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PROTAGONISMO JUVENIL: Tecnologias como agentes de transformação

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Academic year: 2022

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PROTAGONISMO JUVENIL: Tecnologias como agentes de transformação

YOUTH PROTAGONISM: technologies as transformation agentes

ALINE MARIA JULIETA ESMERALDA PINHEIRO DE MEDEIROS

Resumo

Em tempos de mudanças, com a influência cotidiana das tecnologias, trabalhar com adolescentes e jovens é um grande desafio, especialmente quando nessa caminhada, percebemos a necessidade de favorecer as concepções de autonomia de forma prática favorecendo o sentido de autoria do próprio processo de construção de seu conhecimento. De posse das características e interesses dessa fase, nos permitimos pesquisar e desenvolver em conjunto, uma proposta de encontro, planejado, organizado e executado pelos próprios Adolescentes e Jovens, sob a orientação de equipe técnica/pedagógica. A proposta foi idealizada em forma de projeto, em uma Organização da Sociedade Civil (OSC), na cidade de Belém, estado do Pará. Este relato de experiência pretende oferecer uma visão geral de como a proposta foi criada e como se desenvolveu a edição mais recente deste evento, que já tem frequência anual, demonstrando o quão impactante a presente proposta foi sob o ponto de vista do desenvolvimento do protagonismo juvenil e das perspectivas da juventude tecnológica, indicando como resultados que é possível utilizá-la como tecnologia educativa tanto no ambiente de ensino formal como não formal.

Abstract

In times of change, with the daily influence of technologies, working with adolescents and young people is a great challenge, especially when in this path, we perceive the need to favor conceptions of autonomy in a practical way favoring the sense of authorship of the construction process of your knowledge. With the characteristics and interests of this phase, we allow ourselves to research and develop together a proposal for a meeting, planned, organized and carried out by the Adolescents and Youth themselves, under the guidance of a technical / pedagogical team. The proposal was conceived as a project, in a Civil Society Organization (CSO), in the city of Belém, state of Pará, Brazil. This experience report intends to offer an overview of how the proposal was created and how the most Recent event of this event, which already has an annual frequency, demonstrating how shocking the present proposal was from the point of view of the development of the youth protagonism and the perspectives of the technological youth, indicating as results that it is possible to use it as educational technology in the environment Formal and non-formal education.

Introdução

O avanço tecnológico vem alterando as formas de ensinar e aprender, principalmente com adolescentes e jovens, “nativos digitais”. O trabalho com esse público nos direciona a favorecer concepções de protagonismo e autonomia de forma prática nas quais eles se sintam autores do próprio processo de construção de seu conhecimento e na construção coletiva do mundo em sua volta.

Entendendo as características e interesses dessa fase, que tem com a tecnologia uma forte proximidade, surgiu a ideia de desenvolver, em uma Organização da Sociedade Civil (OSC), na cidade de Belém, estado do Pará, que trabalha no contraturno da escolar regular; um evento cujo objetivo seria promover o exercício do protagonismo juvenil, envolvendo adolescentes e jovens no planejamento e execução de um “Encontro de Adolescentes e Jovens”.

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 2 A proposta foi direcionada ao trabalho com projetos, sempre voltada ao interesse dos participantes buscando o apoio da tecnologia nesse desenvolvimento. Com o esforço iniciado no ano de 2012, e já conquistando uma frequência anual, a cada edição, os adolescentes e jovens participantes das atividades na instituição se envolvem em todo o processo.

No entanto, nas mais recentes edições, percebemos, pelas características dos participantes, a necessidade de envolvermos mais a tecnologia em todo o processo. Temos a consciência de que, apesar de muito importante, a tecnologia, por si só não será a responsável pelo sucesso de nossa proposta e, por essa razão, utilizar não somente como apoio, mas principalmente como ponto de reflexão seria nosso grande desafio,

o de

favorecer o protagonismo de jovens e adolescentes, usando a tecnologia como um agente de transformação.

Nesse sentido, a quinta edição do Encontro de Adolescentes e Jovens que ocorreu do ano de 2016 foi, sem dúvida, a mais desafiadora. Relatamos neste texto, as peculiaridades dessa experiência, enfatizando como a proposta foi criada e desenvolvida com o objetivo de refletir sobre quão impactante positivamente as tecnologias podem estar presentes em espaços educacionais, formais e não-formais, contribuindo para estimular o protagonismo juvenil.

Assim, entendendo que alguns termos merecem ser explicados para o entendimento do leitor, iniciaremos nossa reflexão pela definição de Protagonismo Juvenil, em seguida iniciaremos uma reflexão sobre as tecnologias e o protagonismo juvenil; a seguir apresentaremos a metodologia definida para esse estudo; os resultados obtidos; nossas considerações finais e as referências utilizadas no texto.

