RAQUEL MARCON BELTRAME IRSCHLINGER
SISTEMAS DE RETENÇÃO EM OVERDENTURES MANDIBULARES IMPLANTO-RETIDAS
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FLORIANÓPOLIS 2004
SISTEMAS DE RETENÇÃO EM OVERDENTURES MANDIBULARES IMPLANTO-RETIDAS
Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Especialização em Prótese Dentária da Univer- sidade Federal de Santa Catarina. como requisito para obtenção do titulo de Especialista em Prótese
Dentária.
Orientador: Prof. Dr. Darcy Zani
FLORIANÓPOLIS 2004
IRSCHLINGER, Raquel Marcon Beltrame. Sistemas de Retenção em Overdentures Mandibulares Implanto-Retidas. 2004. 33 f. Trabalho de Conclusão (Especialização em Prótese Dentária).- Curso de Especialização em Prótese Dentária, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
RESUMO
As reabilitações dentárias realizadas através de overdentures retidas por implantes osseointegrados são uma alternativa de sucesso na odontologia moderna. Os pacientes encontram nesta modalidade de tratamento, a retenção e estabilidade que suas próteses convencionais já não oferecem mais. Neste trabalho, fez-se uma revisão de literatura dos sistemas de retenção mais utilizados nas overdentures implanto-retidas, contribuindo para que o protesista possa selecionar a melhor forma de retenção para determinada situação clinica.
ii
AL:;:0 tt
Palavras-chave: Overdentures — Sistemas de Retenção — Sobredentaduras.
Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ABSTRACT
The oral reabilitation performed osseointegrated- implant- retained overdentures are a successful alternative in modern dentistry. Patients find with this treatment retention and stability no longer supplied by theier conventional prothesis.
In this paper, a review of literature concerned with retention systems mostly use on implant- retained overdentures is made, thus, helping the prothetic to better select the treatment for a determined clinical situation.
Key-Words: Overdenture — Retention Systems.
RAQUEL MARCON BELTRAME IRSCHLINGER
SISTEMAS DE RETENÇÃO EM OVERDENTURES MANDIBULARES IMPLANTO-RETIDAS
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado para obtenção do titulo de especialista em prótese dentária e aprovado em sua forma final pelo Curso de
Especialização em Prótese Dentária.
Florianópolis, 02 de abril de 2004.
Banca Examinadora
Prof. Dr o Milton Zani Membro
OvVA- Profl Dr. Darcy Zani
Orientador
(
»)11,
Prof. Dra. Cláudia Maziero Volpato Membro
Agradeço primeiramente à DEUS, pela vida e saúde.
Ao meu Pai Valentim, meu grande mestre.
Ao meu marido André, meu amor, companheiro, amigo, o maior incentivador.
Obrigada pela força. Sem você seria difícil.
A minha amada filha Sofia, o maior presente que ganhei, o grande tesouro da minha vida.
A minha mãe Valdete, minha irmã Silvia, minha avó Rosa Carolina que já não estão mais aqui em nosso convívio mas que estão presentes de uma maneira sutil e muito mais forte. Meus verdadeiros anjos da guarda. Eu sei que vocês estão aqui.
Ao Professor Darcy Zani, pelos anos de experiência clinica que nos foram repassados.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA 9
3 DISCUSSÃO 24
4 CONCLUSÃO 31
REFERÊNCIAS 32
1 INTRODUÇÃO
Segundo Bonachela e Rossetti (2002), overdentures são próteses removíveis totais ou parciais que cobrem raizes e implantes osseointegrados restaurando toda a dentição. Os primeiros relatos são creditados a Bonwil que tentava sanar problemas advindos de dentições com poucos remanescentes. Em 1856, Ledger descreveu uma prótese que se assemelhava a uma overdenture. Mais tarde, Thomas Evans descreveu um método de utilizar raizes para reter próteses. Em 1896, Esig e Peeso trabalharam com estruturas semelhantes a coroas telescópicas, com o objetivo de preservar raizes e melhorar a retenção das próteses.
A possibilidade de se manter raizes teve seu inicio em 1969 com as publicações de Morrow, Lord e Tell, entretanto, algumas pessoas não possuem remanescente dental em um ou ambos os arcos, e implantes podem ser instalados para promoverem um mecanismo de retenção em overdentures implanto-retidas. Com o advento dos implantes osseointegrados as overdentures tem sido uma opção para fixar próteses implanto-retidas.
Segundo Donatsky (1993) e Naert et al.(1994) graças ao baixíssimo índice de insucesso dos implantes na sinfise é aceito que dois ou mais implantes, um em cada região de canino, sejam suficientes para suportar uma overdenture, e se tem descrito excelentes resultados com essa solução minima.
Existem vários sistemas de retenção que podem aumentar a retenção e estabilidade das overdentures, entre elas estão ancoragem esférica, sistema barra-clip e magnetos.
8
0 propósito deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre os sistemas de retenção em overdentures implanto-retidas quanto a retenção, distribuição de cargas para facilitar a seleção nas diversas situações clinicas.
2 REVISÃO DE LITERATURA'
Tendo em vista
o
problema da instabilidadee
retenção em próteses totais completas, Dolder (1961) idealizou umaprótese
total sendo retida pelo uso de uma barra em ligaáurea
conectando duas raizes em 270 pacientes. 0 conjunto foiconstituído
por uma barra com secção oval medindo 3mm no seudiâmetro
principale
2,2 no menordiâmetro.
