• Nenhum resultado encontrado

Platelet rich plasma and wound healing RESUMO ABSTRACT PLASMA RICO EM PLAQUETAS E CICATRIZAÇÃO REVISÃO DE LITERATURA CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Platelet rich plasma and wound healing RESUMO ABSTRACT PLASMA RICO EM PLAQUETAS E CICATRIZAÇÃO REVISÃO DE LITERATURA CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

investigação, 18(1): 35-44, 2019 investigação, 18(1): 35-44, 2019

MSc. Ana Carolina B. R. Pedroso1*, Joel P. C. Souza2, Marcos Luiz D. Júnior2, Dr.ª Veridiana Maria B. D. Moura3, Dr.ª Luciana R. G. Brandstetter1

1 Universidade Federal de Goiás, Departamento de Clínica e Cirurgia Animal, Goiás, Brasil 2 Universidade Federal de Goiás, Goiás, Brasil 3 Universidade Federal de Goiás, Departamento de Patologia Animal, Goiás, Brasil

REVISÃO DE LITERATURA

CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS

PLASMA RICO EM PLAQUETAS E CICATRIZAÇÃO

Platelet rich plasma and wound healing

RESUMO

ABSTRACT

As lesões cutâneas apresentam elevada ocorrência na medicina de equinos. Diversos fatores inerentes à fisiologia e ao comportamento dessa espécie favorecem a ocorrência de lesões em membros distais, além de dificultar o processo cicatricial. Terapias auxiliares foram estudadas, como forma de melhorar a qualidade e acelerar o processo de cicatrização. Dentre elas, destaca-se o plasma rico em plaquetas (PRP), produto derivado do sangue total com concentrações plaquetárias elevadas e rico em fatores de crescimento. A utilização do PRP foi crescente nos últimos anos, contudo ainda existe muita divergência em relação aos seus efeitos benéficos. Diante do exposto, o presente trabalho tem por objetivo revisar as potenciais propriedades de regeneração tecidual do PRP e seus métodos de obtenção, além de ressaltar sua aplicabilidade no tratamento de lesões cutâneas em equinos e suas possíveis contraindicações. Dessa forma, espera-se difundir as informações acerca das vantagens da utilização do mesmo e incentivar a pesquisa, que venha a elucidar as dúvidas, ainda existentes, a seu respeito.

Palavras-chave: cavalos, fatores de crescimento, trombócitos

Skin lesions present high occurrence in equine medicine. Several factors inherent in the physiology and behavior of this species favor the occurrence of lesions in distal limbs, besides hindering the cicatricial process. Auxiliary therapies were studied as a way to improve quality and speed up the healing process. Among them, the platelet rich plasma (PRP), a product derived from whole blood with high platelet concentrations and rich in growth factors, stands out. The use of PRP has been increasing in recent years, however there is still a lot of divergence regarding its beneficial effects. In view of the above, the objective of this work is to review the potential tissue regeneration properties of PRP and its methods of obtaining, in addition to emphasizing its applicability in the treatment of cutaneous lesions in horses and their possible contraindications. In this way, it is hoped to spread the information about the advantages of using it and to encourage research, which will elucidate the doubts that still exist about it.

(2)

INTRODUÇÂO

O cavalo ocupa uma posição de destaque na economia dos países desenvolvidos, no entanto, a sua contribuição para geração de renda e de postos de trabalho no Brasil ainda é pouco conhecida. O Brasil possui o maior rebanho de equinos da América Latina e o terceiro mundial. O agronegócio do cavalo movimenta no país, em média, 7,5 bilhões de reais por ano. O rebanho envolve mais de 30 segmentos, distribuídos entre insumos, criação e destinação final e compõe a base do chamado Complexo do Agronegócio Cavalo, responsável pela geração de 3 milhões de empregos diretos e indiretos. Apenas em relação ao mercado de produtos veterinários, o Brasil ocupa o terceiro lugar, atrás apenas de Japão e EUA. Estima-se que o comércio de produtos específicos para equinos movimente cerca de 220,5 milhões de reais por ano, o que ainda é subestimado, já que muitos produtos destinados aos bovinos são também utilizados em equinos (LIMA e CINTRA, 2016).

Nos equinos, a frequência dos ferimentos cutâneos é muito alta, quando comparada às outras espécies (BERTONE, 1989). A cicatrização de feridas é um processo complexo, no qual ocorre interação entre eventos celulares, moleculares e que resulta na formação da cicatriz (GOSS, 1992). Os cavalos têm a cicatrização lenta e dificultosa, o que leva ao desenvolvimento de feridas crônicas e, consequentemente, altos custos com tratamentos (DUGRILLON e KLUTER, 2002). Essas feridas possuem menor disponibilidade de fatores de crescimento (STADELMANN et al. 1998), que agem como sinalizadores na regulação de vários processos envolvidos na cicatrização (EVERTS et al. 2006) e utilizam

as plaquetas como principal suprimento (reserva, fonte) de fatores de crescimento (DeROSSI et al. 2009). Nesse contexto, pesquisas têm sido desenvolvidas a fim de buscar novas alternativas para o tratamento de feridas em equinos.

Dentre as alternativas disponíveis para a melhoria na cicatrização de feridas em cavalos, cita-se o plasma rico em plaquetas (PRP), que é um produto derivado da centrifugação do sangue total, rico em citocinas e fatores de crescimento. O PRP tem sido usado como opção terapêutica em diversas enfermidades, tanto em humanos, quanto em animais domésticos, porém não existem evidências suficientes para confirmar sua eficácia. Em relação às feridas cutâneas de equinos, os seus resultados dependem da localização da lesão, da forma de obtenção e composição do PRP, da forma de apresentação (gel ou líquido), da via e frequência de aplicação, do volume e do momento em que é administrado durante o processo de cicatrização (SOUZA et al. 2014).

Anatomia e função das plaquetas

As plaquetas são pequenos fragmentos citoplasmáticos anucleados de forma discoide, com 5 a 7 μm de diâmetro e largura inferior a 3 μm (TABLIN, 2000), com origem nos megacariócitos e na medula óssea. Elas possuem citoesqueleto contrátil formado por actina e miosina, além de estruturas intracelulares que contém glicogênio e três tipos de grânulos (grânulos densos, α-grânulos e grânulos lisossomais). Quando em latência, as plaquetas não são trombogênicas e precisam de ativação. Quando ativadas, elas mudam de forma e desenvolvem pseudópodes, que promovem a agregação plaquetária e a liberação do conteúdo dos seus grânulos (EVERTS et al. 2006).

