ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
Profa Dra Rita Burgos Departamento Médico Cirúrgica
Escola de Enfermagem – USP E-mail: rboleite@usp.br
PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO: TEM INÍCIO NA VÉSPERA DA CIRURGIA ATÉ O ENCAMINHAMENTO AO CENTRO-CIRÚRGICO
PERÍODO TRANSOPERATÓRIO: DESDE A ENTRADA DO PACIENTE NO C.C ATÉ O SEU ENCAMINHAMENTO PARA A RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA
PERÍODO INTRAOPERATÓRIO: SE INICIA COM A ANESTECIA ATÉ O DESPERTAR ANESTESICO
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO: DESDE A
ADMISSÃO DO PACIENTE NA SALA DE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA ATÉ AS PRIMEIRAS 24 OU 48 HORAS PÓS OPERATÓRIAS
FLUXO OPERACIONAL DO SAEP
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS
PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM
Avaliação Pré-Operatória
RISCO CIRÚRGICO:
É toda possibilidade de perigo ou dano que ocorre com um paciente, candidato à
cirurgia, decorrente de suas condições
físicas, clínicas e psíquicas, de falhas das
equipes de cirurgia e de enfermagem ou de
fatores imprevistos que surjam durante os
períodos pré, intra e pós–operatório.
FOCO PREVENÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS E
RISCOS RELACIONADOS AO PACIENTE.
AVALIAÇÃO PRÉ OPERATÓRIA
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM – ENTREVISTA COM O PACIENTE E FAMÍLIA
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
FONTES DE COLETA DE DADOS
ENTREVISTA
PRONTUÁRIO
TELEFONE E-MAIL
VISITA PRÉ-OPERATÓRIA
REGISTRO
COMUNICAÇÃO DOS DADOS
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
FLUXO OPERACIONAL DO SAEP
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS
PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
ASPECTOS A SEREM LEVANTADOS NA VISITA PRÉ-OPERATÓRIA
CONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DO PACIENTE
ESTADO EMOCIONAL
ESTADO NUTRICIONAL E HIDRATAÇÃO
RESULTADOS DE EXAMES RECENTES IDENTIFICAÇÃO DE
PROBLEMAS
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
ASPECTOS A SEREM LEVANTADOS NA VISITA PRÉ-OPERATÓRIA
USO DE PROTÉSES,ORTESES, DRENOS, SONDAS E INFUSÕES
HÁBITOS E USO DE DROGAS: FUMO, DROGAS ANTI HIPERTENSIVAS, HIPOGLICEMIANTES
AVALIAR NECESSIDADE DE USO DE
TRANSFUSÃO E VAGA (garantida, se for o caso) em UTI
IDENTIFICAÇÃO DE
PROBLEMAS
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
ASPECTOS A SEREM LEVANTADOS NA VISITA PRÉ-OPERATÓRIA
ALERGIAS
IDADE
PATOLOGIAS PRÉ-EXISTENTES
LIMITAÇÃO FISICA
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS
IDENTIFICAÇÃO DE
PROBLEMAS
ATENÇÃO – EXAME FÍSICO
1.
Fatores Sistêmicos: hipovolemia, desidratação, desequilíbrio hidroeletrolítico, déficit nutricional, idade extrema, peso e infecções;
2.
.Doenças pulmonares: bronquite, enfisemas, asmas, pneumonias, gripes;
3.
Doenças renais: nefrites e insuficiência renal aguda e crônica;
4.
Doenças cardiovasculares: insuficiência cardíaca congestiva, arritmias, hipertensão;
5.
Doenças endócrinas e hepáticas: diabetes,
tireoidianas;
Sistema renal
Rim: excreção das drogas anestésicas e seus metabólitos.
Cirurgia está contra
indicada na
presença de
problemas renais agudos, a menos que a cirurgia seja uma medida para salvar a vida, ou seja, para melhorar a função urinária.
Sistema neurológico
A avaliação do nível de consciência,
orientação e
respostas à
comandos são uma importante parte do
ensino pré-
operatório e
proporciona
parâmetros para o cuidado no pós- operatório.
Se existe déficit nesse sistema, o tipo de cuidado é afetado, cuidados especiais são necessários durante a experiência perioperatória.
Sistema músculo- esquelético
Deformidades do sistema músculo esquelético, tais como osteoporose
podem causar interferência nas
posições nos períodos intra operatório e pós-
operatório.
Avaliação psicossocial
Ansiedade e medo causados
pelaiminência da cirurgia podem interferir na quantidade
de anestésicos necessários A cirurgia é estressante para o
paciente porque envolve o sentimento de medo da morte,
invalidez e mutilações.
O paciente mal informado que não aceitou a realização da cirurgia, torna-se agressivo e dificulta os cuidados cirúrgicos
interferindo no ensino do paciente no pré operatório e
na sua cooperação e recuperação no pós-operatório
Procedimentos pré-operatórios
Jejum (conforme rotina institucional)
Retirada de próteses dentárias e lentes de contato
Retirada de adornos e esmaltes
Higiene corporal (cabelo seco) com antisséptico (clorexidina)e oral prévia - Avaliação dentária
Esvaziamento vesical e instestinal
Tricotomia (conforme rotina institucional ou de equipe)
Sinais Vitais
Marcação cirúrgica
Medicação pré-anestésica
SOBRE JEJUM
O jejum noturno pré-operatório foi instituído quando as técnicas
anestésicas ainda eram bastante rudimentares, sendo utilizado, à época, o clorofórmio e tendo como principal objetivo evitar complicações
respiratórias decorrentes de vômitos e aspiração de conteúdo gástrico.
