• Nenhum resultado encontrado

J. Pediatr. (Rio J.) vol.77 número2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "J. Pediatr. (Rio J.) vol.77 número2"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

Jornal de Pediatria - Vol. 77, Nº2 , 2001 63

0021-7557/01/77-02/63

Jornal de Pediatria

Copyright ©2001 by Sociedade Brasileira de Pediatria

63

EDITORIAIS

Acerca do uso da eritropoetina recombinante humana

em recém-nascidos pré-termo

On the use of recombinant human erythropoietin in preterm neonates

Flávio Adolfo Costa Vaz*

* Professor Titular de Pediatria – Faculdade de Medicina da USP.

O

conhecimento mais aprofundado e mais detalhado

da hematopoese, decorrente do advento e do desenvolvi-mento dos transplantes de órgãos, dos mecanismos imuno-lógicos e de rejeição e dos procedimentos de sustentação, terminou por revelar novas características e propriedades ou mesmo enfatizar e realçar algumas já existentes, dos fatores reguladores do crescimento hematopoético, as cito-cinas e o hormônio glicoprotéico, a eritropoetina.

A eritropoetina teve sua existência prevista no começo do século XX por Carnot e De Flandre. No entanto, somen-te a partir da década de sessenta, é que ocorreu a intensificação das pesquisas, inclusive em nosso meio (São Paulo e Ribeirão Preto), propiciando o

conheci-mento da estrutura, do código genético, da síntese orgânica, das características biológicas e bioquímicas, das funções e da produção industrial da forma recombinante humana.

A sua principal função é induzir e manter a diferencia-ção eritrocitária, vislumbrando-se aí a sua aplicadiferencia-ção para a correção da anemia do recém-nascido, prematuro ou de termo, em substituição à transfusão de sangue, que apresen-ta sérios riscos e efeitos colaterais sempre presentes.

Neste número do Jornal de Pediatria, encontramos um artigo da Dra. Vera Lúcia L. Rocha e cols., desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, intitulado “O efeito da eritropoetina humana recombinante no trata-mento da anemia da prematuridade”, que nos remete a algumas reflexões. Trata-se de artigo muito bem elaborado: através de uma casuística pura, de uma metodologia

ade-quada, eticamente correta, e de uma análise estatística pertinente, os autores demonstram não somente que as propostas veiculadas foram amplamente corroboradas, mas também que em nosso meio se faz pesquisa de nível inter-nacional.

Vale salientar que os articulistas fizeram menção à anemia da prematuridade com as explicações para a sua gênese segundo diferentes pesquisado-res. À exceção daquelas relacionadas diretamente à baixa produção de eritro-poetina por fatores ainda não perfeita-mente explicados, essas teorias dizem respeito não à anemia da prematuridade como entidade clínica que é, e sim ao prematuro anêmico por diversas causas, tais como espoliação sangüínea, hemolíse, hemodiluição, vida média e meia vida eritrocitária (e reticulocitária) diminuídas, rápido crescimento somático, etc. Até o pre-sente momento, preferimos usar a expressão anemia da prematuridade para uma afecção mais bem individualizada e que não se enquadra em nenhuma das categorias de anemia do período neonatal, quais sejam, anemia por pro-dução inadequada, por perda de sangue, por destruição aumentada e a paradoxal ou das grandes altitudes.

Por outro lado, se a incidência da anemia da prematuri-dade não é de 100%, e seu diagnóstico somente é firmado depois da 4ª semana, torna-se difícil o estabelecimento de uma conduta, seja do tipo profilático, seja do tipo terapêu-tico. A eritropoetina administrada à criança, na presença de nutrientes (proteínas e ferro), em todas as situações aponta-das, inclusive na anemia da prematuridade, como vimos no artigo da Dra. Vera e cols., induz e mantém a diferenciação eritrocitária e reduz, por conseguinte, o número de transfu-sões sangüíneas.

Referências

Documentos relacionados

Se o colostro e o leite possuem proprie- dades estimulantes para a instalação como para a atuação de certos grupos bacterianos da microbiota normal digestiva, em compensação eles

O histórico da EHP presta-se para mostrar-lhes que apenas com tenacidade e paciência a ciência consegue explicar os fenômenos mais incríveis que observamos na prática clínica

Entretanto, utilizando-se de uma circunstância especial de possibilida- de de transferência de crianças nascidas em hospitais públi- cos para hospitais privados em Montevidéu, o

Aprovechando esta situación “quasi-experimental”, se decidió conducir el presente estudio para conocer si la evolución de los niños de MBPN, en términos de morbili- dad y

Na ausência de dados precisos para a avaliação do ótimo peso ao nascer, não é prudente considerar a idéia de que um peso abaixo das curvas de crescimento intra-uterino dos

Porém o FT4 e a FT3 foram significativamente mais elevados no grupo controle que nos outros grupos durante as primeiras 48 horas de vida, embo- ra no sangue de cordão os seus

de intubação e o número de tentativas não foram variáveis importantes na determinação da incidência de laringite pós-extubação, para a nossa surpresa.. Medidas preventivas a

do em Porto Alegre, foi observada uma associação entre hiperatividade, déficit de atenção e epilepsia em crianças desnutridas 9.. O artigo publicado neste número do Jornal de