A manga (clipe) era contida na base da dentadura. Concluiu queo
método ofereceu grande retençãoe
queé
uma soluçãotransitória
entre umaprótese
parcialremovível e
a dentadura completa, melhorando a situação emocional do paciente frente a necessidade do uso de dentaduras completas.Thayer
e
Caputo (1977) realizaram uma pesquisa para comparar forças entre dois tipos de attachments sobre raizes: Zest Anchore
Barra Dolder, utilizando dois modelos de overdentures com os respectivos attachments. Os resultados demonstraram que a barra Dolder promove menos estresse à estrutura remanescente dentale
tecidos, enquanto queo
Zest Anchor promoveu maior estresse sobre os abutments. Contudo, a barra Dolder distribuiu grande estresse naregião
edéntula posterior. Conseqüentemente a barra Dolder compartilhou cargas oclusais entre os abutmentse
a regido edêntula de maneira maisfavorável
do que Zest Anchor.Gillings (1981) estudou em seu trabalho, a retenção magnética para overdentures, afirmando que este sistema já vem sendo utilizado desde 1976. 0 autor relatou um histórico sobre as ligas que
compõem
os magnetose
queo
desenvolvimento de novas ligas magnéticas tem prolongado a aplicação potencial de retenção magnética em overdentures. Efeitos de campo magnético em tecido tem sido investigados extensivamente, com resultados conflitantes. 0 sistema de retençãomagnética de campo fechado, segundo descreve o autor, evita qualquer possibilidade de efeitos de campo magnético em tecidos.
Crillings (1983) descreveu os procedimentos clínicos e laboratoriais relacionados à confecção de prótese magneto-retidas. Relatou que a retenção por magnetismo tem um baixo potencial de trauma sobre o dente-suporte, sendo a força exercida no deslocamento de aproximadamente 250g, não promovendo extrações ao longo do tempo. As forças laterais são minimizadas, uma vez que há liberdade de movimento horizontal entre o dente-suporte e o magneto. Por essas razões, a retenção por magneto é muito bem indicada em casos de raizes de prognóstico ruim.
Mensor (1990) fez uma abordagem sobre os sistemas de retenção para overdentures. Comentou que os magnetos providenciam uma carga constante ou fator de retenção, ao passo que as conexões mecânicas gradualmente perdem sua retenção através do uso, e que os mesmos podem sofrer corrosão e com isso perda de retentividade. 0 autor ressaltou que o que deveria ser considerado na seleção dos attachments é como o estresse é transferido a partir dessas conexões através dos contíguos e estruturas relacionadas. Destacou que movimentos laterais excessivos sobre a carga mastigatória obliqua ou lateral é uma característica indesejável dos imas (o movimento lateral requer menos do que um décimo da força retentora para deslizar o find do mantenedor, ou seja, um ímã de 500g deslizará com uma carga lateral de 50g). 0 autor citou, que experiências com overdentures suportadas pelo dente tem demonstrado a eficácia dos sistemas de suporte e barra para retenção mecânica, e afirmou que o lado negativo do uso da barra é que requer mais espaço do que os suportes, demanda crescente higiene, mais trabalhosa para o dentista e laboratório.
Block; Kent; Finger (1990) descreveram o uso de implantes para estabilização de overdentures com diferentes tipos de attachments e avaliaram a retenção em
overdentures
mandibulares e maxilares. Pesquisaram4
tipos de attachments: BarraDolder,
Barra Hader,ASC 52
e magnetos. Noventa pacientes foram acompanhados por56
meses. Concluíram que a barra-clip alcançou maior sucesso emoverdentures
mandibulares, sendo que a BarraDolder
combinada com clipsmetálicos
promoveu maiorretenção
do que a Barra Hader e clipsplásticos.
Concluíram tambémque
os magnetossão
os menosretentivos
e que dos 10 pacientes emque
foram utilizados magnetos,4
apresentaramreação tecidual.
Naert
et al.(1991)
pesquisaram86
pacientes usandooverdentures
apoiadas em173
implantesosseointegrados,
situados na regido dasinfise
na mandíbula, e analisaram a longevidade dos implantesosseointegrados
e daoverdenture.
Foram utilizados sistemas deretenção
a barra e magnetos.Insucessos
comexperiências
utilizando os magnetos demonstraram que corrosão, perdarápida
deretenção
e desgaste extremo, foram asrazões
principais para cessar o seu uso. Uma razão para o sucesso dos resultados foi opróprio
desenho daoverdenture
usando duasfixações
comconexões
paralelas. Das71 overdentures
conectadas por barra,5
precisaram demanutenção. 0
conceito de barra envolve mais esforços do dentista e do técnico do que o uso de magnetos ou outros sistemas, porém, amanutenção
à longo prazo do conceito de barra é restrito aativação
do clip deretenção.
Nenhumareação
adversa ao tecido foi encontradaquando
magnetos foram utilizados, e concluíram que implantesosseointegrados
podem ser usados com baixa taxa de fracasso. Nenhuma falha ocorreu paraoverdentures
conectadas por barra.Donatsky (1993)
avaliou implantesBranemark
com attachments esféricos retendooverdentures
como alternativa de tratamento eretenção
daspróteses
antigas dos pacientes com cristas atrofiadas. Vinte e cinco pacientes receberam93
implantes com attachments esféricos.0
período de observaçãoapós
ativação dos implantes e12
inserção das próteses foi de 18 meses. Os implantes alcançaram sucesso de 98% e o funcionamento das próteses foi de 100%. Não houve complicações periodontais, concluindo que os implantes Branemark associados a attachments esféricos pode ser uma alternativa de sucesso. Uma ilustração do sistema esférico pode ser vista na figura 1.
