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CAPÍTULO 6. O Sétimo Selo: As Sete Trombetas

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Academic year: 2021

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CAPÍTULO 6

O Sétimo Selo: As Sete Trombetas

I. As orações dos santos

Apocalipse 8:1-6

1

E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. 2 E vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas. 3 E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. 4 E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. 5 E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos e terremotos. 6 E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las.

Quando o Cordeiro abre o sétimo selo, faz-se silêncio no céu por meia hora. Os pavorosos juízos que estão prestes a cair sobre os ímpios são tão aterrorizantes, que os habitantes do céu quedam-se, emudecidos de perplexidade. Note-se, ainda, que meia hora de silêncio nós temos por tempo mais prolongado que horas de conversa. O céu parou atônito!

João vê sete anjos perante Deus, aos quais foram dadas sete trombetas. Um outro anjo pôs-se junto ao altar de Deus, “tendo um incensário de ouro”, a quem fora dado “muito incenso” para ser oferecido com as orações de “todos os santos sobre o altar de ouro”. Hendriksen1 vê no “muito incenso” a intercessão do Senhor Jesus, no céu, por Sua Igreja. Ele explica: “Esses santos sob perseguição e tribulação estão orando. Sua vida de oração, porém, é imperfeita. Precisa ser incensada com a intercessão de Cristo. Uma vez incensadas, o vidente percebe que a fumaça sobe à presença de Deus, isto é, as orações dos santos, acompanhadas pelo incenso, são ouvidas no céu” 2.

1

Op. Cit. p.162

2

Nesse sentido, Mattew Henry, Op. Cit.: “Desejável seria que os homens quisessem conhecer a plenitude que há em Cristo e se propusessem familiarizar-se com sua excelência. Que eles fossem verdadeiramente persuadidos de que Cristo tem o ofício de Intercessor, que agora desempenha com profunda simpatia. A nenhuma oração assim recomendada foi-lhe jamais negado o ser ouvida e aceita. Estas orações, assim aceitas no céu, produziram grandes mudanças na terra.”

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As orações dos santos foram ouvidas. Nesse passo, ele toma o incensário, agora vazio, o enche do fogo do altar, e o derrama sobre a terra. O resultado são vozes, trovões, relâmpagos e terremotos. Os santos oraram, Deus os ouviu, e a resposta às suas orações são os juízos que cairão sobre os ímpios. Quem diria que aquela gente perseguida e desprezada teria participação tão marcante na história humana? Ademais, lembremo-nos que estes juízos, de algum modo, não afetarão a Igreja. Ela está protegida pelo selo de Deus.

II. A primeira trombeta

Apocalipse 8:7

7

E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada.

Com a primeira trombeta, saraiva, fogo e sangue são lançados à terra – um iniludível sinal de destruição – que tem sua terça parte queimada. “Árvores” e “ervas verdes” apontam para a catástrofe que recai sobre o mundo físico.

III. A segunda trombeta Apocalipse 8:8-9

8

E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. 9 E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus.

Este terrível juízo atinge o mar. Com efeito, algo como um monte em chamas torna em sangue a terça parte do mar e destrói a terça parte de suas criaturas e a terça parte das naus. O quadro como um todo nos revela tenebrosas calamidades marítmas. “Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem par o seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam” (Sl 46:2-3). Algo mais grave que o primeiro juízo temos aqui, sem dúvida.

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IV. A terceira trombeta

Apocalipse 8:10-11

10

E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas. 11 E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.

O Juízo trazido pela terceira trombeta atinge os rios e as fontes das águas. É que o grande meteoro ardente, cujo nome era “absinto” (amargo), tornou a terça parte das águas doces em amargas, matando muitos homens que delas beberam.

Absinto é planta de gosto amargo e simboliza o sofrimento (Jr 9:15; 23:15; Lm 3:19) e o remorso (Pv 5:4). É relevante anotar que a grande estrela caiu do céu – um ato inequívoco do juízo de Deus. Para o Seu povo, todavia, Deus torna águas amargas em doces (Ex 15:25).

V. A quarta trombeta e os três ais Apocalipse 8:12-13

12

E o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite. 13 E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! ai! ai! dos que habitam sobre a terra! por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar.

O sol, a lua e as estrelas atingidos enegrecem a terça parte do dia.

Enfim, o universo inteiro está conspirando contra os inimigos de Deus. “Desde os céus pelejaram as estrelas contra Sísera, desde a sua órbita o fizeram” (Jz 5:20). O ímpio não encontrará paz em qualquer dos seus intentos. Aonde quer que forem, defrontar-se-ão com a frustração e com a infelicidade.

Após as primeiras quatro trombetas há um inervalo. O cenário é lúgubre. A águia é prenúncio de pragas ainda mais horrendas. Os três “ais” acenam para as últimas três trombetas. Estas, como veremos, afetarão diretamente os homens.

