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PROPOSTA N.º 858/2020

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Academic year: 2022

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C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O A DIREÇÃO MUNICIPAL DE GESTÃO PATRIMONIAL

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PROPOSTA N.º 858/2020

Assunto: Aprovar submeter à Assembleia Municipal a desafetação do domínio público para o domínio privado municipal de dois antigos leitos de via pública, a celebração de contrato-promessa de direito de superfície, a favor da CARRIS – Companhia Carris de Ferro de Lisboa, E.M., S.A., sobre terreno municipal, sito à Avenida Nuno Krus Abecasis com a Rua B do Alto do Lumiar, para instalação da futura Estação da Musgueira

Pelouros: Património e Mobilidade

Serviços: Direção Municipal de Gestão Patrimonial (DMGP) Considerando que:

a) Em 31 de dezembro de 1973, na sequência da Deliberação de Câmara de 06 de dezembro de 1973 e da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 688/73, de 21 de dezembro de 1973, foi celebrado o Contrato de Novação de Concessão, pelo prazo de 50 (cinquenta) anos, entre o Município e a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S.A.R.L. (atualmente Companhia Carris de Ferro de Lisboa, E.M., S.A.), doravante CARRIS (Anexo I);

b) Em cumprimento do disposto no referido Contrato de Novação de Concessão, nomeadamente na sua Cláusula Nona, a CARRIS instalou a designada Estação de Serviço e Parque da Musgueira, doravante denominada Estação da Musgueira, num terreno municipal que confronta a Norte com a Azinhaga da Musgueira, a Nascente com a Avenida Santos e Castro, a Sul com terreno municipal, e a Poente com o Eixo Central;

c) A CARRIS, no âmbito da sua missão de prestação de serviços de transporte público urbano de superfície de passageiros e orientada por critérios de sustentabilidade, de proteção do meio ambiente e de satisfação das necessidades dos seus clientes, tem vindo a aumentar a sua frota com a aquisição de veículos, a qual foi, recentemente, reforçada, incluindo também veículos a Gás Natural Comprimido (GNVC) e elétricos;

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d) As atuais instalações da CARRIS na Estação da Musgueira, pela sua localização, vetustez de construções e, sobretudo, pela sua dimensão, não reúnem condições e revelam-se insuficientes para albergar a atual e futura frota, não tendo de igual modo qualquer potencial de qualificação e ampliação que permita acomodar os novos veículos a gás natural e 100% elétricos, tanto mais que estes últimos comportam particulares exigências em termos de espaço de estacionamento, dado que ocupam mais área (cerca de 20%) do que os veículos a combustão, assim como as respetivas infraestruturas e postos de carregamento elétrico;

e) A CARRIS e o Município têm vindo a colaborar no sentido de encontrar soluções, nomeadamente a ampliação e a possibilidade de reinstalação da Estação da Musgueira, tendo em conta também, desde já, algumas das ações que decorrerão do termo do atual contrato de Novação da Concessão e eventual renegociação do futuro instrumento jurídico que ocorrerá em 2023;

f) O Município está disponível para constituir um direito de superfície a favor da CARRIS para a instalação de uma nova Estação de Serviço e Parque de Veículos, na Musgueira;

g) Foi identificado um terreno municipal, com cerca de 73.493,74 m2, sito à Avenida Nuno Krus Abecasis com a Rua B do Alto do Lumiar, com especiais qualidades que permite dotar a CARRIS de melhores condições de operacionalidade e com potencial de expansão, o qual possibilita, inclusivamente, que a CARRIS e o Município possam, desde já, iniciar os estudos e projetos para a construção do novo equipamento (Anexo II);

h) Para que seja possível constituir o referido direito de superfície se revela necessário proceder à prévia desafetação do domínio público municipal de dois antigos leitos de via pública, com as áreas de 382,27m2 e 274,89m2, representados e identificados, a cor rosa, na Planta n.º 20/042/DMGP, com as letras A e B, respetivamente (Anexo III);

i) A constituição do direito de superfície deve obedecer ao disposto nos artigos 126.º a 133.º do Regulamento do Património Imobiliário do Município de Lisboa (RPIML), publicado na 2.ª Série do Diário da República n.º 126, 1.º Suplemento, de 01 de julho de 2020 - Aviso n.º 9897-A/2020;