(FIG. 1).
aro
Figura 1- Sistema Esférico
Naert et al. (1994) realizaram uma pesquisa em 36 pacientes edentados onde foram instalados 2 implantes na Area da sinfise. Os 36 pacientes foram divididos em 3 grupos de acordo com o sistema de retenção. Grupo 1- Barra Dolder parafusada a 2 implantes; grupo 2- magnetos, e grupo 3- sistema esférico. A retenção da prótese foi registrada por meio de um dinamômetro. Durante o período de observação nenhuma falha foi encontrada entre os 72 implantes. 0 sistema de retenção equivalente ao grupo 1 teve maior capacidade de retenção. A menor força foi medida com o grupo 2. Maior número de consultas foram necessárias para corrigir ulcerações causadas pela prótese de falha independente do sistema de retenção, sendo que a barra mostrou-se mais retentiva e de manutenção mais simples quando magnetos ou o sistema esférico foi
usado. Concluíram que 2 implantes podem ser usados para reter uma overdenture na mandíbula com baixo índice de falha. As figuras 2 e 3 ilustram o sistema barra-clip.
(FIG. 2) (FIG. 3)
Figuras 2 e 3 — Sistema Barra- Clip.
Walton e Ruse (1995) analisaram e compararam a retenção de clipes metálicos (Figura 5) e plásticos (Figura 4) retendo overdentures e monitoraram as mudanças de superficie das barras e clipes. Um modelo de laboratório foi feito com 2 implantes análogos processados dentro de uma plataforma de resina acrílica. Duas overdentures foram feitas e retidas sobre o modelo com clipes metálicos ou plásticos. Cada modelo barra clipe foi sujeito b. 5500 ciclos de inserções e remoções simulando 3 anos de uso.
As diferenças de retenção entre clipes plásticos e metálicos foram significantes.
Nenhum clip fraturou ou perdeu-se durante o estudo, o que sugere que podem ser cargas funcionais ou parafuncionais e não repetidas remoções e inserções que causam problemas de retenção.
(FIG. 4) (FIG. 5)
Figura 4 — Clip Plástico Figura — Clip Metálico
14
Breeding; Smith; Schimitt (1996) pesquisaram a retenção de 1 e 2 clipes.
Vinte Barras Hader foram divididas em dois grupos. Dez barras com 1 clip plástico e 10 barras com 2 clipes plásticos. Cada clipe e barra foram colocados juntos como uma unidade na máquina de testes Instron. Uma carga de 2.5 Kg foi aplicada diretamente sobre a barra com uma velocidade de 120 ciclos por minuto que continuou em 48 horas por um total de 345,600 ciclos, simulando 1.75 anos de função intrabucal. 0 mais interessante achado nesta pesquisa foi a dramática diminuição da retenção que resultou da primeira remoção dos clipes na barra. Concluíram que o uso de 2 clipes promove maior retenção ao uso de 1 e que 1.75 anos de simulação da função não gerou uma perda significante na retenção do clip. Sugerem que o número máximo de clips devem ser inseridos e a prótese deveria ser colocada e removida da barra de 12 a 15 vezes antes da inserção até um nível de retenção que demonstra ser adequado para reter as próteses e que também seja confortável para o paciente quando remove sua prótese.
Labaig et al. (1997) estudaram o relacionamento fotoeldstico entre o desenho do attachment , distribuição de forças oclusais entre o abutment dental e a crista alveolar distal com o objetivo de desenvolver uma classificação para a seleção correta de attachments' para determinados casos clínicos. Utilizaram neste estudo 6 modelos com 2 caninos em cada um e com um sistema de retenção diferente em cada modelo que foram: coroa telescópica, sistema gaber, sistema barra clipe, magnetos e sistema RPI. 0 sistema barra clipe comportou-se como um real quebra de estresse e toda a carga aplicada na superficie oclusal das overdentures foi distribuída para a zona edéntula distal. Isto é compreensível considerando que o movimento de rotação é feito sobre uma barra cilíndrica. Com os magnetos a concentração de estresse perto dos caninos foi minima que poderia ser um compromisso para classificar este sistema
como quebra de estresse, porque este sistema
nãotrabalha como real distribuidor de cargas.
0estresse nas raizes foi causado exclusivamente pelas
superficiesplanas do sistema que mantinham contato.
Petropoulos;
Smith;
Kousvelan (1997)compararam a
retençãoe os períodos de
liberação(tempo em
queo attachment da base da
pr6treseleva para se soltar do abutment do implante) dos
attachmentsbarra-clip da Nobel
Biocare(NBC), Nobel
BiocareBall (NB), Zest Anchor
(ZA),Zest Magnet
(ZM),e
SterngoldEra (SE), em um modelo de
overdentureimplanto-retida. Os
attachmentsforam testados utilizando
2implantes
Branemarkpermanentemente instalados em um modelo de testes que foram acoplados em
máquinas Instron.Forças de deslocamento foram aplicadas em duas
direçõessimulando
funçãovertical e obliqua. Oito testes foram feitos em
direçõescom
3amostras de cada
attachment.Os períodos de
liberaçãoforam calculados usando o pico de carga e parada de carga. Os resultados mostraram
queNBC
ésignificativamente mais
retentivo quandosubmetido A.
forçasverticais e obliquas.