O Protagonismo Juvenil

Justificando a importância de momentos como o Encontro de Adolescentes e Jovens como forma de mudar noções de mundo e realidade; aumentar a autoestima promovendo o desenvolvimento do protagonismo na prática e assim desconstruir paradigmas em ambientes escolares ou não escolares e na própria sociedade é necessário primeiramente compreendermos alguns termos como o tão discutido Protagonismo Juvenil que, segundo Rabêllo(2014), seria:

A atuação de adolescentes e jovens, através de uma participação construtiva.

Envolvendo se com as questões da própria adolescência/juventude, assim como, com as questões sociais do mundo, da comunidade... Pensando global (O planeta) e atuando localmente (em casa, na escola, na comunidade...) o adolescente pode contribuir para assegurar os seus direitos, para a resolução de problemas da sua comunidade, da sua escola...(p.1).

Nesse contexto podemos compreender que para facilitar o processo de tornar um adolescente/jovem protagonista inclui alguns fatores que vão além de apenas mostrar seus direitos. É indispensável, nesse sentido, torná-los agentes do processo, levá-los a refletir por meios de práticas a respeito das questões sociais ululantes ao seu redor, para que possam ter não apenas sua própria opinião a respeito, mas também e principalmente se posicionar ativamente como agentes contribuintes para a solução dessas questões.

Freire(2014) foi o precursor desta forma de pensar, a qual nos propomos discutir, pois nos mostra caminhos a seguir, nos faz refletir a respeito das diversificadas realidades que temos e do quão importante para nós, educadores visando um novo mundo, deve ser compreender essas diversas realidades e principalmente respeitá-las. Ele nos apresenta uma insatisfação que cremos todo educador deve ter para conseguir alcançar seus objetivos: "Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda a possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas para participar de práticas com ela coerentes." (FREIRE 2014, p. 36).

Dessa forma FREIRE(2014) nos apresenta o que considera duas das qualidades mais urgentes que precisamos forjar em nós para sermos educadores em tempos de mudanças que é a capacidade crítica, pois segundo o autor essa capacidade deve estar desperta à inteligência do novo para que possamos compreender adolescentes e jovens; e sermos

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 3 educadores que privilegiem a participação em práticas coerentes com seus objetivos. Ele nos incita a utilização da prática como modelo de ensino, como forma mais capaz de promover a transformação em um indivíduo.

Nesse sentido nos sugere Souza (2008), que a principal estratégia pedagógica para uma educação baseada na 'atividade prática' e concebida como aquisição de habilidades é o projeto, que foi maciçamente adotado pelas Organizações não Governamentais1 (ONGs), incluindo aquelas que se lançaram no campo da educação não-formal. Esse enfoque aparece em diversos documentos como, por exemplo, nos Parâmentros curriculares nacionais; nas propostas curriculares do ensino médio e superior; nos relatórios da UNESCO; nos guias com fins educativos nos mostrando sua importância e seriedade.

No Relatório para a UNESCO (1998), da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, os quatro pilares da educação são apresentados e discutidos. Dois deles estão diretamente ligados ao ensino formal, ou seja, a escola, e dois outros intrinsecamente voltados a educação não-formal e informal. São eles: Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros; e Aprender a Ser. Observando o texto do Relatório percebemos o quão a descrição se encaixa com o que nos propomos enquanto educadores transformadores "A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta.”.

O Relatório UNESCO (1998) nos fala ainda que o trabalho com projetos promove a valorização e criação de identidade respeitando as similaridades em detrimento às diferenças melhorando conflitos interindividuais. Aprender a ser nos faz compreender como princípio que:

[…] a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa — espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todo o ser humano deve ser preparado, especialmente graças à educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. (p.99)

Souza (2008) nos adverte também sobre as possibilidades estratégicas para melhor desenvolvermos as potencialidades dos jovens durante essa fase tão criticada e incompreendida. E sobre esse aspecto enfatiza que as relações pessoais são requisito para o êxito dos projetos, uma vez que a própria sociabilidade é concebida como algo passível de aprendizagem. "Portanto, além de aprender a fazer e aprender a aprender, tornados possíveis pelo exercício da atividade prática, o projeto seria também oportunidade para o aprender a conviver e aprender a ser". (SOUZA, 2008, p.176).

Buscando nessa concepção um direcionamento bem atual, observado a partir das formas com as quais as relações sociais são estabelecidas na atualidade, podemos destacar a importância da tecnologia nesse processo, pela influência tecnológica sobre o público jovem e adolescente.

Nesse sentido, vamos aprofundar mais essa reflexão a seguir.

As Tecnologias e o Protagonismo Juvenil

Vivemos hoje uma cultura digital em que, segundo Tornaghi (2010), o aprendiz é o construtor de seu conhecimento, a partir da interação estabelecida com seu entorno. A escola, segundo o autor, pode participar de forma ativa, como produtora de conhecimento, na construção coletiva do mundo em que vivemos. Estendemos essas possibilidades aos espaços de educação não- formal, que podem ser também construtores nessa perspectiva da cultura digital.