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j) Para efeitos do disposto no artigo 129.º do RPIML, deve entender-se que a onerosidade do direito de superfície se expressa através do serviço público prestado pela CARRIS enquanto operador de transporte na cidade de Lisboa, dispensando por isso o pagamento de qualquer contrapartida financeira, se e enquanto tais condições perdurarem;

k) O direito de superfície a constituir terá um prazo de 50 (cinquenta) anos, que se considera adequado, atendendo à natureza da futura superficiária e o facto do prazo se encontrar no intervalo previsto no n.º 1, do artigo 130.º, do Regulamento, que estabelece um mínimo de 10 (dez) anos e um máximo de 90 (noventa) anos;

l) A celebração do contrato de constituição do direito de superfície, ora proposto, deverá ocorrer, apenas, quando a futura Estação da Musgueira estiver concluída, operacional e licenciada com todas as condições de entrar em funcionamento, dando resposta às necessidades operacionais da CARRIS nos termos da presente proposta, vinculando-se o Município, neste momento, com a celebração de contrato-promessa, nos termos do artigo 128.º do Regulamento do Património Imobiliário do Município de Lisboa;

m) Importa assegurar que a atual Estação possa ser dotada de condições suficientes de operacionalidade, enquanto a futura Estação da Musgueira não entrar em funcionamento, o que obriga a uma reserva de terreno municipal a mobilizar, se necessário, para o efeito;

n) O Município é proprietário do terreno contíguo a sul da Estação da Musgueira, com cerca de 11.572m2, sito à Avenida Eugénio de Andrade, no qual se localizava a Igreja Filadélfia, a qual ocupará novas instalações de culto e equipamento social, dada a conclusão das respetivas obras (Anexo IV);

o) Após a demolição do edifício ali existente, o referido terreno, pela sua localização, tem condições para, caso seja necessário, vir a ser cedido à CARRIS, no âmbito da eventual ampliação temporária da atual e contígua Estação da Musgueira;

p) O terreno agora a disponibilizar para a ampliação da atual Estação da Musgueira, se necessário, poderá vir a ser cedido para a operação da CARRIS, com identidade de título jurídico ao terreno a que

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acrescerá, e atenta a natureza transitória desta solução, a adoção da figura da cedência de utilização, prevista nos artigos 146.º a 150.º do RPMIL, revela-se a mais adequada;

q) A CARRIS manifestou a sua anuência quanto às soluções aqui consideradas, aceitando também que os terrenos da atual estação da Musgueira revertam para a propriedade plena do Município no exato momento em que esteja completamente concluída a transferência da operação da CARRIS da atual para a futura Estação da Musgueira, conforme previsto no considerando l).

Assim, tenho a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere, ao abrigo da alínea ccc), do n.º 1, do artigo 33.º e das alíneas i) e q), do n.º 1, do artigo 25.º, ambos do Anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na redação atual, aprovar submeter à Assembleia Municipal:

1. A desafetação do domínio público municipal para o domínio privado municipal de dois antigos leitos de via pública, com as áreas de 382,27 m2 e 274,88 m2, representados e identificados, a cor rosa, na Planta n.º 20/042/DMGP, com as letras A e B, e aos quais se atribui, apenas para efeitos fiscais, os montantes de € 1.911,35 (mil novecentos e onze mil euros e trinta e cinco cêntimos) e de € 1.374,40 (mil trezentos e setenta e quatro euros e quarenta cêntimos), respetivamente, correspondente a um valor simbólico de 5€/m2 (Anexo III);

2. A celebração de contrato-promessa de constituição de direito de superfície com a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, E.M., S.A., sobre uma parcela de terreno, com a área de 73.493,74 m2, sita à Avenida Nuno Krus Abecasis com a Rua B do Alto do Lumiar, identificada, a tracejado azul, na Planta n.º 20/041/DMGP, pelo prazo de 50 (cinquenta) anos, destinada à reinstalação da nova da Estação da Mugueira, a autonomizar jurídico-registalmente logo que estejam criados os dois prédios mencionados no ponto anterior (Anexo II);

3. Que a minuta do contrato-promessa de constituição de direito de superfície acomode as exatas condições fixadas na presente proposta, incluindo as condições de acordo que fazem parte integrante da mesma;

4. A reserva de compromisso em cadastro municipal sobre uma parcela de terreno municipal, com a área de 11.572 m2, sita à Avenida Eugénio de Andrade, na Freguesia do Lumiar,

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identificada, a cor verde, na Planta n.º 20/040/DMGP, destinada a eventual ampliação da atual Estação da Musgueira, caso tal se venha a revelar necessário para a operação da CARRIS antes de estar a operar nas novas instalações referidas no ponto 2 supra. (Anexo IV);

5. A reserva de compromisso em cadastro municipal sobre uma parcela de terreno municipal, com a área de 17.580,39 m2, identificada, a cor verde, na Planta 20/041/DMGP, destinada a eventual ampliação da futura Estação da Musgueira, caso tal se venha a revelar como necessário para a operação da CARRIS, devendo o Município, para o efeito, promover o processo aquisitivo das propriedades particulares existentes no local, de acordo com o já previsto no PUAL (Anexo II).

