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BIO CURSOS. Pós-Graduação em Terapia Intensiva

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1 BIO CURSOS

Pós-Graduação em Terapia Intensiva

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA VERSUS VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA EM INDIVÍDUOS IMUNOCOMPROMETIDOS PELA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA COM INSUFICIÊNCIA

RESPIRATÓRIA AGUDA.

Manaus – AM 2017

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2 Dheliane Roqui Moriz

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA VERSUS VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA EM INDIVÍDUOS IMUNOCOMPROMETIDOS PELA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA COM INSUFICIÊNCIA

RESPIRATÓRIA AGUDA.

Manaus – AM 2017

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Ventilação mecânica invasiva versus ventilação mecânica não invasiva em indivíduos imunocompr m ometidos pela síndrome da imunodeficiência adquirida com insuficiência respiratória aguda.

Dheliane Roqui Moriz1, Dhelianemoriz@live.com Flaviano Goncalves Lopes de Souza 2

Glauber Taveira3

Pós-Graduação em Terapia Intensiva - BioCursos

RESUMO

Introdução: O número de pacientes imunossuprimidos está crescendo. Dentre as complicações mais comuns em pacientes imunossuprimidos, as infecções respiratórias são as principais causas de morbimortalidade. Principal fator de risco para desenvolvimento da insuficiência respiratória, necessitando muitas vezes de intubação e assistência ventilatória mecânica. Objetivo: Comparar a ventilação invasiva com a ventilação mecânica não invasiva em pacientes com AIDS com insuficiência respiratória aguda. Metódos: A revisão foi constituída de artigos científicos pesquisados no PubMed, MedLine (Literatura Internacional em Ciências e Saúde), LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências e Saúde) e Scielo (Scientific Electronic Library Online) do ano de 2000 a 2015.

Resultados: Foram selecionados quatro artigos de acordo com os critérios de inclusão. Em dois estudos foram analisados os dois tipos de suporte ventilatórios, e os outros dois estudos analisaram a eficácia da VNI em pacientes com insuficiência respiratória aguda, inibindo a intubação endotraqueal. Conclusão:

Concluímos com base nos estudos pesquisados, que a utilização da VMNI deve ser avaliada com cautela em pacientes com insuficiência respiratória aguda, respeitando-se criteriosamente as indicações, contraindicações e cuidados intensivos à beira do leito. Essa modalidade de ventilação não substitui a VMI, mas é a eficaz para prevenir a intubação endotraqueal ou a reintubação e suas possíveis complicações.

Palavra-chave: ventilação mecânica invasiva, ventilação mecânica não invasiva, aids, insuficiência respiratória aguda.

1. Introdução

A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) tornou-se uma pandemia. E uma das principais causas de morbidade e mortalidade nos pacientes com AIDS, são as doenças pulmonares. Nesse sentido, as infecções respiratórias são frequente causa de hipoxemia e morte 2.

É fundamental, para garantir a vida do paciente com insuficiência respiratória aguda, a reversibilidade da causa subjacente a correção da hipoxemia e o fornecimento de oxigênio, bem como a prevenção e correção da acidose hipercápnica. Há mais de setenta anos, determinados estudos evidenciaram que era possível ventilar pacientes com insuficiência respiratória de variadas etiologias 4. A ventilação com pressão

Fisioterapeuta, pós-graduada em Terapia Intensiva

(4)

4 positiva pode ser feita através de intubação endotraqueal na ventilação mecânica invasiva e por meio de interface na ventilação mecânica não invasiva 5.

O objetivo deste estudo é comparar a VMI com a VNI em pacientes com imunodeficinecia adiquirida com insuficiência respiratória aguda.

2. Fundamentação Teórica

A síndrome da imunodeficiência adquirida (Sida) ou Acquired Immunodeficiency Syndrome (Aids) é uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), e é caracterizada pela redução progressiva dos linfócitos T (principalmente CD4+) promovendo o declínio do sistema imunológico e elevando a susceptibilidade para infecções oportunistas, neoplasias secundárias e doenças neurológicas1.