Segundo Tornaghi (2010), as tecnologias digitais criam condições novas para a produção escolar e para o fazer escolar. As mudanças, nesse sentido, segundo o autor, não decorrem do

1 Organização não governamental(ONG) hoje denominada Organização da Sociedade Civil (OSC)

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 4 fato de termos tecnologia na escola, decorrem do que fazemos com ela, do que decidimos fazer com ela.

É urgente, portanto, que segundo Tornaghi(2010), a formação que damos aos nossos alunos os habilite a ir para a vida e para o mundo do trabalho capazes de, mais do que entender, de inserir-se nele de forma crítica e consciente, capazes de assumir a responsabilidade de guiar suas próprias vidas, de fazer as escolhas que lhes caibam.

Nessa perspectiva, Almeida (2007) enfatiza a importância de desenvolver letramentos digitais, ou seja, desenvolver habilidades de comunicação em rede, navegação em hipermídia em busca de informações para alavancar a aprendizagem significativa, autônoma e contínua dos aprendizes, “que se expressa pela criação e organização de nós da rede de significados representados em distintas mídias e pelas relações comunicativas que se estabelecem na interlocução e negociação de sentidos." (ALMEIDA, 2007, p.6).

Segundo Almeida (2007), é preciso criar condições para que os educandos possam dominar as funcionalidades das tecnologias, compreender as propriedades e potencialidades desses instrumentos de comunicação multidirecional, produção descentralizada, registro, recuperação, atualização e socialização de informações para utilizá-las em processos dialógicos de aprender e construir conhecimento para enfrentar os problemas da vida e do cotidiano.

Educar, nessa perspectiva, segundo Moran (2001), é colaborar para que professores e alunos – nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ainda, segundo o autor, ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos.

Metodologia

Optamos pelo estudo de caso para descrever as ações de nosso objeto de estudo que se desenvolveu na busca por respostas que nos levassem a entender como favorecer o protagonismo de jovens e adolescentes, usando a tecnologia como um agente de transformação.

Nessa perspectiva, para um melhor entendimento do leitor, detalharemos os procedimentos desenvolvidos na quinta edição do Encontro de adolescentes e Jovens que ocorreu nos dias 21 e 22 de outubro de 2016. O evento se desenvolveu sob o planejamento e execução do grupo de adolescentes/jovens, que desenvolvem atividades na instituição nos turnos da manhã e tarde com idade a partir de 13 anos. Sempre sob a orientação da equipe técnica pedagógica, durante todo o processo, o grupo recebeu suporte de recursos materiais e quando necessário solicitaram orientações complementares aos colaboradores da instituição.

O trabalho em equipe, pelas peculiaridades das atividades institucionais, demandou que dois grupos se formaram um do turno da manhã e um da tarde. Nessa organização, que é parte da rotina de atividade das edições anteriores, os jovens começam a pensar no próximo encontro desde o final do encontro anterior, ou seja, com um ano de antecedência é dado início ao planejamento. No entanto, os preparativos se intensificam no terceiro mês de atividades do ano corrente.

A logística de planejamento do V Encontro de adolescentes e Jovens ocorreu da seguinte forma: um espaço para debate sobre o encontro foi aberto em sala de aula, sob a orientação da educadora responsável pelo grupo, e todas as sugestões foram levadas em consideração.

O tema: “Juventude Tecnológica” foi democraticamente elegido por todos os integrantes, após várias semanas de arrecadação de sugestões em que um mural foi criado para que todos pudessem expressar suas sugestões, facilitando a visualização.

Após a seleção do tema, os adolescentes/jovens passaram a refletir e ponderar sobre o que exatamente gostariam de debater durante o encontro. Os assuntos relacionados às oficinas surgiram dessas reuniões que ocorriam com regularidade semanal.

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 5 O próximo passo foi criar comissões que dividiriam as responsabilidades na execução do Projeto. Assim, cada adolescente/jovem escolheu de que forma auxiliar no evento. Nessa organização, quatro comissões se formaram, uma definida como Comissão de Identidade Cultural, tinha o objetivo de criar a identidade visual do encontro, além de organizar as programações e atrações culturais; a comissão de Infraestrutura, responsável por organizar toda a logística do encontro; a comissão de Cerimonial e Credenciamento que deveria cuidar da execução da programação do encontro, receber e orientar os convidados acerca da dinâmica do encontro e, por fim, a Comissão de Comunicação, cujo objetivo era estabelecer o contato com as instituições convidadas para o encontro, com os oficineiros e mediar a comunicação entre as demais comissões, repassando as informações sobre o andamento das ações necessárias a realização do evento.

Reuniões semanais, encaminhamento das necessidades do evento, decisões importantes, compartilhamento de informações e decisões se tornaram rotina na antecedência do encontro.