0segundo mais
retentivofoi o SE, seguido do
ZAe NB.
0 ZMfoi o menos
retentivo.Para o
períodode
liberação,os resultados mostraram que o NBC tem período de
liberaçãomais
rápidopara
forçasverticais e obliquas.
0 ZMtem o mais lento
quandoaplicadas. Pelos dados, os autores sugeriram que o NBC pode ser selecionado
quandoalto grau de
retençãoe
rápidoperíodo de
liberação sãodesejados.
0
segundo mais
retentivofoi o SE e o menos
retentivofoi o
ZMe com o mais lento
período de liberação. Os autores sugerem que nos casos de
bruxismo,onde
forçaslaterais
sãoexcessivas, os magnetos liberam menos força aos implantes e possuem
período de
liberaçãolento, o que poderia favorecer uma oportunidade para
queos
magnetos recuperem a
própria função.16
Engquist et al. (1988) realizaram uma pesquisa para tratamento de pacientes com overdentures suportadas por implantes. Participaram desta pesquisa 11 centros de estudos suíços. Avaliaram a qualidade e quantidade óssea para osseointegraçao, a opinião dos pacientes e sistemas de attachments. Os pacientes que apresentaram grande reabsorção óssea tiveram 78% de perda da fixação, 51% não osseointegraram, 81% dos pacientes relataram mais conforto e satisfação do que com as próteses anteriores. Com relação aos sistemas de retenção, os attachments isolados são mais acessíveis economicamente e mais facilmente usados em diferentes tipos de situação.
As próteses instaladas na mandíbula obtiveram sucesso de 99%.
Mericske-Stern (1998) definiu em seu artigo 3 indicações para overdentures implanto-retidas para pacientes idosos. Indicações estas para mandíbula edêntula e situações comprometidas. Afirmou que overdentures superiores possuem um índice de falha 20% maior em relação a overdentures inferiores, e que cargas e distribuição de forças ao redor de 2 implantes possuem grande sucesso. Comentou que o melhor mecanismo de retenção (attachment simples ou barra esplintada) possui controvérsias, e que forças tridimensionais atuantes com 2 implantes mandibulares, indicaram que a barra contribui para distribuir melhor as forças entre 2 implantes. Concluiu que a barra rígida esplintada para overdentures promove melhor estabilidade do que attachments isolados.
Bergendal; Engquist (1998) avaliaram o índice de sobrevida dos implantes, sua função, estética e prognóstico em overdentures mandibulares e maxilares usando 2 tipos de attachments com um número limitado de implantes. Utilizaram 49 pacientes com 2 implantes bilateralmente. Os dois sistemas foram barra sem extensão e sistema esférico, os quais foram acompanhados por 10 anos. 0 índice de sobrevida nos implantes maxilares foi de 75%. Nenhum implante mandibular foi perdido. A maior
condição negativa para a overdenture maxilar foi
o
braço de alavanca provocado tanto pelo sistema barra quanto parao
sistema esférico, em implantes curtose
com qualidade óssea inferior. Neste estudo, a relação entre cargae
osseintegração namandíbula é favorável
em ambos os sistemas.0 conceito da instalação de implantes em maxilares edéntulos
é
considerado um tratamento bastante seguro em pacientes que estão insatisfeitos com suas próteses totais convencionais. A retenção da próteseé
um fator importante para a satisfação do paciente. Setz et al. (1998) relataram uma pesquisa sobre attachments de alguns sistemas de implantes (31, IMZ, Nobel Biocare)e
magnetos (Steco), para analisar a força retentiva, fadigae
compararar os resultados com outros estudos já realizados.Os resultados demonstraram que
o
mais retentivo foio
sistema esférico (Ball Titanium Gold) que tem forças retentivas de 85N,e
os mais fracos são os magnetos com força retentiva de 3N. Com relação A. fadiga, sabe-se que attachments para overdentures sobre implantes perdem a retenção depois de algum tempoe
queé
necessário substituir os clipes; contudo, comentaram que testes de fadiga não simulam as condições clinicas adequadamente.Menicucci et al.(1998) analisaram a transmissão de cargas mastigatórias em overdentures mandibulares implanto-retidas. As forças reacionais na mucosa edéntula distal
e o
estresse no osso periimplantar foram comparadas em 2 sistemas de retenção:sistema esférico
e
sistema barra-clip através de um modelo finito tridimensional. Uma carga de 35N induziu uma grande força de reação na mucosa edêntula quando a overdenture foi ancorada por sistema esférico do que com barra-clip. Estresse no osso periimplantar foi maior com barra-clip do que com sistema esférico.Gallina et al. (2001) desenvolveram uma pesquisa, in vitro, para avaliar a retenção proporcionada por 1
e
2 clipes conectados a uma barra simulando a18
capacidade retentiva de uma overdenture, com o objetivo de comparar a retenção proporcionada por 1 e 2 clipes, comparar também a média dos valores de resistência tração proporcionado por 1 e 2 clipes em cada 50 ensaios por corpo de prova. Para isso utilizaram 30 clipes e 20 barras cilíndricas em liga de ouro que foram divididos em 2 grupos. 0 primeiro, composto por 10 clipes e 10 barras e o segundo por 20 clipes e 10 barras. Os corpos de prova foram submetidos aos testes de resistência tração em 6000 trações. As barras sustentadas por 1 clipe obtiveram resultado de 7,47N e as barras sustentadas por 2 clipes 14,36N, verificando-se que a média para dois clipes foi superior. Na comparação de retenção para cada nível de tração, os resultados foram superiores nos corpos de prova com 2 clipes e que os mesmos mantiveram sua capacidade de retenção estável após 50 trações iniciais, enquanto que os corpos de prova compostos por 1 clipe, após as 50 trações iniciais continuaram perdendo a capacidade de retenção ao longo dos ensaios. Constataram também que os corpos de prova compostos por 2 clipes apresentaram diferença estatística nas 50 trações e nas seguintes não diferenciaram entre si. Os corpos de prova compostos por
1 clipe não apresentaram diferença estatística entre os diferentes níveis de tração.