As doenças oportunistas associadas à aids são várias, podendo ser causadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e certas neoplasias. As infecções pulmonares são as principais causas de morbidade e mortalidade em pacientes com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), com pelo menos 65% das doenças definidoras de AIDS sendo infecções oportunistas (IO) pulmonares2.

Essas infecções pulmonares podem gerar insuficiência respiratória aguda no paciente HIV/AIDS e geralmente é predominantemente do tipo hipoxêmica, causada por lesão pulmonar secundária, sendo as principais causas de hipoxemia as alterações de ventilação/perfusão (V/Q) e o shunt intrapulmonar3.

A insuficiência respiratória (IR) é uma condição clínica na qual o sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) dentro dos limites da normalidade, para determinada demanda metabólica4. A insuficiência respiratória aguda (IRpA) é classificada quanto à velocidade de instalação, em aguda e crônica. Na IRpA, a rápida deterioração da função respiratória leva ao surgimento de manifestações clínicas mais intensas, e as alterações gasométricas do equilíbrio ácido-base, alcalose ou acidose respiratória, são comuns5.

Para garantir a vida do paciente com insuficiência respiratória aguda, a reversibilidade da causa subjacente a correção da hipoxemia e o fornecimento de oxigênio, bem como a prevenção e correção da acidose hipercápnica. Com esses

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5 objetivos, a ventilação com pressão positiva pode ser feita através de intubação endotraqueal (VMI) e por meio de interface não invasiva, como mascara nasal ou facial (VNI)6. A Ventilação Mecânica (VM) é um método de suporte de vida e tratamento pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada, e tem contribuído muito para aumentar a sobrevida em diversas situações clínicas 7.

Carvalho e colaboradores, classificam o método em dois grupos: Ventilação mecânica invasiva e Ventilação não invasiva. Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas. Ressaltam ainda que a diferença entre elas fica na forma de liberação de pressão, enquanto na ventilação invasiva utiliza-se uma prótese introduzida na via aérea, isto é, um tubo oro ou nasotraqueal (menos comum) e/ou cânula de traqueostomia, na ventilação não invasiva, utiliza-se uma máscara como interface entre o paciente e o ventilador artificial8.

Os objetivos do suporte ventilatório são: manutenção das trocas gasosas, ou seja, correção da hipoxemia e da acidose respiratória associada à hipercapnia; aliviar o trabalho da musculatura respiratória que, em situações agudas de alta demanda metabólica, está elevado; reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória;

diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o desconforto respiratório; e permitir a aplicação de terapêuticas específicas9.

3. Metodologia

O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura realizada através de busca nas bases de dados MEDLINE, LILACS, PEDro, SciELO e PubMed, e os critérios utilizados de inclusão consistiam em artigos do tipo ensaios clínicos controlados randomizados e de coorte, de acesso livre nos idiomas inglês e português, publicados no período de 2000 a 2015, com os seguintes descritores: ventilação mecânica invasiva, ventilação mecânica não invasiva, síndrome da imunodeficiência e insuficiência respiratória. O tempo de revisão de pesquisa dos estudos bibliográficos ocorrerão no mês de abril de 2016 a fevereiro de 2017. Os estudos que não apresentava os critérios foram excluídos.

4. Resultados e Discussão

4.1 Resultados

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6

AUTOR/ANO TIPO DE

ESTUDO

TÉCNICA RESULTADO

Carlos Frederico Dantas ANJOS (2011).

Randomizado

VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA COM PRESSÃO POSITIVA EM VIAS AÉREAS, EM PACIENTES HIV/AIDS COM LESÃO PULMONAR AGUDA E INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA:

ESTUDO DE AVALIAÇÃO DO MELHOR VALOR DE PEEP

Os pacientes com SIDA e insuficiência respiratória hipoxêmica melhoram a oxigenação com a elevação progressiva e sequencial da PEEP até 15 cmH2O, contudo a elevação da PaCO2 limita a PEEP até 10 cmH2O. Uma PSV = 5 cmH2O promove uma melhora da sensação subjetiva da dispnéia independentemente do uso de PEEP.