Outro atributo do grupo era a escolha das instituições que trabalham com adolescentes e jovens na capital e interior do estado, que seriam convidadas a participar do evento. A vinda de outros jovens demanda a organização da logística da hospedagem visto que o evento tem a duração de dois dias e o espaço institucional se transforma em estilo albergue. Nesse sentido criar regras de convivência torna-se uma necessidade, pois todos são responsáveis pelo espaço durante o Encontro.

O ponto alto do encontro está centrado na possibilidade de aprendizado através das oficinas, que também são definidas pelos jovens/adolescentes. Nessa quinta edição, como mencionado anteriormente, o tema escolhido foi “Juventude Tecnológica”, o grupo definiu que convidariam profissionais da área tecnológica para ministrarem as oficinas. Assim, sob a orientação da educadora responsável, diversos debates, pesquisas e dinâmicas foram oferecidas para auxiliá-los a pensarem nos temas da área tecnológica que fossem relevantes para eles. Os que emergiram das curiosidades, a partir das reflexões dos jovens em suas reuniões de planejamento foram Robótica, Menos wi-fi, mais conexão, Em que mundo vivemos? e Netqueta.

Assim, para que todos tivessem a oportunidade de participar de todas as oficinas, os adolescentes/jovens definiram um mecanismo de controle de participação, um sistema de rodízio que foi definido antes da abertura do evento. Durante a recepção dos participantes, cada inscrito receberia um crachá de uma determinada cor (para cada oficina uma cor correspondente). A diferenciação pelas cores tinha o objetivo de garantir a homogeneidade numérica, não ultrapassando 25 jovens em cada oficina, e a heterogeneidade de participantes em cada oficina, possibilitando que se formassem grupos com integrantes de todas as instituições. O tempo máximo de duração para cada oficina foi determinado em 60 minutos. Ao final desse tempo, havia o rodízio pelas cores dos crachás, evitando que alguém deixasse de participar de alguma oficina.

Assim, para se certificar sobre a opinião dos participantes a respeito do evento, a comissão de comunicação definiu um sistema de avaliação realizado no último momento do Encontro. O objetivo foi aferir a aceitabilidade do tema do encontro, das oficinas, e da organização como um todo visando melhorias futuras. Essa avaliação foi desenvolvida em duas etapas, primeiro ao final do evento.

O instrumento de avaliação, nesse primeiro momento, nos possibilitaria fazer uma avaliação qualitativa do evento a partir das respostas em um pequeno questionário com duas questões abertas, para que expressassem sua opinião quanto ao Encontro com sugestões e críticas. A primeira pergunta, “Qual foi o ponto forte deste evento?” tinha o objetivo de identificar o que os participantes mais gostaram; e a segunda questão “Em sua opinião, como o evento de 2017 poderá ser melhor que este?”, tinha o objetivo de buscar sugestões para melhorar as próximas edições.

O segundo momento avaliativo ocorreu após o termino do evento, apenas com o grupo da instituição organizadora do Encontro, 46 participantes. O instrumento de coleta de informações foi um questionário fechado, onde cada um deveria aferir uma nota que variava de zero a dez a cada uma das seis perguntas. A primeira, “Que nota você atribui a sua participação no

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 6 Encontro?” tinha o objetivo de desenvolver uma autoavaliação entre os participantes/organizadores do evento. A quatro seguintes se referiam às oficinas, a expectativa de conhecimento sobre o tema e o que foi apresentado. São elas: “Qual nota você dá a oficina de Robótica com relação a expectativa e realidade?”; “Qual nota você dá a oficina de menos wi-fi, mais conexão com relação a expectativa e realidade?”; “Qual nota você dá a oficina de netqueta com relação a expectativa e realidade?”; “Qual nota você dá a oficina de

"Em que mundo você vive? " com relação a expectativa e realidade?”.

A última questão tinha o objetivo de analisar a visão geral sobre o evento, se positiva ou negativa. “Que nota você dá a organização do evento como um todo?”.

A seguir, apresentamos os resultados dessa avaliação.

Resultados

No desenvolvimento da quinta edição do Projeto Encontro de Adolescentes e Jovens, como estratégia pedagógica para promover o protagonismo juvenil, tivemos 87 participantes, divididos entre 26 convidados (adolescentes/jovens e acompanhantes de instituições convidadas); 46 membros da comissão organizadora (adolecentes/jovens instituição sede do evento); e 15 membros da equipe pedagógica e equipe técnica institucional.

Percebemos com esse projeto, um excelente resultado porque promoveu a oportunidade de envolvimento prático dos adolescentes/jovens, desde as atividades de planejamento até sua execução e avaliação final.

O planejamento em si, requereu o envolvimento de todos, no trabalho em equipe, dentro de suas expertises individuais, que foram valorizadas pela escolha democrática de onde e como trabalhar desenvolvendo suas potencialidades, confirmando as orientações de Souza (2008) sobre a importância das relações pessoais como requisito para o êxito dos projetos.