A recomendação do jejum foi baseada em sintomas descritos na
“Síndrome de Mendelson” - em homenagem ao médico obstetra
americano, que no ano de 1946 revisou casos de óbitos em gestantes, relacionados à aspiração de conteúdo gástrico sólido em operações com indução anestésica geral.
A partir desse estudo, foi postulado o retardo do esvaziamento gástrico durante o trabalho de parto e gerada a recomendação “nada pela boca”
antes da indução anestésica, com o estabelecimento do jejum pré- operatório noturno.
Com o advento da medicina baseada em evidências, surge a
necessidade de fundamentar as condutas clínicas provenientes de antigos paradigmas ou concebidas de maneira empírica, direcionando, dessa forma, a realização de estudos clínicos que fundamentem
cientificamente novas estratégias terapêuticas.
SOBRE PROTÉSES E ORTESES
Uma órtese conforme definição é um apoio ou
dispositivo externo aplicado ao corpo para modificar os aspectos funcionais ou estruturais para obtenção de alguma vantagem mecânica ou ortopédica.
A órtese refere-se aos aparelhos ou
dispositivos ortopédicos de uso provisório ou não, destinados a alinhar, prevenir ou corrigir
deformidades ou melhorar a função das partes móveis do corpo.
Exemplo: O aparelho dentário ortodôntico é uma órtese, pois corrige a deformidade da arcada
dentária, já a dentadura ou um implante dentário é uma prótese pois substitui o órgão ou sua função (substitui os dentes).
São exemplos de órteses: palmilha ortopedica, óculos, joelheira, coletes, entre outros.
**A PROTESE se diferencia
de uma ORTÉSE pelo fato
de substituir o órgão ou membro incapacitado.
Instrumento de
classificação do estado
físico do paciente.
A classificação de estado físico da
American Society of Anesthesiologists
(ASA PS), introduzida na prática clínica
em 1941, obteve ampla aceitação,
sendo hoje empregada em todo o
mundo na caracterização dos
pacientes submetidos à anestesia e/ou
cirurgia (Saklad, 1941).
A classificação ASA PS relaciona critérios objetivos (ausência ou
presença de moléstias associadas ao problema cirúrgico em pauta) com a subjetividade inerente à impressão que tem o médico classificador do impacto da doença sobre a
homeostasia e expectativa de
desfecho.
ASA (American Society of Anesthesiologists)
ASA 1 Saudável nenhum distúrbio orgânico, fisiológico, bioquímico ou psiquiátrico
ASA 2 Doença sistêmica
leve distúrbio orgânico leve e moderado, que pode ou não estar relacionado com o motivo da cirurgia
ASA 3 Doença sistêmica
grave distúrbio sistêmico severo, que pode ou não estar relacionado com o motivo da cirurgia
ASA 4 Doença sistêmica grave ou
ameaça à vida
Distúrbio sistêmico grave, que incorre em risco de vida com ou sem cirurgia
ASA 5 Moribundo/ difícil sobrevivência em 24h com ou sem operação
Paciente moribundo, com pouca chance de
sobrevida, mas que é submetido a cirurgia como último recurso (esforço ressuscitativo)
ASA 6 –
MORTE CEREBRAL DOADOR DE ÓRGÃOS
SISTEMAS AVALIADOS NO
PERÍODO PRÉ OPERATÓRIO
SISTEMA TESTE POSSIVEIS ACHADOS
Cardiovascular ECG
Hemograma
Arritmias, Isquemia, IAM Discrasias sanguíneas, anemias,infecção, Ins. Cardíaca
Eletrólitos Balanço hidro eletrolítico Tempo de protrombina Desordens de coagulação
Doenças hepáticas
Tipo e RH Determina compatibilidade para Transfusão
RX tamanho do coração, Ins. Cardiaca
Respiratório RX Pneumonia, DPOC, tumor, anormalidade estrutural Teste função pulmonar
Gasometria
Pneumonia, DPOC Doenças obstrutivas, Balanço Acido-basico
Renal Urina rotina Infec. Trato urinário, doença renal
Uréia/ creatinina Hidratação, função renal, Balanço Eletrolítico
Endócrino Glicemia Diabetes Melitus, hipo glicemia hiperglicemia
FLUXO OPERACIONAL DO SAEP
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS
PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
É O CONJUNTO DE CONDUTAS
DECIDIDAS PELA ENFERMEIRA(O) QUE DIRECIONA E COORDENA A
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE DE FORMA
INDIVIDUALIZADA E CONTÍNUA
A PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM É COMPLEMENTADA QUANDO HOUVER ALTERAÇÃO NAS CONDIÇÕES DO
PACIENTE, PRECEDIDA POR UMA EVOLUÇÃO (*) PERTINENTE À
ALTERAÇÃO
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
REALIZADA A PARTIR DA ANÁLISE DE DADOS OBJETIVOS
POR PRIORIDADE OU ITENS
ESPECÍFICA PARA CADA PACIENTE
VALIDAR A PRESCRIÇÃO COM O PACIENTE E FAMÍLIA
Orientações pré-operatórias
Desconfortos esperados (posicionamento, drenos e etc)
Orientar sobre procedimento anestésico e cirúrgico
Outras orientações pertinentes ao tipo de procedimento (deambulação precoce, ensino do uso de dispositivos e etc)
Estimular o auto-cuidado
Importante
CHECAR:
verificar se todos os termos estão assinados e no prontuário
Termo de consentimento
ANOTAR
Registrar de maneira completa todas as observações pertinentes