Os grânulos densos das plaquetas armazenam adenosina difosfato (ADP), adenosina trifosfato (ATP), cálcio, serotonina, histamina, dopamina e catecolaminas. O ADP promove a agregação plaquetária, enquanto o ATP participa na resposta das plaquetas ao colágeno. A serotonina é um cofator necessário para a agregação e formação de fibrina, além de promover a modulação da diferenciação e proliferação dos queratinócitos, a vasoconstrição e o aumento da permeabilidade vascular. A histamina possui efeitos pró e anti-inflamatórios (LANSDOWN, 2002).

Os α-grânulos armazenam proteínas adesivas, fibrinolíticas, antibacterianas e fungicidas, proteínas de membrana, fatores mitogênicos, proteoglicanos e famílias de proteínas básicas, além de citocinas e quimiocinas. As proteínas adesivas são aquelas que participam da formação do coágulo, como fibrinogênio, fibronectina, vitronectina e trombospondina-1 (ANITUA et al. 2004). O fibrinogênio, além de crucial na coagulação, potencializa o efeito da interleucina-3 nos progenitores hematopoiéticos humanos (ZHOU et al. 1993). A fibronectina e a vitronectina participam do processo de cicatrização (LARIVIERE et al. 2003) e, juntamente com a fibrina, promovem a osteocondução por meio da sua ação na adesão celular, melhorando a qualidade de enxertos ósseos (MARX, 2004).

Dentre as proteínas fibrinolíticas, o inibidor do ativador do plasminogênio do tipo-1 (PAI-1) participa da regulação da fibrinólise e se liga à vitronectina, melhorando as interações da célula com a matriz extracelular (MINOR e PETERSON, 2002). A osteonectina, que também é secretada pelos osteoblastos, forma um complexo com o plasminogênio e o ancora com o colágeno (KELM et al. 1994).

As trombocidinas, também armazenadas nos α-grânulos, são consideradas proteínas antibacterianas e fungicidas, embora essa informação ainda necessite de comprovação científica (KRIJGSVELD et al.

(3)

2000). As glicoproteínas de membrana mais importantes são a CD40 ligante, o fator tecidual e a P-selectina. A CD40 ligante tem papel na resposta imune e leva à inflamação, produção de integrinas e síntese de interleucinas e quimiocinas (ANAND et al. 2003). O fator tecidual é um iniciador da cascata extrínseca da coagulação e regulador natural da angiogênese (CARMELIET et al. 1996), além de regular a ligação do plasminogênio e sua ativação (FAN et al. 1998). A P-selectina é a glicoproteína de membrana mais estudada e faz a mediação das interações entre plaquetas e leucócitos (McEVER, 2002).

Os fatores mitogênicos são os fatores de crescimento essenciais para o processo de cicatrização. São eles: fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF), fator de crescimento de transformação-β (TGF-β), fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), fator de crescimento de fibroblastos (FGF), fator de crescimento semelhante à insulina (IGF) e fator de crescimento epidermal (EGF). Essas proteínas estão envolvidas no estímulo à quimiotaxia, proliferação e maturação celular, além de possuírem potentes efeitos angiogênicos e mitogênicos para células endoteliais (FOLKMAN et al. 2001).

Dentro da família das proteínas básicas estão o fator plaquetário-4 (PF-4), a β-tromboglobulina e as endostatinas. O PF-4 é um regulador negativo para a angiogênese e um potente inibidor da proliferação de células endoteliais, além de quimioatrativo para neutrófilos e fibroblastos (SULPICE et al. 2002). Os α-grânulos também são fonte de citocinas e quimiocinas, como a proteína regulada na ativação, expressa e spor célula T normal (RANTES), uma quimiocina depositada no endotélio inflamado e que leva à captura de

monócitos (SCHOBER et al. 2002). Outras quimiocinas liberadas são interleucina-8, proteína inflamatória do macrófago-1α (MIP-1α), oncogene-α de crescimento regulado, antígenos nucleares extraíveis-8 (ENA-8) e proteína quimiotática do monócito-3 (MCP-3), todas envolvidas na atração de leucócitos e ativação de outras plaquetas, além de modularem a produção de moléculas inflamatórias pelas células endoteliais (GEAR e CAMERINI, 2003). Por sua vez, os grânulos lisossomais secretam hidrolases ácidas, catepsinas D e E, elastase e outras enzimas degradativas (RENDU e BROHARD-BOHN, 2001).

As plaquetas, assim como os neutrófilos e os macrófagos, exercem papel importante na cicatrização e são ativadas na primeira fase deste processo (SAMPSON et al. 2008), participando da hemostasia. Esse processo ocorre por meio de uma interação balanceada entre plaquetas, endotélio, proteínas plasmáticas de coagulação e substâncias de baixo peso molecular. A lesão vascular causa mudanças no endotélio e exposição do colágeno subendotelial, o que promove adesão, agregação, ativação plaquetária e consequente liberação do conteúdo dos grânulos plaquetários. A serotonina e o ADP, liberados dos grânulos densos, auxiliam na vasoconstrição e estimulam outras plaquetas a degranularem, promovendo o plug hemostático. Ocorre a ativação da fosfolipase A2 das membranas das plaquetas e posterior liberação do ácido araquidônico, que é convertido em tromboxano A2, que também causa agregação plaquetária e liberação de fatores de crescimento. Esse processo é denominado hemostasia primária (SIXMA et al. 1984).

A hemostasia secundária se dá pela ativação dos fatores de coagulação e formação da rede de fibrina, que estabiliza o plug plaquetário (DHALL et al. 1983). Finalmente acontece a fibrinólise, pela ativação dos leucócitos e liberação das citocinas inflamatórias, que irão ativar o sistema fibrinolítico, levando à lise do coágulo (EVERTS, 2006).

Além da sua atuação na hemostasia, as plaquetas ainda estão envolvidas na liberação de citocinas e fatores de crescimento

armazenados nos α-grânulos e que são importantes na quimiotaxia de outros componentes celulares, na fibroplasia e na angiogênese. Para que haja a liberação dessas substâncias, as plaquetas precisam ser ativadas, o que acontece a partir do seu contato com agentes fisiológicos, como trombina, tromboxano, colágeno, ADP, fator ativador de plaqueta, serotonina e epinefrina; e com agentes farmacológicos, como ionóforo de cálcio, cloreto de cálcio e seus análogos (CARMONA et al. 2007). A ativação também pode acontecer quando as plaquetas entram em contato com superfícies sólidas (SAMPSON et al. 2008). Cerca de dez minutos após a sua agregação e ativação, as plaquetas liberam as proteínas pré-sintetizadas e armazenadas nos seus grânulos e, em cerca de uma hora, 95% já foram liberadas. Essas proteínas continuam sendo produzidas e liberadas pelas plaquetas, em concentrações menores, por até dez dias, enquanto essas células permanecerem viáveis (PIETRZAK e EPPLEY, 2005). A concentração de plaquetas no sangue dos equinos varia de 100.000 a 300.000 plaquetas/µL (SCHALM, 1975).