Obviamente nessa perspectiva de busca por informações, pesquisa e planejamento surgiram dificuldades naturais em entender o processo, saber onde buscar informações e recursos materiais e organização do trabalho em equipe. Essa tarefa, de não deixar que as dificuldades se tornassem um caminho para o desestímulo e atrapalhar o andamento das atividades; e de orientar sobre o caminho a percorrer ficou a cargo da educadora responsável e equipe técnica/pedagógica da instituição.

Assim, ainda no planejamento foram definidas as atividades, as atrações culturais e lazer, a logística de inscrição, hospedagem e alimentação dos convidados e a organização e limpeza dos espaços institucionais. A imagem1 mostra o momento de credenciamento dos participantes do evento. A imagem 2 mostra a construção de máscaras com motivos emoticons2, momento de planejamento e preparação do evento. A imagem 3 dá uma visão geral do auditório, com atração cultural desenvolvida pelos jovens ao receberem os convidados no primeiro dia de encontro.

Imagem 1: Credenciamento. Fonte: Encontro de Adolescentes e Jovens, 2016

2 Emoticons são ícones próprios de utilização nas redes sociais na internet, que têm a finalidade de demonstrar sensações por imagens.

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 7

Imagem 2: Construção de Máscaras Emoticons, como brindes para o evento. Fonte: V Encontro de Adolescentes e Jovens, 2016.

Imagem 3: atração cultural antes do início do evento. Fonte: V Encontro de Adolescentes e Jovens, 2016 As imagens demonstram algumas ações desenvolvidas pelos adolescentes/jovens nesse projeto que os tornou agentes do processo, postura fundamental para o exercício do protagonismo.

No processo avaliativo, ocorrido no final das atividades, o público participante, incluindo os visitantes e membros da comissão organizadora puderam manifestar a sua percepção sobre o evento de forma qualitativa. Ao longo da apresentação dos resultados desse relato de experiência, vamos inserir algumas falas3 dos participantes, que consideramos relevantes como ilustração dessa análise. Da mesma forma, as análises das tabelas e gráficos servirão como complemento da percepção de todos sobre o evento.

Assim, analisando os resultados para além das atividades de planejamento e organização, enfatizamos que as oficinas promoveram um grande impacto positivo. Foram quatro temas de essencial importância para as reflexões sobre o tema central da “Juventude Tecnológica”.

A oficina de “Robótica”, por exemplo, com o objetivo de discutir o tema por meio da perspectiva das novas tendências tecnológicas, bem como inteirar os adolescentes/jovens dos avanços a respeito da inteligência artificial, ocorreu em sala de informática, por uma professora universitária que se dedica aos estudos sobre Inteligência Artificial, com o apoio de um grupo de alunos do curso de Ciência da Computação. O grupo propôs a elevação de uma ponte, a partir da execução de um programa de computador. Os alunos foram estimulados a criar o algoritmo que executaria a tarefa. A imagem 4 apresenta a orientação de um dos instrutores na programação da ponte. Como não havia uma máquina exclusiva para cada participante, para cada computador dois ou três alunos teriam que revezar. Essa situação emergiu na avaliação, como pode ser observado na fala de um dos participantes, descrita a seguir:

3 As falas dos participantes foram transcritas como escreveram, preservando a forma e possíveis equívocos ortográficos e de pontuação.

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 8

Imagem 4: Oficina de Robótica. Fonte: Encontro de Adolescentes e Jovens 2016

A avaliação quantitativa, com o questionamento: “Qual nota você dá a oficina de Robótica com relação a expectativa e realidade?”; também revelou a aceitação da oficina, com apenas um participante aferindo uma nota inferior a cinco, como podemos observar na tabela1 e no gráfico1, que revela que o maior percentual na aprovação, 39% dos participantes aferindo a nota 9 a referida oficina.

Tabela 1: Pergunta 2 Notas Quantidade de

Participantes

3 01

5 05

7 03

8 06

9 18

10 13

Total geral 46

Fonte: Encontro de Adolescentes e Jovens, 2016 Gráfico 1: Questão 2.

“Menos wifi, mais conexão” foi a definição dada a oficina que tinha a finalidade de fomentar a discussão a respeito da forma como usamos a tecnologia, refletindo se ela afasta ou aproxima as pessoas. Essa oficina foi desenvolvida em sala de aula e o oficineiro (Instrutor2), educador da área, alcançou os objetivos com muita reflexão e dinâmicas de grupo.

Essa oficina também teve uma aprovação geral positiva, mas o que nos chamou atenção foi que o instrutor recebeu algumas notas bem baixas, no entanto não houve reclamação específica sobre sua oficina na avaliação qualitativa. A tabela 2 mostra a frequência de notas atribuídas ao trabalho do instrutor, que apresenta as respectivas respostas a questão: Qual nota você dá a oficina de menos wi-fi, mais conexão com relação a expectativa e realidade?. O gráfico 2 apresenta a visualização dos mesmos dados em percentual.

