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Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.8 número2

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Academic year: 2018

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Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 8 (2): 149, jan. / mar., 2008 EDITORIAL / EDITORIAL

Apoio às Revistas Científicas Brasileiras

The support to the Brazilian Scientific Journals

É amplamente conhecido que a divulgação científica em periódicos de impacto tem crescido exponencialmente nas três últimas décadas no nosso país, passando o número de artigos publicados de 0,2% no início dos anos 80 do século passado a 1,3% em 2007, da produção mundial.

Isto significa situar o Brasil entre os 20 países de maior produção científica, e, nesse sentido, líder na América do Sul. É ainda relevante mencionar que esse aumento tem sido não só em quantidade como também em qualidade, podendo-se verificar que no período de 1999 a 2005 a média do impacto relativo ponderado de campo (field weighted relative impact) dos artigos brasileiros publicados aumentou de 0,5 para 0,6, à frente da Índia e da Rússia (conforme seminário de Carl Schwarz, editor da Elsevier, em junho de 2008). É também re-conhecida a necessidade que tem qualquer boa pesquisa de ser divulgada o mais amplamente e em veículos de alto nível, o que justifica o empenho na busca de publicação nos periódicos mais respeitados pela comunidade científica. Afinal a ciência que não é divulgada perde, em grande parte, sua razão de ser. Entretanto, pe-riódicos brasileiros indexados em bases como o Institute for Scientific Information (ISI), a base de dados bibliográficos mais respeitada no mundo, mal ultrapassam os trinta, portanto menos de 1% do total de revistas ali indexadas. Este é um aspecto crítico porque indica que só uma pequena fração de nossos periódicos tem alcançado os critérios de indexação exigidos. Há, evidentemente, muitas razões para isso, entre as quais, irregularidade na periodicidade, aspectos técnicos de normalização e uniformidade, escopo e cobertura de temas apenas locais ou regionais. Isto significa também que os pesquisadores brasileiros que contribuem para aquele crescimento ace-lerado do percentual de artigos brasileiros circulando pelo mundo, publicam mais em revistas estrangeiras do que em revistas brasileiras. Mas este é só um lado da questão. Precisamos nos perguntar: qual a origem desses problemas? Não se pode falar de causa única, pois outros, como falta de infraestrutura material e recursos hu-manos insuficientes representam grandes dificuldades para a maioria das publicações nacionais. Inúmeras re-uniões da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) têm procurado disseminar e reforçar a cultura da boa publicação das nossas revistas. O apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-nológico (CNPq) e de outras instituições tem sido muito positivos nesse contexto. Todavia, são apenas parte de solução, pois os recursos disponibilizados são em geral insuficientes e a cobertura de maior número de periódi-cos também. Para muitos jornais não é fácil alcançar critérios de rigor editorial e científico, pois lhes faltam aquelas bases materiais e os recursos humanos já mencionados.

Seria salutar por outro lado avaliar a busca de apoio financeiro de empresas, brasileiras ou não, e isto é um ponto que deveria ser considerado pelos editores. Não estamos pleiteando apoio sem qualificação. Ao con-trário. Mas num momento em que o país cresce economicamente e ao mesmo tempo necessita implementar ain-da mais o domínio do conhecimento, desde a fase de produção até a sua disseminação - que aliás é um elemen-to necessário para aquele crescimenelemen-to continuado - seria por demais oportuno, o maior apoio financeiro às revistas nacionais. Isto facilitaria a disponibilidade de infraestrutura para fazer frente às demandas editoriais. Crescendo cientificamente, as revistas terão também maior inserção no cenário internacional.

Sabemos que embora o CNPq e outras entidades dêem seu apoio, muitas fundações estaduais de apoio a pesquisa não o fazem, o que é uma grande limitação, para não dizer um grande desestímulo, já que a produção e divulgação do conhecimento científico (razão de ser dessas fundações) são pouco implementados.

Por fim, não podemos concluir este editorial, sem fazer um apelo às organizações brasileiras que olhem para estes problemas. Tenho certeza de que a participação dos pesquisadores, dos editores e da comunidade científica em geral, não faltará.

JE Cabral-Filho Editor Executivo

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