Fatores de crescimento

Os fatores de crescimento são peptídeos sinalizadores liberados pelos α-grânulos plaquetários, que possuem papel central nos processos de cicatrização e regeneração tecidual (WERNER e GROSE, 2003). Eles interagem com receptores da superfície das células, aumentando a transcrição gênica e a síntese proteica. As proteínas sintetizadas desencadeiam a proliferação e diferenciação celular, além de estimularem a produção de matriz extracelular e a angiogênese, o que leva a uma melhora do processo de reparação tecidual (BOSCH et al. 2011).

A secreção ativa dos fatores de crescimento é estimulada pela coagulação e tem início cerca de dez minutos após a formação do coágulo. Após essa liberação inicial, as plaquetas continuam sintetizando e liberando fatores de crescimento por cerca de sete dias.

(4)

A sua liberação acontece através da membrana celular plaquetária, quando são transformados em seu estado bioativo pela adição de histonas e cadeias de carboidratos. Após a liberação, os fatores de crescimento se ligam imediatamente à superfície externa das membranas das células presentes na ferida, via receptores transmembrana (MARX, 2004), que induzem a ativação de proteína endógena sinalizadora. Essa sinalização causa a expressão da sequência gênica normal da célula, que induz a sua proliferação, formação de matriz extracelular, produção de osteoides e síntese de colágeno (MARX, 2001b; SCHMITZ e HOLLINGER, 2001).

Os fatores de crescimento podem ser classificados como morfométricos ou mitogênicos. Os morfométricos são aqueles envolvidos no crescimento ósseo, pela transformação de células tronco mesenquimais multipotentes em células osteoprogenitoras, na presença de proteína óssea morfogênica. Os mitogênicos são aqueles relacionados ao aumento da população de células cicatriciais por mitogênese (HOCK e CANALIS, 1994). Os principais fatores de crescimento mitogênicos, já citados anteriormente, são PDGF, TGF-β, VEGF, FGF, IGF e EGF. Dentre esses, os mais importantes são o PDGF e TGF-β (CROMACK et al. 1991).

O TGF-β tem papel central no processo de cicatrização por meio do recrutamento de macrófagos, fibroblastos e do estímulo à produção do colágeno e diminuição da sua degradação pela inibição das metaloproteinases (MONTEIRO et al. 2009). O TGF-β também suprime a liberação de peróxido de hidrogênio pelos macrófagos (TSUNAWAKI et al. 1988), reduzindo a morte celular por estresse oxidativo (ROBERTS e SPORN, 1990). Ele é ativado durante a fase inflamatória (MOLLOY et al. 2003) e possui

três isoformas, que têm regulação diferenciada com base no estresse celular, injúrias do tecido ou exposição à citocinas. O TGF-β1 é ativado em condições ácidas ou por clivagem proteolítica (CHANG et al. 1997) e é liberado na sua forma inativa ligado à proteína, sendo eliminado rapidamente após a ativação (LEE, 2000). Essa isoforma possui efeitos anti-inflamatórios, pela inibição da expressão e liberação de algumas citocinas pró-inflamatórias e catabólicas, como interleucina-1β, TNF-α, interleucina-6 e interleucina-8, que estimulam a síntese de metaloproteinases (BENNETT e SCHULTZ, 1993). O TGF-β1 também está associado ao desenvolvimento de tecido de granulação exuberante devido à sua função pró-fibrótica. Dessa forma, a sua permanência elevada no final do processo de cicatrização pode não ser benéfica (THEORET e WILMINK, 2013).

O PDGF é o primeiro fator de crescimento presente na ferida (EVERTS et al. 2006) e pode ser derivado de plaquetas, leucócitos e células endoteliais. Ele aumenta a resposta inflamatória e o influxo de neutrófilos e macrófagos (PIERCE et al. 1991), estimula a síntese do tecido de granulação (MUSTOE et al. 1991) e a contração e remodelamento durante a última fase da cicatrização (STENBERG et al. 1991), pois é mitogênico para fibroblastos e miócitos e tem a capacidade de induzir o fenótipo dos miofibroblastos nos fibroblastos (BARRIENTOS et al. 2008). A sua isoforma mais potente é a PDGF-BB, que é liberada em sua forma ativa e tem meia-vida de dois minutos (LEE, 2000).

O VEGF fica retido nos coágulos de fibrina, onde mantém sua habilidade de induzir a proliferação de células endoteliais, migração de monócitos e o aumento de secreção de interleucina-6 e interleucina-8 (TEZONO et al. 2001). É produzido em maiores níveis só após a fase inflamatória e é um potente estimulador da angiogênese (ANITUA et al. 2005).

O FGF se liga à fibrina e dá suporte ao crescimento prolongado das células endoteliais (SHANI et al. 2003), além de ser um potente estimulador da angiogênese e regulador da migração e proliferação

celular. O IGF é altamente expresso no início da fase inflamatória, auxilia na proliferação e migração de fibroblastos e no aumento da produção de colágeno (MOLLOY et al. 2003). Já o EGF tem efeitos limitados às células basais da pele e induz a replicação e migração celular (SAMPSON et al. 2008).

Plasma rico em plaquetas (PRP)

O plasma rico em plaquetas (PRP) é uma fração de plasma do sangue autólogo que possui uma concentração muito maior de plaquetas do que a do sangue total (MARX, 2001a). É um produto autógeno, atóxico, com baixo risco de transmissão de doenças infectocontagiosas (PIERCE et al. 1991) e com grande potencial na integração de vários tipos de enxertos, além de ser estimulante na cicatrização de feridas (VENDRAMIN et al. 2009). Há relatos da sua utilização para tratamento de feridas desde 1985 (DRIVER et al. 2006) e em cirurgias cardiotorácicas e maxilofaciais em humanos desde 1990. É empregado em diversos procedimentos de cirurgia plástica e ortopedia (LAKKARAJU, 2013). Em modelos animais, o emprego do PRP já foi relatado em neovascularização de córneas em coelhos, regeneração de tecido conjuntivo e reepitelização de feridas cirúrgicas (BAUER et al. 2009). Na medicina equina, o PRP vem sendo pesquisado desde o início dos anos 2000 em tratamento de feridas, tendinites, desmites, osteoartrites e consolidação de fraturas (PEREIRA et al. 2013).