Sandra Magali Gomboski (2006). Coorte

UTILIZAÇÃO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA E NÃOINVASIVA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Verificou-se que a VMI foi o procedimento mais utilizado (67%), sendo seguido pela combinação da VMI + VMNI (10%), enquanto a VMNI isolada foi aplicada somente a 3% dos pacientes. Dos 251 doentes internados, 20% não necessitaram de qualquer tipo de ventilação mecânica.

O tempo médio de uso da ventilação mecânica, no grupo VMI, foi de 6 (3-11) dias. No grupo VMI + VMNI, a média de tempo de emprego da ventilação foi de 14 (10-20) dias, e os pacientes do grupo VMNI utilizaram o dispositivo, em média, 3 (1-4) dias. Houve diferença significativa entre os grupos VMI e VMNI e, também, em relação aos grupos VMI e VMI + VMNI.

O tempo de internação na UTI foi ignificativamente diferente entre os grupos (P<0,01). O grupo queutilizou VMI + VMNI apresentou uma média de 16 (12-22) dias, o grupo da VMIobteve a média de 7 dias (3-16) e o grupo VMNI atingiu a média de 6 (3-13) dias de internação. Não

houve diferença

signigicativa entre os grupos VMI e VMNI. Em relação à sobrevida dos pacientes, no grupo VMI, houve 117 óbitos (70%); no grupo VMI + VMNI, 13 (50%) pacientes evoluíram ao óbito; e, no grupo VMNI, não houve óbitos. Houve grande diferença entre os grupos VMI e VMNI em relação ao número de óbitos (P<0,01).

Encontrou-se, também, diferença considerável do grupo VMI + VMNI em

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7

Marco ConfalonieriEdo CalderiniSusanna TerracianoGiovanna ChidiniEnza CelesteGiacomo Puccio Cesare GregorettiUmberto G.

Meduri (2002).

Prospectivo- controle

VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA COM PRESSÃO POSITIVA (NPPV) VERSUS A VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM PACIENTES COM AIDS COM

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (ARF) RELACIONADA À PNEUMONIA POR PNEUMOCYSTIS CARINII (PCP).

O uso de intubação evitada pela nppv em 67% dos pacientes e a evitação da intubação foram associados à melhora da sobrevida (100%

vs. 38%; p = 0,003). Os pacientes tratados com nppv necessitaram de menos dispositivos invasivos (p <0,001) e menor incidência de pneumotórax (8,3% vs 37,5%; p = 0,039). O grupo tratado com nppv necessitou de uma carga de trabalho de enfermeira semelhante à do grupo de ventilação convencional, mas este grupo teve uma duração mais curta de permanência na uti (p = 0,013). O grupo tratado com nppv apresentou menor mortalidade na uti, no hospital e nos 2 meses após a entrada no estudo. As diferenças de mortalidade entre os dois grupos desapareceram após 6 meses.

Gilles Hilbert, MD, Didier Gruson, MD, Frédéric Vargas, MD, Ruddy Valentino, MD, Georges Gbikpi- Benissan, MD, Michel Dupon, MD, Josy Reiffers, MD, e Jean P. Cardinaud, MD, (2001.

Randomizado VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA EM PACIENTES IMUNOSSUPRIMIDOS COM INFILTRADOS PULMONARES, FEBRE E INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA.

Vinte dos 26 pacientes no grupo de tratamento padrão (77 por cento) necessitaram intubação endotraqueal, em comparação com apenas 12 dos 26 pacientes no grupo de ventilação não-invasiva (46 por cento, P = 0,03). O intervalo médio entre a entrada no estudo ea intubação foi de 51 ± 23 horas (intervalo, 4 a 152) entre os 20 pacientes que necessitaram de intubação no grupo de tratamento padrão e 63 ± 18 horas (intervalo de 16 a 176) entre os 12 Pacientes que necessitaram intubação no grupo de ventilação não-invasiva. As razões para intubação traqueal no grupo não-invasiva-ventilação e do grupo de tratamento padrão foram a incapacidade de manter uma PaO 2: FiO 2 de mais de 85 em cinco e nove pacientes, respectivamente.

relação ao grupo VMNI (P<0,01).

