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GT 12 - Sistema mundo e crise ambiental global

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GT 12 - Sistema mundo e crise ambiental global

O CO2 e a casa de farinha: o Programa Bolsa Floresta e os rearranjos socioambientais na RDS do Rio Negro, AM.

Rafael Carletti

Universidade Federal de São Carlos CAPES/FAPEAM

Resumo

A emergência das mudanças climáticas e a consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável, configuram-se como paradigmas modernos da atual questão ambiental. Discutidos nas Convenções do Clima e em Conferências globais sobre o meio ambiente, esses paradigmas, para além de estabelecerem marcos institucionais, têm, como função, estipularem parâmetros para as tomadas de decisões e implementação de políticas voltadas ao enfrentamento da crise ambiental. No que se refere às mudanças climáticas, sua identificação e reconhecimento, refletem o atual nível de desenvolvimento da sociedade capitalista urbano-industrial e suas consequências devido à elevada emissão de gases poluentes para a atmosfera. O desenvolvimento sustentável, por sua vez, tem operado como um conceito norteador de pretensas mudanças no modelo de organização da sociedade vigente, bem como subsidiado uma série de medidas no intuito de mitigar os efeitos da degradação ambiental sobre os ecossistemas. Ancorado nesses paradigmas, o Programa Bolsa Floresta está fundamentado no Pagamento por Serviços Ambientais, levando em conta ações que diminuam a emissão de gases de efeito estufa. Conectando a Amazônia com processos globais e tomando-a como espaço para resolução da crise ambiental por meio da valoração dos seus recursos naturais, o Programa enseja um rearranjo no modo de vida das populações beneficiárias que vivem em áreas protegidas, interferindo na maneira como esses grupos se reproduzem histórica, social e materialmente.

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2 1. Introdução

Neste trabalho, apresento alguns resultados do projeto de doutorado desenvolvido até o momento, o qual tem como objetivo geral compreender a concepção e implementação do Programa Bolsa Floresta no estado do Amazonas, e de que forma sua elaboração está conectada com processos mais amplos, de ordem global, que tomam a Amazônia como pretensa solução da problemática ambiental. O Programa foi criado em 2007 e está fundamentado no Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), levando em conta ações que diminuam a emissão de gases de efeito estufa. A execução do Programa fica a cargo da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), uma organização não-governamental, criada pelo governo do estado para captar e gerir os recursos que são aplicados nas 16 áreas protegidas onde o Programa é implementado. O Bolsa Floresta é destinado aos moradores de Unidades de Conservação (UCs) do Amazonas, os quais, segundo as diretrizes dos PSA, são aqueles que zelam pelos serviços ambientais e que, portanto, devem ser remunerados por isso.

O Pagamento por Serviços Ambientais é um instrumento baseado no mercado para o financiamento da conservação e considera os princípios do usuário-pagador e provedor-recebedor, segundo os quais aqueles que se beneficiam dos serviços ambientais devem pagar por eles, e aqueles que contribuem para a geração desses serviços, devem ser compensados financeiramente por proporcioná-los (WUNDER, 2005). Nesse sentido, o Programa Bolsa Floresta pretende ser uma compensação financeira para os serviços prestados pelas populações tradicionais do Amazonas que vivem nas Unidades de Conservação onde o Programa é executado.

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3 De maneira geral, os grupos sociais que habitam territórios tradicionalmente ocupados na Amazônia – e que agora estão sendo reconfigurados como áreas protegidas – são pequenos agricultores familiares e aqueles que vivem da exploração dos recursos naturais da floresta. De modo que as relações de produção do campesinato amazônico, ainda guardam semelhança com formações econômicas pré-capitalistas (MARX, 1964), configuradas, predominantemente, pela criação de animais, cultivos agrícolas e pesca artesanal.

O Programa e a Fundação carregam em seus fundamentos as premissas marcadamente atreladas à corrente conservacionista. Isto é, entendem que a presença de pessoas vivendo em áreas protegidas, configura-se como uma maneira de aliar desenvolvimento social e econômico e conservação da natureza. Por meio desse reconhecimento e relacionado com as discussões ambientais na esfera global, o Programa busca atender as demandas mundiais contemporâneas de conservação da biodiversidade e redução das emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo que intervém localmente na gestão dos recursos naturais e no modo como as pessoas manipulam esses recursos.