O PRP é uma mistura natural de mediadores estimulantes e inibitórios, que possuem efeitos biológicos sinérgicos no ambiente da ferida (STEEL et al. 1999). Esses mediadores são moléculas bioativas, como alguns fatores de crescimento, que estimulam componentes celulares ou facilitam etapas importantes no processo de reparo tecidual (LAKKARAJU, 2013). A sua ação é mais complexa do que se pensa, uma vez que as plaquetas possuem centenas de proteínas que também podem estar envolvidas no processo de reparo, além dos fatores de crescimento (ANDIA et al. 2012).

(5)

Apesar da literatura ainda ser muito conflitante no que diz respeito aos resultados da utilização do PRP, devido à falta de padronização das técnicas de obtenção e dos protocolos de tratamento (SAMPSON et al. 2008), existem estudos que relatam suas propriedades antibacterianas, antifúngicas e analgésicas, além do seu uso como adjuvante na formação da matriz de fibrina (LAKKARAJU, 2013). Derivados de plaquetas têm sido usados em milhares de pacientes nos EUA na última década e, de acordo com dados do Serviço Americano de Saúde, o seu uso é de eficácia comprovada, especialmente em feridas severas (MARGOLIS et al. 2001).

O efeito sistêmico do PRP é um aspecto polêmico, que vem sendo discutido com resultados contraditórios. Em 2010, a Agência Mundial de Doping dos EUA incluiu o PRP na lista de substâncias consideradas doping em humanos, o que foi posteriormente cancelado devido à falta de provas. Porém, muitos fatores de crescimento continuaram na lista de substâncias proibidas em 2011 e 2012 (SOUZA et al. 2014). Até 2012 apenas um estudo havia encontrado um possível efeito sistêmico do PRP em pacientes humanos portadores de tendinopatia patelar. Esses pacientes apresentaram uma redução significativa na concentração sérica de EGF e VEGF até três horas após a aplicação intratendínea do PRP (BANFI et al. 2006). Em 2013, um estudo observou efeito sistêmico de vários fatores de crescimento, também em pacientes humanos que receberam PRP intratendíneo, sendo que alguns deles apresentaram elevação na sua concentração sérica (WASTERLAIN et al. 2013). O mesmo estudo relatou que o método utilizado para a preparação do PRP e a técnica de ativação podem afetar a magnitude desse efeito. Os estudos possuem resultados antagônicos, portanto o

efeito sistêmico do PRP pode causar tanto um aumento quanto uma diminuição da concentração dos fatores de crescimento no soro, plasma ou sangue total (SOUZA et al. 2014).

Método de obtenção do PRP

O PRP é obtido a partir do sangue não-coagulado (FOSTER et al. 2009). O anticoagulante de escolha para a colheita é o citrato de sódio, pois ele se liga aos íons cálcio, formando quelatos, que impedem que ocorra a coagulação do plasma (ANITUA et al. 2004), além de possuir a capacidade de preservar a integridade da membrana das plaquetas (LANDESBERG et al. 2000).

Existem diversos métodos para obtenção do PRP, que variam quanto ao custo, facilidade de preparação, volume de sangue necessário e a concentração de plaquetas que se procura obter (PRADES et al. 2006). Primeiramente, o PRP era obtido por meio de máquinas de autotransfusão. O procedimento era realizado em centro cirúrgico, com técnico especializado, e era necessária colocação de cateter venoso profundo no paciente para colheita de 400 a 450 mL de sangue. Posteriormente foram desenvolvidos protocolos com aparelhos mais simples, que necessitavam apenas de punção venosa periférica e de um menor volume de sangue (50 – 60 mL) para obtenção de cerca de 7 a 10 mL de PRP. Embora fosse mais fácil, esse método ainda representava um alto custo (KEVY e JACOBSON, 2004). Atualmente, o PRP pode ser obtido por centrifugação manual. A concentração plaquetária pode ser aumentada em cerca de quatro vezes quando comparada à do sangue total e o custo deste método é cerca de dez vezes menor do que os anteriores (VENDRAMIN et al. 2006).

Diversos protocolos são descritos para a espécie equina e a maioria deles consiste em duas centrifugações. Na primeira centrifugação, separam-se as células vermelhas e brancas das plaquetas, devido à diferença de densidade. Na segunda centrifugação, concentram-se as

plaquetas, produzindo o plasma pobre em plaquetas (PPP) e o PRP (FOSTER et al, 2009). A quantidade de plaquetas necessária para auxiliar nos processos cicatriciais ainda é incerta (McLELLAN E PLEVIN, 2011), mas sabe-se que a concentração de plaquetas no PRP depende da contagem inicial no sangue total, ou seja, quanto maior o número inicial de plaquetas, mais rico será o PRP (BARBOSA et al. 2008).

Segundo alguns autores (GRAZIANI et al. 2006), a concentração ótima de plaquetas está entre duas vezes e meia e cinco vezes e meia maior que a do sangue total, pois uma concentração superior a essa pode produzir efeitos indesejáveis, como diminuição da proliferação fibroblástica e da função dos osteoblastos. Outros autores relatam que a contagem de plaquetas no PRP deve ser superior a 300.000 plaquetas/µL (WHITMAN et al. 1997) ou, ainda, de três a seis vezes maior do que a do sangue total (SOUZA et al. 2014).

Os concentrados de plaquetas podem ser classificados de acordo com a quantidade de plaquetas e de leucócitos presentes. O PRP puro (PRP-P) é aquele em que as células brancas são intencionalmente eliminadas e ainda não há consenso sobre a quantidade ideal de plaquetas que devem estar presentes (CARMONA et al. 2013). O PRP com leucócitos (PRP-L) é aquele em que a concentração de plaquetas é de cinco a oito vezes maior e a de leucócitos é de três vezes maior do que a do sangue total (EHRENFEST et al. 2009). O concentrado de plaquetas rico em fibrina (PRF) é obtido sem o uso de anticoagulante (CARMONA et al. 2013) e o gel de plaquetas (GP) é o concentrado rico em plaquetas ativado por agentes farmacológicos, formando um polímero de fibrina. Cada metodologia pode resultar em um produto diferente e com possíveis potenciais terapêuticos distintos (SOUZA et al. 2014).

A presença de leucócitos no concentrado de plaquetas pode ter efeitos positivos e negativos. Essas células aumentam a resposta inflamatória, atuam na imunidade e na sinalização celular, além de liberarem fatores de crescimento (BOSWELL et al. 2012). Por outro

(6)

lado, elas aumentam o catabolismo tecidual, diminuem a síntese de matriz extracelular (McCARREL e FORTIER, 2009) e podem aumentar a dor local (MISHRA e PAVELKO, 2006). O menor efeito catabólico ocasionado pela menor concentração de células brancas talvez seja mais importante do que a alta concentração de plaquetas, cuja finalidade é maximizar o efeito anabólico dos tecidos (BOSWELL et al. 2014).