Davis; Packer (2001) compararam as exigências de manutenção de sobredentaduras estabilizadas por implantes na mandíbula usando 3 mecanismos de retenção: esférico, magnetos e barras. Trinta e sete pessoas participaram deste estudo, os quais foram observados durante 3 anos. 0 mecanismo de retenção da barra exigiu consideravelmente menos manutenção que os outros grupos. A maior razão da exigência de manutenção do sistema esférico foi que parte do aperto da fixação esférica era claramente uma ligação fraca uma vez que soltou do contíguo em 18 ocasiões e fraturou em 5 ocasiões. Os autores utilizaram um dispositivo em 2 pacientes como uma peça única (contíguo e esfera) não havendo relato de fratura ou
afrouxamento. A
razão
principal para a manutenção dos magnetos foi a necessidade de substitui-los pelacorrosão e
perda de função.Matsumoto et al. (2002) avaliaram as overdentures implanto-retidas
e
dento- suportadas. Segundo autores os sistemas de attachments mais utilizados são os sistemas de barra retendo clipes fixados na prótese, os sistemas esféricose
asconexões
magnéticas. Destacaram que uma das vantagens das overdentures, está na freqüência de ajuste da prótese, incluindo reembasamentoe
substituição, que deve ser significativamente menor em overdentures fixadas por retenção magnética, sendoé
uma alternativa efetiva para proporcionar conforto aos pacientes, principalmente nas situações clinicas de reduzido suporte periodontal. 0 sistema esférico confere retenção com amortecimento das forças não axiais (torque) nos dentes suporte em virtude do anel de borracha, além de diminuiro
braço de alavanca em relação ao eixo de rotação da raiz, permitindo melhor distribuição de forças mastigatórias sobre raizes, pilarese
rebordo alveolar.Concluíram
que as overdentures elevamo nível
de confortoe
aceitação pelo paciente melhorando também a estabilidade daprótese.
Karabuda et al. (2002) compararam a condição de saúde do tecido periimplantar dos implantes apoiados em sobredentaduras com 2 tipos de sistema:
sistema barra-clipe
e
sistema esférico, como também a satisfação do paciente com estes dois tipos de fixação.Trintae
seis pacientes receberam 94 implantes; 18 pacientes com fixação à barrae
18 com fixação esférica em um estudo de 4 anos.Observaram não haver nenhuma diferença significativa entre os 2 grupos com relação ao acúmulo de placa, tendência à sangramento dos tecidos
e
profundidade de sulco.Citaram que as fixações esféricas acumularam menos placa
e
que os pacientes relataram mais satisfação como
tratamento que com suas próteses antigas, em ambas as fixações.20
Walmslay (2002)
relatou o desenvolvimento de magnetos aplicados na Odontologia(Figura 6). 0
principal material magnético utilizado hoje em dia é o magneto de terra rara boro de ferroneomidio (NdFe-B),
e o cobaltosamario
(Sm-Co).Podem ser de campo aberto ou fechado sendo que o de campo fechado é mais
retentivo.
A retenção magnética oferece mais vantagem porque ela serve para dissiparforças
funcionais laterais. HA menos necessidade de paralelismo entre os implantes uma vez que a linha rígida deinserção não
étão
critica. Existemvários
estudos demonstrando a deficiente durabilidade dos magnetos, principalmente devido corrosão, seguida da perda de magnetismo. Atualmente para evitara corrosão, os magnetos
são encapsulados com aço inoxidável outitanio.
A corrosão pode ocorrer por quebra do material encapsulado. Os avançostecnológicos
exigem experimentos longoprazo.
(FIG. 6)
Figura
6 — Siatema
magnético.Bonachella
e Rossetti(2002)
fizeram umaaboradagem biomecanica
sobre os sistemas deretenção:
barra-clip, sistema esférico e magnetos. Comentaramque
o sistema barra-clip pode ser rígido, que não permite movimento e pode ser resiliente permitindo movimentos verticais, horizontais sendo a condição indicada para a maioria dos trabalhosprotéticos.