Porém, para que o Programa fosse implementado, levando em consideração as premissas do desenvolvimento sustentável, dos PSA e a redução da emissão de gases de efeito estufa, uma série de medidas restritivas de acesso a bens e recursos naturais precisou ser adotada. Via de regra, essas medidas estão contidas na legislação ambiental imposta aos grupos sociais no momento de transformação dos seus territórios em UCs, impedindo, muitas vezes, a reprodução de práticas tradicionalmente executadas pelas famílias dentro dessas áreas. Dentre essas práticas, as principais limitações dizem respeito à agricultura, à criação de animais, intervenção sobre a fauna silvestre (caça), pesca, extrativismo madeireiro e não madeireiro.

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4 familiar, tanto no que diz respeito à alimentação, quanto no que se refere à geração de renda para as famílias.

Dessa forma, o presente trabalho busca discutir de que maneira questões mais amplas, debatidas na esfera do ambientalismo global, como as mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável, reverberam em contextos locais, com particularidades próprias, seja por meio da implementação de políticas ambientais, seja pela internalização dessas questões no modo de vida de grupos sociais específicos.

2. Metodologia

A metodologia utilizada neste trabalho, privilegiou métodos qualitativos de pesquisa social. Nesta abordagem, estão inclusas a pesquisa e revisão bibliográficas, análise documental e inserção no campo de pesquisa. Sobre o levantamento bibliográfico, tenho dado especial atenção aos trabalhos sobre a Amazônia produzidos por autores amazônidas. Há pelo menos três décadas, um número relevante de pesquisadores, sobretudo do Pará e do Amazonas, vem possibilitando um olhar sobre a Amazônia desde dentro, trazendo uma perspectiva decolonial sobre a região. Debruçar-se sobre esses autores tem sido importante para poder olhar para Amazônia sob um ponto de vista crítico, o mesmo adotado pelo pensamento social produzido por esses intelectuais do Norte1.

Outro procedimento metodológico utilizado foi o levantamento documental. Essa etapa do trabalho buscou a análise de três principais fontes, a saber: primeiro, os relatórios de atividades anuais da Fundação Amazonas Sustentável, que vão desde 2008 até 2020, ano da última publicação. Também foi feita análise da Lei 3.135/2007, que trata da Política Estadual de Mudança Climática, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e que deu origem ao Programa Bolsa Floresta. Ainda, analisei também o Protocolo de Quioto, já que este é o marco institucional das políticas ambientais pautadas no Pagamento por

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5 Serviços Ambientais, sequestro e comércio de carbono, além da difusão dos instrumentos de mercado e que dá sustentação à referida Lei.

Por fim, a inserção no campo ocorreu na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro – RDS do Rio Negro. Das 16 UCs que fazem parte do Programa, essa é a que está localizada mais próxima à cidade de Manaus. A partir de Manaus – que funciona como um ponto de apoio em termos de estadia – é possível chegar à Reserva tanto por via terrestre quanto por via fluvial2. A RDS

possui uma área aproximada de 103.000 hectares e abrange os Municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão (Figura 1).

Figura 2. Mapa da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro. Fonte: Secretaria de

Estado de Meio Ambiente (SEMA, 2016).

A Reserva foi criada em 2008, pela promulgação da Lei 3.355/2008, e passou a integrar o Corredor Central da Amazônia e o Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro3, além de fazer parte da Região Metropolitana de Manaus.

2 Por via terrestre, o acesso se dá pela rodovia AM-070 (Rodovia Manoel Urbano), trecho Manaus – Manacapuru. Chegando próximo a Manacapuru, há ramais que dão acesso à Reserva. O acesso por via fluvial ocorre por meio de barcos de recreio, partindo de Manaus em direção ao município de Novo Airão, peloRio Negro. O tempo previsto de deslocamento de Manaus para percorrer toda a RDS é de 6 horas.

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6 Segundo seu Plano de Gestão, o último censo de 2016 contabilizou 791 famílias, as quais estão distribuídas em 19 comunidades ao longo da calha do Rio Negro. Dessas, 643 famílias estão inseridas no Programa Bolsa Floresta, totalizando 2.111 pessoas (FAS, 2018).

