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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.077.872 - SC (2008/0157563-1)

RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ

AGRAVANTE : MARLENE APARECIDA DE AGUIAR FRANCO ADVOGADO : WALTER FRANCISCO DA SILVA E OUTRO(S)

AGRAVADO : UNIÃO

EMENTA

ADMINISTRATIVO. PENSÃO. EX-COMBATENTE.

FALECIMENTO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88.

FILHA. DIREITO À REVERSÃO DA PENSÃO.

IMPOSSIBILIDADE.

1. É entendimento pacífico no Superior Tribunal de Justiça que o direito à reversão da pensão de ex-combatente é regido pela lei vigente à época do óbito do instituidor.

2. No caso em análise, o ex-combatente faleceu em 04.06.1988, devendo, portanto, incidir as normas vigentes nessa época, quais sejam, as Leis n. 6.592/78 e 7.424/85, que permitiam a transferência da pensão apenas à viúva e aos filhos menores de qualquer condição, ou interditos ou inválidos. Precedentes.

3. Agravo regimental não provido.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.

Ministros Marilza Maynard (Desembargadora Convocada do TJ/SE) e Sebastião Reis Júnior (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Brasília, 25 de fevereiro de 2014

MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ Relator

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.077.872 - SC (2008/0157563-1)

RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ

AGRAVANTE : MARLENE APARECIDA DE AGUIAR FRANCO ADVOGADO : WALTER FRANCISCO DA SILVA E OUTRO(S)

AGRAVADO : UNIÃO

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ (Relator):

MARLENE APARECIDA DE AGUIAR FRANCO interpõe agravo regimental em face de decisão, da lavra do Ministro Nilson Naves, que, em 13.03.2009, negou provimento ao agravo de instrumento da agravante.

A decisão objeto deste agravo tem o seguinte teor (fls.

1006-1007):

Na hipótese de que ora se cuida, o Superior Tribunal pacificou a jurisprudência no sentido de que, para fins de reversão pensão, a lei aplicável não é aquela vigente à época do falecimento do genitor, mas ao tempo do óbito do instituidor do benefício.

Nesse sentido, os seguintes precedentes:

"Recurso especial. Administrativo. Constitucional. Reversão de pensão a filhas de ex-combatentes. Falecimento da mãe.

Aplicação da norma vigente à época do óbito dos militares.

Leis nºs 4.242/63 e 3.765/60.

I – Adota-se a lei vigente à época do óbito de ex-combatente para regular o direito à pensão por morte. Precedente do c.

Supremo Tribunal Federal.

II – In casu, tratando-se de concessão da pensão a filha de ex-combatente, o benefício deve ser regido pelas Leis 4.242/63 e 3.765/60, normas vigentes ao tempo do óbito do ex-combatente. Precedentes do STJ e do STF." (AgRg no REsp-669.649, Ministro Felix Fischer, DJ de 1º.7.05.)

"Administrativo. Pensão especial. Reversão do benefício. Filha de ex-combatente. Aplicação da lei vigente à data do óbito. Leis nºs 4.242/63 e 3.765/60. Precedentes...

...

2. O direito à pensão de ex-combatente é regido pela lei vigente à data do seu óbito, e não por aquela aplicável à época do

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falecimento da viúva. Precedentes." (REsp-389.199, Ministra Laurita Vaz, DJ de 5.9.05.)

No caso, como o instituidor da pensão faleceu em 4.6.88, "é , pois, aplicável à espécie a Lei nº 7.424/85 (a qual vigorou até a entrada em vigor da Lei nº 8.059/90)"; noutras palavras, "a autora filha maior e não inválida de ex-combatente, não possui direito à reversão da pensão especial que seu pai percebia até falecer, e que posteriormente passou à sua mãe, pois a pretensão encontra óbice legal nas disposições do art. 2º, inc. II e § 2º, da Lei nº 7.424/85".

Não tendo a agravante direito à reversão da pensão, estão, portanto, prejudicadas as questões referentes ao termo inicial do benefício, prescrição quinquenal e juros de mora.

No tocante à mencionada divergência jurisprudencial, não foram atendidas as exigências legais e regimentais (arts. 541, parágrafo único, do Cód. de Pr. Civil e 255 e §§ do Regimento).

Nego, portanto, provimento ao agravo.

Alega a agravante a inaplicabilidade das Leis n. 6.592/78 e 7.424/85 ao caso, ao argumento de que "o ex-combatente falecido recebia a pensão especial de 2º Sargento, pelas Leis 4.242/63 e 3.765/60"; e que à sua genitora foi concedida pensão especial, na qualidade de sucessora; e "a filha tem direito de receber a pensão de 2º Sargento, por reversão" (fl. 1027).

Afirma, também, que, no tocante ao dissidio jurisprudencial, atendeu às exigências do art. 541, parágrafo único, do CPC e do art. 255 e §§, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.

Requer a reconsideração da decisão agravada ou o julgamento do agravo regimental pelo Colegiado, a fim de que se "conceda a pensão de Segundo Sargento prevista nas Leis 4.242/63 e 3.765/60, a partir do óbito da viúva do ex-combatente, concedendo juros legais de 0,5% ao mês, correção monetária, bem como honorários de 10% sobre o valor da condenação" (fl.

1038).

Os autos foram a mim atribuídos em 02.09.2013.

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AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.077.872 - SC (2008/0157563-1)

EMENTA

ADMINISTRATIVO. PENSÃO. EX-COMBATENTE.

FALECIMENTO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88.

FILHA. DIREITO À REVERSÃO DA PENSÃO.

IMPOSSIBILIDADE.