Nos mecanismos deação
de barra, naposição
de repouso a barra deveria estar Imm
dedistancia
do rebordo, que poração
do clip sobre a barra resultaria nadissipação
deforças
para os pilares laterais, gerando naprótese
estabilidade e retenção. Os movimentos rotacionais dependem substancialmente da secção transversal da barra, e também do material que é confeccionado o clip (plástico ou metálico). 0 uso de espaçadores confere ao conjunto uma amplitude de movimento adequada, pois se não ocorre, há desgaste do clipe ou fratura deste. Já os clipes plásticos não necessitam de espaçador devido a sua grande capacidade de deformação e recuperação determinando maior simplicidade para o profissional. Comentaram que a secção da barra vem mudando desde o conceito de Dolder, sendo que as barras retangulares ou ovais vem sendo substituidas pelos formatos circulares ou fechadura.
Os movimentos sofridos por uma prótese convencional que geram seu deslocamento antero-posterior, os quais são destrutivos ao rebordo e podem acelerar a reabsorção dos processos alveolares, são prontamente inibidos pelo uso da barra e do clip. Os magnetos determinam excelente distribuição de forças sobre os implantes tendo como grande vantagem a incidência minima de forças axias oriundas das próteses em uso.
Este não impede os movimentos laterais sofridos pela prótese, determinando uma estabilidade incompleta para os rebordos reabsorvidos ou condições de assentamento da base da prótese.
Telles; Hollung; Castelucci (2003) comentaram que a escolha do tipo de sistema vai depender: do número e localizacão dos implantes, quantidade de suporte, qualidade óssea, custo e conveniência protética. Avaliaram 3 tipos de sistemas de retenção: barra-clip, sistema esférico e magnetos. A barra-clip, é um sistema que caracteriza um conceito de planejamento que objetiva priorizar a distribuição de cargas entre os implantes, o que seria conseguido pela unido rígida destes elementos pela barra. 0 sistema esférico está particularmente indicado nos casos em que a posição dos implantes restringir o uso das barras ou quando o paciente apresentar dificuldades para executar sua higiene bucal a contento. No sistema de magneto a
'7?
retenção é obtida pela força magnética e deve-se dar preferência a dispositivos magnéticos de campo fechado, para evitar corrosão, pigmentos na base da prótese e tecidos bucais. Comparando a biomecânica dos 3 sistemas, comentaram que a rotação da overdenture e a direção axial das cargas que incidem sobre os implantes são apontadas como vantagens do sistema barra-clip. Além disso, uma conexão rígida entre os implantes permitiria a dissipação de forças por todo o conjunto, criando um sistema estável e ao mesmo tempo funcional, que induziria menos tensão aos implantes. Os sistemas magnéticos exercem menor carga aos implantes. Quanto a retenção, o sistema barra-clip e sistema esférico conferem retenção adequada e os magnetos são menos retentivos.
Tokuhisa; Mstsushita; Koyano (2003) compararam os padrões de estresse gerados em torno de implantes e os movimentos da prótese do tipo total entre 3 sistemas de retenção. Dois implantes foram ancorados em um modelo mandibular feito de resina e uma sobredentadura removível sob a qual todos os experimentos foram realizados. Uma força vertical foi aplicada para o primeiro molar esquerdo e gradualmente aumentou de 0 a 50N. 0 sistema esférico transferiu o menor estresse para ambos os implantes e produziu um impulso menor de curvatura do que a conexão barra-clip. Força vertical aplicada no sistema barra-clip criou padrão de estresse imediato de maior magnitude e concentração em ambos os implantes. Por este estudo, in vino, os autores sugeriram que o uso do sistema esférico poderia ser vantajoso para
"overdentures" implanto-retidas com relação ao estresse, melhorando e minimizando o movimento da dentadura.
Gonçalves et al. (2003) relataram um caso clinico indicando o sistema magneto para uma "overdenture" sobre raizes e colocação de apenas um implante. Concluíram
14
3 DISCUSSÃO
A utilização de implantes em
mandíbula
edêntula tem sido bem documentada na literatura com indices de 100% de sucesso, segundo Enqguist et al. (1988), Naert et al. (1991), Donatsky (1993), Mericske-Stern (1998), Petropoulos; Smith;Kousvelari (1997), Mensor (1990).
Bergendal
e
Enqguist (1998) encontraram 100% de sucesso em overdentures mandibulares com número reduzido de implantese
não determinaram diferenças noíndice
de sobrevida dos implantes com relação aos sistemas de attachments utilizados que foram barra-clipe
sistema esférico.Bonachella
e
Rossetti (2002), Telles; Hollurg; Castelucci (2003) afirmam que os sistemas de retenção podem ser utilizados para melhorar a retenção, estabilidade das próteses totais além de aumentar a eficiência mastigatória associada a baixo custoe
rapidez na confecção.Segundo Petropoulos; Smith, Kousvelari (1997) os sistemas de retenção mais utilizados são
o
barra-clip, sistema esféricoe
os magnetos.Existem muitas variáveis para a selecdo de qual sistema usar. A escolha do tipo de sistema depende, segundo Telles; Hollurg; Castelucci (2003) do número
e
posição dos implantes, quantidade de suporte (dado pelodiâmetro e
comprimento dos implantes), qualidade óssea, altura necessáriae
custo.0 sistema barra-clip
é
um dos mais utilizados, segundo Mensor (1990) em overdentures implanto-retidas. Mais do que uma forma de retenção, este tipo de dispositivo caracteriza um conceito de planejamento que objetiva priorizar a distribuição de cargas entre os elementos que suportam as próteses, no caso os implantes,o
que seria conseguido com a unidorígida
destes elementos pela barra.Bonachela e
Rossetti
(2002)relataram que do ponto de vista
biomecânico,a
prótesepoderia
rotacionarao redor da barra, garantindo as
condiçõesde
retenção eestabilidade, melhorando a capacidade
mastigatória epreservando
o periodontoenvolvido.