O trabalho de campo consistiu na realização do método conhecido como observação participante, o qual possibilita, por meio da inserção nas atividades vividas cotidianamente pelos moradores, ter uma noção aproximada da realidade experimentada pelos comunitários dentro da Reserva, justamente por estar numa posição privilegiada de obtenção de informações e conhecimentos mais aprofundados daquele determinado grupo específico (VALLADARES, 2007). Assim sendo, permaneci durante trinta dias na Reserva, alternando minha estadia na casa de três famílias, as quais moram em diferentes comunidades. Pelo fato dessas comunidades estarem localizadas em pontos bem distintos dentro da Reserva4, foi

possível apreender de forma significativa as percepções dos moradores levando em conta essa grande abrangência.

3. Breve apresentação do Programa Bolsa Floresta

O Bolsa Floresta é um Programa que funciona por meio do Pagamento por Serviços Ambientais, originado de uma política pública do governo do estado do Amazonas, resultante da Lei 3.135/2007, que instituiu a Política Estadual de Mudança Climática, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (AMAZONAS, 2007). O PBF defende a conservação de serviços e produtos ambientais, cujas premissas estão compreendidas em projetos de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEEs), por meio da conservação e do manejo florestal e incremento no estoque de carbono, além dos projetos de redução de emissão por desmatamento e degradação florestal (REDD+). Esse mecanismo de mercado, dentre outros, permite o financiamento do Programa (VIANA et al., 2008; VIANA, 2010).

As especificações do Programa são congruentes com o mecanismo de REDD+, que leva em consideração os elementos delineados no Plano de Ação de

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7 Bali5, uma vez que ambos se alinham com o objetivo da redução da emissão de

GEEs, ao mesmo tempo em que reconhecem o papel da conservação e gestão sustentável das florestas e, consequentemente, da manutenção do estoque de carbono nos países em desenvolvimento. O Programa também segue as diretrizes estabelecidas nos projetos pautados no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, cuja adesão das comunidades e das populações que manifestem interesse em participar desses projetos, deve ser voluntária. O próprio engajamento das instituições ou organizações interessadas em desenvolver tais projetos, também deve atender a premissa do voluntarismo.

Desenvolvido para atender os grupos sociais do interior da Amazônia – sobretudo comunidades ribeirinhas –, uma série de atividades tidas como preparatórias são realizadas nas comunidades onde se pretende implementar o Programa. De início, é realizada uma oficina junto aos moradores, onde os técnicos da FAS fazem uma introdução sobre o Programa, destacando seus principais aspectos, como princípios, suas bases, metodologia, requisitos para participação, abrangência do Programa e possíveis impactos de sua implementação naquela comunidade. Ainda nesse primeiro momento, é realizada uma oficina onde se discute temas referentes ao aquecimento global, às mudanças climáticas, à conservação das florestas e ao pagamento por serviços ambientais, no sentido de capacitar os moradores sobre as questões que dão sustentação ao Programa (FAS, 2019).

Uma vez cumprida essa etapa, cabe a família aceitar ou não participar do Programa6. Como o Programa opera recompensando a unidade familiar, a adesão

independe que a comunidade como um todo opte por fazer parte da ação conjuntamente. Assim sendo, a família que desejar aderir ao Programa, assina um termo de compromisso e responsabilidade onde, além de se tornar beneficiária das atividades previstas, deve atender a uma série de contrapartidas estabelecidas pela

5 O chamado Mapa do Caminho de Bali, com base nas recomendações do quarto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, divulgado em 2007, define um roteiro com os princípios que iriam guiar as negociações do regime global de mudanças climáticas a partir do segundo período do Protocolo de Quioto (2013-2020). No Plano de Ação de Bali, foi apresentada uma proposta, encabeçada pelo Brasil e outros países em desenvolvimento, de incluir a preservação das florestas na meta de redução das emissões de carbono. Naquele momento, a contabilidade era feita apenas pela emissão de poluentes derivados de atividades industriais.