Um estudo avaliou sete protocolos de obtenção de PRP quanto à capacidade de concentração plaquetária, presença de hemácias e leucócitos e correlação entre a concentração de plaquetas e de TGF-β. Apesar de todos concentrarem as plaquetas cerca de quatro vezes acima da concentração do sangue total e de não haver diferença estatística entre eles, os autores recomendaram os protocolos de Vendramin et al. (2009) e Barbosa et al. (2008), por apresentarem uma maior concentração plaquetária, níveis favoráveis de TFG-β e menor presença de hemácias e leucócitos (PEREIRA et al. 2013).

A ativação do PRP deve ser realizada imediatamente antes do seu uso (WHITMAN et al. 1997), com íons cálcio ou trombina recombinante humana. A trombina bovina era usada anteriormente para a ativação, mas deve ser evitada devido ao risco de rejeição (LANDESBERG et al. 1998). Os compostos de cálcio usados são o cloreto de cálcio ou o gluconato de cálcio, sendo o último um melhor agente, pois é menos irritante e pode ser administrado por via subcutânea (LAKKARAJU, 2013).

O período de viabilidade do PRP também é controverso. Enquanto alguns autores relatam que o período entre a colheita do sangue e a sua utilização não deve ultrapassar quatro horas, visto que a meia-vida do PDGF é de 4,2 horas (LYNCH et al. 1989), outros relatam

que o tempo máximo para sua utilização é de oito horas após sua obtenção, pois após esse período acontece a perda de estabilidade e deficiência na expressão de proteínas secretoras (MARX, 2004).

Uso do PRP na cicatrização de feridas

Os ferimentos cutâneos têm uma frequência muito alta nos equinos, que possuem uma cicatrização lenta e dificultosa, levando a altos custos com tratamentos (DUGRILLON e KLUTER, 2002). Nessa espécie, o fechamento primário das feridas só é bem-sucedido em 24% dos casos (WILMINK et al. 2002). Essas características fazem com que a cicatrização seja uma área de grande interesse clínico, científico e econômico (BERTONE, 1989). A reparação tecidual é um processo dependente das plaquetas, que são responsáveis pela hemostasia e fonte de fatores de crescimento (PIETRZAK et al. 2007).

É frequente a necessidade de enxertos cutâneos em feridas crônicas, tanto na medicina, quanto na medicina veterinária. Porém, devido à baixa concentração de fatores de crescimento nessas feridas, existe uma alta incidência de perda parcial do enxerto e recidiva do ferimento (STADELMANN et al 1998). Um estudo, testando a utilização do PRP nas cirurgias de enxertos cutâneos em feridas crônicas de humanos, mostrou que houve maior percentual de integração, melhor evolução clínica e menor perda total dos enxertos (VENDRAMIN et al. 2010a).

Outra pesquisa, testando a utilização do PRP em enxertos cutâneos em coelhos, mostrou que houve maior concentração de fibroblastos e macrófagos nos animais que receberam tratamento com PRP e, consequentemente, maior quantidade de colágeno na ferida, e, em concordância com diversos outros trabalhos (CARTER et al. 2003; CROVETTI et al. 2004; DeROSSI et al. 2009), concluiu que os fatores de crescimento liberados pelas plaquetas são capazes de tornar a cicatrização mais rápida e eficiente, favorecendo a integração dos enxertos (VENDRAMIN et al. 2010b).

Por outro lado, existem estudos que relatam ausência de benefícios com o uso do PRP no tratamento de feridas ou na integração de enxertos cutâneos nas diversas espécies. Uma pesquisa, testando os efeitos do PRP no processo de reparação de feridas dérmicas em ratos, não revelou melhora em relação à contração e às análises morfológicas e histomorfométricas (BAUER et al. 2009). Os autores sugeriram aplicações seriadas de PRP para obtenção de resultados positivos. Outro trabalho, que avaliou os efeitos do PRP na cicatrização de feridas nos membros distais em equinos, mostrou que não houve melhora na qualidade da ferida (MONTEIRO et al. 2009), assim como não houve melhora na cicatrização de enxertos cutâneos em estudo realizado na mesma espécie (BONFÁ et al. 2012).

A matriz extracelular consiste em uma complexa rede de ligações cruzadas de proteínas e outras macromoléculas, da qual o colágeno é o principal componente estrutural. Essa proteína é fundamental para a resistência e integridade de todos os tecidos e possui função vital na cicatrização das feridas (ENOCH e LEAPER, 2007). A síntese do colágeno inicia-se pelo menos a partir do terceiro dia após a lesão cutânea e o PRP se mostrou eficaz em induzir a sua expressão durante as fases inflamatória e proliferativa do processo de cicatrização (SOUZA et al. 2014). A deposição de colágeno fica normalmente elevada por determinado período. Em feridas crônicas há produção prolongada dessa proteína e, consequentemente, fibrose e cicatriz excessiva. Um estudo testou o gel de PRP na cicatrização de membros distais de equinos e revelou que houve aceleração da diferenciação epitelial, maior organização das fibras de colágeno sem resposta inflamatória prolongada e, consequentemente, maior força de tensão na ferida (CARTER et al. 2003).

Complicações e contraindicações

Os fatores de crescimento liberados pelas plaquetas não têm ação no núcleo da célula, portanto não mudam a expressão gênica

(7)

(EVERTS et al. 2006) e não são mutagênicos. Eles agem por meio da regulação gênica e de mecanismos de controle por feedback (MARX e GARG, 2005), o que faz com que seu uso seja seguro.

A principal contraindicação do uso do PRP é o risco de infecção. Outras contraindicações são em relação ao seu uso em pacientes com disfunções plaquetárias ou trombocitopenia (LAKKARAJU, 2013) e em pacientes com fatores de risco para trombose, pois as plaquetas carreiam proteínas pró-trombóticas. Além disso, o uso de medicação antiplaquetária pode teoricamente limitar a eficácia do PRP (ANITUA et al, 2004).