- A oficina do Instrutor2 (Menos wifi, mais conexão) foi muito boa ele explicou bem.

- As atividades foi tudo de bom a do Instrutor2 foi tão emocionante que quase chorei.

- Robótica foi boa os professores ensinaram bem.

- Oficina de robótica seria bem interessante se pegasse em todos os participantes. Só fez realmente a oficina quem estava com computador conectado.

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 9 Tabela 2: Pergunta 3

Fonte: Encontro de Adolescentes e Jovens, 2016 Gráfico 2: Questão 3

A oficina “Em que mundo vivemos?” foi ministrada por dois jovens da própria instituição e esse foi um grande diferencial no evento. Com o objetivo de refletir um pouco mais sobre a tecnologia que atualmente nos rodeia, sua importância e seus perigos para o convívio em sociedade. Os jovens que coordenaram o grupo pesquisaram e trouxeram reflexões importantes sobre o tema. Os resultados podem ser percebidos a seguir, com as falas de alguns participantes:

Na avaliação quantitativa percebemos mais especificamente, a grande aceitação dos participantes, pois as respostas a questão: Qual nota você dá a oficina de “Em que mundo você vive?” com relação a expectativa e realidade?, referente a essa oficina, não recebeu nenhuma pontuação negativa, como pode ser observado na Tabela 3 e no gráfico 2.

Tabela 3: Pergunta 5

Notas Quantidade de

Participantes

6 02

7 05

8 09

9 11

10 19

Total geral 46

Fonte: Encontro de Adolescentes e Jovens, 2016

Observar que a tecnologia, por ser uma ferramenta tão versátil, pode ser usada para o bem ou para o mal, dependendo de quem a utiliza dar essa conotação foi o objetivo da oficina Netqueta. A intenção do oficineiro responsável (Instrutor4), educador da área, foi levar os participantes a verificarem que os perigos existem e devemos saber usar essas ferramentas para nos protegermos de quem a usa para o mal. Mas de acordo com a avaliação, esse instrutor parece ter causado divergências além do normal para os que visualizamos nas demais oficinas. As falas, a seguir, demonstram a não aceitação de alguns dos participantes.

Notas Quantidade de Participantes

0 01

3 01

4 01

5 04

6 04

7 04

8 08

9 09

10 14

Total geral

46

- Foi muito bom conhecer sobre os perigos da net, também conhecer pessoas novas, fazer novas amizades isso é um negocio que vamos levar pra vida toda. Pena que acabou!

Gráfico 3: Questão 5

(10)

Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 10

No entanto, a aceitação geral, pelos dados na tabela 4 e Gráfico 4, que representam as respostas ao questionamento: “Qual nota você dá a oficina de Netqueta com relação a expectativa e realidade?”, demonstram que no geral, apesar de ter recebido algumas notas abaixo da média 5, houve aceitação do instrutor, com 33% de notas 10 e 22% de pontuação 9.

Tabela 4: Pergunta 4 Notas Quantidade de

Participantes

0 1

3 1

4 2

5 2

6 2

7 5

8 8

9 10

10 15

Total geral 46

Fonte: Encontro de Adolescentes e Jovens, 2016

Alguns participantes não identificaram uma oficina específica como sua preferência, mas, não há dúvida de que as oficinas tiveram realmente a aceitação da grande maioria. A seguir, algumas falas que justificam essa nossa observação:

Mas a avaliação não previa somente o lado positivo, os participantes puderam manifestar sua opinião sobre o que acreditavam precisar melhorar para as próximas edições do evento. E, nesse sentido, destacamos, a seguir, as falas de alguns desses participantes.

- Gostei muito da oficina Netqueta com o Instrutor4, ele conseguiu explicar melhor do que os demais.

- Netiqueta foi legal.

- Eu não gostei da oficina netqueta.

- Oficina de netqueta poderia ter outro oficineiro, pois o Instrutor4 não sabe passar as informações necessárias e fala palavras que não é bacana.

- Eu gostei de tudo, eu acho foi bem legal as oficinas, a festa, as brincadeiras, etc.

- Bom: as oficinas e dinâmicas e confraternização, assuntos bons.

- Eu gostei de tudo. Ex.: comida, festa, brincadeiras, das oficinas.

- Eu posso dizer que sai do encontro com um grande conhecimento.

- Eu gostei da festa e de todas as oficinas.

- Gostei: das oficinas, da organização.

- As oficinas foram bastante esclarecedoras e muito boas.

- As discussões e oficinas foram 10.

- gostei das oficinas, por que com elas eu aprendi bastante.

- O que precisa melhorar são as tomadas de carregadores e wifi, e ar condicionado nas salas e bebedouro com água mais geladinha.