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8 Fundação como garantia de cumprimento do termo. Essas contrapartidas envolvem a anuência e o cumprimento de nove principais critérios estabelecidos pela Fundação, quais sejam:

i) cumprir as regras do plano de gestão da Reserva onde vivem; ii) compromisso de não-desmatamento em áreas de floresta primária; iii) participação em oficinas de gestão participativa;

iv) adoção de medidas para prevenção de queimadas;

v) capacitação permanente em mudanças climáticas e serviços ambientais;

vi) realizar manejo adequado do fogo em áreas de roçado;

vii) estar associado e adimplente com a associação de moradores; viii) garantir a presença dos filhos na escola;

ix) participar dos encontros de formação de lideranças;

3.1 Remuneração e subprogramas (componentes)

Bolsa Floresta Familiar: é o carro-chefe do Programa e foi o primeiro a ser instituído pela Fundação. Este subprograma se refere ao pagamento mensal – e permanente – de R$ 50,00 às famílias residentes nas UCs, que assumem as contrapartidas contidas no termo de compromisso. O valor é obrigatoriamente pago às mulheres – chefes de família – por meio de um cartão de crédito do Banco Bradesco7. A definição do valor da recompensa mensal oferecida às famílias foi

delineada após “extensa discussão com atores públicos, privados e as comunidades locais” (VIANA et al., 2013). Diferentemente de outros projetos baseados nos PSA, o Bolsa Floresta privilegia a unidade familiar. Dessa forma, a quantidade de famílias beneficiadas e a disponibilidade de recursos financeiros impôs-se para a definição do valor a ser pago8.

Bolsa Floresta Renda: o componente Renda oferece infraestrutura, capacitação, maquinário e organização das atividades econômicas, envolvendo oportunidades de geração de renda no contexto de produção agroflorestal e extrativista das comunidades. São elegíveis todas as atividades que não produzam desmatamento,

7 Para sacar esse valor, as mulheres beneficiárias do BF Familiar devem se deslocar até uma agência do Bradesco no município mais próximo da UC onde moram. Vale ressaltar que os homens solteiros ou viúvos também podem receber o Bolsa Floresta Família.

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9 que estejam legalizadas e que adicionem valor a floresta em pé. As ações são realizadas, por exemplo, para agregar valor à produção de peixe, cacau, borracha, castanha, frutas, óleos vegetais e outros produtos extrativistas (FAS, 2009).

Bolsa Floresta Infraestrutura Comunitária: este componente realiza ações de apoio à infraestrutura comunitária e busca auxiliar o desenvolvimento nas áreas de educação, saúde, saneamento, comunicação e transporte nas comunidades ribeirinhas. As principais ações realizadas no sentido de melhorar a infraestrutura das comunidades, envolvem a construção de casas de farinha, entrega de ambulanchas9, instalação de aparelhos de rádio de comunicação, tanque para

criação de peixes, purificadores de água, casas de marcenaria, instalação de caixas d´agua, reforma de escolas e casas de saúde, entre outros (FAS, 2010).

Bolsa Floresta Empoderamento Comunitário: por meio de ações que visam o empoderamento, a Fundação busca fortalecer as organizações sociais de base comunitária, estimulando a consolidação das atuais e futuras lideranças ribeirinhas em Unidades de Conservação. As ações estão pautadas na qualificação de capital humano, como formação político-cidadã, incluindo capacitação de conselheiros e lideranças populares, promovendo a participação social e o fortalecimento do protagonismo dos beneficiários na reivindicação dos direitos de cidadania (FAS, 2017).

Bolsa Floresta Empreendedorismo Ribeirinho: este subprograma pretende desenvolver uma cultura empreendedora nas comunidades ribeirinhas da Amazônia e atua em dois eixos temáticos: o de empreendedorismo ribeirinho e a incubadora de negócios sustentáveis. O Programa busca levar os conceitos básicos de gestão e do mercado para as cadeias produtivas, por meio de cursos, consultorias, “fazedoria” e laboratórios de gestão, que são metodologias utilizadas para a formação de empreendedores, propiciando alternativas para o fortalecimento dos negócios locais, resultando em autonomia e protagonismo dos grupos apoiados (FAS, 2016).

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3.2 Captação de recursos e investimentos

Em 2008, quando o governo do estado criou a Fundação Amazonas Sustentável para ser a instituição executora e gerir o Programa, houve um aporte de recursos por parte do próprio governo e de outras instituições privadas para que o Programa pudesse ter início. Nesse momento, o governo do Amazonas realizou uma doação no valor de 20 milhões de reais, a empresa Recofarma da Amazônia – representante dos produtos Coca-Cola – doou mais 20 milhões e o Banco Bradesco também fez uma doação na mesma quantia, além de se comprometer com o repasse de mais 10 milhões nos cinco anos subsequentes – até 2013. Dessa forma, a FAS iniciou as atividades do Programa com 60 milhões de reais em caixa (FAS, 2008).