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VI. A quinta trombeta

Apocalipse 9:1-12

1

E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. 2 E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar. 3 E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra. 4 E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas testas o sinal de Deus. 5 E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem. 6 E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles. 7 E o parecer dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeças havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram como rostos de homens. 8 E tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como de leões. 9 E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate. 10 E tinham caudas semelhantes às dos escorpiões, e aguilhões nas suas caudas; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses. 11 E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego Apoliom. 12 Passado é já um ai; eis que depois disso vêm ainda dois ais.

Ao soar a quinta trombeta, uma estrela que cai do céu abre o abismo. Ladd3 anota que no Antigo Testamento grego a palavra “abismo” é usada para águas muito fundas (Gn 1:2; 7:11; Sl 107:26) e para a profundidade da terra (Sl 71:20) e que, por fim, veio a ser usada quase só para o mundo dos mortos.

É provável que a estrela que cai do céu seja satanás (Lc 10:18), a quem é dado o poder de abrir o poço do abismo. Com o abismo aberto, sobe uma fumaça que enegrece até o sol e o ar, e desta fumaça advém gafanhotos sobre a terra. É dado a satanás a liberdade de incitar o mal e fomentar toda a sorte de enganos e pecados. O diabo também é instrumento dos propósitos soberanos de Deus!

Sob o símbolo de uma praga de gafanhotos (Ex 10:4-15; Jl 1:7-12), João descreve a desolação causada pela influência do diabo e seus demônios na

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vida dos incrédulos, “somente aos homens que não têm nas suas testas o sinal de Deus”. Eis a razão do selo! A Igreja sofrerá toda a perseguição e hostilidade por causa da sua fé, ainda padecerá ante aos sofrimentos comuns da raça humana, mas será guardada da atividade demoníaca. “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no maligno” (I Jo 5:18-19).

Os gaganhotos são descritos em sua terrível aparência. Eram como cavalos com rostos de homens, cabelo de mulher, dentes de leão e cauda semelhante a de escorpiões. E seu rei é o anjo do abismo, cujo nome é Abadom, “destruição” em hebraico, e Apoliom, “destruidor” em grego. É-lhes proibido matar os homens. Deverão atormentá-los por cinco meses, tempo em que buscarão a morte, para não padecerem mais daquela tortura angustiante, mas não a encontrarão.

Ainda faltam dois “ais”! VII. A sexta trombeta

Apocalipse 9:13-21

13

E tocou o sexto anjo a sua trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro, que estava diante de Deus, 14 A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates. 15 E foram soltos os quatro anjos, que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens. 16 E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles. 17 E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e as cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões; e de suas bocas saía fogo e fumaça e enxofre. 18 Por estes três foi morta a terça parte dos homens, isto é pelo fogo, pela fumaça, e pelo enxofre, que saíam das suas bocas. 19 Porque o poder dos cavalos está na sua boca e nas suas caudas. Porquanto as suas caudas são semelhantes a serpentes, e têm cabeças, e com elas danificam. 20 E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. 21 E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.

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Com a sexta trombeta, uma voz disse ao sexto anjo que soltasse os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates. A voz vinha das “quatro pontas do altar de ouro”, outra referência ao altar de incenso, onde as orações dos santos foram incensadas com a intercessão do Salvador (8:3).

Eufrates era um rio da Mesopotâmia, um dos rios do Éden (Gn 2:14), e fazia fronteira entre os reinos de Davi e Salomão (I Cr 18:3) e os inimigos rivais de Israel, Assíria e Babilônia. Aqui, ao contrário do que se vê em 7:1, são quatro anjos maus. O cenário visto por João é de inimigos a espreita, na fronteira, até então presos, mas prestes a serem liberados para o ataque. Sobreleva-se anotar que os anjos maus também estão sob o estrito controle de Deus.

Quando os quatro anjos são soltos, sai à matança uma horda incontável de cavaleiros demoníacos. Mas o que causava a morte da terça parte dos homens eram os flagelos exalados pelos cavalos (fogo, fumaça e enxofre), “por que o poder dos cavalos está na sua boca e nas suas caudas”.

João se surpreende com o fato de que os sobreviventes destas pragas não tenham se arrependido da sua imundícia religiosa (adoração de demônios e de ídolos) e moral (homicídios, feitiçarias, prostituição e furtos). Com efeito, mesmo o sofrimento será racionalizado pelo mundo caído, que sempre proporá as mais inusitadas explicações para fugir da urgente necessidade de voltar-se ao salvador. Só o poder regenerador do Espírito poderá fazer o homem voltar-se em arrependimento e fé ao Criador.

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