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Obrigação de Fazer e Não Fazer PROFA. DRA. CÍNTIA ROSA PEREIRA DE LIMA

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Academic year: 2022

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(1)

PROFA. DRA. CÍNTIA ROSA PEREIRA DE LIMA

Obrigação de Fazer e

Não Fazer

(2)

RETOMANDO PARTE DA CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:

OBRIGA Ç ÕE S DAR

Quanto à Propriedade

Entregar Restituir

Quanto ao objeto em prestação

Coisa Certa Coisa Incerta FAZER

Fungível

Infungível

NÃO-FAZER

(3)

OBRIGAÇÕES DE FAZER:

Conceito: cujo objeto mediato consiste em uma atividade humana lícita, possível e determinada.

Distinção entre obrigação de fazer e obrigação de dar (ad dandum ou ad tradendum):

Washington de Barros Monteiro:

Dar propriamente dito = consequência do fazer / da atividade humana

= obrigação de fazer;

Dar propriamente dito = independe da atividade humana desempenhada pelo devedor = obrigação de dar.

(4)

CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO NAS OBRIGAÇÕES DE FAZER:

Regras do CC/02: inadimplemento voluntário da obrigação de fazer = PERDAS E DANOS (Nemo ad factum precise cogi potest).

* arts. 247 c/c 249 do CC/02

“Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.”

Reformas do CPC: execução específica = astreintes, ou seja, a multa diária estabelecida no art. 497 do atual CPC.

“Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.”

(5)

CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO NAS OBRIGAÇÕES DE FAZER:

a) pleitear a tutela específica mediante imposição de astreintes + PERDAS E DANOS (art. 247 CC/02 c/c art. 497 do CPC);

b) reclamar PERDAS E DANOS (art. 247 do CC/02);

c) pleitear o desempenho da atividade por terceiro – obrigação de fazer não personalíssima + PERDAS E DANOS (art. 249 do CC/02).

“Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.”

CREDOR DEVEDOR

(6)

CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO NAS OBRIGAÇÕES DE FAZER:

a) Sem culpa do devedor: retorno ao status quo ante – fundamento: nemo ad impossibilia tenetur.

b) Com culpa do devedor: responde por PERDAS E DANOS (art. 248 do CC/02).

“Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se

impossível sem culpa do devedor, resolver-

se-á a obrigação; se por culpa dele,

responderá por perdas e danos.”

(7)

DA AUTOTUTELA NAS OBRIGAÇÕES DE FAZER:

Novidade do CC/02: parágrafo único do art. 249 do CC/02;

Independe de autorização judicial prévia;

Demonstração da urgência (exceção à vedação da realização da justiça privada);

(8)

EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER:

Arts. 815 a 821 do atual CPC:

Devedor é citado para satisfazer a obrigação de fazer no prazo determinado pelo juiz;

Não cumprimento = a obrigação é realizada por terceiro à custa do devedor;

Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 dias (não havendo impugnação, considera satisfeita);

“Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.

Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso em que se observará o procedimento de execução por quantia certa.”

(9)

OBRIGAÇÃO DE PRESTAR DECLARAÇÃO DE VONTADE:

Classificação: obrigação positiva de fazer;

Conceito: conteúdo é prestar uma declaração de vontade;

Arts. 462 a 466 do CC/02;

Alternativa para a execução específica: sentença que determine o mesmo efeito da declaração de vontade a que se nega o

devedor.

Art. 464 do CC/02 (contrato preliminar): “Esgotado o prazo,

poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato

preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação”;

CPC: “Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o

pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos

(10)

OBRIGAÇÃO DE NÃO-FAZER (arts. 250 a 251 do CC/02):

Classificação:obrigação negativa;

Conceito: o conteúdo é uma abstenção (obligatio non faciendi);

Ex. servidão negativa (direito real pelo qual o proprietário do imóvel serviente fica obrigado a não usar criar obstáculos ao benefício ao dono do imóvel dominante) = acordo entre as partes registrado no Cartório de Registro de Imóveis (arts. 1.378 e 1.379 do CC/02).

Obrigações de não fazer ex lege: impostas pela lei (ex. art. 1.147 do CC/02 – proíbe ao vendedor do ponto comercial de fazer concorrência ao adquirente).

(11)

DO INADIMPLEMENTO NAS OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER:

Caracterização do inadimplemento: art. 250 do CC/02

“Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.”

Descumprimento da abstenção sem culpa do devedor: Retorno ao status quo ante nos termos do art. 250 do CC/02

Ex. ato de império – Poder Público

Descumprimento da abstenção com culpa do devedor: Responde pelo desfazimento do que fez violando o dever de abstenção + PERDAS E DANOS (art. 251 do CC/02).

“Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.”

(12)

DO INADIMPLEMENTO NAS OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER:

Inadimplemento obrigações de não-fazer

(art. 251 CC/02)

Com Culpa do Devedor

Tutela específica (desfazimento)

+

Perdas e Danos

Perdas e Danos

Sem Culpa do Devedor Retorno ao Status Quo Ante

Depende do Interesse do Credor

(13)

DA AUTOTUTELA NAS OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER:

“Art. 251 (...) Parágrafo único. Em caso de

urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.”

NOVIDADE DO CC/02: parágrafo único do art. 251 do CC/02;

a) urgência;

b) independe de autorização judicial;

c) desfazimento pelo credor ou por terceiro.

(14)

EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER:

Arts. 497 a 500 / 822 e 823 do novo CPC;

“Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo.”

“Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos.

Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por quantia certa.”

Referências

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