No início das atividades, esse montante foi aplicado em um fundo fiduciário – Fundo FAS – do qual a FAS retira apenas os dividendos e reaplica nos subprogramas do Bolsa Floresta. Esse fundo é gerenciado pela FAS em parceria com o Bradesco (Bradesco Assessment Management) que, voluntariamente, isenta a FAS de quaisquer taxas administrativas ou de serviços bancários. Além disso, o Banco Bradesco mantém os custos operacionais com doações anuais, baseadas no seu título de capitalização “Pé Quente” e na anuidade dos cartões de crédito. Os dividendos do Fundo, garantem o pagamento do BF Familiar, que corresponde a 30% das despesas. O restante do Programa depende de outras fontes de financiamento10.

Além dos rendimentos obtidos com a aplicação dos recursos em fundos de investimento, a FAS também conta com verbas provenientes dos setores público e privado, e também de doações de pessoas físicas. No setor público, a Fundação capta recursos por meio de editais e prêmios, agências e fundos ambientais e Leis de incentivo a projetos socioambientais. O Fundo Amazônia, gerenciado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é uma das principais fontes financiadoras da Fundação11. Mais de setenta empresas privadas

10 Segundo os relatórios de atividades publicados anualmente pela FAS, de 2008 até 2019, já haviam sido investidos R$ 106.412.625,39 no Programa.

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11 são parceiras do Programa, dentre elas merece destaque o Bradesco, a Coca-Cola, a Samsumg, Instituto TIM, rede de hotéis Marriot, Natura e Lojas Americanas. Além disso, a Fundação mantém relações institucionais com algumas organizações internacionais, como o Banco Mundial (BM), o Banco Interamericano para o Desenvolvimento (BID) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Segundo seu último relatório de atividades, a FAS contava com 187 parceiros institucionais e 74 financiadores (FAS, 2019).

4. Amazônia: a periferia do capital no centro do debate ambiental

A criação e a elaboração do Programa Bolsa Floresta, fazem parte de uma tendência surgida no início dos anos 2000 – após a promulgação do Protocolo de Quioto – que busca, por meio de políticas públicas ambientais, amenizar os impactos causados pela contínua expansão das forças produtivas sobre as condições naturais, utilizando-se dos novos instrumentos de mercado para o enfrentamento da crise ecológica (CARNEIRO, 2005). Via de regra, as políticas ambientais implementadas no início deste século, assumem os pressupostos do desenvolvimento sustentável, o qual considera a necessidade de manutenção do crescimento econômico aliado a diminuição das desigualdades sociais e redução da pobreza, ao mesmo tempo em que advoga pela preservação dos recursos naturais e pelo equilíbrio ecossistêmico.

Aliado a isso, a difusão do risco planetário acarretado pelas mudanças climáticas, tem suscitado discussões e à implementação de práticas que visam converter a Amazônia no epicentro das intervenções a fim minimizar os efeitos do aquecimento global. Diante de suas características superlativas, sabe-se, hoje, da sua importância para regulação do clima do planeta, para o regime de chuvas, sequestro e armazenamento de carbono, entre outras funções ecossistêmicas desempenhadas pela floresta (MENEZES; BRUNO, 2017).

Ao mesmo tempo, há a compreensão de que os impactos severos da alteração do clima poderiam comprometer de forma irreversível seus ciclos biogequímicos, por conta da transformação causada na sua cobertura vegetal, decorrentes de um possível processo de desertificação – ou savanização (NOBRE;

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12 NOBRE, 2002). Esse cenário de vulnerabilidade, tem se traduzido cada vez mais em ações e táticas diversas promovidas por organizações estatais e não governamentais dirigidas para implementação de políticas para Amazônia (MENEZES; BRUNO, 2017).

Como a preocupação mundial em torno das mudanças climáticas nos países em desenvolvimento diz respeito, sobretudo, às ações relacionadas ao desmatamento, o entendimento de que as florestas poderiam exercer o papel mitigador por serem grandes reservatórios e sumidouros de gases poluentes – especialmente o carbono – tornou-se um trunfo geopolítico importante para as regiões com alta densidade de ecossistemas preservados, como é o caso do estado do Amazonas. Àquela altura – meados dos anos 2000 – as discussões travadas nas Convenções do Clima, especialmente nas Conferências das Partes (COPs), apontavam que a solução para o aumento da temperatura oriunda da alta concentração de gases poluentes, passaria pelo desenvolvimento de inciativas que mitigassem as emissões, sem que se alterassem, necessariamente, as atividades econômicas causadoras do aquecimento do planeta.