Considerações finais

Os ferimentos cutâneos são uma ocorrência muito comum na clínica de equinos e, devido à cicatrização deficiente nessa espécie, podem levar a tratamentos longos e onerosos. Dessa forma, as pesquisas com o intuito de desenvolver alternativas para a aceleração e a melhoria da qualidade do processo de cicatrização devem ser incentivadas. O plasma rico em plaquetas é um produto que vem sendo utilizado com sucesso em diversas áreas da medicina e da medicina veterinária, mas os resultados dos trabalhos ainda são contraditórios. Isso se deve ao fato de que ainda não há uma padronização no método de obtenção, na forma e na frequência de aplicação. Além disso, os estudos são realizados com um pequeno número de animais e também sem padronização metodológica adequada, fazendo com que os resultados sejam de difícil comparação. Apesar da maioria dos estudos demonstrarem resultados positivos com o uso do PRP em feridas e em integração de enxertos cutâneos em diversas

espécies, existe a necessidade de maior investigação. Dessa forma, novos estudos devem ser desenvolvidos visando a padronização dos protocolos de obtenção do PRP e da concentração ideal de plaquetas necessária para acelerar o processo de cicatrização. Além disso, devido ao baixo custo e facilidade de obtenção do PRP, seu uso deve ser incentivado e difundido entre os médicos veterinários de equinos. Assim, uma maior quantidade de informações acerca desse produto será disponibilizada e novas inferências poderão ser feitas.

(8)

REFERÊNCIAS

Anand SX, Viles-Gonzalez JF, Badimon JJ. et al. 2003. Membrane-associated CD40L and sCD40L in atherothrombotic disease. Thrombosis and Haemostasis. 90(3):377-84.

Andia I, Sánchez M, Maffulli N. 2012. Joint pathology and platelet-rich plasma therapies. Expert

Opinion on Biological Therapy. 12(1):7-22.

Anitua E, Andia I, Ardanza B. et al. 2004. Autologous platelets as a source of proteins for healing and tissue regeneration. Thrombosis and Haemostasis. 91(1):4-15.

Anitua E, Andia I, Sanchez M. et al. 2005. Autologous preparations rich in growth factors promote proliferation and induce VEGF and HGF productions by human tendon cells in culture. Journal of

Orthopaedic Research. 23(2):281–86.

Banfi G, Corci MM, Volpi P. 2006. Could platelet rich plasma have effects on systemic circulating growth factors and cytokine release in orthopaedic applications? British Journal of Sports Medicine. 40(10):816.

Barbosa ALT, Del Carlo RJ, Gomes HC. et al. 2008. Plasma rico em plaquetas para reparação de falhas ósseas em cães. Ciência Rural. 38(5):1335-1340.

Barrientos S, Stojadinovic O, Golinko MS. et al. 2008. Growth factors and cytokines in wound healing. Wound Repair and Regeneration. 16(5):585-601.

Bauer JA, Correa L, Lima FLM. et al. 2009. Efeito do plasma rico em plaquetas no processo de reparação de feridas dérmicas padronizadas em ratos. Revista Periodontia. 19(3):98-108.

Bennett NT, Schultz GS. 1993. Growth factors and wound healing: biochemical properties of growth factors and their receptors. The American Journal of Surgery. 165(6):728–737.

Bertone AL. 1989. Management of exuberant granulation tissue. Veterinary Clinics of North America:

Equine Practice. 5(3):551-62.

Bonfá AF, Silva MM, Silveira AB. et al. 2012. Efeito do gel de plasma rico em plaquetas na cicatrização de enxertos cutâneos em equinos. In. II Seminário Internacional Caballiana. Itupeva, Brasil, p. 83. Bosch G, Moleman M, Barneveld A. et al. 2011. The effect of platelet-rich plasma on the neovascularization of surgically created equine superficial digital flexor tendon lesions.

Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports. 21(4):554-61.

Boswell SG, Cole BJ, Sundman EA. et al. 2012. Platelet-rich plasma: a milieu of bioactive factors.

Arthroscopy. 28(3):429-439.

Boswell SG, Schnabel LV, Mohammed HO. et al. 2014. Increasing platelet concentrations in leukocyte-reduced platelet-rich plasma decrease collagen gene synthesis in tendons. The American

Journal of Sports Medicine. 42(1):42-49.

Carmeliet P, Mackman N, Moons L. et al. 1996. Role of tissue factor in embryonic blood vessel

Carmona JU, Argüelles D, Climent F. et al. 2007. Autologous plateles concentrates as a treatment of horses with osteoarthritis: a preliminary pilot clinical study. Journal of Equine

Veterinary Science. 27(4):167-170.

Carmona JU, López C, Sandoval JA. 2013. Review of the currently available systems to obtain platelet related products to treat equine musculoskeletal injuries. Recent Patents on

Regenerative Medicine. 3(2):148-159.

Carter CA, Jolly DG, Worden CE. et al. 2003. Platelet-rich plasma gel promotes differentiation and regeneration during equine wound healing. Experimental and Molecular Pathology. 74(3):244-255.

Chang J, Most D, Stelnicki E. et al. 1997. Gene expression of transforming growth factor beta-1 in rabbit zone II flexor tendon wound healing: evidence for dual mechanisms of repair. Plastic and Reconstructive Surgery. 100(4):937-944.

Cromack DT, Pierce GF, Mustoe TA. 1991. TGF-β and PDGF medicated tissue repair: Identifying mechanisms of action using impaired and normal models of wound healing. In: Barbul A, Caldwell M, Eaglstein W. et al. Clinical and Experimental Approaches to Dermal and Epidermal Repair: Normal and Chronic Wounds. New York: Wiley Liss. pp. 359–73. Crovetti G, Martinelli G, Issi M. et al. 2004. Platelet gel for healing cutaneous chronic wounds. Transfusion and Apheresis Science. 30(2):145-151.

DeRossi R, Coelho ACAO, Melo GS. et al. 2009. Efeitos do gel de plasma rico em plaquetas na cicatrização de feridas cirúrgicas na pele de cavalos. Acta Cirurgica Brasileira. 24(4):276-281.

Dhall TZ, Shah GA, Ferguson IA. et al. 1983. Fibrin network structure: modification by platelets. Thrombosis and Haemostasis. 49(1):42–6.

Driver VR, Hanft J, Fylling CP. et al. 2006. A prospective, randomized, controlled trial of autologous platelet-rich plasma gel for the treatment of diabetic foot ulcers. Ostomy

Wound Management. 52(6):68-70.

Dugrillon A, Kluter H. 2002. Current use of platelet concentrates for topical application in tissue repair. Infusion Therapy and Transfusion Medicine. 29:67-70.

Ehrenfest DMD, Rasmusson L, Albrektsson T. 2009. Classification of platelet concentrates: from pure platelet-rich plasma (P-PRP) to leuco cyte- and platelet-rich fibrin (L-PRF). Trends

in Biotechnology. 27(3):158-167.

