּ ןיֵדּ לֻּכּ אָיַמשַׁדּ אָתוּכּלַמבּ .

Matthew 5:19 – Kol man hakil deneshre chad men pukdane halein zeurê wnalef hakanah labnaynasha btzirah netqreh bemalkutah dashmayah kol den dne‟bed unalef hanah rabah netqare bemalkutah dashmayah.

Todo aquele portanto que libertar [1] uma [pessoa] a partir dos [2] mandamentos e este ao menos ensinar assim a um homem, será chamado menor no reino dos céus, mas todo que praticar e ensinar, esse será chamado rabino no reino dos céus.

1 – A palavra “deneshre” tem as possíveis traduções afrouxar, apresentar, começar, solto, comer, águia. Na maioria das traduções é visto como soltar.

2 – Men significa vindo de(a, o), do, da, a partir de.

Sendo assim o passuk (Versículo) entra dentro do contexto e alinha-se com as escrituras. O mais interessante é que vemos que quem é o menor, tratando-se de galardão e não de salvação, é aquele que ensina alguém a andar é chamado pequeno, mas se alguém ensinar e praticar será chamado elevado (Rabí) no Reino dos Céus. Devemos ensinar, mesmo que somente um mandamento a alguém, mesmo que este não siga a toráh como modelo de vida, mas se este somente aprender uma mitzvah e iniciar a sua prática de vida, nós já colocaremos o Reino em prática, pois o reino é simples, se alguém se submete ao Rei, o reinado dele já é estabelecido. Vemos muitos mestres que tem em sua falta de conhecimento ensinado as pessoas a amarem mais ao próximo, têm ensinado pessoas a deixarem a idolatria e mesmo que aparentemente

(3)

3

seja somente uma parte da toráh, vemos que mais pessoas se submetem aos mandamentos do Eterno.

Segue a seqüência do texto, do aramaico:

17 – Não penseis que vim abolir a toráh ou os profetas; não vim para abolir, mas para torná-los plenos.

18 – Amém! Por que vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da toráh um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido.

19 – Todo aquele portanto que libertar [1] uma [pessoa] a partir dos [2] mandamentos e este ao menos ensinar assim a um homem, será chamado menor no reino dos céus, mas todo que praticar e ensinar, esse será chamado rabino no reino dos céus.

20 – Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas [professores da toráh] e p‟rushim, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.

Sendo assim, vemos que as escrituras não dizem que se alguém ensinar alguém a pecar entrará no reino como menor. Alguns líderes se apegam a esse passuk para afirmar que preferem ser pequenos e dizem agarrar-se a graça de mesmo não seguindo a toráh, chegarão a herdar o Reino de Elohim. Entendemos que as pessoas devem caminhar dia após dia, passo a passo, quem sabe a medida que as pessoas obedecem os mandamentos de Elohim, descobrem o quanto mais podem caminhar em obediência e passo a passo o Reinado dos Céus seja estabelecido.

Yeshua nos ensina a orar

“ כָערפֵנ אָיסֵכבּ אֵזָחדּ כוּבאַו אָיסֵכב ַדּ כוּבאַל אָלַצו כָערַתּ דוּחאַו כָנָו ַתל לוּע תּנאַ אֵלַצמ ַדּ יתַמֵא ןיֵדּ תּנאַ

אָילֵגבּ . “Mas tu, quando orares, fecha-te 1

no teu quarto e ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”

- Matityahu (Mat.) 6.6 – traduzido do aramaico

Embora esse passuk2 seja o mais lembrado, ele está inserido em um contexto de ensino de oração. Falaremos posteriormente sobre a oração que Yeshua nos deixou, conhecida como “Pai Nosso”, ou “Avun d’bashmaya”. Porém, neste material

introdutório, trataremos da parte anterior que seria uma aula introdutória de Yeshua

sobre a oração.

Aqui, quando lemos o aramaico, podemos perceber um belo jogo de palavras, como era comum na época, praticamente um poema. Lemos aqui a expressão “fechar-se em

(4)

4

seu quarto”, e podemos verificar que a palavra ‘ul (לוּע), “fechar”, tem vários sentidos

no aramaico, um deles é fechar, porém, também pode significar “errar”, “mal”, “pecado”. Porém, a palavra aramaica é uma variante que provém da palavra Hebraica

e’uwl (לוא) que tem sua raiz em לא, que significa simplesmente “entrar”. Esse jogo de

palavras nos ensina algo interessante. O fechar-se no quarto pode ser associado à tristeza por conta do pecado. O arrependimento e tristeza pelo pecado deve ser um relacionamento pessoal.