CONFRONTAÇÕES DAS PARCELAS A DESAFETAR

Parcela A

Norte, Sul e Nascente: CML Poente: CML e Azinhaga das Areias

Parcela B

Norte e Sul: Estrada das Amoreiras Nascente e Poente: CML

CONFRONTAÇÕES DA PARCELA PROMETIDA CEDER EM DIREITO DE SUPERFÍCIE

Norte: CML e Estrada das Amoreiras Nascente: Avenida Santos e Castro Sul: Avenida Nuno Krus Abecasis Poente: Rua B do Alto do Lumiar

CONFRONTAÇÕES DA PARCELA DESTINADA A EVENTUAL AMPLIAÇÃO DA ATUAL ESTAÇÃO DA MUSGUEIRA

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Norte: Estação da Musgueira Nascente: Avenida Santos e Castro Sul: Avenida Eugénio de Andrade Poente: Eixo Central

TERMOS E CONDIÇÕES

1. Sobre a parcela de terreno, com área de 73.493,74 m2, a autonomizar jurídico-registalmente, sita à Avenida Krus Abecasis com a Rua B do Alto do Lumiar, identificada, a tracejado azul, na Planta n.º 20/041/DMGP, será constituído o prometido direito de superfície a favor da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, E.M., S.A., pelo prazo de 50 (cinquenta) anos, contados a partir da data da outorga da escritura, renovando-se automaticamente por períodos de 10 (dez) anos, caso nenhuma das partes à mesma se oponha, mediante oposição escrita com a antecedência mínima de 3 (três) anos, conforme disposto no n.º 1 do artigo 130.º do RPIML.

2. O prometido direito de superfície será constituído nestes termos enquanto a utilização do terreno objeto do direito de superfície servir de suporte às atividades previstas no contrato de concessão de serviço público de transporte coletivo de superfície de passageiros, celebrado com o Município de Lisboa, considerando-se assim justificado o relevante interesse público municipal.

3. A onerosidade do prometido direito de superfície expressa-se através do serviço público prestado pela CARRIS enquanto operador de transporte na cidade de lisboa, dispensando por isso o pagamento de qualquer contrapartida financeira, se e enquanto tais condições perdurarem.

4. Sem prejuízo do previsto no número anterior, por decisão dos órgãos municipais competentes a promessa de direito de superfície ou o próprio contrato definitivo, se já celebrado, poderão caducar caso a CARRIS deixe de ser o operador interno de transporte público urbano de superfície de passageiros do Município de Lisboa.

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5. A parcelas de terreno a ceder em direito de superfície destinam-se exclusivamente à implementação do futuro PMO da CARRIS, designado por nova Estação da Mugueira, e ao desenvolvimento das atividades concedidas e desenvolvidas pela CARRIS.

6. À data da outorga da escritura de constituição do direito de superfície o prédio municipal será cedido livre de quaisquer ónus e encargos e devoluto de pessoas e bens.

7. O Município obriga-se a:

a) Por si ou por quem contratar para o efeito, a realizar todos os trabalhos necessários, incluindo os projetos previamente aprovados pela CARRIS, desenvolvidos com base nos requisitos funcionais por ela definidos, trabalhos preparatórios e obras, com vista à construção da nova Estação da Musgueira, bem como a transferência ou instalação dos equipamentos necessários à operação e manutenção desenvolvidas na atual Estação da Musgueira, suportando integralmente os custos respetivos;

b) Assegurar os equipamentos e respetivo licenciamento dos pontos de abastecimento necessários das fontes energéticas a identificar pela CARRIS, nomeadamente de gás natural veicular a partir de GNL ou da rede, carregamento elétrico e gasóleo, cumprindo para o efeito com as normas legais e regulamentares aplicáveis, colaborando ativamente com a CARRIS nos casos em que, nos termos da lei, só esta possa instruir e apresentar os respetivos pedidos;

c) Assegurar que a celebração do contrato de constituição de direito de superfície deverá ocorrer apenas quando a futura Estação da Musgueira estiver concluída, operacional e licenciada com todas as condições para entrar em funcionamento e para dar resposta às necessidades operacionais da CARRIS nos termos da presente proposta;

d) A consagrar compromisso em cadastro municipal sobre uma parcela de terreno municipal, com a área de 11.572 m2, sita à Avenida Eugénio de Andrade, na Freguesia do Lumiar, identificada, a cor verde, na Planta n.º 20/040/DMGP, livre de ónus ou encargos, destinada a

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eventual ampliação da atual Estação da Musgueira, caso venha a ser identificado como necessário para a operação da CARRIS, antes de operar nas novas instalações;

e) A consagrar compromisso em cadastro municipal sobre uma parcela de terreno municipal, com a área de 17.580,39 m2, identificada, a cor verde, na Planta 20/041/DMGP, destinada a eventual ampliação da futura Estação da Musgueira, caso venha a ser identificado como necessário para a operação da CARRIS, devendo o Município, para o efeito, realizar o processo aquisitivo das propriedades particulares existentes no local, de acordo com o já previsto no PUAL.

ANEXOS:

I. Contrato de Novação de Concessão II. Planta n.º 20/041/DMGP

III. Planta n.º 20/042/DMGP IV. Planta n.º 20/040/DMGP (Processo n.º 8452/CML/20)

Paços do Concelho de Lisboa, aos de dezembro de 2020

O Presidente O Vereador Fernando Medina Miguel Gaspar

Referências

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