- Eu não gostei por que falaram que era para se interagir com as outras instituições nos dormitórios eu acho que o pessoal do LM (nome da instituição preservado) se excluiu muito por que ficou a maioria das meninas só em um dormitório e por conta disso elas não se comunicaram com o pessoal das outras instituições.

Gráfico 4: Questão 4

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 11 Não somente reclamação, mas sugestões criativas também emergiram das avaliações, como pode ser observado a seguir:

A solicitação de mais oficinas de interação nos demonstra o quanto a cultura digital já faz parte de nosso cotidiano e, como enfatiza Tornaghi (2010), cada nova tecnologia traz novos fazeres, novas produções, novas formas de pensar e agir. É importante e muito significativo esse despertar para a necessidade de conhecer mais, porque usar a tecnologia nessa perspectiva nos leva a entender o diz Tornagui (2010) de que tecnologias digitais são mais do que ferramentas e ferramentas são somente instrumentos que nos permitem fazer melhor e de forma mais eficiente o que já fazíamos sem elas.

Nesse sentido, Castro (2010) complementa essa ideia enfatizando que muito mais do que uma ferramenta facilitadora da aprendizagem ou de meio de expressão do pensamento, a tecnologia oferece a possibilidade de olharmos para diferentes aspectos das interações humanas, para as quais ela cria novas possibilidades.

Alguns relatos, descritos a seguir, nos chamaram atenção, e consideramos válidos destacar, pois trazem a tona a importância de refletir o uso das tecnologias, algo que, pela relação de proximidade, muitas vezes passa desapercebido.

A avaliação quantitativa também nos abre uma possibilidade de verificar as notas atribuídas como autoavaliação dos membros das comissões organizadoras do evento. A Tabela 1 apresenta o resultado demonstrando que não houve avaliação negativa. Gráfico 1 mostra esse resultado em percentuais.

Tabela 5: Que nota você atribui a sua participação no Encontro?

Notas Quantidade de Participantes

5 05

6 04

7 06

8 09

9 13

10 09

Total Geral 46

Fonte: Encontro de Adolescentes e Jovens, 2016 - Poderia ter mais oficinas.

- Uma sugestão é que todas as instituições sejam obrigadas a trazer uma programação cultural.

- Opinião: mais oficinas de interação.

- Funcionou como abrir nossos olhos para um novo horizonte, entendendo que quando sabemos utilizar a tecnologia a nosso favor, as coisas correm bem, porém, quando o contrário começa acontecer observamos que esquecemos de famílias e amigos, e acabamos por viver num mundo fechado.

- Aprendemos que a vida não é feita só de 'likes' e 'amei' nas nossas fotos das redes sociais e que quando conversamos com amigos olho no olho sentimos total diferença do que quando digitamos por trás das telinhas.

- Me ajudou muito de como é importante se desconectar do mundo virtual e me conectar ao mundo real, pois lá as coisas são bem melhores.

Gráfico 5: Questão 1

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Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 12 No entanto, apesar da autoavaliação não apresentar pontuação abaixo de cinco, os resultados da avaliação qualitativa nos revelam que estes adolescentes/jovens se mostraram muito mais criteriosos quanto a sua própria avaliação, expondo nas sugestões para melhoria para a próxima edição do evento, bem como situações em que eles mesmos "sentiram que falharam".

Essa postura nos demonstra um amadurecimento pessoal e do próprio processo avaliativo, por parte dos organizadores, como nos sugere DURSTON (2001)4 sobre essa ocorrência quando utilizamos projetos como atividade prática:

Os projetos permitem que eles se sintam ouvidos e capazes de influenciar e oferecer-lhes a possibilidade de um diálogo entre gerações não encontrado no ambiente maior. Assim, os projetos criam um microclima que atua em sinergia com o "desejo de fazer as coisas" e as habilidades latentes dos jovens, que estão frustrados no mundo fora do projeto. Além disso, os projetos dão aos jovens participantes um pequeno, mas significativo apoio para a construção de uma inserção social, no seu caminho para a consolidação de uma identidade e de uma vida de adultos. (p.13).

Como destaca Perrenold & Thurler (2002), as competências não podem ser construídas sem avaliação, no entanto, esta avaliação não deve se resumir a testes com papel e lápis. Seguindo essa perspectiva, o resultado das avaliações, posteriores ao evento foram apresentadas ao grupo, em reunião conduzida pela educadora responsável, de forma a debater sobre as falas emergentes e os dados quantitativos coletados. Nesse debate os estudantes tiveram a possibilidade de refletir sobre a importância de conversar abertamente sobre as situações; em torno também do significado de uma avaliação quantitativa e da responsabilidade de se pontuar o trabalho do outro. Sobre a avaliação qualitativa, foi possível perceber os elogios e acolher as críticas, percebendo o que pode ser melhorado.