A restauração deve ser íntima e pessoal, deve ser entre o Eterno e o indivíduo que está pedindo perdão. Provavelmente por isso a cultura Israelita guarda até hoje o ato de esconder-se dentro da Simlah3, manto de oração, durante uma súplica, arrependimento ou tristeza, como forma de íntima relação entre o Restaurador e o restaurado. Muitos até hoje, por vezes querem mostrar-se com aparência de piedade e abrem berros diante de comunidades, porém Yeshua nos ensina que esse tipo de clamor deve ser mantido na intimidade com nosso Pai. Infelizmente a mesma corrupção farisaica permanece em grupos modernos, cristãos e judaicos. Muitos se apegam à tristeza e preferem chamar a atenção a si, quando em uma congregação, ajuntamento ou comunidade, os holofotes devem estar diante do Eterno e não dos homens.

Há momentos para súplica, porém, isso é extremamente íntimo e pessoal. É claro que existem exceções, mas, em suma, devemos aprender que no momento de clamor coletivo não há espaço para alguém em alta voz com lágrimas, chamando a atenção de homens, pois, como Yeshua mesmo diz, estes já receberam as suas recompensas. Não devemos fazer coisa alguma a fim de sermos vistos pelos homens, pois assim fazem os gentios e hipócritas.

A ORIGEM JUDAICA DA ORAÇÃO DO PAI-NOSSO

Avinu Malkênu - Nosso Pai, Nosso Rei e Avinu – Pai Nosso

Avinu Malkênu

Rashi nos diz que o Avinu Malkênu (tradução literal: nosso Pai, nosso Rei) como o recitamos atualmente é uma expansão da prece comum, mais curta, composta por Rabi Akiva, sobre a qual o Talmud (Taanit 25b) conta:

Aconteceu certa vez durante um período de seca que Rabi Eliezer ficou de pé perante a congregação e recitou vinte e quatro preces por chuva, sem sucesso. Nenhuma chuva veio. Então Rabi Akiva postou-se perante a congregação e disse Avinu Malkênu e sua prece foi imediatamente respondida. Quando os Sábios viram que Avinu Malkênu de

(5)

5

Rabi Akiva era uma prece realmente eficaz, adicionaram mais pedidos a ela, e instituíram a prece completa como parte do serviço pelos Dias de Arrependimento.

Avinu Malkênu (em hebraico: וּנֵכְּלַמ‎ וּניִבאָ) é uma oração judaica recitada durante serviços de Rosh Hashanah (Ano Novo), Yom Kipur (Dia da Expiação) e alguns dias de jejum. Cada linha da prece começa com as palavras Avinu Malkênu e é seguida por frases variadas, principalmente de súplica, feita sob uma cantilena repetitiva, em 54 versos. Os versículos 15 a 23 são recitados primeiro pelo hazan (cantor litúrgico, oficiante) e repetidos pela congregação. O hazan lê o último verso em voz alta e geralmente é cantado por toda a congregação.

Avinu Malkênu é incluído durante as orações de Shacharit e Minchá (manhã e início da tarde). Ele é omitido no Shabat (exceto na Ne'ila [encerramento] de Yom Kipur) e na Minchá às sextas-feiras. Em Erev (véspera) Yom Kipur não é recitado em Minchá, mas algumas congregações recitam de manhã, quando cai na sexta-feira. Durante o Avinu Malkênu, a Arca (onde ficam os Rolos da Torah) é aberta e, ao final da oração, é fechada. Na tradição sefaradi, é recitado no Shabat, e a Arca não é aberta.

Ao longo dos Dez Dias de Arrependimento, cinco linhas de Avinu Malkênu que se referem a vários livros celestiais incluem a palavra Kotvênu ("Inscreve-nos"). Durante a Ne'ila, esta é substituída por Chotmênu ("Sela-nos, Assina"). Isso reflete a crença de que em Rosh Hashaná tudo está escrito e revelado e no Yom Kipur todos os decretos para o próximo ano são selados.