Esse diagnóstico e a proposição ao enfrentamento da problemática ambiental, tem se mostrado como uma contradição central nas políticas públicas ambientais, uma vez que a ideia de desenvolvimento econômico – pensada como uma linha evolutiva infinita – não pode ocorrer sem que haja disponibilidade – também ilimitada – de exploração das condições naturais. Ainda, como a maior parte das atividades econômicas envolvendo, por exemplo, o comércio de carbono, se dão nas transações ocorridas no mercado financeiro, a quantidade de capital acumulada é muito maior do que aquela empenhada nas atividades de comércio e produção. De modo que as políticas ambientais pautadas no desenvolvimento sustentável podem contribuir para o aumento das desigualdades e reprodução da pobreza, sem que haja, necessariamente, redução dos danos ambientais.

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13 fiscalização das atividades ambientais. Nesse período, foram instituídos o Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC), o Centro Estadual de Mudanças Climáticas (CECLIMA), a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), e o Instituo de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM)12.

Nesse mesmo ciclo, o Amazonas privilegiou a criação de Unidades de Conservação estaduais como principal medida para conter o avanço do desmatamento no estado. Essas medidas foram marcadas por três momentos distintos. O primeiro, durante os anos de 2002 e 2003, quando o estado saltou de 12 para 18 Unidades de Conservação. O segundo período, correspondeu aos anos de 2004 e 2005, sendo o momento mais significativo, quando o estado passou de 19 para 31 UCs. E, por último, o período entre 2008 e 2010, quando houve um aumento de 31 para 42 Unidades de Conservação – número que permanece até hoje. No total, o Amazonas aumentou em 242% a extensão de áreas protegidas estaduais, passando de 7,4 milhões de hectares em 2003, para 19 milhões em 2010. Por conta disso, hoje, 58% do território do Amazonas é coberto por áreas protegidas13, que o torna o estado da Amazônia Legal com maior área de floresta

preservada, tendo 98% do seu território coberto por vegetação nativa. (STERCI; SCHWAICKEIRDT, 2010; VIANA et al., 2013).

A mudança de orientação e a institucionalização da questão ambiental pelo estado, não ocorreram sem que houvesse a elaboração e implementação de legislação ambiental rigorosa e o fortalecimento dos órgãos de fiscalização. No Brasil, as Unidades de Conservação que se enquadram na categoria de uso sustentável – ou seja, que permitem a presença de pessoas – tem nos seus Planos de Gestão e Plano de Manejo, o horizonte jurídico que norteia as práticas que são permitidas no interior dessas áreas. Por mais contraditório que possa parecer, as principais limitações dizem respeito justamente ao acesso de bens e recursos naturais utilizados tradicionalmente pelos grupos sociais locais, os quais representam, principalmente, restrições alimentares e no rendimento econômico das famílias.

12 Ao longo do tempo e depois desse período específico, o estado do Amazonas criou outras autarquias na esfera ambiental, como o Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (DEMUC) e o Departamento de Gestão Ambiental, Territorial e Recursos Hídricos (DEGAT).

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14 Na RDS do Rio Negro, o Plano de Gestão da Reserva estabelece regras de uso dos recursos naturais, os quais dizem respeito, principalmente, às novas diretrizes em relação ao exercício das práticas agrícolas e econômicas que podem ser desempenhadas pelos moradores. Dentre essas, estão regras de agricultura, de criação de animais, de intervenção sobre a fauna silvestre (caça), pesca, extrativismo madeireiro e não madeireiro e limitação para abertura de novas áreas de roçado. Todas essas atividades, algumas delas essenciais para a sobrevivência das famílias, sofreu algum tipo de restrição. A mais importante foi em relação à extração de madeira, que representava a principal fonte de renda dos moradores e agora é proibida, a não ser se efetuada mediante plano de manejo florestal.

Segundo Menezes e Bruno (2017), essa burocratização faz parte de um “pacote ambiental” previamente estabelecido para ser oferecido e acatado pelas comunidades amazônicas residentes em Unidades de Conservação, naturalmente percebidas como potencialmente predatórias e cuja aptidão para a sustentabilidade deve ser induzida por meio de capacitações para a manutenção de condições ambientais ideais. Esta normatização traz consigo a criminalização das formas tradicionais de uso e ocupação do solo e recursos naturais em geral nas, agora, áreas protegidas.