Enoch S, Leaper DJ. 2007. Basic science of wound healing. Surgery (Oxford). 26(2):31- 37. Everts PAM, Knape JTA, Weibrich G. et al. 2006. Platelet-rich plasma and platelet gel: a review. The Journal of Extra-corporeal Technology. 38(2):174-187.

Fan Z, Larson PJ, Bognacki J. et al. 1998. Tissue factor regulates plasminogen binding and activation. Blood Journal. 91(6):1987-98.

Folkman J, Browder T, Palmblad J. 2001. Angiogenesis research: Guidelines for translation to clinical application. Thrombosis and Haemostasis. 86(1):23-33.

Foster TE, Puskas BL, Mandelbaum BR. et al. 2009. Platelet-rich plasma: from basic science to clinical applications. The American Journal of Sports Medicine. 37(11):2259-72.

Gear AR, Camerini D. 2003. Platelet chemokines and chemokine receptors: linking hemostasis, inflammation, and host defense. Microcirculation. 10(3-4):335-50. Goss JR. 1992. Regeneration versus repair. In: Cohen IK, Diegelmann RF, Lindblad WJ.

Wound healing. Philadelphia: WB Saunders. pp. 40–62.

Graziani F, Ivanovski S, Cei S. et al. 2006. The in vitro effect of diferents PRP concentrations on osteoblasts and fibroblasts. Clinical Oral Implants Research. 17(2):212-219.

Hock JM, Canalis E. 1994. Platelet-derived growth factors enhances bone cell replication, but not differentiated function of osteoblasts. Endocrinology. 134(3):1423-1428.

Kelm RJ, Swords NA, Orfeo T. et al. 1994. Osteonectin in matrix remodelling. A plasminogenosteonectin-collagen complex. The Journal of Biological Chemistry. 269(48):30147-53.

Kevy SV, Jacobson MS. 2004. Comparison of methods for point of care preparation of autologous platelet gel. The Journal of Extra-corporeal Technology. 36(1):28-35. Krijgsveld J, Zaat SA, Meeldijk J. et al. 2000. Thrombocidins, microbicidal proteins from human blood platelets, are C-terminal deletion products of CXC chemokines.

The Journal of Biological Chemistry. 275(27):20374-81.

Lakkaraju A. 2013. Platelet-rich plasma: a review of actions and applications in sports injuries. SportEX Medicine. 56:10-17.

Landesberg R, Moses M, Karpatkin M. 1998. Risk of using platelet-rich plasma gel.

Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 56(9):1116-7.

Landesberg R, Roy M, Glickman RS. 2000. Quantification of growth fac tor levels using a simplified method of platelet-rich plasma gel preparation. Journal of Oral

and Maxillofacial Surgery. 58(3):297-300.

Lansdown AB. 2002. Calcium: a potential central regulator in wound healing in the skin. Wound Repair and Regeneration. 10(5):271-85.

(9)

Lariviere B, Rouleau M, Picard S. et al. 2003. Human plasma fibronectin potentiates the mitogenic activity of platelet-derived growth factor and complements its wound healing effects. Wound

Repair and Regeneration. 11(1):79-89.

Lee SJ. 2000. Cytokine delivery and tissue engineering. Yonsei Medical Journal. 41(6):704–719. Lima RAS, Cintra AG. Revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo. Brasília, 2016. Disponível em: www.cna.org.br [acessado em 08/2017].

Lynch SE, Willians RC, Polson AM. et al. 1989. A combination of platelet-derived and insulin-like growth factors enhances periodontal regeneration. Journal of Clinical Periodontology. 16(8):545-8. Margolis DJ, Kantor J, Santanna J. et al. 2001. Effectiveness of platelet releasate for the treatment of diabetic neuropathic foot ulcers. Diabetes Care. 24(3):483-8.

Marx RE. 2001a. Platelet-rich plasma (PRP): what is PRP and what is not PRP? Implant Dentistry 10(4):225-8.

Marx RE. 2001b. The biology of platelet-rich plasma (reply to letter to the editor). Journal of Oral

and Maxillofacial Surgery. 59:1120.

Marx RE. 2004. Platelet-rich plasm: evidence to support its use. Journal of Oral and Maxillofacial

Surgery. 62(4):489-96.

Marx R, Garg A. 2005. Dental and craniofacial applications of platelet rich plasma. British Dental

Journal. 199(12):799.

McCarrel T, Fortier LA. 2009. Temporal growth factor release from platelet-rich plasma, thehalose lyophilized platelets, and bone marrow aspirate and their effect on tendon and ligament gene expression. Journal of Orthopaedic Research. 27(8):1033-1042.

McEver RP. 2002. P-selectin and PSGL-1: Exploiting connections between inflammation and venous thrombosis. Thrombosis and Haemostasis. 87(3):364-5.

McLellan, Plevin S. 2011. Evidence-based clinical question. Does it matter which platelet-rich plasma we use? Equine Veterinary Education. 23(2):101-104.

Minor KH, Peterson CB. 2002. Plasminogen activator inhibitor type I promotes the self-association of vitronectin into complexes exhibiting altered incorporation into the extracellular matrix. The

Journal of Biological Chemistry. 277(12):10337-45.

Mishra A, Pavelko T. 2006. Treatment of chronic elbow tendinosis with buffered platelet-rich plasma. The American Journal of Sports Medicine. 34(11):1774-1778

Molloy T, Wang Y, Murrell G. 2003. The roles of growth factors in tendon and ligament healing.

Sports Medicine. 33(5):381–94.

Monteiro SO, Lepage OM, Theoret CL. 2009. Effects of platelet-rich plasma on the repair of wounds on the distal aspect of the forelimb in horses. American Journal of Veterinary Research. 70(2):277-282.

Mustoe TA, Pierce GF, Morisima C. et al. 1991. Growth factor induced acceleration of tissue repair through direct and inductive activities in a rabbit dermal ulcer model. The Journal of

Clinical Investigation. 87(2):694–703.

Pereira RCF, Zacarias GVF, Cantarelli C. et al. 2013. Avaliação de sete protocolos para obtenção de plasma rico em plaquetas na espécie equina. Ciência Rural. 43(6):1122-1127. Pierce GF, Mustoe TA, Altrock BW. et al. 1991. Role of platelets-derived growth factoring wound healing. Journal of Cellular Biochemistry. 45(4):319-326.

Pietrzak WS, Eppley BL. 2005. Platelet rich plasma: biology and technology. Journal of

Craniofacial Surgery. 16(6):1043–1054.

Pietrzak WS, An YH, Kang QK. et al. 2007. Platelet-rich and platelet-poor plasma:development of an animal model to evaluate hemostatic efficacy. Journal of Craniofacial Surgery. 18(3):559-67.