Avinu – Pai Nosso

Não por acaso, ao evocarmos Avinu Malkênu, Nosso Pai, Nosso Rei, nos vem à mente a oração do Pai Nosso. A invocação Pai Nosso = Avinu é comum na liturgia judaica.

O Pai-Nosso ecoa orações judias para Elohim; santificando Seu nome, falando de Seu reino, do perdão e do sustento. Cada linha do „Pai Nosso‟ – a mais judaica das orações - contém paralela na literatura rabínica. Ela é excelente exemplo de como é impossível apreciar completamente passagens do Novo Testamento sem o seu próprio contexto judaico. Essa proximidade é mais aparente nas idéias e nas recitações da liturgia da sinagoga, com a qual Yeshua, judeu devoto, devia ter estado inteiramente familiarizado. Quem pode deixar de reconhecer muitos outros paralelos, paráfrases e ecos do Pai Nosso no serviço religioso diário da sinagoga?

A essência da oração Pai Nosso, expressão suprema da fé cristã, foi extraída de obras religiosas judaicas, chegando a usar as mesmas figuras de retórica. Suas primeiras

(6)

6

palavras “Pai nosso que estais no Céu”, são uma paráfrase de parte das falas éticas dos Sábios Rabínicos (fariseus!) incluídas no Pirkei Avot 5:20: “...fazer a vontade do teu Pai que está no Céu.”

O próprio conceito de “Pai Nosso” referindo-se à deidade, só é encontrado em fontes hebraicas (no Talmud[2] em Yomah 85b, Sotah 49b, Avot 5:20, Vaikrah Rabah 32), e na liturgia, como nas quinta e sexta bênçãos do Shmone Esrê[3].

5ª. Bênção Teshuvá (do Arrependimento)

Hashivênu avinu letoratêcha, vecarvênu malkênu laavodatêcha, vehachazirênnu biteshuvá shelema lefanêcha. Baruch ata Adonai, harotse biteshuvá.

“Reconduze-nos à Tua Lei, nosso Pai, retoma-nos ao Teu serviço, nosso Rei, e faze com que regressemos com sincero arrependimento para ti. Bendito sejas Tu Elohim, que te comprazes com o arrependimento”.

6ª. Bênção Selach (do Perdão)

Selach Ianú avinu ki chatánu, mechal Ianú malkênu ki fashánu, ki El tov vessalach áta. Baruch ata Adonai, chanun hamarbê lislôach.

“Perdoa-nos, nosso Pai, pois pecamos; perdoa-nos, nosso Rei, pois transgredimos; porque tu és Elohim bom e clemente. Bendito sejas Tu, Elohim Misericordioso que perdoas abundantemente”.

No Shabat Shuvá, entre Rosh Hashaná e Iom Kipur, acrescenta-se, no Kabalat Shabat:

Mi chamôcha Av harachaman, zocher ietsurav lechayim berachamim

“Quem pode ser comparado a Ti, ó Pai misericordioso? Tu te lembras das Tuas criaturas e as fazes viver pela Tua misericórdia”.

Também nas 3ª e 4ª bênçãos do Bircat Hamazon (Bênção após a Refeição), Elohim é tratado como Nosso Pai:

3ª: Elohenu, Avinu, roênu, zonênu, parnessênu, vechalkelênu, vê-harvichênu.

Nosso Elohim, nosso Pai, nosso Pastor, nutre-nos, sustenta-nos, mantém-nos e alivia-nos”.

4ª: Baruch atá Adonai, Elohênu, melech há-olam, Avinu, malkênu, adirenu, borênu, goalênu, yotsrênu, kedoshenu, kedosh Yaakov, roenu, roê Israel, melech tov há-metiv lacol, bechol iom va-iom.

(7)

7

“Bendito és Tu, Eterno, nosso Elohim, Rei do Universo, Todo Poderoso, nosso Pai, nosso Rei, Onipotente, nosso Criador, nosso Salvador, nosso Autor, nosso Santo, Santo de Yaacov, nosso Pastor, Pastor de Israel, Rei bondoso, que age com benevolência para com todos, dia após dia”.