Tabela 1: Resultado dos estudos selecionados Fonte: Próprio autor

(8)

8 4.2 Discussão

Embora a ventilação mecânica invasiva (VMI) seja bastante efetiva e segura, a intubação endotraqueal além de deixar o paciente exposto a sedação, o torna vulnerável a vários riscos e complicações, broncoaspiração, intubação seletiva, pneumonia associada a ventilação, atelectasias, barotrauma, além de aumento da morbidade, da mortalidade e do tempo de internação associados12.

A paralisia das cordas vocais associada à intubação traumática, à VMI por tempo prolongado, ao posicionamento do balonete próximo às cordas vocais e as altas pressões na banolete são alguns dos mecanismos de lesão tardia, podendo levar a rouquidão disfagia, estenose traqueal, traqueomalácia e fraqueza de músculos respiratórios13.

A VNI é uma estratégia ventilatória que evita todas as complicações relacionadas a VMI e, com relação a sua efetividade, existem evidencias que indicam que ambas as estratégias ventilatórias exercem benefícios na melhora de trocas gasosas em pacientes com falência respiratória14.

Os métodos de suporte ventilatório não-invasivos – como a CPAP e a ventilação com dois níveis de pressão (BIPAP) mediante máscaras faciais ou nasais – podem ser utilizados precocemente com o objetivo de reduzir o número de complicações da ventilação mecânica invasiva15.

Anjos11, verificaram que os pacientes com SIDA e insuficiência respiratória hipoxêmica melhoram a oxigenação com a elevação progressiva e sequencial da PEEP até 15 cmH2O, contudo a elevação da PaCO2 limita a PEEP até 10 cmH2O. Uma PSV

= 5 cmH2O promove uma melhora da sensação subjetiva da dispneia independentemente do uso de PEEP.

Esteban e colaboradores, analisaram 221 pacientes que se mantiveram em ventilação mecânica por, pelo menos, 48 horas e, depois de extubados, apresentaram insuficiência respiratória. Tais pacientes foram randomizados e receberam tratamento convencional ou VMNI aplicada com máscara facial total, por períodos de quatro horas. O principal envolvimento desse estudo foi que a mortalidade hospitalar foi expressivamente maior entre os pacientes que receberam VMNI. Paralelamente, foi observado que o intervalo de tempo entre a ocorrência de insuficiência respiratória após a extubação e a reintubação foi maior no grupo tratado com VMNI16 .

Entretanto Ferrer e colaboradores, avaliaram 43 pacientes que receberam ventilação mecânica e apresentaram fracasso no processo de desmame, consequentemente, fazendo

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9 uso de VMNI. Concluíram que a VMNI se mostra efetiva para reduzir o período de VMI em pacientes com falhas persistentes de desmame, diminuir a incidência de pneumonia nosocomial, infecções e mortalidade, além de tornar menos duradouro o tempo de permanência na UTI e no hospital6.

A eficácia da VNI tem sido demonstrada em vários estudos prospectivos randomizados. Rocco e colaboradores, verificou em seu estudo que a VNI evitou intubação em 18 dos 21 (86%) que tiveram insuficiência respiratória hipoxêmica após o transplante de pulmão bilateral para fibrose cística. E concluíram que VNI reduziu que frequência respiratória e as trocas gasosas, onde melhorou em dois - terços dos pacientes17. Não houve mortes no grupo que toleraram a VNI (mortalidade: 14%). Em um estudo semelhante Antonelli e colaboradores, randomizou 40 pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica após o transplante de órgão sólido, e utilizou VNI, e concluiu que o seu uso foi associado com menor risco de intubação (20% vs 70%, p = 0,002) e complicações (20% grave vs 50%, p = 0,05) redução de permanência (5,5 ± 3 vs 9 ± 4 dias, p = 0,03) e de mortalidade (20% vs 50%, p = 0, 05) na UTI. No entanto, a mortalidade hospitalar foi semelhante nos dois grupos14.

Em outro estudo de caso-controle, Rocco e colaboradores, comparou a eficácia da VNI administrada por capacete ou máscara facial em pacientes imunodeprimidos 38 com febre, infiltração pulmonar e insuficiência respiratória aguda. Em ambos os grupos, o VNI diminuiu o risco de intubação (37% e 47%, respectivamente) e melhorou a troca gasosa de pacientes18.