Prades M, Abellanet I, Carmona JU. et al. 2006. Platelet rich plasma: a realistic alternative in tissue repair. In: Proceedings of the 15th Annual Meeting European College of Veterinary

Surgeons; Seville, Spain. pp. 211-6.

Rendu F, Brohard-Bohn B. 2001. The platelet release reaction: granules’ constituents, secretion and function. Platelets. 12(5):261-73.

Roberts AB, Sporn MB. 1990. The transforming growth factor-betas. In: Sporn MB, Roberts AB. Peptide Growth Factors and Their Receptors: Handbook of Experimental Pharmacology. New York: Springer-Verlag. p. 493.

Sahni A, Altland OD, Francis CW. 2003. FGF-2 but not FGF-1 binds fibrin and supports prolonged endothélial cell growth. Journal of Thrombosis and Haemostasis. 1:1304-10. Sampson S, Gerhardt M, Mandelbaum B. 2008. Platelet rich plasma injection grafts for musculoskeletal injuries: a review. Current Reviews in Musculoskeletal Medicine. 1(3– 4):165–174.

Schalm OW. 1975. Veterinary Hematology. Philadelphia: Lea & Febiger. p. 82-218.

Schmitz JP, Hollinger JO. 2001. The biology of platelet-rich plasma (letter to the editor).

Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 59:1119-2001.

Schober A, Manka D, von Hundelshausen P. et al. 2002. Deposition of platelet RANTES triggering monocyte recruitment requires P-selectin and is involved in neointima formation after arterial injury. Circulation. 106(12):1523-9.

Sixma JJ, Sakariassen KS, Beeser-Visser NH. et al. 1984. Adhesion of platelets to human artery subendothelium: Effects of factor VIII-von Willebrand factor of various multimerc composition. Blood. 63(1):128–39.

Souza MV, Pinto JO, Costa MM. et al. 2014. Quantificação de fatores de crescimento na pele de equinos tratada com plasma rico em plaquetas. Pesquisa Veterinária

Brasileira. 34(6):599-612.

Stadelmann WK, Digenis AG, Tobin GR. 1998. Physiology and healing dynamics of chronic cutaneous wounds. The American Journal of Surgery. 176(suppl 2A):26S–38S. Steel CM, Robertson ID, Thomas J. et al. 1999. Effect of topical rh-TGF-β1 on second intention wound healing in horses. Australian Veterinary Journal. 77(11):734-7. Stenberg BD, Phillips LG, Hokanson JA. et al. 1991. Effects of bFGF on the inhibition of contraction caused by bacteria. Journal of Surgical Research. 50(1):47–50.

Sulpice E, Bryckaert M, Lacour J. et al. 2002. Platelet factor 4 inhibits EGF2-induced endothelial cell proliferation via the extracellular signal-related kinase pathway but not by the phosphatidylinositol 3-kinase pathway. Blood. 100(9):3087-94.

Tablin F. 2000. Platelet structure and function. In: Feldman BF, Zinkl J, Jain N.

Schulman’s veterinary hematology. Philadelphia: Lippincott Williams and Wilkins. pp.

448-452.

Tezono K, Sarker KP, Kikuchi H. et al. 2001. Bioactivity of the vascular endothelial growth factor trapped in fibrin clots: production of IL-6 and IL-8 in monocytes by fibrin clots. Haemostasis. 31(2):71-9.

Theoret CL, Wilmink JM. 2013. Aberrant wound healing in the horse: naturally occurring conditions reminiscent of those observed in man. Wound Repair and

Regeneration. 21(3):365-371.

Tsunawaki S, Sporn M, Ding A. et al. 1988. Deactivation of macrophages by transforming growth factor-β. Nature. 334(6179):260–262

Vendramin FS, Franco D, Nogueira CM. et al. 2006. Plasma rico em plaquetas e fatores de crescimento: técnica de preparo e utilização em cirurgia plástica. Revista

do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. 33(1):24-28.

Vendramin FS, Franco D, Franco TR. 2009. Método de obtenção do gel de plasma rico em plaquetas autólogo. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. 24(2):212-218. Vendramin FS, Franco D, Franco TR. 2010a. Utilização do plasma rico em plaquetas autólogo nas cirurgias de enxertos cutâneos em feridas crônicas. Revista Brasileira

de Cirurgia Plástica. 25(4):589-594.

Vendramin FS, Franco D, Schamall RF. et al. 2010b. Utilização do plasma rico em plaquetas autólogo em enxertos cutâneos em coelhos. Revista Brasileira de Cirurgia

Plástica. 25(1):4-10.

Wasterlain AS, Braun HJ, Harris AHS. et al. 2013. The systemic effects of platelet-rich plasma injection. The American Journal of Sports Medicine. 41(1):186-193.

(10)

Werner S, Grose R. 2003. Regulation of wound healing by growth factors and cytokines. Physiological Reviews. 83(3):835–70.

Whitman DH, Berry RL, Green DM. 1997. Platelet gel: an autologous alternative to fibrin glue with applications in oral and maxillofacial surgery. Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 55(11):1294-9. Wilmink JM, Van Herten J, Van Weeren PR. et al. 2002. Retrospective study of primary intention healing and sequestrum formation in horses compared to ponies under clinical circumstances.

Equine Veterinary Journal. 34(3):270-3.

Zhou YQ, Levesque JP, Hatzfeld A. et al. 1993. Fibrinogen potentiates the effect of interleukin-3 on early human hematopoietic progenitors. Blood. 82(3):800-6.

Referências

Documentos relacionados

Mais conversação em Greensboro (brancas e negras) e Porto Alegre, mas não em Kisumu Creche, em Kisumu, é para coisas escolares.. Creche comunitária

Não obstante, o próprio significado da centralização permaneceu ambíguo na maior parte do tempo: em certas ocasiões, ela se referia à transferência do poder de decisão e

Neste senti do, 0 presente estudo teve como objetivos: (i) caracterizar os comportamentos sedentarios e 0 aporte cal6rico dos lanches da manha e tarde; (ii)

3º- As despesas decorrentes dessa Lei correrão por conta do Orçamento Geral do Município e dos repasses da Assistência Financeira da União, ficando o Executivo

· É recomendado a todos os clientes preparar seus próprios materiais de controle ou pools de soro que devem ser incluído em cada corrida a um nível elevado e baixa para avaliar

EU, (NOME DO REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA), instituído representante legal desta empresa pelo (ATO DE INSTITUIÇÃO DO REPRESENTANTE LEGAL), cópia do qual está anexa a

• A high oxidation state places a high formal charge on the metal center; by the electroneutrality. principle, the distribution of charge in the metal- containing species is such