No Shacharit (liturgia da manhã) de Rosh haShanah (Ano Novo), ao Shemah Israel, acrescenta-se Ata hu ad, que entre seus versos diz:

Kadesh et shimcha al makdishei shemecha, vekadesh shimcha beolamecha. “Santifica o Teu nome no Teu mundo por Teu povo, que santifica o Teu nome”. E, claro, no ritual de Ano Novo a oração Avinu Malkenu –

“Pai Nosso, nosso Rei”.

Mais frequentes nos círculos hassídicos é a invocação "Pai Nosso que está no céu" (Yoma 8:9; Soṭah 9:15; Tosefta, Demai, 2: 9; em outros locais: "Yehi ratzon mi-lifnei avinu-bashamayim").

Uma comparação com o Kadish ("Que o Seu grande nome seja santificado no mundo que Ele criou, segundo a Sua vontade, e Ele possa estabelecer o Seu Reino rápida e proximamente"), com a Kedushah de Shabat ("Tua Majestade seja ampliada e santificada no meio de Jerusalém... Para que os nossos olhos possam ver Teu Reino"), e com o "Al-ha Kol" (Massekhet Soferim 14:12, oração: "exaltado e santificado... seja o nome do supremo Rei dos Reis no mundo que Ele criou, neste mundo e no mundo para vir, de acordo com Sua vontade ... E possamos vê-Lo olho no olho quando Ele reparar a Sua morada") mostra que as três frases,"Santificado seja Teu Nome","Teu Reino venha", e "A Tua vontade será feita na terra como no céu", inicialmente expressa uma idéia só- a petição que o reino messiânico possa aparecer rapidamente, mas sempre sujeito à vontade de Elohim. A exaltação do nome de Elohim no mundo faz parte da inauguração do Seu reino (Ezequiel 38:23), ao passo que a expressão "Tua vontade será feita" refere-se ao tempo próximo, significando que ninguém, só Elohim sabe o Seu tempo de "divino prazer" ("ratzon"; Isaías 61:2; Salmos 69:13; Lucas 2:14).

O problema para os seguidores de Yeshua foi o de encontrar uma forma adequada para esta petição, uma vez que eles não poderiam, como os discípulos de João e os essênios, orar "Que Teu Reino venha rapidamente", tendo em conta o fato de que para

(8)

8

eles o Messias tinha aparecido na pessoa de Yeshua. Com o decorrer do tempo, a interpretação da frase "Tua vontade será feita", foi ampliada no sentido da apresentação de tudo para a vontade de Elohim, na forma da oração de Rabi Eliezer (século I): "Fazer Tua vontade no céu acima e dar descanso ao espírito daqueles que temem a Ti na terra, e fazer o que é bom a Teus olhos. Bendito seja Tu que ouves oração!" (Tosefta, Bereshit 52:7).

O Kadish dos enlutados também acena, a guisa do consolo, com o advento inevitável do reino da Justiça, anunciado pelo Messias:

Exaltado e santificado seja Seu grande nome

No mundo que Ele criou de acordo com a Sua vontade.

Que ele estabeleça Seu Reino durante a vossa vida e durante os nossos dias,

E durante a vida de toda a casa de Israel... Amém.

Apresento, a seguir, uma síntese de paralelos entre o Pai Nosso e passagens de orações litúrgicas e outros textos antigos da literatura judaica:

Pai nosso que estais no céu –

Avinu shebashamáyim. Tsur Yisrael vegoalo “Nosso Pai que está no céu. Rocha de Israel e seu redentor!” (Oração pela paz de Israel, Shacharit de Shabat, Liturgia para Manhã de Sábado)

Santificado seja Teu Nome -

Itgadal veitkadash sheme rabah.

“Seja elevado e santificado Teu grande Nome” (Kadish).

Veal culam yibarach veyitromám veyitnassê shimchá malkenú tamid leolam vaed.