1. É entendimento pacífico no Superior Tribunal de Justiça que o direito à reversão da pensão de ex-combatente é regido pela lei vigente à época do óbito do instituidor.

2. No caso em análise, o ex-combatente faleceu em 04.06.1988, portanto, devem incidir as normas vigentes nessa época, quais sejam, as Leis n. 6.592/78 e 7.424/85, que permitiam a transferência da pensão apenas à viúva e aos filhos menores de qualquer condição ou interditos ou inválidos. Precedentes.

3. Agravo regimental não provido.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ (Relator):

A irresignação não merece prosperar.

Como bem asseverado no acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, "a possibilidade de reversão da pensão deve ser analisada sob o prisma da lei vigente na data do falecimento do instituidor da pensão (e não na data do óbito da viúva do militar - mãe da autora, de quem se pretende a reversão do benefício, segundo orientação do STF" (fl. 632).

No caso em análise, o ex-combatente faleceu em 04.06.1988, portanto, devem incidir as normas vigentes nessa época, quais sejam, as Leis n.

6.592/78 e 7.424/85, que permitiam a transferência da pensão apenas à viúva e aos filhos menores de qualquer condição ou interditos ou inválidos.

Oportunamente, os seguintes precedentes:

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. PENSÃO ESPECIAL. EX-COMBATENTE. NORMA VIGENTE NA DATA

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DO ÓBITO DO INSTITUIDOR. TRANSMISSÃO REGULADA PELA MESMA NORMA UTILIZADA PARA IMPLEMENTAÇÃO DA PENSÃO. REQUISITOS NÃO ATENDIDOS.

1. O direito à pensão de ex-combatente é regulado pela norma vigente na data do falecimento deste. Precedentes.

2. Se a pensão foi instituída com base na Lei 6.592/78, sua transmissão também deve ser regulada por essa lei e pela Lei 7.424/85 que a alterou, tendo em conta que o óbito do instituidor se deu em 1987. Precedente.

3. As Leis 6.592/78 e 7.424/85 permitiam a transferência da pensão apenas à viúva e aos filhos menores de qualquer condição ou interditos ou inválidos.

4. Não atendendo a autora, maior e capaz, aos requisitos exigidos, não faz jus ao recebimento da pensão.

5. Recurso especial conhecido em parte e provido (REsp 1376227/PE, Rel. Ministra Eliana Calmon, 2ªT, DJe 19/06/2013);

DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.

EX-COMBATENTE. PENSÃO ESPECIAL. LEIS 6.592/978 E 7.424/85. FILHA MAIOR E CAPAZ. MANUTENÇÃO DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE. IMPOSSIBILIDADE.

PRECEDENTE DO STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.

1. A pensão especial de ex-combatente prevista nas Leis 6.592/78 e 7.424/85 somente é transferível à viúva e aos filhos menores de qualquer condição ou interditos ou inválidos.

2. Hipótese em que a filha do ex-combatente, por ser maior de idade e capaz, não tem direito ao restabelecimento do referido benefício.

3. Recurso especial conhecido e provido para reformar o acórdão recorrido e julgar improcedente o pedido formulado na inicial (REsp 1051240/AL, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, 5ªT, DJe 14/12/2009);

RECURSO ESPECIAL. EX-COMBATENTE. PENSÃO MILITAR ESPECIAL. REVERSÃO. NORMA VIGENTE À ÉPOCA DO ÓBITO DO INSTITUIDOR.

I - Adota-se a lei vigente à época do óbito do ex-combatente para regular o direito à reversão da pensão por morte.

Precedentes.

II - Na espécie, as Leis nºs 6.592/78 e 7.424/85, que instituíram a pensão especial ao ex-combatente, vigentes à data do seu óbito, permitiam a transferência da pensão apenas à viúva e

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aos filhos menores de qualquer condição ou interditos ou inválidos.

III - Se as recorrentes não se enquadram em nenhuma dessas espécies de beneficiários, não fazem jus à pensão.

Recurso especial desprovido (REsp 904.846/PB, Rel. Ministro Felix Fischer, 5ªT, DJ 17/09/2007, p. 351).

O Tribunal de origem deixou consignado expressamente que a agravante é maior, capaz e não comprovou dependência econômica do de cujus, razão pela qual "não faz jus à reversão da pensão especial de ex-combatente, nos termos pretendidos, consoante o disposto na legislação acima transcrita (Lei n.º 7.424/85, art. 2º, inc. II e § 2º)" (fl. 634).

Acertada, portanto, a decisão monocrática que negou provimento ao agravo de instrumento, porquanto o acórdão recorrido está em sintonia com a jurisprudência desta Corte Superior, nos termos da Súmula n.

83/STJ.

À vista do exposto, nego provimento ao agravo regimental.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEXTA TURMA

AgRg no Número Registro: 2008/0157563-1 PROCESSO ELETRÔNICO Ag 1.077.872 / SC

Números Origem: 200572000093109 200804000219422

EM MESA JULGADO: 25/02/2014

Relator

Exmo. Sr. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. OSWALDO JOSÉ BARBOSA SILVA Secretário

Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA AUTUAÇÃO

AGRAVANTE : MARLENE APARECIDA DE AGUIAR FRANCO ADVOGADO : WALTER FRANCISCO DA SILVA E OUTRO(S) AGRAVADO : UNIÃO

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Militar - Regime - Ex-combatentes

AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : MARLENE APARECIDA DE AGUIAR FRANCO ADVOGADO : WALTER FRANCISCO DA SILVA E OUTRO(S) AGRAVADO : UNIÃO

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

Os Srs. Ministros Marilza Maynard (Desembargadora Convocada do TJ/SE) e Sebastião Reis Júnior (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Referências

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