Segundo Thayer
eCaputo
(1977), Labaiget al.
(1997), Enqguist (1988), Naertet al.
(1994), Mericske-Stern (1998),Telles;
Hollung; Castelucci (2002) osistema barra-clip contribui para distribuir melhor
forçasentre os implantes.
Menicucci
et
al.(1998)comentaram que uma carga de
35Ninduziu uma grande força de
reaçãona mucosa
ed'éntula quandoa
overdenturefoi ancorada por sistema esférico do que com barra-clip. No entanto, um estudo recente realizado por
Tokuhisa;Matsushita;
Koyano (2003)revelou que
osistema esférico transferiu menos estresse para ambos os implantes, sugerindo ser este sistema mais vantajoso para
overdenturesimplanto-retidas melhorando
eminimizando
omovimento da
prótese.Segundo Davis
eParker
(2001) e Naertet
al.(1994), omecanismo de
retençãoa barra exige consideravelmente menos
manutençãoque os outros grupos.
As barras podem ser classificadas de acordo com sua
secçãotransversal
(Figura
7). Dolder (1961)idealizou um sistema de
retençãoa barra com
secçãooval
unindo
2raizes pra promover maior retenção as suas
próteses.Segundo
Bonachellaet
al
(2002)a
secçãotransversal da barra, vem mudando desde
oconceito de
Dolder,sendo que as barras retangulares ou ovais vem sendo progressivamente
substituidaspelos formatos circulares ou do tipo fechadura.
Setzet al.
(1998)relataram
queos
resultados A. longo prazo com
overdenturesretidas por barras paralelas ou com forma
de Ora mostraram ter suficiente
retençãopor muitos anos.
(FIG.
7).
26
Figura
7 —
Formas desecção
da barra.Os sistemas de ancoragem esférica consistem basicamente de um
intermediário
com um encaixe esférico aparafusado sobre os implantes e umacápsula
oufesmea encorporada
na base daprótese.
Segundo Telles;Hollung; Castelucci (2002)
este tipo de encaixe permite movimentos verticais erotacionais
daoverdenture,
mas exige que os implantes estejam paralelos entre si para permitirem ainserção
daoverdenture. Donatsky (1993) afirmou
que os implantes associados a attachments esféricos são uma alternativa de sucesso. Matsumoto et al.(2002)
comentouque
o sistema esférico, produz melhordistribuição
de estresse sobre as cargas clinicasquando
comparado A. sistemas rígidos. Davis e Parker(2001)
afirmaram quehá
necessidade de maiormanutenção
deste tipo de sistema devido à fratura do parafuso ou afrouxamento do mesmo.No sistema tipo Magnético, a
retenção
é obtida pela força magnética de pequenos ímãs feitos a partir de uma liga que possui alta energia magnética, altaresistência
à desmagnetização e que promovemretenção
de aproximadamente550g.
Enqguist
et al.(1988)
afirmaram que os sistemas isolados(
esférico ou magnetos) são mais acessíveis economicamente e mais facilmente usados em diferentessituações
clinicas.Segundo
Gillings (1983),a
retençãopor magnetismo tem um baixo potencial de trauma sobre
oos dentes suporte, sendo que a força exercida no deslocamento
éde aproximadamente
250g, nãopromovendo
extraçõesao longo do tempo. As
forçaslaterais
sãominimizadas, uma vez que
háliberdade de
movimentohorizontal entre
odente suporte
e omagneto. Isto
estáde acordo com
Petropoulos;Smith;
Kousvelan (1997),Telles;
Hollung; Castelucci (2003)que concordam que os magnetos também induzem menos estresse aos implantes.
Labaiget al.
(1997)também confirmam estes dados pois, em seu estudo, a
concentraçãode estresse proximo aos caninos (usando magnetos) foram
mínimas.Gonçalves et al.
(2003) eMatsumoto et al.
(2002)concordam que os magnetos promovem maior conforto ao paciente.
Walmsley (2002)confirmou
quea
retençãomagnética oferece mais vantagem, pois ela dissipa
forçasfuncionais laterais. Ha menos necessidade de paralelismo dos
contíguosuma vez
quea linha
rígidade
inserção não e tãocritica. No entanto,
Bonachela eRossetti
(2002)comentaram que os magnetos
nãoimpedem os movimentos laterais sofridos pela
prótese
determinando uma instabilidade ou
condiçõesde assentamento adequado da base da
prótese.Bergendal e Enqguist (1998)
encontraram bons resultados para
attachmentsisolados
epara barras. A
relaçãoentre carga
e osseointegraçãoem
mandíbulatem provado ser
favorávelem ambos os sistemas de
attachments. Karabudaet al.
(2002)também encontraram resultados
favoráveispara ambos os sistemas: esférico
ebarras
quandocompararam a
condiçãode
saúde periimplantardos implantes.
Com
relaçãoa
retentividade, Petropoulos;Smith;
Kousvelari (1997)revelaram
que osistema barra-clip atingiu uma capacidade retentiva superior
quandocomparado
ao sistema esférico
eaos magnetos. Isto
estáde acordo com
Naertet al.