Para as autoras, buscar controlar este modo de relação com o meio ambiente produz um risco para a manutenção da segurança alimentar dos moradores destas áreas, além de se configurar como um paradoxo proibir o uso das condições naturais que servem de pressuposto para categorização dessas comunidades. Coibir cultivos agrícolas, determinando-se o tamanho máximo dos roçados ou cercear a abertura de novas roças e criação de pequenos animais, significa reduzir as possibilidades de manter o modo de vida tradicional que assegura o sustento familiar, tanto no que diz respeito à alimentação, quanto no que se refere à geração de renda.

5. O engajamento dos povos tradicionais ao (sub) desenvolvimento sustentável

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15 do bom selvagem ecológico14, reaparecem como recurso discursivo a serviço do

ambientalismo. Com efeito, classificações como camponeses, extrativistas, ribeirinhos, quilombolas e caboclos amazônidas, ganharam status de guardiões da floresta, cabendo a eles a importante tarefa de manter a floresta em pé. No bojo desse discurso, há a exaltação da tradicionalidade que, de certa forma, homogeneiza e essencializa os grupos sociais da Amazônia, conferindo a eles um estado puro e uma autossuficiência inexistente na sua totalidade e incompatível com a atual globalização da sociedade capitalista.

Não raro, as políticas ambientais desenvolvimentistas são aplicadas nos países do Sul, os quais devem perseguir os níveis de desenvolvimento dos países do Norte, mas sem comprometer seus ecossistemas. Estes últimos, em contrapartida, apostam no conceito de modernização ecológica15, buscando investir

em inovações tecnológicas para soluções ambientais, sem que haja perda nas suas atividades econômicas. Tendo em vista que os países subdesenvolvidos são os maiores detentores dos recursos naturais, recai sobre eles a necessidade – e a responsabilidade – de cuidar das últimas reservas de valor disponíveis no planeta. A difusão desse discurso e a exaltação dos povos da floresta é importante, pois as políticas ambientais dependem do engajamento e da participação ativa dessas pessoas. Quando essas políticas são implementadas por organizações não-governamentais, por exemplo, a ideia de governança aparece como atrativo maior para a capitulação das comunidades. Por meio de práticas que visam o fortalecimento das parcerias e do empoderamento, espera-se a adesão massiva desse público-alvo, apresentando como compromisso, a inserção desses sujeitos nas arenas de negociação que geralmente se dão em espaços não estatais – como os conselhos deliberativos – mas com a presença governamental e do setor privado. Uma das características dessas políticas ambientais, é que elas dependem de adesão voluntária dos seus beneficiários, o que demanda, por parte dos agentes que as implementam, a elaboração de inúmeras estratégias de convencimento, que

14 Termo cunhado por Redford (1991), no sentido de questionar a visão romantizada, muitas vezes atribuída às populações ou povos tradicionais, como se sua relação com o meio onde vivem fosse essencialmente harmônica, sem que houvesse nenhum tipo de interferência negativa na natureza.

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16 vão desde a reprodução e internalização do discurso técnico-científico sobre a questão ambiental, até a proposta de empreendedorismo voltadas para sua inserção no mercado.

Para Furtado (2017), a definição da problemática ambiental como um problema global e comum a todos, transforma os territórios tradicionalmente ocupados em territórios comuns, os quais se tornam passíveis de implementação de mecanismos ambientais de gestão. A lógica que fundamenta tais mecanismos é a de que a geração de serviços ambientais – redução do desmatamento e preservação da biodiversidade – permitirá a criação de oportunidades econômicas para as comunidades, por meio da implementação de projetos socioambientais. Assim sendo, a mercantilização não se restringe apenas aos serviços ecossistêmicos e a criação de novas commodities, mas, também, na introdução de relações mercantis na vida social comunitária.