“E por todas estas coisas seja o teu Nome abençoado constantemente e exaltado e enaltecido, ó Rei nosso, para todo o sempre”. Bênção Hodaá (de Louvor)

(9)

9

“E assim será santificado o Teu Nome, ó Eterno, nosso Elohim” (Uvechen, Shacharit de Rosh háShanah, liturgia da manhã de Ano Novo)

Nakdishach venaaritzach kenoam siach sod sarfe kodesh

“Nós Te santificaremos e reverenciaremos com tom harmonioso como o usado na assembléia dos santos serafins” (Kedushah, Shacharit para o segundo dia de Rosh haShanah)

Venha a nós o Vosso Reino –

Yamlich malchutr bechayechon uveyomechon dechol bet Israel beagala uvizman kariv

“Possa Vosso Reino ser realizado em vossa vida, e em vossos dias e na vida de toda Casa de Israel agora e para sempre” (Kadish).

Samecheinu Adonai Eloheinu beEliahu haNavi avdecha, uvemalchut bet David meshichecha, bimehera iavo veiaguel libeinu.

“Alegra-nos, ó Eterno, nosso Elohim, com a vinda do profeta Elias, Teu servo, e com o reino da casa de David, Teu ungido, que venha logo e que nossos corações com isso se rejubilem”. (Samcheinu, bênção posterior à leitura da Haftarah, Shacharit de Rosh haShanah).

Seja feita a vossa vontade-

Ihei ratzon milfanecha Adonai eloheinu, elohei avoteinu

“Que seja a Tua vontade, Senhor nosso Elohim, Elohim de nossos pais” (como começam todas as brachot [bênçãos] de Rosh haShanah [Ano Novo])

Toda tefilah, cada oração e bênção, é básica e essencialmente uma variação do pedido Yehi Ratzon Milfanecha (convencionalmente traduzido como “Que seja Tua vontade”, mas que literalmente significa “Que haja (um estado de) disposição ante a Ti”).

O pão nosso de cada dia nos dai hoje –

Rabi Eliezer, o Grande, disse: “quem tiver um pedaço de pão numa cesta e disser: que comerei amanhã? é uma pessoa de pouca fé” (Talmud, Sotah 48b).

(10)

10

“Então disse o Eterno a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada dia”. (Êxodo 16:4)

“Não me dês riqueza nem pobreza, concede-me o pedaço de pão”. (Provérbios 30:8).

Noten lechem lechol bassar, ki leolam chasdo.

“Dá o pão a todos os seres, porque Sua Benignidade persiste para sempre”. (Mizmorei Shabat, Cânticos de Shabat).

Se juntarmos os últimos versos, temos um paralelo no Talmud, em Berachot 29b, que diz: “Faz a Tua vontade acima e dá conforto aos que estão abaixo, e a cada um a sua necessidade”.

Perdoai os nossos pecados-

Selach lanu Avinu ki chat‟anu; mechal lanu ki pash‟anu

“Perdoai-nos, Pai Nosso, porque nós temos pecado, Absolve-nos, Nosso Rei, porque nos cometemos transgressões” (Amidah).

Avinu Malkênu,selach umechal lanu lechol avonotênu

“Pai Nosso, Nosso Rei, perdoa e desculpa todos os nossos pecados” (Machzor, livro de orações para o Ano Novo e Dia do Perdão, Avinu, Malkenu)

Ribono shel Olam ... timchol li al kol avonotai

“Senhor do mundo ... perdoa todos meus pecados”. (Ribono shel olam, Shacharit de Rosh haShanah)

“Meu Elohim, se eu fiz algo … se em minhas mãos há injustiça, se paguei com mal ao meu benfeitor” (Salmos 7:4-6).

“Mas contigo está o perdão, para que sejas temido”. (Salmos 130:4) Como nós perdoamos a quem nos tem ofendido-

Samuel, o Pequeno, disse: “se o vosso inimigo cair, não vos rejubileis, se ele se perder, não deixai vosso coração se alegrar, para que Elohim não veja e volte os Seus olhos e afaste dele Sua fúria” (Avot 4,24).

Perdoa, rogo-te, a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Elohim de teu pai. (Gênesis 50:17)

(11)

11

Este princípio também é encontrado no Talmud, em Shabat 151b, que diz: “Aquele que for misericordioso para com os outros, Elohim lhe será misericordioso”.

Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal –

No Talmud, em Berachot 60, encontramos uma frase semelhante: “Não me conduzas ao pecado, nem à iniquidade, nem à tentação, nem à desonra”.

Ela também aparece na liturgia:

Veal tevienu lo lidei chet velo lidei avera veavon, velo lidei nissaion velo lidei vizaion, veal ishlot banu ietzer hara.