Confalonieri e colaboradores, compararam a VNI versus a VMI em pacientes com AIDS em um estudo unicêntrico, prospectivo de caso controle em uma UTI privada especializada em doenças infecciosas, pelo qual incluíram 48 pacientes, sendo 24 tratados com a VNI e 24 submetidos a VMI por prótese endotraqueal. Eles verificaram que a VNI evitou a intubação em 67% dos pacientes e isso melhorou a sobrevida quando comparado com o grupo VM (100% versus 38%, P = 0,003). O grupo VNI teve uma menor mortalidade na UTI. Assim os autores concluíram que a VNI deve ser a escolha de primeira linha em pacientes com AIDS e IRpA 4.

Já Hilbert e colaboradores, em um estudo randomizados em 52 pacientes imunossuprimidos com infiltrados pulmonares e insuficiência respiratória aguda, verificaram a comparação entre a VNI e controle com a terapia padrão (oxigênio suplementar) grupo, demonstrando uma redução significativa na necessidade de

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10 intubação endotraqueal (46% vs 77 %, P = 0,03), complicações graves (50% vs 81%, p

= 0,02), a mortalidade UTI (38% vs 69%, p = 0,03) e hospitalar (50% vs 81%, p = 0,02). Os autores concluem que a aplicação de VNI em pacientes imunossuprimidos está associada com uma redução significativa na taxa de intubação, o risco de complicações e mortalidade5.

Holanda e colaboradores, estudaram 53 pacientes para análise da eficiência da ventilação não invasiva com pressão positiva (VNIPP) na IRA objetivando identificar fatores associados ao sucesso ou falha deste método, e caracterizar os padrões de resposta à VNIPP. Em 37 episódios (62%), houve sucesso sem intubação (grupo sucesso, GS), enquanto em 23 ocasiões (38%), os pacientes foram intubados (grupo falha, GF). A complicação mais frequente foi lesão de pele no ponto de contato da máscara com o nariz. A VNIPP foi eficiente no tratamento da IRA em cerca de 2/3 das vezes. Pacientes mais graves, níveis relativamente mais baixos de pressão respiratória positiva em via aérea (IPAP) associaram-se a falha. A alta mortalidade (10,43%) nos casos de falha justifica esforços para otimizar sua utilização e ao mesmo tempo para reconhecer precocemente suas falhas, evitando-se protelar a intubação traqueal 19.

No estudo de Gomboski, foi comparado a idade e o sexo dos pacientes com IRA que fizeram uso de VMI, VMNI e de VMI + VMNI, e concluíram que não houve diferença significativa entre eles. As idades e o sexo não influenciaram no modo ventilatório escolhido para o tratamento de pacientes internados na UTI. Relativamente ao anterior demonstrou que pacientes acima de 70 anos de idade têm sobrevivência expressivamente menor que pacientes mais jovens, mesmo com a utilização de recursos idênticos12.

Conclusão

A conclusão deste estudo foi que a ventilação mecânica não invasiva tem como objetivo evitar a intubação no manejo da insuficiência respiratória em pacientes imunossuprimidos, inibindo aumento de morbimortalidade. Dos estudos selecionados apenas um não obteve o resultado esperado na utilização de VNI no paciente com IRA, os outros dez estudos comprovaram a efetividade da VNI nesses tipos de pacientes.

Porém antes de ser utilizada deve ser avaliada com cautela neste tipo de paciente, respeitando-se criteriosamente as indicações, contraindicações e cuidados intensivos à beira do leito. Essa modalidade de ventilação não substitui a ventilação mecânica

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11 invasiva. No entanto é eficaz para prevenir a intubação endotraqueal ou a reintubação e suas possíveis complicações.

Referências

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princípios, análise gráfica e modalidades ventilatórias. J. bras. Pneumol. 2007,

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como iniciar a ventilação mecânica. São Paulo 2011.

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Ventilação não-invasiva com pressão positiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda: fatores associados à falha ou ao sucesso. J Pneumol 27(6) – nov-dez de 2.

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