Conforme apontam Penna-Firme e Brondízio (2007), a privação dos meios de subsistência em áreas protegidas pelas chamadas populações tradicionais, tem sido uma estratégia exitosa instituída pelo discurso da sustentabilidade e pelos atores locais e globais, como forma de garantir acesso a mercados, serviços ambientais e produtos. Segundo os autores, a pressão conservacionista e a implementação de políticas ambientais em Unidades de Conservação, tem feito com que muitas pessoas que desenvolviam práticas culturais acumuladas ao longo de gerações, estejam abandonando gradualmente essas atividades, uma vez que se tornaram ambientalmente prejudiciais e, por isso, não desejáveis pelos gestores ambientais. Em contrapartida, os moradores são estimulados a se engajar em alternativas sustentáveis ao desenvolvimento local, como forma de garantir seu sustento e sua renda. Para os autores, esta tem sido a idealização favorita empregada por certos setores do movimento ambientalista, bem como por empresas turísticas, governos locais e nacionais e agências internacionais de desenvolvimento.

6. Considerações Finais

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17 desenvolvimento da produção capitalista, colocando-se como um impasse para o processo de expansão das forças produtivas. Nesse sentido, a constatação do aquecimento do planeta e das mudanças climáticas, apresentaram-se como uma barreira natural ao próprio modo de produção, exigindo que o mercado avançasse por novos espaços ainda não mercantilizados.

A recomendação contida no Protocolo de transição da matriz energética e de redução dos processos produtivos altamente dependentes de combustíveis fósseis, conduziria ao desenvolvimento de novas tecnologias, possibilitando a abertura de novos mercados. Além disso, o Protocolo permitiu a adoção de uma medida bastante utilizada em outros instrumentos de gestão ambiental. Ao identificar o carbono e outros gases poluentes como os elementos causadores do dano ecológico, os agentes econômicos atribuíram valor a esses componentes ambientais, possibilitando sua incorporação no processo de expansão capitalista, porém, via financeirização. O carbono, assim como outras matérias primas, tornou-se uma commodity ecológica.

De modo que a manutenção da floresta em pé – dogma repetido por setores do ambientalismo local e mundial – para além de cumprir sua função ecológica que dá sustentação ao equilíbrio ecossistêmico e permite a manutenção dos ciclos biogeoquímicos que regulam a biosfera, tem, agora, uma função social a cumprir, função essa atrelada aos interesses econômicos. Para tanto, para que essa nova proposta de apropriação mercantil da natureza se concretize, é preciso que Estados, agências internacionais, organismos multilaterais e organizações não-governamentais, estejam alinhados, por um lado, ao discurso dos agentes econômicos que veem nos mercados verdes uma possibilidade de expansão de suas atividades e, por outro, às possibilidades institucionais de territorialização desses mercados.

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18 se configurado como a única alternativa possível para amenizar os efeitos da limitação imposta pela restrição à apropriação dos recursos naturais por essas comunidades. Mesmo que para isso se intensifiquem os métodos e mecanismos de controle institucional por parte dos Estados, contribuindo para intensificação de conflitos, e que essas políticas imponham às comunidades uma nova forma de relação política com o estado e demais instituições, e suscitem um rearranjo em relação ao seu modo de vida tido como tradicional.

A ambivalência característica das propostas de integrar desenvolvimento e conservação no manejo de áreas protegidas, não tem encontrado outra resposta que não a proposição de mecanismos substitutivos para os grupos sociais locais que sofrem os efeitos da limitação imposta pela restrição à apropriação dos recursos naturais valorizados (BARRETO-FILHO, 2004). Do ponto de vista político, a participação das comunidades ou “populações tradicionais” afetadas pela implementação de áreas protegidas, tem-se mostrado como um mecanismo compensatório efetivo para as instituições do Estado, que veem nesse dispositivo, um atenuador dos conflitos causados pela imposição de “novos espaços na selva” (SILVA, 2013).

Sabendo que a conservação da biodiversidade presente nas florestas e a manutenção dos seus serviços ecossistêmicos representam as novas possibilidades de expansão dos mercados globais, faz-se necessário pensar em estratégias que garantam a preservação das novas reservas de valor. Diferentemente do período colonial, a intervenção dos países do centro ocorre por meio da implementação de políticas ambientais pensadas a partir do paradigma contemporâneo do desenvolvimento sustentável e das mudanças climáticas, tendo as populações nativas não mais como obstáculo, mas como parceiras de tais políticas e principais mantenedoras das riquezas a serem exploradas.

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19 vida das populações autóctones da Amazônia, ainda resiste em longínquas trincheiras, aos avanços das modernas táticas e estratégias do instituídas pelo capitalismo verde.

7. Referências Bibliográficas

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