(1991, 1994) e Mericske-Stern (1998). Afirmaramque este além de ser
omais
retentivo,necessitou
28
de menor tempo de liberação em relação aos outros sistemas para separar-se da barra nas condições de forças obliquas. Isto pode ser atribuído ao design e composição do material, o que também está de acordo com Naert et al. (1994). Este dado é importante, porque as forças obliquas são mais nocivas para os implantes. No entanto, Setz et al. (1998) observaram que o sistema esférico foi mais retentivo quando comparado à ban-a-clip e magnetos. Breeding; Smith; Schmitt (1996) comentaram que a retenção do sistema ban -a-clip depende da resistência da porção inferior do clip para se lançar sobre a altura do contorno da barra.
Petropoulos; Smith; Kousvelari (1997) afirmaram que o sistema magnético é o menos retentivo dos sistemas. Block; Kent; Finjer (1990), Naert et al (1991, 1994), Setz et al.(1998), também concordam com este dado. Encontraram o mais lento período de liberação para os magnetos, ou seja, tempo que o attachment da base da prótese leva para se soltar do abutment no implante durante a função, o que poderia ser interessante, segundo Petropoulos; Smith; Kousvelari nos casos de bruxismo, onde há forças laterais excessivas, pois favorece uma oportunidade para que os magnetos recuperem a própria posição. Mensor (1990) relatou que os magnetos providenciam uma carga constante, ou fator de retenção, ao passo que as conexões mecânicas gradualmente perdem sua retenção através do uso.
Movimentos entre o clip e a barra diante de atividade funcional e parafuncional, colocação e remoção da prótese podem resultar em perda da retenção.
Esta diminuição pode ser própria do desgaste do clip, deformação plástica ou combinação destes.
Breeding; Smith; Schmitt (1996) em estudos realizados, in vivo, observaram que os movimentos funcionais simulados neste estudo não produziram desgaste na superficie da ban-a ou clip e deformação plástica dos clips ocorreram. Já no estudo de
Walton e Ruse
(1995),grandes desgastes foram observados na barra de liga áurea
quandoclips
metálicos sãousados e podem ter sido o fator da perda de
retençãonesta
combinação.Block; Kent;
Fenji (1990)relataram que a maior desvantagem da
combinaçãobarra Hader com clips
plásticosé a
rápidaperda de
retençãoresultante do desgaste do material
plásticodo clip.
Com
relaçãoa fadiga, sabe-se que
attachmentspara
overdenturessobre implantes perdem a
retençãodepois de algum tempo.
Setzet al.
(1998)observaram
quea redução de
20%a
70%nos valores obtidos da média,
3000 traçõespara cada
acessório,o que corresponde a
simulaçãode
2anos de uso clinico. Walton e Ruse
(1995)encontraram perda de
retençãona ordem de
15% após 5500ciclos e Breeding;
Smith; Schmitt
(1996)encontraram valores de
43%para uso de
1clip e
60%para
2clipes.
0mais importante deste estudo foi o
dramáticodecréscimo de
retenção após 12testes de
tração,recomendando inclusive que a
prótesedeveria ser colocada e removida da barra de
12a
15vezes antes da
inserçãopara depois em consulta com o paciente, os clips possam ser removidos até um nível de
retençãoque demonstra ser adequado para reter as
prótesese que também é confortável para o paciente.
Com
relaçãoao
númerode clips, Breeding; Smith; Schmitt
(1996)indicaram que a
utilizaçãode
2clips é mais retentiva que
1clip.
Gallinaet al.
(2001) confirmaramos mesmos resultados. Walton e Ruse
(1995)comparam os clips
plásticose
metálicose concluíram que a força de
retençãoentre os dois é semelhante, discordando de Block; Kent;
Fenji (1990)que afirmaram que a barra
Doldercombinada com clips
metálicospossui maior
retençãoque a barra Hader e clips
plásticos.Gillings (1981)
e
Naertet al.
(1991) nãoencontraram
reação tecidualaos
magnetos.
JáBlock; Kent;
Fenji (1990)em seu trabalho com
10pacientes que usaram
30
próteses retidas por magnetos, 4 resultaram em reação tecidual. Naert et al. (1991) relataram que os magnetos sofrem
corrosão,
perda de retenção, desgastee
indicaramo
cessar de seu uso. Mensor (1990) também confirmou que os magnetos apresentam desgastee corrosão e
que a retentividade pode ser perdida por causa da corrosão.Davis
e
Parker (2001) também confirmaram que a razão principal para a manutenção dos magnetos foi a necessidade de substitui-los pela corrosão ou perda da função. Walmsley (2002) comentou que a deficiente durabilidade dos magnetos se dá principalmente devido àcorrosão,
seguida da perda de magnetismo.4 CONCLUSÃO
De acordo com a literatura, conclui-se
que:.
1) 0
sistema barra-clipe o
sistema esférico promovemretenção adequada,
porém,o
sistema esférico exige maiormanutenção
queo
barra-clipe
há necessidade de paralelismo entre os implantes.2) 0
sistema magnéticoé o
menosretentivo
dos sistemas, devido ao problema decorrosão e
perderetentividade
como
passar do tempo.3) Os sistemas barra-clip
e
os magnetos distribuem melhor asforças
através dos implantes, porém,o
sistema magnético oferece poucaretentividade.
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