Em resumo, as atividades desenvolvidas ao longo desse processo, bem como a participação efetiva no evento, principalmente nas oficinas, que pretendiam sensibilizar a respeito da importância do conhecimento tecnológico para a evolução de nossa sociedade, demonstraram uma possibilidade grande de desenvolver projetos dessa natureza também como instrumento de construção de aprendizagem significativa na educação formal.

Essa sensibilização de nossos adolescentes/jovens se faz necessária, para que eles a entendam e percebam que a utilização das tecnologias de forma segura e adequada pode trazer muitos ganhos sociais para a melhoria da vida de todas as comunidades. Nessa perspectiva, ampliamos sua visão, mostrando que tecnologias digitais não se resumem apenas às redes sociais e internet.

Considerações finais

As reflexões institucionais sobre o protagonismo juvenil, muitas vezes pelas dificuldades de ação, se dão mais no campo das ideias e na vontade, com reflexões sobre como fazer para que os jovens ajam de forma a promover sua participação construtiva em projetos, com liderança e possibilidades de mudanças de atitudes.

O evento Encontro de Adolescentes e Jovens é um projeto vem se consolidando ao longo de cinco anos. Seu diferencial está nas atividades de planejamento e execução, desenvolvidas por adolescentes e jovens a partir de 13 anos, que exercem o protagonismo juvenil, hoje tão referenciado nos meios educacionais, formais e não-formais.

O processo demandou a interação conjunta, escolhas democráticas, estudo e pesquisa por parte desse grupo, sob a orientação de uma equipe técnica/pedagógica. A ação do educador/orientador do projeto, nesse sentido, foi fundamental para que todos, instrutores, técnicos e alunos agissem de forma a transformar a realidade a sua volta, com reflexões e

4 Tradução nossa.

- Mas tem que melhorar algumas coisas simples tipo nós temos que dar exemplo para as outras instituições.

(13)

Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança | 13 mudança de atitudes em relação a utilização da tecnologia de forma construtiva, configurando um processo de aprendizagem permanente, que não se restringe aos meios educacionais, mas que ultrapassam os muros da educação formal e não-formal.

Nesse universo de mudanças significativas, todos ganharam. Ganharam em termos de aprendizagem, pelo uso e reflexão sobre o tema “Juventude Tecnológica”, ganharam pelas possibilidades de interação, ganharam pela possibilidade de autoavaliação e avaliação do todo e das partes, permitindo se processar a mudança de atitudes e ações na melhoria dos eventos posteriores. Nesse sentido, a possibilidade de expressar suas impressões positivas e negativas sobre o evento também revelaram sua inserção de forma crítica e consciente do processo.

Nesse sentido, acreditamos ter conseguido demonstrar que essa estratégia pedagógica, conseguiu atingir ao seu objetivo principal, de promover o protagonismo juvenil e também justificar que essa proposta pode ser desenvolvida em espaços diversos de educação, não sendo o exercício da autonomia um privilégio da educação não-formal.

Referências

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VE-TIC, 2007.

CASTRO, Monica Rabello de. Possibilidades das tecnologias digitais. Rio de Janeiro: TV Escola/Salto para o Futuro – Cultura Digital e Escola, Ano XX Boletim 10, 2010.

Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015230.pdf>

Acesso em: 01/07/2017.

DURSTON, John. Introducción. CEPAL e UNESCO. Protagonismo juvenil en proyectos locales:

lecciones del Cono Sur, Santiago de Chile: CEPAL, 2001.

Disponível em:<

http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/2263/S2001610_es.pdf;sequence=1>

Acesso em: 13/07/2017.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação; Cartas pedagógicas e outros escritos. 1ª ed, São Paulo: Paz e Terra, 2014.

MORAN, José Manoel. Mudar a Forma de Ensinar e Aprender: Transformar as aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual. Revista Interações, São Paulo, 2000.

MORAN, José Manoel. O Uso das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação na EAD – uma leitura crítica dos meios, Palestra proferida no evento " Programa TV Escola - Capacitação de Gerentes", realizado pela COPEAD/SEED/MEC em Belo Horizonte e Fortaleza, no ano de 1999. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/T6%20TextoMoran.pdf>, Acesso em: 13/07/2017.

PERRENOUD, Philippe; THURLER, Monica G. As competências para ensinar no século XXI: a formação de professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002.

RABÊLLO, Maria Eleonora, O que é protagonismo juvenil? Bahia: CEDECA, 2014.

Disponível em <http://www.cedeca.org.br/noticia_interna.cfm?noticia=59>, Acessado em 13/07/2017.

SOUZA, Regina Magalhães de . O discurso do protagonismo juvenil. São Paulo: Paulus, 2008.

TORNAGUI, Alberto. O que é Cultura Digital. Rio de Janeiro: TV Escola/Salto para o Futuro – Cultura Digital e Escola, Ano XX Boletim 10, 2010.

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