“... e não nos deixes cair em poder do pecado, da transgressão, da tentação, do desprezo; e que o mau impulso não nos domine”. (uma das bênçãos da liturgia da manhã).

Vehasser satan milfanenu u meachareinu uvetsel knafecha tastirenu.

“Livra-nos da tentação e ponha-nos sob a Tua Proteção”. (Bênção Hashkivenu, liturgia da tarde)

“Elohim meu, livra-me dos meus inimigos, protege-me dos meus agressores!” (Salmos 59:2).

“O Eterno te guardará de todo o mal” (Salmo 121; Shacharit de Rosh haShanah, liturgia da manhã de Ano Novo)

“Seja um escudo para nós, e afaste nossos inimigos, doenças, a espada, fome, angústia. Afaste o Adversário da frente e de trás de nós” (oração de Mar filho de Ravina, Liturgia Noturna).

Iehi ratson milfanecha Adonai Elohai vê-elhei avotai, shetaslienu haiom uvechol iom meazei panim umeazut panim, meadam Ra, meietzer Ra, umechaver Ra, umishachen Ra, umipega Ra, meayin hara, milashon Ra, mimalshinut, meedut sheker, missin‟at haberiot, mealila, mimita meshuna, mecholayim raim, umissatan hamash‟chit, umibaal din kashe, bein shehu ben brit uvein sheeno ben brit, umidina shel guehinam.

“Que seja de Tua vontade, ó Eterno, nosso Elohim e Elohim de nossos pais, que nos livre hoje e sempre dos homens arrogantes e da arrogância, do homem mau, da mulher má e do mau impulso; do mau amigo, do mau vizinho e da má ocorrência; do mau

(12)

12

olhado, da má língua e da falsa acusação; do falso testemunho, do ódio humano, da calúnia, da morte desastrosa, das más doenças, dos maus acidentes, de um julgamento severo e de um acusador implacável, seja ele israelita ou gentio; também livra-nos do castigo do inferno”. (Iehi Ratzon, oração de Rabi; Talmud, Berachot, 16).

Esta súplica emotiva foi concebida para servir como uma meditação alternativa para concluir a Amidah em silêncio, por volta do século II, pelo sábio Rabi Yehuda HaNassi (Judá, o príncipe) o redator da Mishnah. Enquanto a oração original, como detalhado no Talmud (Berachot 16b), foi escrita sob forma plural, como a maior parte da liturgia, nossos sábios transformaram a bela oração de Rabi Yehudah em uma súplica singular quando a incluíram na seção inicial do Sidur.

Desjudaizando Yeshua, os fundadores do Cristianismo, orientados para os gentios, encontraram, em épocas posteriores, muitas maneiras de dissociar Yeshua dos judeus e da religião judaica o mais possível, e de trazer a nova religião para um alinhamento mais condizente com doutrinas e práticas religiosas pagãs aceitas e generalizadas na antiguidade greco-romana.

Referências

Documentos relacionados

Adonay nosso Elohim, Elohim de nossos patriarcas; Elohim de Abraão, Elohim de Isaque, Elohim de Jacó; o grande, poderoso, e temivelmente admirável Elohim, a

Se os cristãos conseguirem despertar para o verdadeiro significado da Oração do Senhor através de nós, será que isso não significa que a Oração do Senhor, assim como o

Mas se algumas pessoas entravam no bosque com o sol a pino e por acaso estavam utilizando uma peça de roupa vermelha, surgia a simpatia de colocar um pano ou outra peça vermelha

Então, percebemos que o papel do professor na creche é articular o processo de ensino e aprendizagem de forma que possa trabalhar todos os aspectos necessários ao

Acordes

O maior segredo para que o seu Grupo de Oração esteja realizando a vontade de Deus é a VIDA DE ORAÇÃO. Sem ‘calo no joelho’, não há como fazer o Grupo de Oração crescer.

Verifique a versão atual do software deste aparelho e, em seguida, vá para o site da Philips para obter informações sobre atualizações de software. da versão] e

VIGÍLIA DE ORAÇÃO | A SAF de nossa Igreja estará promovendo uma vigília de oração no dia 6 de setembro e convida toda a Igreja para buscar o Senhor. Não fique de