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J. Pediatr. (Rio J.) vol.77 número6

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Academic year: 2018

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Jornal de Pediatria - Vol. 77, Nº6, 2001 439

3. Niobey FML, Duchiade MP, Vasconcelos AGG, Carvalho ML, Leal MC, Valente JG. Fatores de risco para morte por pneumonia em menores de um ano em uma região metropolitana do sudeste do Brasil: um estudo caso-controle. Rev Saúde Publ 1992: 26:229-38.

4. Sarinho SW, Filho DAM, Silva GAP, Lima MC. Fatores de risco para óbitos neonatais no Recife: um estudo caso-controle. J Pediatr (Rio J) 2001: 77:294-8.

5. Rego MAV. Aspectos históricos dos estudos caso-controle. Cad Saude Publ 2001; 17:1017-24.

6. Frias PG. Análise de implantação do projeto de redução da mortalidade infantil em dois municípios de Pernambuco com semelhantes condições de vida [dissertação]. Recife: UFPE; 2001.

7. Rattner D. A epidemiologia na avaliação da qualidade: uma proposta. Cad Saude Publ 1996: 12; 21-32.

Indução de empiema em ratos

através da inoculação pleural de bactérias

Experimental empyema in rats through intrapleural injection of bacteria

Eduardo Henrique Genofre1, Francisco S. Vargas2

O

derrame pleural parapneumônico está presente em 40% dos casos de pneumonia; destes apenas uma pequena parcela complica ou evolui para empiema, necessitando drenagem1. O empiema não decorre, porém, exclusivamen-te de processo pneumônico, pode ser conseqüenexclusivamen-te a trauma torácico ou a procedimentos cirúrgicos. O tratamento local se fundamenta na drenagem da cavidade

pleural através da colocação de dreno tubular em selo d’água. Outras condutas associadas incluem o uso de fibrinolíti-cos e procedimentos cirúrgifibrinolíti-cos, como a toracoscopia e a toracotomia para decor-ticação cirúrgica. Apesar de todos os avanços nos aspectos diagnósticos e

tera-pêuticos, ainda é alta a morbimortalidade tanto em crianças quanto em adultos, justificando as pesquisas que, nesta área, visam a diminuir esses índices1.

Estudos prospectivos para avaliação do empiema pleu-ral, investigando tanto a fisiopatologia quanto a terapêuti-ca, são difíceis de realizar na população humana. Por essa razão, são utilizados modelos experimentais animais, que permitem avaliação homogênea e temporal dos fenômenos envolvidos, possibilitando, inclusive, testar novas propos-tas terapêuticas.

Os modelos experimentais em empiema são, em geral, caros e trabalhosos. O modelo que melhor mimetiza o empiema em humanos foi idealizado por Sasse e colabora-dores2. Nesse modelo, localiza-se o espaço pleural do coelho através de um transdutor de pressão e se injeta

Pasteurella multocida2-4. Como em geral esses animais desenvolvem sepse após a injeção dessa bactéria, recomen-da-se o tratamento concomitante com penicilina por via

1. Pós-graduando (Doutorado), Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.

2. Professor Titular, Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.

intramuscular. Entretanto, esse modelo, apesar de reprodu-zir os resultados e permitir o estabelecimento de protocolos prospectivos, torna-se complexo, caro e trabalhoso para a nossa realidade3.

Outro modelo, idealizado por Tonietto e colabolado-res5, utiliza a inoculação intrapleural de Staphylococcus

aureus, entretanto a técnica por eles

su-gerida requer entubação traqueal, anes-tesia inalatória e toracotomia, aumen-tando a complexidade do procedimento e dificultando a reprodução dos experi-mentos.

O estudo atual de Fraga e colabora-dores, publicado neste número do Jornal de Pediatria, baseado em outros modelos experimentais, tem como obje-tivo avaliar a indução experimental de empiema em ratos, de forma mais simples e econômica.

Os autores confirmaram a produção de empiema através da injeção intrapleural de Pasteurella multocida. Entretan-to, mostraram a necessidade da administração sistêmica de doses controladas de antibiótico para evitar o aparecimento do quadro infeccioso sistêmico. Observaram que a oferta

ad libitum do antibiótico não previne a disseminação da

infecção, possivelmente por não serem atingidos níveis plasmáticos adequados. Interessante seria, em estudos futuros, determinar os níveis séricos dos antibióticos usa-dos dessa forma.

É importante ressaltar que, além da simplificação meto-dológica proposta, o modelo de empiema de Fraga e cola-boradores produz melhores resultados. A mortalidade foi drasticamente reduzida, e as evidências macroscópicas de empiema foram mais expressivas após a instilação intra-pleural de Staphylococcus aureus.

Deve-se enfatizar a importância desse estudo. Em um país como o nosso, no qual a pesquisa ainda é pouco

Veja artigo relacionado

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desenvolvida, onde em muitos centros há escassez de recur-sos, tanto materiais quanto humanos, é fundamental que se desenvolvam grupos empenhados em colaborar com o aprimoramento tecnológico e científico, de forma barata e tão eficaz quanto possível.

Nesse criativo estudo, é possível verificar que a técnica utilizada representa grande avanço na indução do empiema experimental, abrindo novos horizontes para pesquisas nesta área. Entretanto, a aplicabilidade para os seres huma-nos, dos dados encontrados no empiema em ratos ou coe-lhos, precisa ainda ser avaliada em novas pesquisas. A proposta de Fraga e colaboradores é certamente uma con-tribuição valiosa para estes estudos.

Referências bibliográficas

1. Light RW. Pleural Diseases. 3ª ed. Baltimore: Williams and Wilkins; 1995.

2. Sasse SA, Causing LA, Mulligan ME, et al. Serial pleural fluid in a new experimental model of Empyema. Chest 1996; 109: 1043-8.

3. Teixeira LR, Sasse AS, Villarino MA, et al. Antibiotic levels in empyema pleural fluid. Chest 2000; 117:1734-9.

4. Sasse S, Nguyen TK, Mulligan M, et al. The effects of early chest tube placement on empyema resolution. Chest 1997; 111:1679-83. 5. Tonietto T, Pilla, ES, Madke GR, et al. Empiema pleural exper-imental em ratos: avaliação dos efeitos do uso intrapleural de Dextran-40 na fase fibrinopurulenta. J Pneumol 1999; 25:147-52.

Referências

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